Didáctica Geral

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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

Instituto de Educação à Distância – IED

Tema: Didáctica como Teoria de Educação e do Ensino

Inês Cabongo Código: 708221244

Curso: Licenciatura em ensino de Biologia


Disciplina: Didáctica Geral
Ano de frequência: 1º Ano

Pemba, Julho de 2022


Classificação
Categorias Indicadores Padrões Nota
Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Estrutura
Aspectos  Introdução 0.5
organizacionai
 Discussão 0.5
s
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
Introdução
 Descrição dos objectivos 1.0

 Metodologia adequada 2.0


ao objecto do trabalho
 Articulação e domínio
do discurso académico
Conteúdo
(expressão escrita 2.0
cuidada, coerência /
Análise coesão textual)
 Revisão bibliográfica
e discussão nacional e internacional
2.0
relevante na área de
Estudo
 Exploração dos dados 2.0
 Contributos teóricos
Conclusão 2.0
práticos
 Paginação, tipo e
Aspectos tamanho de letra,
Formatação 1.0
gerais paragrafo, espaçamento
entre linhas
Normas APA
 Rigor e coerência das
Referências 6ª edição em
citações/referências 4.0
Bibliográficas citações e
bibliográficas
bibliografia

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ÍNDICE

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................... 4

2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................................... 5

2.1. Conceito de didáctica ............................................................................................................ 5

2.2. Objecto de estudo da Didáctica............................................................................................. 5

2.3. Componentes do processo Didáctico .................................................................................... 6

2.4. A didáctica e as tarefas do professor..................................................................................... 7

2.4.1. Planeamento ................................................................................................................... 8

2.4.2. Direcção.......................................................................................................................... 8

2.4.3. Avaliação ........................................................................................................................ 8

2.4.4. Síntese............................................................................................................................. 9

2.5. Objectivos e elementos da didáctica ................................................................................... 10

2.6. Níveis de objectivos educacionais objectivos gerais e específicos ..................................... 12

2.7. Sistema de conhecimentos científicos: princípios didácticos ............................................. 13

2.8. Métodos de pesquisas didácticas ........................................................................................ 14

3. CONCLUSÃO ........................................................................................................................... 16

3.1. Referências Bibliográficas .................................................................................................. 17

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1. INTRODUÇÃO

O presente trabalho enquadra-se na disciplina de Didáctica Geral e tem como tema “Didáctica
como Teoria de Educação e do Ensino”. No entanto a Didáctica é um ramo da Pedagogia
especializado em técnicas e métodos de ensino destinado a registar um padrão para as teorias
pedagógicas. Por si só é uma disciplina científica pedagógica cujo foco de interesse é: todos os
elementos e processos envolvidos no processo de aprendizagem de uma pessoa.

Os princípios didácticos constituem os fundamentos essências no planeamento didáctico e em seu


desenvolvimento. É a base para seleccionar os meios de ensino, atribuir tarefas e avaliar
aprendizagens. Sem o cumprimento deles uma determinada acção desenvolvida pelo docente
perde a consideração de ser uma aula. Como também acontecem com as categorias e as leis,
diversos autores consideram uma grande variedade de princípios que, de certa forma, convergem
nestes sete principais princípios didácticos

Assim, o objectivo geral deste trabalho é Compreender a Didáctica como teoria de educação e do
ensino. Constituem objectivos específicos: Definir os conceitos da Didáctica; Identificar o
objectivo da Didáctica; Descrever os componentes do processo Didáctico; Mencionar as tarefas
do professor e Identificar os objectivos e elementos da Didáctica.

A metodologia adoptada para este trabalho está fundamentada em uma abordagem qualitativa, de
carácter descritivo e do tipo bibliográfico, isto é, foi realizado com base nas referências
bibliográficas.

O trabalho está estruturado em três capítulos. O primeiro capítulo contempla a parte introdutória
onde inclui os objectivos e a metodologia; o segundo capítulo corresponde o desenvolvimento
onde são apresentados os diferentes conceitos e analisado o conteúdo relacionado ao tema; as
principais conclusões e referências bibliográficas estão apresentadas no terceiro e último capítulo.

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2. REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

2.1. Conceito de didáctica

Segundo Piletti (1990), a Didáctica é um elemento da formação do professor. Regula, num


sentido amplo, o comportamento de ser professor (p.74).

Para Tavares (2011), a Didáctica é uma disciplina que, tendo como ponto de partida a reflexão
sobre uma prática, ou, mais especificamente, o processo de ensino-aprendizagem, busca, na
compreensão deste, elementos que subsidiem a construção de projectos de acção didáctica (p.96).

De acordo com Libâneo (2006), Didáctica é uma disciplina pedagógica. Tem como objecto o
ensino como mediação da relação activa dos alunos com o saber sistemático. Preocupa-se com os
processos de ensino e aprendizagem em sua relação com as finalidades educacionais (p.24).

Fazendo análise das ideias dos autores, conclui-se que a Didáctica é uma das disciplina da
pedagogia que estuda o processo de ensino através dos seus componentes que são os conteúdos
escolares, o ensino e aprendizagem para com embasamento numa teoria da educação, formular
directrizes orientadoras da actividade profissional dos professores.

A Didáctica é um ramo da Pedagogia especializado em técnicas e métodos de ensino destinado a


registar um padrão para as teorias pedagógicas. Por si só é uma disciplina científica pedagógica
cujo foco de interesse é: todos os elementos e processos envolvidos no processo
de aprendizagem de uma pessoa.

2.2. Objecto de estudo da Didáctica

De acordo com Piletti (2004), o objecto de estudo da didáctica é o processo de ensino-


aprendizagem. Toda proposta didáctica está impregnada, implícita ou explicitamente, de uma
concepção do processo de ensino-aprendizagem (p.67).

Sendo uma área da Pedagogia, a didáctica tem no ensino seu objecto de investigação. O ensino é
uma prática social complexa. Considerá-lo como uma prática educacional em situações
historicamente situadas significa examiná-lo nos contextos sociais nos quais se efectiva. (Piletti,
2004, p.69).
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De acordo com Haydt (2010), ensinar algo é sempre desafiar o interlocutor a pensar sobre algo.
Toda a Didáctica apoia-se no conceito de ensino. A Didáctica tem como um dos seus propósitos a
orientação do ensino e, para tal, necessita recorrer à reflexão de carácter teórico e à pesquisa
científica (p.86).

O objecto de estudo da Didáctica é o processo de ensino, que inclui os conteúdos dos programas
e dos livros didácticos, os métodos e formas organizativos do ensino, as actividades do professor
e dos alunos e as directrizes que regulam e orientam esse processo.

2.3. Componentes do processo Didáctico

De acordo com Piletti (2004), os componentes do Processo de Ensino-Aprendizagem, também


chamados de Categorias da Didáctica, são organizados por componentes pessoais e não pessoais.

Assim segundo o autor, os componentes pessoais são os seguintes: O Professor e o Aluno. E os


componentes não pessoais são os seguintes: problema, objecto, objectivo, conteúdo, método,
meios, formas organizativas e avaliação.

Na Didáctica Tradicional, que preferimos chamar "Didáctica Arcaica", não se consideram


componentes o problema nem o objecto, mas, a sua introdução no estudo da Didáctica, pelo
pedagogo Carlos Álvarez de Zayas Pedagogia como Ciência, 1998, demonstrou a sua validade e
utilidade.

PROBLEMA: É o componente do PEA que expressa a necessidade social. Constitui a situação


presente no objecto de estudo e que requer a acção de um sujeito para a sua transformação, para
satisfazer a necessidade e cumprir o objectivo (Por que se ensina e aprende?).

OBJECTO: Consiste na parte da realidade portadora do problema. Ao desenvolver-se,


transforma-se na solução para o problema, alcançando o objectivo (Que se desenvolve?).

OBJETIVO: São as finalidades ou as aspirações que se pretendem alcançar no PEA para


conseguir as transformações desejadas nos alunos/estudantes (Por que se ensina e aprende?).

CONTEÚDO: Constitui aquela parte da cultura acumulada pela humanidade que deve ser objecto
de aprendizagem pelos estudantes, para cumprir os objectivos (O que se ensina e aprende?).

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MÉTODO: Consiste no modo, ou seja, a sequência que se deve seguir no PEA para que os alunos
se apropriem do conteúdo e cumpram os objectivos (Como se ensina e aprende?).

MEIOS: São os objectos materiais que se utilizam no PEA como suporte dos métodos, para que
os alunos se apropriem do conteúdo de uma maneira mais eficiente e eficaz e cumpram os
objectivos (Com que se ensina e aprende?).

FORMAS ORGANIZATIVAS: A organização externa que o processo adopta em consonância


com o conteúdo a assimilar e os objectivos a atingir pelos estudantes (Como organizar a relação-
estudante/aluno?)

AVALIAÇÃO: Expressas transformações alcançadas pelos alunos, que satisfazem ou não o


objectivo (Em que medida se aprendeu?).

2.4. A didáctica e as tarefas do professor

Por mais que pareça simples a tarefa do professor é bem complexa. Envolve tantos condições
internas quanto externas de situações didácticas.

Conhecer essas condições e saber lidar com elas é fundamental para o trabalho docente. As
condições internas refere-se a relação entre o aluno e a matéria, apossando-se dela, tendo o
professor como mediador.

Segundo Libâneo (2006), o professor tem a responsabilidade no processo de apropriação entre


aluno e matéria. É para ao interno. A situação didáctica depende das condições económicas
sociais, socioculturais (p.153).

De acordo com Libâneo (2006), a inter-relação entre professor e aluno não compreende somente
a uma sala de aula, essa relação abrange:

 A escola, pais, professor e alunos estão inseridos na dinâmica das relações sociais. =As
práticas pedagógicas e objectivos que ocorrem no âmbito escolar não existem
isoladamente do contexto económico, social e cultural.

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 Todos temos uma vida fora do contexto escolar, participamos de outros contextos, o papel
de filho, pai, alguma religião, partido político, esses contexto reflectem na prática do
professor, ou aluno.
 A eficácia do trabalho docente depende muito das condições internas e externas como
vive o professor, depende de sua filosofia de vida, seu preparo profissional, sua
personalidade, sua vida familiar, e principalmente se ele gosta do que faz. Ele precisa
estar bem nas relações sociais.

De acordo com Tavares (2011), o processo didáctico centra na relação entre ensino e
aprendizagem, agindo para que aconteça uma aprendizagem significativa ao aluno como o
professor mediando essa interacção (p.74).

Nesse conjunto de acção didáctica utilizam-se alguns elementos: os conteúdos das matérias; a aca
de ensinar e a acção de aprender.

2.4.1. Planeamento

Conhecimento das características sociais, culturais e individuais dos alunos, bem como o nível de
preparo escolar em que se encontram. (Tavares, 2011, p.80).

2.4.2. Direcção

Habilidade de tornar os conteúdos de ensino significativos, reais, referindo-os aos conhecimentos


e experiências que trazem para a aula. (Tavares, 2011, p.80).

2.4.3. Avaliação

Domínio de meios e instrumentos de avaliação diagnóstica, isto é, colher dados relevantes sobre
o rendimento dos alunos, verificar dificuldades, para tomar decisões sobre o andamento do
trabalho docente, reformulando-o quando os resultados não são satisfatórios. (Tavares, 2011,
p.80).

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2.4.4. Síntese

É tarefa do professor planejar o que vai ser trabalhado, levando em consideração as


características individuais dos alunos, bem como suas experiências de vida, sua cultura, o meio
em que ele está inserido e organizar tudo cuidadosamente de forma que a construção do
conhecimento se dê de forma significativa e qualitativa. (Tavares, 2011, p.81).

Faz parte também das competências do professor direccionar as actividades de forma que os
alunos fiquem estimulados a aprender e que seus conhecimentos de vida sirvam como
contribuição para o aprendizado, enriquecendo a actividade e fazendo esta se tornar mais
interessante e bem fundamentada.

Na hora da avaliação o professor deve ficar atento, fazendo com que esta seja um instrumento
para identificar o que foi aprendido e em quais pontos é preciso retomar o assunto. Uma
avaliação que não leva em consideração as peculiaridades dos alunos e suas vivências não pode
ser justa nem ter um resultado real, pois cada ser é único e deve ser tratado desta forma.

Tavares (2011, p.84), diz que o modo de fazer docente determina a linha e a qualidade do ensino,
traçam-se aqui pelo autor, os principais objectivos da actuação docente:

1. Assegurar ao aluno domínio duradouro e seguro dos seus conhecimentos;


2. Criar condições para o desenvolvimento de capacidades e habilidades visando a
autonomia na aprendizagem e independência de pensamento dos alunos;
3. Orientar as tarefas do ensino para a formação da personalidade;
Estes três itens integram-se entre si, pois, a aprendizagem é um processo.

Os principais pontos do planeamento escolar:

1. Compreensão na relação entre educação escolar e objectivo sócio-político;


2. Domínio do conteúdo e suas relações com a vida prática;
3. Capacidade de dividir a matéria em módulos ou unidades;
4. Conhecer as características sócio-culturais e individuais dos alunos;
5. Domínio de métodos de ensino;
6. Conhecimento dos programas oficiais;

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7. Manter-se bem informado sobre livros e artigos ligados a sua disciplina e fatos relevantes.
Já a direcção do ensino e aprendizagem requer outros procedimentos do professor:

1. Conhecimentos das funções didácticas;


2. Compatibilizar princípios gerais com conteúdos e métodos da disciplina;
3. Domínio dos métodos e de recursos tauxiares;
4. Habilidade de expressar ideias com clareza;
5. Tornar os conteúdos reais;
6. Saber formular pergunta perguntas e problemas;
7. Conhecimento das habilidades reais dos alunos;
8. Oferecer métodos que valorizem o trabalho intelectual independente;
9. Ter uma linha de conduta de relacionamento com os alunos;
10. Estimular o interesse pelo estudo
Para a avaliação os procedimentos são outros por partes do professor:

1. Verificação continua dos objectivos alcançados e do rendimento nas actividades;


2. Dominar os meios de avaliação diagnostica;
3. Conhecer os tipos de provas e de avaliação qualitativa.
Estes requisitos são necessários para o professor poder exercer sua função docente frente aos
alunos e institutos em que trabalha. Por isto, o professor, no acto profissional, deve exercitar o
pensamento para descobrir constantemente as relações sociais reais que envolvem sua disciplina
e sua inserção nesta sociedade globalizada, desconfiando do normal e olhando sempre por trás
das aparências, seja do livro didáctico ou mesmo de acções pré-estabilizados.

2.5. Objectivos e elementos da didáctica

Segundo Santos (2003), a didáctica é um componente imprescindível durante o processo de


ensino-aprendizagem, e para tanto, abarca um conjunto de elementos que influenciam no
procedimento do trabalho docente. Levando em consideração a didáctica a luz de Cordeiro
(2017) “a palavra didáctica tem sua origem no verbo grego didasko, que significava ensinar ou
instruir”. Nesse sentido Paul Hirst apud Cordeiro menciona que:

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Sem um conceito claro do que é ensinar, é impossível encontrar critérios de
comportamento apropriados para compreender o que acontece numa sala de aula. O
mesmo autor nos lembra que o modo como os professores entendem o que é ensinar
afecta grandemente o que efectivamente fazem na sala de aula (Piletti, 2004, p. 153).

Um dos elementos elencados por Libâneo são os objectivos e conteúdos. Esses elementos
constituem condição fundamental quanto a espera de resultados e/ou processos almejados no
trabalho entre professor e aluno. Desta forma, antecipar os objectivos com base no contexto dos
alunos, assim como os conhecimentos que se pretende construir, permite ao docente a
possibilidade de analisar e (re) organizar sua prática de acordo com cada situação. Considerando
o dito acima, Libâneo (2006), enfatiza isso, quando diz que,

Isso significa que a elaboração dos objectivos pressupõe, da parte do professor, uma
avaliação crítica com das referências que utiliza, balizadas pelas suas opções em face
dos determinantes sócio-políticos da prática educativa. Assim, o professor precisa
saber avaliar a pertinência dos objectivos e conteúdos propostos pelo sistema escolar
oficial, verificando em que medidas atendem exigências de democratização política e
social; deve, também, saber compatibilizar os conteúdos com necessidades, aspirações,
expectativas da clientela escolar, bem como torná-los exequíveis face às condições
sócio-culturais e de aprendizagem dos alunos (p. 121).

Os objectivos são elementos fundamentais no processo de planeamento da prática educativa, ele


dá uma segurança ao educador e irá orientá-lo na sua actuação, ajudando na selecção de meios
mais adequados para seu trabalho (Santos, 2003).

Libâneo afirma que os objectivos antecipam resultados e processos esperados do trabalho


conjunto do professor e dos alunos, expressando conhecimentos, habilidades e hábitos
(conteúdos) a serem assimilados de acordo com as exigências metodológicas (nível de preparo
prévio dos alunos, peculiaridades das matérias de ensino e características do processo de ensino e
aprendizagem) (Santos, 2003).

Podemos definir objectivos educacionais como os resultados que o educador espera alcançar por
meio de uma acção educativa intencional e sistemática.

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Segundo Libâneo, os professores que não tomam partido de forma consciente e crítica, ante as
contradições sociais, acabam repassando para a prática profissional valores, ideais, concepções
sobre a sociedade contrária aos interesses da população majoritária da sociedade.

Os conteúdos de ensino são o conjunto de conhecimentos, habilidades, hábitos, modos


valorativos e atitudinais de actuação social, organizados pedagógica e didaticamente, tendo em
vista a assimilação activa e aplicação pelos alunos na sua vida prática.

Segundo Santos (2003), os métodos são determinados pela relação objectivo-conteúdo. Referem-
se aos meios para alcançar objectivos gerais e específicos do ensino, ao “como” do processo de
ensino, englobando acções a serem realizadas pelo professor e pelos alunos. Método implica no
conhecimento das características dos alunos conforme idade e desenvolvimento mental e
condição sócio- cultural, e na sequência de actividade do professor e do aluno (activação de suas
forças mentais) (p.115).

Os métodos não têm vida independente dos objectivos e conteúdos. A união entre objectivo-
conteúdo-método constitui a linha fundamental de compreensão do processo didáctico:

a) Os objectivos explicitando propósitos pedagógicos intencionais e planejados;


b) Os conteúdos: determinam os métodos, formando a totalidade didáctica e organizativa do
ensino.

2.6. Níveis de objectivos educacionais objectivos gerais e específicos

Objectivos gerais expressam propósitos mais amplos acerca do papel da escola e do ensino,
diante das exigências postas pela realidade social e diante do desenvolvimento da personalidade
dos alunos. Eles definem, em grandes linhas, perspectivas da prática educativa, que depois serão
convertidos em objectivos específicos de cada disciplina de ensino e conforme os graus escolares
e níveis de idade dos alunos.

Os objectivos gerais são explicados em três níveis de abrangência, do mais amplo ao mais
específico:

a) Pelo sistema escolar, que expressa as finalidades educativas de acordo com ideias e
valores dominantes na sociedade;
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b) Pela escola, que estabelece princípios e directrizes de orientação do trabalho escolar com
base num plano pedagógico-didáctico que represente o consenso do corpo docente em
relação à filosofia da educação e à prática escolar;
c) Pelo professor, que concretiza no ensino da matéria a sua própria visão de educação e de
sociedade.
Objectivos Específicos de Ensino determinam exigências e resultados esperados da actividade
dos alunos, referentes a conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções cuja aquisição e
desenvolvimento ocorrem no processo de transmissão/assimilação activa das matérias de estudo.

2.7. Sistema de conhecimentos científicos: princípios didácticos

Segundo Santos (2003), os princípios didácticos constituem os fundamentos essências no


planeamento didáctico e em seu desenvolvimento. É a base para seleccionar os meios de ensino,
atribuir tarefas e avaliar aprendizagens. Sem o cumprimento deles uma determinada acção
desenvolvida pelo docente perde a consideração de ser uma aula. Como também acontecem com
as categorias e as leis, diversos autores consideram uma grande variedade de princípios que, de
certa forma, convergem nestes sete principais princípios didácticos (p.26).

1. Princípio da tecno-cientificidade: consiste em que todo conteúdo do ensino deve ter um


carácter tecnológico, artístico ou científico, apoiado na realidade objectiva. Deve ser
sistémico e, como reflexo dessa realidade deve ficar vinculado à prática social, como
critério da verdade.
2. Princípio holístico do currículo: cada uma das matérias, disciplinas ou temas de qualquer
etapa docente deve abordar, como mínimo, conhecimentos previamente estruturados e
planejados, de maneira que o discente os integre como parte de um todo:
transdisciplinaridade.
3. Princípio da optimização docente: inter-relação dos processos mentais. Este consiste na
necessidade de vincular os fatos reais, concretos, com as abstracções e generalizações,
através de operações planejadas que levem à cognição: apropriação dos conteúdos pelos
discentes.

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4. Princípio da meta cognição: é o que diz respeito ao carácter consciente e à actividade
independente dos discentes, através da direcção de um docente que viabilize estratégias e
tácticas para condicionar o aprendizado. (aprender a aprender).
5. Princípio da acessibilidade: constitui a exigência de que o conteúdo do ensino seja
compreensível e possível de acordo com as características individuais do discente.
Consiste em conhecer o nível intelectual e académico do alvo do ensino ou da media do
grupo para o planeamento didáctico seja objectivo.
6. Princípio da vinculação do individual com o colectivo, e vice-versa: deve unir os
interesses do grupo e os de cada um de seus membros, com a finalidade de lograr os
objectivos propostos nas tarefas planejadas. Não se deve dinamizar a aula para um
discente, e sim para todos os membros do grupo. Converter os grupos em colectivos,
observando as características individuais. Deve permitir o atendimento diferenciado.
7. Princípio da solidez dos conteúdos: consiste no trabalho sistemático e consciente durante
o processo docente, no qual o discente deve assimilar os conhecimentos, as habilidades,
os hábitos e os valores, interiorizá- los, guardá-los na memória e utilizá-los a longo prazo.

2.8. Métodos de pesquisas didácticas

Nas pesquisas didácticas, o método científico é a forma racional, ordenada e objectiva que
estabelece o caminho, através de técnicas com marcado nível de probabilidades de verificação
científica para atingir o objectivo definido. De acordo com Marafon (2001), as vias para realizar
as acções do método das pesquisas científicas constituem-se nas técnicas desse método. A seguir,
se expõem métodos e técnicas de pesquisas desde as perspectivas práticas e teóricas que se
empregam com sucesso na Didáctica. Os métodos que se empregam na Pedagogia e em outras
ciências particulares são muito parecidos, a principal diferença está nas técnicas desses métodos
(p.294).

A natureza do método e da técnica é a mesma: ambos são procedimentos, formas de actuação


científica. Mas existe, entre eles, uma grande diferença. Sua diferenciação consiste na
abrangência do método, que refere ao geral, enquanto a técnica refere ao particular. Por isso, se
tem, em alguns casos, um mesmo método, com diversas técnicas. A seguir se expõem métodos e

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técnicas de pesquisa, desde as perspectivas práticas e das teóricas que se empregam com sucesso
na Didáctica. (Marafon, 2001, p.64).

No pensamento de Libâneo (2006), os métodos práticos com maior frequência de uso na


Didáctica, como acontecem nas ciências sociais, são: a observação, a experimentação e a
sondagem (levantamento). A observação é o método de recopilação de informação docente
mediante a percepção directa, principalmente, através da observação de aulas, as denominadas
Visitas Técnicas, como uma técnica de observar os elementos do campo de acção do objecto
estudado ou pesquisado. Outra técnica específica da Observação Didáctica consiste no Registro
sistemático, válido e confiável de comportamentos ou condutas manifestadas nas aulas
metodológicas: instrutivas, demonstrativas e abertas (p.62).

Outro método prático, para as pesquisas didácticas, menos utilizado que o anterior, é o
experimento. A prática experimental é o método onde se cria uma situação, já no laboratório, no
contexto escolar, na sociedade ou natureza, com a finalidade de observar, sob controlo, a relação
que existe entre os fenómenos que configuram o objecto estudado.

Outra técnica deste mesmo método é a experimentação, onde se desenvolvem actividades sem os
estreitos controlos das variáveis. Nesta técnica não se utiliza a comparação entre os grupos de
controlo e o grupo experimental. Centra-se mais no controle de variáveis semânticas ou
significativas do próprio campo de acção da pesquisa.

O terceiro e último método prático é muito utilizado nas pesquisas didácticas, ainda que não
supere o primeiro, é a sondagem, também conhecido como, levantamento. A sondagem é o
método onde a informação requerida procura-se através das respostas a perguntas orais, escritas
no momento da pesquisa ou já recolhida com anterioridade. Existem três técnicas deste método
prático: sondagem por fonte bibliográfica, questionário e entrevista.

Os métodos teóricos didácticos cumprem uma função epistemológica importante, pois


possibilitam ir além das características fenomenizas ou superficiais da realidade. Também
permitem explicar os factos e aprofundar nas relações essenciais e qualidades dos processos,
fatos e fenómenos docentes. Os métodos mais usados são: o analítico, o sintético, o abstracto, o
concreto, o indutivo, o dedutivo, o histórico, o moderativo, o sistémico e o comparativo.

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3. CONCLUSÃO

Chegado ao fim deste trabalho conclui-se que os métodos práticos com maior frequência de uso
na Didáctica, como acontecem nas ciências sociais, são: a observação, a experimentação e a
sondagem (levantamento). A observação é o método de recopilação de informação docente
mediante a percepção directa, principalmente, através da observação de aulas, as denominadas
Visitas Técnicas, como uma técnica de observar os elementos do campo de acção do objecto
estudado ou pesquisado.

Objectivos gerais expressam propósitos mais amplos acerca do papel da escola e do ensino,
diante das exigências postas pela realidade social e diante do desenvolvimento da personalidade
dos alunos. Eles definem, em grandes linhas, perspectivas da prática educativa, que depois serão
convertidos em objectivos específicos de cada disciplina de ensino e conforme os graus escolares
e níveis de idade dos alunos.

Objectivos Específicos de Ensino determinam exigências e resultados esperados da actividade


dos alunos, referentes a conhecimentos, habilidades, atitudes e convicções cuja aquisição e
desenvolvimento ocorrem no processo de transmissão/assimilação activa das matérias de estudo.

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3.1. Referências Bibliográficas

Piletti, C. (1990). Didáctica; Editora Cortez; SP.

Santos, V. P. dos. (2003). O quefazer na sala de aula: didáctica, metodologia ou nada disso?
Dialogia.

Tavares, R. H. (2011). Didáctica Geral. Belo Horizonte. Editora UFMG.

Piletti, C. (2004). Didáctica Geral. Do conhecimento. Editora Vozes. São Paulo.

Haydt, Regina Célia. (2010). Curso de Didáctica Geral. São Paulo.

Libâneo, J. C. (2006).Directrizes curriculares da pedagogia: imprecisões teóricas e criação


estreita da formação profissional de educadores. Educ. Soc.

Marafon, M. R. C. (2001). Pedagogia crítica: uma metodologia na construção do conhecimento.


Editora Vozes, RJ.

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