Fonética Das Línguas Bantu

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Fonética das Línguas Bantu

De acordo com Ngunga (2002:9), Fonética é o estudo dos sons da fala apenas
como fenómeno físico sem se interessar pelo seu significado.

A fonética, sendo o ramo da gramatica que estuda os sons da fala humana, se


importa com o estuda dos sons da fala quanto a sua produção, as suas características
acústicas e as mudanças através dos tempos.

Os sons da fala resultam da acção dos órgãos, do aparelho fonador, sobre a


corrente de ar vinda dos pulmões. A ser assim, a produção dos sons da fala são
possíveis através de três condições nomeadamente a corrente de ar; Um obstáculo
encontrado por essa corrente de ar e Uma caixa de ressonância. Estas condições são
criadas pelos órgãos da fala denominados em seu conjunto “aparelho fonador”.

De acordo com Cristófaro (2002) O aparelho fonador é constituído pelas


seguintes partes:

 Os pulmões, os brônquios e a traqueia (órgãos respiratórios que fornecem a


corrente de ar);
 A laringe, onde se localizam as cordas vocais que produzem a energia sonora
utilizada na fala;
 As cavidades supralaringeas (faringe, a boca e fossas nasais) – que funcionam
como caixa de ressonância.

Tendo em conta o exposto acima, resumidamente, afiançamos que a Fonética - é a


ciência que estuda os sons da fala, isto é, a maneira como pronunciamos os sons da
fala que resultam da acção de vários órgãos do aparelho fonador.

Os sons das línguas Bantu, assim como de outras tantas línguas são classificados tendo
em conta ao modo, ponto e papel das cordas vocais.

Modos e Pontos de Articulação

Para Zona (p. 30) Articulação é o processo de produção dos sons, o que envolve
algum ponto e algum modo ou apenas maneira. Portanto, um som é designado primeiro
de acordo com os articuladores ou órgãos do aparelho fonador que intervêm na sua
produção e depois pela maneira como tal produção é feita. Os lábios, os dentes, o
palato duro (céu da boca), palato mole (véu palatino), entre outros, são articuladores.

Modo de articulação

É o conjunto dos processos articulatórios (mecanismos e direcção do ar,


comportamento e forma dos órgãos da fala) para a produção de um determinado som.
Na produção de consoantes, o ar sofre diferentes tipos de obstrução ao longo do seu
percurso. Assim, as consoantes podem ser:

 Oclusivas – p, t, d, k, g, m, ny, ng´.


 Fricativas - . f, v, s, z…
 Nasais - m, n, ny, ng´.
 Africadas –pf, bv, c, j…
 Implosivas/glotalizadas – b, d.
 Laterais – l, lh.
 Vibrantes – r.
 Semi – vogais – w, y.

Pontos de articulação

Este conceito designa ao mesmo tempo os órgãos da fala que participam na


produção dum determinado som, assim como o lugar do canal respiratório onde isto
acontece. Assim, temos as consoantes seguintes:

 Bilabiais- p, b, m.
 Lábio-dentais – f, v.
 Alveolares –t, d, n, l, s, z, r.
 Palatais- ny, j, c. etc.
 Velares- k, g, ng´.

A importância da Fonética das Línguas Bantu

Para Andrade e Viana (1996, p. 115) A fonética se preocupa com o estudo


científico dos sons da fala humana, desde a sua produção até à sua percepção, preocupa-
se com os sons da palavra em suas realizações concretas, assim permitindo diferenciar
os sons representados pelas letras. Por exemplo: Muitas palavras de várias línguas
Bantu podem ser distinguidas através da brevidade ou alongação das vogais ao
pronunciar determinadas palavras.

A fonética tem grande contribuição na formação do futuro, visto que auxilia no


conhecimento do sistema da língua. O que impulsiona o entendimento dos diferentes
sons dentro do sistema de comunicação. Trata-se do domínio da linguística
fundamental na descrição dos sons da língua.

Tendo em conta os aspectos apresentados durante o presente texto, dirigidos ao


debate em curso, aprontamos a nossa intervenção dizendo que o estudo fonético
fornece o inventário e a descrição dos sons da fala somente como fenómenos físicos.

A fonética permitir que o cidadão esteja consciente da sua forma de falar e usar a
língua com mais confidência. O conhecimento da fonética das línguas bantu e de todas
as linguais constitui um sinal da flexibilidade e capacidade de adaptação, convívio e
fraternização diversidade linguística e cultural do mosaico bantu.

Referências Bibliográficas

Andrade, A; Viana M. C. (1996). Fonética. In FARIA, et al. Introdução à linguística


geral e portuguesa. Lisboa: Caminho

Cristófaro, Thaïs (2002). Fonética e Fonologia do Português: Roteiro de Estudos e


Guia de Exercícios. 6ª ed. São Paulo: Contexto.

Zona, William. Linguística Bantu: m Manual do Curso de Licenciatura em Ensino da


Língua Portuguesa UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE Centro de
Ensino à Distância.

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