Gabidomiciano,+65166 Texto+do+artigo 322573 1 18 20210803
Gabidomiciano,+65166 Texto+do+artigo 322573 1 18 20210803
Gabidomiciano,+65166 Texto+do+artigo 322573 1 18 20210803
65166
Abstract: This study seeks to analyze the transition processes that have
been occurring in the daily life of the Kalunga community in relation to
the perception of dances among the elderly and young generations.
An ethnographic research was carried out using interviews and direct
observation in the community. The interpretation occurred based
on authors who discuss the topic in the field of social sciences in the
dialogue with physical education. As a conclusion, we can say that the
bodies are intertwined in parties and dances and promote dance dialogs
established between generations. The ritual system reveals the senses
and meanings of the dances as a strategy of cultural resistance, allowing
the reconstruction of the past and the re-signification of the present of
this social group.
Introdução
1 Nome atribuído a descendentes de escravos fugidos, que habitam regiões de antigos quilombos na região central do Brasil,
no caso em tela, no Estado de Goiás (cf. notas de campo, 2011).
Metodologia
Resultados e discussão
Conclusão
De modo geral, evidenciou-se que a festa de São Sebastião
apresenta dois momentos ambivalentes. O primeiro, em que dele
participam, sobretudo, os homens, corresponde à ocasião dedica-
da ao sagrado, à religiosidade, aos cantos, à reza do terço, às ladai-
nhas, aos benditos, à procissão em volta do mastro, à devoção, ao
momento de louvar e agradecer pelas bênçãos e graças recebidas,
como também de se renovar os pedidos. O segundo momento
constitui-se pela dedicação ao profano, em que começa a dança,
passando a festa a ser um acontecimento social, de regozijo, de
divertimento, de ludicidade, de troca e interação social.
Portanto, a folia de São Sebastião atende, como outras ma-
nifestações da cultura corporal humana, a uma ambivalência,
uma hibridez, pois, para além dos momentos de descontração e
divertimento, é também o local da religiosidade, da devoção, do
agradecimento e não somente da graça recebida, mas da colhei-
ta bem-sucedida, da chuva que caiu na medida certa, da saúde
para plantar e colher. Nessa relação de ambivalência, as danças
apresentam um significado fundamental, pois elas, tanto a sussa
quanto o forró, representam o processo de socialização, que en-
cerra o processo ritual da folia, após a fincada do mastro. A dança
representa o momento da transgressão consentida, que pode ser
compreendido como o instante em que o sagrado se torna am-
bivalente, isto é, torna-se profano. Enfim, a festa traz em si uma
conformação ambivalente entre sagrado e profano.
Por fim, os ritos que envolvem o processo ritual da Folia de
São Sebastião possuem uma multiplicidade de signos e significa-
Referências
Publisher
Universidade Federal de Goiás. Faculdade de Educação Física
e Dança. Publicação no Portal de Periódicos UFG. As ideias expres-
sadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não
representando, necessariamente, a opinião dos editores ou da
universidade.