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UNIVERSIDADE ESTADUAL DA PARAÍBA – UEPB

CENTRO DE HUMANIDADE – CH
DEPARTAMENTO DE LETRAS
CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM LETRAS

GICELE DA SILVA OLIVEIRA

ENTRE O PERSONAGEM E A REALIDADE:


UMA ANÁLISE DA OBRA MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

GUARABIRA
2016
2

GICELE DA SILVA OLIVEIRA

ENTRE O PERSONAGEM E A REALIDADE:


UMA ANÁLISE DA OBRA MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

Artigo apresentado ao curso de


Licenciatura em Letras–
habilitação português- da
Universidade Estadual da Paraíba,
em cumprimento à regência para
obtenção do grau de Licenciatura
em Letras.

Orientador: Prof. Dr. Eduardo Henrique Cirilo Valones

GUARABIRA-PB

2016
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RESUMO

O tema que este artigo aborda é entre o personagem e realidade de Memórias Póstumas de
Brás Cubas (1998). Este artigo teve como objetivo geral abordar os aspectos socioculturais
entre o personagem e a realidade na obra de Machado de Assis. A metodologia adotada foi
uma pesquisa bibliográfica. Os resultados deste estudo evidenciam que a obra, acima do seu
valor autobiográfico sugere que a identidade revolucionária está definida para níveis
impessoais: o inconsciente e da sociedade. A partir da análise empreendida se verificou que a
obra de Machado de Assis, Memórias Póstumas de Brás Cubas trata-se de uma leitura sutil e
arguta da sociedade brasileira do século XIX. Este estudo conclui que a tecedura crítica da
obra machadiana em Memórias Póstumas, inaugura a estética realista e traz uma inovação,
pois, através de seu romance apresentado a partir de um defunto-narrador, observa-se que a
postura deste escritor é a de um crítico de seu tempo.

Palavras-chaves: Realismo. Sociedade. Crítica. Machado de Assis.

I. INTRODUÇÃO

A narrativa literária proposta por Machado de Assis nesta obra evoca a comparação
entre os personagens e a realidade. O autor utilizou o artifício da do defunto - narrador expor
para aspectos sociais e culturais da sociedade em que vivia, fazendo ultrapassar a mesmice de
uma narrativa comum.

O objeto de estudo deste trabalho são os aspectos socioculturais da obra Memórias


Póstumas de Brás Cubas (1998) do escritor Machado de Assis, buscando compreender a
relação entre o personagem e a realidade. “Memórias Póstumas de Brás Cubas” fazem parte
de um contexto histórico da literatura brasileira que retrata a sociedade da época, seus
costumes, crenças e valores.

Com esta obra Machado de Assis inaugurou o realismo no Brasil, tratou em sua obra,
do romantismo que primava pelo caráter heroico e pelo idealismo de suas personagens.
Trabalha a ironia como força motora de seu romance. Cuida para que haja através do seu livro
uma análise psicológica das personagens e também a interação com o leitor, presente ao longo
da narração, que contribui para que haja reflexão a respeito da situação miserável da
população. Através da individualidade de seus personagens, consegue transmitir aos leitores,
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aspectos sociais e culturais, que buscam incentivar a critica e o conhecimento ao mesmo


tempo.

Por meio da análise da fala do defunto - narrador pode-se refletir sobre as emergentes
questões sociais que fizeram e ainda fazem parte do cotidiano do povo brasileiro. Dentro do
cenário do realismo, Machado de Assis, utiliza-se de diversos aspectos para estimular a critica
social no leitor.

Dentro desse contexto, torna-se relevante, conhecer mais a fundo, as interpretações


socioculturais que envolvem essa obra, e como ela se relaciona e/ou se confronta com outras
obras, que trabalham o mesmo aspecto.

Interpretar uma obra como essa, por um olhar mais atual, trazendo para a realidade,
aspectos socioculturais daquela época e demonstrando como o personagem pode envolver a
realidade praticada, é de extrema importância para que essas obras venham a serem ainda
trabalhados e novos estudos venham a serem realizados de modo a valorizar esses autores,
essas histórias que tanto tem a nos oferecer em diferentes contextos literários.

O presente estudo apresenta como problemática os seguintes questionamentos: a) Como os

personagens da obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas” podem confrontar-se com a


realidade que vivemos? b) Quais os aspectos socioculturais relacionados a Obra “Memórias
Póstumas de Brás Cubas”?

As hipóteses elaboradas para o desenvolvimento desta pesquisa são confirmar se a) a


análise psicológica das personagens e a interação com o leitor, presente ao longo da narração,
contribui para uma reflexão a respeito da situação miserável da população, b) se a abordagem
amiúde da individualidade e da natureza das personagens contribui para a reflexão social
vivida no momento, se as relações entre capitalismo, classes sociais, cientificismo,
positivismo e escravidão estão presentes nas obras literárias mais antigas de modo a contribuir
para uma reflexão social e quanto aos avanços da sociedade, c) se o enredo da obra sustenta-
se na história brasileira, de modo a dar significado a ela por meio de referências implícitas ou
explícitas, d) se a mensagem político-social do romance configura-se como um método, uma
vez que a ousadia de Machado, expressa em sua forma literária, “onde lucidez social,
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insolência e despistamento são tratadas como características humanas onde adota respeito a
uma posição insustentável, que, entretanto é de aceitação comum, ainda nos dias atuais e, e)
confirmar também se o autor trata de contradições de uma sociedade, que, por um lado, aspira
à cultura, ao conhecimento e ao modo de vida europeia, mas que, por outro, se sustenta em
um modo de produção escravista e isso da um sentido de reflexão aos leitores.

Face ao exposto este artigo apresenta como objetivo geral abordar os


aspectos socioculturais da obra de Machado de Assis intitulada “Memórias Póstumas de Brás
Cubas”. Para que esse objetivo geral venha a ser atendido, alguns objetivos específicos como:

 Discorrer sobre a obra “Memórias Póstumas de Brás Cubas”;

 Fazer uma análise dos aspectos socioculturais nessa obra de Machado de Assis;

Justifica-se a realização desse estudo, ao fato que a obra “Memórias Póstumas de


Brás Cubas” tem muito a nos oferecer em sentido social e cultural, abordando em seu enredo
aspectos que possibilitam a reflexão de uma sociedade atual, onde personagem e realidade se
confrontam em situações já vividas e ainda vivenciadas pelo povo brasileiro.

A metodologia adotada para este estudo é uma pesquisa bibliográfica. Segundo


Santos (1999), o objetivo geral de uma pesquisa deve ser capaz de expressar claramente
aquilo que o pesquisador visa alcançar com sua investigação, havendo a necessidade da
delimitação e orientação dos raciocínios a serem desenvolvidos, permitindo a construção dos
pensamentos a partir do problema do estudo apresentado. Dessa maneira, compreende-se que
é de suma importância apresentar os procedimentos metodológicos do trabalho, uma vez que
a pesquisa possui a missão de identificar respostas simples e objetivas para os problemas
propostos, assumindo a construção da realidade.

Desse modo, a metodologia deste estudo foi realizada através de uma pesquisa
exploratória baseada no levantamento bibliográfico, auxiliando o pesquisador na obtenção do
conhecimento propriamente dito em relação ao tema escolhido.

A pesquisa exploratória visa prover o pesquisador de um maior


conhecimento sobre o tema ou problema de pesquisa em perspectiva. Por
isso, é apropriada para os primeiros estágios da investigação quando a
familiaridade, o conhecimento e a compreensão do fenômeno por parte do
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pesquisador são, geralmente, insuficientes ou inexistentes (MATTAR, 1999,


p. 80).

Para tanto, como instrumentos de pesquisa, foram utilizados livros, artigos de


periódicos virtuais e sites na internet dos órgãos competentes que abrangem os assuntos
abordados no trabalho, a fim de auxiliar no desenvolvimento dos tópicos desejados.

O instrumento de coleta de dados foi o fichamento de informações, cuja finalidade é


organizar os dados das pesquisas bibliográficas empreendidas no trabalho. Segundo Lakatos e
Marconi (2000) este método auxilia o autor na análise individual e estrutura dos objetos
estudados, melhorando o entendimento do tema separadamente ou conjuntamente, auxiliando
no desenvolvimento do texto abordando os objetivos do estudo como um todo.

Logo, para realização desse estudo realizou-se uma pesquisa bibliográfica, para
buscar informações junto a literatura nacional sobre estudos, pesquisas e documentos que já
foram realizados sobre o assunto através de documento ou documentação bem como,
toda base de conhecimento material e suscetível de ser utilizada para consulta sobre o assunto
proposto nesse estudo. Para tanto, utilizei-me de Banco de Dados científicos, bibliotecas
Virtuais, Bibliotecas físicas e acervos virtuais e físicos, que contém informações ou dados
relacionados ao tema de referida pesquisa.

Para me aprofundar no conhecimento sobre o assunto trabalhado, foi realizada uma


pesquisa exploratória buscando informações junto a um público potencial, que possa
responder meus questionamentos acerca do assunto e que me deem suporte para fazer as
análises e avaliações necessárias para conclusão dessa pesquisa e também para resgatar dados
e informações em relação ao assunto trabalhado nesse estudo e por ser um tipo de pesquisa
muito específica, ela assumirá a forma de um estudo de caso (GIL, 2008).

Também foi necessária a pesquisa descritiva, para abranger o tema proposto de modo
que os leitores e interessados nesse estudo possam compreender todo trabalho, desde a origem
das informações até a aplicabilidade prática dos resultados obtidos, que conforme Gil (2008)
possui como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de uma
experiência e a pesquisa explicativa, para experimentar as informações obtidas pela pesquisa
bibliográfica e comparando-as com os dados obtidos através da pesquisa exploratória, que
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segundo Gil (2008) tem como objetivo primordial identificar fatores que determinam ou que
contribuem para a ocorrência de fenômenos, sendo esta a que mais aprofunda ao
conhecimento da realidade, e por isso mesmo, está fortemente calcada em métodos
experimentais.

I. ASPECTOS BIOBIBLIOGRÁFICOS DE MACHADO DE ASSIS

A obra de Machado de Assis é bem diversificada. Em 1855, em contato com o grupo


de escritores que se reuniram na biblioteca de Paula Brito e publicou seu primeiro poema,
"Um anjo". Em seguida, começa uma atividade intelectual permanecerá ininterruptamente até
sua morte em 1908. Sua primeira colaboração é uma tradução da prosa de Lamartine e seu
primeiro estudo crítico major, "O passado ou presente ou futuro e dá literatura" reflete sobre a
formação de uma literatura nacional.

Em 1860 ele passa a colaborar na do Rio Journal. Machado será responsável pela
revisão dos debates do Senado. Forçado a refletir sobre a vida política e social, a experiência
representa para rapaz de vinte anos de aprendizagem interessante. Esta parte do seu trabalho
mostra uma excelente jornalista que começa a construir dessa forma inconfundível de dizer,
tão plana e profunda ao mesmo tempo, marcado por uma ironia inteligente.

Dois eventos de vida na biografia de Machado acontecem nos próximos anos: a


admissão à administração do Estadom em 1867 no Jornal Oficial e, em seguida, em 1873,
pelo Ministério da Agricultura- e seu casamento com Carolina Xavier de Novais, em 1869.

Em 1870, seu segundo volume de poesia, aparece traças. Mas nesta década será
marcada pelo desenvolvimento do narrador. Contos fluminenses (1870) e As Histórias Da
Meia-Noite (1873), Ressurreição (1872), seu primeiro romance, é também uma obra
convencional, embora seja percebida em uma das principais características do Machado como
um romancista: a penetração psicológica.

Em seus próximos três romances, relacionados tematicamente, A Mão e a Luva


(1874), Helena (1876) e Iaiá Garcia (1878), o escritor parece determinado a resolver o
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problema que tinha surgido em seu ensaio “Notícia da atual literatura brasileira: instinto de
nacionalidade” (1873), o que acima de tudo deve exigir o escritor declara não é um
sentimento que se torna o homem de seu tempo e de seu país, mesmo ao tratar de questões
remotas no tempo e no espaço.

Bergamini (2013, p.3) ressalta que:

Notícia da atual literatura brasileira – Instinto de nacionalidade" foi


publicado pela primeira vez em 24 de março de 1873, em O Novo Mundo,
periódico brasileiro impresso em Nova Iorque e editado por José Carlos
Rodrigues. Em carta de 22 de setembro de 1872, Rodrigues pediu a
Machado um estudo sobre o caráter geral da literatura brasileira
contemporânea, criticando boas e más tendências, "no aspecto literário e
moral". Rodrigues mencionou o desejo de traduzir o ensaio para o inglês e
prometeu pagar o "melhor que puder".Correspondência entre os dois indica
que em dezembro o artigo estava quase pronto.

Depois da crise de saúde grave que o abateu entre outubro de 1878 e março 1879, ele
escreve Memórias Póstumas (1881), com o qual consegue transpor a forma como as relações
sociais brasileiras. Nestes romances, talvez refletindo sobre o abandono de sua boa madrasta,
defende a ambição de mudar de classe, mesmo à custa de sacrifícios no nível emocional.
Segundo Schwarz (2000, p.14):

A persistência na afronta, sem a qual as Memórias ficariam privadas de seu


ritmo próprio, funciona como um requisito técnico. Para cumpri-lo o
narrador a todo momento invade a cena e “perturba” o curso do romance.
Essas intromissões, que alguma regra sempre infringem, são o recurso
machadiano mais saliente e famoso. A crítica as tratou como traço
psicológico do Autor, deficiência narrativa, superioridade de espírito,
empréstimo inglês, metalinguagem, nada disso estando errado. Neste ensaio
serão vistas enquanto forma, tomado o termo em dois sentidos, a) como
regra de composição da narrativa, e b) como estilização de uma conduta
própria à classe dominante brasileira.

Com este romance, Machado começou a sua fase de maturidade que o eleva à altura
dos grandes mestres do realismo do século XIX. É também inicia sua aula de história do
Brasil, o que revela uma sociedade em conflito com o país romântica de que forma a narrativa
de Alencar.
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De acordo com Moisés (2001, p.42) Machado de Assis era um escritor cético, de pés
no chão, realista e observador do espetáculo humano. Para Silveira (2001, p.14):

A adesão de Machado de Assis a realidade, e não ao cientismo materialista e


inventariante do Realismo, era sintoma de que a largueza de sua visão de
mundo não cabia nos estreitos limites de uma escola literária que reduzira o
real a sua parcela sensível, aquela que captada apenas pelos nossos sentidos
falaciosos, deixando a parte inteligível, aquilo que se oculta aos nossos
olhos, que s6 e apreensível pela inteligência ou intuição

Se os relatórios são aclimatar entre 1805 e 1869, descobrindo o servil e familiar


organização, em seguida, Quincas Borba (1891) e Dom Casmurro (1990) mostram o período
de crise entre 1867 e 1871, quando o capitalismo começou a enfraquecer estruturas do
império. E, finalmente, Esaú e Jacó (1904) e Memorial de Aires (1908) vai cuidar dos anos
mais próximos marcados por marcos da abolição da escravatura e a proclamação da
República.

Tão brilhante como seus romances, são suas histórias desta etapa, fazendo Machado
um mestre do gênero, talvez o primeiro grande contador de histórias da América Latina.
Papéis Avulsos (1882), que inclui "O alienista".

Quase todas estas obras foram escritas são narrativas em meio à vida pacífica e
ordeira do oficial Machado. E alguns depois de sua aposentadoria forçada em 1897. Até então
algum tempo foi considerado o melhor escritor brasileiro. Sua aclamação como presidente da
Academia Brasileira de Letras, que foi membro fundador, foi um reconhecimento mais.

Em 1869 já era um autor apreciado e nesse mesmo ano casou-se com Carolina
Augusta Xavier de Novais. Seus escritos mais famosos estão enraizados na tradição europeia;
seus estudos psicológicos, principalmente enquadrado no Rio, um tom pessimista. Em 1896,
ele cria a Academia Brasileira de Letras, e é seu presidente até o dia da sua morte.

Memórias Póstumas Brás Cubas (1881) é uma narrativa que utiliza técnicas de
associação livre. Outros romances notáveis são: Quincas Borba (1891), Dom Casmurro
(1900) estudo do ciúme, considerada a obra-prima de Assis, e seu mais recente romance,
Memorial de Aires (1908).
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Machado de Assis mudou significativamente a literatura brasileira através da obra


“Memórias Póstumas de Brás Cubas” quando deu origem a um narrador que conta a história
de sua própria vida depois de morto, além de que, usa da ironia para expor os privilégios da
elite daquela época.

Em síntese, a história inicia contando sobre a infância de Brás Cubas, que como
qualquer membro da sociedade patriarcal daquela época, era marcada por privilégios que lhes
eram dados pelos pais.

Calabresi e Bittar (2011, p.3) explicam que:

O romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, foi


escrito em primeira pessoa. O narrador, Brás Cubas, na condição de defunto,
relata sua vida. Brás é um representante da classe senhorial, sendo
proprietário de terras e de escravos, e o enredo do romance discorre sobre as
futilidades e caprichos deste aristocrata, que tinha todas as suas vontades
obedecidas prontamente desde sua infância, tendo até mesmo um escravo
para que ele montasse, como se este fosse um cavalo.

Brás Cubas tinha um negrinho chamado Prudêncio, que lhe servia de montaria, a
quem tratava mal de todas as formas possíveis, esse era seu “brinquedo” principal. Quando ia
para escola, amigo de Quincas Borba que juntamente com ele idealizava traquinagens.

Quando jovem Brás Cubas não continha seus gastos com uma cortesã, uma prostituta
de luxo de nome “Marcela” a quem ele escreveu “Marcela amou-me durante quinze meses e
onze contos de réis”. Machado de Assis sabiamente utiliza-se da ironia e do eufemismo para
expor a situação de Marcela, uma vez que em nenhum momento do texto ele cita a palavra
“prostituta”, no entanto, nos deixa, a saber, a todo tempo do que se trata.

Da mesma forma, Machado de Assis não expunha em sua obra que Marcela
mantinha sua relação por interesse financeiro, mas a todo tempo deixa-nos entender essa
relação dinheiro e amor.

Pela paixão por Marcela, Brás Cubas gasta fortunas com festas, presentes e toda sorte
de frivolidades.

Na tentativa de amenizar a situação, seu pai envia-o para estudar Leis na Europa e
conquistar assim o bacharel em Coimbra. Para onde Brás Cubas segue contrariado e triste por
não ter se despedido de sua amada.
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No entanto, o período que Brás Cubas passou no exterior, não mudou muito suas
atitudes. Mesmo com o diploma nas mãos e total inaptidão para o trabalho, o personagem
retorna ao Brasil e segue sua existência parasitária, gozando dos privilégios dos bem-nascidos
do país.

Ele conhece um novo amor, chamado Vigília, parente de um ministro da corte, cujo
relacionamento era apoiado pelo seu Pai, que tinha uma visão politica encima de seu possível
casamento.

No entanto, Virgília casa-se com Lobo Neves, que seguiu a candidatura a deputado,
tão esperada pelo pai de Brás Cubas. O que foi algo ruim para sua família que apesar de rica,
não expressava aparências sociais louváveis para sociedade, uma vez que conquistou sua
fortuna fabricando cubas e tachos à maneira burguesa. Por essa razão ter o filho na politica era
algo almejado pela sua família, que objetivava ascensão social, um título nobre que ainda
faltava a eles.

Os personagens principais da história podem ser assim esquematizados:

Brás Cubas: filho abastado da família Cubas, o qual é o narrador do livro e conta
suas memórias, escritas após a morte, e nessa condição é o responsável pela caracterização de
todos os demais personagens.

Virgília: O amor tão esperado de Brás Cubas, sobrinha do ministro, a quem o pai de
Brás Cubas via como grande possibilidade de acesso, para o filho, ao mundo da política
nacional.

Marcela: Amor de Brás Cubas na adolescência.

Eugênia: a considerada pelo autor “flor da moita”, filha de um casal que ele havia
flagrado, quando criança, namorando atrás de uma moita; pela qual o protagonista se
interessou, mas não quis levar adiante seu romance com ela por esta ser uma garota coxa.

Nhã Lo Ló: Moça simples, com quem Brás Cubas teve um relacionamento, sendo
sua ultima oportunidade de casar-se, a qual morreu de febre amarela aos 19 anos.
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Lobo Neves: Seu substituto politico, o qual casou-se com Vigília e seguiu a carreira
política sólida, tão almejada por Brás Cubas, no entanto, sofreu com o adultério da esposa
com o protagonista.

Quincas Borba: teórico do humanitismo, doutrina à qual Brás Cubas adere, morre
demente.

Dona Plácida: representante da classe média, a qual tem uma vida de muito trabalho
e sofrimento.

Prudêncio: escravo da infância de Brás Cubas, o qual ganha depois sua alforria.

II. ENTRE O PERSONAGEM E A REALIDADE: UMA ANÁLISE DA OBRA


MEMÓRIAS PÓSTUMAS DE BRÁS CUBAS

Ao realizar uma análise do romance, direcionada a questões socioculturais, podemos


compreender que Machado de Assis utilizou-se das experiências de um filho abastado da elite
brasileira do século XIX, dando a esse personagem o nome de Brás Cubas, através do qual
contou inúmeros caprichos da elite daquela época.

Segundo Calabresi e Bittar (2011) Machado de Assis viveu no Brasil do século XIX
no qual produziu a obra Memórias Póstumas de Brás Cubas, era uma organização social
formada por grandes latifundiários, que utilizava mão-de-obra escrava e a economia estava
voltada para a monocultura de exportação. A população brasileira estava dividida em grandes
latifundiários, escravos e uma classe intermediária, os homens livres, ou dependentes.

Ao iniciar a obra ele provoca o leitor para descobrir o que o narrador e o escritor
pretendem com a narrativa. Com isso o autor utiliza a metalinguagem para ironizar e incutir
no leitor o desejo de ler a obra (CARVALHO, 2008). Com isso o universo machadiano
contribuiu para o desenvolvimento da crítica literária brasileira.

Campedelli (2004, p. 145) afirma as seguintes palavras:

A posição de Machado de Assis no panorama da Literatura Brasileira é a de


um renovador, não apenas porque realmente revolucionou a narrativa
brasileira, imprimindo a ela um tom mais verossimilhante e menos
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supérfluo, mas também porque foi além de seu tempo imprimindo-lhe um


senso psicológico notável.

A obra é um retrato fiel da realidade social, cultural e política do Brasil no século


XIX. Período em que a sociedade estava completamente subordinada à vontade do Imperador.
Persistia a hipocrisia. A política dos “favores”. Enfim, só conseguia ascensão social e política
quem era amigo do “império”.

Em 1881, época em que a obra foi escrita, o Brasil tinha como forma de governo a
Monarquia, cujo imperador era D. Pedro II. Nesta época o governo buscava a ostentação por
meio de um sistema político de monarquia parlamentar, onde quem governava era um
imperador com alto grau de sofisticação e um corpo legislativo bicameral, com a
concentração do poder nas mãos de grandes latifundiários (CALABRESI; BITTAR, 2011).

Em face deste panorama vê-se a questão social, econômica e política no Brasil com
remanescentes no domínio da Coroa Portuguesa, se mostrando como retrocesso. Mesmo
diante das crises internacionais experimentadas nos tempos dos engenhos de cana- de- açúcar,
os proprietários das grandes extensões de terra no Brasil não perdiam sua riqueza, pois, o
capital empregado estava na força de trabalho escravo que já havia sido adquirido (MERA.
2008).

Nakatani et al (2012, p.3) afirmam que:


Apesar de uma menor taxa de retorno no comércio internacional, os senhores
de engenhos e os grandes proprietários não pulverizavam sua riqueza
composta basicamente por terras e escravos e assim mantinham a base de
seu poder e a recorrência do latifúndio na história brasileira.

Mesmo em momentos de crise a “empresa” agrícola não era capaz de criar tensões
para modificar sua estrutura, uma vez que na alta de preços, os proprietários expandiam seu
domínio territorial, compravam maquinários e adquiriram mão-de-obra escrava (NAKATANI
et al, 2012).

Sobre as oligarquias agrárias existentes no Brasil, o historiador Caio Prado Junior


(1955, p.80) diz as seguintes palavras:

A grande exploração, com sua produção comercial, representa o


empreendimento agromercantil de uma classe socialmente bem diferenciada
e caracterizada no conjunto da população rural: os grandes proprietários e
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fazendeiros, que, aliás, não se enquadram e integram propriamente naquela


população, a não ser pelo fato de seu negócio ter por objeto a produção
agrária, e de eles disporem para isso, como classe, da maior e melhor parcela
da propriedade fundiária.

Compreende-se que elite agrária estava empenhada em manter as mesmas relações


econômicas de produção, baseadas nos latifúndios e do sistema escravocrata, com a exclusão
das camadas populares do poder, usando como meio, o voto censitário e pela não extensão da
cidadania aos índios e escravos, que constituíam uma porcentagem considerável da população
(CALABRESI; BITTAR, 2011)

Para se ter uma ideia desta porcentagem, no recenseamento da capitania de


Minas Gerais, Vila Rica, em 1804, havia um total de 8.180 pessoas
recenseadas, das quais, 6.087 livres e 2.893 escravos, sendo a maioria da
população composta de crioulos e pardos. Ainda segundo a autora, as linhas
de classe e de cor coincidiam tanto na zona urbana quanto na zona rural, e
nos lugares em que havia brancos e homens de cor, os primeiros
representavam sempre a elite. De modo geral, as condições inibidoras do
desenvolvimento urbano no período colonial mantiveram-se no século XIX
(CALABRESI; BITTAR, 2011, p.6).

Nesse período ainda vigorava o sistema escravocrata e a sociedade era totalmente


submissa ao Imperador que governava com amplos e irrestritos poderes sempre embasados no
Poder Moderador.

Desta forma os valores aristocráticos eram amplamente disseminados na sociedade.


Estes valores estavam devotados para desvalorizar do trabalho manual, buscar o lazer; ter
espírito de rotina; desvalorizar o avanço; relações de vinculação; família extensa; e voltada
para ostentação (CALABRESI; BITTAR, 2011).

Freire e Aguiar (2012) relatam que nesta obra de Machado de Assis, a personagem
Prudêncio, representa a população negra, dentro de um contexto social em que há predomínio
da elite branca. A personagem exemplifica a situação social humilhante estas pessoas, que
viviam naquela época. Constata-se nos seguinte trecho da obra:
Prudêncio, um moleque de casa, era meu cavalo de todos os dias; punha as
mãos no chão, recebia um cordel nos queixos, à guisa de freio, eu trepava-
lhe ao dorso, com uma varinha na mão, fustigava-o dava mil voltas a um
lado, e ele obedecia, - algumas vezes gemendo, - mas obedecia sem dizer
palavra, ou, quando muito, um – „ai, nhonhô!‟- ao que eu retorquia: - „Cala a
boca, besta!... (ASSIS, 1998 p. 37).
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O papel social representado por esta personagem demonstra os sentimentos de


subserviência que o negro tinha em relação ao branco. Mesmo ele sendo proprietário de um
comércio estará sempre pronto a servir o seu senhor (FREIRE; AGUIAR, 2012).

Ainda nessa época, a doutrina adotada no Império Brasileiro era o positivismo


jurídico, cujos bacharéis, juízes e juristas faziam leis sempre para defender os interesses do
Imperador. Motivo pelo qual Machado de Assim, retrata as mazelas da sociedade política e
jurídica do século XIX em sua narrativa.

Vale destacar aqui que Machado de Assis foi um escritor do Realismo, que tinha
objetivo mostrar o homem e a sociedade como realmente eles eram na época, motivo pelo
qual o autor vive a realidade da sociedade da época dentro da obra ficcional Memórias
Póstumas de Brás Cubas.

Memórias Póstumas de Brás Cubas trata-se de uma leitura sutil e arguta da


sociedade brasileira do século XIX e é a partir de seu narrador-defunto que ele retrata a
ambivalência da elite brasileira, fascinada pelo liberalismo burguês europeu e fundada na
sociedade escravocrata. Por isso, foi muito inteligente e astuto em criar uma personagem
mutável, que descreve a sociedade na qual está inserido (SENNA, 2009).

Nas palavras de Dias (2008, p.7):

Apesar desse desdém que expressa, o defunto memorialista insiste em


estabelecer uma comunicação, um diálogo direto com o seu leitor potencial.
Ao mesmo tempo, também fala à sua própria consciência. E, em ambos os
casos, faz sem melindres ou meias-palavras. O que em hipótese alguma quer
dizer que o romance envereda pelas facilidades do relato linear, tão ao gosto
dos naturalistas. Ao Contrário. Não há no texto uma linearidade rígida,
justamente porque o que é exposto é a “subjetividade decadente”
(MERQUIOR, 1979, p. 87) do personagem. As suas memórias são, em
suma, a história de um homem comum, igual a tantos outros de sua classe:
um irresponsável desfrutador.

A Literatura realista teve seu surgimento na França com a obra de Gustave Flaubert
intitulada Madame Bovary, em 1857, e com o romance de “tese” de Émile Zola (1840-1902).
Outros pensadores influenciaram a literatura realista como de Augusto Comte (com
18

positivismo) Nietzsche (com niilismo); Hippolyte Taine (determinismo); e Schoppenhauer


(pessimismo).

No Brasil vivenciava-se um momento de transformação histórica quando o Realismo


se constituiu. A primeira obra naturalista foi O Mulato, de Aluísio Azevedo e o primeiro
romance realista foi Memórias Póstumas de Brás Cubas.

Esta obra de Machado de Assis foi considerada uma inovação para o campo literário
brasileiro, sendo que contribuiu para a inauguração da estética Realista no país e também pelo
fato de marcar a produção madura deste autor, que foi extensamente abalizada pela ironia e
pela sutileza no tratamento das relações pessoais e sociais (RIBEIRO, 2013).

Ribeiro (2013, p.4) esclarece que:

O Realismo marcou a metade do século XIX e, na instância formal,


reafirmou as conquistas do Romantismo. Por sua vez, do ponto de vista
conteudístico e temático, observam-se profundas preocupações em se
estabelecer vínculos com o ideário cientificista que marca esse século. O
Realismo em conformidade com os avanços das ciências e do pensamento
filosófico buscou tornar essa percepção de mundo mais precisa, mais
objetiva.

Na análise empreendida por Belline (2015) se constata que o romance Memórias


Póstumas de Brás Cubas, de Assis, escrito no final do século XIX, é visto como uma obra que
contribuiu para iniciar o romance realista no Brasil. A personagem Virgília apresenta as
dicotomias existentes na vida social que marcava aquele momento histórico, qual seja: classe
pobre e classe rica, sendo esta a dominante e a primeira a dominada. Outro aspecto social
abordado é a questão da juventude e da velhice, que englobam aspectos da dignidade e
desonestidade, envolvendo o plano socioeconômico da realidade na qual as personagens
estavam submersas e que por usa vez caracterizavam a realidade do Brasil naquele momento.

O protagonista era de uma família rica do Rio do Janeiro, mas sem tradição na
política, que para aquele período da história, era o que dava sentido a nobreza das pessoas da
elite. Brás Cubas retratava os filhos da elite, que não gostavam de trabalhar, gozavam de
vários privilégios com o país.

Schwarz (2000, p.14) relata que:


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No romance machadiano praticamente não há frase que não tenha segunda


intenção ou propósito espirituoso. A prosa é detalhista ao extremo, sempre à
cata de efeitos imediatos, o que amarra a leitura ao pormenor e dificulta a
imaginação do panorama. Em consequência, e por causa também da
campanha do narrador para chamar atenção sobre si mesmo, a composição
do conjunto pouco aparece.

Demonstrou o cuidado com a imagem e o dinheiro, através do fato dele ir estudar


bacharel em Leis em Coimbra. Também demonstrou os interesses políticos da época, quando
descreveu que o pai queria casá-lo com uma filha de político e fazê-lo deputado. Ou seja, ele
era um típico cidadão da sociedade política, social e cultural do século XIX.

Naquela época, no Brasil, os filhos das famílias mais abastadas eram enviados para a
Europa para tornarem bacharéis em Direito. Depois retornavam ao Brasil e monopolizavam a
política brasileira. Eram nomeados juízes ou elegiam-se deputados. Depois se tornavam
senadores e ministros de Estado.

Essa questão politica era tão forte no cenário social da época, que político era
sinônimo de pessoa que não gostava de trabalhar e que gozava dos privilégios oferecidos pelo
Imperador. E o interesse politico era tanto em famílias nobres que mesmo perdendo o
casamento e a cadeira de deputado, Brás Cubas tornou-se amante de Virgília e amigo pessoal
de Lobo Neves, que sempre falava das mazelas da política, desta forma o personagem poderia
estar próximo da alta elite e chegando cada vez mais próximo de conquistar seus desejos
políticos e sociais.

Podendo parecer tarde, mas com 50 anos o personagem conquistou seu objetivo,
Elegeu-se deputado. Mas foi considerado medíocre por seus pares. Não fez nada que se
aproveitasse.

Conforme foi analisado na obra, verifica-se a questão de gênero muito evidente,


havendo distinção no tratamento entre mulheres da classe dominante e da classe dominada. A este
respeito Belline (2012, p.3) relata que:

A vida correria doce e tranqüila para as mulheres da classe dos proprietários,


sem preocupações de ordem prática ou moral. Para as pobres, contudo,
nenhuma solução poderá ser encontrada, seja pelo trabalho ou pelo
casamento.
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Em sua obra o autor, delimita seu enredo nas características psicológicas das personagens
principais. Em relação a isto Oliveira (2008, p. 73) relata que:

Machado de Assis indica um olhar sobre a realidade psicológica de suas


personagens de modo inédito nas narrativas no cenário literário brasileiro.
Esta característica é chamada de Realismo Psicológico, pois, a ação extrema
de suas obras está subordinada a uma avaliação interna ora é feita pela
personagem narrador, ora pela voz narrativa em terceira pessoa.

A tecedura crítica da obra machadiana em Memórias Póstumas inaugura a estática


realista e traz uma inovação, pois, através de seu romance apresentado a partir d eu um
defunto-narrador, observa-se que a postura deste escritor é a de um crítico de seu tempo, pois,
subverte as normas da literatura convencional e cria um narrador não seguro, que pertence à
classe dominante, gozando de privilégios sociais. Com seu defunto-narrador, Machado tece
crítica social de forma indireta para a realidade social de sua época.

Teixeira (1998, p. 87) assevera que:

Com as Memórias Póstumas Brás de Cubas, Machado de Assis não escreveu


um romance: inventou um defunto empenhado em recompor seus dias
mediante um livro de memórias. Em vez de romance, o que existe é uma
cabeça agitada por lembranças e pensamentos. Brás Cubas é um homem
muito pouco sistemático para compor uma estória segundo as regras do
gênero. Além disso, acha-se em estado de euforia pela experiência da morte,
o que lhe tira o equilí- brio para uma reconstituição ordenada da vida.

Com sua obra marcada pela criticidade este escritor se torna o inaugurador do
Realismo na literatura brasileira. Observa-se que o narrador-defunto se coloca numa posição
distante da sociedade em que vive e rompe seus laços com ela pela morte, tendo o liberdade
para expor suas críticas . Assim, sua narração adota um tom de ironia e de sarcasmo. O
protagonista, Brás Cubas, liberto das convenções sociais repressoras, torna sua narrativa uma
crítica da sociedade brasileira do século XIX (CALABRESI; BITTAR, 2011).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Este artigo teve como objetivo geral abordar os aspectos socioculturais da obra de
Machado de Assis intitulada “Memórias Póstumas de Brás Cubas” (1998).

Com este romance, narrado pelo falecido Brás Cubas, Machado deixa a fórmula de
realismo europeu. A arbitrariedade com que o grande Sr. Cubas conta sua vida traduz a
ousadia da dominação de classe no Brasil e aponta o conflito entre a força profunda das
propriedades e a superficialidade da burguesia na vida nacional. Memórias, acima do seu
autobiográfico frágil sugere que a identidade revolucionária está definida para níveis
impessoais: o inconsciente e da sociedade.

A partir da análise empreendida se verificou que a obra de Machado de Assis,


Memórias Póstumas de Brás Cubas trata-se de uma leitura sutil e arguta da sociedade
brasileira do século XIX e é a partir de seu narrador-defunto que ele retrata a ambivalência da
elite brasileira, fascinada pelo liberalismo burguês europeu e fundada na sociedade
escravocrata.

O presente estudo demonstrou que a tecedura crítica da obra machadiana na em


Memórias Póstumas, inaugura a estática realista e traz uma inovação, pois, através de seu
romance apresentado a partir de um defunto-narrador, observa-se que a postura deste escritor
é a de um crítico de seu tempo.

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