Antiguidade Clássica

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Origens históricas da especulação filosófica

ETAPAS DA HISTÓRIA DA EXPÊRIENCIA


PERGUNTA CENTRAL CONCEITO CENTRAL MODO DE EXPLICAÇÃO CARÁTER
FILOSOFIA OCIDENTAL FUNDAMENTAL

FILOSOFIA GREGA Natureza como processo Por que existe ordem e Natureza (Orden natural Como se produz a gênese Assombrada curiosidade
(VI a. C. – IV d. C.) ordenado não caos? = cosmos) natural necessária ante a ordem natural

FILOSOFIA CRISTÃ Como se produz a gênese


MEDIEVAL Deus como criador Por que existe o ser e Reverência e gratidão
Deus do criado a partir de
(contingência do criado) não só o nada? ante o sagrado
(IV d. C. – XIV) Deus

FILOSOFIA MODERNA O homem é o Como se produz a gênese


Confiança e otimismo
fundamento do mundo Que é o homem? Homem da realidade a partir do
(XVI – XVIII) nas forças do homem
que habita homem

Que novo Deus –pergunta


Crise dos âmbitos
FILOSOFÍA Heidegger-, novo homem
tradicionais de
–Nietzsche-, nova ordem Pluralidade de modos de
CONTEMPORÂNEA fundamentação da Pluralidade de conceitos Desencanto
natural –naturalismo explicação
(XIX em diante) realidade: Natureza, Deus
ecologista – pode nos
e homem
salvar?
▪ A poesia (Homero, Hesíodo);
▪ A religião (mistérios e religião pública sem dogmas fixos ou
sacerdotes que guardem uma hermenêutica vinculante);
▪ As condições sociopolíticas (bem-estar econômico, liberdade nas
colônias, pluralismo, sentimento de pertencimento à cidade,
identificando indivíduo como cidadão, ética e política, clima de
liberdade de especulação, democracia;
▪ A evolução da linguagem escrita.
▪ A explicação mítica converte as entidades em deuses, no sentido de que qualquer
‘comportamento’ de uma determinada entidade é explicado por uma vontade
‘pessoal’ dela mesma. Aparecem, então, hierarquias de Entidades e o reflexo dessa
ordem no mundo dos valores humanos.
▪ A Filosofia converteu Deuses em ‘elementos’ materiais: GEA, OKEANOS, CAOS,
CRONOS, DIKÉ... Pode-se comparar, por exemplo:
- Hesíodo: “No começo era Okeanos”  Tales: “No começo era Água”.
- Hesíodo: Caos  Anaximandro: To Apeíron.
(Importante: o mito não tem autores e não necessita de fundamento)

→ Logos: Lei como causalidade / Mithos: Lei como vontade; / Teleologia


▪ As noções que empregam os primeiros filósofos,
como as de destino, justiça, alma, deus, não foram
criadas nem elaboradas por eles, são ideias
populares. A ideia deles sobre a ordem da natureza,
como uma agrupação regular de seres ou forças
aos que o destino soberano impõe limites, deve-se
à transposição da ordem social da ordem social ao
mundo exterior.
▪ Talvez a filosofia tenha sido,
em sua origem, uma espécie
de ampla metáfora social
▪ No ensaio “O nascimento da filosofia”, de William Jordan, alguns fatores e
características são apontados como plausíveis para a emergência da filosofia em
Mileto, colônia grega na Ásia Menor. Quais são esses fatores?

▪ Casa: Atividade Leitura do capítulo 1 e realização do questionário correspondente


e leitura do capítulo a respeito dos Pré-Socráticos.
▪ Por que Sócrates marca o ponto de giro?

▪ Pensadores da natureza:
→ Physis: designa o processo de surgimento e desenvolvimento dos seres a partir de
um princípio.

▪ Atitude racional frente às explicações do mundo, porém plurais e mesmo


antitéticas (críticas): não devemos buscar respostas sobre a realidade fora da
realidade.
▪ Ideia de causalidade natural – nexo causal – cosmos – arché.
➢ ἀρχή (arqué): origem, princípio, fonte original.
Exemplo: ἐξ’ ἀρχῆς: a partir do princípio ou ἐξ’ ἀρχῆς λόγος: o argumento primordial, a
premissa.

➢ Kosmos: crença fundamental numa realidade ordenada. Na filosofia, ordenada


racionalmente. Diferente do Kaos. O mundo só é compreensível se for racional.
Nossa racionalidade corresponde ao ordenamento geral do Real.

➢ Logos: discurso racional, palavra, razão.

➢ Popper e a atitude crítica: origem da filosofia.


▪ Possível origem fenícia.
▪ Astrônomo e geômetra prático (previu um eclipse em 585 a.C.).
▪ Afinidade de sua ideia de arché com a mitologia babilônica, mas abandonou a
forma de explicação mitológica (por isso o título de primeiro filósofo).
▪ Água presente nas coisas vivas. Substância essencial.
▪ Alma (anima kinetikos) doadora de vida – imã.
▪ O mundo animado está cheio de divindade.
▪ Conhecimento enciclopédico: traçou o primeiro mapa dos limites da terra
e do mar; construiu em Esparta um relógio e uma espécie de esfera
astronômica.
▪ Concebeu o apeiron
▪ “As coisas existentes perecem naquelas nas que se originaram, segundo a
necessidade, pois se pagam mutuamente pena e retribuição por sua
injustiça, segundo o ordenamento do tempo”
▪ Noção de divindade (eterna e imperecível) diferente da de Homero e
Hesíodo.
▪ O apeiron envolve todas as coisas e as governa (relações humanas na pólis
servem pra explicar as relações cósmicas).
▪ Os primeiros seres vivos foram gerados a partir do úmido, depois se
mudaram para o mais seco. O homem teria sido gerado por animais de
outras espécies.
▪ “A natureza subjacente é una e ilimitada, mas não indefinida, como nos diz
aquele, senão que é definida e a chamamos ar”
▪ As coisas que procedem do ar são limitadas. Dele nascem todas as coisas e
nele se dissolvem novamente.
▪ E assim como nossa alma, diz, “que é ar, mantém-nos unidos, do mesmo
modo o hálito e o ar envolve todo o cosmos (função estrutural, logos).
▪ O comprimido e condensado é frio e o rarefeito e relaxado é quente”.
Todos os elementos surgem devidos aos efeitos dessa variação.
▪ O ar não é só um elemento, é o princípio vivente do universo e está em
movimento perpétuo. O princípio primeiro é também o princípio motor.
▪ Crítica possível: se o arché precisa de calor e frio para mudar, de onde
surgem eles?
▪ Precursor dos eleatas (apesar de jônico). Esteve no sul da Itália.
▪ Ataque ao antropomorfismo.
▪ Deus único, quase um panteísta.
▪ Arché – terra.
▪ Crítico da sociedade e das antigas crenças mitológicas.
▪ Filósofo rústico (Aristóteles)
▪ Filósofo da rua, intinerante.
▪ Deus nem em figura nem em conhecimento é semelhante aos mortais: “Tudo vê,
tudo conhece e tudo ouve”.
▪ “Sem fadiga, pode sacudir o universo com a força da mente. É imóvel e imutável”.
▪ Primeiro a tratar da unidade (eleatismo).
▪ Eclético em relação ao arché.
▪ “O mar é o pai das nuvens, ventos e rios”
▪ Opinar é próprio de todos: “Porque inclusive se por casualidade alguém dissesse
algo perfeito, ele mesmo não saberia. Em todas as coisas não se dá mais do que a
opinião”
▪ Deus permanece sempre em um mesmo lugar, sem mover-se. “Ele vê inteiro,
pensa inteiro e inteiro entende”. Impessoalidade, imobilidade e inteligibilidade de
uma lei natural.
▪ Concepção do mundo e do homem como harmonia: a música vibra na alma porque
esta é um instrumento musical.
▪ Pessimismo existencial – o corpo como cárcere da alma.
▪ Distinção entre conhecimento humano e divino.
▪ Equilíbrio em todas as coisas é o segredo de uma boa vida.
▪ O conhecimento salva a alma.
▪ Transmigração da alma.
▪ Ideia de vazio (0).
▪ Tudo é número.
▪ Filosofia como terapia.
▪ Ambos confiavam no logos, e não nas aparências ou no sentido comum
▪ Mas divergiam quanto ao logos.
▪ Heráclito concebia o logos como conflito, luta, oposição de contrários, fogo (diké).
▪ Uma voz inteligente que dirige todas as coisas, numa perpétua mudança.
▪ Panta Rei
▪ “Todas as coisas são tocadas pelo fogo, e o fogo por todas as coisas, como as
mercadorias são trocadas por ouro, e o ouro por mercadorias”
▪ Logos como metron
▪ A busca interior é mais importante que a investigação naturalista
▪ O logos funda a pólis (nomos + sociabilidade + comunicação)
▪ O caos é só aparente
▪ “Este mundo, o mesmo para todos, nenhum deus ou homem o fez, senão que foi, é
e será fogo sempre vivo, que acende segundo medida e segundo medida se
apaga”

▪ “Deus: noite e dia, verão e inverno, guerra e paz, saciedade e fome”

▪ “A doença faz agradável a saúde; a fome, a saciedade; a fadiga, o repouso” (só do


ponto de vista humano a realidade é contraditória.

▪ Entramos e não entramos no mesmo rio; somos e não somos”


▪ Fixou o princípio linguístico ao princípio lógico. Essa é a verdade.
▪ Louco da razão: confiança absoluta na linguagem como descrição do real
▪ “O que é é, e o que não é, não é”
▪ A linguagem não é algo meramente mental ou convencional, mas a natureza do
mundo.
▪ A estrutura lógico-linguística é a própria estrutura da realidade.
▪ A o caminho da opinião, mas se afasta da filosofia. É equivocado.
▪ Inaugurou a ontologia e saiu da cosmologia. Pensamento metafísico.
▪ Só se pode dizer e pensar o que é. Pensar = SER. Dizer o que não é é dizer nada,
logo é não dizer.
▪ O ser é uno, imóvel e indivisível, constante e eterno.
▪ Reconhece que existe o caminho das opiniões dos mortais, mas é um erro.
▪ Conford: “Heráclito é um profeta de um logos que podia se expressar
exclusivamente em contradições aparentes; Parmênides é o profeta de uma lógica
que não tolerará aparência de contradições.”
▪ Se algo é, não se pode dizer que foi ou será.
▪ Proeminência do pensamento sobre os sentidos.
Empédocles
(495/490 - h.435/430 a. C.)
Filósofo, retórico e político democrático griego.

Os 4 elementos
• Teoria das 4 raízes (reação ao monismo)

• Harmonia dos elementos como saúde (influência na medicina)

• O amor e o ódio

• Conciliação entre os dados dos sentidos e o eleatismo: há multiplicidade na


unidade; nada se cria ou perece.
▪ Pensador famoso, original de Clazomene, e influente no período de maior
esplendor de Atenas.

▪ Homeomerias (reação ao monismo): “Em todas as coisas há sementes de todas as


coisas”; “"Cada partícula é semelhante ao todo”

▪ Nous (problema da corporalidade de uma inteligência): tudo governa.


▪ O movimento pressupõe o vazio.

▪ Se a matéria se dividisse em partes sempre menores infinitamente no vazio, ela não


teria consistência, nada poderia se formar porque nada poderia surgir da diluição
sempre cada vez mais infinitamente profunda da matéria no vazio.

▪ "Há apenas átomos e vazio“

▪ O universo se forma por um turbilhão de infinitos átomos de diversos formatos que


caem ao acaso e se chocam. Alguns se unem por suas características (como quebra-
cabeça), e muitos outros se chocam sem formar nada (porque as formas não se
encaixam ou se encaixam fracamente). Dessa maneira, alguns conjuntos de átomos que
se aglomeram tomam consistência e formam todas as coisas que conhecemos, que
depois se dissolvem no mesmo movimento turbilhonar dos átomos do qual surgiram

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