Dirce Abdala - Plano de Negócios

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PLANO DE NEGÓCIOS

D-Fruit, Lda.

Dirce Mariana Issufo Abdala

Construção de Unidade de Agro Processamento

Maputo, 2020
Índice
SUMÁRIO EXECUTIVO ............................................................................................................... i

Lista de Abreviaturas ...................................................................................................................... ii

Lista de Tabelas .............................................................................................................................. ii

I. IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA..................................................................... 1

1.1. Identificação ..................................................................................................................... 1

1.2. Localização....................................................................................................................... 1

1.3. Apresentação da Entidade ................................................................................................ 1

1.3.1. Histórico e Status Actual .......................................................................................... 1

1.3.2. Principais actividades desenvolvidas ........................................................................ 3

II. APRESENTAÇÃO DO SUBPROJECTO........................................................................... 4

2.1. Objecto ............................................................................................................................. 4

2.2.1. Objectivos e Descrição ............................................................................................. 4

Descrição do Projecto e sua abordagem .................................................................................. 4

2.3. Actividades a desenvolver ................................................................................................ 6

2.4. Plano de Produção ............................................................................................................ 6

2.4.1. Processo Produtivo.................................................................................................... 8

2.5. Ligações com Comunidades e ou PECE’s envolvidos................................................... 10

2.6. Estrutura e Pessoal ......................................................................................................... 11

III. ANÁLISE DE MERCADO ............................................................................................... 13

3.1. Contextualização ................................................................................................................ 13

3.2. Mercado .............................................................................................................................. 13

3.3. Análise de Clientes ............................................................................................................. 15

3.4. Análise de Concorrência .................................................................................................... 15


3.5. Análise de Fornecedores .................................................................................................... 15

3.6. Perspectivas de Desenvolvimento do Mercado .................................................................. 16

IV. ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO.......................................................................................... 18

4.1. Marketing e Comercialização......................................................................................... 18

4.2. Análise FOFA ................................................................................................................ 20

V. PLANO FINANCEIRO E ANÁLISE DE VIABILIDADE .................................................. 21

5.1. Balanço Actual ................................................................................................................... 21

5.2. Investimentos ..................................................................................................................... 21

5.3. Análise de Viabilidade ....................................................................................................... 25

VI. IMPACTO SOCIOECONÓMICO DO SUBPROJECTO ................................................. 30

VII. ANÁLISE DE RISCO ....................................................................................................... 32

VIII. IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL .......................................................................... 34

8.1. Impacto nas Áreas de Conservação ................................................................................ 34


SUMÁRIO EXECUTIVO
O presente plano de negócio objectiva a construção de uma unidade de processamento de produtos
agrícolas, frutas secas, batata-doce e outras a ser implantada no Posto Administrativo de
Salamanga, Distrito de Matutuine, pela jovem Dirce Abdala, de 26 anos de idade, empreendedora
no sector de agro processamento a 3 anos.

Dirce Abdala é formada em Gestão de Recursos Humanos, pelo ISTEG, tem experiência de 5 anos
na Banca e passou por uma série de formações que incluem uma no sector agroalimentar.

Opera sob o selo D-fruit, uma ideia de pequena indústria existente em Chamissava, Katembe e que
lhe permitiu experimentar um modelo de negócio a ser transportado para Salamanga, mais próxima
de uma área de produção agrícola e da matéria prima vital a operacionalização do seu novo
empreendimento.

O novo investimento prevê a construção de uma unidade de processamento, a aquisição de


maquinaria e uma aposta mais agressiva no marketing da marca D-fruit, fundamental para ganhar
o paladar dos consumidores.

Os canais de distribuição, incluem acordos com as lojas de conveniência da BP, sendo que no novo
modelo pretende-se atrair os grandes supermercados e outros revendedores que façam a
distribuição do produto no mercado.

São necessários MT 5 878 041,54, dos quais 62% em despesas de capital e os outros 38% em
operações.

A unidade de processamento prevê oferecer pelo menos 38 724 kg de produto final, entre frutas
secas, farinha de banana e batata doce, para gerar um volume de negócios de MT 31,3 Mios nos
próximos cinco anos e gerar um resultado operacional (RAIJDA) de MT 7,3 Mios.

Com fluxo de caixa operacional positivo a partir do segundo ano, o negócio se mostra viável com
uma taxa interna de retorno de 14,6% e valor presente líquido em MT 1 347 829,71.

i
Lista de Abreviaturas
ADF – African Development Fund

BP – British Petroleum

COVID – Corona Virus Disease

FOFA – Forças, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças

PA – Pequenos Agricultores

PECE – Pequeno Empreendedor Comercial Emergente

MT – Metical

Mios – Milhões

RAIJAD Resultado antes de impostos, juros, amortizações e depreciações

TIR – Taxa Interna de Retorno

UAAMATI – União das Associações Agrícolas de Matuituine

UNCSD – United Nations Commission on Sustainable Development

VAL – Valor Actual Líquido

Lista de Tabelas
Tabela 1: Apresentação do Subprojecto ......................................................................................... 4
Tabela 2: Sazonalidade da matéria-prima ....................................................................................... 7
Tabela 3. Escala de processamento ................................................................................................. 7
Tabela 4: Recursos Necessários .................................................................................................... 10
Tabela 5: Beneficiários por Categoria e Género ........................................................................... 11
Tabela 6: Clientes da D-Fruit ........................................................................................................ 15
Tabela 7: Fornecedores de Insumo ............................................................................................... 16
Tabela 8: Tabela de Preços ........................................................................................................... 18
Tabela 9: Análise FOFA ............................................................................................................... 20
Tabela 10: Activo Existente .......................................................................................................... 21
Tabela 11: Balanço Actual ............................................................................................................ 21

ii
Tabela 12: Investimento de Capital .............................................................................................. 22
Tabela 13. Mateária Prima ............................................................................................................ 23
Tabela 14. Despesas operacionais................................................................................................. 23
Tabela 15. Custos de produção ..................................................................................................... 23
Tabela 16. Salários ........................................................................................................................ 24
Tabela 17. Marketing .................................................................................................................... 24
Tabela 18. Despesas operacionais................................................................................................. 24
Tabela 19: Estrutura de Capital..................................................................................................... 25
Tabela 20. Quantidades escoadas ................................................................................................. 25
Tabela 21: Análise de Risco ......................................................................................................... 32

Lista de Ilustrações

Ilustração 1: Actividades a desenvolver ......................................................................................... 6


Ilustração 2: Componentes base do Agro Processamento .............................................................. 8
Ilustração 3: Fases de Processamento de Frutas e Bata-doce ......................................................... 9
Ilustração 4: Fases de Processamento do Arroz .............................................................................. 9
Ilustração 5: Estrutura Funcional Previsional da D-Fruit ............................................................. 12
Ilustração 6: Cadeia de Fornecimento da D-Fruit ......................................................................... 14
Ilustração 7: Lista de Produtos ...................................................................................................... 18

Lista de Gráficos

Gráfico 1. Indice de escoamento anual ......................................................................................... 26


Gráfico 2. Demonstração de resultados ........................................................................................ 26
Gráfico 3. Crescimento Médio de Vendas .................................................................................... 27
Gráfico 4. Margem Bruta Média ................................................................................................... 27
Gráfico 5. Margem Líquida Média ............................................................................................... 27
Gráfico 6. Balanço previsional ..................................................................................................... 28
Gráfico 7. Rácios de Retorno ........................................................................................................ 29
Gráfico 8. Compra de Matéria Prima ............................................................................................ 30
Gráfico 9. Custos com staff .......................................................................................................... 31

iii
Anexos

Anexos 1. Projeções financeiras ................................................................................................... 35


Anexos 2. MDI.............................................................................................................................. 36
Anexos 3. Documentos Legais ..................................................................................................... 37

iv
I. IDENTIFICAÇÃO E DESCRIÇÃO DA ÁREA
1.1.Identificação

Nome da Entidade: D-Fruit, Limitada

Nome da Representante: Dirce Mariana Issufo Abdala

Forma legal da entidade: Sociedade Unipessoal por Quotas

Contactos: +258 844 074 682/ 877 592 163

NUIT: 110830378

1.2.Localização

Actualmente as actividades da D’Fruit são desenvolvidas na Localidade de Chamissava, numa


área de 12mx6m em instalações arrendadas, e os insumos são adquiridos na Localidade de
Salamanga dos produtores locais do Distrito e que envolve o número total de 63 produtores, dos
quais 5 homens e 58 mulheres, que produzem as hortícolas e frutas, numa área de 281 hectares.

Para o projecto, será construída uma nova unidade de processamento, dentro da Localidade de
Salamanga e muito mais próximos dos produtores locais. Com a nova estrada Maputo-Ponta do
Ouro, as vias de acesso estão em perfeitas condições, o que irá contribuir para a fácil distribuição
dos produtos da D-Fruit para outros pontos fora do Distrito de Matuituine e assim sendo
abastecendo apenas o mercado local.

1.3.Apresentação da Entidade
1.3.1. Histórico e Status Actual

Dirce Mariana Issufo Abdalá, fundadora da D-Fruit de 26 anos de idade, nacionalidade


Moçambicana, e empreendedora, no agro processamento. Formada em Gestão de Recursos
Humanos, pelo ISTEG, com uma experiência de 5 anos na Banca, concretamente no Banco
Millennium Bim, em áreas de Desenvolvimento de Negócios. Fundadora da empresa D-fruit que
se dedica ao agro processamento. Vencedora do prestigiado prémio Mozefo Young Leaders, uma
iniciativa do Grupo FUNDASO.
1
Dirce acumula as seguintes outras formações:

 Formação Laboratório Innova Programa Educacional de Internacionalização do sector


agroalimentar (2019);
 Treinamento em Saúde e Segurança Ocupacional, Registro de Dados e práticas agrícolas
de Rastreabilidade;
 Orange Corners Maputo, Ideate do Standard Bank e ENI. FemTech – Programa de
aceleração de negócios de mulheres.

D-Fruit opera na área de agro processamento, dedicando-se, ao processamento e desidratação de


frutas e hortícolas, bem como a promoção do desenvolvimento de produção em zonas rurais, com
vista a estimular, o ecossistema agrícola das comunidades. As actividades da D-Fruit são
desenvolvidas em uma unidade de processamento arrendada, na qual efectua a transformação dos
produtos produzidos pelos agricultores rurais, ao abrigo de parcerias com estes, por forma a
estimular, e a impulsionar a actividade agrícola, deixando de ser de subsistência e passando a ser
de rendimento. Trabalha neste momento com vários, espalhados pela província de Maputo.

Possui equipamentos de média dimensão de secagem com capacidade para 50 kg, uma moageira
para a produção de farinhas, uma máquina para embalagem artesanal da produção, avaliadas em
850.000,00 Meticais. Todo investimento inicial foi materializado com fundos próprios.

Com o equipamento existente, a capacidade de produção é de 2500 pacotes de 250g de Fruta


desidratada e 1000 pacotes de farinhas de 500g mensalmente.

D-Fruit normalmente emprega 8 trabalhadores dos quais 6 mulheres, tendo o número reduzido
durante a vigência do estado de emergência impostas pelo COVID-19.

Embora jovem, o nível de exposição que Dirce teve irá agregar valor a este novo plano de negócio.

Cronologia de processamento:

 2017: a D-Fruit, processou um total de 150 kg de ananás seco;


 2018: processou 400 kg de frutas, das quais 200 de banana seca, 100 mangas seca, 50 de
ananás seca e 50 de farinha de banana;
 2019: processou 1 tonelada, das quais 350 kg de banana seca, 250 kg de manga seca, 50
kg de ananás Seco, 300 kg de farinha de batata-doce, e 50 kg de farinha de banana.

2
 2020: Foram processados no total 225 kg, dos quais 100 kg de banana seca, 25 kg de ananás
seco, 80 kg de farinha de batata-doce, e os restantes 20 kg de farinha de banana.

1.3.2. Principais actividades desenvolvidas

A D-Fruit tem foco nas seguintes actividades:

 Compra e processamento de frutas desidratadas;


 Processamento de farinhas de batata-doce;
 Processamento de farinha de banana;
 Secagem de hortícolas;
 Embalagem artesanal de produtos;
 Intermediação na venda de cereais como o arroz e castanha;
 Consultoria e assessoria em nutrição com a supervisão do nutricionista.

3
II. APRESENTAÇÃO DO SUBPROJECTO

2.1.Objecto

Tabela 1: Apresentação do Subprojecto

Nome do Subprojecto D-Fruit

Natureza e Objecto Promover o processamento de cereais, frutas, e


hortícolas junto das comunidades através da
implantação da unidade de processamento e
contribuir para o alcance dos resultados
Sustentáveis no Distrito de Matutuine –
Salamanga
Sector de Actividade Processamento e comercialização de produtos
agrícolas
Comercialização e processamento de Manga – Tommy/Kent
produtos agrícolas
Banana Seca
Farinha de Banana
Ananás
Descasque de Arroz
Batata-doce de Polpa alaranjada

2.2.1. Objectivos e Descrição

Descrição do Projecto e sua abordagem

O objectivo de desenvolvimento do projecto de agro processamento está voltado para o aumento


da produtividade agrícola e melhoria de subsistência para os agricultores do Distrito de Matutuine,
especificamente na localidade de Salamanga. Com a integração de uma cadeia de processamento,
os produtores podem descansar da falta de mercado para colocação dos excedentes.

Com a construção da unidade de processamento, pretende-se continuar com as actividades que


vem sendo desenvolvidas desde o princípio (processamento de farinhas, de frutas secas), incluindo

4
neste, o descasque do arroz e produção de temperos, usando como matéria-prima as hortícolas
cultivadas localmente.

Uma vez que as actividades estarão ligadas aos produtores locais, este aspecto pode estimular a
multiplicação de espécies de maior interesse as actividades de agro processamento, para garantir
a continuidade do negócio e reduzir o risco de procura no momento de produção.

Objectivos

Objectivo Geral

 Promover o processamento de cereais, frutas, e hortícolas junto das comunidades através


da implantação da unidade de processamento e contribuir para o alcance dos resultados
Sustentáveis no Distrito de Matutuine – Salamanga.

Objectivos específicos

 Proporcionar as comunidades boas práticas de cultivo a médio longo prazo garantindo a


sustentabilidade económica;
 Adquirir matéria-prima (frutas, arroz, hortícolas) cultivadas localmente;
 Garantir a médio e longo prazo o fornecimento para o mercado Nacional dos produtos
processados pela unidade de processamento com os requisitos mínimos de qualidade;
 Garantir a segurança alimentar do Distrito através de alimentos processados envolvidos as
suas famílias.

Resultados Esperados

Com a implementação deste subprojecto esperam-se os seguintes resultados:

 Aproveitamento de frutas com alta probabilidade de deterioração nas épocas de pico


(manga, banana, ananás)
 Impulsionar a empregabilidade no distrito, devido a mão-de-obra que será necessária
principalmente nas épocas de muita produção;

5
 Aumento da geração de renda principalmente para os beneficiários directos (produtores);
 Redução da pressão aos recursos da Reserva Especial de Maputo com a integração e
sustentabilidade da produção agrícola local.

2.3. Actividades a desenvolver

As principais actividades a serem desenvolvidas para a materialização do projecto são as seguintes:

Ilustração 1: Actividades a desenvolver

Construção da unidade de processamento

Compra de maquinaria

Compra de insumos agrícolas

Treinamento dos produtores

Contratação de mao de obra adicional

2.4. Plano de Produção

A sazonalidade dos produtos que fazem parte do portfólio da empresa condicionará o plano de
produção:

 A manga para processamento poderá estar disponível entre os meses de novembro e março
do ano seguinte;
 A banana seca e farinha seca poderá estar disponível em todos os meses do ano;
 O ananás está disponível principalmente entre os meses de novembro e fevereiro do ano
seguinte;
6
 O arroz está disponível entre março e julho;
 A batata-doce de polpa alaranjada está disponível no período entre dezembro e maio;

De forma resumida, a tabela a seguir mostra a sazonalidade da matéria-prima que será submetida
ao processamento:

Tabela 2: Sazonalidade da matéria-prima

Sazonalidade da matéria-prima Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Manga- Tommy/Kent
Banana
Ananás
Arroz
Batata-doce de Polpa alaranjada

De modo a alinhar a capacidade instalada, as quantidades de processamento, será feita a seguinte escala:

Tabela 3. Escala de processamento

Compra de Matéria-
Prima jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez
Manga- Tommy/Kent 45% 45% 45% 45% 55%
Banana 20% 20% 65% 65% 65% 65% 65% 5% 0%
Farinha de Banana 15% 15% 35% 35% 35% 35% 35% 5% 0%
Ananás 35% 35% 45% 45%
Farinha de Batata Doce 20% 20% 55% 65% 65%

O sector de agro processamento está organizado em três componentes de base, nomeadamente:

7
Ilustração 2: Componentes base do Agro Processamento

• Inclui a terra, planta, maquinaria e matérias-primas como sementes e irrigação


Inputs

• Inclui colheitas e lavouras


Produção
Primária

• processamento de produtos compostos e produtos secundários


Processam
ento

2.4.1. Processo Produtivo

Após a compra dos produtos provenientes dos PAs, seguem-se as seguintes etapas relativas ao
processo produtivo:

8
Ilustração 3: Fases de Processamento de Frutas e Bata-doce

Secagem

Trituração

Armazenamento

O processamento de arroz obedece a um processo de produção diferente das frutas e batata-doce:


Ilustração 4: Fases de Processamento do Arroz

Descasque do Arroz

Fase de Trituração

Armazenamento

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Recursos Necessários

Os principais recursos necessários encontram-se descritos na tabela a seguir:

Tabela 4: Recursos Necessários

Item Descrição
Unidade de Processamento Construção e organização da infraestrutura
Maquinaria e Equipamento Máquina de secagem
Máquina de descasque de e polimento de arroz
Moinho de arroz com rolo de ferro
Balança Electrónica
Higrómetro (medidor de temperatura e
humidade)
Termómetro digital de água com sonda de
penetração de aço inoxidável
Autoclave de mesa
Termómetro infravermelho
Refrigerador
Prateleiras de armazém
Equipamento de HST
Equipamento de processamento
Automatic Dispenser
Mão-de-obra Processo operacional

2.5. Ligações com Comunidades e ou PECE’s envolvidos

Beneficiários do Projecto

Serão beneficiados pelo projecto 68 membros da União das Associações Agrícolas de Matuituine
(UAAMATI) e os da Associação Macassana. (Vide em anexo a acta da reunião entre a união das
associações agrárias de Matuituine e a D-Fruit)

10
Serão feitos acordos escritos de fornecimentos da produção, mantendo um sistema de comércio
justo e transparente, explicando aos produtores, qual a qualidade da matéria-prima a precisar, e em
troca efetuar-se-á o pagamento, tendo em conta o preço estipulado por ambos (comprador e
vendedor), garantido deste modo, a multiplicação e a conservação de cultivo de algumas espécies.

O sucesso deste projecto terá impacto positivo no aumento da renda das pessoas envolvidas no
processo de produção, e aliviará os efeitos da pobreza nessas famílias.

E para além do benefício que os integrantes da associação terão, serão beneficiadas mais catorze
pessoas para desenvolverem trabalhos ligados ao processamento na unidade de processamento.

A tabela abaixo mostra o número dos que serão beneficiados, desde os membros da comunidade,
empreendedores e trabalhadores:

Tabela 5: Beneficiários por Categoria e Género

Género Membros da Comunidade Empreendedores Trabalhadores


Homens 35 5 2
Mulheres 118 58 12
Total 410 68 14

Importa referir que o número de membros da comunidade, os empreendedores e os que serão


trabalhadores do projecto, serão abrangidos de forma gradual, assim que a unidade de
processamento for erguida e estiver operacional.

A D-Fruit tem como objectivo no terceiro ano após a implantação da unidade de processamento
em Matuituine, efectuar o fomento da batata-doce de polpa alaranjada, junto aos produtores de
outras localidades.

2.6. Estrutura e Pessoal

Com a construção da nova unidade de processamento, atendendo a questão do aumento da


capacidade operacional da D-Fruit e estrutura pretendida, esta apresentará a seguinte estrutura
funcional:

11
Ilustração 5: Estrutura Funcional Previsional da D-Fruit

Gestão

Marketing, Embalagem Secagem e Descasque do Controle de


Administração
Logistica Supervisor Trituraço Arroz Qualidade

Qualidade do
Pesquisa de produto Contabilidade
Recepção, Triagem Limpeza e Selecção Limpeza e Selecção (Supervisor de
Mercado (Interno )
Qualidade)

Descasque das Protocolo de Fiscal


Marketing, Venda e frutas e batata doce Qualidade
Embalagem Descasque (Subcontratado)
logistica (HACCP e Global
Gap) INOOQ E
AAUTECNICAL

Expedição Secagem Recursos Humanos

Trituração

Embalagem

A D-Fruit contara com três membros na sua gestão, uma supervisora de todas as actividades, um
de qualidade, um contabilista interno e assessor fiscal externo. O resto do pessoal encontrar-se-á
alocado na área operacional.

12
III. ANÁLISE DE MERCADO

3.1. Contextualização
Segundo o UNCSD (2008), o sector de agro processamento ocupa uma posição significante na
criação de valor acrescentado em países em vias de desenvolvimento. Em média, o nível de
produtividade do processamento de alimentos está sobre a média industrial, tornando assim um
dos sectores económicos mais eficientes em países menos desenvolvidos (classificação feita de
acordo com o Índice de Desenvolvimento Humano).

Estudos feitos mostram que na região da África Subsaariana, bem como em todas outras regiões
do mundo em fase de desenvolvimento, o processamento de alimentos tem vindo a ganhar
continuamente uma importância relativamente à produção agrícola primária.

Actividades que envolvem o agro processamento estão directamente ligadas a produtos agrícolas,
animais, produtos florestais com a finalidade de conservação, manipulação e adição de valor para
os fazer utilizável como alimento, fibra, combustível ou matérias-primas industriais.

3.2. Mercado
A D-Fruit sendo uma empresa inserida no mercado apresenta abrangência local. Com a construção
da unidade de processamento e aumento da capacidade operacional, a D-Fruit pretende realizar
exportar seus produtos para o mercado internacional com selo orgânico.

Actualmente a D-Fruit possui contrato de fornecimento com a BP, e uma empresa Japonesa
denominada SOLASIS Japan manifestou interesse em receber produtos processados pela D-Fruit,
através do historial publicado no Lionesse África, que é uma comunidade que apoia as mulheres
empreendedoras.

Portanto, o interesse de uma empresa internacional impulsiona na continuidade das actividades e


orienta o negócio para uma visão de fornecimento ao mercado externo.

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Ilustração 6: Cadeia de Fornecimento da D-Fruit

Mercados Moçambique África do Japão Matutuine


Sul

Comercialização Mercado Nacional (Lojas de Conveniência De Todas


Bombas B.P, Nível Nacional, Lojas Gourmet, A nível do Distrito
Maputo, Packugroup, Distribuidor Nacional) Nutrir,
A Horta,

Transporte
Pequenos Camiões

Armazenamento Armazenamento
(Seco)

Processamento (Secagem, Conservação Processamento


Acondicionamento
e Trituração) (Descasque,
Trituração)

Produção Pequenos Pequenos


Produtores de produtores de Pequenos
Frutas Batata-doce produtores Arroz

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3.3. Análise de Clientes
A D-Fruit, possui contrato de fornecimento com a BP e com a manifestação de interesse da
empresa Japonesa SOLASIS, provavelmente poderá ter um contrato com a mesma.

Não obstante ao facto de já ter relações com a BP, a D-Fruit, pretende abranger mais empresas
ainda para o fornecimento dos seus produtos.

Tabela 6: Clientes da D-Fruit

Clientes Mercado Relação


BP Nacional Contrato
World Food Programme Nacional Manifestação de Interesse
Gourmet Nacional -
Packugroup Nacional -
Nutrir Nacional -
Shoprite Nacional
Premier Super Spar Nacional
A Horta Nacional -
SOLASIS Japan Externo Manifestação de Interesse

Todos estes clientes comercializam fruta processada, com destaque para a manga e banana e a
preços muito mais elevados que a serem praticados pela D-Fruit.

3.4. Análise de Concorrência


Quanto a concorrência, actualmente no distrito de Matuituine opera uma unidade de
processamento de arroz, designada China África com fundadores chineses. Quanto ao
processamento de frutas secas, a D-Fruit não possui concorrente a nível local.

3.5. Análise de Fornecedores


Sendo as frutas, batata-doce e arroz a principal matéria-prima, evidentemente que os fornecedores
de insumos serão os pequenos agricultores, portanto não haverá constrangimento para a aquisição

15
de insumos. Poderá existir algum tipo de constrangimento caso as culturas dos pequenos
agricultores sejam afectadas por factores externos como o clima, a seca, entre outros.

Tabela 7: Fornecedores de Insumo

Tipo de Insumo Fornecedor Localização


Frutas Pequenos Agricultores Distrito de Matuituine,
Salamanga, Catuane
Batata-doce Pequenos Agricultores Distrito de Matuituine,
Salamanga, Catuane
Arroz Pequenos Agricultores Distrito de Matuituine,
Salamanga

3.6. Perspectivas de Desenvolvimento do Mercado


Existem vários constrangimentos que limitam o desenvolvimento do processamento de alimentos
em pequena escala principalmente em países em vias de desenvolvimento como Moçambique,
principalmente derivados da falta de capital inicial para estabelecimento de uma unidade similar.
Existem desafios ligados a incerteza que existe em cima de acesso a finanças, conselho, assimetria
de informação e mercados seguros.

A título de exemplo alguns outros constrangimentos que limitam o desenvolvimento do agro


processamento são os seguintes:

 Acesso limitado ao crédito e tecnologias apropriadas;


 Falta de capacidade tecnológica;
 Provisão incerta de matérias-primas;
 Entre outros factores que servem para constranger o desenvolvimento de indústrias de
processamento em pequena escala.

O Governo de Moçambique tem focalizado em programas que visam o aumento da produtividade


agrícola, associada a infraestruturas melhoradas de forma a evitar a expansão da pobreza rural. A
adição de valor nos produtos primários e apoio ao agro processamento e a comercialização
aumentará e acelerará a redução da pobreza, o que irá contribuir directamente para a melhoria da
situação da segurança alimentar dos grupos vulneráveis. (ADF, 2005).

16
Adicionalmente, a comprar Made in Mozambique começa a permitir que pequenos
empreendimentos com este tenham aceitação nos grandes mercados.

17
IV. ESTRATÉGIA DE NEGÓCIO
4.1.Marketing e Comercialização

Produtos

Para além dos produtos processados actualmente, o projecto visa incluir no seu portfólio o
processamento de arroz e batata-doce de polpa alaranjada.

Ilustração 7: Lista de Produtos

Produtos
Banana Seca, Farinha de Banana, manga Seca, Ananás Seco

Farinha de Batata-doce

Descasque de Arroz (Trincas de Arroz)

Preços

A determinação de preços é feita com base nos custos incorridos durante o processo produtivo.

A tabela a seguir mostra a tabela de preços praticadas pela D-Fruit:

Tabela 8: Tabela de Preços

Produto Unidade Valor de Venda actual


Banana seca 300g 115,00 Mts
Manga Seca 300g 110,00 Mts
Ananás seco 300g 105,00 Mts
Farinha de Banana 250g 225,00 Mts
Farinha de Batata-doce 250g 255,00 Mts
Descasque de arroz (Trincas de 1Kg 15,00 Mts
Arroz)

18
Canais de Distribuição

Os produtos poderão ser comercializados na unidade de produção, ou transportado ou enviado


através dos diversos meios de transporte existentes até onde o cliente pretende, porém, o custo de
transporte será suportado pelo requerente.

Estratégias Promocionais

Como forma de promover o produto no mercado será feito branding da marca D-Fruit para que
este não seja um produto invisível dentro do mercado alvo. Este investimento deverá ser um dos
principais, principalmente no primeiro ano, aonde se prevê investir pelo menos MT 600,000.00 no
marketing da marca e dos produtos.

Estrutura de Comercialização

Uma vez que os produtos comercializados são destinados a empresas, ou seja, a venda será feita
em grandes quantidades e assim sendo, a D-Fruit estará a operar como grossista e os clientes que
são as empresas como retalhistas.

19
4.2.Análise FOFA

A tabela a seguir mostra as características referentes a envolvente contextual e transacional:

Tabela 9: Análise FOFA

Ambiente Interno
Forças Fraquezas
 Pessoal com experiência na área de  Falta de capital suficiente para o
gestão e agro processamento; aumento da capacidade operacional.
 Empresa já com relações no mercado;  Marca ainda invisível aos olhos do
 Uso de equipamento moderno. público.
 Sem acordos de distribuição existentes.
Ambiente Externo
Oportunidades Ameaças
 Existência de praticantes de  Actividade condicionada a
agricultura; produtividade agrícola;
 Existência de frutas para  Mercado aberto a concorrentes;
processamento;
 Demanda por produtos processados
existentes;
 Tecnologia para o processo de
produção existente no mercado,
embora seja externo

20
V. PLANO FINANCEIRO E ANÁLISE DE VIABILIDADE

5.1.Balanço Actual
O activo fixo da D-Fruit é composto por equipamentos de processamento de média dimensão tais
como máquina para embalagem artesanal da produção, máquinas de secagem e moageira. Todos
esses activos totalizam cerca de MT 680,000.00 (Seiscentos e oitenta mil meticais).

Tabela 10: Activo Existente

Descrição Ano de QTD Valor de Compra Valor Corrente


Aquisição
Equipamento de 2017 3 850 000,00 680 000,00
Processamento
Total 680 000,00

Tabela 11: Balanço Actual

POSIÇÃO FINANCEIRA DA D-FRUIT 2020

MZN

Activos Correntes 881 704


Caixa & Banco 881 704

Activos Não Correntes 680 000


Activos Tangíveis 680 000
Responsabilidades Não Correntes 0

Responsabilidades Correntes 0
Capitais Próprios 1 561 706
Capital Próprio 1 561 706

5.2.Investimentos
Para a materialização deste projecto haverá uma necessidade de financiamento de MT 5,87 Mios,
dos quais 62% será alocado para o investimento de capital, 38% para investimento operacional.

A unidade de processamento terá um orçamento de MT 1,45 Mios (25%), e as máquinas de


processamento MT 1,5 (26%).

21
Tabela 12: Investimento de Capital

Descrição QTD Preço Uni (MT) Valor Total (MT)


Terrenos e Construção
Unidade de Processamento 1,00 1 450 000,00 1 450 000,00
Subtotal 1 450 000,00
Maquinaria e Equipamento -
Máquina de secagem 1,00 541 310,00 742 368,00
Máquina de descasque de arroz 1,00 104 395,50 112 128,50
Balança Electrónica 1,00 69 334,65 81 121,54
Higrómetro 1,00 15 850,00 18 544,50
Termómetro digital 1,00 7 864,00 9 200,88
Autoclave de mesa 1,00 88 800,00 103 896,00
Termómetro infravermelho 1,00 4 200,00 4 914,00
Refrigerador 1,00 45 000,00 52 650,00
Prateleiras de armazém 1,00 75 000,00 75 000,00
Equipamento de HST 1,00 75 000,00 75 000,00
Equipamento de processamento 1,00 75 000,00 75 000,00
Automatic Dispenser 1,00 6 000,00 7 020,00
Máquina de Moer 1,00 143 292,49 158 758,49
Subtotal 1 515 601,91
Outros
Ar Condicionado 12000 Btus 2,00 40 000,00 80 000,00
Ar Condicionado 18000 Btus 2,00 60 000,00 120 000,00
Subtotal 200 000,00
Licença Industrial (activo intangível) 1 106 018,00 106 018,00
Certificados de qualidade (activo 1 360 000,00 360 000,00
intangível)
Subtotal 466 018,00
Total 3 631 619,91

Trinta e oito por cento do total do investimento será para cobrir as despesas operacionais de
investimento.

Para a compra da matéria prima inicial, será necessário pelo menos MT 700 mil que dará cobertura
de pelo menos 6 meses.

22
Tabela 13. Matéria Prima

Descrição QTD Preço Uni (MT) Valor Total (MT)


Insumos de produção 1 636 361,69 636 361,69
Subtotal 636 361,69

As despesas operacionais a serem cobertas pelo investimento, são de RH, formação técnica e o
mais importante em categoria, os custos de marketing.

Para o presente plano de negócio e a olhar para as lacunas do modelo anterior, identificou-se
marketing como uma das maiores apostas do negócio, que permitirá a devida visibilidade dos
produtos da D-Fruit.

Tabela 14. Despesas operacionais

Descrição QTD Preço Uni (MT) Valor Total (MT)


RH - Salários (meses) 6 75 640,00 453 840,00
Custos operacionais 6 49 536,66 297 219,94
Marketing 1 600 000,00 600 000,00
Formação técnica e capacitação 1 259 000,00 259 000,00
Subtotal 1 610 059,94

Com o projecto já operacional, a estrutura dos custos operacionais ao longo dos anos, terá custos
de produção, salários, marketing e despesas operacionais cada um a representar 36,23%, 26,20%,
2,83% e 11,36% respectivamente.

Tabela 15. Custos de produção

31-dez-21 31-dez-22 31-dez-23 31-dez-24 31-dez-25


Manga - Tommy/Kent (18 413) (49 927) (58 394) (67 353) (69 508)
Banana Seca (69 670) (84 982) (99 394) (114 643) (118 311)
Farinha de Banana (21 300) (26 468) (30 957) (35 706) (36 848)
Ananás Seco (20 688) (42 436) (49 633) (57 248) (59 080)
Farinha de Batata Doce (493 092) (1 969 449) (2 303 467) (2 656 846) (2 741 865)
Trincas de Arroz (14 300) (14 300) (14 758) (15 230) (15 717)
(637 462) (2 187 561) (2 556 603) (2 947 025) (3 041 329)

23
Tabela 16. Salários

31-dez-21 31-dez-22 31-dez-23 31-dez-24 31-dez-25


Gestor (396 000) (408 672) (632 624) (652 868) (673 760)
Supervisor (195 000) (201 240) (207 680) (214 325) (221 184)
Supervisor de Qualidade (160 000) (198 144) (204 485) (211 028) (217 781)
Contabilista (155 000) (191 952) (198 094) (204 433) (210 975)
Operários (280 000) (346 752) (357 848) (461 624) (476 396)
Guardas (87 800) (108 732) (112 211) (115 802) (119 507)
(1 273 800) (1 455 492) (1 712 942) (1 860 081) (1 919 604)

Tabela 17. Marketing

31-dez-21 31-dez-22 31-dez-23 31-dez-24 31-dez-25


Marketing e Publicidade (300 000) (300 000) (108 000) (90 000) (90 000)

Tabela 18. Despesas operacionais

31-dez-21 31-dez-22 31-dez-23 31-dez-24 31-dez-25


Gás (75 272) (116 521) (120 249) (124 097) (128 068)
Diesel (74 714) (115 657) (119 358) (123 178) (127 120)
Energia (112 654) (174 389) (179 969) (185 728) (191 671)
Transporte (48 000) (74 304) (76 682) (79 136) (81 668)
Comunicação (20 000) (30 960) (31 951) (32 973) (34 028)
Combustível (52 000) (80 496) (83 072) (85 730) (88 474)
Despesas Administrativas (20 000) (30 960) (31 951) (32 973) (34 028)
Manutenção (24 304) (37 623) (38 827) (40 069) (41 351)
Seguro (48 608) (75 245) (77 653) (80 138) (82 702)
(475 552) (736 154) (759 711) (784 022) (809 111)

24
O presente investimento apresentará a seguinte estrutura de capital:

Tabela 19: Estrutura de Capital

Origem Valor Percentagem


Capital Próprio 881 706,23 15,0%
Subvenção Sustenta Bio 4 996 335,31 85,0%
Total 5 878 041,55 100,0%

5.3.Análise de Viabilidade
Para uma capacidade máxima de secagem de 5104 kg mensal (a operar somente em 1 turno diário
de 8 horas), pelas duas máquinas, a existente e a máquina nova a adquirir, adicionado a capacidade
de trituração em 17 600 kg, espera-se que sejam processados a quantidade líquida de 38 724 kg ao
longo dos próximos cinco anos (excluindo as trincas de arroz)

Tabela 20. Quantidades escoadas

QTD 31-dez-21 31-dez-22 31-dez-23 31-dez-24 31-dez-25


Manga - Tommy/Kent 207 562 637 712 712
Banana Seca 1 451 1 770 2 007 2 243 2 243
Farinha de Banana 404 502 569 636 636
Ananás Seco 213 437 496 554 554
Farinha de Batata Doce 1 078 4 307 4 881 5 455 5 455
Subtotal 3 355 7 579 8 590 9 600 9 600

Esta quantidade de produção obedece a capacidade com a D-Fruit consegue escoar os produtos.
Tanto a oferta de matéria prima, como a capacidade das máquinas, confere ao negócio disposição
para oferecer produto processado ao mercado.

A capacidade de escoamento inicia em 65% no primeiro ano, e prevê-se que somente em 2024 se
atinja pelo menos 95% de capacidade para escoar todo o processado.

25
Capacidade de escoamento

100%
95% 95%
80% 85%
75%
60% 65%

40%
20%
0%
2021 2022 2023 2024 2025
Ano

Gráfico 1. Indice de escoamento anual

Nestas bases, o negócio projecta um volume de negócio de MT 31,3 Mio entre 2021 a 2025,
atingindo uma facturação anual acima de MT 8,0 Mio nos últimos dois nos (95% da capacidade).

Demonstração de Resultados
9 000 000 22,0% 22,1% 30,0%
8 000 000 18,7%
13,7% 20,0%
7 000 000
Receita e Lúcro Líquido

6 000 000 10,0%

Margem Líquida
5 000 000
8 256k 0,0%
4 000 000 8 000k
6 945k
3 000 000 5 948k -10,0%
2 000 000
1 000 000 2 236k 814k 1 299k 1 759k 1 828k -20,0%
-30,6%
0
-30,0%
(£1 000 000) (684k)
(£2 000 000) -40,0%
Forecast Forecast Forecast Forecast Forecast
2021 2022 2023 2024 2025

Revenue Net Profit Profit Margin

Gráfico 2. Demonstração de resultados

Para o primeiro ano, o negócio apresenta prejuízos de MT 684 421. É ano do estabelecimento do
negócio, sendo que se prevê as primeiras vendas para o mês de maio, isto é, serão somente 8 meses
do calendário com as operações em pleno.

26
Rácios de Crescimento

O crescimento médio das vendas é de 50.3%, influenciado pelo aumento da capacidade do


escoamento dos produtos com a maturidade do negócio.

Crescimento Médio de Vendas

2021 - 2025 50,3%


Gráfico 3. Crescimento Médio de Vendas

Com base nos custos directos incorridos para a aquisição de matéria-prima de todos os produtos
que serão comercializados pela unidade de processamento, prevê-se uma margem bruta média de
64,8%, isto é, 35,2% de todo volume de negócio representa o que será pago aos pequenos
agricultores.

Margem Bruta Média

2021 - 2025 64,8%


Gráfico 4. Margem Bruta Média

A estrutura do negócio, compete custos operacionais elevados, desde os salários, as despesas com
energia e gás, até ao marketing que é vital para o sucesso deste plano de negócio.

Margem Líquida Média

2021 - 2025 9,2%


Gráfico 5. Margem Líquida Média

27
Balanço
O balanço do negócio sairá de MT 5,1 Mio no primeiro ano, para atingir MT 11,3 Mios no quinto
e em condições de continuar a investimento no aumento da capacidade operacional e de
processamento.

Balanço
12 000 000 100,0%

90,0%

10 000 000
80,0%

70,0%
8 000 000

Borrowings to Assets
Assets and Liabilities

60,0%

6 000 000 50,0%


11 305k

9 393k 40,0%

4 000 000
7 521k 30,0%
6 090k
5 196k 20,0%
2 000 000

10,0%
0,0% 2k 0,0%82k 0,0%214k 0,0%327k 0,0%410k
0 0,0%
Forecast Forecast Forecast Forecast Forecast
2021 2022 2023 2024 2025

Total Assets Total Liabilities Borrowings to Assets

Gráfico 6. Balanço previsional

Rácios de Retorno

Retorno Sobre Activos Médio

2021 -
10,5%
2025

28
Retorno Sobre Património Médio

2021 -
10,9%
2025
Gráfico 7. Rácios de Retorno

Viabilidade Financeira

Embora de margens líquidas baixas, principalmente nos primeiros anos devido a baixa capacidade
de escoamento (típico em indústrias), para os últimos três anos, o negócio apresenta um
comportamento mais agressivo, pois aqui se espera que o consumidor esteja mais familiarizado
com produto.

Para o investimento de MT 5,87 Mios, o negócio apresenta uma taxa de retorno de 14,6%. O valor
presente líquido está fixado em MT 1,34 Mios.

VALOR PRESENTE LÍQUIDO

1 347 829,71

TAXA INTERNA DE RETORNO

2021 -
14,6%
2025

29
VI. IMPACTO SOCIOECONÓMICO DO SUBPROJECTO

De forma directa este projecto irá contribuir para o aumento da renda dos agricultores do Distrito
de Matututuine, especificamente em Salamanga, pondendo chegar até Catuane e as demais zonas
com potencial agrícola.

Ao longo dos primeiros cinco anos, serão despendidos cerca de MT 11,3 Mios somente para
compra de matéria prima dos produtores locais.

Matéria Prima
(637 461,69) COMPRA DE MATERIA PRIMA

(2 187 560,73)
(2 556 603,35)
(2 947 024,64) (3 041 329,43)

31-dez-21 31-dez-22 31-dez-23 31-dez-24 31-dez-25

Gráfico 8. Compra de Matéria Prima

Estes produtores serão os fornecedores de frutas, banana e batata doce.

A construção da unidade de processamento contribuirá significativamente para a redução do


desperdício de frutas principalmente nas épocas de pico, gerará rendimento tanto para os
beneficiários directos assim como os indirectos.

Os produtores de arroz serão beneficiados na medida em que a unidade de processamento possuirá


uma máquina de descasque de arroz, portanto esta irá responsabilizar-se pelo descasque sem que
os produtores incorram algum custo para este processo, isto é, a unidade de processamento irá
descascar e polir o arroz e posteriormente devolverá o arroz para os produtores.

30
A nível de emprego, estimam-se MT 8,2 Mios de remunerações aos colaboradores, que serão em
mais de 79% contratados localmente.

Custos com Staff


01-jan-21 01-jan-22 01-jan-23 01-jan-24 01-jan-25

(1 273 800,00)
(1 455 491,52)
(1 712 942,00)
(1 860 080,95) (1 919 603,54)

Gráfico 9. Custos com staff

31
VII. ANÁLISE DE RISCO

A tabela a seguir faz menção dos riscos associados a actividade e a possível forma de mitigação:

Tabela 21: Análise de Risco

Risco Mitigação
Falta de matéria prima Para a operacionalidade da unidade de
processamento, a existência de matéria prima
é fundamental ao sucesso do negócio. Embora
a localidade de Salamanga tenha potencial para
agricultura, será necessário fazer o devido
fomento e a sensibilização dos produtores
sobre a existência desta unidade e que estes
poderão encontrar uma saída para o
escoamento dos produtos. Isto será feito um
pouco pelas regiões mais produtivas do
distrito.
Qualidade da matéria prima e do produto Frutas são muito sensíveis e de rápida
colhido deterioração. Por isso, serão feitos formações
e treinamentos sobre boas práticas de maneio
e cuidados durante o processo de colheita e o
período no qual estas devem ser entregues a
unidade de processamento logo após a
colheita.

Mercado Uma vez a unidade estabelecida, o próximo


desafio passa a ser colocar o produto no
mercado. Para isto, serão feitos acordos com
distribuidoras, revendedores e supermercados
de modo que estes vendam os produtos.

32
Adicionalmente, um orçamento anual de pelo
menos US 5,0 Mil para os primeiros dois anos
será dedicado somente ao marketing.
Inoperância das máquinas Juntamente com aquisição das máquinas de
processamento será conduzida um
treinamento técnico a equipa operacional de
modo a garantir que este se familiarize com a
maquinaria. Um dos técnicos terá formação
em pequenas manutenções, para poder
garantir a manutenção preventiva do
equipamento.

33
VIII. IMPACTO SOCIAL E AMBIENTAL
8.1.Impacto nas Áreas de Conservação

Salamanga é uma das localidades mais povoadas e próximas a REM, com a comunidade exercendo
enorme pressão sobre a área de conservação. A muito que a área pede projectos similares de modo
a promover cada vez mais sustentabilidade a agricultura local.

Por isso, o projecto irá contribuir diretamente na redução da pressão exercida sobre os recursos da
reserva, sendo uma opção disponível e aberta a todos aqueles que desenvolvem a agricultura.

Com os agricultores, trabalhadores e suas famílias envolvidas na promoção deste negócio, haverá
desvio de foco total, para concentração neste negócio que poderá gerar rendimento durante todo
ano, a todos que estiverem dedicados a produção agrícola.

De forma resumido, abaixo são apresentados os principais impactos do projecto:

 Irá garantir o aumento da vegetação devido ao plantio de fruteiras;


 Promoverá maior controlo sobre as queimadas descontroladas pela existência de atividades
de rendimento na área;
 Aumento do rendimento dos produtores locais com a capacidade de compra de matéria
prima a ser conferida a unidade de processamento;
 Os produtores se comprometem a ser mais vigilantes sobre qualquer ataque as áreas de
conservação;
 A matéria orgânica residual da unidade de processamento será utilizada para produção de
composto e devolvida aos agricultores;

34
Anexos

Anexos 1. Projeções financeiras

35
Anexos 2. MDI

36
Anexos 3. Documentos Legais

37

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