Relato Do Primeiro Capítulo Evolução Histórica Da Psicanálise
Relato Do Primeiro Capítulo Evolução Histórica Da Psicanálise
Relato Do Primeiro Capítulo Evolução Histórica Da Psicanálise
2
psicanálise como uma ciência, enfocando a descoberta do significado simbólico dos
sonhos e sintomas.
Ao desenvolver a Teoria Estrutural, Freud percebeu que a mente funciona
como uma estrutura na qual diferentes demandas, funções e proibições, seja do
consciente ou inconsciente, interagem de maneira permanente e sistemática,
influenciando a realidade externa. A concepção tripartida da mente, apresentada em
"O Ego e o Id" (1923), inclui o id (com pulsões), o ego (com funções e
representações) e o superego (com ameaças e castigos).
Embora o Narcisismo não tenha sido formalizado como uma teoria, os estudos
de Freud sobre o mesmo forneceram uma base para uma compreensão mais
profunda do psiquismo primitivo. Atualmente, um conceito central na psicanálise
pode ser resumido pela frase "onde houver Narciso, Édipo deve estar”.
Por último, a Dissociação do Ego, o estudioso Freud concluiu que essa clivagem
da mente em regiões conscientes e inconscientes não era exclusiva de psicoses e
neuroses, mas uma característica de todos os indivíduos. Desde seus primeiros
estudos com histéricas, Freud falava de uma cisão interssistêmica, resultando em
núcleos psíquicos independentes. Em seguida, estudou a cisão ativa,
intrassistêmica, que ocorre no próprio seio do ego e não unicamente entre as
instâncias psíquicas.
Fica evidente a genialidade de Freud que permitiu a construção dos
fundamentos essenciais da metapsicologia e prática psicanalítica, estabelecendo
conexões entre teoria, técnica, ética e prática clínica ao longo de sua vasta obra,
marcada por avanços, recuos e transformações sucessivas.
Como sabemos, além de Freud tivemos muitos outros estudiosos que
contribuíram para o desenvolvimento da psicanálise – Abraham, Ferenczi, Rank,
Steckel, Sachs, Jung, Adler, Anna Freud, H. Hartmann, Kris, Loewenstein, Bion, S.
Sullivan, K. Horney, E. Fromm, entre outros.
Assim, não deixando de ressaltar que no seu primeiro século de existência a
ciência psicanalítica tem transitado por três períodos típicos: o da psicanálise
ortodoxa, a clássica e a contemporânea. Além de tudo o que foi dito, é de mencionar
os desenvolvimentos posteriores a Freud, que com certeza as transformações que
vêm-se processando continuamente, pode-se exemplificar com muitas
conceituações postuladas originalmente por Freud e que hoje estão
3
comprovadamente equivocadas e descartadas, como a de um pan-sexualismo (todo
e qualquer fenômeno psíquico encontrava algum tipo de explicação na sexualidade);
a subestimação da condição da mulher, que para ele seria sempre inferior e invejosa
dos privilégios do homem; e assim por diante. Vale elucidar também uma técnica por
ele empregada nos primórdios da psicanálise, a qual parecia completamente
superada – como é o caso do efeito terapêutico da “catarse” – e que hoje,
devidamente ressignificada, readquire um lugar de importância no processo
psicanalítico; entre outras técnicas.
Desta forma, o psicanalista segundo ZIMERMAN (2007) deve conservar e
correlacionar todos elementos fundantes de cada período, alguns superados e
descartados na atualidade, construindo sua própria identidade, de forma coerente,
autêntica, com uma ampla variação no estilo de trabalhar de cada um sem que haja
um afastamento dos princípios essenciais do processo analítico.
Nos últimos parágrafos o autor relata a crise na psicanálise, e expõe que é
um tema debatido dentro da comunidade psicanalítica e entre os estudiosos de
psicologia. As mudanças vão muito além do campo restrito da psicanálise como
ciência e confundem-se com as transformações que também acontecem, no mundo
todo, nos aspectos sociais, culturais e, sobretudo, econômicos; existe uma
abundância de tratamentos alternativos que prometem curas mágicas; etc.
Em suma, a questão da crise na psicanálise é complexa e depende da
perspectiva de quem analisa. Ou seja, enquanto alguns veem desafios e mudanças,
outros reconhecem a capacidade da psicanálise de se adaptar e permanecer uma
força influente na compreensão da psique humana. Embora, essa “crise” representa
um sério desafio aos responsáveis pelo destino da psicanálise no sentido de
preservar os princípios básicos que constituem a essência da sua ideologia. Sem
dúvida, a psicanálise continua a ser uma influência significativa em áreas como a
psicologia clínica, psicologia do desenvolvimento, teoria literária e estudos culturais.
REFERÊNCIAS:
ZIMERMAN, David E. fundamentos psicanalíticos: teoria, técnica e clínica: uma
abordagem. Porto Alegre: Artmed, 2007. p. 21-29