Nelito
Nelito
Universidade Púnguè
Chimoio
2021
e
Lista de figuras…………………………………………………………………………………………..v
Lista de tabelas…………………………………………………………………………………………vi
Declaração de Honra………………………………………………………………………………….viii
Agradecimentos………………………………………………………………………………………...ix
Dedicatória………………………………………………………………………………………………x
Resumo…………………………………………………………………………………………………xi
Abstract………………………………………………………………………………………………...xii
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO………………………………………………………………………13
1. Contextualização………………………………………………………………………………….13
1.4. Problematização……………………………………………………………………….15
1.5. Hipóteses………………………………………………………………………………16
1.5.2.Hipótese Secundária..............................................................................................................16
1.6.1.Objectivos geral.....................................................................................................................16
2.1. Abobora………………………………………………………………………………..17
2.6.1. Pré-tratamentos.....................................................................................................................27
2.6.2. Obtenção...............................................................................................................................28
2.6.3. Refinação..............................................................................................................................28
2.7.1.Determinação da acidez.........................................................................................................30
2.7.4. A densidade..........................................................................................................................32
3.Metodologia………………………………………………………………………………………….34
3.1.Tipo de estudos…………………………………………………………………………34
3.2. Amostragem…………………………………………………………………………...35
5. Conclusão………………………………………………………………………………………....42
5.1.Limitações……………………………………………………………………………...42
6. Referências Bibliográficas……………………………………………………………………......43
v
Lista de figuras
Figura 1:Abobora………………………………………………………………………17
Figura 3: Tri-gliceridios………………………………………………………..……….21
Lista de tabelas
Tabela1: Principais ácidos gordos saturados…………………………………………….25
Tabela 2: Principais ácidos gordos insaturados………………………………………….25
Tabela 3: análise do índice da acidez…………………..………………………...……....40
Declaração de Honra
Eu Nelito Amone Castigo, declaro por minha honra que esta monografia nunca foi
apresentada, parcial ou integralmente, em nenhuma instituição para obtenção de qualquer grau
académico e que constitui o resultado da minha investigação pessoal, estando indicadas no
texto e nas referências bibliográfica e as fontes utilizadas.
_______________________________________
Agradecimentos
Agradeço em primeiro lugar a Deus pelo dom da vida, e por ter me iluminado no percurso dos
meus estudos, até a produção do presente trabalho.
A gradeço ao mestre António Bozobozo Tivana, por ter me orientado na execução deste
trabalho. Também meu especial agradecimento vai para o dr. Zaqueu Simango pelo
encorajamento. Agradeço a todos docentes da Uni Púnguè em especial aos docentes do Curso
de Licenciatura em Ensino de Química e Habilitações em Gestão de Laboratório.
Aos meus pais pela força, confiança, educação, carinho, incentivo que eles me
proporcionaram durante os anos de estudo.
Dedicatória
Dedico este trabalho aos meus pais, Amone Castigo e Chinova Vurande pelo incansável
motivação desde o primeiro dia que comecei a frequentar a escola, também pelo amor,
carinho, compreensão, paciência que demostram com a minha pessoa.
Edi, Fani, Jeni (paz sua alma), Rosa, Madalena, Aniba e Alyssa pela amizade, encorajamento,
amor que demonstramo-nos em momento tristes e alegres das nossas vidas.
Aos meus colegas do Curso e a todos que directamente ou indirectamente tem contribuído no
decurso deste trabalho, e particular aos meus colegas, Ernesto, Charifo, Eugénio e Inácio,
por terem, me ajudado na produção deste trabalho.
xi
Resumo
O óleo da semente da abóbora desempenha uma função importante no organismo, pois possui ácidos
graxos polinsaturados, os quais são essenciais para o organismo . Assim sendo, esta pesquisa tem
como objectivo, analisar parâmetro físico-químico, (índice de acidez) e teor de gordura o óleo extraído
da semente de abóbora usando método caseiro. A motivação do estudo do tema em questão, foi pelo
facto de que a província de Manica possuir qualidades climatéricas para a plantação da abóbora, e
semente possuir, um valor lipídico elevado de cerca de mais de 38% de lipídio da composição. Para
alcançar-se os objectivos propostos foi aplicado o método experimental. A amostra foi recolhida no
posto zona de a Chimbua que dita a 20 km da vila municipal de Sussundenga. A extracção do óleo foi
realizado no bairro 25 de junho no 1, e o óleo foi extraído usando o método caseiro isto é foi utilizado
um pilão, almoforiz para extracção. A determinação do índice de acidez e teor de gordura foram
realizados na UCM Chimoio. Para a determinação do índice de acidez usou-se com metodologia de
titulação volumétrica, e para a determinação do teor de gordura usou-se extracção Via Húmida usando
o Soxhlet. Os valores de índice de acidez e teor de gordura obtidos foram de 1.20 mg KOH/g e
43.92% de gordura respectivamente. Concluindo os resultados obtidos na análise feita mostram que, o
índice de acidez está dentro de parâmetros para óleo não refinado segundo a códex alimentícios
FAO/OMS, que determina que o índice de acidez deve estar abaixo de 3.0 mg KOH/g. Para o teor de
gordura chega-se a conclusão de que o método usado para extracção do óleo não é muito eficiente,
pois usou-se muita amostra e obteve-se pouca quantidade óleo
Abstract
Pumpkin seed oil plays an important role in the body, as it contains polyunsaturated fatty acids, which
are essential for the body. Therefore, this research aims to analyze the physicochemical parameter
(acidity index) and fat content of the oil extracted from the pumpkin seed using a homemade method.
The motivation for the study of the topic in question was the fact that the province of Manica has
climatic qualities for planting pumpkin, and would propose seed to have a high lipid value of about but
or less 38% of lipid in the composition. To achieve the proposed objectives, the experimental method
was applied. The sample was collected at the Chimbua post about 20 km from the municipal town of
Sussundenga. The oil extraction was carried out in the neighborhood 25 de Junho no 1, and oil was
extracted using the homemade method ie a pestle was used for extraction. The determination of the
acidity index and the fat content were carried out at UCM Chimoio. To determine the acidity index,
volumetric titration methodology was used, and to determine the fat content, wet extraction using
Soxhlet was used. The values of acidity index and fat content obtained were 1.20 mg KOH/g and
43.92% fat, respectively. In conclusion, the results obtained in the analysis made show that the acidity
index is within parameters for unrefined oil according to the FAO/WHO food code, which determines
that the acidity index must be below 3.0 mg KOH/g. For the fat content, it is concluded that the
method used to extract the oil is not very efficient, as a lot of sample was used and little oil was
obtained.
CAPÍTULO I – INTRODUÇÃO
1. Contextualização
Os alimentos desempenham um papel importante na preservação da vida do homem, pois
fornecem os elementos nutricionais e calóricos necessários para a conservação do organismo
em perfeita ordem, como carbohidratos, lípidos, proteínas, vitaminas e sais minerais. Por isso,
a sociedade actual vem demonstrando grande preocupação em relação ao consumo de
alimentos naturais, fontes de nutrientes e profiláticos, em consonância com questões ligadas
ao meio ambiente e à segurança alimentar. Nas últimas décadas, o aumento da demanda por
alimentos funcionais e por novos alimentos nutricionalmente saudáveis e economicamente
viáveis aumentou consideravelmente. Consequentemente, muita atenção tem sido dada à
utilização de subprodutos vegetais, em sua maioria, não utilizados pela indústria de alimentos
nem pela população.
Os óleos e as gorduras são substâncias de cadeias moleculares complexas, apresentando
características físico-químicas bem diferenciadas conforme o tipo de ligação intermolecular
existente esses compostos. A diferença entre óleo (líquido) e gordura (sólida), reside na
proporção de grupos axila saturados e insaturados, tornando-os líquidos à temperatura
ambiente de 25º C, ao passo que nas gorduras as cadeias carbónicas são saturadas, deixando-
as sólidas à mesma temperatura ambiente (MORETTO e FETT, 1998)
A semente de abóbora é considerada um subproduto e por muitas vezes é descartada, porém,
vem ganhando importância devido a sua rica composição nutricional, além de efeitos
anticancerígenos, anti-virais, anti-inflamatórios e antioxidantes. Ademais, é rica em ácidos
graxos polinsaturados, os quais são essenciais para o organismo, e em compostos bioactivos,
como carotenóides, vitaminas do complexo B, vitamina E e compostos fenólicos
(principalmente fito estrógenos) (Vele et., al 2019)
Segundo a Global Suplemento (Suplemento nutricional com os ácidos graxos polinsaturados
essenciais, Ómega 3 e 6 auxiliam na saúde cardiovascular e redução da inflamação, também
ajuda na fibras insolúveis promovem o bom funcionamento do intestino melhorando a
constipação intestinal, anulando o risco de aparecimento de hemorróidas e diverticulites
(inflamação da parede do intestino)
Pretendeu-se com esse trabalho fazer análise de qualidades físico-químicos mais importantes
do óleo extraído da semente de abóbora, pelo processo utilizado na comunidade para fins de
14
consumo, visto que a semente contem quantidades aceitáveis do óleo para ser usado como um
meio alternativo da extracção do óleo.
Escolha do presente tema deve-se ao facto de que a semente de abóbora apresenta uma
composição nutricional caracterizada por alto valor calórico, baixo teor de carbohidratos e
significante teor de lépidos, proteínas, fibras e cinzas. Relevantes são também as propriedades
funcionais dessas sementes, pois seu consumo contribui para a redução da hipertensão, o
controle da diabetes, a redução do risco de câncer, a regulação dos níveis de colesterol LDL, a
redução das taxas de HDL e a promoção de acção hepatoprotetora e vermífuga contem muitos
nutrientes, portanto a semente de abóbora possui quantidade necessária de óleo para ser usado
como uma alternativa para a fonte de óleos, além disso o óleo da semente de abóbora fornece
benefício para a saúde do Homem.
Foi também motivação, o facto de que existem ainda na comunidade, família que ainda
praticam a extracção do óleo pelo método caseiro
15
Âmbito científico
O tema em estudo enquadra-se numa das linhas de pesquisa da Universidade Púnguè, nas
seguintes cadeiras curriculares da Universidade Púnguè:
Química Orgânica;
Química Analítica.
1.4. Problematização
Segundo as literaturas o óleo com os ácidos graxos insaturados é melhor para o consumo.
Segundo a SANT ANNA (2005) o óleo extraído da semente de abóbora caracteriza-se por
apresentar predomínio do ácido linoleico (40.70%), seguido do ácido laurico (30,00%).
0,06 % de ferro e 1,12 % de humidade. Isto é, possui quantidades aceitáveis de óleos que
podem ser usados como alternativas para o consumo.
Diante desses conceitos coloca-se a seguinte pergunta:
Será que o óleo extraído da semente da abóbora pelo processo caseiro (trituração) possui
qualidade físico-química e quantidade para ser usado como uma alternativa no consumo?
1.5. Hipóteses
1.5.1. Hipótese Primária
O óleo extraído da semente de abóbora pelo processo caseiro tem qualidades físico-
químicas e quantidades aceitáveis para ser usado como alternativa no consumo.
1.5.2.Hipótese Secundária
O óleo extraído da semente de abóbora pelo processo caseiro pode não possuir
qualidades físico-químicas e quantidades suficientes para ser usado como meio
alternativo para o consumo
1.6.1.Objectivos geral
2.1. Abobora
A abóbora (Cucurbita pepo) é um vegetal originário das Américas do Norte e Central e
actualmente, é cultivada ao redor do mundo. O vegetal é pertencente à família Cucurbitaceae
que compreende, aproximadamente 760 espécies distribuídas em todo o mundo
(SANT'ANNA, 2005). Família inclui pepinos, melões, abobrinhas e melancias (ZITTER et
al., 1998)
Destaca-se pela sua importância como fonte de pectina, sais minerais, α-e β-caroteno, luteína,
vitaminas A e C, fibras e minerais, bem como compostos fenólicos e outros componentes
benéficos para a saúde humana. São também atribuídas à abóbora outras funções bioactivas,
como anti-diabética, anti-hipertensiva, anti-bacteriana e anti-oxidante (ZHOU et al., 2014)
Figura 1: Abobora
Apesar de não serem utilizadas com frequência na indústria de alimentos, as abóboras são
consumidas no mundo todo. Os frutos podem ser utilizados cozidos, tanto na forma salgada
como na forma doce e também podem ser fermentados e utilizados como realçadores de sabor
em sopas e molhos. As sementes podem ser utilizadas tostadas como castanhas ou como óleo
para saladas, muito consumido, principalmente, em países europeus (MURKOVIC, 1996;
LAZOS, 1995 citado por SANT'ANNA, 2005).
Fonte:https://pt.wikipedia.org/wiki/Ab%C3%B3bora#/media/
Ficheiro:Pumpkin_Seeds_(matured). Acesso 17.11.2021
Dessa forma, as sementes de abóbora têm vindo a ser valorizadas devido ao seu valor
nutricional, sendo uma boa fonte de potássio, fósforo e magnésio, contendo também
19
quantidades significativas de outros minerais como cálcio, sódio, manganês, ferro, zinco e
cobre (LAZOS, 1986).
Embora várias partes do mundo consumam as sementes de abóbora com grande frequência,
esse aproveitamento representa ainda apenas uma pequena porção das sementes desperdiçadas
na globalidade, sendo que para minimizar esse desperdício e agregar valor económico a esse
produto, será necessário utilizar com maior frequência essas sementes à escala industrial
(NAVES et al., 2010).
2.2.1.Propriedades terapêuticas da semente de abóbora
Recentemente, muita atenção tem sido dada à utilização de produtos que, geralmente, não são
utilizados pela indústria de alimentos e pela população. Apenas uma parte dos alimentos é
utilizada directamente para o consumo humano, sendo o restante desperdiçado. A utilização
desses produtos eliminados poderia contribuir na produção de novos produtos alimentícios e,
ao mesmo tempo, minimizar os problemas com desperdício de alimentos, particularmente, em
países subdesenvolvidos. Porém, para que isso ocorra é necessário realizar pesquisas sobre
esses alimentos e, consequentemente, poder orientar o consumo dos mesmos (SANT'ANNA,
2005)
Dois estudos clínicos realizados com crianças de 2 a 7 anos de idade, moradores de uma área
hiper-endêmica de oxalcristalúria na Tailândia, mostraram que o consumo de sementes de
20
abóbora (60 mg/Kg de peso), como petisco, pode ajudar a prevenir a formação de cálculos na
bexiga. A semente de abóbora reduziu os níveis de substâncias que promovem a formação de
cálculos na urina como cristais de cálcio-oxalato e aumentou os níveis das substâncias que
inibem sua formação como o fósforo, pirofostato e glicosaminoglicans (SUPHAKARN et al.,
1989)
Recentemente, muita atenção tem sido dada à utilização de produtos que, geralmente, não são
utilizados pela indústria de alimentos e pela população. Apenas uma parte dos alimentos é
utilizada directamente para o consumo humano, sendo o restante desperdiçado. A utilização
desses produtos eliminados poderia contribuir na produção de novos produtos alimentícios e,
ao mesmo tempo, minimizar os problemas com desperdício de alimentos, particularmente, em
países subdesenvolvidos (SANT' NNA, 2005)
.
Figura 3: Tri-gliceridios
Fonte: Castro 2014
Segundo BERMEJO (2014) osóleos e gorduras são designações usualmente empregues para
denominar um grupo de lípidos simples, saponificáveis, formados por ésteres de acilgliceróis,
produtos resultantes da esterificação entre uma molécula glicerol e ácidos gordos. Os
acilgliceróis, são compostos hidrofóbicos e à temperatura ambiente, possuem uma
consistência pastosa, de líquido para sólido
Os ácidos graxos insaturados costumam ser divididos em: monoinsaturados, como são o caso
do ácido oléico, que tem apenas uma ligação dupla; polinsaturadas, como são o ácido
linoléico (com duas ligações duplas) e o ácido linolênico (com três ligações duplas), e assim
por diante. Do ponto de vista estrutural, os ácidos graxos saturados são lineares, enquanto os
insaturados não o são, devido à existência da isomeria cis-trans nas ligações duplas. No
entanto, na Natureza predominam (cerca de 90%) os isómeros- cis
graxos não saturados, conforme o número de ligações duplas existentes na molécula, podem
ser: mono oleofínicos e poli-oleofínicos (CASTRO, 2014)
Os óleos e gorduras (ou lipídeos) são uma classe de substâncias químicas cuja principal
característica é serem hidrofóbicas, ou seja, não serem solúveis em água. Os exemplos mais
conhecidos dessas substâncias são os ácidos graxos e seus derivados, esteróis, ceras e
carotenóides. Segundo MORETTO et al., (1998) citado no LOPES (2014) compostos têm em
comum a presença de cadeias orgânicas com um elevado número de carbonos, o que lhes
confere o carácter hidrofóbico, podendo apresentar apenas átomos de carbono e hidrogénio
ou, ainda, grupos funcionais com heteroátomos, como álcoois, fenóis, ácidos carboxílicos,
ésteres, entre outros
Os ácidos graxos são ácidos carboxílicos com cadeia carbónica longa que em sua maioria na
natureza não apresentam ramificações e contêm um número par de carbonos devido à rota
bioquímica de síntese. Os ácidos graxos diferem entre si pelo número de carbonos da cadeia e
também pelo número de insaturações. Note-se que usualmente as ligações duplas apresentam-
se como isómero cis e quando o ácido é poli-insaturado, ou seja, tem mais de uma ligação
dupla na cadeia, existe um carbono com hibridação sp3 entre as ligações duplas.
A Figura mostra os principais ácidos graxos existentes na natureza, os quais estão presentes
na maioria dos óleos e gorduras (GUIMARÃES, 2000).
23
Figura 5: Principais ácidos graxos presentes em óleos e gorduras: (i) saturados (a, palmítico
com 16 carbonos; b, esteárico com 18 carbonos); (ii) insaturados com 18 carbonos (c, oléico
com uma ligação dupla; d, linoléico com duas ligações duplas; e, linolênico com 3 ligações
duplas) Fonte: MORETTO et al., 1998.
2.4.1.1. Acilgliceróis
Os acilgliceróis (ou lípidos neutros) contêm glicerol unido a um ou vários ácidos gordos
através de ligações éster. As gorduras naturais existentes contêm cerca de 95% de
triacilgliceróis (TAG), entre 0,1 e 2% de diacilgliceróis (DAG) e de monoacilgliceróis
(MAG). Tri-, di-, e monoacilgliceróis são constituídos por uma molécula de glicerol à qual
estão ligadas três, duas ou uma molécula de ácidos gordos, respectivamente (APARICIO,
2000; FIRESTONE, 1996; RICARDO e TEIXEIRA, 1983)
Fonte: http://lipidlibrary.aocs.org
Figura 7: Esquema
representativo dos dois tipos de isómeros (cis e trans)
Fonte: BARMEJO (2014)
10 Cáprico CH3(CH2)8COOH
12 Láurico CH3(CH2)10COOH
14 Mirístico CH3(CH2)12COOH
16 Palmítico CH3(CH2)14COOH
18 Esteárico CH3(CH2)16COOH
20 Araquídico CH3(CH2)18COOH
22 Beénico CH3(CH2)20COOH
24 Linhocérico CH3(CH2)22COOH
Fonte: CAMPOS (2005)
Uma das primeiras aplicações da extracção por solvente foi a separação de misturas orgânicas
em grupos de compostos de características químicas similares, como na remoção ou produção
de substâncias aromáticas. Posteriormente este método foi aplicado também para a produção
de fármacos e em processos ambientais, constituindo uma etapa durante a qual uma fase
27
orgânica está em contacto com uma fase aquosa ou outra fase orgânica imiscível
(WENNERSTEN, 1992)
A separação de compostos de produtos naturais pode ser conseguida pela transferência destes
de uma fase para outra (sólido-líquido, líquido-líquido) dentro de um processo industrial. A
extracção por solvente utiliza as diferenças em interacções intermoleculares na fase líquida
(WENNERSTEN, 1992)
No processamento industrial, muitos produtos são separados de sua estrutura natural original
por extracção sólido-líquido, como por exemplo, na produção de óleos vegetais, utilizando
solventes orgânicos, tais como hexano, acetona e éter. Na extracção por solvente, duas fases
estão em contacto íntimo e o(s) soluto(s) pode(m) se difundir do sólido para a fase líquida,
resultando na separação dos componentes contidos originalmente no sólido (GEANKOPLIS,
2003).
O material a ser submetido à extracção é previamente triturado e laminado a fim de facilitar a
penetração do solvente, uma vez que, deste modo, além de estar contido no interior das
células (sendo removido por difusão), também estará em forma de uma camada em volta das
partículas do material, sendo removido por simples dissolução (MORETTO & FETT, 1998).
Isto significa que o processo constitui-se em duas etapas: uma primeira, rápida e fácil, de
dissolução, e outra mais demorada, de difusão, e por isso, considerada a etapa limitante.
Como resultado, tem-se uma extracção com velocidade elevada no início e em seguida,
decrescente, não se atingindo uma remoção completa, na prática (MORETTO & FETT,
1998).
A extracção por solvente é uma operação de transferência de massa amplamente utilizada na
indústria de alimentos para retirar o óleo de sementes/e ou polpas oleaginosas
Após terem seu tamanho reduzido, estas sementes são colocadas em contacto com o solvente,
de maneira que ocorra a transferência do óleo da fase sólida para a fase líquida (PERRY &
CHILTON, 1986).
2.6.1. Pré-tratamentos
28
2.6.2. Obtenção
Para sementes de baixo teor de gordura (ex. soja), depois da limpeza, trituração, cozimento e
laminagem, realiza-se a extracção e esta é feita com solvente orgânico. Na segunda extracção
tritura-se o resíduo, seca-se e submete-se a uma extracção por percolação, habitualmente em
contracorrente. A mistura solvente/óleo separa-se por destilação com recuperação do solvente.
Um dos solventes permitidos e dos mais usados é o hexano, que apesar de inflamável, é
menos tóxico que outros. No caso de sementes ricas, de elevado teor de gordura (ex. colza e
girassol), é feito um passo prévio de prensagem mecânica onde 13
70% do óleo cru é obtido por expressão (extracção mecânica) e o restante por extracção por
solventes (adaptado de SOVENA, 2012; FREIRE, 2002)
2.6.3. Refinação
O produto obtido por pressão e extracção de sementes oleaginosas designa-se óleo bruto e
contém 10 a 15% de impurezas, principalmente AG livres e fosfolípidos, que são
posteriormente eliminados através da refinação. Estes compostos podem conferir sabor,
cheiro e aparência desagradáveis e diminuir a estabilidade do produto. Para tornar o óleo
bruto próprio para alimentação humana, este é submetido a um conjunto de operações de
purificação. As etapas da refinação são: desgomagem, neutralização, branqueamento e
desodorização (SOVENA, 2012; FREIRE, 2002; INETI, 2001)
29
A desgomagem visa remover fosfatídios, que devido ao seu poder emulsionante, conduziriam
a perdas de óleo durante a refinação. Na desgomagem procede-se à hidratação dos fosfatídios,
usando soluções aquosas de ácido fosfórico ou cítrico a 60-80º C. Os fosfatídios tornam-se
insolúveis no óleo, sendo removidos por centrifugação ou filtração (FREIRE, 2002)
Os óleos brutos contêm teores elevados de AG livres, o que pode ser um risco acrescido de
deterioração oxidativa. Uma colheita cuidada e um armazenamento adequado das sementes, é
muito importante para obtenção de um óleo bruto com um teor de AG livres reduzido. Os AG
livres provocam odores desagradáveis, pelo que devem ser removidos para que o óleo se torne
edível. A operação de neutralização consiste em eliminar os AG livres sob a forma de
sabões, através da adição de hidróxido de sódio (NaOH) ou de potássio (KOH) a quente, com
posterior separação. No entanto, inicialmente, é adicionado ácido fosfórico que remove a
acidez e os fosfatídeos, sendo no caso do girassol necessária uma operação adicional de
winterização, que tem como objectivo evitar que o óleo turve quando frio. Os AG precipitam
na forma de sabões e podem ser eliminados por adição de água e decantação/centrifugação.
Na solução alcalina também podem ser eliminados outras impurezas como proteínas,
fosfolípidos e sais minerais (SOVENA, 2012; FREIRE, 2002; INETI, 2001).
O principal objectivo do branqueamento é a remoção dos compostos corados indesejáveis
presentes nos óleos brutos ou parcialmente refinados. O método é baseado na 14
oxidação/absorção de pigmentos, o que conduz a um produto sem cor. Nesta fase podem
também ser eliminados peróxidos e iões de metais pesados (SOVENA, 2012).
A desodorização é o último passo na refinação. Consiste basicamente em eliminar algumas
substâncias, não eliminadas nas fases anteriores, que produzem odores desagradáveis, como
aldeídos e cetonas, ou resíduos de AG livres. Faz-se por destilação a pressão reduzida e
temperaturas inferiores a 200°C. Devem evitar-se aquecimentos prolongados que podem
originar polimerização. A remoção destas substâncias assegura a estabilidade do produto,
garantindo-lhe um período de vida aceitável (SOVENA, 2012; FREIRE, 2002).
30
2.7.1.Determinação da acidez
É um tipo de reacção complexa, provocada por microrganismos e pelo oxigénio do ar, que
acarreta a quebra da cadeia dos glicerídios, com formação de ácidos de cheiro rançoso.
Exemplo comum é a rancificação da manteiga, que se torna não-comestível (FELTRE 2004)
31
2.7.4. A densidade
Indica a razão da massa da amostra em relação à da água por unidade de volume a 25°C e é
aplicável a todos os óleos e gorduras líquidas
2.7.5. O índice de refracção
Tem grande utilidade no controle dos processos de hidrogenação, visto que os óleos possuem
poderes de refringência diferentes; assim, o índice de refracção de um óleo aumenta com o
comprimento da cadeia hidrocarbonada e com o grau de insaturação dos ácidos graxos
constituintes dos triglicerídeos. Esses índices são muito usados como critério de qualidade e
identidade desses óleos. É a relação existente entre a velocidade da luz no ar e no meio
(substância em exame). Ele varia na razão inversa da temperatura e tende a aumentar com o
grau de insaturação dos ácidos graxos constituintes dos triglicerídeos.
depende do tamanho das cadeias dos seus ácidos gordos e do seu grau de insaturação, sendo o
índice de refracção dos monoglicéridos superior ao índice de refracção dos triglicéridos
correspondentes (Chakrabarty, 2003).
34
3.1.Tipo de estudos
A presente pesquisa classifica-se:
3.2. Amostragem
A amostra foi adquirida aleatoriamente em diferentes famílias do povoado Marumure, no
posto administrativo sede, distrito de Sussundenga.
A secagem é o processo de preservação mais antigo utilizado pelo Homem que, durante
milhares de anos o utilizou na secagem de carne, peixe, frutos e vegetais. Hoje em dia, na
indústria alimentar, as instalações podem variar entre as mais simples, utilizando a luz solar
ou secadores de ar quente, até às mais sofisticadas com secagem por pulverização ou
liofilização (Sousa, 2012). Para Brennan, (2006) &Fellows, (2000) termo secagem é definido
como a aplicação de calor sob condições controladas, com o objectivo de remover a maior
parte da água, que normalmente está presente no alimento, por evaporação (ou, no caso da
liofilização, por sublimação).
Portanto, amostra apesar de ser adquirida seca, teve que passar pelo processo de secagem para
garantir, redução mínima de Humidade (água).
trabalho, aplica o mesmo procedimento, mas diferença está nos equipamentos utilizados, na
prensagem a frio utiliza-se prensas enquanto, na extracção caseira utiliza-se pilão.
Materiais
Um pilão
Almofariz
Uma ceifa
Uma colher
Reagentes
Semente de abobora
Formação de argamassa
Quando semente ficou totalmente reduzida em farinha, foi devolvida no pilão e adicionadas
quantidades pequena de água quente no pilão e triturou-se até formar uma argamassa.
Começou a aparecer um líquido viscoso no pilão, que aumentava quando exercia-se a pressão
na argamassa e com ajuda de uma colher de sopa recolheu-se o líquido
Para um bom rendimento, voltou-se a triturar a argamassa, logo depois voltou-se a exerce-se a
pressão para recolher o líquido viscoso
O procedimento acima descrito foi repetido, muitas vezes até obter-se aproximadamente 100
ml do líquido.
39
A determinação do teor de gordura baseou-se nos métodos de Soxhlet, para se ter em conta
qual era quantidade de óleo presente, na amostra extraída. A determinação do teor de gordura
foi realizada no laboratório da UCM na cidade de Chimoio.
40
A identidade de óleos vegetais, incluindo azeites de oliva, e de gorduras vegetais deve atender
aos requisitos de composição estabelecidos em normas do CodexAlimentarius - FAO/OMS
A tabela 2 apresenta as principais características físico-quimicas dos óleos vegetais propostos
pela CodexAlimentarius - FAO/OMS
Tabela 4: Teor de acidez segundo a FAO/OMS
Ensaio Óleos refinados Óleos prensados a frio e
não refinados
Índice de acidez 0.3 mg KOH/g 4.0 mg KOH/g
KOH/g, portanto o índice de acidez da amostra de óleo extraído da semente de abóbora pelo
método caseiro está nos parâmetros aceitáveis.
Possivelmente esse grau de acidez foi obtido em virtude da baixa quebra hidrolítica,
sugerindo que as amostras foram conservadas e as sementes preservaram sua qualidade
química, pois caso contrário o índice de acidez seria elevado. Dentro do índice de acidez, as
amostras estão aprovadas para o consumo humano.
Na análise realizado acima descrito na tabela, mostrou que em 100g de amostra existem cerca
de 43,92 grama de gordura e 56,08 de água e outros componentes.
Segundo a FAO/OMS, fundamenta que o teor de óleo extraído de vegetais deve ter no
mínimo 90% de gordura, na amostra
Obteve-se este resultado, pelo facto do óleo depois que extraído passar pelo processo refino,
por conseguinte, a amostra de óleo analisada foi obtida pelo processo caseiro, e na execução
deste método foi usado água quente para facilitar a extracção. Assim sendo uso de água
estima-se tenha influenciado nos resultados ou quantidades de óleo obtido.
Também como consequência durante a extracção do óleo tenham escapado matéria orgânica e
inorgânica. Para BORGES et., al (2006) a farinha de semente de abóbora expostas à 60 e à 70
ºC demonstraram altos teores de nutrientes em sua composição, apresenta 24,66 % de
carbohidratos, 31,68 % de lépidos, 31,67 % de proteínas, 6,47 % de fibras, 4,36 % de cinzas,
0,06 % de ferro e 1,12 % de humidade. Assim sendo estima-se que existem quantidades
ínfimas de alguns produtos que passaram no processo de extracção.
42
Comparados os resultados obtidos para o óleo extraído da semente da abóbora que são 1.20
mg KOH/g e 43.92% respectivamente com os resultados padronizados para os valores
máximos e mínimos da FAO/OMS, propõe que o índice de acidez máxima deve ser de 3.0 mg
KOH/g e o teor de gordura no óleo vegetal deve superar 90%.
De referir que o teor de índice de acidez, do óleo extraído da semente abóbora está dentro dos
parâmetros estabelecidos pela Codex alimentícios FAO/OMS, que determina o índice de
acidez do óleo vegetal refinado deve estar abaixo de 3.0 mg KOH/g e o teor de gordura não
está nos parâmetros estabelecidos porque a FAO/OMS estabelece que o teor de gordura na
amostra de óleos extraído, deve ter no mínimo 90% de gordura.
5.1.Limitações
A população, sugere-se que use óleo da semente da abóbora, pois possui propriedades
medicinais.
Sugere-se a população a não desperdiçar as sementes colhidos nas machambas, e
consequentemente serem usados como meio alternativa para óleo de consumo.
Sugere-se que na extracção do óleo pelo processo caseiro, não seja empregue muita
água.
43
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Apêndices
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Anexos