PSICODIAGNÓSTIC1

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PSICODIAGNÓSTICO

-ENQUADRE DO PROCESSO PSICODIAGNÓSTICO-

CARACTERÍSTICAS

 Pode ter variabilidade de acordo com as necessidades do cliente


 Comunicar sigilo e os valores
 Formato de trabalho: online ou presencial (para atender online precisa se
inscrever no conselho e ter uma liberação)
 Necessário ao meu trabalho e ao trabalho que estou desenvolvendo
 Restrito, fechado, amplo, permeável, plástico – depende do trabalho,
abordagem, jeito de trabalhar, etc.
 Depende também do local (instituição)
 Modo do trabalho e seu objetivo
 Frequência dos encontros
 Horários
 Honorários (possui valor mínimo e valor máximo)
 Papel que cabe a cada um

 Rupturas de Enquadramento
 Dificuldades no enquadramento por parte de pacientes e alunos.
 "Rupturas" revelam características de personalidade.
 Exemplos incluem atrasos e abordagens fora do contexto.
 Tais comportamentos comunicam dificuldades e ansiedades.
 Responsabilidade pela manutenção do enquadramento cabe ao
profissional.
 Na supervisão, o enquadramento envolve sigilo e respeito.

-FUNDAMENTOS DO PSICODIAGNÓSTICO-

 Avaliação Psicológica
 Objeto de estudo = sujeito, grupo, instituição ou comunidade
 Trabalhos interdisciplinares
 Psicodiagnóstico
 Avaliação clínica
 Identifica forças e fraquezas no psicológico
 Existência ou não de psicopatologia
 Medir forças e fraquezas = limites da variabilidade emocional

HISTÓRICO

 Psicodiagnóstico originou-se na psicologia clínica por volta de 1896 com os


primeiros testes mentais.
 Inicialmente, os psicólogos aplicavam testes a pedido de outros
profissionais, mantendo distância para preservar objetividade.
 Principais contribuições iniciais foram de:
 Galton – Diferenças individuais
 Cattel – Primeiros testes mentais
 Binet – Exame psicológico como coadjuvante da avaliação
pedagógica
 Não havia um procedimento integrado para atender o avaliado.
 Divisão entre orgânico e funcional.
 Kraepelin desenvolveu sistema de classificação de transtornos mentais.
 Surgimento da psicanálise e técnicas projetivas permitiram
compreensão mais profunda do avaliado.
 Freud e Jung foram pioneiros no desenvolvimento das técnicas
projetivas.

PSICODIAGNÓSTICO

 Limitado no tempo, utiliza técnicas e testes individuais ou não


 Pressupostos teóricos para entender problemas
 Identificar e avaliar aspectos científicos
 Classifica e prevê o curso do caso
O psicodiagnóstico é um procedimento clínico que utiliza técnicas e testes
para avaliar características psicológicas, visando diagnosticar problemas e
orientar intervenções terapêuticas, baseado em uma orientação teórica
específica.

 Processo Científico
 Levantamento de hipóteses confirmadas ou infirmadas por passos
predeterminados.
 Limitado no tempo e baseado em contrato entre psicólogo e
paciente/responsável.
 Estabelecimento de plano de avaliação com base em perguntas ou
hipóteses iniciais.
 Seleção e administração de bateria de testes para inter-relacionar dados
com história clínica.
 Comunicação dos resultados para subsidiar decisões ou recomendações.
 Processo científico de investigação e intervenção clínica
 Utilização de técnicas e/ou testes para avaliar características
psicológicas.
 Objetivo de diagnóstico descritivo ou dinâmico.
 Construído com base em uma orientação teórica.
 Visa compreender a situação avaliada.
 Gera indicações terapêuticas e encaminhamentos.
 Objetivo de diagnóstico descritivo ou dinâmico.
 Orientação teórica para compreensão da situação avaliada e geração de
indicações terapêuticas e encaminhamentos.

OBJETIVOS

 Conforme os motivos do encaminhamento.


 Os objetivos estão ligados às questões propostas e necessidades da fonte
de solicitação.
 Surge a necessidade de um enquadramento específico para o
psicodiagnóstico, dada sua limitação temporal e utilização de técnicas e
testes psicológicos.

 Tipos de Classificações:

 Classificação simples: diagnóstico pautado em um tema único e


particularizado.
 Ex: O paciente precisa de uma adequação curricular (determinar Q.I
e avaliar cognição).
 Descritivo: Necessidade de informações, ultrapassa o simples. Não só
avalia, como descreve o que o psicólogo determina (conclusão).
 Nozoológica: Critérios diagnósticos para descrever uma patologia.
 Ex: utilizar o CID ou DSM .
 Diferencial: Ele se sobressai e encontra pontos de divergências.
 Ex: diferencia esquizofrenia de transtorno bipolar.
 Compreensiva: Compreender a personalidade do indivíduo.
 Dinâmico: compreender a analisar a dinâmica dos sintomas do paciente.
Necessita de mais análise
 Prevenção: Prevenir fatores que causam a patologia. Compara
resultados das avaliações após determinado tempo (Prognóstico).
 Ex: demência.
 Forense: Por determinações jurídicas. Realizado por psicólogos da área.

FINALIDADES

1. Investigação diagnóstica: Explora o que vai além da expressão consciente do


avaliado, evitando rotulá-lo.
2. Avaliação do tratamento: Realiza um reteste para monitorar o progresso,
utilizando os mesmos testes ou equivalentes.
3. Meio de comunicação: Facilita a comunicação e promove a conscientização do
avaliado sobre seu próprio sofrimento, além de incentivar um comportamento
mais natural.
4. Investigação: Desenvolve novos instrumentos de exploração da personalidade
e planeja estudos sobre determinadas patologias.
 Fins terapêuticos: Contribui para decisões sobre tratamento, mudanças de
estilo de vida e aceitação de recomendações.
 Discussão das conclusões: Realizada com o avaliado, pais ou família
conforme necessário.
 Entrevista de devolução: Além de informar os resultados, pode ter efeitos
terapêuticos involuntários.
 Diagnóstico secundário: O foco está em compreender as forças e fraquezas
do avaliado para formular recomendações terapêuticas adequadas.

OPERACIONALIZAÇÃO

 Identificar motivos de encaminhamento e queixas iniciais.


 Coletar dados sobre o sujeito e pessoas significativas, abrangendo aspectos
psicológicos, sociais, médicos e profissionais/escolares.
 Reunir informações sobre história clínica e pessoal para identificar
correlações com a situação atual.
 Realizar o exame do estado mental do paciente, potencialmente
complementando com outras fontes.
 Estabelecer hipóteses iniciais e definir objetivos claros para o exame.
 Estabelecer o plano de avaliação.
 Firmar contrato de trabalho com o sujeito ou responsável.
 Administrar testes e instrumentos psicológicos.
 Coletar dados qualitativos e quantitativos.
 Selecionar, organizar e integrar dados relevantes para os objetivos do
exame, considerando a história e circunstâncias atuais de vida do
examinando.
 Comunicar os resultados através de entrevista devolutiva, relatório, laudo,
parecer ou outros informes, propondo soluções, se necessário, para
beneficiar o examinando.
 Encerrar o processo de psicodiagnóstico.

 Passos do Psicodiagnóstico
 Levantamento de perguntas e definição de hipóteses e objetivos.
 Estabelecimento do contrato de trabalho.
 Planejamento e aplicação de instrumentos de exame psicológico.
 Coleta de dados quantitativos e qualitativos.
 Integração e análise das informações em relação às hipóteses e objetivos.
 Formulação de conclusões, identificando potencialidades e
vulnerabilidades.
 Comunicação dos resultados, orientação sobre o caso e encerramento do
processo.

-CONTATO PSICODIAGNÓSTICO-

O CONTATO COM O PACIENTE

 Expressão de contato: exercitar o tato emocionalmente na relação


terapêutica.
 O psicólogo explora as angústias e dificuldades do paciente.
 Estabelecer proximidade para o processo terapêutico.
 Mostrar ao paciente a importância de acolher suas dificuldades.
 A solução só surge quando há contato emocional e acolhimento das
dificuldades.

 Motivos Conscientes e Inconscientes


 Marcação da consulta = trabalho psicológico já iniciado, pois precede
angústia e ambivalência
 Encaminhamento por outros profissionais = Resistência e Angústia
 Tendência para apresentar motivo menos ansiogênico e mais tolerável ao
psicólogo, muitas vezes não sendo o mais verdadeiro.
 QUEIXA MANIFESTA (explicitada ao psicólogo) X QUEIXA LATENTE
(verdadeira, muitas vezes não revelada).
 Importância do psicólogo esclarecer amplamente e de forma objetiva as
motivações conscientes e inconscientes envolvidas no pedido de ajuda.

 Identificação do Paciente
 Motivos explícitos e implícitos para a busca de ajuda colaboram para
identificar:
 Quem é de fato seu paciente: a pessoa que é trazida ou assume a
procura,
grupo familiar ou ambos.

DINÂMICA DA INTERAÇÃO CLÍNICA

 Aspectos conscientes e inconscientes


 Cada qual tem sua função. Ambos são pessoas.

 No plano das motivações:


 Assumem papéis de acordo com seus sentimentos primitivos e fantasias
 No plano ICS
 Transferência e contratransferência
 Transferência:
 Envolve recriação de estágios emocionais do paciente.
 Não se limita a uma polaridade positiva ou negativa.
 Não deve ser confundida com o vínculo com o psicólogo.
 A resistência do paciente à tarefa também é uma forma de
transferência.
 Contratransferência:
 Psicólogo pode ficar dependente do afeto do paciente (se envolve por
elogios, presentes, etc.)
 Dar conta dela e como ela influencia o processo

DEFINIÇÃO DE PROBLEMAS E NECESSIDADES DO PSICÓLOGO

 Psicólogo sofre pressões do paciente, família, ambiente e de quem fez o


encaminhamento

 Variáveis Psicológicas – Psicólogo e Paciente


 Psicólogo
1. "Voyeurista": o psicólogo examina os pacientes enquanto mantém
neutralidade, vínculo breve.
2. Autocrático: destaca o poder do psicólogo no diagnóstico, indicando ao
paciente o que fazer.
3. Oracular: psicólogo age como se soubesse tudo, reforçado pelo
encaminhamento onde ele fornece respostas.
4. Santificado: o psicólogo assume o papel de salvador do paciente
 Paciente
1. "Auto-exposição": paciente se sente exposto e vulnerável ao psicólogo.
2. "Perda de controle": paciente se sente à mercê do psicólogo, adotando
postura defensiva.
3. "Perigos de autoconfrontação": paciente enfrenta ambivalência entre
querer ajuda e recear confrontar aspectos dolorosos.
4. Tentação de reagir de forma regressiva devido à dificuldade em aceitar
suas próprias dificuldades.
5. Ambivalência diante da liberdade: paciente enfrenta testagem com
liberdade relativa e o risco de se expor.
 O psicólogo deve estar atento:
 A suas próprias condições psicológicas e ao uso de recursos criativos.
 Às reações e manifestações do paciente.
 À qualidade do vínculo estabelecido entre eles.
 Esses aspectos são fundamentais para compreender o caso de forma
abrangente.

-O PROBLEMA-

PSICODIAGNÓSTICO

 Encaminhamento Consulta (passos do exame – rotinas do psicólogo)


 Tipo de avaliação Existência de problema prévio
 Identificar e avaliar Diagnóstico
 Primeira consulta Dúvidas, fantasias, querer explicações

 Retardam ajuda Agravar o problema e interfere na objetividade do


relato do caso
 Limites da variabilidade normal são ultrapassados = sintomas presentes
 Continuidade entre rotina, estados emocionais, estresse e sintomas iniciais
de transtornos.
 Difícil julgar quando é necessário avaliação clínica.
 Complexidade em diferenciar problemas comuns de transtornos mentais
iniciais.
 Shaw e Lucas (1970)
 Pais hesitam em considerar comportamentos do filho como motivo de
preocupação.
 Alegam que muitas crianças podem apresentar tais comportamentos.
 Falta de distinção entre desajustes ocasionais e prolongados.
 Confiança no tempo para que os problemas desapareçam.
 Problema – adulto
 Enfrentá-lo sem ajuda ou explicá-lo em termos de fatores circunstanciais
 Tentar resolvê-lo através de mudanças externas (surgimento do problema
até consulta)
 Recursos pessoais, capacidades de enfrentamento e defesas psicológicas
do paciente influenciam a natureza e expressão dos sinais e sintomas
psiquiátricos.
 Influência na percepção das dificuldades e na gravidade atribuída aos
sintomas.
 Preconceito sobre a possibilidade de doença mental.
 Atitude de colaboração no processo diagnóstico é afetada.
 Pré-história do caso
 Percepção das dificuldades.
 Gravidade atribuída aos sintomas.
 Dúvidas sobre a existência de patologia.
 Confiança em quem sugeriu a avaliação psicológica.
 Atitudes preconceituosas sobre doença mental.

 Influência na dinâmica da interação clínica.


 Atitude de colaboração durante a testagem.
 Seletividade das informações prestadas.

 Cabe ao Psicólogo:
 Examinar as circunstâncias que precederam a consulta.
 Avaliar as maneiras de perceber o problema e delimitá-lo.
 Atribuir sinais e sintomas sua significação adequada.
 Desafio para o psicólogo iniciante.

SINAIS E SINTOMAS
 Sinais
 Designar comportamentos observáveis (objetivos)
 Sintomas
 Experiências do sujeito
 Dificuldade de diferenciação na doença mental devido à psicopatologia
subjetiva difícil de descrever.
A compreensão dos transtornos psiquiátricos requer uma avaliação completa
do contexto das queixas do paciente.

CRITÉRIOS DE DEFINIÇÃO DE PROBLEMA

 Problema
 Identificação do problema: reconhecimento de alterações nos
comportamentos comuns.
 Variação nos transtornos psiquiátricos: existem em um espectro entre
saúde mental e psicopatologia.
 Natureza quantitativa: mudanças percebidas geralmente envolvem
aumento ou diminuição de comportamentos usuais.
 Mudanças quantitativas: podem afetar atividade, humor e outros aspectos.
 Proporcionalidade às causas estressantes da vida.
 Significação clínica: se intensidade desproporcional ou persistência além do
esperado.
 Mudanças qualitativas: comportamentos estranhos, bizarros ou
inapropriados.
 Consideração do contexto cultural e gravidade relacionada a fatores
internos.
 Uso de critérios operacionais para diagnóstico.
 Necessidade de apresentar um conjunto de características sintomáticas por
um período para diagnóstico.

AVALIAÇÃO DA PSICOPATOLOGIA

 Psicodiagnóstico
 Forças e fraquezas no funcionamento psicológico
 Distingue-se de outros tipos de avaliação pela existência ou não de
psicopatologia
 Modelos de psicopatologia utilizados
 Categórico de ao Dimensional
 Categórico: enfoque qualitativo – julgamento clínico sobre presença ou
não de sintomas
 Dimensional: enfoque quantitativo – medida da intensidade sintomática
 Psicólogo = categórico e dimensional
 Enfoque quantitativo e qualitativo
 Estratégias diagnósticas (entrevistas, instrumentos psicométricos,
técnicas projetivas e julgamento clínico) para o diagnóstico
 Processo diagnóstico = maior ou menor abrangência, mais qualitativo ou
quantitativo.
 Existência ou não de psicopatologia torna importante a comunicação com
outras áreas

TRANSTORNOS MENTAIS E CLASSIFICAÇÃO NOSOLÓGICA – DSM-V – TR

 Classificação nosológica – transtorno mental


 Transtorno mental:
 Síndrome – pertubação na cognição, regulação emocional ou no
comportamento
 Reflete disfunção nos processos psicológicos, biológicos ou
desenvolvimento subjacentes ao funcionamento mental
 Sofrimento ou incapacidade que afeta atividades sociais, profissionais,
etc.
 Resposta esperada a um estresse ou perda comum (ex: luto por ente
querido)n desvios sociais de comportamento, conflitos entre indivíduo e
sociedade não constituem transtorno mental
 Psicodiagnóstico:
 Familiaridade com classificação nosológica
 Nomenclatura dos transtornos é útil na comunicação entre profissionais
e documentos
 Critérios a partir de hipóteses diagnósticas
 O que diferencia de outros transtornos
 Critérios para exclusão de outros diagnósticos
 Avaliação, estratégias, enfoque e modelos dependerão de cada caso
 Essencial é conhecer os sistemas de classificação nosológica à DSM-V – TR
e CID-10/ CID-11

-A ENTREVISTA CLÍNICA-

DEFINIÇÃO
 Conjunto de técnicas de investigação.
 Conduzida por entrevistador treinado.
 Objetiva descrever e avaliar aspectos pessoais, relacionais ou sistêmicos.
 Pode envolver indivíduo, casal, família ou rede social.
 Processo que visa recomendações, encaminhamentos ou intervenções em
benefício dos entrevistados.
 Técnica:
 Técnica: procedimentos para investigar temas.em questão
 Investigação: alcança objetivos primordiais da entrevista, como descrever e
avaliar.
 Levantamento de informações para relacionar eventos, inferências,
conclusões e decisões.
 Entrevista faz parte de um processo de avaliação, podendo ocorrer em uma
sessão.
 Pode ser direcionada para encaminhamento ou definição de objetivos
terapêuticos.

A ENTREVISTA

 Dirigida pelo entrevistador com um objetivo específico.


 Objetivos determinam estratégias e limites de cada tipo de entrevista.
 Todas as entrevistas têm alguma forma de estruturação, direcionadas pelo
entrevistador para alcançar seus objetivos.

 Objetivos da Entrevista
 Descrever e avaliar para oferecer retorno.
 Cada tipo de entrevista define objetivos instrumentais, delimitando o
alcance e as limitações da técnica.
 Diferentes estratégias de avaliação podem ser usadas para alcançar
objetivos específicos ou combinados.
 Modalidades de entrevista incluem: triagem, anamnese, diagnósticas
(sindrômicas ou dinâmicas), sistêmicas e de devolução.

 O Entrevistador
 Estar presente e ouvir sem interferências pessoais.
 Construir uma aliança terapêutica.
 Facilitar a expressão dos motivos para buscar ajuda.
 Buscar esclarecimentos para comunicações vagas.
 Confrontar gentilmente esquivas e contradições.
 Tolerar a ansiedade do paciente.
 Reconhecer defesas e dinâmicas de relação (transferência).
 Compreender processos contratransferenciais.
 Assumir a liderança em momentos de impasse.
 Dominar as técnicas terapêuticas utilizadas.

ESTUDO DE CASO – BREVE QUEIXA

Paciente com 9 anos de idade, menino. Tem apresentado dificuldades escolares na


aquisição da leitura e escrita. A escola pediu para realizar avaliação psicológica para
compreender melhor as causas da dificuldade da criança a fim de ajudá-lo. Os pais
estão preocupados com as dificuldades apresentadas pelo filho, pois desde o parto, a
família tem passado por momentos angustiantes em relação à criança. Ele nasceu
prematuro de 32 semanas.

• Elaborar entrevista de queixa

• Elaborar entrevista de anamnese: focar pontos principais mediante aspectos


da queixa

Possível Resposta:

 Entrevista de Queixa:
 Apresentação e Acolhimento:
 Como vocês estão hoje? Podem me contar um pouco sobre as
dificuldades que o filho de vocês tem enfrentado na escola?
 Quando vocês perceberam que ele estava enfrentando essas
dificuldades na leitura e escrita?
 Poderiam me dar alguns exemplos específicos dessas dificuldades?

 História Prévia e Desenvolvimento:


 Houve algum evento significativo durante a gestação? A mãe teve
alguma complicação durante a gravidez?
 Como foi o parto do seu filho? Ele nasceu prematuro de 32 semanas,
certo? Houve alguma complicação durante esse período?
 Como foi o desenvolvimento motor, cognitivo e emocional dele desde o
nascimento até agora?

 História Médica e Familiar:


 Ele teve alguma condição médica relevante desde o nascimento até
agora?
 Algum membro da família tem histórico de dificuldades de
aprendizagem ou problemas de saúde relacionados?
 Como está a saúde geral da família?

 Percepções e Preocupações dos Pais:


 Como vocês têm lidado com essas dificuldades escolares do filho de
vocês?
 Quais são as principais preocupações de vocês em relação ao
desenvolvimento e ao bem-estar dele?
 O que vocês esperam conseguir com essa avaliação psicológica?

 Entrevista de Anamnese:

 Antecedentes Pré-Natais e Perinatais:


 Podem me falar um pouco sobre a gestação do seu filho? Houve alguma
complicação durante esse período?
 Como foi o parto dele? Ele nasceu prematuro de 32 semanas, certo? Ele
precisou de alguma intervenção médica adicional após o nascimento?

 Desenvolvimento Infantil:
 Quando ele atingiu os marcos do desenvolvimento, como sentar-se,
engatinhar e andar?
 Como foi a adaptação dele à escola quando começou? Houve algum
problema desde então?

 História Médica e Intervenções Anteriores:


 Ele teve alguma condição médica significativa desde o nascimento até
agora?
 Ele já recebeu alguma intervenção ou suporte adicional para ajudar nas
dificuldades escolares, como aulas de reforço ou terapia?

 História Familiar e Ambiente:


 Como é a dinâmica familiar em casa? Há algum evento significativo na
vida da família que possa ter afetado o seu filho?
 Como tem sido o ambiente de casa em relação ao estudo e à
aprendizagem?

 Fatores Psicossociais e Emocionais:


 Ele enfrentou algum evento estressante recentemente, como uma
mudança familiar ou perda?
 Vocês têm notado alguma mudança no humor ou comportamento dele
recentemente? Ele parece ansioso ou deprimido?

-ENTREVISTA LÚDICA–

HISTÓRICO

 Freud
 Desenvolveu sua teoria sobre a sexualidade infantil com base em dados
obtidos na análise de seus pacientes adultos.
 Ele incentivou seus alunos e amigos a observarem e descreverem a vida
sexual de seus próprios filhos, a fim de obter evidências que
corroborassem suas teorias.
 Caso do pequeno Hans – compreendeu as neuroses infantis e seu papel
na organização de neurose dos adultos
 Hermine von Hug-Hellmuth utilizou o jogo como uma forma inicial de
análise infantil, observando que ele fornecia excelentes oportunidades
para entender os fantasmas da criança.
 Ao contrário da análise de adultos, não foram utilizadas interpretações
psicanalíticas nos casos educativos.
 O ego da criança não estava suficientemente desenvolvido para
suportar interpretações psicanalíticas.
 As crianças não eram motivadas a buscar análise, muitas vezes
sendo encaminhadas por problemas familiares.
 Interpretações psicanalíticas não teriam significado para as crianças.
 Ele também foi o primeiro a refletir a função e mecanismo psicológico da
atividade lúdica infantil através de seu neto de 18 meses brincando de
esconder e achar carretel:
 Estava brincando de ir embora e voltar
 Forma de controlar a angústia da ausência da mãe, mas não estava se
divertindo
 Estava dominando uma situação que de outra forma seria impossível

 Melanie Klein (1980)


 Afirmou que as crianças poderiam ser motivadas internamente para a
análise, podendo ser analisadas como os adultos.
 Ela defendeu a exploração dos conflitos inconscientes das crianças, sem
recorrer a medidas educativas ou de apoio.
 Iniciadora da técnica psicanalítica para crianças, iniciando na aplicação
do jogo.
 Colocou o brinquedo num lugar de destaque na luta contra a angústia
mobilizada pelas pulsões sexuais

- Constatado:

 As crianças repetem brincando, tudo que lhe causou profunda impressão na


vida. Ao brincar, controlam a situação
 Transformam a passividade de sua condição em brincadeira
 Brincam de algo, que na verdade fizeram com elas.
 Da passividade do fato para atividade do jogo
 Brinquedo que a criança se relaciona com o real:
 De seu modo, constrói e recria essa realidade;
 Não só realiza seus desejos, mas domina a realidade – projeção dos
perigos internos sobre o mundo externo
 Isso se chama capacidade de simbolizar
 Brinquedo = meio de comunicação, mundo externo/interno, realidade/fantasia.
 O brincar equipara a linguagem lúdica infantil à associação livre e aos sonhos
dos adultos

 Anna Freud
 Contrariou Melaine Klein
 Afirmava que criança não possui consciência da doença – está presa aos
seus pais
 Terapeuta deveria reforçar aspectos positivos do vínculo (orientação
educativa). Desconsiderando que o brincar pudesse ser comparado aos
sonhos ou associação livre do adulto
 Ambos os posicionamentos das autoras ajudaram no conceito e
desenvolvimento de psicoterapia infantil.

 Arminda Aberastury (1978)


 Afirmou que as crianças podem não só estabelecer transferência positiva
ou negativa com o terapeuta.
 Elas expressam seus conflitos, defesas e fantasias de doença e cura através
dos brinquedos.
 O funcionamento mental da criança fica evidente desde os primeiros
encontros terapêuticos.
 Aberastury destacou o valor diagnóstico da entrevista lúdica, introduzindo a
ideia da "hora de jogo diagnóstica".
 Diferenciou essa hora de jogo diagnóstica da primeira hora de jogo
terapêutica.
 Para fins diagnósticos, não é necessário ter uma caixa de brinquedos
exclusiva para cada criança, pois qualquer tipo de brinquedo oferece
possibilidades projetivas para o diagnóstico.

-Caixa
 A caixa de brinquedos se torna um símbolo de sigilo durante o tratamento,
similar ao contrato verbal estabelecido com adultos.
 É recomendado guardar todos os objetos dentro da caixa ao final de cada
sessão.
 Não é aconselhável interpretar durante as sessões, pois ainda não se sabe
se a criança será tratada ou encaminhada, e qual técnica seria mais
apropriada.

 Efron (1978)
 Hora de Jogo Diagnóstica
 Referencial teórico psicodinâmico;
 Recurso técnico que o psicólogo utiliza dentro do processo
psicodiagnóstico;
 Tem começo, desenvolvimento e fim em si mesmo,
 Unidade para o conhecimento inicial da criança, devendo interpretá-
la como tal;
 Os dados serão ou não confirmados com a testagem.
 Primeira Hora de Jogo Terapêutica
 Elo dentro de um contexto maior
 Irão surgir novos aspectos e modificações estruturais em função da
intervenção ativa do terapeuta

ENTREVISTA COM OS PAIS

 Antes de ver a criança


 Obter o máximo de informações sobre o problema e como a criança é
 Orientá-los a conversar com a criança a respeito da queixa

ENTREVISTA LÚDICA

 Diálogo com a criança a sala de jogos


 Questionar se ela sabe o motivo de estar ali ou o que seus pais falaram de
sua vinda ao psicólogo
 Compreender suas fantasias a respeito do processo de avaliação
 Caso a resposta for negativa, fazer um relato resumindo o que foi falado
com os pais, explicando a verdade
 “Bem, se eles não disseram nada, diga você, se quer a minha ajuda e em
que posso ajudá-lo”.

 Instruções Específicas
 Oferecer brincadeiras com todo o material lúdico disponível
 Esclarecer:
 O espaço disponível
 Tempo
 Papéis dela e do psicólogo
 Objetivo da atividade (conhecendo-a mais para ajudá-la depois)
 Elas agem, falam e brincam de acordo com as possibilidades maturativas,
emocionais, cognitivas e de socialização
 Descobrem a si mesmas pela sua ação ativa ou passiva

 Manejos Iniciais
 As crianças aceitam rápido, acompanha o psicólogo até a sala, começam a
brincar, conversar e interagir
 Resistem a se separar dos pais, ou vão para a sala inibidas (ação e fala),
sendo necessário o assinalamento do psicólogo para lhes ajudar
 Problema emocional da criança = rompe o enquadramento – exige limite
impostos

 Postura do psicólogo
 Estimular a interação
 Conduzir a situação - deixar transparecer a compreensão do momento
 Respeitar e acolher a criança, de forma que esta se sinta segura e aceita.

 Papel do Psicólogo
 Passivo (funciona como observador)
 Ou ativo (atento na compreensão, formulação de hipóteses e efetuar
perguntas sobre a brincadeira
 Pode participar ou não do jogo, de acordo com o desejo da criança
 Sala preparada para brincar:
 Fácil de limpar e ampla
 Próxima de banheiro/cozinha com fácil acesso à água para limpeza da
sujeira e materiais
 Material Lúdico:
 Apresentado sem ordem, em caixas/armários com tampas/portas e
adequado para cada idade, sexo e interesses
 Analisar e interpretar hora de jogo requer familiarização com o material
teórico a ser analisado em vista dos fundamentos técnicos

HORA DO JOGO

 Kornblit (1978)
 Diz que a análise detalhada da hora do jogo permite:
 Conceitualizar o conflito atual do paciente;
 Evidenciar seus principais mecanismos de defesa e ansiedades;
 Avaliar o tipo de rapport que a criança pode estabelecer com um
possível terapeuta e a ansiedade contratransferencial que pode
despertar no terapeuta;
 Manifestar a fantasia de doenças e cura.
 É vista como uma história argumentativa da criança, moldada em resposta a
estímulos específicos.
 Permite avaliar como a criança se posiciona dentro dessa situação de
estímulo.
 Essa compreensão possibilita considerar aspectos formais ou indicadores,
negligenciados em prol da interpretação de conteúdos inconscientes.
 Tais indicadores formais seriam:
 A maneira como a criança se aproxima dos brinquedos;
 Sua atitude no início e no final da hora de jogo;
 Sua localização no consultório;
 Sua atitude corporal e o manejo do espaço.

 Análise Avaliativa
 Não existe roteiro padronizado para analisar o método avaliativo
 Oito indicadores para análise diagnóstica e prognóstica, especialmente para
classificar o nível de funcionamento da personalidade, dentro de um
entendimento dinâmico e estrutural. Sendo eles:
 escolha de brinquedos e jogos,
 modalidade do brinquedo,
 motricidade,
 personificação,
 criatividade,
 capacidade simbólica,
 tolerância à frustração e
 adequação à realidade.

 Escolha de Brinquedos e Jogos, Modalidade do Brinquedo


 Observar a escolha dos brinquedos: impulsiva, de dúvida, lenta ou rápida,
ativa ou passiva.
 Verificar se os jogos estão adequados ao desenvolvimento intelectual e
idade cronológica, seguindo critérios de Piaget.
 Considerar plasticidade, rigidez, estereotipia e perseveração durante a
interação com brinquedos e jogos.

 Personificação
 Capacidade de assumir papéis durante brincadeiras.
 Essencial para lidar com situações traumáticas, aprender papéis sociais e
compreender os outros.
 Facilita o ajuste da própria conduta e contribui para a socialização e
individuação.
 Ao ser solicitado pela criança, peça uma explicação clara das características
do papel a ser assumido.

 Motricidade/Criatividade
 Motricidade:
 Observar se está de acordo com o esperado para a etapa de
desenvolvimento da criança.
 Avaliar a integração do esquema corporal, organização da lateralidade e
estruturação espaço-temporal.
 Domínio dos objetos do mundo externo no campo social, escolar e
emocional.
 Capacidade de satisfazer necessidades com autonomia.
 Dificuldades podem resultar em limitações e frustrações.
 Criatividade:
 Verificar se a brincadeira é criativa e demonstra capacidade de fantasia.
 Visto de forma positiva quando presente.

 Capacidade Simbólica
 Valorização da criação e significado dinâmico de símbolos.
 Importância da relação entre símbolos e idade cronológica.
 Uso variado de elementos na expressão durante o brinquedo.
 Jogo como expressão da capacidade simbólica.
 Fantasia mais evidente com envolvimento no jogo simbólico.

 Tolerância à Frustração
 Aceitação de instruções e limites durante a atividade lúdica.
 Capacidade de enfrentar dificuldades inerentes à tarefa proposta.
 Aspecto relevante para diagnóstico e prognóstico.

 Adequação à Realidade
 Adaptação da motricidade ao espaço geográfico da sala para evitar
acidentes.
 Indicador de prognóstico.
 Aceitável que a criança não se adapte completamente nos contatos iniciais
e precise de tempo para adaptação.

 Tolerância à Frustração / Adequação à Realidade


 Tolerância à frustração e adequação à realidade estão relacionadas à
aceitação de instruções e ao enquadramento da hora de jogo.
 Incluem aceitação de limites, papel próprio e do outro, separação dos pais,
tempo de início e fim, e resultado dos jogos.
 Ligadas às possibilidades egóicas e aos princípios de prazer e realidade.
- CASO ÂNGELA-

INFÂNCIA

 Filha mais velha


 Criança normal, segundo a mãe
 Gostava de ir à escola / estudiosa / mãe professora

ADOLESCÊNCIA

 Passou a estudar em Franca


 Dificuldade em fazer amigos
 Continua se destacando com suas notas
 Seu tio a levava para a escola
 Seu pai vive na roça e não volta para a casa, sente saudades
 Seu pai não trabalha na roça, ele ajudava seu avô para não trabalhar de fato
 Pais com dificuldade no casamento
 Mãe e tio assumem despesas da casa
 Se revolta com seu pai não ajudar em casa – afastamento
 Chateada com a mãe de permitir a situação
 Se aproxima da mãe e se afasta do pai

ADULTA

 Não dá bola para namorados


 Isolada

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