Liturgia e Missa Explicada
Liturgia e Missa Explicada
Liturgia e Missa Explicada
Igor R. Xavier
Liturgia é o culto público que o povo presta a Deus. É um diálogo entre o povo e Deus. É, ao mesmo tempo, a salvação realizada por Deus
na sua Igreja e o culto prestado a Deus por essa Igreja. Portanto, quando falamos de liturgia, incluímos tanto o agir de Deus em nosso favor, quanto o
nosso agir comunitário dirigido a Deus. Ou seja, todo o rito realizado na Santa Missa é o que chamamos de liturgia.
Desde o Antigo Testamento o povo judeu celebrava a Liturgia. No Antigo Testamento a liturgia foi a forma que o povo encontrou para dar
a sua resposta a Deus e celebrar a sua presença. Eles iam às sinagogas para orar, ouvir a Palavra, prestar culto, no Templo iam fazer os sacrifícios.
Isso é Liturgia. “É uma ação sagrada com ritos, na Igreja e pela Igreja, pelo qual se realiza e se prolonga a obra sacerdotal de Cristo, para a
santificação dos homens e a glorificação de Deus” (cf. SC, 7), ou seja, através da Liturgia, Jesus continua a nos salvar, de modo especial em cada
Missa, onde se ATUALIZA a Sua Paixão, Morte e Ressurreição, ou, como prefere dizer Dom Henrique Soares, a missa é uma
PRESENTIFICAÇÃO, pois torna presente um único sacrifício de Cristo. Na missa nós celebramos a Paixão de Cristo, a Sua morte (que nos salvou)
e Sua ressurreição. É o sacrífico de Jesus em forma de ceia num banquete. Não é uma repetição do que Jesus já fez por nós há dois mil anos, mas sim
uma atualização ou presentificação. “Na Liturgia Deus fala a seu povo. Cristo ainda anuncia o Evangelho. E o povo responde a Deus, ora com
cânticos, ora com orações” (SC, 33). A liturgia tem uma finalidade transcendente de me conduzir a Deus. Se foge disso está mal celebrada. Ela não
deve celebrar o homem ou a comunidade, como muito se ensina, mas a Deus.
A Liturgia católica, instituída por Jesus, visa celebrar, dar importância, honrar, exaltar, em comunidade, a Santíssima Trindade, de modo
especial, e celebrar os “santos mistérios”: paixão, morte e ressurreição de Cristo. Celebrar é valorizar, engradecer. A Liturgia é obra do Cristo inteiro,
cabeça e corpo. Dela participam não só os fiéis da terra, mas também os que estão no céu. Na liturgia nós celebramos a Cristo aqui na terra em união
com a liturgia celeste. O culto terrestre, embora muito limitado, espelha o culto do céu. É o mesmo corpo. Os santos e os anjos louvam a Deus no céu,
como é descrito no Apocalipse, e o mesmo acontece aqui na terra, com uma diferença: aqui na terra, a liturgia se dá através dos sacramentos. Um
sacerdote, ao oferecer o sacrifício da Santa Missa, tendo como sacerdote invisível o Cristo, está também unindo a si à Igreja do mundo inteiro e à Igreja
celeste. Quando em todas as missas, após o Prefácio, o padre lembra os coros dos anjos (“unindo aos anjos e todos os santos dizendo a uma só voz”), ele
está recordando o fato de que “a uma só voz” se está louvando a Deus, seja no céu, seja na terra.
“Recapitulados” em Cristo, participam do serviço do louvor a Deus e da realização de seu desígnio: as potências celestes, a
criação inteira (os quatro viventes), os servidores da antiga e da nova aliança (os vinte e quatro anciãos), o novo povo de
Deus (os cento e quarenta e quatro mil), em especial os mártires “imolados por causa da Palavra de Deus” e a Santa Mãe
de Deus (a mulher; a Esposa do Cordeiro), e finalmente “uma multidão imensa, impossível de se enumerar, de toda nação,
raça, povo e língua” (Ap. 4-5; Is 6, 2-3; Ap. 7, 1-8; 14, 1; 12; 21, 9; apud CIC 1138).
A missa é uma Celebração Eucarística. Eucaristia significa “ação de graças”, portanto a missa é uma ação de graças. É também sacrifício,
pois na hora da consagração do pão e vinho, ali se atualiza o sacrifício de Cristo. A missa pode ser dividida em três partes: Rito inicial; Liturgia da
Palavra; Liturgia Eucarística. Em todas essas partes da missa há uma série de leis para se seguir.
A missa tem lei e deve ser seguida. Assim como as outras religiões tem seus ritos próprios e os seus seguidores os entende, o catolicismo
também tem seus ritos. Rito é rito, não deve ser inventado. A missa não se inventa, mas se recebe da Tradição (1Cor. 11, 2)1. Todas essas leis que
devem ser seguidas estão contidas no Missal Romano (IGMR, Ed.:2002). Ele não é apenas uma orientação, mas uma regra de como fazer a missa.
Muitas pessoas buscam mudar a forma de celebrar os ritos da missa cometendo inúmeros abusos litúrgicos, seja com objetivos ideológicos, seja com
o objetivo de “atrair fieis à Igreja” ou fazer com que eles “tenham gosto” de participar. No entanto, como bem afirma o Papa Emérito Bento XVI em
seus escritos, a missa não deve ser vista como missionária, ou seja, como forma de atrair fieis, de catequizar e nem pedagógica. O correto seria que
todos os fiéis já entendessem cada parte para assim celebrar. Cabe a catequese preparar os fiéis. Devemos respeitar a Tradição que nos foi passada
por séculos e não nos acharmos no direito de mudar a liturgia. O fiel tem o direito de receber a missa como está no missal. A Igreja tem seus vários
movimentos e grupos, cabe a cada fiel se encaixar neles como os grupos de oração, grupos de jovens, onde podem ser realizadas várias atividades,
não na missa.
Da mesma forma, a música litúrgica também deve ser respeitada e bem escolhida, pois, assim como a liturgia, a música litúrgica tem a
função de levar a glorificação a Deus e a santificação dos fiéis. Para evitar a agitação, como ritmos que levam as pessoas a dançar e não à
santificação e a glorificar a Deus, é recomendável que se escolha músicas mais suaves na santa missa, sem exageros de arranjos, para também
facilitar com que a assembleia cante (lembrando que missa, casamentos, não são shows, evangeliza-show, grupo de oração, grupo de partilha, culto,
e não tem a finalidade de “atrair”. É sacramento e tem rito para ser seguido, assim como as outras religiões tem um rito de cerimônia. Nesse sentido
1
“Eu vos louvo por vos recordardes de mim em todas as ocasiões e por conservardes as tradições tais como vo-las transmiti”.
algumas dúvidas são colocados em relação do uso ou não de instrumentos modernos como guitarra, bateria, cajon, etc. O Papa São João Paulo II fala
dessa questão em um de seus escritos onde ele diz que, tendo em vista o surgimento desse instrumentos modernos, convém que os utilizem uma vez
que eles não venham atingir a dignidade do Templo e às orações dos fiéis.
É importante buscar melodias que sejam acessíveis à grande maioria da assembleia, porém belas e inspiradas; Alguns cânticos da missa
não podem ser alterados, substituídos ou terem a letra acrescentada: Canto Penitencial, Glória, Santo e Cordeiro. Esses cânticos pertencem ao bloco
de cantos que constituem um rito da celebração eucarística, ou seja, o que costumamos chamar de “ordinário da missa”. Devem ser obedecidos. Há
que se levar em conta os tempos litúrgicos (Advento, Tempo de Natal, Tempo Comum, Quaresma, Tempo Pascal) e suas festas para escolher as
músicas adequadas. Uma missa mais solene pode-se usar mais do latim2, por exemplo, na comunhão usar cânticos que não sejam agitados.
“O sacerdote, que celebra fielmente a missa segundo as normas litúrgicas, e a comunidade, que às mesmas adere, demonstram de modo
silencioso mas expressivo o seu amor à Igreja” (S. João Paulo II - encíclica Ecclesia Eucharistia).
RITO INICIAL
“Do sinal da Cruz até o ofertório Jesus está no Getsêmani. É preciso segui-lo na sua agonia, sofrendo com Ele pelos pecados do mundo. É preciso
nos unirmos a Jesus, escutar as leituras da missa como sendo dirigidas a nós”
Canto de entrada (Neste momento toda a assembleia fica de pé até iniciar as leituras; todos devem fazer uma reverência quando o
crucificado passar na procissão e também para o bispo, pela sua autoridade apostólica):
Pode-se cantar a Antífona do Missal, do Hinário Litúrgico ou outros gêneros. Tem como principal finalidade CONSTITUIR E
CONGREGAR A ASSEMBLEIA, ou seja, reunir os irmãos e irmãs no mesmo sentir. Deve estar em consonância com o tempo do ano litúrgico, com
o tipo de celebração, com as características da assembleia.
Acolhida:
Começando sempre com “Em nome do Pai...” (Pode-se utilizar BREVES palavras para introduzir a assembleia na celebração).
Ato Penitencial:
“O sacerdote convida ao ato penitencial, o qual, após UMA BREVE PAUSA DE SILÊNCIO, é feito por toda a comunidade com uma
fórmula de confissão geral e termina com a absolvição do sacerdote; esta absolvição, porém, carece da eficácia do sacramento da penitência (só
perdoa os pecados veniais). Ao domingo, principalmente no tempo pascal, em vez do costumado ato penitencial pode fazer-se, por vezes, a bênção e
a aspersão da água em memória do batismo” (IGMR 51). Quando for por aspersão, deve-se fazer o sinal da cruz após receber a aspersão.
É um rito, portanto NÃO PODE SER ALTERADO, substituído ou acrescentado. Há três tipos de Ato Penitencial:
Confesso a Deus todo-poderoso e a vós, irmãos, que pequei muitas vezes por pensamentos e palavras, atos e
omissões, (e, batendo no peito, dizem:) por minha culpa, minha tão grande culpa. (E continuam:) E peço à Virgem
Maria, aos Anjos e Santos, e a vós, irmãos, que rogueis por mim a Deus, nosso Senhor.
2
“41. Em igualdade de circunstâncias, dê-se a primazia ao canto gregoriano, como canto próprio da Liturgia romana. De modo nenhum se devem excluir outros gêneros de música sacra,
principalmente a polifonia, desde que correspondam ao espírito da ação litúrgica e favoreçam a participação de todos os fieis [50]. Dado que hoje é cada vez mais frequente o encontro de fieis
de diferentes nacionalidades, convém que eles saibam cantar em latim pelo menos algumas partes do Ordinário da Missa, sobretudo o símbolo da fé e a oração dominical, nas suas melodias
mais fáceis [51]” (IGMR, 41).
Se o padre puxar este ato penitencial ou se o grupo de canto cantá-lo, deve-se cantar ou rezar o Kyrie (ou Senhor tende piedade de nós) após
a absolvição.
Ex.: “Confesso a Deus...”; em seguida o padre diz: “Deus todo poderoso tenha...”; por fim o grupo de canto canta ou o padre reza: “Senhor
tende piedade de nós” (ou Kýrie eléison)
Ou:
Ou:
O “Senhor, tende piedade de nós” pode vir acrescentado de outras frases que estão contidas no Missal, mas deve conter essas palavras, bem
como “Cristo, tende piedade de nós” (Não é “Senhor TEM PIEDADE” ou “Misericórdia”).
Não se deve colocar músicas que fale de perdão, de misericórdia, que não sigam a fórmula e as letras citadas anteriormente.
Na hora de pedir perdão em silêncio e no perdão do padre, todos devem inclinar a cabeça.
Glória In Excelsis
Também pertence ao bloco dos cantos que constituem um rito, portanto DEVE SEGUIR ESSE TEXTO SEM NENHUMA
ALTERAÇÃO (IGMR 53):
Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens por Ele amados. Senhor Deus, Rei dos céus, Deus Pai todo-
poderoso: nós Vos louvamos, nós Vos bendizemos, nós Vos adoramos, nós Vos glorificamos, nós Vos damos graças,
por vossa imensa glória. Senhor Jesus (inclinação com a cabeça) Cristo, Filho Unigénito, Senhor Deus, Cordeiro de
Deus, Filho de Deus Pai: Vós que tirais o pecado do mundo, tende piedade de nós; Vós que tirais o pecado do
mundo, acolhei a nossa súplica; Vós que estais à direita do Pai, tende piedade de nós. Só Vós sois o Santo; só Vós, o
Senhor; só Vós, o Altíssimo, Jesus (inclinação com a cabeça) Cristo; com o Espírito Santo, na glória de Deus Pai.
Amém.
Os outros glórias: “Glória a Deus nos altos céus...”, “Glória a Deus, glória a Deus, glória ao Pai”, “Glória, glória anjos do céu”; Glória
e a nós a sua paz”; ou outros que não estão de acordo com a letra do Missal, não podem ser cantados. Muitos folhetos, liturgistas e até padres
colocam esses glórias equivocadamente. Antigamente, com o Missal antigo, antes da última edição, essa alteração era permitida. No entanto, com a
nova edição de 2002, o glória não pode mais ser mudado. As melodias podem mudar, pode-se repetir mais de uma vez o Glória, como refrão, mas as
letras não podem ser alteradas, nem mesmo serem acrescentadas por outras.
SILÊNCIO: „A liturgia da Palavra deve ser celebrada de forma a favorecer a meditação. Deve, por isso, evitar-se
completamente qualquer forma de pressa que impeça o recolhimento. Haja nela também breves momentos de
silêncio, adaptados à assembleia reunida, nos quais, com a ajuda do Espírito Santo, a Palavra de Deus possa ser
interiorizada e se prepare a resposta pela oração. Pode ser oportuno observar estes momentos de silêncio depois da
primeira e da segunda leitura e, por fim, após a homilia‟ (IGMR 56). O SILÊNCIO é algo importantíssimo na
celebração. „Deve-se guardar, nos momentos próprios, o silêncio sagrado, como parte da celebração. A natureza deste
silêncio depende do momento em que ele é observado no decurso da celebração. Assim, no ato penitencial e a seguir
ao convite à oração, o silêncio destina-se ao recolhimento interior; a seguir às leituras ou à homilia, é para uma breve
meditação sobre o que se ouviu; depois da Comunhão, favorece a oração interior de louvor e ação de graças. Já antes
da própria celebração é louvável observar o silêncio na igreja, na sacristia, no vestiário e nos lugares que lhes ficam
mais próximos, para que todos se disponham com devoção e devidamente para celebrar os ritos sagrados‟ (IGMR
45).
“Segundo a tradição, a função de proferir as leituras não é presidencial (presidente da celebração), mas sim ministerial. Por isso as leituras
são proclamadas por um leitor, mas O EVANGELHO É ANUNCIADO PELO DIÁCONO OU POR OUTRO SACERDOTE. Se, porém, não estiver
presente o diácono nem outro sacerdote, leia o Evangelho o próprio sacerdote celebrante” (IGMR 59).
“Convém que o salmo responsorial seja cantado, pelo menos no que se refere à resposta do povo. O salmista ou cantor do salmo, do
ambão ou de outro sítio conveniente, recita os versículos do salmo; toda a assembleia escuta sentada, ou, de preferência, nele participa de modo
habitual com o refrão” (IGMR 61). O Papa Emérito Bento XVI, em seus escritos, ainda acrescenta que o salmo não deve ter mais que uma repetição
do refrão. Alguns salmistas têm o costume de repetir o refrão duas vezes ou mais. A melodia pode variar, mas o salmista deve cantar a frase do
refrão uma vez, e a assembleia responder cantando uma vez.
Homilia (sentados):
“Habitualmente a homilia deve ser feita pelo sacerdote celebrante ou por um sacerdote concelebrante, por ele encarregado, ou algumas
vezes, se for oportuno, também por um diácono, mas NUNCA POR UM LEIGO.
Depois da homilia, observe-se oportunamente um breve espaço de SILÊNCIO” (IGMR 66).
Se houver alguma ordenação, rito matrimonial ou Confirmação (Crisma), o rito acontece após a homilia.
Em celebrações especiais – por exemplo, Confirmação, Matrimônio, Exéquias (funerais) – a ordem das intenções pode acomodar-se às
circunstâncias.
Ofertório (Sentados):
“É a prisão de Jesus. Chegou a hora!”
Ofereça sua vida a Deus, seus pecados para reparação... “Lavai-me Senhor de minhas faltas e purificai-me de meus pecados”.
As normas para a execução deste cântico são idênticas às que foram dadas para o cântico de entrada. “O canto deverá sensibilizar os fiéis
para a generosidade e a gratuidade. O texto do canto em questão não precisa falar, necessariamente, de pão e de vinho, e muito menos ainda de
oferecimento” (Hinário Litúrgico, III, 2.6.).
LITURGIA EUCARÍSTICA
Prefácio:
“É o canto de louvor e agradecimento que Jesus dirige ao Pai”.
Ficar de pé quando o sacerdote disser “orai, irmãos e irmãs...” e durante toda oração eucarística. Se for usado incenso, o povo se levanta e
faz inclinação de cabeça ao ministro quando ele fizer o mesmo, tanto antes como depois da incenção do povo. O incenso representa as nossas
orações subindo aos céus (Salmo 141 (140), 2; Ap. 8, 4).
“Desde a oração Eucarística até a consagração, nós nos unimos a Jesus em seu aprisionamento, em sua atroz flagelação, na sua coroação de
espinhos e em seu caminhar com a cruz nas costas até o calvário”.
Santo:
Toda a assembleia, em união com os coros celestes (anjos e santos: Igreja militante unida à Igreja Celeste; é a comunhão dos santos), canta
o Sanctus (Santo). Esta aclamação, que faz parte da Oração eucarística, é proferida por todo o povo juntamente com o sacerdote (IGMR 79).
Também pertence ao bloco dos cantos que constituem um rito, portanto DEVE SEGUIR ESSE TEXTO SEM NENHUMA
ALTERAÇÃO:
Santo, Santo, Santo, Senhor Deus do universo. O céu e a terra proclamam a vossa glória. Hosana nas alturas.
Bendito O que vem em nome do Senhor. Hosana nas alturas.
As melodias podem ser alteradas, pode-se cantar o Santo mais de uma vez, mas as letras devem ser estas e não podem ser mudadas ou
acrescentadas por outras, como: “Hosana no alto céus”; “Eu celebrarei, cantado ao Senhor, e só nele me alegrarei”; “Santo, Santo, Santo, dizem
todos os santos...”; “Bendito AQUELE que vem”; “Hosana ao nosso Rei”; “Hosana no alto céus”; “Céus e terra proclamam...” “Hosana ao
rei...”.
Nas celebrações da Palavra de Deus na qual não há a Liturgia Eucarística, pois não é missa, não se canta o “Santo”, nem o “Cordeiro”. As
orações eucarísticas são feitas somente pelo sacerdote. O sacrifício oferecido por ele é diferente do que é oferecido pela assembleia.
Consagração (ajoelhados):
“A Consagração nos dá o corpo entregue agora, o sangue derramado agora.
Misticamente (de forma sobrenatural) é a própria crucificação do Senhor”
Na consagração, o pão e vinho se torna o corpo e sangue do Senhor. É o que chamamos de Transubstanciação. Jesus se derrama no altar
por nós. É uma ATUALIZAÇÃO de Seu sacrifício.
“Eis o mistério da fé”: todos se levantam. “Onde for costume que o povo permaneça de joelhos desde o fim da aclamação do sanctus até ao
fim da oração eucarística, é bom que este se mantenha” (IGMR 43).
(Fazer inclinação de cabeça ao nome de Maria na oração eucarística)
Doxologia:
“‟Por Cristo, com Cristo...‟ corresponde ao grito de Jesus: „Pai, em Tuas mãos eu entrego o meu espírito‟. Tudo é consumado e aceito
pelo Pai. Agora estamos todos unidos recitamos a oração de todos os filhos: „Pai nosso...‟”
“Por Cristo, Com Cristo...” (somente o padre) Ao final todos dizem “Amém”. Se for cantado (normalmente nas missas solenes), só deve
cantar o “Amém”, e não acrescentar outras palavras, como: “aleluia”; “glória ao Nosso Deus...”
Pai nosso:
Não se fala o “Amém” no “Pai nosso” durante a missa, pois a oração não se encerrou ainda. Após o “(...) mas livrai-nos do mal”; o padre
continua: “Livrai-nos de todos os males ó Pai...”
Rito da paz
“É conveniente que cada um dê a paz com sobriedade apenas aos que estão MAIS PERTO DE SI” (IGMR 82). É bom não recitar nenhum
cântico para não dispersar a assembleia e transformar a missa numa feira.
“O sacerdote parte o pão eucarístico (...) Enquanto isso a schola ou um cantor canta ou pelo menos recita em voz alta a invocação
“Cordeiro de Deus”, a que todo o povo responde. A invocação acompanha a fração do pão, pelo que pode repetir-se o número de vezes que for
preciso, enquanto durar o rito. Na última vez conclui-se com as palavras: “Dai-nos a paz” (IGMR 83).
O Canto do Cordeiro pertence ao bloco dos cantos que constituem um rito, portanto também NÃO PODE SER ALTERADO OU
ACRESCENTAR OUTRAS LETRAS. “Após cada invocação entoada pelo(a) cantor(a), a assembleia responde com o „tende piedade de nós‟ e, no
final, com o „dai-nos a paz‟. Vale ressaltar que nas celebrações da Palavra de Deus, mesmo quando há distribuição da comunhão eucarística, não se
canta o “Cordeiro” (Hinário Litúrgico III).
Cânticos como: “Ó Cordeiro de Deus (...), morrestes por causa de nós, foste imolado no nosso lugar...”; “Cordeiro de Deus que tira o
pecado do mundo, que tem um amor tão profundo...”; “Dai-nos a VOSSA paz”; ou outros que mudam a letra ou a acrescentam, não podem ser
cantados.
Comunhão:
“Não é permitido que os próprios fiéis tomem, por si mesmos, o pão consagrado nem o cálice sagrado, e menos ainda que o passem
entre si, de mão em mão. Os fiéis comungam de joelhos ou de pé, segundo a determinação da Conferência Episcopal. Quando comungam de pé,
recomenda-se que, antes de receberem o Sacramento, façam a devida reverência, estabelecida pelas mesmas normas” (IGMR 160).
É um momento de ação de graças e adoração. A melodia e o ritmo dos cânticos devem ser suaves a fim de levar os fiéis à interiorização
profunda. Deve-se evitar cânticos agitados ou com muitas batidas para não atingir a dignidade do Templo e às orações dos fiéis.
É importante fazermos uma reflexão: “Estamos comungando Jesus ou apenas comendo hóstias? Comungar é estar unido, intimamente
ligado ao Cristo. É viver como Ele viveu, pensar como Ele pensava, agir como Ele age! Da sua primeira comunhão para cá, em que você melhorou?
Santa Tereza de Ávila dizia que bastava uma comunhão em estado de graça para se santificar. A Beata Imelda morreu no dia da sua Primeira
Comunhão. Morreu de amor! Tantos santos que entravam em êxtase na hora da Missa, como Luís de Monfort, Inácio de Loyola e José de
Cupertino...” (Instagram Santa Missa) “Portanto, todo aquele que comer o pão ou beber o cálice do Senhor indignamente será culpável do Corpo e do
Sangue do Senhor. Que cada um se examine a si mesmo, e assim coma desse pão e beba desse cálice. Aquele que o come e o bebe sem distinguir o
Corpo do Senhor, come e bebe a sua própria condenação” (1Cor 11, 27-30). São Macário (século IV) teve a seguinte visão: quando o sacerdote
estava distribuindo a santa Comunhão, se aproximavam demônios horríveis. Quando uma pessoa bem preparada vinha receber a eucaristia, os
demônios fugiam depressa. Mas quando um cristão em pecado grave vinha receber Jesus eucarístico, os demônios lhe entregavam um pedaço de
carvão em brasa, e no mesmo instante a santa hóstia voltava para o altar. Se você cometeu pecados veniais (pecados leves), apesar de ter ofendido ao
Senhor, ainda pode comungar. Já se cometeu um pecado mortal, se comunga sem se arrepender e se confessar ao sacerdote, comete sacrilégio, ou
seja, uma grande profanação do sagrado. Não se deve comungar porque sentia a necessidade para estar bem, é o verdadeiro arrependimento e a busca
pela Confissão que nos ajudará em nosso caminho à Santidade. Mesmo que o seu padre diga para você comungar, caso esteja em pecado mortal, não
Comungue! Nenhum sacerdote tem poder de passar por cima da lei da Igreja de Nosso Senhor e autorizar alguém a comungar em pecado mortal.
RITOS FINAIS:
Avisos e benção final.
Todos devem AGUARDAR DE PÉ até a saída da equipe de celebração.
ORIENTAÇÕES:
Para celebrarmos bem a Eucaristia, é preciso estarmos atentos aos nossos comportamentos durante os ritos, bem como as nossas respostas
às orações: há momentos que somente o sacerdote deve conduzir.
Devemos tomar cuidado com as PALMAS na missa. O altar está no centro de nossas igrejas. E o que é o altar? É o lugar do sacrifício de
cristo, equivale ao solo onde a cruz de cristo foi fincada. Tem sentido demonstrar euforia diante do calvário? Não! A santa missa é o calvário. A
liturgia da Igreja permite aplausos em algumas ocasiões restritas, tais como:
Portanto, não se trata de banir as palmas completamente da missa, mas de utilizá-la nos momentos que lhes convém. Não devemos fazer um
grande alvoroço com isso, há muitas pessoas sem o devido conhecimento sobre a santa missa, não podemos esperar que o mundo aja como nós
queremos. Ame e reze para que as celebrações sejam respeitadas e paremos de fazer “tempestade em copo d'água”. Se você tem um motivo para não
bater palmas, apresente aos que não sabem.
Não poderíamos deixar de falar da MODÉSTIA. Sabemos que é uma consequência da nossa mudança interior, mas é necessário entender
que na maioria das vezes, nossa mudança interior é prejudicada pela falta de modéstia do próximo. “Pudor é encobrir o corpo para revelar a alma”
(Pe. Paulo Ricardo). Homens e mulheres devem se vestir como cristãos, sem sensualidade, em todos os lugares, mas, sobretudo, na Santa Missa. São
Padre Pio dizia que “as mulheres (e os homens) que procuram as vaidades do vestuário. Nunca poderão vestir a vida de Jesus Cristo, pois logo que
esse ídolo (a vaidade) entra em seus corações perdem cada um dos ornamentos da alma. Seu vestuário, assim como são Paulo quer, deve ser
decentemente e modestamente adornado, sem nenhum tipo de roupa que tenha um toque de luxo e ostentação do fausto (luxo)”. Camisetas,
bermudas, chapeis, não são vestimentas adequadas para os homens na Santa Missa. Da mesma forma, roupas muito justas no corpo das mulheres, ou
que mostram muitas partes do corpo também não são adequadas.
1345. Desde o século II temos o testemunho de S. Justino Mártir sobre as grandes linhas do desenrolar da Celebração Eucarística, que permaneceram
as mesmas até aos nossos dias para todas as grandes famílias litúrgicas. Assim escreve, pelo ano de 155, para explicar ao imperador pagão Antonino
Pio (138-161) o que os cristãos fazem:
„No dia „do Sol‟, como é chamado, reúnem-se num mesmo lugar os habitantes, quer da cidade, quer dos campos.
Leem-se, na medida em que o tempo o permite, ora os comentários dos Apóstolos, ora os escritos dos Profetas.
Depois, quando o leitor terminou, o que preside toma a palavra para aconselhar e exortar à imitação de tão sublimes ensinamentos.
A seguir, pomo-nos todos de pé e elevamos nossas preces por nós mesmos (...) e por todos os outros, onde quer que estejam, a fim de sermos
de fato justos por nossa vida e por nossas ações, e fiéis aos mandamentos, para assim obtermos a salvação eterna.
Quando as orações terminaram, saudamo-nos uns aos outros com um ósculo.
Em seguida, leva-se àquele que preside aos irmãos pão e um cálice de água e vinho misturados.
Ele os toma e faz subir louvor e glória ao Pai do universo, no nome do Filho e do Espírito Santo rende graças (em grego: eucharístia, que
significa „ação de graças‟) longamente pelo fato de termos sido julgados dignos destes dons.
Terminadas as orações e as ações de graças, todo o povo presente prorrompe numa aclamação dizendo: Amém.
Depois de o presidente ter feito a ação de graças e o povo ter respondido, os que entre nós se chamam diáconos distribuem a t odos os que
estão presentes pão, vinho e água „eucatistizados‟ e levam (também) aos ausentes. (CIC 1345)
“Na hora da morte, as missas que houveres assistido serão a tua maior consolação. Toda missa implora o teu perdão junto à justiça divina”.
“Em toda missa podemos diminuir a pena temporal devida aos teus pecados, e diminuí-la mais ou menos consoante o teu fervor. Assistindo com
devoção à missa, prestas a maior das honras à santa humanidade de Jesus Cristo. Ele compadece-se de muitas das tuas negligências e omissões”.
“Perdoa-te os pecados veniais não confessados, dos quais porém te arrependeste”.
“Diminui o império de satanás sobre ti”.
“Sufraga as almas do purgatório da melhor maneira possível”.
“Uma só missa que houveres assistido em vida ser-te-ás mais salutar que muitas a que outros assistirão, por ti depois de tua morte, pois pela Missa
participas da Paixão, Morte e Ressurreição de Cristo”.
“A Missa preserva-te de muitos perigos e desgraças que te abateriam”.
“Toda Missa diminui o teu purgatório”.
“Toda Missa alcança-te um grau de glória maior no céu”.
“És abençoado em teus negócios e interesses pessoais”.
“Fica sabendo, ó cristão, que mais merece ouvir devotamente uma só missa do que com distribuir todas as riquezas aos pobres e peregrinar toda a
terra” (S. Bernardo).
“Nosso Senhor nos concede tudo o que lhe pedimos na Santa Missa: o que mais vale é que nos dá ainda o que nem se quer cogitamos pedir-lhe e
que, entretanto, nos é necessário” (S. Jerônimo).
“Se conhecêssemos o valor do Santo Sacrifício da Missa que zelo não teríamos em assistir a ela” (Cura d‟Ars).
“A Missa é o sol da Igreja” (São Francisco de Sales).
3. O Espírito Santo muda o pão e o vinho no Corpo e no Sangue de Nosso Senhor Jesus Cristo.
4. Jesus Cristo humilha-se tanto que está realmente presente na menor partícula de cada Hóstia consagrada.
9. Ele morre espiritualmente e dá por nós sua vida preciosa.
10. Derrama o seu Sangue e apresenta-o ao Pai Celeste pela nossa salvação.
11. Rega nossa alma com seu Sangue divino e purifica-a das suas manchas.
12. Ele oferece-se em holocausto por nós, e dá a Deus toda a honra que lhe é devida.
13. Se, da nossa parte, também oferecemos a Deus esta honra que resulta desta oferta ao Eterno Pai, desagravamos a Deus na honra, que deixamos de
apresentar-lhe no passado.
14. Jesus Cristo imola-se por nós em sacrifício de louvor.
15. Oferecendo a Deus Pai estes louvores de Jesus Cristo, lhe damos maior glória do que lhe podem dar os Anjos o céu.
16. Jesus Cristo oferece-se a Si mesmo em sacrifício de agradecimento e assim compensa a nossa ingratidão.
18. Jesus Cristo reconcilia-nos com Deus.
19. Perdoa-nos os pecados veniais, contanto que tomemos a resolução de não cometê-los mais.
20. Compensa a Deus pelo bem que omitimos.
21. Reparamo-nos as negligências no cumprimento do bem.
22. Perdoa-nos os pecados cometidos por inadvertência, como também aqueles que ignoramos ou esquecemos de acusar na confissão.
23. É nosso sacrifício de satisfação e paga parte de nossa dívida para com a Justiça Divina.
24. Por uma Santa Missa, podemos expiar maior número de pecados do que por grandes penitências, porque:
25. Jesus Cristo nos comunica uma parte de seus méritos que, por nossa vez, podemos oferecer ao seu Pai Celeste por nossos pecados.
26. Jesus Cristo ora por nós como o fez na Cruz por seus inimigos.
27. Seu precioso Sangue clama misericórdia, tantas vezes quantas gotas derramou.
28. Suas sagradas chagas imploram por nós o perdão dos nossos pecados.
29. Por causa de Jesus Cristo, as nossas orações, durante a Santa Missa, são mais facilmente atendidas.
30. A oração, na hora da Missa, torna-se mais eficaz, porque:
31. Jesus Cristo a oferece a seu Eterno Pai em união com a sua.
32. Advoga nossa causa e ocupa-se da nossa salvação.
33. Os Anjos presentes oram por nós e oferecem nossa oração a Deus.
34. Pela virtude da Santa Missa, o demônio conserva-se afastado.
35. O sacerdote ora muito particularmente pelos presentes e torna-lhes assim o Santo Sacrifício mais salutar.
36. Assistindo à Santa Missa, nos tornamos sacerdotes espirituais e Jesus Cristo nos concede o poder de oferecer o Santo Sacrifício por nós e pelos
outros.
37. A Santa Missa é o presente mais agradável que podemos oferecer à Santíssima Trindade.
40. É a maior glória de Deus.
41. É a alegria da Santíssima Trindade.
42. Este nobre dom é nosso: Jesus Cristo nos cedeu.
43. A audiência da Santa Missa é o maior culto de latria.
44. Por esta audiência rendemos as maiores homenagens à Humanidade de Jesus Cristo.
45. Honramos dignamente a Paixão do Salvador e dela recolhemos os frutos.
46. Honramos e regozijamos a Mãe de Deus.
47. Honramos e regozijamos os Anjos e os Santos, mais do que por muitas outras orações.
48. É o melhor meio de enriquecer nossa alma.
49. É a boa obra por excelência.
50. É um ato supremo de fé que nos assegura grande recompensa.
51. Prostrando-nos piedosa e humildemente diante das santas espécies, efetuamos um ato sublime de adoração.
52. Cada vez que olharmos, cheios de fé, para a Santa Hóstia, ganhamos uma recompensa especial no céu.
53. Cada vez que atemos ao peito com contrição de nossos pecados, obtemos a remissão de muitas culpas.
54. Se tivermos a infelicidade de estar em pecado mortal e ouvirmos devotadamente a Santa Missa, Deus nos oferecerá a graça da conversão.
55. A Santa Missa nos aumenta a graça santificante e atrai-nos muitas graças atuais.
56. Ao assistir à Santa Missa, somos espiritualmente nutridos com o Corpo e Sangue de Jesus Cristo.
57. Desfrutamos da graça insigne de poder contemplar a Jesus Cristo sob as santas espécies.
58. Recebemos a bênção do sacerdote que Deus ratifica no céu.
59. A assistência à Santa Missa atrai também bênçãos temporais.
60. Preserva de muitas desgraças.
61. Fortifica contra as tentações.
62. Traz a graça de uma boa morte.
63. Uma Missa ouvida em honra dos Anjos e dos Santos alcança-nos sua proteção e seu socorro poderosíssimo.
64. Na hora da morte, as Missas que tivermos ouvido se tornarão uma fonte de consolação e de confiança na Divina Misericórdia.
65. Elas nos acompanharão diante do justo Juiz e pedirão graça para nós.
66. Um grande número de Missas bem ouvidas nos arrefecerão o ardor das chamas do purgatório, porque:
67. Cada uma delas diminui a pena temporal mais do que a mais rigorosa penitência.
68. Uma única Missa bem ouvida no decurso de nossa vida será mais proveitosa à nossa alma do que um grande número delas oferecidas após a
nossa morte.
69. A devoção à Santa Missa nos valerá uma grande glória no céu.
70. Cada Missa que ouvimos eleva nosso futuro lugar no céu e aumenta nossa felicidade eterna.
71. Não podemos orar mais eficazmente por nossos amigos do que assistindo à Santa Missa.
72. É um meio certo de retribuir a Deus os favores recebidos.
73. Os infelizes, os doentes, os moribundos e as almas do purgatório são nela poderosamente socorridos.
74. Obtemos por meio dela a conversão dos pecadores.
75. Todos os fiéis tiram do Santo Sacrifício abundantes bênçãos.
76. As almas do purgatório são consoladas.
77. Os pobres que não têm meios de mandar celebrar Missas para seus caros defuntos podem, assistindo piedosamente, livrar essas almas do fogo do
purgatório.
Referências:
ABIB, Jonas. Músicos em Ordem de Batalha. 20 ed. Cachoeira Paulista, SP: Canção Nova, 2010. 96 p.
CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA. 3ª. ed. Petrópolis: Vozes; São Paulo: Paulinas, Loyola, Ave-Maria, 1993. 800 p.
Inário Litúrgico III. CNBB. 2017. Paulus. Disponível em: <https://www.paulus.com.br/loja/appendix/4711.pdf>. Acesso em: 15 set. 2019.