TCC AndreViniciusMeloCouto
TCC AndreViniciusMeloCouto
TCC AndreViniciusMeloCouto
1. Viga-parede. 2. elementos finitos. 3. modelagem estrutural. I. Silva, Jordlly Reydson de Barros, orient. II. Título
CDD 624
ANDRÉ VINÍCIUS MELO COUTO
Banca examinadora
___________________________________________________________________
Prof.ª MSc. Jordlly Reydson de Barros Silva
Orientador
___________________________________________________________________
Prof.º MSc. Weslley Imperiano de Melo
Examinador Interna
___________________________________________________________________
Prof.ª Dr.ª Cecília Maria Mota Silva Lins
Examinadora Interna
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, gostaria de agradecer ao bom Deus e à sua bem-aventurada Mãe, Maria,
por terem me dado a ciência e a força para permanecer nesta caminhada até o fim, pois,
mesmo com minhas baixas, sempre estiveram ao meu lado.
À minha esposa, Marcela Vanessa, que sempre foi uma companheira incomparável, estando
comigo desde o começo desta graduação, me apoiando em todo o tempo e agora carregando o
fruto no nosso amor em seu ventre. Ofereço esta conquista a vocês. Amo vocês!
A toda a minha família, principalmente meu avô Gilvan, meus tios Fábio e Tertuliano que
sempre foram meus exemplos e me ajudaram imensamente em tudo que precisei durante a
graduação, não me deixando faltar nada para que eu pudesse concluir esta caminhada.
Ao meu orientador, professor Jordlly, que alimentou o meu gosto pelo cálculo estrutural, ao
qual eu conhecia muito pouco e suas aulas o fizeram crescer. Agradeço pela paciência, apoio
e ensinamentos adquiridos neste tempo que passamos juntos.
Por fim, agradeço aos meus amigos do grupo AlfaSigma que se tornaram indispensáveis em
todo o processo, pois tornaram a universidade um ambiente muito mais proveitoso e
agradável desde o primeiro período. Sentirei saudades das nossas noites estudando com vários
momentos de divagações e boas risadas, vocês deixam tudo mais divertido. Muito obrigado
pela amizade.
“Aquelas coisas que valorizamos de verdade são exatamente as que hesitamos em atribuir
um preço, como a vida, o amor e o conhecimento. O valor começa onde termina o cálculo,
pois o que mais nos importa é aquilo que não trocamos.”
(Roger Scruton)
RESUMO
The purpose of this work is to present the main fundamentals of single-span deep beams
structural design, and analyze these elements through the Finite Element Method (FEM),
using ABAQUS/CAE software, student version. During the study, a design procedure is
discussed, which is implemented in the Smath Studio software. A discussion is also made
about the FEM modeling procedure, such as the deep beam information implementation, such
as material, supports and applied loads. Thus, for a problem present in the literature, the
support tensions, provided by the software are compared, verifying the proximity of the
answers obtained. Finally, a parameter study of the problem is made, through the Smath
Studio routine, observing the influence of geometric parameters and loads on the behavior of
the structure.
Equação 1..................................................................................................................................14
Equação 2..................................................................................................................................14
Equação 3..................................................................................................................................14
Equação 4..................................................................................................................................15
Equação 5..................................................................................................................................16
Equação 6..................................................................................................................................19
Equação 7..................................................................................................................................19
Equação 8..................................................................................................................................19
Equação 9..................................................................................................................................19
Equação 10................................................................................................................................19
Equação 11................................................................................................................................19
Equação 12................................................................................................................................27
Equação 13................................................................................................................................27
Equação 14................................................................................................................................27
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 10
2 VIGAS-PAREDE 11
2.1 Definições 11
5 CONCLUSÕES 29
REFERÊNCIAS 30
1 INTRODUÇÃO
2 VIGAS-PAREDE
2.1 Definições
Segundo o item 22.4 da ABNT NBR 6118 (2014), vigas-parede (deep beams) são as
vigas altas em que a relação entre o vão e a altura ℎ é inferior a 2, em vigas biapoiadas, e
inferior a 3, em vigas contínuas. Além disso, a mesma norma, no item 14.4.2.2, ao definir
chapas como elementos de superfície sujeitos a ações contidas no seu plano, também
estabelece que vigas-parede são chapas de concreto em que o vão é menor que três vezes a
maior dimensão da seção transversal.
Modelos estruturais de vigas-parede podem ser adotados na análise de, por exemplo,
paredes de reservatórios de água, ou ainda, conforme apresenta Wight & Macgregor (2012),
vigas de transição, as quais podem ser um recurso útil na acomodação da estrutura a
disposições arquitetônicas, Figuras 1 e 2.
podem ser analisadas como um problema de estado plano de tensões (EPT), sendo possível
utilizar técnicas numéricas, como o método dos elementos finitos (MEF), como será discutido
no Capítulo 3. Contudo, de acordo com Araújo (2010), os esforços solicitantes nas vigas-
parede usuais podem ser obtidos de forma satisfatória do mesmo modo que em vigas comuns.
= (1)
a) Viga-parede biapoiada:
0.15ℎ(3 + /ℎ) #$ 1 < /ℎ < 2
=
0.60 #$ /ℎ ≤ 1
(2)
Fonte: Autor
c) Viga-parede contínua com mais de dois vãos: para os vãos extremos e os primeiros
apoios intermediários adota-se os itens a) e b), para os demais vãos e apoios, adota-se:
0.15ℎ(2 + /ℎ) #$ 1 < /ℎ < 3
=
0.45 #$ /ℎ ≤ 1
(4)
5/6 78
2,00 0,91
1,50 0,73
1,25 0,57
1,00 0,38
Fonte: Araújo (2010)
=>? AB
.9:;
<
12 @
(5)
distribuída, onde, pode-se perceber o alinhamento entre o modelo de biela e tirante e as linhas
de fluxo das tensões principais, sendo essa uma abordagem muitas vezes viável para traçar a
geométrica do modelo de biela e tirante.
A tensão K pode ser definida pela Equação (6), onde o parâmetro JK é a reação do
apoio, tida como metade do carregamento distribuído, e G é a largura do apoio.
L
(6)
=
NA L
I (7)
= ? O;(P)= ?
GI QG + 2R S ∙ GUVW(X)Y#$Z(X) (8)
_
θ atan ^ ` a (9)
≤ 3 0.60 ^1 − Ide
Ac
a (10)
I ≤ 3 0.60 ^1 − Ide
Ac
a (11)
onde, conforme mostram as Equações (10) e (11), 3 é uma resistência obtida com base na
minoração da resistência de projeto de concreto , obtida pela divisão da resistência
característica de compressão f, pelo coeficiente de redução apropriado. A minoração da
resistência de projeto de concreto se justifica pelo efeito prejudicial das tensões de tração
transversal, que surgem no material.
20
Na análise ilustrada na Figura 13, foi feito uso da teoria do campo de compressão
modificada (Modified Compression Field Theory - MCFT), onde o concreto fissurado se
comporta como um novo material com suas próprias características de tração e compressão.
De acordo com Vecchio & Collins (1988), essa teoria pode ser aplicada em análises de vigas
de concreto armado submetidas ao cisalhamento, momento e carregamento axial, podendo ser
utilizado em elementos com características geométricas e de carregamentos especiais, como é
o caso da viga-parede.
Conforme ilustram essas figuras, a análise não-linear de vigas-parede de concreto
armado consegue capturar comportamento particulares da estrutura como a fissuração do
concreto e o escoamento da armadura, tendo, inclusive, boa aderência a resultados
experimentais. Contudo, essa acaba sendo uma alternativa mais custosa em termos de tempo
de processamento computacional.
distribuição de tensões principais produzidas pelas cargas aplicadas à peça e ao lado está a
legenda com a magnitude de cada vetor separada por cores.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
25
Nessa janela, as coordenadas a serem inseridas foram obtidas com base na Figura 17 e
na Equação 9, onde o ângulo da biela de compressão no apoio X é aproximadamente 61g . Na
ferramenta que cria o plano de corte na peça deve ser informado o ângulo a no lugar de X,
Figura 50, o qual pode ser obtido pela soma dos ângulos internos do triângulo, sendo,
portanto, igual a 29g .
Feito isso, seleciona-se em Create na janela View Cut Manager e a aba que será aberta
de ser configurada conforme a Figura 18. Os valores que serão inseridos na opção Normal
Axis (X, Y, Z) são provenientes dos cossenos diretores dos ângulos encontrados, ou seja,
GU#(61º) 0,4848 e GU#(29º) 0,8746.
Fonte: Autor
26
Após criar o plano de corte, movendo a barra Position, este deve ser ajustado de forma
que fique o mais próximo possível de G2, Figura 20. Feito isso, a janela View Cut Manager
deve ficar com as configurações da Figura 19.
Fonte: Autor
Fonte: Autor
27
Fonte: Autor
Portanto, tomando a dimensão G2, Figura 22, como 0,326 H, para calcular a
hipotenusa o do triângulo da Figura 21, obtemos:
De posse dessas tensões avaliadas pela rotina do Anexo I e através do MEF, pode-se
observar uma proximidade satisfatória entre os dois valores, tendo sido encontrado um erro
associado próximo de 3,5%, entre os dois valores.
De acordo com o resultado obtido através da modelagem, percebe-se que a
configuração das tensões de tração e compressão na viga-parede modelada guardam relação
com a apresentada na Figura 3 deste trabalho.
28
L P P As As
b h c
interno superior inferior long vert σd/fcdr σ2d/fcdr
(cm) (cm) (cm)
(cm) (kN/m) (kN/m) (cm²) (cm²)
15 200 20 280 3 23 0,9 1,5 0,29 0,32
15 300 20 280 3 23 0,75 1,5 0,32 0,36
15 200 15 280 3 23 0,87 1,5 0,38 0,40
20 200 20 280 3 23 0,97 2 0,23 0,26
15 200 20 200 3 23 0,53 1,5 0,21 0,23
15 200 20 280 3 0 0,28 1,5 0,09 0,10
15 200 20 280 0 23 0,82 1,5 0,27 0,29
15 200 20 280 0 0 0,2 1,5 0,06 0,07
20 300 15 300 3 23 0,9 2 0,38 0,39
Fonte: Autor
5 CONCLUSÕES
No decorrer deste trabalho foi possível notar que a análise estrutural através da
modelagem computacional é uma excelente ferramenta que proporciona resultados de
precisão considerável. Através do Método dos Elementos Finitos (MEF), o software
ABAQUS/CAE tornou possível a realização de uma análise sobre o comportamento em uma
viga-parede.
Com isso foi possível realizar a comparação entre os valores das tensões de
compressão nos apoios obtidas na memória de cálculo do Anexo I e na modelagem. A tensão
de compressão no apoio ( I ), obtida analiticamente, foi de 2,6 MPa. Já a tensão obtida pela
modelagem foi de 2,51 MPa. Chegando-se à conclusão de que a modelagem proporcionou um
resultado satisfatório.
Foi possível também realizar a comparação da distribuição das tensões de tração e
compressão geradas pelo carregamento distribuído entre a peça modelada no software e um
esquema proposto por Wight & Macgregor (2012). Chegando-se à conclusão de que a
distribuição de tensões resultante da modelagem se apresentou como previsto pelo esquema
proposto.
Avaliando-se a rotina do Anexo I, pode-se concluir que a ferramenta demonstra ser
uma opção interessante para o dimensionamento de vigas-parede. Além disso, durante o
trabalho também foi feito um estudo paramétrico que permitiu observar o comportamento da
viga-parede estudada em diversas situações de variação de carga superior inferior e diferentes
na geometria. Com esse estudo paramétrico foi possível obter algumas conclusões, como: o
aumento da altura da viga-parede e a diminuição da largura do apoio, resultaram na redução
da armadura longitudinal e crescimento das tensões nos apoios; o aumento da base da viga-
parede elevou as armaduras longitudinal e vertical, e, reduziu as tensões nos apoios.
Ao longo do processo de modelagem via MEF ficou evidente a importância de todas
as etapas da simulação, pois estas têm a finalidade de tornar o modelo o mais fiel possível
com a realidade. Foram adicionadas informações como propriedades mecânicas do material e
estruturação da malha de elementos finitos para a obtenção de melhores resultados. A
modelagem computacional é uma ótima ferramenta na melhoria do processo de
dimensionamento de elementos estruturais, principalmente os elementos especiais, como as
vigas-parede. Através dela, é possível obter resultados bastante satisfatórios, sendo um
processo preciso e eficiente.
30
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, José Milton de. Curso de Concreto Armado, v. 4. Rio de Janeiro: Dunas, 2010.
DRIEMER, L.; ALVES, M.; MOURA, R. T. Mecânica dos Sólidos Experimental: tutorial
ABAQUS. São Paulo, 2017
SIMULIA 6.14. Getting started with Abaqus: interactive edition. Providence, RI, EUA:
Dassault Sistemas. 2014. Disponível em:
http://130.149.89.49:2080/v6.14/books/gsa/default.html. Acesso em: 20 jun. 2019.
VECCHIO, Frank J., COLLINS, Michael P. Predicting the response of reinforced concrete
beams subjected to shear using modified compression fiel theory. ACI Structural Journal,
Michigan, mai. 1988. Disponível em:
http://vectoranalysisgroup.com/journal_publications/jp4.pdf. Acesso em: 23 out. 2021.
A. Geometria
Fonte: Autor
Fonte: Autor
37
B. Propriedades mecânicas
Tabela 3: Módulo de elasticidade em função do fck do concreto (para granito como agregado
graúdo)
Classe de
C20 C25 C30 C35 C40 C45 C50 C60 C70 C80 C90
resistência
E (GPa) 21 24 27 29 32 34 37 40 42 45 47
Fonte: ABNT (2014) (Adaptado)
Fonte: Autor
E. Apoios
p I2 2eu vw
s= = = 70000001j/Hx (15)
`t x9
F. Carregamento
De forma a aplicar essas cargas no modelo como pressões uniformes, as cargas por
metro serão divididas pela base da seção da viga-parede:
Fonte: Autor
41
Fonte: Autor
elemento uma das funcionalidades que garante praticidade na utilização desse tipo de
ferramenta.
Na barra de menu a opção Mesh, logo após, Controls, seleciona-se toda a peça
configura-se a malha como estruturada.
A malha de elementos finitos para este modelo foi estruturada de forma que os
elementos ficassem o mais uniforme possível para que os resultados fossem satisfatórios,
levando em consideração também a limitação de mil nós que a versão estudantil do software
ABAQUS/CAE. Com isso, para a implantação da malha, no módulo Mesh, na opção Seed
Edges, deve-se escolher a aresta para divisão. Seleciona-se em um dos segmentos verticais,
por exemplo, abrindo uma nova aba que deve ser configurada com o número de elementos a
serem atribuídos nesse bordo, Figura 28.
43
Fonte: Autor
Esta mesma quantidade de elementos deve ser repetida para todos os segmentos
verticais e os dois segmentos horizontais da região central do modelo. Feito isso, é necessário
atribuir a malha à peça, então, seleciona-se em Mesh Part na caixa de ferramentas. Após esse
procedimento, a peça deve ficar com a malha igual à Figura 29.
Fonte: Autor
44
H. Processamento
Após realizar todos os procedimentos citados até então, estará concluído o pré-
processamento e o software terá todas as informações necessárias para simular o modelo
construído. Através da aplicação do Método dos Elementos Finitos, o software é capaz de
detectar falhas na modelagem que possam inviabilizar a simulação de diversos dados, tais
como, deslocamentos e tensões principais.
Para o modelo criado foi utilizado o ABAQUS/STANDARD. Essa opção tem a
finalidade de permitir o processamento dos dados através de solução implícita de um sistema
de equações. Para dar início ao processamento, cria-se um trabalho de análise (Job) na árvore
do modelo. Feito isso, clica-se no trabalho criado, denominado aqui de “Simulação”, com o
botão direito, mostrando as opções possíveis, Figura 30. Cada uma dessas opções tem uma
função específica, são elas:
● Submit - Submeter os dados inseridos na etapa de pré-processamento;
● Monitor - Monitora a convergência da solução e o tempo de duração do processo;
● Results - Visualiza as respostas (iniciando o pós-processamento);
As opções foram selecionadas na sequência listada acima, e, dessa forma inicia-se o
pós-processamento, discutido no Capítulo 4.
Fonte: Autor