Lei 10.762

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3/28/24, 2:40 PM L10762

Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos

LEI No 10.762, DE 11 DE NOVEMBRO DE 2003.

Dispõe sobre a criação do Programa Emergencial e


Excepcional de Apoio às Concessionárias de Serviços
Mensagem de veto Públicos de Distribuição de Energia Elétrica, altera as
Conversão da MPv nº 127, de 2003 Leis nos 8.631, de 4 de março de 1993, 9.427, de 26 de
dezembro de 1996, 10.438, de 26 de abril de 2002, e dá
outras providências.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:

Art. 1o Fica instituído o Programa Emergencial e Excepcional de Apoio às Concessionárias de Serviços Públicos de
Distribuição de Energia Elétrica, destinado a suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação do
mecanismo de compensação de que trata o art. 1o da Medida Provisória no 2.227, de 4 de setembro de 2001, para os
reajustes e revisões tarifárias realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004, por meio de financiamento a ser
concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.

§ 1o Poderão ser beneficiárias do Programa as concessionárias que tiverem o direito à compensação a que alude o
caput, atenderem às exigências legais para obtenção de crédito concedido com recursos públicos e estiverem
adimplentes com as empresas integrantes do Sistema BNDES.

§ 2o O valor a ser financiado será apurado e informado pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL,
observada a legislação vigente.

§ 3o A aplicação do disposto no caput fica condicionada à renúncia expressa do beneficiário do financiamento a


pretenso ou alegado direito, a ação judicial, em curso ou futura, ou a revisão tarifária extraordinária que possam ou
venham a existir relativamente ao adiamento da compensação referido neste artigo.

§ 4o Para a execução do disposto neste artigo, o BNDES procederá ao enquadramento da operação de forma
automática e à análise cadastral simplificada, e as beneficiárias apresentarão os documentos exigidos por lei e as demais
comprovações determinadas pelo BNDES, que deverão ser efetuadas mediante declarações dos administradores das
concessionárias.

§ 5o O prazo de carência para a amortização do financiamento a ser concedido às empresas será de até sessenta
dias, a contar das revisões ou reajustes tarifários anuais que vierem a ser realizados entre 8 de abril de 2004 e 7 de abril
de 2005.

§ 6o O prazo de amortização dos financiamentos será de vinte e quatro meses e poderá ser ajustado à arrecadação
decorrente do aumento tarifário correspondente ao adiamento da aplicação do mecanismo de compensação de que trata
o caput.

§ 7o Os recursos do financiamento serão liberados após a apresentação, pelas concessionárias, da documentação


pertinente, em tempo hábil, e do cumprimento das condições de utilização do crédito estabelecidas contratualmente pelo
BNDES, da seguinte forma:

I - cinqüenta por cento até sessenta dias, a partir da data dos respectivos reajustes ou revisões tarifários anuais
realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004, observado o disposto no § 8o;

II - trinta por cento em cento e oitenta dias, a contar da data dos respectivos reajustes ou revisões tarifários anuais
realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004; e

III - os restantes vinte por cento em duzentos e setenta dias, a contar da data dos respectivos reajustes ou revisões
tarifários anuais realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004.

§ 8o Para as concessionárias que já tiveram adiada a aplicação do mecanismo de compensação a que se refere o
caput, o prazo previsto no inciso I do § 7o será de até sessenta dias, a contar da publicação desta Lei.

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§ 9oAs parcelas referidas no § 7o


poderão ser liberadas pelo BNDES nos quinze dias úteis anteriores ou
posteriores ao termo final dos prazos estabelecidos em seus incisos.

§ 10. Os recursos relativos às parcelas discriminadas no § 7o serão atualizados pela média ajustada dos
financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, desde a data do reajuste ou
da revisão tarifária anual até a liberação da respectiva parcela à beneficiária.

§ 11. O saldo devedor do financiamento devido ao BNDES será atualizado pela média ajustada dos financiamentos
diários apurados no SELIC, acrescido de encargos de até um e meio por cento ao ano.

§ 12. As operações financeiras contarão com garantia em primeiro grau de recebíveis, em percentual do
faturamento da beneficiária, equivalente à parcela do aumento tarifário a ser concedido à empresa beneficiária entre 8 de
abril de 2004 e 7 de abril de 2005, correspondente ao adiamento da compensação a que se refere o caput, conforme
montante apurado e informado pela ANEEL.

§ 13. Fica autorizada a interveniência da ANEEL, especialmente para assumir a obrigação de, na hipótese de
extinção de concessão, incluir, como condição para outorga de nova concessão, no processo licitatório para exploração
dos serviços públicos, a sub-rogação, pelo novo concessionário, das obrigações decorrentes do financiamento de que
trata esta Lei.

§ 14. Os recursos a serem liberados pelo BNDES serão prioritariamente destinados ao adimplemento das
obrigações intra-setoriais assumidas pelo beneficiário com os agentes do setor elétrico.

§ 15. As informações a respeito de obrigações intra-setoriais necessárias ao cumprimento do § 14 deverão ser


prestadas pela ANEEL ao BNDES.

§ 16. As demais condições de financiamento serão definidas pelo BNDES.

Art. 2o Sem prejuízo do atendimento das finalidades específicas previstas em lei e a critério do Ministro de Estado
da Fazenda, poderão ser destinadas à amortização da dívida pública federal as disponibilidades das fontes de recursos
existentes no Tesouro Nacional no encerramento do exercício de 2002 não comprometidas com os restos a pagar,
excetuadas aquelas decorrentes de vinculação constitucional.

Art. 3o Fica a União autorizada a conceder financiamento ao BNDES, com o objetivo de atender ao Programa
instituído com base no art. 1o desta Lei.

§ 1o A despesa prevista neste artigo poderá ser atendida com os recursos arrecadados na forma do art. 2o desta
Lei.

§ 2o O Conselho Monetário Nacional estabelecerá as condições normativas que se fizerem necessárias ao


cumprimento do disposto no caput deste artigo.

Art. 4o As vedações constantes do art. 39 da Lei no 4.131, de 3 de setembro de 1962, não se aplicam ao
financiamento de que trata o art. 1o desta Lei e às operações de crédito que vierem a ser realizadas pelo BNDES com as
concessionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica e com as empresas signatárias de contratos
iniciais e equivalentes, assim reconhecidos em resolução da ANEEL.

§ 1o Fica autorizada a concessão de financiamento de que trata o art. 1o desta Lei a entidades cujo controle
acionário pertença a pessoas jurídicas de direito público interno ou a suas subsidiárias ou controladas.

§ 2o (VETADO)

Art. 5o As empresas públicas e as sociedades de economia mistas federais ficam autorizadas a apresentar a
renúncia de que trata o § 3o do art. 1o desta Lei.

Art. 6o O saldo relativo ao adiamento da compensação referido no art. 1o será atualizado, desde a data de seu
reconhecimento na tarifa até sua efetiva compensação, pela taxa média ajustada dos financiamentos diários de títulos
públicos federais, apurada no SELIC, acumulada no período, acrescida de até um e meio por cento ao ano.

Art. 7o Os arts. 8o e 10 da Lei no 8.631, de 4 de março de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 8o..........................................................................................

Parágrafo único. (VETADO)

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"Art. 10. O inadimplemento no recolhimento das parcelas das quotas anuais de Reserva
Global de Reversão - RGR, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
- PROINFA, Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, e Conta de Consumo de
Combustíveis - CCC, da compensação financeira pela utilização de recursos hídricos pelas
concessionárias, acarretará a impossibilidade de revisão e reajustamento de seus níveis de
tarifas, independentemente do que dispuser o contrato respectivo e de recebimento de
recursos provenientes da CCC, CDE e RGR." (NR)

Art. 8o Os arts. 17 e 26 da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a redação dada pela Lei no 10.438, de 26
de abril de 2002, passam a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 17.........................................................................................

.........................................................................................

§ 2o Sem prejuízo do disposto nos contratos em vigor, o atraso do pagamento de faturas de


compra de energia elétrica e das contas mensais de seu fornecimento aos consumidores, do
uso da rede básica e das instalações de conexão, bem como do recolhimento mensal dos
encargos relativos às quotas da Reserva Global de Reversão – RGR, à compensação
financeira pela utilização de recursos hídricos, ao uso de bem público, ao rateio da Conta de
Consumo de Combustíveis – CCC, à Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, ao
Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica – PROINFA e à Taxa de
Fiscalização dos Serviços de Energia Elétrica, implicará a incidência de juros de mora de um
por cento ao mês e multa de até cinco por cento, a ser fixada pela ANEEL, respeitado o limite
máximo admitido pela legislação em vigor." (NR)

"Art. 26.........................................................................................

.........................................................................................

§ 1o Para o aproveitamento referido no inciso I do caput, os empreendimentos hidroelétricos


com potência igual ou inferior a 1.000 kW e aqueles com base em fontes solar, eólica,
biomassa e co-geração qualificada, conforme regulamentação da ANEEL, cuja potência
instalada seja menor ou igual a 30.000 kW, a ANEEL estipulará percentual de redução não
inferior a cinqüenta por cento a ser aplicado às tarifas de uso dos sistemas elétricos de
transmissão e de distribuição, incidindo na produção e no consumo da energia
comercializada pelos aproveitamentos.

.........................................................................................

§ 5o O aproveitamento referido no inciso I do caput, os empreendimentos com potência igual


ou inferior a 1.000 kW e aqueles com base em fontes solar, eólica, biomassa, cuja potência
instalada seja menor ou igual a 30.000 kW, poderão comercializar energia elétrica com
consumidor, ou conjunto de consumidores reunidos por comunhão de interesses de fato ou
de direito cuja carga seja maior ou igual a 500kW, independentemente dos prazos de
carência constante do art. 15 da Lei no 9.074, de 7 de julho de 1995, observada a
regulamentação da ANEEL, podendo o fornecimento ser complementado por
empreendimentos de geração associados às fontes aqui referidas, visando a garantia de suas
disponibilidades energéticas mas limitado a quarenta e nove por cento da energia média que
produzirem, sem prejuízo do previsto no § 1o e § 2o.

........................................................................................." (NR)

Art. 9o Os artigos 3o, 5o, 13, 14 e 25 da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, passam a vigorar com a seguinte
redação:

"Art. 3o.........................................................................................

I – na primeira etapa do programa:

a) os contratos serão celebrados pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS até
29 de abril de 2004, para a implantação de 3.300 MW de capacidade, em instalações de
produção com início de funcionamento previsto para até 30 de dezembro de 2006,
assegurando a compra da energia a ser produzida no prazo de vinte anos, a partir da data de
entrada em operação definida no contrato, observados os valores e pisos definidos na alínea
b;

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b) a contratação a que se refere a alínea a deverá ser distribuída igualmente, em termos de
capacidade instalada, por cada uma das fontes participantes do programa e a aquisição da
energia será feita pelo valor econômico correspondente à tecnologia específica de cada fonte,
valor este a ser definido pelo Poder Executivo, mas tendo como pisos cinqüenta por cento,
setenta por cento e noventa por cento da tarifa média nacional de fornecimento ao
consumidor final dos últimos doze meses, para a produção concebida a partir de biomassa,
pequenas centrais hidrelétricas e energia eólica, respectivamente;

c) o valor pago pela energia elétrica adquirida na forma deste inciso I, os custos
administrativos, financeiros e encargos tributários incorridos pela ELETROBRÁS na
contratação, serão rateados, após prévia exclusão da Subclasse Residencial Baixa Renda
cujo consumo seja igual ou inferior a 80kWh/mês, entre todas as classes de consumidores
finais atendidas pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional, proporcionalmente ao consumo
verificado;

d) a contratação das instalações de que trata este inciso I, far-se-á mediante Chamada
Pública para conhecimento dos interessados, considerando, no conjunto de cada fonte
específica, daquelas habilitadas, primeiramente as que tiverem as Licenças Ambientais de
Instalação – LI – mais antigas, prevalecendo, em cada instalação, a data de emissão da
primeira LI, caso tenha ocorrido prorrogação ou nova emissão, limitando-se a contratação por
Estado a vinte por cento das fontes eólica e biomassa e quinze por cento da Pequena Central
Hidrelétrica - PCH;

e) concluído o processo definido na alínea d sem a contratação do total previsto por fonte e
existindo ainda empreendimentos com Licença Ambiental de Instalação – LI – válidas, o saldo
remanescente por fonte será distribuído entre os Estados de localização desses
empreendimentos, na proporção da oferta em kW (quilowatt), reaplicando-se o critério de
antigüidade da LI até a contratação do total previsto por fonte;

f) será admitida a participação direta de fabricantes de equipamentos de geração, sua


controlada, coligada ou controladora na constituição do Produtor Independente Autônomo,
desde que o índice de nacionalização dos equipamentos e serviços seja, na primeira etapa,
de, no mínimo sessenta por cento em valor e, na segunda etapa, de, no mínimo, noventa por
cento em valor;

g) fica a ELETROBRÁS autorizada, no caso da não contratação a que se refere as alíneas d


e e, pela insuficiência de projetos habilitados, a celebrar contratos por fonte até 30 de outubro
de 2004, da diferença entre os 1.100 MW e a capacidade contratada por fonte, seguindo os
mesmos critérios adotados nas alíneas d e e;

h) no caso das metas estipuladas para cada uma das fontes não terem sido atingidas
conforme estabelece a alínea g caberá à ELETROBRÁS contratar imediatamente as quotas
remanescentes de potência entre os projetos habilitados nas demais fontes, seguindo o
critério de antigüidade da Licença Ambiental de Instalação;

II – na segunda etapa do programa:

.........................................................................................

b) os contratos serão celebrados pela ELETROBRÁS, com prazo de duração de vinte anos e
preço equivalente ao valor econômico correspondente à geração de energia competitiva,
definida como o custo médio ponderado de geração de novos aproveitamentos hidráulicos
com potência superior a 30.000 kW e centrais termelétricas a gás natural, calculado pelo
Poder Executivo;

.........................................................................................

d) o produtor de energia alternativa fará jus a um crédito complementar, calculado pela


diferença entre o valor econômico correspondente à tecnologia específica de cada fonte,
valor este a ser definido pelo Poder Executivo, e o valor recebido da ELETROBRÁS, para
produção concebida a partir de biomassa, pequena central hidrelétrica e eólica;

.........................................................................................

i) o valor pago pela energia elétrica adquirida na forma deste inciso II, os custos
administrativos, financeiros e os encargos tributários incorridos pela ELETROBRÁS na
contratação, serão rateados, após prévia exclusão da Subclasse Residencial Baixa Renda
cujo consumo seja igual ou inferior a 80kWh/mês, entre todas as classes de consumidores

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finais atendidos pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional, proporcionalmente ao consumo
verificado.

§ 1o Produtor Independente é Autônomo quando sua sociedade, não sendo ela própria
concessionária de qualquer espécie, não é controlada ou coligada de concessionária de
serviço público ou de uso do bem público de geração, transmissão ou distribuição de energia
elétrica, nem de seus controladores ou de outra sociedade controlada ou coligada com o
controlador comum.

§ 2o Poderá o Poder Executivo autorizar à ELETROBRÁS realizar contratações com


Produtores Independentes que não atendam os requisitos do § 1o, desde que o total
contratado não ultrapasse a vinte e cinco por cento da programação anual e dessas
contratações não resulte preterição de oferta de Produtor Independente Autônomo,
observando-se, no caso da energia eólica, que na primeira etapa do Programa o total das
contratações seja distribuído igualmente entre Autônomos e não Autônomos.

§ 3o Caberá ao Ministério de Minas Energia a elaboração de Guia de Habilitação por fonte,


consignando as informações complementares às Licenças Ambientais de Instalação,
necessárias à participação no PROINFA.

§ 4o Somente poderão participar da Chamada Pública, Produtores que comprovem um grau


de nacionalização dos equipamentos e serviços de, no mínimo, sessenta por cento, na
primeira etapa e noventa por cento na segunda etapa, em cada empreendimento.

§ 5o As concessionárias, permissionárias e o Operador Nacional do Sistema - ONS emitirão


documento conclusivo relativo ao processo de acesso aos sistemas de transmissão e
distribuição, conforme Procedimentos de Rede, no prazo máximo de trinta dias após a
contratação do empreendimento pela ELETROBRÁS, cabendo à ANEEL diligenciar no
sentido de garantir o livre acesso do empreendimento contratado pelo critério de mínimo
custo global de interligação e reforços nas redes, decidindo eventuais divergências e
observando os prazos de início de funcionamento das centrais geradoras estabelecidos neste
artigo." (NR)

"Art. 5o.........................................................................................

.........................................................................................

§ 5o (VETADO)

"Art. 13. Fica criada a Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, visando o


desenvolvimento energético dos Estados e a competitividade da energia produzida a partir de
fontes eólica, pequenas centrais hidrelétricas, biomassa, gás natural e carvão mineral
nacional, nas áreas atendidas pelos sistemas interligados, promover a universalização do
serviço de energia elétrica em todo o território nacional e garantir recursos para atendimento
à subvenção econômica destinada à modicidade da tarifa de fornecimento de energia elétrica
aos consumidores finais integrantes da Subclasse Residencial Baixa Renda, devendo seus
recursos se destinar às seguintes utilizações:

I - .........................................................................................

.........................................................................................

b) para garantir até cem por cento do valor do combustível ao seu correspondente produtor,
incluído o valor do combustível secundário necessário para assegurar a operação da usina,
mantida a obrigatoriedade de compra mínima de combustível estipulada nos contratos
vigentes na data de publicação desta Lei, a partir de 1o de janeiro de 2004, destinado às
usinas termelétricas a carvão mineral nacional, desde que estas participem da otimização dos
sistemas elétricos interligados, compensando-se, os valores a serem recebidos a título da
sistemática de rateio de ônus e vantagens para as usinas termelétricas de que tratam os §§
1o e 2o do art. 11 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, podendo a ANEEL ajustar o
percentual do reembolso ao gerador, segundo critérios que considerem sua rentabilidade
competitiva e preservem o atual nível de produção da indústria produtora do combustível;

.........................................................................................

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V – para a promoção da universalização do serviço de energia elétrica em todo o território
nacional e para garantir recursos à subvenção econômica destinada à modicidade tarifária
para a subclasse baixa renda, assegurado, nos anos de 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008
percentuais mínimos da receita anual da CDE de quinze por cento, dezessete por cento, vinte
por cento, vinte e cinco por cento e trinta por cento, respectivamente, para utilização na
instalação de transporte de gás natural previsto no inciso I deste artigo.

§ 3o As quotas de que trata o § 1o serão reajustadas anualmente, a partir do ano de 2002, na


proporção do crescimento do mercado de cada agente e, a partir do ano 2004, também
atualizadas monetariamente por índice a ser definido pelo Poder Executivo.

.........................................................................................

§ 8o Os recursos provenientes do pagamento pelo uso de bem público e das multas impostas
aos agentes do Setor serão aplicados, exclusivamente, no desenvolvimento da
universalização do serviço público de energia elétrica, enquanto requerido, na forma da
regulamentação da ANEEL.

§ 9o O saldo dos recursos da CDE eventualmente não utilizados em cada ano no custo das
instalações de transporte de gás natural será destinado à mesma utilização no ano seguinte,
somando-se à receita anual do exercício." (NR)

"Art. 14. .........................................................................................

I - áreas, progressivamente crescentes, em torno das redes de distribuição, no interior das


quais o atendimento em tensão inferior a 2,3kV, ainda que necessária a extensão de rede
primária de tensão inferior ou igual a 138kV, e carga instalada na unidade consumidora de até
50kW, será sem ônus de qualquer espécie para o solicitante que possuir característica de
enquadramento no Grupo B, excetuado o subgrupo iluminação pública, e que ainda não for
atendido com energia elétrica pela distribuidora local;

II - áreas, progressivamente decrescentes, no interior das quais o atendimento em tensão


inferior a 2,3kV, ainda que necessária a extensão de rede primária de tensão inferior ou igual
a 138kV, e carga instalada na unidade consumidora de até 50kW, poderá ser diferido pela
concessionária ou permissionária para horizontes temporais preestabelecidos pela ANEEL,
quando o solicitante do serviço, que possuir característica de enquadramento no Grupo B,
excetuado o subgrupo iluminação pública, e que ainda não for atendido com energia elétrica
pela distribuidora local, será atendido sem ônus de qualquer espécie.

§ 1o O atendimento dos pedidos de nova ligação ou aumento de carga dos consumidores que
não se enquadram nos termos dos incisos I e II deste artigo, será realizado à custa da
concessionária ou permissionária, conforme regulamento específico a ser estabelecido pela
ANEEL, que deverá ser submetido a Audiência Pública.

§ 2o É facultado ao consumidor de qualquer classe contribuir para o seu atendimento, com


vistas em compensar a diferença verificada entre o custo total do atendimento e o limite a ser
estabelecido no § 1o.

§ 3o Na regulamentação do § 1o, a ANEEL levará em conta as características da carga


atendida, a rentabilidade do investimento, a capacidade econômica e financeira do
distribuidor local e a preservação da modicidade tarifária.

§ 4o Na regulamentação deste artigo, a ANEEL levará em conta, dentre outros fatores, a taxa
de atendimento da concessionária ou permissionária, considerada no global e a capacidade
técnica, econômica e financeira necessárias ao atendimento das metas de universalização.

§ 5o A ANEEL também estabelecerá procedimentos para que o consumidor localizado nas


áreas referidas no inciso II do caput possa antecipar seu atendimento, financiando ou
executando, em parte ou no todo, as obras necessárias, devendo esse valor lhe ser restituído
pela concessionária ou permissionária após a carência de prazo igual ao que seria
necessário para obter sua ligação sem ônus.

§ 6o Para as áreas atendidas por cooperativas de eletrificação rural serão consideradas as


mesmas metas estabelecidas, quando for o caso, para as concessionárias ou permissionárias
de serviço público de energia elétrica, onde esteja localizada a respectiva cooperativa de
eletrificação rural, conforme regulamentação da ANEEL.

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§ 7o O financiamento de que trata o § 5o


deste artigo, quando realizado por órgãos públicos,
inclusive da administração indireta, a exceção dos aportes a fundo perdido, visando a
universalização do serviço, serão igualmente restituídos pela concessionária ou
permissionária, ou se for o caso, cooperativa de eletrificação rural, devendo a ANEEL
disciplinar o prazo de carência quando o fornecimento for em áreas com prazos de
diferimento distintos.

§ 8o O cumprimento das metas de universalização será verificado pela ANEEL, em


periodicidade no máximo igual ao estabelecido nos contratos de concessão para cada revisão
tarifária, devendo os desvios repercutir no resultado da revisão mediante metodologia a ser
publicada.

§ 9o A ANEEL tornará públicas, anualmente, as metas de universalização do serviço público


de energia elétrica.

§ 10. Não fixadas as áreas referidas nos incisos I e II do caput no prazo de um ano contado
da publicação desta Lei e até que sejam fixadas, a obrigação de as concessionárias e
permissionárias de serviço público de energia elétrica atenderem aos pedidos de ligação sem
qualquer espécie ou tipo de ônus para o solicitante aplicar-se-á a toda a área concedida ou
permitida.

§ 11. A partir de 31 de julho de 2002 e até que entre em vigor a sistemática de atendimento
por área, as concessionárias e permissionárias de serviço público de energia elétrica
atenderão, obrigatoriamente e sem qualquer ônus para o consumidor, ao pedido de ligação
cujo fornecimento possa ser realizado mediante a extensão de rede em tensão secundária de
distribuição, ainda que seja necessário realizar reforço ou melhoramento na rede primária.

§ 12. No processo de universalização dos serviços públicos de energia elétrica no meio rural,
serão priorizados os municípios com índice de atendimento aos domicílios inferior a oitenta e
cinco por cento, calculados com base nos dados do Censo 2000 do IBGE, podendo ser
subvencionada parcela dos investimentos com recurso da Reserva Global de Reversão,
instituída pela Lei no 5.655, de 20 de maio de 1971 e da Conta de Desenvolvimento
Energético - CDE, de que trata o art. 13 desta Lei, nos termos da regulamentação.

§ 13. O Poder Executivo estabelecerá diretrizes específicas que criem as condições, os


critérios e os procedimentos para a atribuição da subvenção econômica às concessionárias e
permissionárias de serviço público de energia elétrica e, se for o caso, cooperativas de
eletrificação rural e para a fiscalização da sua aplicação nos municípios beneficiados." (NR)

"Art. 25. Os descontos especiais nas tarifas de energia elétrica aplicáveis às unidades
consumidoras classificadas na Classe Rural, inclusive Cooperativas de Eletrificação Rural,
serão concedidos ao consumo que se verifique na atividade de irrigação desenvolvida em um
período diário contínuo de oito horas e trinta minutos de duração, facultado ao concessionário
ou permissionário de serviço público de distribuição de energia elétrica o estabelecimento de
escalas de horário para início, mediante acordo com os consumidores, garantido o horário
compreendido entre vinte e uma horas e trinta minutos e seis horas do dia seguinte." (NR)

Art. 10. O § 4o do art. 11 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso III:

"Art. 11. .........................................................................................

.........................................................................................

§ 4o .........................................................................................

.........................................................................................

III – aproveitamento hidrelétrico com potência maior que 30MW, concessão já outorgada, a
ser implantado inteiramente em sistema elétrico isolado e substitua a geração termelétrica
que utilize derivado de petróleo, com a sub-rogação limitada a, no máximo, cinqüenta por
cento do valor do empreendimento e até que a quantidade de aproveitamentos sub-rogados
atinja um total de 120 MW de potência instalada." (NR)

Art. 11. Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Brasília, 11 de novembro de 2003; 182o da Independência e 115o da República.

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LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Antonio Palocci Filho
Márcio Fortes de Almeida
Dilma Vana Rousseff

Este texto não substitui o publicado no D.O.U. de 12.11.2003

https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.762.htm 8/8

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