Lei 10.762
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Presidência da República
Casa Civil
Subchefia para Assuntos Jurídicos
O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1o Fica instituído o Programa Emergencial e Excepcional de Apoio às Concessionárias de Serviços Públicos de
Distribuição de Energia Elétrica, destinado a suprir a insuficiência de recursos decorrente do adiamento da aplicação do
mecanismo de compensação de que trata o art. 1o da Medida Provisória no 2.227, de 4 de setembro de 2001, para os
reajustes e revisões tarifárias realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004, por meio de financiamento a ser
concedido pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES.
§ 1o Poderão ser beneficiárias do Programa as concessionárias que tiverem o direito à compensação a que alude o
caput, atenderem às exigências legais para obtenção de crédito concedido com recursos públicos e estiverem
adimplentes com as empresas integrantes do Sistema BNDES.
§ 2o O valor a ser financiado será apurado e informado pela Agência Nacional de Energia Elétrica - ANEEL,
observada a legislação vigente.
§ 4o Para a execução do disposto neste artigo, o BNDES procederá ao enquadramento da operação de forma
automática e à análise cadastral simplificada, e as beneficiárias apresentarão os documentos exigidos por lei e as demais
comprovações determinadas pelo BNDES, que deverão ser efetuadas mediante declarações dos administradores das
concessionárias.
§ 5o O prazo de carência para a amortização do financiamento a ser concedido às empresas será de até sessenta
dias, a contar das revisões ou reajustes tarifários anuais que vierem a ser realizados entre 8 de abril de 2004 e 7 de abril
de 2005.
§ 6o O prazo de amortização dos financiamentos será de vinte e quatro meses e poderá ser ajustado à arrecadação
decorrente do aumento tarifário correspondente ao adiamento da aplicação do mecanismo de compensação de que trata
o caput.
I - cinqüenta por cento até sessenta dias, a partir da data dos respectivos reajustes ou revisões tarifários anuais
realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004, observado o disposto no § 8o;
II - trinta por cento em cento e oitenta dias, a contar da data dos respectivos reajustes ou revisões tarifários anuais
realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004; e
III - os restantes vinte por cento em duzentos e setenta dias, a contar da data dos respectivos reajustes ou revisões
tarifários anuais realizados entre 8 de abril de 2003 e 7 de abril de 2004.
§ 8o Para as concessionárias que já tiveram adiada a aplicação do mecanismo de compensação a que se refere o
caput, o prazo previsto no inciso I do § 7o será de até sessenta dias, a contar da publicação desta Lei.
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§ 10. Os recursos relativos às parcelas discriminadas no § 7o serão atualizados pela média ajustada dos
financiamentos diários apurados no Sistema Especial de Liquidação e de Custódia - SELIC, desde a data do reajuste ou
da revisão tarifária anual até a liberação da respectiva parcela à beneficiária.
§ 11. O saldo devedor do financiamento devido ao BNDES será atualizado pela média ajustada dos financiamentos
diários apurados no SELIC, acrescido de encargos de até um e meio por cento ao ano.
§ 12. As operações financeiras contarão com garantia em primeiro grau de recebíveis, em percentual do
faturamento da beneficiária, equivalente à parcela do aumento tarifário a ser concedido à empresa beneficiária entre 8 de
abril de 2004 e 7 de abril de 2005, correspondente ao adiamento da compensação a que se refere o caput, conforme
montante apurado e informado pela ANEEL.
§ 13. Fica autorizada a interveniência da ANEEL, especialmente para assumir a obrigação de, na hipótese de
extinção de concessão, incluir, como condição para outorga de nova concessão, no processo licitatório para exploração
dos serviços públicos, a sub-rogação, pelo novo concessionário, das obrigações decorrentes do financiamento de que
trata esta Lei.
§ 14. Os recursos a serem liberados pelo BNDES serão prioritariamente destinados ao adimplemento das
obrigações intra-setoriais assumidas pelo beneficiário com os agentes do setor elétrico.
Art. 2o Sem prejuízo do atendimento das finalidades específicas previstas em lei e a critério do Ministro de Estado
da Fazenda, poderão ser destinadas à amortização da dívida pública federal as disponibilidades das fontes de recursos
existentes no Tesouro Nacional no encerramento do exercício de 2002 não comprometidas com os restos a pagar,
excetuadas aquelas decorrentes de vinculação constitucional.
Art. 3o Fica a União autorizada a conceder financiamento ao BNDES, com o objetivo de atender ao Programa
instituído com base no art. 1o desta Lei.
§ 1o A despesa prevista neste artigo poderá ser atendida com os recursos arrecadados na forma do art. 2o desta
Lei.
Art. 4o As vedações constantes do art. 39 da Lei no 4.131, de 3 de setembro de 1962, não se aplicam ao
financiamento de que trata o art. 1o desta Lei e às operações de crédito que vierem a ser realizadas pelo BNDES com as
concessionárias de serviços públicos de distribuição de energia elétrica e com as empresas signatárias de contratos
iniciais e equivalentes, assim reconhecidos em resolução da ANEEL.
§ 1o Fica autorizada a concessão de financiamento de que trata o art. 1o desta Lei a entidades cujo controle
acionário pertença a pessoas jurídicas de direito público interno ou a suas subsidiárias ou controladas.
§ 2o (VETADO)
Art. 5o As empresas públicas e as sociedades de economia mistas federais ficam autorizadas a apresentar a
renúncia de que trata o § 3o do art. 1o desta Lei.
Art. 6o O saldo relativo ao adiamento da compensação referido no art. 1o será atualizado, desde a data de seu
reconhecimento na tarifa até sua efetiva compensação, pela taxa média ajustada dos financiamentos diários de títulos
públicos federais, apurada no SELIC, acumulada no período, acrescida de até um e meio por cento ao ano.
Art. 7o Os arts. 8o e 10 da Lei no 8.631, de 4 de março de 1993, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 8o..........................................................................................
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"Art. 10. O inadimplemento no recolhimento das parcelas das quotas anuais de Reserva
Global de Reversão - RGR, Programa de Incentivo às Fontes Alternativas de Energia Elétrica
- PROINFA, Conta de Desenvolvimento Energético – CDE, e Conta de Consumo de
Combustíveis - CCC, da compensação financeira pela utilização de recursos hídricos pelas
concessionárias, acarretará a impossibilidade de revisão e reajustamento de seus níveis de
tarifas, independentemente do que dispuser o contrato respectivo e de recebimento de
recursos provenientes da CCC, CDE e RGR." (NR)
Art. 8o Os arts. 17 e 26 da Lei no 9.427, de 26 de dezembro de 1996, com a redação dada pela Lei no 10.438, de 26
de abril de 2002, passam a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 17.........................................................................................
.........................................................................................
"Art. 26.........................................................................................
.........................................................................................
.........................................................................................
........................................................................................." (NR)
Art. 9o Os artigos 3o, 5o, 13, 14 e 25 da Lei no 10.438, de 26 de abril de 2002, passam a vigorar com a seguinte
redação:
"Art. 3o.........................................................................................
a) os contratos serão celebrados pela Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – ELETROBRÁS até
29 de abril de 2004, para a implantação de 3.300 MW de capacidade, em instalações de
produção com início de funcionamento previsto para até 30 de dezembro de 2006,
assegurando a compra da energia a ser produzida no prazo de vinte anos, a partir da data de
entrada em operação definida no contrato, observados os valores e pisos definidos na alínea
b;
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b) a contratação a que se refere a alínea a deverá ser distribuída igualmente, em termos de
capacidade instalada, por cada uma das fontes participantes do programa e a aquisição da
energia será feita pelo valor econômico correspondente à tecnologia específica de cada fonte,
valor este a ser definido pelo Poder Executivo, mas tendo como pisos cinqüenta por cento,
setenta por cento e noventa por cento da tarifa média nacional de fornecimento ao
consumidor final dos últimos doze meses, para a produção concebida a partir de biomassa,
pequenas centrais hidrelétricas e energia eólica, respectivamente;
c) o valor pago pela energia elétrica adquirida na forma deste inciso I, os custos
administrativos, financeiros e encargos tributários incorridos pela ELETROBRÁS na
contratação, serão rateados, após prévia exclusão da Subclasse Residencial Baixa Renda
cujo consumo seja igual ou inferior a 80kWh/mês, entre todas as classes de consumidores
finais atendidas pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional, proporcionalmente ao consumo
verificado;
d) a contratação das instalações de que trata este inciso I, far-se-á mediante Chamada
Pública para conhecimento dos interessados, considerando, no conjunto de cada fonte
específica, daquelas habilitadas, primeiramente as que tiverem as Licenças Ambientais de
Instalação – LI – mais antigas, prevalecendo, em cada instalação, a data de emissão da
primeira LI, caso tenha ocorrido prorrogação ou nova emissão, limitando-se a contratação por
Estado a vinte por cento das fontes eólica e biomassa e quinze por cento da Pequena Central
Hidrelétrica - PCH;
e) concluído o processo definido na alínea d sem a contratação do total previsto por fonte e
existindo ainda empreendimentos com Licença Ambiental de Instalação – LI – válidas, o saldo
remanescente por fonte será distribuído entre os Estados de localização desses
empreendimentos, na proporção da oferta em kW (quilowatt), reaplicando-se o critério de
antigüidade da LI até a contratação do total previsto por fonte;
h) no caso das metas estipuladas para cada uma das fontes não terem sido atingidas
conforme estabelece a alínea g caberá à ELETROBRÁS contratar imediatamente as quotas
remanescentes de potência entre os projetos habilitados nas demais fontes, seguindo o
critério de antigüidade da Licença Ambiental de Instalação;
.........................................................................................
b) os contratos serão celebrados pela ELETROBRÁS, com prazo de duração de vinte anos e
preço equivalente ao valor econômico correspondente à geração de energia competitiva,
definida como o custo médio ponderado de geração de novos aproveitamentos hidráulicos
com potência superior a 30.000 kW e centrais termelétricas a gás natural, calculado pelo
Poder Executivo;
.........................................................................................
.........................................................................................
i) o valor pago pela energia elétrica adquirida na forma deste inciso II, os custos
administrativos, financeiros e os encargos tributários incorridos pela ELETROBRÁS na
contratação, serão rateados, após prévia exclusão da Subclasse Residencial Baixa Renda
cujo consumo seja igual ou inferior a 80kWh/mês, entre todas as classes de consumidores
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finais atendidos pelo Sistema Elétrico Interligado Nacional, proporcionalmente ao consumo
verificado.
§ 1o Produtor Independente é Autônomo quando sua sociedade, não sendo ela própria
concessionária de qualquer espécie, não é controlada ou coligada de concessionária de
serviço público ou de uso do bem público de geração, transmissão ou distribuição de energia
elétrica, nem de seus controladores ou de outra sociedade controlada ou coligada com o
controlador comum.
"Art. 5o.........................................................................................
.........................................................................................
§ 5o (VETADO)
I - .........................................................................................
.........................................................................................
b) para garantir até cem por cento do valor do combustível ao seu correspondente produtor,
incluído o valor do combustível secundário necessário para assegurar a operação da usina,
mantida a obrigatoriedade de compra mínima de combustível estipulada nos contratos
vigentes na data de publicação desta Lei, a partir de 1o de janeiro de 2004, destinado às
usinas termelétricas a carvão mineral nacional, desde que estas participem da otimização dos
sistemas elétricos interligados, compensando-se, os valores a serem recebidos a título da
sistemática de rateio de ônus e vantagens para as usinas termelétricas de que tratam os §§
1o e 2o do art. 11 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, podendo a ANEEL ajustar o
percentual do reembolso ao gerador, segundo critérios que considerem sua rentabilidade
competitiva e preservem o atual nível de produção da indústria produtora do combustível;
.........................................................................................
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V – para a promoção da universalização do serviço de energia elétrica em todo o território
nacional e para garantir recursos à subvenção econômica destinada à modicidade tarifária
para a subclasse baixa renda, assegurado, nos anos de 2004, 2005, 2006, 2007 e 2008
percentuais mínimos da receita anual da CDE de quinze por cento, dezessete por cento, vinte
por cento, vinte e cinco por cento e trinta por cento, respectivamente, para utilização na
instalação de transporte de gás natural previsto no inciso I deste artigo.
.........................................................................................
§ 8o Os recursos provenientes do pagamento pelo uso de bem público e das multas impostas
aos agentes do Setor serão aplicados, exclusivamente, no desenvolvimento da
universalização do serviço público de energia elétrica, enquanto requerido, na forma da
regulamentação da ANEEL.
§ 9o O saldo dos recursos da CDE eventualmente não utilizados em cada ano no custo das
instalações de transporte de gás natural será destinado à mesma utilização no ano seguinte,
somando-se à receita anual do exercício." (NR)
§ 1o O atendimento dos pedidos de nova ligação ou aumento de carga dos consumidores que
não se enquadram nos termos dos incisos I e II deste artigo, será realizado à custa da
concessionária ou permissionária, conforme regulamento específico a ser estabelecido pela
ANEEL, que deverá ser submetido a Audiência Pública.
§ 4o Na regulamentação deste artigo, a ANEEL levará em conta, dentre outros fatores, a taxa
de atendimento da concessionária ou permissionária, considerada no global e a capacidade
técnica, econômica e financeira necessárias ao atendimento das metas de universalização.
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§ 10. Não fixadas as áreas referidas nos incisos I e II do caput no prazo de um ano contado
da publicação desta Lei e até que sejam fixadas, a obrigação de as concessionárias e
permissionárias de serviço público de energia elétrica atenderem aos pedidos de ligação sem
qualquer espécie ou tipo de ônus para o solicitante aplicar-se-á a toda a área concedida ou
permitida.
§ 11. A partir de 31 de julho de 2002 e até que entre em vigor a sistemática de atendimento
por área, as concessionárias e permissionárias de serviço público de energia elétrica
atenderão, obrigatoriamente e sem qualquer ônus para o consumidor, ao pedido de ligação
cujo fornecimento possa ser realizado mediante a extensão de rede em tensão secundária de
distribuição, ainda que seja necessário realizar reforço ou melhoramento na rede primária.
§ 12. No processo de universalização dos serviços públicos de energia elétrica no meio rural,
serão priorizados os municípios com índice de atendimento aos domicílios inferior a oitenta e
cinco por cento, calculados com base nos dados do Censo 2000 do IBGE, podendo ser
subvencionada parcela dos investimentos com recurso da Reserva Global de Reversão,
instituída pela Lei no 5.655, de 20 de maio de 1971 e da Conta de Desenvolvimento
Energético - CDE, de que trata o art. 13 desta Lei, nos termos da regulamentação.
"Art. 25. Os descontos especiais nas tarifas de energia elétrica aplicáveis às unidades
consumidoras classificadas na Classe Rural, inclusive Cooperativas de Eletrificação Rural,
serão concedidos ao consumo que se verifique na atividade de irrigação desenvolvida em um
período diário contínuo de oito horas e trinta minutos de duração, facultado ao concessionário
ou permissionário de serviço público de distribuição de energia elétrica o estabelecimento de
escalas de horário para início, mediante acordo com os consumidores, garantido o horário
compreendido entre vinte e uma horas e trinta minutos e seis horas do dia seguinte." (NR)
Art. 10. O § 4o do art. 11 da Lei no 9.648, de 27 de maio de 1998, passa a vigorar acrescido do seguinte inciso III:
.........................................................................................
§ 4o .........................................................................................
.........................................................................................
III – aproveitamento hidrelétrico com potência maior que 30MW, concessão já outorgada, a
ser implantado inteiramente em sistema elétrico isolado e substitua a geração termelétrica
que utilize derivado de petróleo, com a sub-rogação limitada a, no máximo, cinqüenta por
cento do valor do empreendimento e até que a quantidade de aproveitamentos sub-rogados
atinja um total de 120 MW de potência instalada." (NR)
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LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA
Antonio Palocci Filho
Márcio Fortes de Almeida
Dilma Vana Rousseff
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