Projeto de Extensão 1

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ

CURSO DE PSICOLOGIA

SAÚDE MENTAL DO PROFESSOR

ANA CAROLINA SOUZA PACHECO


MAT 202102357462
BRUNA LARA GOMES DORVILLE
MAT 202103819508
DENISE BARBOSA DA SILVA
MAT 202001566503
DIEGO GOMES ALEIXO
MAT 202107369531
GABRIELA COUTO DE ASSIS DE SALES
MAT 202204221152
GUSTAVO SILVA DE OLIVEIRA
MAT 202002636793
INGRID COSTA MARTINS
MAT 202001324941
THIAGO PINHEIRO MOURA
MAT 202010023711

Washington Brum
Professor Orientador
2024
Duque de Caxias/ Rio de Janeiro

Diagnóstico e roteirização
1 Identificação das partes envolvidas e parceiros

A saúde mental do professor depende de ações positivas em relação a si mesmo e em relação


aos alunos, colegas de trabalho, família, especialmente em relação às interações no ambiente
escolar. Estas interações quando estão em harmonia vão impactar diretamente na qualidade de
vida do professor tornando-o menos susceptível a transtornos mentais (SOUZA, 2007). A
desvalorização do trabalho do professor se traduz pelo desrespeito por parte dos alunos, baixos
salários, carga de trabalho exaustiva, alto número de alunos por classe além da pressão pelo
resultado com os alunos, fatores que se tornam responsáveis pelo intenso sofrimento docente
(SILVA, 1987).
A literatura nos traz o sofrimento mental como o mais citado pelos professores: 29,73% dos
professores relataram alguma forma de adoecimento mental, como depressão, ansiedade e
estresse, entre outros; em segundo lugar, apareceram as doenças osteomusculares, como
tendinites e lombalgias, com 23,98%. Doenças otorrinolaringológicas estiveram presentes em
10,07% dos docentes (TOSTES ET al, 2018).
Com base nestas informações e através do diálogo, o grupo optou por seguir esta linha de
pensamento do adoecimento mental do professor tendo como parceiro a instituição de ensino
Colégio Universidade da Criança localizado na rua Tarce Menezes de Freitas lima, número 268
em Duque de Caxias, sendo este um bairro de classe média e consequentemente o seu público
alvo. O Colégio é uma instituição de ensino particular que atende os segmentos da Educação
Infantil e Ensino Fundamental I e II. É uma das escolas mais renomadas da regiões atuando há
25 anos destacando-se por oferecer um ambiente prazeroso, afetivo, aulas contextualizadas e
organizado.
A instituição faz uso da metodologia sociointeracionista que ajuda a envolver e a formar alunos
com competências diversas, dente elas a curiosidade, a habilidade de trabalhar em grupo, a
experimentação e autonomia. Nesta empresa trabalham 15 funcionários, sendo todos registrados
em carteira de acordo com as regras da CLT, cumprindo um horário de 7h ás 19h, como cada
colaborador em seu determinado horário específico, de segunda a sexta- feira, como uma faixa
etária de 20 a mais de 60 anos, composto com predominância do sexo feminino, tendo entre 1 a
6 anos de efetivação na empresa.
Para que pudéssemos dar início ao trabalho, contamos com a mediação da aluna Bruna para
com a diretoria da escola, na qual a mesma opera. Enviamos ao público alvo um questionário de
13 perguntas, montadas pelo grupo em sala de aula e estruturadas pela aluna Bruna através do
Forms. Os colaboradores tiveram acesso a perguntas sobre possíveis incômodos, planejamento,
futuro e profissão.

2. Problemática e/ou problemas identificados

As mudanças ocorridas no âmbito escolar tem se mostrado propício a se serem transformações


em fatores estressantes e/ou desencadeante de adoecimento mental, visto que as tais mudanças
constantes nesta área juntamente com a rápida transformação do contexto social alteram
drasticamente a sua prática.
A profissão docente é considerada pela Organização Internacional do Trabalho (OTI) como
uma das mais estressantes podendo causar adoecimento na saúde física, mental e desgaste
profissional. Estudos relatam que determinadas questões vividas na área de educação fogem ao
controle do profissional causando uma sobrecarga, afetando até mesmo a sua prática em sala de
aula tais como: os problemas enfrentados pelos alunos, a falta de apoio familiar, excesso de
burocracia, às exigências de desempenho, a falta de material de trabalho, classes superlotadas e
intensiva jornada de trabalho. Tais motivadores causam uma sobrecarga no profissional, que
além de permanecer em constante estudo e capacitação ainda é cobrado que supras demandas de
cunho emocional e social.
Com base na literatura e a partir do estudo de artigos foi possível observar que tais queixas
pouco se alteram entre os níveis educacionais, de formação profissional ou atuação na rede
pública ou privada. Outra revisão de estudos publicados entre os anos de 1985 e 2007 sobre o
trabalho docente indicou a incidência de transtornos mentais, estresse, síndrome de burnout,
problemas vocais, doenças osteomusculares, entre outros, sugerindo o aumento do adoecimento
dessa categoria ou o rápido crescimento na observação desse fenômeno a partir do ano 2000
(Freitas & Cruz, 2008)
Após apresentação inicial na empresa conhecemos a sua estrutura, segmento, visão empresarial
e grade de funcionários. Após avaliarmos o ambiente consideramos que seria mais viável colher
informações através de questionário na plataforma forms pois assim conseguiríamos manter a
idoneidade das respostas e o sigilo assim empresa irmã da privacidade , preservando a
privacidade dos colaboradores, pois foi possível observar um desanimo e receio comunicar
situações à pessoas externas ao ambiente de trabalho.
Durante a pesquisa observamos um número expressivo de docentes que relatam terem
vivenciados eventos estressantes que afetaram diretamente a sua saúde mental (57,1%) o que
acaba gerando desânimo profissional (71,4%). Dentre os profissionais entrevistados 71,4 %
relatam que devida as dificuldades encontradas , se hoje tivessem que recomer a carreira
optariam por outro profissão, tornando claro o descontentamento crescente que enfrentam.

3. Demanda sócio comunitária e motivação acadêmica

Assim que pudemos identificar as demandas e a problemática foi escolhida, a principal


preocupação do grupo se estabeleceu em disseminar o maior número de informações
possíveis, a fim de, deixar um legado para que os indivíduos participantes possam
perpetuar o que estaremos buscando com o projeto de extensão.
A partir do levantamento feito com as respostas do questionário enviado, pudemos
observar que, uma grande parte dos participantes já vivenciaram uma situação de
estresse no trabalho que tenha afetado sua saúde mental e enxerga algo que faça
desanimar de sua função. Os números variam entre “sim, não e talvez” quando são
perguntados se eles se veem trabalhando na mesma empresa daqui a 5 anos. Um
parcela considerável, respondeu que exerce essa profissão por escolha e
necessidade. Uma outra parte, caso precisasse recomeçar do zero, faria algo
diferente. Como também, uma boa parcela desses indivíduos, não se sentem
plenamente realizados em sua profissão.
O que buscamos com esse projeto é trazer à tona, a atual e tão importante questão da
saúde mental no ambiente organizacional, visto que para as organizações colocarem
em primeiro plano a saúde mental de seus colaboradores acarretam em benefícios
pois esses colaboradores se sentindo plenos em sua posição tendem a render muito
mais, além de que, sobre o ponto de vista de que passamos boa parte do tempo no
ambiente de trabalho, se faz necessário que esse ambiente seja um ambiente
saudável, que promova um bem estar.
A qualidade psicológica dos trabalhadores se torna importante, a partir do ponto, que
isso implica no seu desempenho. Muitos são os transtornos mentais que podem se
desenvolver num indivíduo que não tem bem-estar no seu ambiente de trabalho. O
burnout, ligado à exaustão extrema, estresse e esgotamento físico, é um exemplo de
transtorno mental que pode ser ocasionado no ambiente organizacional. Também
podemos citar a depressão e ansiedade.
As empresas vêm se mostrando interessadas sobre a questão abordada, muitas
entendem a importância de promover saúde mental e o quanto isso é bom tanto para a
empresa quanto para o colaborador, mas esse entendimento ainda não alcança todos
líderes ou gestores de uma empresa.
O nosso projeto vem com a ideia de falar sobre a importância das organizações de
promoverem saúde mental e como essa está ligada ao sucesso de uma organização.
Se dada a devida importância a questão, as consequências são uma maior
produtividade, criatividade e uma melhor relação entre os colegas.

4. Objetivos a serem alcançados

O objetivo deste projeto de extensão é mapear e entender a situação de


colaboradores de uma determinada instituição de ensino, a partir de uma visão da
psicologia organizacional. O contato com esse grupo nos permite olhar, não apenas a
uma ótica ampla e grupal, mas também entendendo as influencias individuais e
subjetivas neste processo de trabalho x trabalhador.
Iniciamos o processo recolhendo as queixas para que a partir de uma análise das
respostas pudéssemos entender a real demanda deste grupo e assim traçarmos
objetivos plausíveis e sensatos para direcionar este projeto de extensão.
Entendendo o ambiente de trabalho e seu impacto direto nas experiencias diárias e
pessoais, buscamos elaborar um plano de ação que trouxesse elucidação das
questões organizacionais aos colaboradores e nos possibilitasse auxiliar na melhoria
do clima organizacional. “Clima organizacional é a atmosfera psicológica que envolve,
num dado momento, a relação entre a empresa e seus funcionários.” Luz, Ricardo
Silveira.

Em função disso, nossos objetivos se resumem a:


 Mapear e identificar as demandas comuns dos colaboradores da instituição de
ensino;
 Disseminar informações e conscientizar os colaboradores e a instituição sobre
os .possíveis caminhos para uma melhoria do ambiente de trabalho e maior
satisfação geral;
 Estimular melhoria da comunicação entre colaborador e instituição para
esclarecimento acerca das expectativas de ambos os lados.

5. Referencial teórico (subsídio teórico para propositura de


ações da extensão)

Segundo (Luciano S. Leite, 2020) Compreender que o ser humano é único, possui qualidades,
desejos e limitações foi um salto para as organizações começarem a visualizar os trabalhadores
de maneira humanizada.
O contato dos colaboradores com algum tipo de estresse ou transtorno deve ter um olhar mais
apurado e preocupante pois em um ambiente de muitas demandas, pressão e cobrança por
resultados temos um cenário fértil para o desenvolvimento desses transtornos, muitos até
específicos e desenvolvidos em lugares pontuais como o ambiente profissional. (Luciano S.
Leite, 2020) Pressão por resultados cada vez maiores, relações com colegas e superiores
contaminadas por sentimentos ruins, pouca valorização ou comprometimento com as tarefas,
salários baixos, poucos recursos para o exercício da função e instabilidade no cargo são apenas
alguns dos fatores que têm adoecido milhares de trabalhadores ao redor do mundo.
Desânimo, falta de benefícios por parte da empresa e vontade de recomeçar a carreira
profissional em outra área são características que encontramos nas informações obtidas na
empresa, isso devido aos colaboradores estarem insatisfeitos no ambiente, essas informações já
nos sinalizam que o ambiente está fértil para o desenvolvimento de transtornos. Segundo
(Luciano S. Leite, 2020) Excesso de carga de trabalho, jornadas longas e aumento da pressão
por resultados são outras causas frequentemente citadas como motivação para o surgimento de
doenças psicológicas.
Glina e Rocha ( GLINA;ROCHA,2000 ), abordaram o tema em sua obra Saúde Mental no
trabalho, da teoria à prática, com o intuito de orientar os profissionais da Saúde do Trabalhador
para o enfrentamento das consequências de saúde mental relacionadas ao trabalho, temática que
vem ganhando proporções gigantescas no Brasil e no mundo.
Glina e Rocha (2000) afirmam que o estresse não é uma doença , mas uma tentativa de
adaptação , e não está só relacionada ao trabalho, mas ao dia a dia de vida experimentado por
todos os indivíduos. Segundo essas autoras é a importância que o trabalho ocupa no cotidiano
das pessoas o que o torna um dos mais relevantes fatores desencadeadores do estresse.
Situações como demandas excessivas, prazos delimitados, rotinas física e emocionalmente
extenuantes, tensão na convivência com colegas e superiores são dificuldades e exigências de
todos os ambientes corporativos , e que acabam resultando nesse estresse organizacional e
podem desencadear outros desequilíbrios se não tratados, como síndrome de Burnout, entre
outros.
Spector ( 2006) define a estafa como outro fator estressante , tendo sintomas como baixa
motivação , pouca energia e entusiasmo para desempenhar as funções laborais.
Uma considerável parcela dos envolvidos na coleta dos dados também não repetiria a escolha
feita em relação ao trabalho escolhido, o que caracteriza elevada insatisfação.
Muitas pesquisas se tem feito levando em consideração uma série de variáveis como
características do trabalhador ( idade, gênero, escolaridade, etc), e o contexto onde se
desenvolve o trabalho ( Waters e Roach, 1973; Taylor, 1977).
De acordo com Chiavenato (1998, p. 23): “Uma organização é um sistema de atividade
conscientemente coordenadas de duas ou mais pessoas, a fim de alcançar objetivos
específicos”.
Sua teoria é uma abordagem super reconhecida no campo da gestão de pessoas e seu foco
principal é a relação entre colaboradores e organizações, buscando estratégias para promover a
eficácia e a satisfação no ambiente de trabalho.
(Chiavenato, 2014) As pessoas podem aumentar ou reduzir as forças e as fraquezas de uma
organização dependendo da maneira como são tratadas. Elas podem ser a fonte de sucesso como
também podem ser a fonte de problemas.
É melhor tratá-las como fonte de sucesso. Para que os
objetivos da GP sejam plenamente alcançados, é necessário que as pessoas sejam tratadas como
elementos básicos para a eficácia organizacional.

ABORDAGENS TEÓRICAS

1. 2018 Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (INCA)/


Ministério da Saúde. file:///C:/Users/ADMIN/Downloads/90-21-PB.pdf
2. BRUN, D. A criança dada por morta – riscos psíquicos de cura. São Paulo: Casa
do Psicólogo, 1996.
3. BRUN, Danièle A relação da criança com a morte: paradoxos de um sofrimento
Psychê, vol. VII, núm. 12, dezembro, 2003, pp. 13-25 Universidade São Marcos
São Paulo, Brasil.
https://www.redalyc.org/pdf/307/30701202.pdf
4. Moura, M.D. (Org). Psicanálise e Hospital, 2ed. Rio de Janeiro, 2000, p.29
5. REVISTA BRASILEIRA DE CANCEROLOGIA julho/agosto/setembro/2018,
v.64.n3, do Ministério da Saúde - Instituto Nacional de Câncer – RJ, pp.9,10.
https://rbc.inca.gov.br/revista/index.php/revista/issue/view/90

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