Explicações FMP - Inea
Explicações FMP - Inea
Explicações FMP - Inea
Sérgio Cabral
Governador
Rio de Janeiro
Inea
2010
Esta publicação foi elaborada no âmbito do Programa de Descentralização
do Licenciamento Ambiental, da Gerência de Apoio à Gestão Ambiental Mu-
nicipal, Diretoria de Gestão das Águas e do Território, com a colaboração da
Gerência de Hidrologia, Hidraúlica, Faixa de Marginal de Proteção e Outor-
ga/ Dilam e da Gerência de Apoio à Gestão Ambiental Municipal/ Digat.
CDU 504.06
Apresentação
A
publicação de uma cartilha direcionada aos municípios so-
bre o tema Faixa Marginal de Proteção (FMP) atende à de-
manda de gestores e técnicos municipais que, em inúmeras
situações, buscaram a colaboração do Instituto Estadual do Am-
biente (Inea) para desfazer dúvidas relacionadas à ocupação de
margens de rios e lagoas.
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Os principais objetivos da demarcação da Faixa Marginal
de Proteção são:
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A área demarcada como FMP é uma área
non aedificandi, isto é, onde não podem
ser erguidas construções em virtude
tanto da proteção do ambiente quanto
da própria segurança das edificações
e das pessoas que nelas habitam ou
delas fazem uso.
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Como é feita a demarcação
da FMP
A demarcação da FMP é feita após um exame das
alterações sazonais do corpo hídrico, de seus fluxos
normais e expansivos e a probabilidade de alteração
da configuração de suas margens. Portanto, demarcar
a FMP de um rio é demarcar a calha menor e a calha
maior do corpo hídrico, estabelecidas segundo a média
máxima de maior vazão em determinado tempo, em
face de sua vazão mínima nos períodos de estiagem,
bem como estabelecer a sua faixa de transbordo
excedente e a área de movimentação prevista. O Inea
adota a vazão de cheia recorrente em 10 anos, o que
permite a definição de uma seção do corpo hídrico e,
consequentemente, uma FMP de largura maior.
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As larguras das FMPs determinadas em lei são larguras
mínimas, que podem ser ampliadas por critérios
técnicos ou pela presença de ecossistemas adjacentes
relevantes, os quais devem ser integralmente incluídos
na FMP (por exemplo: manguezais, dunas, vegetação
de restinga, brejos perilagunares e costões rochosos).
Também devem constar integralmente na FMP os
terrenos de Marinha e acrescidos.
• Marco de concreto;
• Marco de eucalipto tratado;
• Marco com base de concreto ou cimento e placas
informativas;
• Cerca viva – alinhamento de uma mesma espécie nativa;
• Passarela suspensa em madeira, com espaçamento
mínimo entre as ripas de 5 cm, que permita a
penetração da luz;
• Ciclovia com pista permeável, permitindo a drenagem
das águas pluviais.
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Estabelecimento da largura da FMP
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Parágrafo Único – No caso de áreas urbanas, assim
entendidas as compreendidas nos perímetros
urbanos definidos por lei municipal, e nas regiões
metropolitanas e aglomerações urbanas, em todo
o território abrangido, deve-se observar o disposto
nos respectivos planos diretores e leis de uso do
solo, respeitados os princípios e limites a que se
refere este artigo.
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Diferenciação legal
entre FMP e APP
A Faixa Marginal de Proteção (FMP) é um tipo espe-
cífico de Área de Preservação Permanente (APP), nos
termos do art. 268, inciso III, da Constituição do Estado
do Rio de Janeiro.
1
Parecer nº 46/2007 – JRAS – ASJUR/SEA apud Parecer 001-
LELS/2006-PG-06.
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Quem faz a demarcação da FMP
A demarcação das Faixas Marginais de Proteção com-
pete à Diretoria de Licenciamento Ambiental (Dilam) do
Inea, de acordo com o Decreto estadual nº. 41.628/09,
que estabelece a estrutura organizacional do Instituto
Estadual do Ambiente.
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FMP em área
urbana consolidada
Durante muitos anos, inúmeros procedimentos relacio-
nados ao licenciamento ambiental no Estado do Rio
de Janeiro esbarraram na questão da perda da função
ecológica da área de proteção ambiental (APP) que re-
queria demarcação de FMP.
2
Parecer RD nº 04/2007 da Assessoria Jurídica da extinta Fundação
Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema), elaborado pelo
procurador do Estado e chefe da Asjur, Rafael Lima Daudt d’Oliveira
e aprovado pelo subprocurador-geral do Estado, Rodrigo Tostes de
Alencar Mascarenhas.
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Porém, o entendimento fixado naquele parecer requeria
um caráter normativo, o que veio a se estabelecer
através do Decreto nº 42.356/2010 (Anexo 2), em cujo
texto se encontra a caracterização da inexistência de
função ecológica da FMP/APP.
Demarcação de FMP em
nível municipal
De acordo com o Decreto estadual nº 42.484/2010,
o Inea poderá celebrar convênios com os municípios
tendo como objeto a transferência do procedimento
de demarcação da Faixa Marginal de Proteção (FMP)
de lagos, lagoas, lagunas e cursos d’água estaduais
localizados nos referidos municípios, nos termos da Lei
nº 4.771/65 (Novo Código Florestal) e do Decreto nº
42.356/10 (Anexo 2).
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A participação do Inea nos convênios depende de auto-
rização do seu Conselho Diretor e os municípios deverão
apresentar ao Inea, bimestralmente, o cadastro georre-
ferenciado das FMPs demarcadas. O Inea poderá exigir,
quando necessário, o Relatório de Auditoria Ambiental
das FMPs demarcadas pelo município.
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A legislação também incentivou, em todos os níveis da
administração pública, a canalização de rios, bem como
sua transposição para galerias fechadas. Consequen-
temente, houve ocasiões em que o fluxo de água não
era comportado, já que não restava área de transbordo
para as águas pluviais, ocasionando enchentes.
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tendo sua largura mínima sido estabelecida no Estado do
Rio de Janeiro pela Portaria nº 324/2003 da extinta Serla.
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metros para cursos de água de até 10 metros de largura
de calha. A Lei nº 7.511/86 3 injetou no Código Florestal a
alteração dessa faixa, que passou a 30 metros para rios
de até 10 metros de largura. Num período de 14 anos,
entre 1965 (Código Florestal) e 1979 (Lei de Parcela-
mento do Solo Urbano), muitos estados e municípios
adotaram o limite de 5 metros.
Referências Bibliográficas
Kageyama, Paulo Yoshio. Restauração da mata ciliar:
manual para recuperação de áreas ciliares e microba-
cias. Rio de Janeiro: Semads/GTZ, 2001. (Projeto Plana-
gua, v. 13).
3
Revogada posteriormente pela Lei nº. 7.803/89, que manteve o referido
limite.
24
Glossário
Área Urbana Consolidada – Conforme vários diplomas
legais, entre eles o Decreto estadual nº 42.050/09, e as
Resoluções Conama nº 302/2002 e nº 303/2002 é aque-
la que atende a pelo menos dois dos seguintes critérios:
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Calha menor – É a menor largura que o rio ocupa na
época das estiagens.
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maré alta (a média das marés altas), mas tendo como
referência as marés de 1831, época em que foi criado o
conceito de terrenos de marinha. Os acrescidos de ma-
rinha são os terrenos que se tiverem formado, natural ou
artificialmente, para o lado do mar ou dos rios e lagoas,
em seguimento aos terrenos de marinha. Os terrenos
de marinha e seus acrescidos incluem-se entre os bens
imóveis da União, conforme o art. 1º do Decreto-Lei nº
9.760/1946.
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ANEXO 1
Legislação Estadual
Constituição Estadual de 1989 Art. 268 – Tipifica Áreas de Pre-
servação Permanente no Estado do RJ;
Legislação Federal
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Lei nº 7.803/89 – Alteração do Código Florestal, especificamente
para rios;
ANEXO 2
DECRETA:
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Art. 2º - Para os fins do disposto nesse Decreto as Áreas de Pre-
servação Permanente (APPs) previstas no art. 2º, “a”, do Código
Florestal (Lei Federal nº. 4.771/65 e suas alterações), são reconheci-
das como existentes em áreas urbanas, assim entendidas aquelas
áreas definidas pelo parágrafo único do art. 2º do Código Florestal,
independentemente de estarem ou não antropizadas, competindo
à Secretaria de Estado do Ambiente e ao Instituto Estadual do Am-
biente exigir o respeito aos limites mínimos previstos em cada caso,
na forma deste Decreto.
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g)Densidade demográfica superior a cinco mil habitantes por km².
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II - 1 metro e meio de largura no caso de vazões inferiores a
6metros cúbicos por segundo.
SÉRGIO CABRAL
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ANEXO 3
CONSIDERANDO:
DECRETA:
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Faixa Marginal de Proteção (FMP) de lagos, lagoas, lagunas e cur-
sos d´água estaduais localizados nos referidos municípios, prevista
no artigo 3º da Lei estadual nº 650, de 11 de janeiro de 1983, nos
termos da Lei federal nº 4.771, de 15 de setembro de 1965, e do
Decreto nº 42.356, de 16 de março de 2010.
SÉRGIO CABRAL
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35
Para mais informações:
Central de Atendimento:
Rua Fonseca Teles, 121, 8º andar, São Cristóvão, Rio de Janeiro
Atendimento ao Público:
De segunda à sexta-feira – Horário: 10h às 12h e 13h às 16h
É necessário agendar pelos telefones: (21) 2334-8394 / 2334-8395
ou pelo site: www.inea.rj.gov.br
Informações técnicas: