TCC - Paulo Venancio Cunha Rosa
TCC - Paulo Venancio Cunha Rosa
TCC - Paulo Venancio Cunha Rosa
CAMPUS GOIÂNIA
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL
Goiânia, GO
2021
1
ANÁLISE DA OCORRÊNCIA DE PATOLOGIAS RELACIONADAS A
IMPERMEABILIZAÇÃO EM EDIFÍCIOS VERTICAIS DE MÚLTIPLOS
PAVIMENTOS.
Goiânia, GO
2021
2
R788a Rosa, Paulo Venâncio Cunha.
Análise da ocorrência de patologias relacionadas a impermeabilização em edifícios verticais de
múltiplos pavimentos / Paulo Venâncio Cunha Rosa. – Goiânia: Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Goiás, 2021.
97 f. : il.
CDD 690
Ficha catalográfica elaborada pelo Bibliotecário Alisson de Sousa Belthodo Santos CRB1/ 2.266
Biblioteca Professor Jorge Félix de Souza,
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás, Câmpus Goiânia.
CESSÃO DE DIREITOS
É concedida ao Instituto Federal de Goiás permissão para reproduzir cópias deste Trabalho de
Conclusão de Curso e para emprestar ou vender tais cópias somente para propósitos acadêmicos e
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reproduzida sem autorização por escrito do autor.
______________________________________
Paulo Venâncio Cunha Rosa
Rua Claudio da Costa, nº SN, Qd 50ª, Lt 0, Conjunto Morada Nova
CEP 74423-420 – Goiânia – GO – Brasil.
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3
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA
PRÓ-REITORIA DE PESQUISA E PÓS-GRADUAÇÃO
SISTEMA INTEGRADO DE BIBLIOTECAS
Goiânia, 19/03/2021.
Local Data
_____________________________________________________________
Assinatura do Autor e/ou Detentor dos Direitos Autorais
4
Paulo Venâncio Cunha Rosa
Goiânia, GO
2021
5
DEDICATÓRIA
6
AGRADECIMENTOS
7
EPÍGRAFE
8
RESUMO
9
ABSTRACT
10
LISTA DE FIGURAS
11
Figura 17- Entrada do prédio ..................................................................... 62
12
Figura 37- Degradação do tubo galvanizado ............................................. 75
13
LISTA DE QUADROS
14
LISTA DE TABELAS
15
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
16
Sumário
1. IMPERMEABILIZAÇÃO. ....................................................................................... 19
1.1 INTRODUÇÃO. ................................................................................................... 19
1.2 IMPORTÂNCIA E JUSTIFICATIVA. .................................................................... 21
1.3 OBJETIVO........................................................................................................... 26
1.3.1 Objetivo Geral .................................................................................................. 26
1.3.2 Objetivos Específicos. ...................................................................................... 26
1.4 DELINEAMENTO DO PROCESSO DE PESQUISA ........................................... 27
1.5 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 28
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA. ................................................................................. 29
2.1 IMPERMEABILIZAÇÃO ...................................................................................... 29
2.1.1Conceito ............................................................................................................ 29
2.1.2 Contexto histórico ............................................................................................. 30
2.1.3 Importância da impermeabilização ................................................................... 33
2.2TIPOS DE UMIDADE ........................................................................................... 34
2.2.1Umidade Acidental ............................................................................................ 34
2.2.2 Umidade Ascensional ....................................................................................... 34
2.2.3 Umidade de construção .................................................................................... 35
2.2.4 Umidade de infiltração ...................................................................................... 35
2.2.5 Umidade de condensação ................................................................................ 36
2.3 PROJETO DE IMPERMEABILIZAÇÃO ............................................................... 36
2.3.1 Importância do Projeto de impermeabilização .................................................. 36
2.3.2 Locais necessários a impermeabilização ......................................................... 38
2.3.3 Tipos de impermeabilização ............................................................................. 38
2.3.4 Observações construtivas no projeto................................................................ 41
2.4 MANIFESTAÇÕES PATOLÓGICAS ................................................................... 42
2.4.1 Definição........................................................................................................... 42
2.4.2 Origens ............................................................................................................. 43
2.4.3 Consequências das manifestações patológicas ............................................... 44
2.4.4 Procedimento corretivo nas mantas de impermeabilização. ............................. 44
2.4.5 Custos de intervenção e correção do problema ............................................... 45
3 METODOLOGIA DE PESQUISA. ......................................................................... 49
17
3.1 PARÂMETRO E CONSIDERAÇÕES .................................................................. 49
3.2 COLETA DE DADOS .......................................................................................... 50
3.3 SISTEMA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS ...................................................... 53
3.3.1 Incidência de problemas................................................................................... 53
3.3.2 Origem dos problemas ..................................................................................... 53
3.3.3 Efeitos e Consequências dos problemas patológicos ...................................... 54
3.3.4 Sistemas de impermeabilização utilizados. ...................................................... 54
4 RESULTADOS E DISCUSÕES. ........................................................................... 55
4.1 EDIFÍCIO A ......................................................................................................... 55
4.2 EDIFÍCIO B ......................................................................................................... 61
4.3 EDIFÍCIO C ......................................................................................................... 77
5 CONCLUSÃO ....................................................................................................... 84
6 REFERÊNCIAS..................................................................................................... 87
ANEXO ...................................................................................................................... 90
18
1. IMPERMEABILIZAÇÃO.
1.1 INTRODUÇÃO.
19
empresas do mercado imobiliário, simultâneo a oscilações de demanda por
imóveis.Tais fatos produziram alterações na postura das construtoras a fim de se
manterem competitivas no mercado, que adotaram a diminuição dos custos ao
máximo para produzir uma taxa de caixa confortável e lucro satisfatório
(OLIVEIRA,2015).
Dentre as medidas utilizadas para promover essa redução está a utilização de
novas tecnologias que industrializam o processo construtivo, como por exemplo a
utilização de elementos pré-moldados, bem como da popularização da parede de
concreto ou pela sobreposição de vários serviços ao mesmo tempo, diminuindo
assim o cronograma de execução, porém aumentando as chances de erros. Além do
uso de outros métodos ineficientes, ocorrentes, como a precarização dos serviços
contratados e a utilização de materiais de baixa qualidade. Assim, para as duas
últimas medidas, a construtora torna-se mais suscetível a erros, consequentemente
a retrabalhos (OLIVEIRA,2015).
Por essas conjunturas de aumento da concorrência, simultâneo a elevação
dos padrões de qualidade e concomitante a redução dos custos tanto de obra
quanto de pós obra. É imprescindível uma impermeabilização eficiente, que possua
como produto uma maior vida útil a edificação e uma valorização do imóvel frente as
outras opções no mercado. Essa apreciação da construção é produto da diminuição
do custo de produção e eliminação da possibilidade de problemas futuros. Para
possibilitar isso é imprescidível o planejamento da impermeabilização, vez que
quando executada no decorrer da obra é mais fácil e economicamente mais barato
do que reparar após a conclusão da construção. Além disso, a umidade presente
produz ambientes com aparências desagradáveis, seja pela presença de manchas,
bolores e oxidação o que resulta em um meio insalubre e de desvalorização do
imóvel, com possibilidades mais complexas para reparos (RIGHI, 2009).
Mesmo com todos esses avanços técnicos da construção civil a umidade nos
empreendimentos ainda continua sendo uma preocupação constante e um fato a ser
combatido, vez que seus efeitos negativos geram imenso transtorno. Porém a
desinformação a respeito das técnicas e materiais de impermeabilização aliado ao
grande dinamismo no setor, são os principais responsáveis por diversos problemas,
que produzem índices de insucessos no processo (RIGHI, 2009).
20
A negligência por parte das construtoras ao dedicarem sua atenção a
impermeabilização e suas manifestações patológicas apenas no final da obra,
provoca falhas, resultados essas, da falta de previsão dos detalhes, do improviso e
da ausência de planejamento em relação a impermeabilização. Dentre todos esses
problemas o de maior destaque é a falta de impermeabilização, negligenciado pelo
fato de estar fora do alcance visual após a edificação estar concluída, coberta pelo
acabamento final, porém o revestimento presente nesse acabamento é um dos
elementos mais afetados e causadores de custos elevados a construtora e traumas
para os ocupantes da edificação (RIGHI, 2009).
Por conta desses fatores, os custos devem ser analisados na escolha e na
execução dos sistemas de impermeabilização, vez que esses métodos ganham
destaque quando tem-se a ocorrência de problemas e então é necessário promover
intervenções. Por tais conjunturas é fundamental a atenção desde o planejamento
até o acompanhamento da execução dos serviços de impermeabilização, devido ao
alto custo agregado pelas patologias para realizar as reparação dessa. Fato esse,
estudado (Righi, 2009) ao expor que quanto maior o atraso para o planejamento e
execução do processo de impermeabilização maior o risco de erro e
consequentemente mais oneroso, com um produto final que pode chegar a custar
15 vezes mais por conta das reparações e perdas de material.
Consequentemente, a patologia da impermeabilização na construção de
empreendimentos mostra-se uma área de estudo fundamental para a Engenharia
Civil, sendo um campo que garante aos usuários o conforto, tornando os ambientes .
21
Figura 1– Demolição do piso de uma área de lazer para reexecutar a impermeabilização.
22
Pois dessa maneira, os problemas com a umidade, comuns tanto em
edificações novas como em construções antigas, que podem trazer elevados
prejuízos às construtoras, aos proprietários e usuários podem ser previnidos. Já que,
ao conhecer os mecanismos causadores de manifestações patológicas, bem como
as suas consequências, atenta-se mais aos detalhes e se de qualquer maneira a
manisfestação patologica acontecer, faz se necessário o conhecimento acerca dos
métodos de reparo para que o tratamento adequado seja realizado de maneira que
os danos à edificação não sejam progressivos (IBI, 2020).
Sendo assim, como os problemas com a umidade são comuns em edificações
novas e antigas e podem trazer elevados prejuízos às construtoras, aos proprietários
e aos usuários. O conhecimento acerca dessas falhas que podem ocorrer em
sistemas de impermeabilizações é importante em primeira instância para a
prevenção, pois, conhecer os mecanismos causadores de manifestações
patológicas, bem como as suas consequências, a fim de evitar futuros problemas.
Em último caso, quando a falha está presente no sistema, se faz necessário o
conhecimento acerca dos métodos de reparo para que o tratamento adequado seja
realizado (RIGHI, 2009).
Em pesquisa realizada em mais de 50 edifícios na cidade de São Paulo, com
os dados gráficos presentes na Figura 2 pela representação de uma curva de
distribuição da quantidade de defeitos observados na impermeabilização a longo
prazo, essa análise demonstram que mesmo após cinco anos da conclusão da obra,
ainda há incidências de problemas ligados a impermeabilização em níveis altos, com
casos de acréscimo nos indíces a partir do segundo ano. Comportamento esse
justificado pela pesquisa como produto de manutenções mais frequentes nos jardins,
com trocas de plantas e por conseguinte maior incidência de danificação nas
impermeabilizações. Além de reparos em lajes do térreo e cobertura principalmente
próximos aos ralos, locais onde a impermeabilização foi executada de maneira
inadequada (BERNADES et al.,1998).
23
Figura 2 – Curva de distribuição de defeitos em impermeabilização ao longo do tempo)
24
está no arremate inadequado dos ralos, que é um erro sistemático que acontece
geralmente na execução do não embutimento do material impermeabilizado no
interior da tubulação de captação de água e ralos quando não se aprofundam uma
pequena parte da impermeabilização no interior do tubo (ANTONELLI, 2002).
25
materiais complementares como argamassas e revestimentos cerâmicos serão
desperdiçados. (VEDACIT, 2010).
Por todas essas conjunturas, a pesquisa torna-se relevante e justificavél a fim
de se conhecer e executar os procedimentos da impermeabilização de maneira
correta e normativa e em caso de surgimento de eventos patologicos, seja possível
fazer a intervenção correta no sistema de impermeabilização. Com a análise de
situações de manifestações patológicas na impermeabilização em condomínios
verticais na cidade de Goiânia.
1.3 OBJETIVO
26
causas, as consequências físicas e químicas dessas ocorrências patológicas e
os transtornos gerados por essa situação.
27
manifestações patológicas. Bem como as principais consequências desses eventos
patológicos para a vida útil da edificação.
Por fim foi promovida a organização dos dados coletados para a elaboração
de uma síntese dos eventos patológicos. Dessa maneira, para cada caso analisado
foi realizado um diagnóstico com a identificação e caracterização do problema
encontrado, com indicações de possíveis causas para tal patologia suas
consequências a edificação e ao meio, bem como os transtonros gerados.
28
executar esse processo é definido critérios e parâmetros para pesquisa e análise
nessa metodologia.
A pesquisa de campo é iniciada no capítulo 4, em que é colocado em prática
todas as estratégias estabelecidas no capítulo anterior, feita uma análise in loco dos
eventos patológicos pra levantamento de dados. Com a contextualização da
problemática, relacionando aos principais erros de execução, elaboração de projetos
e manutenção da impermeabilização e identificado o problema em cada caso
especifico, com exposição das prováveis causas que geraram a patologia e os
efeitos físicos e químicos em cada situação, além das conseqências tanto
economicas quanto de maneira social para os usuários. Ainda no quarto capítulo há
um delineamento da pesquisa de campo, por meio de um questionário para
levantamento de dados presente nos anexos com as definições expostas na
metodologia de pesquisa. Por fim a organização e sitematização das análises feitas,
atendendo aos critérios estabelecidos no metodologia de pesquisa, fundamentado
no material téorico já obtido na revisão bibliográfica e com a utilização de fotos,
relatos e do questionário para levantamento de dados elaborado.
As considerações finais foram feitas no capítulo 5, denominado de Conclusão,
com as análises dos resultados apresentados no capitulo anterior, estabelecendo
uma comparação do cenário presenciado in loco com as informações apresentadas
anteriormente na fundamentação teórica. Bem como as limitações dos resultados e
a proposta para futuros trabalhos, relacionados a seleção de intervenções viáveis a
essas situações de patologias. Além de expor por meio do cenário apresentado em
relação as ocorrências patológicas de impermeabilização, a contribuição do trabalho
para a comunidade.
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA.
2.1 IMPERMEABILIZAÇÃO
2.1.1 Conceito
O Instituto Brasileiro de Impermeabilização fundamenta o processo como a
utilização de técnicas e produtos específicos, que possuem como finalidade final a
29
proteção das áreas dos imóveis sucetivéis a ação da água. Dessa maneira, esse
processo promove a proteção dos materiais contra a ação deleteria da água, pela
formação de uma barreira contra a propagação da umidade (IBI, 2017).
Outra definição de impermeabilização complementar a essas é a que
fundamenta o processo como um ato de execução com o efeito de colmatar, selar e
vedar materiais porosos bem como as falhas de materiais oriundas de movimentos
estruturais ou por deficiências em técnicas de execução ou de preparo (BARBOSA,
2018 apud CUNHA,1997).
30
papel e impermeabilizadas com alcatrão. Já em meados do século XIX na América
do Norte foi aderido feltros impregnados de alcatrão nas coberturas das construções
(BARBOSA, 2018 apud PICCHI,1986).
Porém, é só a partir do século XX, com rítmo acelerado desenvolvido pelas
linhas de produção com reflexos diretos na indústria de polímeros sintéticos, buscou-
se a diversificação dos materiais, com diferentes tecnologias, propriedades e
possibilidades de aplicação, promovendo de maneira notória a ampliação da
quantidade dos tipos de sistemas de impermeabilização (BARBOSA, 2018, apud
AIW,2017).
Esse mesmo período de modernização de impermeabilizantes coincidiu com
o uso das primeiras construções em concreto armado, já no século XX, além do
estabelecimento de novos conceitos arquitetônicos, com estruturas mais esbeltas
trabalhando mais à flexão. Por conta disso houve um desenvolvimento de novas
técnicas de impermeabilização para que o material utilizado fosse capaz de absorver
movimentações estruturais. Foi quando desenvolveu-se já na década de 30, as
emulsões asfálticas para impermeabilização, muito utilizadas até os dias atuais
(MORAES,2002).
Ainda nos anos de 1930 e inserido nessa moderna perspectiva na qual a
arquitetura estava fundamentada, houve um intenso progresso em relação as
ciências dos materiais voltados a impermeabilização, com o desenvolvimento de
elastômeros com os populares nomes de Polisopreno e o Neoprene. Ou seja,
elementos que apresentam desempenho mais compatível com os movimentos das
estruturas (MORAES,2002 apud RESENDE, 1991).
Já os sistemas de impermeabilização feitos in loco, perderam popularidade na
década de 60 do século passado, produtos do alto custo da mão de obra e da
velocidade frenética nas quais as construções eram submetidas.O que contribuiu
para o desenvolvimento de sistemas pré-fabricados inicialmente em mono camadas
e posteriormente sistemas alternativos como as mantas asfálticas, as butílicas e as
mantas de PVC (MORAES, 2002), periodos esses esquematizados no Quadro 1.
31
Quadro 1 – Cronograma histórico com as evoluções das técnicas de impermeabilização
Fonte: Autor
32
Porém é no fim do século XIX que há as primeiras impermeabilizações com
piche e asfaltos no Brasil, feitas por especialistas vindos da Europa. Seguindo as
tendências construtivas mundiais, na década de 50 começou a ser utilizado no país
impermeabilizações a base de emulsões asfálticas, mantas butílicas, resinas
epoxídicas e mantas de PVC. Entretanto, apenas nos anos 60 que começou a
utilizar o se lastômeros nos sistemas de impermeabilização, coma utilização do neo
prene e do hypalon em solução. É nesse período também que um grupo de
pesquisa em conjunto a ABNT elaboram estudos iniciais para o que hoje são as
normas técnicas e contribuindo posteriormente, no ano de 1975 para o surgimento
de uma entidade com o papel fundamental de difusão dessas normas e organização
das pesquisas na área, o Instituto Brasileiro de Impermeabilização (IBI, 2020).
33
2.2 TIPOS DE UMIDADE
34
2.2.3 Umidade de construção
35
2.2.5 Umidade de condensação
36
dificuldades e particularidades da execução podem ser previstas e adequadas ainda
na fase de projeto, o que proporciona uma redução gradual da possibilidade de
retrabalho e ajustes após a execução (PIEPER, 1992).
Dentre as funções importantes que esse projeto irá exercer está a
colaboração com a execução e os custos da obra. Vez que no canteiro o serviço
deve corresponder ao detalhamento especificado no projeto e contribuir para a
análise de algum problema verificado durante a execução. Para isso, o projeto
facilita a análise e visualização se a preparação da estrutura esta apta a receber a
impermeabilização; Se os materiais especificados no projeto são os mesmos
presentes no local, com atenção para a espessura e o tipo do elemento
impermeabilizante; Se a execução está sendo feita de maneira correta, com
procedimentos de sobreposição, tempo de secagem, arremates pontos críticos como
os ralos, método de aplicação, cumprimento do tempo dos testes de estanqueidade;
Bem como parâmetros e técnicas para a garantia da qualidade do lugar, além de
assegurar um consumo adequado ao orçado e planejado anteriormente (RIGHI,
2008).
De acordo com a NBR 9575 (2010), o projeto de impermeabilização completo
deve possuir o projeto básico e o executivo.
O primeiro deve conter os aspectos informativos que geraram a opção pelas
técnicas e tipos de impermeabilização adotados, esse projeto deve ser desenvolvido
concomitante a elaboração do arquitetônico para serem feitas as compatibilizações
necessárias, a fim de evitar a possibilidade de interferências no futuro. Já após a
liberação do projeto de arquitetura legal e antes do ínicio da execução da fundação o
projeto executivo fornecerá informações descritivas dos tipos de impermeabilização
adotados para a execução e os dados gráficos e informativos de maneira integral,
necessários para a obra (NBR 9575, 2010).
Sendo assim, a presença do projeto impermeabilização resulta na diminuição
das ocorrências patologicas além de proporcionar mais controle a execução. Além
disso dados explicitam que a falta do projeto de impermeabilização é responsável
posteriormente por 42% dos problemas relacionados ao sistema (Antonelli, 2002).
37
2.3.2 Locais necessários a impermeabilização
38
Assim, de acordo com a NBR 9575/2010 a impermeabilização rígida é
definida como uma série de materiais e produtos que não possuem propriedade de
flexibilidade compatíveis aos movimentos da estrutura, formado por argamassa com
aditivo impermeabilizante, polimérica e argamassa impermeável (VEDACIT,2010),
são aplicados em elementos não sujeitos a fissuração ou a grandes movimentos.
Nesse caso, a sua aplicação é sugerida para locais estavéis na edificação de
maneira a não comprometer o sistema impermeabilizante, além de contra indicação
a locais com forte exposição solar, grande variação térmica ou vibração. São
exemplos práticos desses locais descritos pelo IBI (2020) os reservatórios, piscinas,
alicerces de fundações, poços de elevadores, subsolos, pisos em contato com o
solo, reservatórios enterrados e paredes de encostas.
Já a impermeabilização flexível é o oposto da anterior, ou seja são conjunto
de materiais que possuem a capacidade de trabalho ou movimento, ideais para
locais em que há movimentação da estrutura com adaptações à plasticidade do
material, com absorção de deformações sem comprometer suas propriedades de
impermeabilização, já que não apresenta rasgamento, fissura ou falhas. Além de
aplicação em locais com alto indices de dilatações térmicas (Fig 5), como por
exemplo, lajes de cobertura, terraços, calhas de concreto, áreas frias, banheiros,
cozinhas, áreas de serviço, abóbadas e reservatórios elevados (IBI 2020).
O tipo flexível é constituído por manta e membrana asfáltica, tintas,
membranas acrílicas e de poliuretano dentre outros (NBR 9575, 2010).
.Fonte:VEDACIT,2010, p. 17
39
A produção do sistema flexível pode acontecer de duas maneiras são elas as
moldadas no próprio local de execução da impermeabilização, chamadas de
membranas ou produzidas de maneira pré-fabricadas denominada de mantas. As
fabricadas in loco podem ou não ser estruturadas, utilizando como material estrutural
a tela de poliéster, véu de fibra de vidro e outros tipos de materiais selecionados e
dimensionados de acordo com as solicitações de cada local e correspondente as
especificações do projeto (RIGHI, 2008).
As membranas possuem em relação as mantas a vantagem de não
apresentar emendas, dificultando futuros problemas na impermeabilização. Porém
as membrans demandam um maior controle acerca da qualidade do material e da
execução, com exigência em relação a espessura e a quantidade de produto
aplicado por metro quadrado (CICHILLE, 2004).
Já em relação a aderência ao substrato, o sistema de impermeabilização é
classificado como aderido, semi-aderido e flutuante. De maneira mais especifica, o
sistema aderido é quando um conjunto de materiais são totalmente fixados no
substrato através da fusão com o próprio material, por colagem com uso de adesivos
ou por meio de asfalto quente (NBR 9575, 2010). Esse sistema possui como
vantagem a facilidade de se localizar eventuais vazamentos ou falhas presentes na
impermeabilização, isso é possivel pois a água não percola para grandes distâncias,
vez que o substrato está aderido a impermeabilização (ANTONELLI, 2019).
O sistema semi-aderido também conhecido como parcialmente aderido é
quando a impermeabilização não está totalmente fixada no substrato do local,
aderida apenas em pontos específicos como ralos (NBR 9575, 2010). Dessa
maneira a água consegue uma percolação maior em relação a distância do local
danificado (ANTONELLI, 2019).
O terceiro tipo de sistema em relação a aderencia é o Flutuante, que se trata
de uma impermeabilização cuja sua base não está totalmente fixada ao substrato da
edificação, nessa situação a aderência acontece apenas em locais específicos como
ralos, rodapés e tubulações. Esse sistema é utilizado em locais onde a estrutura
sofre deformidades significativas, dessa maneira a estrutura não exerce grande
influência na impermeabilização (ANTONELLI, 2019).
Com isso, para a elaboração e execução de um projeto de impermeabilização
que corresponda as determinações as quais foram projetadas, deve-se atentar
40
independente do tipo de sistema adotado as suas particularidades, tanto em relação
a técnica de execução quanto as especificações dos materiais e suas
propriedades.Vez que há utilização de cada sistema é específica para o local de
acordo com a função a se exercer. O Instituto Brasileiro de impermeabilização (IBI),
exemplifica tal recomendação quanto a aplicação para os materiais com superfícies
minerais como pedras, cerâmicas porosas, tijolos e o próprio concreto. Sendo
indicado para esses, a utilização de impermeabilização do tipo verniz acrílico, base
ou solvente, com aplicação direta na superfície e para tijolos localizados em áreas
externas, a sugestão é quanto ao uso de resinas acrílicas, vez que essas além de
proteção contra umidade possuem forte resistência a radiaçāo ultra violeta. Pois
dessa maneira ocorre a melhor proteção contra infiltrações, umidades e vazamentos
com uma repelência efetiva conta a água.
Outro destaque importante em relação a correta aplicação dos tipos de
impermeabilização se refere ao custo dessa, que segundo dados do IBI (2020)
corresponde por apenas um porcento do valor total do orçamento de um banheiro,
por exemplo. Vez que, o rejunte recebe essa umidade e pode comprometer outros
serviços e áreas próximas do banheiro, com formação de bolhas na pintura,
agressão ao forro de gesso e até desplacamento de revestimentos, o que gera
índices de custo de reparo, desperdicio e transtornos aos proprietários.
41
Para promover essa compatibilização o projetista deve executar comparações
entre os projetos e estar atento as informações contidas tanto na arquitetura, quanto
no tipo de estrutura e fôrmas, nas interferências encontradas entre as instalações
hidraúlicas e elétricas, no paisagismo e em outros projetos. Além disso, deve estar
atento ao posicionamento da camada de impermeabilização na configuração do
sistema e prever as possibilidades de manutenção futuras proporcionando locais
possíveis a isso (IBI, 2020).
Ainda de acordo com a NBR 9575 (2010) é definido que o projeto executivo
de impermeabilização deve ser divido em duas composições, sendo essas a de
desenho e a de texto, que são complementares. Na composição de desenho a
norma define como imprescendíveis a presença de plantas de locação, com o
detalhamento dos locais e a identificação desses sistemas. Bem como a presença
de gráficos com detalhes específicos e genéricos que descrevam essas soluções.
Já a composição de texto dentro do projeto de impermeabilização é
responsável pela presença dos memoriais descritivos, de materiais e dos tipo de
camadas de impermeabilização, dos procedimentos de execução, bem como
apresentar planilhas de quantitativos de materiais, serviços e de metodologias para
o controle e inspeção da execução, sendo também de grande proveito quando
apresenta as maneiras de manutenção dessa impermeabilização (NBR 9575, 2010).
Além disso segundo a NBR15575, 2013 no tópico referente aos requisitos de
manutenibilidade do edifício e de seus sistemas enfatiza a necessidade do edifício
manter e permitir a capacidade de inspeção prediais e as intervenções de
manutenções que deverão ser previstas no Manual de Uso. Por conta disso os
projetos já devem ser desenvolvidos considerando maneiras para que os sistemas
executados na edificação possuam condições de acesso para a manutenção, o que
possibilita a diminuição de danos ao sistemas de impermeabilização já executados.
2.4.1 Definição
42
as origens dessas ocorrências na impermeabilização. Por conta disso, as
manifestações patologicas são as consequências dessas patologias, sendo assim
são resultado do processo da deterioração da construção, com mecanismos de
degradação como eflorescência, fissuras e outras (GIORDANI, 2006).
2.4.2 Origens
43
2.4.3 Consequências das manifestações patológicas
A manta asfáltica de acordo com Sena (2020) é o material mais utilizado para
executar processos de impermeabilização em lajes no Brasil. Sendo que este
material possui diversas variações tanto em sua composição, quanto espessura e
estruturas e com essas caractérisicas refletindo diretamente no desempenho da
manta. Por conta dessa grande váriedade de produtos e aplicações, a manta
asfáltica é amplamente utilizada e a ABNT NBR-9952 estabelece requisitos e
critérios para o seu uso. (Sena et al.,2020).
O primeiro passo para fazer a correção de qualquer manifestação patologica
é a observação. Dentre as principais dificuldades para se efetuar um tratamento
adequado do problema está na dificuldade de identificação da área afetada e não
apenas no reparo do problema. Isso acontece principalmente nas
impermeabilizações com mantas, a água penetra em um local e depois percorrre a
manta e o concreto, percolando no local em que este é mais poroso e não
necessariamente próximo do ponto de origem. Entretanto, em sistemas com
interpenetrações como os revestimentos com argamassa impermeáveis isso não
ocorre, ou seja, a mancha acontece próximo ao vazamento (BARBOSA, 2018, apud
VERÇOZA, 1985). Não obstante, na maioria dos casos apenas o exame visual é
44
suficiente para localizar a área danificada e executar os devidos procedimentos
corretivos.
A execução desses procedimentos corretivos para impermeabilização com
mantas podem serem feitos de duas maneiras, são elas os reparos locais e a
reimpermeabilização total. Essa primeira possibilidade de acordo com MORAES
(2002) é pouco eficiente e descrita como procedimentos fracassados. Para a opção
de reexecução o autor enúmera as etapas a serem cumpridas que são a demolição
do acabamento, com a retirada da proteção mecânica, limpeza do local com a
remoção do entulho gerado, em conseguinte retirar a impermeabilização, aplicar a
nova camada impermeabilizante, colocar a camada separadora e produção
mecânica e por fim instalar o novo acabamento.
Mesmo assim, há casos em que a reimpermeabilização total não é viável seja
por motivos econômicos ou técnicos, por conta disso, faz se necessário o
conhecimento acerca das técnicas de impermeabilização utilizadas na construção a
fim de promover um estudo para encontrar uma solução viável (MORAES ,2002).
45
Figura 6- Diagrama de Pareto – Levantamento das principais não-conformidades encontradas em
edifícios na cidade de São Paulo
46
Figura 7 - Gráfico do custo relativo ao longo do tempo.
47
proteção das áreas expostas as manifestações patológicas, correspondem a custos
cerca de 125 vezes maiores em relação a possibilidade de intervenção na fase de
projeto.
Outro gráfico que representa essa tendência de crescimento do custo em
relação ao tempo considerando as incognitas de intevenção preventiva e corretiva
reforçando a lei de Sitter é exposto na figura 8.
48
Tabela 1 - Motivos para reforma em edificações ao longo do tempo.
3 METODOLOGIA DE PESQUISA.
49
buscado uma colaboração dessas empresas da cidade de Goiânia com a pesquisa,
na qual através de critérios de viabilidade na obtenção de dados, buscou-se uma
amostra de três edifícios para estudo, situados em dois setores diferentes na cidade
de Goiânia, no Setor Marista e no Setor Bueno.
A seguir é exposto os parâmetros estabelecidos que forão utilizados na
seleção dos edifícios, como a maneira de coleta dos dados e informações. Além dos
fundamentos adotados para a análise, organização e interpretação desses dados
levantados. De maneira mais específica, tais dados consideraram também o acesso
às informações relativas à impermeabilização, obtidas por meio da empresa
prestadora do serviço ou diretamente da construtora e até mesmo dos profissionais
da própria construtora responsáveis pela manutenção do pós obra.
O segundo parâmetro adotado foi a opção por edificações que possuiam
áreas comuns de lajes descobertas, sendo estas locais de piscina, quadra de
esportes, playground, sauna, jardins e outros.
Outro critério relevante que foi levado em consideração para a escolha é o do
tempo de uso da edificação, com intervalos entre seis meses a quinze anos. Com
um padrão construtivo estabelecido em médio padrão, composto por apartamentos
de três quartos.
3.2–COLETA DE DADOS
50
Questões ligadas ao processo de impermeabilização também foram
considerados no questionário, como a presença ou não de projeto específico a
execução do serviço. Também foi questionado o tipo de sistema sendo estes
flutuantes, aderente ou outros a serem especificados. Explorou-se ao mesmo tempo
os tipos de acabamentos que estão sobre a impermeabilização, as consequências
provindas do aparecimento de eventos patológicos e os locais de presença dessas
ocorrências.
O questionário ainda explora as possíveis ocorrências e responsabilidades do
pós obra, com indagações acerca de reparos e se esses foram feitos durante a
execução do prédio. Busca saber também, se a responsabilidade é dos próprios
condôminos, da construtora, da prestadora do serviço de impermeabilização ou até
do material fornecido. Com foco na possibilidade de o condomínio ter causado
algum dano na impermeabilização em serviço posterior à entrega e se os
responsavéis pela adminstração do local utilizam soluções paliativas para evitar
respingos de água em locais com infiltração como subsolos, com a utilização de
objetos como calhas e telhas. Em um dos tópicos, existe a abordagem em relação a
garantia da empresa aplicadora do material impermeabilizante em oferecer esse
apoio de maneira documentada, superior a cinco anos após a execução.
(Continua)
Levantamento de Campo
Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): ............................................................................................
Setor: ...........................................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: .........................................................................
Data da visita: ..............................................................................................................
51
Quadro 2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Conclusão)
☐ Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) ..........................................................
A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?
☐ Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
☐Flutuante ☐Aderente
☐ Outros (quais?) ..........................................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
☐ Argamassa ☐ Material cerâmico ☐ Granito ☐Concreto
Efeitos visivéis da patologia no local detectado.
☐ Sim ☐Não
A proteção mecânica para impermeabilização é adequada?
☐ Sim ☐Não
52
3.3- SISTEMA E INTERPRETAÇÃO DE DADOS
53
impermeabilizante e também proteção mecânica ineficiente sobre o processo de
impermeabilização.
Outro critério utilizado está relacionado ao Projeto de Impermeabilização, vez
que esse recurso é fundamental para a execução de um sistema eficiente, pois de
acordo com a ABNT NBR 9575 esse projeto deve conter conteúdo gráfico, detalhes
contrutivos e especificações de materiais. Dessa maneira qualquer erro ou equívoco
no estabelecimento dessas especificações geram problemas na execução e
inviabilizam a garantia da qualidade na impermeabilização.
O outro fator é em relação aos materiais, que quando possíveis são avaliados
no local e estabelecido análises como a de envelhecimento do produto, perda de
elasticidade e até a própria deterioração da substância. É importante enfatizar que
não foi feito ensaios para constatar os problemas e sim apenas verificação visual.
Além desses, foi estabelecido um critério quanto ao uso, a fim de identificar a
origem desses problemas por meio da análise de perfurações na laje, seja por
passagem de sistemas hidráulicos, fixação de acessórios para proteção como
guarda corpo ou corrimão e até a fixação de brinquedos em lajes já
impermeabilizadas.
Ainda nesses critérios, outro caso é a não identificação de nenhum evento
patológico ou a incerteza quanto a origem com os dados coletados, para evitar
esses erros de avaliação nos resultados, esses eventos são classificados como de
origem não identificada.
54
sistema flutuante, composto pelas mantas, seja ela do tipo asfáltica, butílica ou
polimérica. O outro sistema considerado no levantamento de dados será o aderente,
constituidos pelos asfaltos oxidados ou elastoméricos e por fim a consideração de
outros sistemas como os produtos cristalizantes.
4 RESULTADOS E DISCUSÕES.
4.1 EDIFÍCIO A
55
Figura 9 – Fissura na calçada do Térreo
56
Figura 11 – Degradação da tubulação de gás
Após uma análise mais técnica do fenômeno, foi notado na laje do pavimento
térreo do empreendimento a presença de fissuras com abertura superior a 1mm.
Local esse, que fica acima de uma vaga de garagem no subsolo I e que propricía a
percolação da água pluvial. Vez que, na projeção do pavimento Térreo esse local
está descoberto. Situação mostrada nas figuras 12 e 13 .
57
Com a detecção da infiltração acima da vaga de garagem no Subsolo I, foi
analisado a possível correlação da origem dessa água com a fissura na superfície
superior da estrutura que fica em uma área aberta, próximo a calçada e também do
muro de divisória do condomínio.
Entretanto por meio do levantamento de informações obtidos pelo
questionário presente no Anexo A1 a região fissurada da calçada em que se origina
a percolação da água pluvial, possuí sistema de impermeabilização prevista em
projeto, sendo realizada por uma empresa especilizada e com a presença de
impermeabilização do tipo flutuante, com manta asfáltica de 4 mm.
Sendo assim, na região não deveria acontecer a infiltração, conforme é
evidênciado no projeto de impermeabilização fornecido pela construtora parceira e
conforme mostra a Figura 13, o que leva a hipotése de que o sistema de
impermeabilização com manta asfáltica não está exercendo sua função de
impermeabilização de maneira plena.
58
Toda essa conjuntura, conforme já havia sido relatada na primeira parte do
trabalho no contexto da revisão bibliográfica, gera inúmeros efeitos, sendo que as
consequências decorentes das manifestações patológicas ligadas ao sistema de
impermeabilização são várias, desde os transtornos aos moradores, imagem
negativa do empreendimento até o custo financeiro do reparo da patologia de
impermeabilização.
Nesse caso específico do Edifício A, o transtorno ao usuário foi
principalmente devido a situação de infiltração da água ser exatamente na vaga de
garagem no subsolo 1. Dessa maneira havia gotejamento com a ocorrência de
chuvas intensas em cima dos veículos estacionados no local. Além dessa situação,
temos também a deterioração dos materiais presentes ali como armaduras e a
propria tubulação metálica. Situações essas já demonstado na Figura 11
anteriormente.
A outra consequência do problema na impermeabilização é o custo. Vez que
nessa situação especifica para solucionar e até identificar o problema, foi necessário
deslocar uma equipe ao local, com as ferramentas adequadas, remover o reboco e
textura além de parte do piso e reexecutar a impermeabilização assim como os
outros acabamentos danificados para sanar o problema. Essa situação é
demonstrada na figura 14 e 15.
59
Figura 15 –Serviço de reparo da calçada fissurada
60
Figura 16 – Manta sem abaulamento na mureta.
4.2 EDIFÍCIO B
61
verificada já na entrada do condomínio, originada na região da floreira e tendo como
resultado a infiltração de água no teto do Subolo I, logo abaixo dessa região
conforme mostra as Figuras 17 e 18.
Figura 18 – Floreira
62
armado e imediatamente abaixo da projeção de uma floreira localizada no pavimento
superior, com sistema de irrigação automático, conforme figura 18.
Nesse local na superfície inferior da laje do pavimento térreo, já dentro das
vagas de garagem do subsolo I, observou-se grande presença de infiltração de água
na abertura da caixa de inspeção da instalação elétrica. Além da formação de
eflorescências de coloração amarelo escuro, nas lajes, bem como nas regiões
próximas aos sistemas hidrossanitários da corrosão da armadura na laje.
Concomitante a essas observações foi levantado os dados através do
questionário presente no Anexo B1. Pelo qual foi constatado que apesar de o
edifício ser relativamente novo com menos de 5 anos ele sofreu modificações após a
entrega feita pelos moradores. No qual a entrada do 1Port Cochere, que ficava muito
próximo a pista de rolamento e que não possibilitava um embarque confortável aos
portadores de necessidades especiais, conforme esquematizado na figura 19, no
qual foi recuada a fim de proporcionar mais espaço.
1 Denominação utilizada para a porta de entrada de um edifício no qual os carros podem entrar pela
rua.
63
Situação essa que possibilita alguma modificação no nível de estanqueidade
da manta. Já dentro da floreira foi analisado no levantamento de dados que uma
tubulação de irrigação que alimentava esta, estava danificada que causou
vazamento constantes na estrutura.
A presença de estanqueidade da região foi verificada através do projeto de
impermeabilização do local (Figura 20) fornecido pela construtora e confirmada,
sendo projeto elaborado e realizado por uma empresa especilizada e com a
presença de impermeabilização do tipo flutuante mais especificamente com manta
asfáltica de 4 mm.
64
Figura 21 – Tubulação de irrigação
65
foi necessário a remoção de toda a terra e vegetação da floreira e o escareamento
do concreto da laje para troca da tubulação que tinha sua conexão junto a laje.
Concluída a etapa anterior foi realizado a impermeabilização da região
novamente como demonstrado na Figura 23, através de intervenções sugeridas pela
Norma NBR 10844 de Instalações Prediais e pela NBR 12190 que trata da Seleção
das Impermeabilização e pela NBR 9574- Execução de impermeabilização. Nesse
sentido foi executado um poste de concreto para a sustentação da tubulação de
irrigação e pela execução de uma manta no entorno dessa estrutura.
Com essas intervenções é nítido também as consequências financeiras
desses transtornos, com deslocamento de equipe, intervenção no local com custos
de mão de obra e material.
66
Outra peculiaridade observada nessa ocorrência patológica está relacionada
a infiltração da água em uma caixa de inspeção da instalação elétrica, o que
representa não apenas um transtorno aos moradores mas também um risco a
segurança. Já que em uma situação dessa é possivél a ocorrência de curtos
circuitos e riscos de choques. O que possui consequências graves a segurança dos
usuários e técnicos responsáveis pela manutenção. Essa situação de perigo de
choques elétricos foi verificada no momento em que um eletricista da assistência
técnica da construtora foi abrir a tampa da caixa e verificou a incidência de faíscas
elétricas no local. Conforme representado pela Figuras 24 e 25.
67
Figura 25 – Faísca na caixa de inspeção elétrica
68
Figura 26 – Umidade na caixa de inspeção elétrica
69
Figura 28 – Tubulação e piso do Subsolo 1
Figura 29 – Piscina
70
Figura 30 –Remoção do revestimento da piscina
71
Figura 32 – Piso abaixo da projeção da piscina
72
Figura 33 – Região que sofreu intervenção.
73
Figura 34 – Local afetado na piscina
74
Figura 36 – Tubulação danificada na piscina
75
Mais precisamente, foi feita a substituição dessa tubulação de saída de água
de material galvanizado para o inox. Com a finalidade de oferecer maior resistência
a ao contato com o cloro presente na água da piscina, conforme figuras 38 e 39 .
76
Em relação ao revestimento, este foi retirado como também a argamassa de
fundo e assentamento do local e logo em seguida foi reexecutado o revestimento. Já
quanto a manta de impermeabilização após a análise, foi considerado inicialmente
que estava em perfeitas condições e só possibilitou a percolação da água para o
pavimento inferior em decorrência da presença da emenda existente na meia cana,
que é a divisa da manta presente no piso com a parede.
Todas essas ações foram extremamente custosas e geraram vários
transtornos aos moradores, inclusíve o período em que esses não puderam utilizar a
piscina até que o problema fosse solucionado.
4.3 EDIFÍCIO C
O terceiro edifício visitado, para a análise das ocorrências patológicas
localiza-se no Setor Bueno e também foi construído e entregue recentemente pela
mesma construtora dos prédio anteriores, sendo a data de conclusão em Março de
2020. Caracterizado pela enorme área verde com a presença de 4 (quatro) praças,
com apartamentos de 122 m², sendo um total de 142 unidades na torre. Esse
terceiro edifício em análise recebeu o nome ficticio de Edifício C, com a mesma
finalidade e seguindo os padrões anteriores.
Assim como nos edifícios anteriores, foi utilizado nesse, o quadro padronizado
na metodologia e presente nos anexos, para o levantamento de dados.
Nesse edifício foram encontrados até o momento dois problemas patológicos,
sendo que a ambas as manisfestações patológicas estão na região da cobertura
próximas ao reservatório.
Nesse cenário, primeiro caso está localizado abaixo do reservatório superior
da torre, na superfície da laje deste, que é estruturado por duas células de reserva
de água independentes de concreto armado. Essas manisfestações patologicas são
representadas pela figura 40. Com ramificações das manifestações na laje e viga da
região conforme demonstram a figura 41. Com consequências patológicas também
no piso da região (Figura 42) , que sofre com o gotejamento da água que percola
através da viga e laje da estrutura.
77
Figura 40 – Região abaixo do reservatório
78
Figura 42 –Piso após o gotejamento próximo a Casa de Máquinas
79
Além disso, outro transtorno é em relação a estética (Figura 43), já que esses
sintomas patológicos não possuem uma apresentação visual agradável.
Concomitante a todas essas situações, ainda existe o econômico, já que o local
deve passar por intervenções de reparo que geram custos financeiros e que por se
tratar de um local abaixo do reservatório provavelmente será necessário o
esvaziamento dessa célula por um período de tempo, situação essa que prejudica o
morador.
80
Figura 44– Local da ocorrência das manifestações patológicas
81
Nas ocorrências patológicas externas ao reservatório, foi notado através de
análise visual e coleta de dados com o questionário presente no Anexo C2 que
mesmo possuindo impermeabilização prevista em projeto e de acordo com as
normas vigentes, era comum ver nas paredes pintadas com texturas, a presença de
manchas esverdiadas como indicativo de percolação da água e próximo a essas
regiões também era comum observar interferência por parte dos moradores quanto
por parte da própria construtora no período de contrução da obra.
As interferências dos moradores ficou por parte da perfuração da manta
asfáltica para a instalação e fixação das antenas de televisão e internet, como
exemplicado na figura 46 e 47.
82
Figura 47 – Instalação de cabos fixados em bases impermeabilizadas com manta
83
Figura 48 – Formação das manchas
5 CONCLUSÃO
84
Através de ocorrências análisadas in loco, comprova-se na prática o que
diversas pesquisas expuseram na primeira parte do trabalho, que torna-se
fundamental a atenção desde o planejamento até o acompanhamento da execução
dos serviços de impermeabilização, devido ao alto custo agregado pelas patologias
para realizar as reparações.
Ainda em relação aos transtornos financeiros evidênciados nas visítas de
campo, seja com o deslocamento de equipe, utilização de ferramentas e perda de
material e custo de aquisição de novos materiais, foi evidênciado ainda pela
pesquisa de Righi (2009) que quanto maior o atraso para o planejamento e
execução do processo de impermeabilização maior a probabilidade de erro e por
conseguinte mais maior o custo, com um produto final que pode chegar a custar 15
vezes mais por conta das reparações e perdas de material.
As consequências de caráter secundário citadas na revisão bibliográfica em
pesquisa do Instituto Brasileiro de Impermeabilização (2020) são em relação as
questões financeiras com a desvalorização do imóvel devido as manifestações
patológicas. Ou seja, além dos problemas eventuais como a redução da vida útil da
construção atingem os demais serviços da obra como a estrutura, alvenaria,
revestimento e pintura (VEDACIT,2010). Ainda há os transtornos gerados aos
moradores como ocorreu no caso da piscina que precisou ficar interditada até que o
problema fosse solucionado. Além da propaganda negativa e animosidade entre a
construtura e o condôminio como ocorreu no caso da manifestação patológica ligada
a floreira do Edifício B e do muro do local A. Ambas as situações ocorreram na
entrada dos prédios.
Nesse cenário e concomitante a divisão de etapas para explicar o
crescimento do custo através de uma progressão geométrica proposta pela lei de
Sitter e exposta no levantamento teórico na primeira parte do trabalho, será
comparado as possíveis origens das ocorrências a fase de projeto, execução,
manutenção preventiva e a manutenção corretiva (a qual acontece após o
surgimento do problema). Que acrescentado a pesquisa já exposta no trabalho de
Antonelli (2002), traz de maneira mais específica outras seis causas principais,
relacionadas a impermeabilização. Como o arremate inadequado de ralos e
tubulações, fissuras na estrutura e no rodapé das paredes. Além de perfurações na
85
impermeabilização, proteção mecânica inadequada e até a falta de
impermeabilização.
De acordo com a metodológia proposta pela pesquisa na primeira etapa do
trabalho todos os níveis dos problemas se classificaram como incidências visíveis,
vez que foram análisadas visualmente em lajes, vigas e paredes. Com ocorrência de
manchas de umidade, eflorescência e corrosão da armadura.
Em relação a descrição e critérios adotados para estabelecer a origem dos
problemas patológicos ligados a impermeabilização no primeiro cenário relatado na
revisão bibliográfica e verificado na visita de campo como possível e prováveis,
nunca relatados como origens conclusivas. Sendo que a primeira delas com origem
provinda de execução notada no Edifício A, situação em que não foi feito a
abaulamento da manta sobre a mureta de canaleta, com falha também no
recebimento do serviço, a outra situação de provável erro na execução foi com o
deslocamento do port cochere e possível danificação na manta asfáltica no Edifício
B.
Outro critério utilizado está relacionado ao Projeto de Impermeabilização, vez
que esse recurso é fundamental para a execução de um sistema eficiente, pois de
acordo com a ABNT NBR 9575 e na situação encontrada no Edifício C em que é
provavél que houve inflitração da água na estrutura após o reservatório superior do
edifício transbordar o extravasor ficar acima da cinta de fixação do sistema de
impermeabilização, diminuindo sua eficácia. Na outra ocorrência patológica
registrada no Edifício C é em relação ao projeto que não detalhou tal situação,
porém foi utilizado um critério relacionado ao uso, com a finalidade de identificar a
origem desses problemas por meio da análise de perfurações na laje
impermeabilizada e nessa situação em particular, ocorreram a fixação na manta do
Guarda Corpo de proteção e de antenas de transmissão de televisão e telefone.
Por fim, o último fator descrito na metodologia do trabalho para identificar
possíveis origens patológicas são em relação aos materiais, no caso da pesquisa de
campo, no Edifício B no local da piscina a perfuração da tubulação de alimentação
de água, composta de tubo galvanizado. Fato que possíbilitou o alagamento da
manta até que a água percolasse para fora do sistema através do encontro das
mantas na região de meia cana. Situação essa que possivelmente teria sido evitada
86
com a utilização de uma tubulação de alimentação da piscina feita de material Inox,
que é mais resistente ao cloro da água.
Todas essas situações levantadas na revisão bibliográfica e vivenciadas no
campo por meio das visitas aos locais de ocorrências patológicas. Reafirmam a ideia
de que a área de estudo de patologias de impermeabilização mostra-se uma área
fundamental para a Construção Civil, pois está diretamente relacionada ao conforto,
salubridade e funcionalidade dos locais.
Por conta desse contexto torna-se inprescíndivel o estudo e a pesquisa nessa
área de patologia da impermeabilização sendo até sugerido para títulos de pesquisa
futuros através da análise desses estudos de casos expostos, a análise e
elaboração de possibilidades de solução as patologias retratadas, de maneira a
buscar uma alternativa menos invasiva ao local e financeiramente mais viável.
6 REFERÊNCIAS
ANTONELLI, G.R. 2019. Notas de aula da disciplina Tecnologia das Construções II.
IFG, Goiânia.
87
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 15575- Edificações
habitacionais – Desempenho Parte 1: Requisitos gerais -. Rio de Janeiro, 2013.
88
Dissertação de Mestrado em Engenharia Civil. Universidade de Trás-os-montes e
Alto Douro – UTAD, Vila Real, 2008.
SENA, GILDEON OLIVEIRA et al. Patologia das construções. 1. ed. Salvador, 2B,
2020.
89
ANEXO
90
Anexo A1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Continua)
Levantamento de Campo
Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício A..................................................................
Setor: Marista...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Maio de 2016...................................................
Data da visita: Janeiro de 2021................................................................................
Local da detecção da patologia de impermeabilização:
☐ Reservatório
☐ Caixas de gordura
☐ Piscina e espelho d’água
☐ Quadra de esporte
☐ Floreiras e jardins
☐ Praças
☐ Junta de dilatação
☐ Sauna
Outros (Quais?) Base da alvenária: Vedação de alvenária.............................................
A impermeabilização deste local estava prevista no projeto de impermeabilização?
X Sim ☐Não
Qual o tipo de sistema de impermeabilização utilizado presente no local?
X Flutuante ☐Aderente ☐ Outros (quais?) ..........................................................
Acabamento na superfície do local impermeabilizado
X Argamassa X Material cerâmico ☐ Granito ☐ Concreto
Efeitos visivéis da patologia no local detectado.
X Infiltrações na periferia de ralos e tubulações
X Manchas de umidade
☐ Lixiviação e eflorescência (formação de estalactite)
☐ Corrosão da armadura
☐ Infiltração através das trincas no rodapé das paredes
X Infiltrações através das trincas na estrutura
☐ Perfurações na impermeabilização
☐ Formação de bolhas
☐ Descolamento do acabamento
☐ Envelhecimento e deterioração do material
Foram feitos reparos na impermeabilização?
91
Anexo A1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Conclusão)
(Continua)
Levantamento de Campo
Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício B..................................................................
Setor: Marista...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Junho de 2017...................................................
Data da visita: Dezembro de 2020................................................................................
92
Anexo B1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Conclusão)
(Continua)
Levantamento de Campo
Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício B..................................................................
Setor: Marista...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Junho de 2017...................................................
Data da visita: Dezembro de 2020................................................................................
93
Anexo B2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Conclusão)
94
Anexo C1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Continua)
Levantamento de Campo
Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício C..................................................................
Setor: Bueno...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Março de 2020...............................................
Data da visita: Dezembro de 2020.............................................................................
95
Anexo C1 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Conclusão)
X Sim ☐ Não
(Continua)
Levantamento de Campo
Dados do Edifício
Nomenclatura (Fantasia): Edifício C..................................................................
Setor: Bueno...............................................................................................................
Data de entrega do empreendimento: Março de 2020...............................................
Data da visita: Janeiro de 2021................................................................................
96
Anexo C2 – Modelo de questionário empregado no levantamento de campo
(Conclusão)
97