3123-Texto Do Artigo-11951-1-10-20231018
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RESUMO:
A presença da umidade em residências de alvenaria convencional é muito comum e torna o
ambiente propício ao surgimento de problemas quando não presente um sistema de
impermeabilização ou, mesmo havendo, esse sendo deficiente. Assim, patologias como
manchas, afloramentos, bolor ou mofo etc. tendem a surgir com maior facilidade ao longo
de paredes, principalmente, a partir da ascensão de capilaridade dos sais advindos da
fundação, por isso, torna-se essencial a correção desta. Logo, realizar o diagnóstico a fim de
saber qual impermeabilização adotar e, consequentemente, os materiais a serem empregados
são imprescindíveis, seja para evitar, seja para sanar esse tipo de problemática. A pesquisa
baseou-se em revistas, periódicos, artigos científicos, sites, catálogos, monografias e
dissertações, a fim de, forma exploratória, reunir informações precisas e analíticas a cerca
de tal temática. A partir da investigação realizada foi possível mostrar dois métodos
corretivos para coibir adversidades causadas pela ascensão capilar dos sais nas edificações:
o primeiro baseado na substituição do revestimento por outro com produtos específicos e o
segundo, na substituição da impermeabilização anterior ou execução dessa, caso não exista,
devidamente na presença dos materiais impermeabilizantes. Por fim, este trabalho ainda
mostrou os principais produtos utilizados nesses métodos e as técnicas de aplicação a fim de
corrigir essa patologia e, consequentemente, trazer diversos benefícios aos residentes, como:
estéticos, financeiros, de habitação etc.
ABSTRACT:
1
Bacharel em Engenharia Civil pelo Centro de Ensino Unificado do Piauí – CEUPI, pós-graduado em
Instalações Prediais pelo Centro de Ensino Superior do Vale do Parnaíba – CESVALE, pós-graduado em
Docência no Ensino Superior pelo Instituto FACUMINAS, pós-graduando em Engenharia de Segurança do
Trabalho pelo Centro Universitário União das Américas Descomplica. E-mail: [email protected].
https://orcid.org/0009-0009-9766-8165.
The presence of moisture in conventional masonry homes is very common and the
environment enables the emergence of problems when there is no waterproofing system or,
even if there is, it is deficient. Thus, pathologies such as stains, outcrops, mold or mildew,
etc. tend to appear more easily along walls, mainly, from the capillarity rise of the salts
coming from the foundation, therefore, it is essential to correct it. Therefore, carrying out
the diagnosis to know which waterproofing to adopt and, consequently, the materials to be
used are essential, either to avoid or to remedy this type of problem. The research was based
on magazines, periodicals, scientific articles, websites, catalogs, monographs, and
dissertations, to, in an exploratory way, gather precise and analytical information about this
theme. From the investigation carried out, it was possible to show two corrective methods
to curb adversities caused by the capillary rise of salts in buildings: the first based on
replacing the coating with another one with specific products and the second, on replacing
the previous waterproofing or execution of this, if not exist, respectively in the presence of
waterproofing materials. Finally, this work also showed the main products used in these
methods and the application techniques to correct this pathology and, consequently, bring
several benefits to residents, such as: aesthetic, financial, housing, etc.
1. INTRODUÇÃO
Vale ressaltar o que Bauermann (2018) cita em sua obra ao afirmar que a infiltração
de água é considerada um dos maiores problemas das construções. Isso ocorre porque as
superfícies feitas de argamassas e concreto são materiais porosos, em sua naturalidade.
As causas podem vir desde efeitos naturais do tempo como chuvas e umidade do
solo, ao vazamento de tubulações, reservatórios e ambientes desprovidos de
proteção e ventilação deficiente. Para haver a correta estanqueidade das estruturas
e superfície de uma edificação é necessário à execução de impermeabilização
(Bauermann, 2018).
Para evitar este tipo de manifestação da umidade, deve-se fazer a escolha adequada
dos materiais utilizados - principalmente os de impermeabilização – e adotar uma
Destaca-se assim, as vigas baldrames que são conhecidas como um tipo de fundação
rasa ou direta, já que são responsáveis por transferir a carga dos elementos construtivos para
a fundação que pode ser uma sapata, bloco de coroamento, entre outras (Vivadecora, 2020).
Uma vez que tenha sido executada de maneira incorreta ou até mesmo não tenha sido
aplicada, os problemas citados anteriormente começam a se manifestar na maioria dos casos
após a construção, isto é, já durante a habitação (Cherem e Salvatierra, 2015).
Prata (2023) ainda cita que a exposição prolongada à umidade pode causar corrosão
nas armaduras da viga, diminuindo a aderência entre o aço e o concreto, o que pode levar à
desagregação do material e, consequentemente, a perda da capacidade estrutural da viga.
Além disso, a umidade pode causar o aparecimento de manchas de mofo e bolor, que
são prejudiciais à saúde e podem comprometer a qualidade do ar no interior da construção
(Prata, 2023). A Figura 2 a seguir mostra exemplos desses tipos de patologias:
A autora Salomão (2012) destaca que esse tipo de fundação além de transmitir os
esforços da edificação para as brocas, por exemplo, estando impermeabilizadas, podem
também impedir que a umidade presente no solo seja transferida às alvenarias por
capilaridade.
De uma maneira geral, a fixação do vapor de água nos poros pode ocorrer por
adsorção, condensação e capilaridade. Nesta pesquisa, o destaque será a esta.
Esse tipo de umidade ocorre nos baldrames das construções devido a três
importantes aspectos: condições do solo úmido em que a estrutura da edificação
foi construída; a ausência de obstáculos que impeçam a progressão da umidade e,
por último, a utilização de materiais porosos (tijolos, concreto, blocos cerâmicos)
que apresentam canais capilares, permitindo que a água ascenda do solo e penetre
no interior das edificações.
De acordo com Righi (2009), a ascensão da água em paredes ocorre pela existência
do fenômeno de capilaridade. Logo, os vasos capilares pequenos permitem a água subir até
o momento em que entra em equilíbrio com a força da gravidade.
A umidade do solo úmido que ascende para estrutura por canais capilares. Logo,
corresponde a uma propriedade física em que os fluidos tendem a subir em canais
muito finos. Acontece, geralmente, nas vigas baldrames e passa para a alvenaria
por falta de barreiras (impermeabilização), tornando o meio propício para
ocorrência de manifestações (Souza, 2010 apud Bauermann, 2018)
A elevação capilar pode ser definida como o fluxo vertical de água, originada do
solo, que ascende para uma estrutura permeável. Essa ascensão nas alvenarias
pode ocorrer até alturas significativas, dependendo das condições de evaporação
da água e da porosidade do material (Salomão,2012).
Conforme Souza (2008 apud Siqueira, 2018), pequenos vasos capilares, espaços ou
poros permitem que a água suba até encontrar o seu equilíbrio com a força da gravidade. E,
isso, não costuma passar de 80cm de altura, sendo este episódio maior em paredes e pisos.
A figura 4 mostra como esse fenômeno acontece:
Segundo Soares (2014), a umidade vinda da ascensão capilar pode ver observada em:
Essa última situação, que por sinal bastante presente, diz respeito ao que os autores
Barreiros e Vieira (2019) ressaltam, isto é, que nas paredes com revestimentos cerâmicos,
por exemplo, a altura de ascensão pode ser maior do que 80 cm, altura essa que acontece
normalmente quando não há revestimento, assim exposto por Souza (2008 apud Siqueira,
Diante disso, a ocorrência desse tipo de umidade pode advir de água do lençol
freático ou mesmo de águas superficiais (Nappi, 2002). Logo, naquela a sua fonte permanece
ativa durante o ano e pode apresentar manchas de umidade em toda a parede, atingindo
alturas superiores nas paredes do interior. Já nesta, varia durante o ano, sendo identificada
alturas superiores em paredes exteriores, afirma o autor.
Salomão (2012), em sua obra, afirma que existem alguns métodos que visam o
tratamento desses tipos de patologias como:
Righi (2009) apresenta duas soluções a serem utilizadas quando não existir
impermeabilização na viga baldrame ou caso essa tenha sido mal executada, que são:
correção para alvenaria de tijolos maciços e correção para alvenaria de tijolos furados. Além
disso, o autor Ripper (1986), apresenta soluções, segundo esse, mais eficientes que aquelas,
com tratamentos diretamente na própria viga baldrame.
Por isso, visando eficiência, deve ser dada a devida atenção ao diagnóstico realizado
em cada caso, a sua correta execução e aos materiais a serem empregados.
2. METODOLOGIA
3. RESULTADOS E DISCUSSÃO
3.1. MÉTODO 1
Righi (2009) diz que para a correção das infiltrações presentes em alvenaria de tijolos
furados, utiliza-se argamassa polimérica e argamassa com aditivo hidrófugo, a partir da
realização das seguintes etapas:
a) delimita-se a área a ser tratada, que deve possuir uma altura de 0,3 em relação ao
piso;
exatamente essas etapas, pois removeu totalmente o reboco na área afetada e realizou os
consertos específicos, quando havia alguma falha na superfície da parede. Após isso, aplicou
a argamassa, de acordo com a orientação do fabricante e posteriormente a secagem, executou
o novo chapisco, reboco e pintura.
3.2. MÉTODO 2
Em sua pesquisa, ele analisou 3 grupos de vigas baldrames com 3 amostras cada, em
que: o grupo 1 não recebeu nenhum tipo de impermeabilização; o grupo 2 recebeu aplicação
de impermeabilização apenas na viga baldrame e; o grupo 3 recebeu impermeabilização na
viga baldrame e aditivo na argamassa de assentamento.
Ao submetê-las por 30 dias em contato com a água para simular a infiltração por
capilaridade intensa, o grupo 1 apresentou uma enorme absorção de água, enquanto o 2 e o
3, uma menor, sendo este, isto é, com a presença da impermeabilização na viga e na
argamassa de assentamento, o melhor resultado, pois no grupo 2 ainda chegou a ascender
uma quantidade mínima de umidade na argamassa de assentamento.
A melhor opção para a prevenção das patologias ocasionadas pela infiltração por
capilaridade, é a realização de impermeabilização das vigas baldrame com a
posterior aplicação de aditivo impermeabilizante na argamassa de assentamento
dos blocos cerâmicos na execução da obra, pois assim os danos causados podem
ser minimizados ou até mesmo impedidos (Melo, 2019).
Logo, percebe-se que nesse método, os resultados tenderão a ser melhores a partir da
impermeabilização da viga baldrame e da posterior presença de aditivos impermeabilizantes
na argamassa de assentamento, para que a ação da ascensão capilar ao longo da alvenaria
tenda a ser evitada ou minimizada ao máximo.
No catálogo de Vedacit (2020) ainda cita que, excedendo seis horas, será necessário
intercalar com um chapisco aditivado com adesivo de alto desempenho para argamassas e
chapiscos, como o BIANCO. Além disso, deve-se evitar ao máximo as emendas. Lembrar
ainda de desempenar a última camada com desempenadeira de madeira.
3.3.1.3. Baldrame
3.3.2. Neutrol
É uma tinta asfáltica de grande aderência e alta resistência química que forma uma
película impermeável. É empregado para proteção de estruturas de concreto e alvenaria
revestida com argamassa em contato com o solo sujeita a águas e aos meios agressivos.
É indicado para:
Como preparo prévio, o catálogo da Vedacit (2020) traz que se deve limpar a
superfície e chapiscá-la com um adesivo de alto desempenho para argamassas e chapiscos,
como o BIANCO e aguardar no mínimo três dias para aplicação do revestimento. É
importante que o revestimento seja feito no traço 1:3 (cimento: areia média peneirada) e
usar, além da água, um aditivo impermeabilizante para concretos e argamassas, como o
VEDACIT. Após isso, aplica-se uma camada de revestimento com espessura mínima de 1,5
cm de argamassa com um aditivo impermeabilizante para concretos e argamassas, como o
VEDACIT sobre o chapisco, e deve-se descer o revestimento lateralmente no mínimo de
0,15 m. Importante ainda jamais queimar e alisar com desempenadeira ou colher de pedreiro.
Ao final, aguarda-se a secagem da argamassa por, no mínimo, três dias.
3.3.3. Bianco
APLICAÇÃO MODO
Aplicar com colher de pedreiro ou com equipamento de projeção.
O chapisco pode ser feito também na forma de pintura (BIANCO
Chapisco em paredes
ROLADO) em áreas internas, utilizando-se rolo para textura
intensa e, preferencialmente, areia grossa
Fazer os reparos com espessura máxima de 0,5 cm, sem aplicação
do composto adesivo. Aplicar com colher de pedreiro e fazer o
acabamento com desempenadeira de feltro. Misturar cimento
Reparos/Assentamentos/
comum ou cimento branco para obter várias tonalidades. Traço
Revestimentos
indicado: 1 parte cimento Portland: 3 partes areia média seca e
peneirada (1:3). Amolentar com solução BIANCO na proporção
de 1 parte de BIANCO : 2 partes de água
Fonte: Adaptado de Vedacit (2020)
4. CONCLUSÕES
Assim, Santos (2021) cita que não é eficaz aplicar impermeabilizantes de forma
superficial na parede ou apenas no revestimento da parede (reboco), pois a umidade sobe
também pelo bloco. O autor ainda destaca que aplicar revestimento cerâmico para esconder,
também não tem eficácia, pois a tendência é que devido essa parede não transpirar, essa
umidade suba e ultrapasse a altura da cerâmica. Além é claro, da umidade provocar
desplacamento das pedras cerâmicas e do reboco ao longo do tempo.
Assim, esse método bastante usual e de fácil aplicação que trata da substituição do
revestimento existente, como reboco, emboço, cerâmico etc. por um novo, caso executado
de maneira errônea e sem a presença de aditivos específicos, nada adiantará. Por isso, faz-se
necessário a execução desse com produtos específicos, a fim de sanar a problemática de
forma definitiva ou minimizá-la ao máximo como visto a partir da execução do método 1.
Logo, percebe-se uma falha normativa quanto a obrigação desses produtos, porém,
ao analisar os inevitáveis problemas que tenderão a surgir a partir do não emprego da
impermeabilização como etapa obrigatória na construção da edificação, torna-se
fundamental a sua aplicação, seja como método preventivo, seja como método corretivo.
Por fim, percebeu-se que é possível a correção e de maneira eficaz quando realizada
após um diagnóstico, na presença de um profissional e com o emprego da técnica correta.
Outrossim, o método e os produtos a serem utilizados são imprescindíveis no alcance de
eficientes resultados.
5. REFERÊNCIAS
NAPPI, S. C. B. Uma solução alternativa para prorrogação da vida útil dos rebocos
com salinidade em edifícios históricos. 2002. 127 f. Tese (Doutorado em Engenharia de
Produção) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2002.
RIPPER, E. Como evitar erros na construção. 3 ed. São Paulo: Pini, 1986.
VIGA BALDRAME: Entenda Por Que Ela é Essencial na Sua Obra. Viva decora, 2020.
Disponível em: < https://www.vivadecora.com.br/pro/viga-baldrame/>. Acesso em: 18
ago. 2023.