Trabalho de Moral
Trabalho de Moral
Trabalho de Moral
O tempo e as situações que nos são dadas viver têm muitas vezes dificultado,
e mesmo eclipsado, esta pergunta fundamental pelo sentido da vida. Tantas
vezes nos deixámos invadir por uma espécie de apatia e conformismo ou de
revolta, gerada por uma certa sensação de não poder lutar contra o sistema.
A vida: encontro e relação
Ao dizer sentido, dizemos algo mais do que meros objetivos a alcançar com
esta ou aquela atividade. Trata-se de algo pelo qual valha a pena viver, pelo
qual nos possamos entregar dando até a própria vida, pelo consigamos ser
felizes.
A pergunta pelo sentido da totalidade da vida do ser humano tem, pois, que
incluir obrigatoriamente todos os momentos constitutivos dessa mesma vida. A
sociedade e a realidade que rodeia: a pessoa, as suas relações com os outros
e a história que vive o constrói são dimensões que não podem deixar de ser
abarcadas pela questão do sentido. E à luz da totalidade e globalidade da vida
que se pode avaliar toda a existência pessoal, percebendo o valor que ela tem.
O sentido da 'saída' inspirou o ser humano desde o mundo antigo ate aos
nossos dias. Seria possível narrar a história da humanidade a partir de
migrações ou incursões militares, a partir de arrufos e reencontros de pessoas
solitárias ou grupos humanos, em busca de glória, de terra, de proteção, de
riqueza, de conhecimento, de um sentido espiritual para a sua vida. Das
viagens míticas de Ulisses ou Eneias ao êxodo de Moisés (séc. XIII a.C.), das
derivas de Marco Pólo (séc. XIII-XIV) às viagens marítimas dos portugueses
nos séculos XV e XVI, a história evoca o desejo incontido de partir, de sair de
si, de se desinstalar.
A tentação pelo não ser, pelo não sentido faz parte do quotidiano pessoal e de
um povo. A alma habitua-se ao não sentido, aos caminhos mal andados...
Há jovens que andam pelas esquinas das nossas vidas, derrotados pelas
dificuldades da sua vida, do desemprego, da doença, da oportunidade que não
surge. Há pessoas que procuram esquecer tudo mergulhando no álcool, na
droga, no prazer fácil. Há situações de perda do sentido da vida que podem
conduzir à marginalidade e até ao suicídio.
A vida humana não deve apenas ser sentida, mas exige um sentido. Por isso, a
velha máxima 'conhece-te a ti mesmo' não é apenas uma dimensão moral. O
filósofo Sócrates (séc. V a.C.), e tantos outros pensadores, quiseram significar
que a sabedoria depende, em primeiro lugar, do conhecimento de si mesmo,
ou seja, da sua alma, do seu ser mais profundo. Cuidar da alma é caminhar
para a verdadeira sabedoria, a maior riqueza do ser humano: todo aquele que
privilegie o cuidado da alma conhece a Justiça e o Bem. Esta procura da
profundidade, que é cada pessoa, tem também uma dimensão política, ou seja,
tem a intenção de caminhar para um novo estilo de relações humanas, assente
em valores que devem estar plasmados na vida social, provocando um
desenvolvimento harmonioso da vida pública e a procura do bem comum.
Deus interpela e chama a pessoa a viver, no seu tempo e ao seu jeito, o projeto
proposto por Jesus Cristo. É necessário trazer Deus para o coração de cada
pessoa e para a ágora, a praça, a cidade... provocando uma libertação de
todas as amarras e de todos os absurdos que lhe provocam medo e angústia.
Vida em plenitude
A vida é também uma tarefa. Defender a vida e fazê-la cada dia mais digna
constituem o desafio permanente do nosso mundo. É necessário ama-la e
valoriza-la, fazer dela algo positivo e construi-lá
segundo um projeto de pessoa, Para isso é importante e necessário descobrir
o sentido da vida. Saber porque e para que se vive.