Cleiton Razao Carga Massa

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

UFMT

Determinação da Razão Carga-Massa do


Elétron

CLEITON CAMELO MARTINS


ROSÂNGELA BORGES PEREIRA

BARRA DO GARÇAS, 05 de JANEIRO 2024.


OBJETIVO

Determinação da razão entre a carga e e a massa m do elétron utilizando um


método similar ao proposto por J. J. Thomson em 1897. Utilização da experiência
proposta por Robert Andrews Millikan para verificar que a carga elétrica de uma gota de
óleo, submetida a uma campo elétrico alternado, é um múltiplo inteiro da carga
elementar do elétron

INTRODUÇÃO TEÓRICA

A razão e/m do elétron O elétron é uma das partículas carregadas mais importante na
estrutura da matéria. Mesmo antes da estrutura atômica ter sido confirmada por experiências,
acreditava-se que os átomos tinham uma estrutura interna carregada formada por elétrons. Várias
foram as evidências, observadas antes de 1900, que levaram a esta convicção: A experiência de
Faraday sobre eletrólise que detectava a presença de partículas carregadas, ou ions, em soluções;
emissão de radiação pela matéria indicando a existência de algum tipo de oscilação de cargas no
interior de sistemas atômicos, e fenômenos radioativos que demonstravam a habilidade de alguns
elementos em mudar certos aspectos de suas composições internas. No final do século XIX, o
elétron foi finalmente identificado como um constituinte universal que aparece na construção de
todos os átomos. O elétron ficou definitivamente identificado em 1897 por J. J. Thomson através
de medidas precisas da razão entre sua carga e e a sua massa m. Thomson identificou os elétrons
observando descargas elétricas em gases à baixa pressão. No experimento de Thomson os
elétrons, gerados num catodo, são acelerados por uma diferença de potencial, criando um feixe
de raios catódicos. O sinal negativo da carga do elétron é observado pela deflexão do feixe quando
submetido a campos elétrico e magnético transversais. Thomson determinou a razão e/m atuando
no valor do campo elétrico aplicado, até que as forças elétrica e magnética sejam iguais. Esta
condição é alcançada no momento em que a deflexão do feixe deixa de ser observado numa tela
fosforescente. É interessante mencionar que J. J. Thomson recebeu o prêmio nobel de física em
1906 pelo descobrimento do elétron e que seu filho, G. P. Thonsom, juntamente com Davisson,
recebeu o prêmio nobel de física em 1937 por experimentos de difração de elétrons realizadas
em 1927. Assim, pode-se dizer que "Thomson, o pai, recebeu o prêmio nobel por ter mostrado
que o elétron é uma partícula e Thomson, o filho, recebeu o prêmio nobel por ter mostrado que
o elétron é uma onda". O método usado aqui para determinação da razão e/m é similar ao usado
por J. J. Thomson e se baseia no princípio de funcionamento de um tubo e/m acoplado a um par
de bobinas de Helmholtz mostrados na fotografia da Fig.3.1. O tubo e/m é preenchido com gás
hélio a uma pressão de 10−2 mmHg = 10−2 T orr, e contém um canhão de elétrons equipado com
duas placas defletoras. Elétrons são gerados por aquecimento de um catodo submetido a uma
diferença de potencial um pouco maior do que 6, 0 V olts. O feixe de elétrons torna-se visível no
tubo, por causa da colisão dessas partículas com átomos de He. O He é excitado e irradia uma luz
visível esverdeada. O feixe de elétrons é acelerado por uma diferença de potencial V aplicada
entre o anodo e o catodo do canhão de elétrons.

De fato, a força magnética numa carga Q, que se move com velocidade v


num campo magnético B, é [2]:

Fmag  Q(v B)

Esta também é conhecida como força de Lorentz. Na presença de ambos os


campos magnético e elétrico, a força em Q é:

 
F  Q E  v B

A energia cinética dos elétrons quando acelerados pelo potencial elétrico V é


dada, de acordo com a lei da conservação de energia, por:
1
mv2=eV
2 (1)

O movimento típico de uma partícula carregada movendo-se num plano


[2]
perpendicular a um campo magnético uniforme é circular , com a força
magnética gerando uma aceleração centrípeta. Pela segunda lei de Newton
podemos escrever:

mv2
F=
r (2)

E como a única força que age sobre os elétrons é a magnética, temos que:

F  ev B  F  evB (3)

Combinado as equações (2) e (3), temos:

2
mv
= Bev (4)
r

Que pode ser reescrita da seguinte forma::

Ber
v= (5)
m

Substituindo a equação (5) na equação (1) e rearranjando os termos,


obtemos:

e 2V (6)
=
m B2r 2

Além disso, a intensidade do campo magnético no centro da bobina de


Helmholtz pode ser calculada por [2].

8μ0 NI
B= 3 (7)
R 5 2
Portanto:

0,72μ0 NI
B= (8)
R

Onde 0 = 4 x 10-7 ; N = número de espiras; I = corrente pela espira; e R =

raio da espira.

Assim, combinando as equações (6) e (8) obtemos o valor de (e/m) em função


de V, I e r, pela seguinte relação:

(9)
MATERIAL UTILIZADO –

2 Fontes CC de alta-tensão (o a 5000 V); -


1 Fonte CC de baixa tensão (0 a 20 V, 0 a 5 A); -
1 Par de bobinas de helmholtz; -
1 Ampola de vidro evacuada;
- Suportes plásticos (Ampola e bobinas); -
Cabos e adaptadores adequados ao uso com alta tensão.
RESULTADOS EXPERIMENTAIS

Em função da complexidade do experimento, usando a formula

É possivel determinar a razao carga massa usando a expressao abaixo

A = (125VR²/32N²𝜇0 ²) = constante característica do experimento

Para o caso particular dessas bobinas de Helmholtz, tem-se: A = (3,293.106 𝐴4𝑚2/𝑁²).V

Portanto, a razão (e/m) pode ser determinada de maneira experimental calculando o


coeficiente angular de uma reta em um gráfico ‘y’ por ‘x’

Raio r=0,03m Tensão V Corrente A Corrente A² e/m As/Kg


3 100 1,65 2,7225 1,688x10^11
3 120 1,82 3,3124
3 140 1,96 3,8416
3 160 2,11 4,4521
3 200 2,15 4,6225

Raio r=0,04m Tensão V Corrente A Corrente A² e/m As/Kg


4 100 1,22 1,4884 1,494x10^11
4 120 1,35 1,8225
4 140 1,46 2,1316
4 160 1,56 2,4336
4 180 1,66 2,7556
4 200 1,73 2,9929
4 220 1,83 3,3489
4 240 1,92 3,6864
4 260 1,93 3,7249
4 280 2,00 4
4 300 2,04 4,1616

Raio r=0,05m Tensão V Corrente A Corrente A² e/m As/Kg


5 100 0,95 0,9025 1,557x10^11
5 120 1,06 1,1236
5 140 1,15 1,3225
5 160 1,23 1,5129
5 180 1,30 1,69
5 200 1,36 1,8496
5 220 1,43 2,0449
5 240 1,44 2,0736
5 260 1,51 2,2801
5 280 1,57 2,4649
5 300 1,63 2,6569
250

y = 46.143x - 30.894
R² = 0.8998

200

150
v

Series1
100 Linear (Series1)

50

0
0 1 2 3 4 5
A^2

Grafico raio 3cm

Chart Title
350

y = 72.573x - 14.725
300 R² = 0.9881

250

200
Axis Title

Series1
150
Linear (Series1)
100

50

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3 3.5 4 4.5
Axis Title

Grafico raio 4cm


Chart Title
350
y = 118.18x - 14.038
300 R² = 0.9931

250
Axis Title

200

Series1
150
Linear (Series1)
100

50

0
0 0.5 1 1.5 2 2.5 3
Axis Title

Grafico raio 5cm


CONCLUSÃO

Tendo em vista os objetivos da disciplina, o valor encontrado da razão


carga massa foi bem proximo ao da literatura fazendo a media dos 3 valores
encontrados temos que a razao carga massa do eletron é 1,58x10^-11 As/kg,
com 18% de erro em relação a literatura que é 1,76x10^-11 As/kg,
considerando as dificuldades de medição devido o experimento ser feito no
escuro e os equipamentos serem antigos foi bem satisfatório.
1. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] http://phoenix.phys.clemson.edu/labs/cupol/eoverm/

[2] Griffiths, David J. Introduction to Electrodynamics – 3° ed. Capítulo 5,


p. 205 e 249 , Editora: Prentice Hall, Upper Saddle River, New Jersey, 1999.

[3] Morris H. Shamos, Great Experiments in Physics, (New york, Holt,


1959)

[4] Dean S. Edmonds, Ciofari´s Experiments in College Physics,


(Lexington, MA), DC. Heath and Co., 1983, pp. 373-377.

[5] http://hyperphysics.phy-astr.gsu.edu/hbase/hframe.html

[6] H.M. Nussensweig, Curso de Física Básica, Vols. 3 e 4, Editora Edgard


Blücher, 1997.

[7] J.R. Reitz, F.J. Milford, R.W. Christy, Fundamentos da Teoria


Eletromagnética, Editora Campus Ltda., 1982.

[8] Tiago F.C. Leão, Relatório Parcial da Disciplina F 809, Campinas, 2006.

[9] http://en.wikipedia.org/wiki/Electron_gun

[10] http://www.matter.org.uk/tem/electron_gun/electron_gun_simulation.htm

[11]
http://physics.csustan.edu/java/tutorials/EM/ElectronGun/ElectronGun.htm

[12] http://www.unl.edu/CMRAcfem/gun.htm

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