Peça Teatral
Peça Teatral
Peça Teatral
Personagens:
Dorian Gray
Henry
Basil
Sibyl Vane
Último amor
Mordomo
Basil pinta o retrato de Dorian e pessoas que fazem parte do cenário saem se expressando
na cena e outras entram trazendo o novo cenário: o jardim. Naquele momento, Basil saiu e
somente Henry e Dorian estão sozinhos. Até que eles comecem a falar e até sentarem está
a música (Carmen - Habanera)
*Henry: Sabe qual é o maior segredo da vida? Curar a alma por meio dos sentidos e os
sentidos com auxílio da alma. O senhor é uma admirável criatura, sabe mais do que pensa
saber, assim como julga conhecer menos do que conhece.
*Dorian: és filósofo?
*Henry: o senhor possui uma juventude admirável e ela é a única coisa desejável.
*Dorian: Eu pouco me incomodo.
*Henry: diz isso agora, mas um dia verá, quando for velho e feio, quando as primeiras linhas
de expressão aparecerem em seu rosto. Acha prazer agora que a possui, sua figura é
adoravelmente bela senhor Gray e não sorrirá tão facilmente quando perdê-la.
*Dorian: o senhor não sabe o que diz.
*Henry: eu bem sei, olhe para mim, tenho 30 anos, casado e já estou com as marcas do
tempo antes da hora. Aproveite a sua mocidade quanto a possui, foi um presente dos
deuses a beleza que tem.
*Dorian: nunca parei para pensar nisso.
*Henry: quando o encontrei, vi em você a inocência, percebi que o senhor não tinha
consciência do que é e do que poderá vir a ser. Juventude! Ah, juventude! Nada há neste
mundo além da juventude.
Basil aparece entusiasmado no jardim com a pintura
*Basil: hoje não me faltou criatividade, terminei a sua pintura Dorian.
Dorian levanta
*Dorian: Que coisa profundamente triste, eu ficarei velho e hediondo. Esta pintura
continuará sempre fresca. Ah! Eu seria o homem mais feliz do mundo se pudesse mudar o
meu destino. Eu daria tudo, até a minha alma, se eu pudesse me conservar novo e este
retrato envelhecesse. Ainda gostarás de mim, Basil? Até aparecer-me a primeira ruga.
Agora sei que quando perdemos os encantos, perdemos tudo. Tua obra revelou-me isto.
Lorde Henry tem toda a razão. A mocidade é a única coisa de valor. Quando perceber que
envelheço, hei de matar-me!
*Basil: Dorian, Dorian, não fales assim. Nunca tive e jamais terei um amigo igual a ti.
Sempre irei estimá-lo. Tu não podes ter ciúmes de coisas materiais, não achas?
*Dorian: tenho ciúmes de tudo aquilo cuja beleza é imperecível. Tenho ciúmes do meu
retrato, por que deverá ele conservar o que hei de perder? Oh! Se pudéssemos mudar! Se
esse retrato pudesse envelhecer e eu conservar-me tal como sou! Por que pintaste isso?
*Basil: devias ter partido quando te pedi, Henry!
*Henry: fiquei porque me pediste.
*Basil: Henry, não quero brigar com meus dois melhores amigos. Como a detestar isso que
hoje pintei, irei destruí-lo. Não quero que essa tela apague nossas três vidas.
*Dorian: não Basil, seria um assassino.
*Basil: alegrar-me ver-te apreciar a minha obra.
*Dorian: eu adorei, meu amigo. Ela é linda e quero ficar com ela.
*Basil: que assim seja, se és a musa que me inspira todos os dias, serás o dono deste
quadro que por fim lhe pertence.
Entregou o quadro, fecha cortina
Enquanto a cortina estiver fechada, uma música estará sendo tocada. Uma valsa (act 2:
waltz of the flowers) a cortina de abre e duas pessoas estavam dançando, em uma saleta
de algum clube de festas ou casa de uma pessoa da alta sociedade, quase encerrando sua
valsa. Dorian e Sibyl. Final de comprimentam.
A música continua tocando e o casal continua dançando e o cenário vai sendo construído ali
na hora. O novo cenário terá várias cadeiras e simulará um teatro. Nesse momento, as
pessoas do cenário irão fazer uma representação, algo corrido que fará as pessoas não
saberem por onde olhar e em meio a dança eles constroem o novo cenário e saem. A
música para, os dois se entreolham, Sibyl saí, Dorian senta na cadeira e seus
companheiros entram.
*Dorian: como és linda, Sibyl é seu nome. Quando estou com ela, sinto um misto de
sentimentos e faz-me esquecer de todas as coisas mundanas.
*Henry: não acredito que a ame tanto assim, o amor é uma ilusão.
*Basil: diz isso e é casado.
*Henry: nem sempre há amor entre um casal, eu prezo pelo prazer.
*Dorian: conhecerás a minha amada, ela é artista. Quando é Ofélia à admiro, já quando
interpreta Julieta, minha vontade é só de ser o seu Romeu. Tem que ver, ela é excelente.
Entra Sibyl e começa a interpretar mal no teatro
*Sibyl: "Sou verdadeira em tudo que faço, busco sempre o que é melhor para mim, Romeu,
não me negas, não me amas como amo você. Renega teu pai e rejeita teu nome, ou cairei
aos prantos".
Som de desaprovação
*Basil: ela é belíssima Dorian, mas não sabe representar.
*Dorian: não, não é possível, ontem ela foi perfeita. Eu quero ver toda a peça, desculpa-me
por decepcionar vocês, meus amigos.
*Henry: Por Deus meu caro amigo! Não mostre esse ar trágico, vamos embora.
*Dorian: vá você, eu irei ficar mais.
Os dois saem e ficam só o casal ali.
*Sibyl: eis que avisto o meu príncipe encantador.
*Dorian: estás doente, se caso for, não podes apresentar.
*Sibyl: Dorian meu amor. Antes de conhecer-te o teatro era a minha vida. Era só pela arte
que eu vivia. Tinha o prazer nas tristezas de Julieta, as vontades de Cordélia eram as
minhas. Tu vieste e me apresentaste o teu belo amor. Príncipe encantador, príncipe de
minha vida, quando cheguei esta noite aqui, a inspiração me deixara, só havia espaço para
você em minha mente e em meu coração. Conduza-me para fora daqui, onde você quiser
me levar.
*Dorian: tu consumiste o meu amor! Destruiu o meu espírito! Agora nem sequer consegue
despertar-me curiosidade! Eu amava-te porque eras admirável, porque eras inteligente e
genial. Porque dava forma um corpo às sombras da arte! Puseste tudo isso de lado!
Apareceste estúpida! Como fui louco amando-te! Insensato fui! Eu não quero mais te ver,
nem quero mais pensar em ti nem lembrar-me teu nome.
*Sibyl: tu falas sério Dorian?
*Dorian: como falo, tu representaste tão mal, que minha vontade era se arrancar meus
olhos com tamanho horror. Tenho que ir embora, não me impeça, nem me toque.
*Sibyl: Dorian, Dorian, não me abandones! Sinto-me desolada por representar tão mal e não
sei o que serei sem ter você ao meu lado. Hei de tentar… sim, eu vou. Oh! Não me deixes.
*Dorian: Não quero mais olhar para você, a senhorita foi de uma imbecilidade atroz. Criei
ilusões em minha mente.
Dorian sai e Sibyl chora desesperadamente
Depois que Sibyl chora, ela se desespera e uma música animada surge (Antônio Vivaldi -
Storm) nesse momento pessoas do cenário correm na cena e outras tiram as cadeiras.
Nisso a personagem pega a faca pra se matar e cai no chão e as pessoas de preto caem
junto. Fecha a cortina.
Dorian está sentado em uma cadeira no meio do cenário, ao lado da parede há o quadro do
mesmo, porém, não mais o quadro dele jovem e sim velho e horrendo. Nesse momento
Dorian está lendo um livro e o mordomo aparece anunciando que seu amigo Basil está à
espera e logo o próprio entra e o criado sai no mesmo instante.
Nesse momento Dorian se enfureceu, de tanto ouvir as súplicas de Basil. Ele pega uma
faca e o mata.
*Dorian: tu era meu amigo, agora não é mais nada para mim.
Nesse momento, Dorian finge que não há ninguém morto ali e acaba surgindo o pessoal do
cenário em volta de Dorian, como se fosse uma cobra, ele está sentado, lendo. (Souvenir
d'italie - Lélio luttazzi) + (Old Man River - Lélio luttazzi) quando a música para, logo o
mordomo entra e diz algo, nesse momento as sombras olham pra ele, quando ele termina
de falar, as sombras saem e levam consigo o morto. E o quadro que ora estava exposto, se
vira.
Começa uma música, pessoas do cenário entram dançando fazendo uma fila. Assim,
começa a representação do amor entre Dorian e sua amada. (Dragonfly — Dana and
Alden). Nessa música deverá ter um fila, onde todas seguirão passos iguais e as vezes
diferentes, depois a amada e Dorian sairão da fila e vão está quase se beijando, enquanto
os de preto vão estar em volta. No final a amada chora e todos os outro deitam, Dorian sai
como o mesmo diz na cena. Depois começa a outra música, os figurantes levantam e
buscam a amada triste e voltam com Dorian com uma música mais corrida. Nesse momento
vai ter a encenação por meio de uma representação do Dorian destruindo o quadro e
morrendo. (Vivaldi. The four Seasons, violin concerto)
No final da representação Dorian vai está com todos os figurantes ao seu lado e fecha as
cortinas, com as cortinas fechadas ele dá um grito e morre.
Ainda com a cortina fechada:
Mordomo entra na cena. Na cena vai estar um quadro todo despedaçado e um homem
velho caído no chão: Dorian
Mordomo: quem és este à minha frente?.... Não pode ser… será o meu patrão? Reconheço
as jóias e sua roupa fina, mas está tão velho… e este quadro, nunca o vi antes, lembro-me
do meu patrão desse jeito, lindo e jovem, mas este à minha frente está velho demais, o que
será que aconteceu? Não pode ser a mesma pessoa.
Na última frase o mordomo vai está de frente para o morto e olhando para o público. (Valsa
para a lua - Vitor Araújo) Ainda ao som da música a cortina será fechada e quando for
aberta de novo, alguém: talvez Dorian ou outra pessoa, irá recitar um trecho do livro, sem
dizer que é do livro, como se participasse da cena. A pessoa estará diante do microfone.
Depois disso a pessoa vai um pouco mais para trás e todos da peça vêm para a cena e
despedem do público