Picnodisostose - Relatório

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Brenda Eduarda Nonato Costa

Professora: Maria Elisabeth Campos

PAOPE

05 de abril de 2024

Picnodisostose

A PYCD é uma síndrome genética rara de má formação dos tecidos duros com

herança genética autossômica recessiva decorrente de um defeito no gene que codifica a

enzima catepsina K. A ausência dessa enzima faz com que os osteoclastos não

reabsorvam a matriz orgânica de maneira correta, prejudicando a remodelação óssea

causando nos ossos frágeis e densos. Esse distúrbio causa diversas partes do corpo,

principalmente a região orofacial.

A prevalência é estimada de 1 caso a cada 1,7 milhões de nascimentos no mundo,

tendo a consanguinidade parental presente em 30% dos casos.

As manifestações clínicas se baseiam em baixa estatura, as falanges dos dedos em

formato de baquetas e estreitamento da cavidade medular dos ossos longos, atraso no

fechamento das fontanelas e das suturas cranianas, aproximadamente um terço dos

pacientes possuem olhos proeminentes com esclera azulada e. Nas questões orofaciais

pode-se encontrar: hipoplasia do terço médio da face e seios paranasais, bochechas

proeminentes, ponte nasal alta, protuberância frontal, nariz em formato de bico e projeção

(ou retração) da mandíbula, conduzindo a uma má-oclusão com mordida aberta ou

cruzada. Quanto às manifestações bucais, podemos observar comumente erupção tardia


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de molares permanentes, palato arqueado e estreito, alteração do formato,

posicionamento e quantidade de dentes. E complicações respiratórias, como a apnéia

obstrutiva, também ocorrem com frequência. Essa doença não afeta a cognição e a

maioria dos pacientes tem uma expectativa de vida normal. As alterações crânio-faciais

reduzem o espaço aéreo superior e podem aumentar o risco de insuficiência respiratória.

Outros fatores que contribuem para a baixa estatura na PYCD são a desnutrição, a

obstrução crônica das vias aéreas e a hipoxemia, macroglossia também pode estar

presente.

O diagnóstico correto e precoce da Picnodisostose é importante, seja para a

orientação e prevenção de fraturas, como para conduzir as complicações odontológicas e

respiratórias, propiciando uma melhor qualidade de vida a esses pacientes.

Pré natal para a PYCD não é comum, sendo pedido apenas caso haja casos na

família.

RELATO DE CASO 1 - IRMÃOS - 1978

Caso 1 — S.S.S., 8 anos de idade, sexo masculino, atendido no ambulatório de

Neuropediatria em 22-02-78 (RG 204774ek). Foi trazido à consulta por apresentar

fontanela ampla, crânio desproporcionalmente grande em relação à sua estatura.

Antecedentes — Trata-se do quarto filho, da quarta gestação que decorreu sem

intercorrência, seguida de parto normal a termo. Com um mês de idade foi notado que

sua cabeça era desproporcionalmente grande e fontanelas amplas. Aos 4 meses de idade

passou a apresentar crises convulsivas hemigeneralizadas à direita, de curta duração, na

frequência de uma a cada dois meses. Não apresentou mais crises após os 2 anos de
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idade. Ultrapassou as várias etapas do desenvolvimento neuropsicomotor dentro da

normalidade; entretanto, sempre houve baixo desenvolvimento pôndero-estatural.

Negadas outras patologias, traumatismos ou fraturas. Pais consangüineos, primos em

primeiro grau; pai com 40 anos e mâe com 37 anos, normais.

Caso 2 — E.S.S., 12 anos de idade, sexo feminino, atendida no ambulatório de

Neuropediatria em 22-03-78 (RG 2050622J). A paciente foi trazida à consulta por

apresentar sintomatologia semelhante a seu irmão (Caso 1 — S.S.S.). Trata-se da segunda

filha, da segunda gestação, a qual foi normal. Parto normal e a termo. Etapas de

desenvolvimento neuropsicomotor dentro de padrões normais. Por outro lado, sempre

apresentou baixo desenvolvimento pôndero-estatural e fontanelas amplas. Aos 3 anos de

idade apresentou crise convulsiva hemigeneralizada à direita, de curta duração que se

repetiu por mais duas vezes, sendo a última aos 6 anos de idade. Nega outras patologias

exceto que nos últimos 4 anos fraturou a tíbia direita duas vezes e, a esquerda uma vez,

sempre por traumatismos leves. Pais consanguíneos, primos em primeiro grau.


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ARAUJO, THAÍS FENZ; DO, DISTRIBUIÇÃO DAS MUTAÇÕES NO

ESTADO; DO BRASIL, REGIÕES. FACULDADE DE CIÊNCIAS MÉDICAS.

SUASSUNA, Thalles Moreira et al. Aspectos gerais e orofaciais da

picnodisostose: relato de duas intercorrências cirúrgicas odontológicas. Research,

Society and Development, v. 10, n. 14, p. e69101421692-e69101421692, 2021.

SANTANA, Gabriela Fernandes et al. Manejo multidisciplinar da displasia

cleidocranial-Revisão de literatura com metanálise. Research, Society and

Development, v. 12, n. 7, p. e5912742505-e5912742505, 2023.

Reimão, R. N. A. de A., & Diament, A. J.. (1979). Picnodisostose: registro de dois

casos na mesma família. Arquivos De Neuro-psiquiatria, 37(4), 412–419.

https://doi.org/10.1590/S0004-282X1979000400007

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