AULA 8 - Nutrição Aplicada À Enfermagem - Introdução À Dietoterapia - 2023.2

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FACULDADE DE ENFERMAGEM NOVA ESPERANÇA

Curso de Graduação em Enfermagem

Módulo
Bases Terapêuticas do Cuidado à Saúde II
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Introdução à Dietoterapia
Prof. Renato Dantas

João Pessoa-PB, 2023


Nutrição Aplicada à Enfermagem

INTRODUÇÃO À DIETOTERAPIA

 Os alimentos podem auxiliar


sobremaneira a recuperação da
saúde, sendo, em alguns casos, a
única opção de tratamento de
algumas doenças.

 A terapia que os utiliza como


complemento ou única forma de
tratamento é chamada dietoterapia.

Dietoterapia é a parte da ciência da nutrição que se


dedica às dietas especificas para cada enfermidade.
Nutrição Aplicada à Enfermagem

O cuidado nutricional
Diferentes necessidades nutricionais de uma
pessoa depende do tipo de enfermidade que
acomete o indivíduo.

 Uma pessoa saudável necessita de


cuidado nutricional na forma de educação
quanto aos hábitos alimentares.

 Já o cuidado nutricional para paciente


enfermo ou hospitalizado é mais
complexo.

Deve incluir:
• o acompanhamento da ingestão de alimentos;
• a adequação destes alimentos à sua patologia;
• o aconselhamento do paciente quando ela for
inadequada.
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Etapas que compõem o cuidado nutricional


Algumas são específicas do nutricionista mas todas envolvem o
conhecimento e participação de uma EQUIPE MULTIPROFISSIONAL que
tem por objetivo restabelecer a saúde das pessoas.

1. Avaliar o estado nutricional do indivíduo de acordo com as


recomendações relativas à sua faixa etária, utilizando os
seguintes parâmetros:

 antropométricos (peso, comprimento/altura, circunferências, dentre


outros);

 bioquímicos (sangue, urina, fezes);

 clínicos (sinais e sintomas de carências nutricionais);

 dietéticos (avaliação da alimentação com base em realização de


entrevista sobre hábitos, alimentos ingeridos, preferências, aversões
e alergias alimentares).
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Etapas que compõem o cuidado nutricional


Algumas são específicas do nutricionista mas todas envolvem o
conhecimento e participação de uma EQUIPE MULTIPROFISSIONAL que
tem por objetivo restabelecer a saúde das pessoas.

2. Identificar as necessidades ou os problemas nutricionais - os


resultados da etapa anterior possibilitam identificar os
problemas de saúde relacionados à alimentação;

Cunha (2007)
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Etapas que compõem o cuidado nutricional


Algumas são específicas do nutricionista mas todas envolvem o
conhecimento e participação de uma EQUIPE MULTIPROFISSIONAL que
tem por objetivo restabelecer a saúde das pessoas.

3. Planejar e priorizar os
objetivos do cuidado
nutricional – compete ao
nutricionista traçar um plano
com dieta individualizada e
orientação quanto ao cuidado
e maneiras corretas de
preparo dos alimentos, bem
como possíveis modificações
no padrão alimentar;

Adaptado de: Marian, M., Thomson, C., Esser,


M et al. Surgery Nutrition Handbook. Chapman
& Hall, New York. 1996; p.2
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Etapas que compõem o cuidado nutricional


Algumas são específicas do nutricionista mas todas envolvem o
conhecimento e participação de uma EQUIPE MULTIPROFISSIONAL que
tem por objetivo restabelecer a saúde das pessoas.

4. Executar as atividades
nutricionais
necessárias para
atingir os objetivos -
nessa etapa, toda a
equipe de saúde
deverá envolver- se
com vistas ao
desenvolvimento das
atividades pertinentes
ao sucesso do
cuidado nutricional;
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Etapas que compõem o cuidado nutricional


Algumas são específicas do nutricionista mas todas envolvem o
conhecimento e participação de uma EQUIPE MULTIPROFISSIONAL que
tem por objetivo restabelecer a saúde das pessoas.

5. Avaliar os resultados do cuidado nutricional - esta fase é fundamental


para a manutenção ou não do tratamento proposto. Com base na
avaliação frequente e no monitoramento dos parâmetros nutricionais
anteriormente mencionados, serão efetuadas modificações e
adequações necessárias.

O cuidado nutricional de pacientes


hospitalizados é bem mais complexo do
que o mero fornecimento de refeições.
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Etapas que compõem o cuidado nutricional


Práticas hospitalares simples podem ser aplicadas com vistas à
melhoria do estado nutricional de pacientes hospitalizados.

 registrar as medidas antropométricas


(peso e comprimento/altura)
frequentemente;
 conhecer a prescrição da dieta a que o
paciente está submetido;
 observar a aceitação da dieta pelo
paciente, informando ao médico e ou
nutricionista responsável as possíveis
intercorrências;
 observar e informar à equipe de saúde as
alterações funcionais relacionadas à
alimentação (diarreias, vômitos,
distensão abdominal);
Nutrição Aplicada à Enfermagem

Etapas que compõem o cuidado nutricional


Práticas hospitalares simples podem ser aplicadas com vistas à
melhoria do estado nutricional de pacientes hospitalizados.

 estimular o paciente e informá-lo


acerca da importância de seguir
rigorosamente a dieta prescrita;
 auxiliar o paciente, se necessário, na
administração de suas refeições;
 procurar tornar o horário das
refeições um momento de prazer
para os pacientes;
 informar, ao paciente e seus
familiares, o funcionamento e as
rotinas do serviço de nutrição.
Nutrição Aplicada à Enfermagem
Estrutura padrão de uma unidade de alimentação e nutrição hospitalar

Essa estrutura tem por objetivos planejar,


confeccionar e distribuir alimentação normal
e dietas terapêuticas - sempre que possível,
atendendo hábitos e preferências
alimentares. Suas áreas de atuação são:

 setor de armazenamento – recebe e estoca


os alimentos (almoxarife);
 setor de produção – confecciona as refeições
(cozinheiro e auxiliares de cozinha);
 setor de distribuição – distribui as dietas e
refeições do refeitório (copeira);
 setor de administração – planeja, compra,
organiza e supervisiona o funcionamento do
serviço (nutricionista);
 setor clínico – prescreve, acompanha, orienta
e avalia as dietas (nutricionista).
Nutrição Aplicada à Enfermagem
Estrutura padrão de uma unidade de alimentação e nutrição hospitalar

Sua clientela é composta pelos


pacientes hospitalizados, seus
acompanhantes e os profissionais de
saúde que estiverem de plantão. As
refeições são assim distribuídas:

 desjejum, colação, almoço, lanche,


jantar e ceia (para os pacientes);

 desjejum, almoço e jantar (para os


acompanhantes, na dependência
das normas de cada instituição);

 desjejum, almoço, jantar e ceia (para


os profissionais de plantão).
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Prescrição Dietoterápica

PRINCÍPIOS

 Conhecer a composição química e valor nutricional dos alimentos, fontes e


funções dos alimentos, técnicas de preparo e ações dos nutrientes no
organismo;

 Deve estar de acordo com o estado fisiopatológico e nutricional, sinais e


sintomas clínicos e exames laboratoriais do paciente;

 Deve atender às leis fundamentais de alimentação de Escudeiro (quantidade,


qualidade, harmonia e adequação);

 Conhecer a composição química e valor nutricional dos alimentos; ¤ Conhecer


as fontes e as funções dos alimentos;

 Conhecer as manipulações a que devem ser submetidos os alimentos e valor


nutricional dos alimentos para poder transformá-los em refeições;
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Prescrição Dietoterápica

PRINCÍPIOS

 Conhecer a ação dos nutrientes no organismo;

 Conhecer o diagnóstico e a síndrome fisiopatológica predominante e as


concomitantes do paciente;

 Conhecer o momento evolutivo da doença.


Nutrição Aplicada à Enfermagem
Prescrição Dietoterápica

PRINCÍPIOS
Relativas ao paciente e cumpre ao Nutricionista verificar:

 História clínica e doença que apresenta;

 Fatores psicológicos, nível de consciência e estado emocional: traduzidos por


constipação, diarreia, ansiedade, nervosismo, depressão;

 Hábitos de alimentação, influenciados pela cultura, nível socioeconômico e


pelo ambiente em que vive, religião, superstições, tabus, influência familiar;

 Potencial de aprendizagem e entendimento, conhecimento prévio da doença e


da dieta;

 Estado físico: dentição (falta de dentes ou em mal estado de conservação),


mucosa oral (ulcerações), mastigação, deglutição, dificuldade para
movimentar-se, dor e desconforto gástrico, eliminações fisiológicas
(evacuação e diurese).
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Prescrição Dietoterápica
Nutrição Aplicada à Enfermagem
Planejamento Dietoterápico

As dietas terapêuticas podem ser definidas como modificações


quantitativas e qualitativas da dieta normal.
 A dieta qualitativa é uma dieta
adequada ajustada de acordo com o tipo
de alimento permitido.

 A dieta quantitativa é calculada com o


aumento ou a diminuição na quantidade
dos constituintes alimentares.

 As dietas para tratamento de doenças


gastrintestinais, são usualmente
qualitativas, enquanto que as dietas
usadas para tratamento de diabetes ou
doença renal são usualmente
quantitativas.
Nutrição Aplicada à Enfermagem
Planejamento Dietoterápico

O ajuste de uma dieta pode ter


qualquer uma das seguintes forma:

 Mudança na consistência dos alimentos -


normal, branda, pastosa, semilíquida,
líquida, líquida restrita;

 Aumento ou diminuição no valor


energético - dieta hipo ou hipercalórica:
dieta para perda ou ganho de peso;

 Aumento ou diminuição ou acréscimo de


um nutriente - dieta hipossódica, dieta
hipolipídica, dieta com teor reduzido ou
aumentado de fibras, dieta rica em
potássio, dieta rica em ferro, dieta
acrescida de imunomoduladores, etc.
Nutrição Aplicada à Enfermagem
Planejamento Dietoterápico

O ajuste de uma dieta pode ter qualquer uma das


seguintes forma:

 Exclusão de nutriente específico - dieta isenta de


glúten, dieta isenta de lactose, dieta isenta de
fibras, dieta para alergia;

 Ajuste na proporção e equilíbrio de nutrientes


(carboidratos, proteínas e lipídios) - dieta para
diabetes, dieta para pacientes renais, dieta para
pacientes hepatopatas, etc;

 Rearranjo do número de frequência de refeições


– dieta para diabetes;

 Mudança na via de administração da dieta: oral


ou por sonda (gástrica ou pós-pilórica - no
duodeno ou no jejuno) ou ostomias
(faringostomia ou gastrostomia ou jejunostomia)
ou intravenosa por meio de um acesso venoso.
Nutrição Aplicada à Enfermagem
Planejamento Dietoterápico

Nutrição Enteral

 Nutrição enteral é a oferta de uma DIETA LÍQUIDA por meio de uma


sonda colocada no estômago, duodeno ou jejuno. O termo “enteral”
vem do grego enteron, que significa intestino.

 Nas dosagens ideais prescritas pelo médico ou nutricionista, a


alimentação por sonda atende todas as necessidades nutricionais.

 Sua indicação é prescrita para pessoas com necessidades


nutricionais normais ou aumentadas:
 Disfagia (dificuldade de deglutição);
 Acidente vascular cerebral (AVC);
 Doença de Alzheimer;
 Doenças neurológicas;
 Tumores;
 Condições que necessitem de repouso, como em caso de
cirurgias.
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Planejamento Dietoterápico

Nutrição Enteral

 Para administrar a dieta enteral, é necessária a passagem de uma


sonda, um tubo fino e flexível que conduz o alimento até o órgão
necessário (estômago ou intestino). Para isso utilizam-se as
seguintes vias de acesso:
TIPOS O QUE É VANTAGENS DESVANTAGENS
É um tubo introduzido É a via mais utilizada por ser Pode causar irritação nasal,
através do nariz até ao a mais fácil de colocar. do esôfago ou da traqueia;
Nasogástrica estômago. pode movimentar-se ao
tossir ou vomitar e pode
causar náuseas.
É colocada desde a boca até Não obstrui o nariz, sendo a Pode levar a aumento da
Orogástrica e oroentérica ao estômago ou intestino. mais utilizada em recém- produção de saliva.
nascidos.
É uma sonda colocada É mais fácil de movimentar; Diminui a ação dos sucos
desde o nariz até ao é melhor tolerada; diminui a gástricos; apresenta risco de
intestino, que pode ser possibilidade de que a perfuração intestinal; limita
Nasoentérica
colocada até ao duodeno ou sonda fique obstruída e a seleção das fórmulas e dos
jejuno. provoca menos distensão esquemas de alimentação.
gástrica.
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Planejamento Dietoterápico

Nutrição Enteral

 Para administrar a dieta enteral, é necessária a passagem de uma


sonda, um tubo fino e flexível que conduz o alimento até o órgão
necessário (estômago ou intestino). Para isso utilizam-se as
seguintes vias de acesso:
TIPOS O QUE É VANTAGENS DESVANTAGENS
É um tubo que é colocado Não obstrui a via aérea; Precisa ser colocada por
diretamente sobre a pele permite o uso de sondas cirurgia; pode causar
até ao estômago. com maior diâmetro e é aumento do refluxo; pode
Gastrostomia
mais fácil de manipular. provocar infecção e irritação
da pele; apresenta risco de
perfuração abdominal.
A sonda é colocada Diminui o risco de aspiração Mais difícil de colocar,
diretamente desde a pele dos sucos gástricos para o necessitando de cirurgia;
até ao duodeno ou jejuno. pulmão; permite uma apresenta risco de
Duodenostomia e
alimentação no pós obstrução ou ruptura da
jejunostomia
operatório de cirurgias sonda; pode causar diarreia;
gástricas. precisa de uma bomba
infusora.
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Planejamento Dietoterápico

Nutrição Parenteral

 Quando por algum motivo a Dieta


Enteral não puder ser realizada, entra
em cena a Dieta Parenteral que será
administrada de forma intravenosa,
por meio de cateter, diretamente na
veia.

 É também em forma líquida, uma


solução ou emulsão com diferentes
formulações preparadas de acordo com
a necessidade de cada paciente.

 Ela é composta basicamente por


carboidratos, aminoácidos, glicose,
gorduras, proteínas, eletrólitos, sais
minerais e vitaminas.
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Planejamento Dietoterápico

O planejamento deve considerar a oferta de todos os alimentos essenciais


Nutrição Aplicada à Enfermagem

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