Como Vencer GIGANTES.
Como Vencer GIGANTES.
Como Vencer GIGANTES.
para a batalha.”
Salmos 144:1
Como vencer gigantes
Autores:
William Douglas
Flavio Valvassoura
Revisão:
Equipe Citadel
Produção de eBook:
Loope
Douglas, William
Como vencer gigantes : lições bíblicas da luta entre Davi e
Golias / William Douglas, Flavio Valvassoura. — Porto Alegre :
Citadel, 2023.
EPUB
William Douglas
Flavio Valvassoura
Sumário
Introdução
A história completa
Golias desafia os israelitas
Jessé envia Davi ao acampamento de Saul
Davi mata Golias
Israel derrota os filisteus
Quem é quem
Parte 1 | Antes da batalha
1. Guerras e gigantes
Atire A Pedra!
2. Gigantes que se criam sozinhos
Atire A Pedra!
3. Gigantes criados por nós mesmos
Atire A Pedra!
4. Gigantes que valem a pena
Atire A Pedra!
5. A estratégia torna o gigante menor
Fale!
Atire A Pedra!
6. O medo aumenta o tamanho do gigante
Não Aumente O Gigante, Aumente Você
Atire A Pedra!
7. Faça o que tem de ser feito
Acorde Cedo
Identifique O Seu Rebanho
Davi Partiu
Atire A Pedra!
8. Qual é a sua carga?
Atire A Pedra!
Parte 2 | Os gigantes antes dos gigantes
9. Desarmonia
Desarmonia
A Importância Da Liderança Na Harmonia Do Grupo
Atire A Pedra!
10. Desânimo
Atire A Pedra!
11. Desespero
Atire a pedra!
12. Descrédito
Atire A Pedra!
13. Desperdício de energia
Atire a pedra!
Parte 3 | A batalha
14. Motivação: o que ganhará quem matar o gigante?
Atire A Pedra!
15. Desenvolva habilidades e assuma suas responsabilidades
Atire A Pedra!
16. Seja você mesmo
Celebre Suas Vitórias
Atire A Pedra!
17. Não dê sua armadura para os outros
Displicência X Delegação
Atire A Pedra!
18. Escolha suas pedras… e lute!
As Pedras Do Caminho
Lute! Enfrente O Gigante!
Atire a pedra!
19. Termine o que começou
Passos De Bebê
Atire a pedra!
Parte 4 | Lições para o campo de batalha
20. Não basta ser grande
Atire a pedra!
21. Evite os excessos
Atire a pedra!
22. O dever de cada um
Atire A Pedra!
23. Os erros de Golias
Atire A Pedra!
24. Valorize o pouco
Atire A Pedra!
25. Pequenos unidos podem vencer o grande
Atire a pedra!
26. Gigantes podem ser derrotados
Atire A Pedra!
27. Vence quem se prepara melhor
Atire a pedra!
Parte 5 | Lições para as batalhas do dia a dia
28. Economize e desfrute
Atire a pedra!
29. Distancie-se para ver melhor
Atire a pedra!
30. Aprenda a dar, receber e recusar
Atire a pedra!
31. Você nunca está sozinho
Atire a pedra!
32. Procure o melhor ângulo
Atire a pedra!
33. Atitude vale mais que estatura
Atire a pedra!
34. Outros gigantes virão
Atire a pedra!
35. Os gigantes da velhice
Atire a pedra!
36. Amor paternal e filial
Atire a pedra!
37. Honra e reputação
Atire a pedra!
Conclusão
Bibliografia
Agradecimentos
Conheça outros títulos dos autores
Sobre o Autor
Colofão
Introdução
objetivo deste livro é ensinar você a enfrentar as batalhas do
O
dia a dia. Para isso, vamos analisar uma das mais conhecidas
histórias da Bíblia: a surpreendente luta entre Davi e Golias.
Toda batalha tem uma história pretérita, que explica
como os adversários chegaram até o momento do combate e
que pode justificar, na maioria das vezes, o porquê de um deles sair
vencedor. E, além de tudo o que a batalha em si representa, o que
acontece depois dela também ensina muita coisa. É preciso, portanto,
observar o quadro mais amplo para entender o que ele tem a nos
mostrar. E é exatamente isso que faremos aqui.
Essa batalha épica traz ensinamentos poderosos para nos inspirar a
vencer nossos próprios gigantes – sejam eles desafios no trabalho,
conflitos no relacionamento, crises pessoais, problemas de saúde etc.
As atitudes e escolhas de Davi, assim como as estratégias e
artimanhas de Golias, são fontes riquíssimas de aprendizado. Mas não
podemos cometer o erro de focar apenas o momento crucial em que
ambos estão frente a frente na arena. Essa abordagem,
definitivamente, não é o melhor modo de absorver todas as lições
desse episódio.
Assim, optamos por separar as lições por ordem lógica, mais do que
cronológica, traçando um perfil resumido de cada um de seus
participantes e dividindo a história em três momentos: antes, durante
e depois da batalha.
Nos capítulos em que tratamos das situações que aconteceram antes
da batalha, demonstramos maneiras de lidar com os diversos gigantes
da vida e apresentamos as características que diferenciam Davi dos
outros homens. Nos capítulos em que abordamos o momento da
batalha, discorremos sobre os pontos essenciais do combate. A seguir,
quando discorremos sobre o que acontece após a batalha, traçamos
uma série de lições para suas batalhas pessoais. Dentro de cada um
desses blocos, aí sim, seguimos a ordem cronológica dos fatos,
conforme o relato bíblico.
Nossa intenção foi sistematizar e estruturar as valiosas lições que
poderiam passar despercebidas ao longo da história. Mas é preciso
salientar que elas não foram criadas por nós, autores deste livro: são da
própria Bíblia. Nós apenas as trouxemos à luz. Cada uma delas,
individualmente, é poderosa e inspiradora. Juntas, são capazes de
mudar uma vida, um destino e até mesmo uma nação. Esperamos que
a vitória do jovem Davi sobre o temido filisteu seja uma inspiração
para sua vida daqui por diante. E que as lições dessa história o ajudem
a vencer os gigantes que você escolher enfrentar – e aqueles que
ousarem aparecer à sua frente.
William Douglas e Flavio Valvassoura
A história
completa
1 Samuel 17
Quando Saul viu Davi sair para lutar contra os filisteus, perguntou a
Abner, o comandante de seu exército: “Abner, quem é o pai desse
rapaz?”
“Não faço ideia, ó rei!”, disse Abner.
56 “Então descubra quem é o pai dele!”, ordenou.
57 Assim que Davi voltou, depois de matar Golias, Abner o levou a
Saul. Ele ainda carregava a cabeça do filisteu em suas mãos. 58 Saul
perguntou: “Quem é seu pai, meu rapaz?”
E Davi respondeu: “Sou filho de Jessé, que vive em Belém.”
Quem
é quem
batalha entre Davi e Golias não teria acontecido sem a
A
participação de Saul e dos outros personagens diretamente
envolvidos na trama. Por isso é importante entendermos
quem é quem nessa história:
SAUL – Foi o primeiro rei de Israel. Até então, Israel não era
governado por reis, mas o povo insistia em ser liderado por um
monarca, a exemplo de outros povos da época. Portanto, Saul não foi
criado para ser rei. Apesar disso, ele começou bem o seu reinado,
obtendo importantes vitórias. Depois, no entanto, o sucesso subiu-lhe
à cabeça. Saul deixou de respeitar a autoridade espiritual de Samuel e
desobedeceu a uma ordenança divina. A consequência por esse erro
foi ter sido destituído por Deus do seu trono (1 Samuel 13:1-14).
Começou a ser assombrado por espíritos malignos e sua vida entrou
em decadência física, moral e espiritual. Saul morreu em combate ao
lado de seu filho, Jônatas.
SAMUEL – Profeta escolhido por Deus para liderar seu povo, com
funções sacerdotais e políticas. Seu nascimento foi um milagre e,
desde a infância, Samuel tinha comunhão íntima com Deus. Logo
assumiu posição de destaque em Israel, tornando-se um dos principais
personagens da Bíblia Sagrada. Embora sábio e justo, Samuel tinha
temperamento forte e, como todo ser humano, também cometia erros.
Coube a ele ungir Saul e Davi reis de Israel.
JESSÉ – Pai de Davi, Eliabe e outros seis filhos. Como pai, seguia o
padrão da época e tinha preferência pelo primogênito, Eliabe.
Antes da
batalha
1
Guerras
e gigantes
Os filisteus reuniram seu exército para a batalha e acamparam em
Efes-Damim, entre Socó, em Judá, e Azeca. Em resposta, Saul reuniu
as tropas israelitas perto do vale de Elá. Assim, os filisteus e os
israelitas ficaram frente a frente, em colinas opostas, com o vale
entre eles.
1 Samuel 17:1-3
P
longe de conseguir resolver em definitivo seus conflitos e
guerras. Com as pessoas não é diferente. Todos enfrentamos
gigantes. Todos passamos por problemas emocionais,
profissionais e financeiros, assim como por conflitos nos
relacionamentos e na vida social. Alguns desafios podemos evitar ou
dispensar; há aqueles, porém, dos quais não podemos fugir. O
objetivo deste livro é ajudar você a se preparar para cada uma dessas
situações.
O desafio de Israel, apresentado no texto bíblico, era claro: derrotar
os filisteus. Antes mesmo de Davi entrar na história, a luta entre os
dois povos já existia. Tudo acontecia enquanto Davi cuidava das
ovelhas de seu pai, cumprindo seu papel familiar. Ele certamente
sabia que havia um conflito se desenrolando entre seu povo e os
inimigos, embora a guerra ainda não o tivesse atingido diretamente.
Da mesma forma, muitas vezes estamos cuidando de nossos
afazeres sem tomar ciência das inúmeras guerras que ocorrem ao
nosso redor. Podemos achar nossa vida difícil só por ignorar o que
acontece com os outros. Alguns conflitos afetam uma única pessoa,
outros são coletivos. É importante sermos sensíveis às lutas alheias. É
fácil manter o foco em nossas ovelhas enquanto o lobo abate o
rebanho vizinho. Mas ter consciência do que acontece à nossa volta
nos faz mais fortes, mais sábios e também mais humanos.
Quais são os gigantes que você tem enfrentado em sua vida?
Que batalhas vem travando no dia a dia?
Um gigante é qualquer situação que faça você se sentir oprimido,
paralisado, impotente. Desemprego, vícios, relacionamentos
desestruturados, dívidas, provas e doenças são alguns exemplos de
gigantes que assolam nossas vidas. Mas, nesta obra, ensinaremos você
a comemorar – e não lamentar – a existência deles, pois são uma parte
relevante da sua vida e fundamentais para o seu amadurecimento.
A luta que se anunciava no início do primeiro livro de Samuel,
embora arriscadíssima, trazia uma elevada carga de vantagens para o
povo que saísse vencedor. Se algum israelita derrotasse o gigante,
todos teriam paz. Logo, seria uma vantagem coletiva. Por outro lado,
esse guerreiro também receberia benefícios individuais: riquezas,
isenção de impostos e a mão da filha do rei em casamento.
Da mesma forma que “toda terra prometida tem um deserto antes”,
todo gigante vencido vale um prêmio depois. Se soubermos escolher
os gigantes certos – ou seja, não desperdiçando energia em batalhas
desnecessárias –, sempre teremos novos caminhos e oportunidades de
obter boas recompensas.
Nesse sentido, é melhor ter algum desafio pela frente do que não
ter nenhum. Os problemas nos fazem crescer. Eles funcionam como
um personal giant, uma espécie de treinador, um sparring, dado que
temos de evoluir e amadurecer para vencê-los. A nossa proposta é que
você aprenda a derrubar seus gigantes. Um bom método para alcançar
isso é, depois de listar todos os desafios que precisa enfrentar e que
consiga imaginar, buscar (a) lutar contra os gigantes certos; (b) no
lugar e na hora certos e (c) com as armas certas. Ao longo dos
capítulos falaremos sobre cada uma dessas situações.
A grande lição que Jesus nos ensina é que a chuva acontece na vida
de todos. Sempre precisaremos enfrentar tempestades, gigantes e
guerras. Não há como evitá-los. O que podemos fazer é decidir se
vamos enfrentá-los ou nos deixar vencer sem fazer nada. A derrota
antecipada é uma péssima escolha. Seu futuro e sua felicidade
dependem das atitudes que você toma nos momentos mais difíceis.
Mantenha-se forte, atento e confiante diante das guerras do dia a dia.
Para manter-se forte você precisa buscar algo que o motive toda vez
que suas forças fraquejarem. Davi buscou sua força em Deus. Há
quem a busque na felicidade dos filhos, num sonho que deseja realizar
etc. Qual é a sua motivação?
Para manter-se atento é preciso sabedoria. Isso envolve fixar os
olhos no alvo, planejar suas ações, procurar o ponto fraco do seu
gigante, estudar os prós e os contras da situação e assim por diante.
Por fim, para manter-se confiante é preciso conhecer o seu potencial,
reunir as armas certas para a batalha e ter no coração o desejo de
vitória. Além disso, você precisa desenvolver as ferramentas e as
técnicas necessárias para usar no momento do confronto. Isso é o que
vai definir se você será abatido pelos desafios
ou se será capaz de construir uma vida plena.
Como disse Leif Hetland no livro Giant Slayers – Ground Rules for
Overcoming Life’s Biggest Obstacles (Matadores de gigantes: Regras
básicas para superar os maiores obstáculos da vida), “um gigante pode
fazer por você algo que um amigo não lhe proporcionou a vida inteira.
Os gigantes não precisam ser vistos apenas como ameaças e
problemas: eles também existem para promover você a um novo
degrau em sua vida”.
Atire A Pedra!
Gigantes
que se criam
sozinhos
Então Golias, um guerreiro filisteu de Gate, saiu das fileiras do
exército filisteu. Ele tinha 2,90 metros de altura, usava um capacete
de bronze e vestia uma couraça de escamas de bronze que pesava
60 quilos. Também usava caneleiras de bronze e carregava no
ombro um dardo de bronze. A haste de sua lança era pesada e
grossa, como o eixo de um tear, e a ponta de ferro da lança pesava
cerca de 7 quilos. Seu escudeiro caminhava à frente dele.
1 Samuel 17:4-7
E
que nós criamos. Golias, o filisteu de Gate, já existia. Ele
nasceu, cresceu, tornou-se um guerreiro temido, ganhou
destaque no exército filisteu. Imaginem o desânimo que os
soldados de Israel sentiram quando o avistaram do outro lado
do vale pela primeira vez. Um soldado daquele tamanho! Como já
dissemos, a vida vai lhe apresentar gigantes com fria naturalidade. De
uma hora para outra vai aparecer algum obstáculo ameaçador do outro
lado do vale. E ele será desafiador como Golias, que proferia insultos
e impropérios contra seus adversários.
A vida tem sua cota de problemas para todas as pessoas, até para
aquelas mais pacatas e ordeiras. Harold Kushner escreveu um livro
muito interessante, intitulado Quando coisas ruins acontecem às pessoas
boas, que fala sobre esse tema. A vida é assim mesmo: ainda que você
se previna e faça por onde, mais cedo ou mais tarde os problemas
virão ao seu encontro. Isso é parte do jogo da vida.
Gigantes
criados por nós mesmos
Golias parou e gritou para as tropas israelitas: “Por que saíram
todos para lutar? Eu sou filisteu, e vocês são servos de Saul.
Escolham um homem para vir aqui e lutar comigo!”
1 Samuel 17:8
E
almejamos enfrentar, como os desafios de uma velhice
saudável em vez de uma morte prematura. Então, sabendo
que envelheceremos, podemos nos preparar para essa fase da
vida. Ao contrário desses “gigantes obrigatórios” –
dificuldades que surgem espontaneamente em nosso caminho –,
alguns problemas só existem porque os criamos ou imaginamos.
Atire A Pedra!
Cuidado com os gigantes que você cria, inclusive os
imaginários.
Algumas guerras e determinadas barreiras são alimentadas
por nós mesmos.
Saiba identificar os “Davis” em seu exército.
Devemos buscar a paz sempre que possível, evitando
conflitos.
4
Gigantes
que valem
a pena
“Se ele me matar, seremos seus escravos.
Mas, se eu o matar, vocês serão nossos escravos!”
1 Samuel 17:9
S
é correto dizer que, no caso de alguns deles, o que devemos
fazer é partir para cima. Há guerras que, por mais difíceis que
sejam, precisam ser lutadas. A guerra contra a corrupção e a
guerra contra a fome são dois exemplos. Governos,
organizações civis e cada cidadão devem estar engajados no combate à
cultura da corrupção. Essa é uma batalha difícil que precisa ser
vencida. Outro exemplo é o pesadelo das drogas, que tem vitimado
cada vez mais pessoas, sobretudo os jovens, trazendo ruína e
degradação não apenas para o próprio dependente, mas também para
sua família e toda a sociedade. E existem as lutas do cotidiano, como a
do trabalhador comum que levanta cedo todas as manhãs, pega sua
condução e tenta se manter ativo no mercado.
GIGANTE CERTO X GIGANTE ERRADO – O apóstolo Paulo
diz, em determinado momento, que lutou “o bom combate” (2
Timóteo 4:7). Ter uma boa estratégia significa tanto encarar as
batalhas importantes quanto abrir mão de sair lutando com todo
gigante que aparece. Assim como Davi ignorou as provocações de seu
irmão Eliabe, devemos evitar embates inúteis e lutar somente quando
o esforço compensar. A sabedoria popular fala sobre isso nos ditados
“não gaste vela com mau defunto” e “não faça tempestade em copo
d’água”.
O pastor Leif Hetland também afirma que não devemos nos
engajar em todas as batalhas. Reconhecer quais são essenciais faz toda
a diferença no nosso destino. Ninguém deseja enfrentar uma batalha
inútil e sem sentido. Conhecer nossa missão de vida quando nos
aproximamos dos gigantes do dia a dia nos ajudará a não desperdiçar
nosso tempo com batalhas que não nos pertencem.
Uma pessoa sábia deve escolher as guerras que valem a pena,
evitando as que não compensam. E, se decidir que é hora de lutar, é
fundamental saber quem está do seu lado e quais são os custos e as
consequências da batalha. Buscar sucesso profissional ou financeiro ao
custo da sua saúde, paz, honradez ou família é algo que não
compensa.
Há sacrifícios que valem a pena, mas há outros que não. Davi deve
ter pensado nos seus riscos pessoais, mas no seu caso ambos os
cenários eram assustadores: se tornar escravo junto com seu povo ou
encarar um guerreiro gigante. Optou por assumir a responsabilidade e
tomar uma atitude. Às vezes precisamos fazer algum tipo de sacrifício
pessoal em nome de um bem maior.
Um exemplo desse tipo de abnegação é o pastor Martin Luther
King Jr., símbolo da luta pelos direitos civis dos negros nos Estados
Unidos na década de 1960. Sua guerra pela igualdade era árdua, mas
suas armas eram a paz e o uso de estratégias inteligentes. Grande
defensor das causas sociais e da não violência, King ganhou o Prêmio
Nobel da Paz e acabou sendo assassinado aos 39 anos. Dentre os seus
muitos discursos que ficaram famosos, destacamos o que cristaliza a
lição sobre o senso de responsabilidade a respeito de inimigos que
precisamos enfrentar – seja por uma questão de necessidade ou de
princípios:
A covardia coloca a questão: “É seguro?”
O comodismo coloca a questão: “É popular?” A etiqueta coloca a
questão: “É elegante?”
Mas a consciência coloca a questão: “É correto?”
E chega uma hora em que temos de tomar uma posição que não é
segura, não é popular, não é elegante, mas o temos de fazer porque a
nossa consciência nos diz que é essa a atitude correta.
Atire A Pedra!
Não fuja dos seus gigantes.
Escolha as batalhas certas. Reconheça os gigantes que você
precisa enfrentar. Não se detenha em questões menores que
apenas roubarão seu ânimo e sua energia. Concentre-se nas
reais dificuldades da vida, aquelas que atrapalham seu
crescimento pessoal ou trazem infelicidade às pessoas que
você ama.
Enfrente as dificuldades com bravura, mas não perca de
vista as consequências em caso de insucesso. Lembre-se de
que não há luta vencida de véspera e que sempre existe
oportunidade para um recomeço. Portanto, se você fracassar
em uma tentativa, prepare-se melhor na próxima
oportunidade.
Procure cercar-se de pessoas que lhe transmitam coragem,
confiança, bom senso e espírito de iniciativa.
5
A estratégia
torna o gigante
menor
“Desafio hoje os exércitos de Israel. Mandem um homem para lutar
comigo!”
1 Samuel 17:10
FALE!
Atire A Pedra!
Escolha os gigantes que valem a pena enfrentar e vá lutar
contra eles.
Às vezes, a batalha não compensa, mas não há como evitá-
la. Então lute.
Primeiro recolha informações sobre o combate e só depois
escolha a melhor estratégia.
Lute a batalha certa na hora certa.
Aprenda a hora de falar e a hora de calar.
6
O medo
aumenta
o tamanho
do gigante
“Quando Saul e os israelitas ouviram isso, ficaram aterrorizados e
muito abalados.”
1 Samuel 17:11
H
motivos: brigas familiares, conflitos no trabalho, dívidas que
não conseguimos pagar, medo do desemprego, doenças que
podem se agravar, excesso de peso, falta de tempo para
cuidar de todas as demandas… Esses problemas ficam
martelando em nossa mente e trazendo angústia, mas pode ser que
nosso maior problema não seja o gigante em si, mas o medo que nos
imobiliza. O medo impedia o exército de Israel de desenvolver uma
estratégia para derrotar Golias.
Segundo um antigo provérbio alemão, “o medo faz o lobo maior do
que ele é”. A partir dessa ideia, pense o seguinte: será que o seu
gigante é tão grande assim? Ou será que ele vai ficando grande à
medida que você vai pensando cada vez mais nele?
Já falamos de gigantes imaginários e agora nos concentramos nos
gigantes superdimensionados por causa de uma falsa avaliação da
realidade. Às vezes o gigante não passa de invenção da nossa cabeça;
em outras ocasiões, ele de fato existe, mas é muito menor do que o
medo nos faz acreditar.
Davi ainda era muito jovem e não era alto. E quanto media Golias?
Algumas traduções da Bíblia adotam o sistema métrico da época e
mencionam 6 côvados e 1 palmo; outras versões fazem as conversões
necessárias e utilizam o sistema atual. O côvado correspondia à
distância entre o cotovelo e a ponta do dedo médio, ou seja, cerca de
45 centímetros. E um palmo ficava em torno de 20 centímetros.
Golias media, então, cerca de 2,90 metros. Experimente marcar essa
altura em uma parede ou no tronco de uma árvore, por exemplo.
Agora, olhe para a marcação como se estivesse diante de Golias.
Talvez você imaginasse que ele fosse bem maior. Muitas pessoas,
baseadas em filmes antigos ou mesmo em desenhos alegóricos,
imaginam um homem de proporções monstruosas, cinco a dez vezes
maior do que a realidade. Golias era muito grande, sim, mas não era
uma montanha em forma de homem.
No livro Click – Como resolver problemas insuperáveis, David Niven
mostra que uma das razões para o sucesso do filme Tubarão foi que os
produtores simplesmente não mostraram o tubarão! Steven Spielberg
trabalhou mais com a imaginação do que com a realidade, ou seja,
jogou com a tendência humana de sempre imaginar o perigo maior do
que ele é.
O caríssimo tubarão mecânico que Spielberg e sua equipe criaram
não funcionava e ainda teve sua pele artificial desfeita pela água
salgada. A solução foi fazer um filme sobre tubarão sem mostrar,
explicitamente, o animal. O diretor, genial como sempre, privilegiou a
insinuação de um tubarão, combinada de forma brilhante com a
tenebrosa e inesquecível trilha sonora de John Williams. E essa
insinuação do perigo forneceu a inequívoca e incomparável presença
da ameaça. Assim, curiosamente, em vez de ganhar destaque nas
principais sequências do longa, o tubarão que dá nome ao filme só
aparece inteiro na tela após 81 minutos.
Isso não acontece por acaso. O ser humano tende a
superdimensionar aquilo que lhe provoca receio. A mera repetição
inconsciente tende a aumentar o tamanho das angústias. Já ouviu a
expressão “quem conta um conto aumenta um ponto”? Os boatos e as
fofocas vão exagerando a realidade a cada vez que são repassados. Da
mesma forma, ficar remoendo seus temores os tornam maiores.
A verdade é que a maneira como você enxerga os desafios é um
reflexo do seu interior. Qualquer problema será muito grande
enquanto você se sentir pequeno. Se você costuma se desesperar
diante dos desafios, precisa fortalecer sua autoconfiança e entender
que obstáculos são apenas etapas necessárias à nossa evolução – e não
gigantes cujo principal objetivo de vida é nos destruir. Tudo pode ficar
mais fácil dependendo de como nós encaramos. Veja que ótimo
exemplo o escritor e palestrante T. Harv Eker usa para explicar esse
conceito no livro Os segredos da mente milionária:
Faça
o que tem
de ser feito
Levantando-se de madrugada, Davi deixou o rebanho com outro
pastor, pegou a carga e partiu, conforme Jessé lhe havia ordenado.
Chegou ao acampamento na hora em que, com grito de batalha, o
exército estava saindo para suas posições de combate.
ACORDE CEDO
D
fazer para ficar milionária, um magnata norte-americano
respondeu com três conselhos: 1) Acorde cedo; 2) Trabalhe
duro; 3) Ache petróleo. Quem deu essa resposta foi J. Paul
Getty, fundador da Getty Oil Company, e a frase ficou
famosa.
Os dois primeiros itens estão ao alcance de qualquer um. Só
dependem, afinal, de força de vontade. Davi, por exemplo, levantou-
se de madrugada para cumprir as ordens de seu pai. Ele não saiu de
casa às 10 horas ou ao meio-dia, depois de ficar enrolando na cama.
Sempre acordava cedo, antes do nascer do sol, para pastorear suas
ovelhas. Naquele dia específico, deve ter acordado ainda mais cedo,
porque tinha que ir primeiro ao campo, a fim de deixar o rebanho aos
cuidados de outro pastor. Depois, pegou as encomendas que deveria
levar ao acampamento militar e chegou lá a tempo de encontrar os
soldados entrando em formação, ouvir o grito de batalha e vê-los
saindo para ocupar suas posições no front.
Acordar cedo e trabalhar duro, tudo bem, mas… e quanto a achar
petróleo? Isso é piada de milionário, você pode pensar. O problema é
que talvez você esteja pensando literalmente no petróleo, o líquido
preto, viscoso, que sai de baixo da terra e movimenta os motores do
mundo. Contudo, que tal pensar de outra forma? O petróleo não é
um óleo que serve para os mais diversos usos, desde os combustíveis
aos plásticos? Então encare como petróleo qualquer coisa que resolva
a vida de alguém. Por exemplo, se você se inscreveu em um concurso
público ou em um vestibular e foi aprovado, achou petróleo! Se criou
uma solução ou um produto revolucionário, achou petróleo! Daí em
diante deverá aproveitar bem esse manancial que vai jorrar em sua
vida.
Não importa qual seja sua atividade profissional – empresário,
motorista, médico, professor, engenheiro, advogado, mecânico, artista,
vendedor –, se você der o melhor de si, pode descobrir o seu campo de
petróleo. Ninguém pode saber onde ele está exatamente. Encontrá-lo
só depende do seu talento e da sua dedicação. O importante é
continuar procurando.
Se Davi fosse mais descansado, talvez tivesse chegado tarde demais
e nós não estaríamos aqui, milhares de anos depois, falando dele. Mas
não: ele acordou cedo, trabalhou duro e achou seu petróleo. O petróleo,
nesse caso, foi a coragem de lutar contra o gigante – atitude que deu a
ele um diferencial sobre todo o exército.
E você? Qual é o seu petróleo? O que é preciso fazer para encontrá-
lo?
Qual foi a última vez que você partiu? Existem pessoas que passam a
vida planejando: realizar um sonho, criar um produto novo, fazer um
curso no exterior ou ter coragem de declarar seu amor. Ou então fazer
algo diferente, sair da rotina – escrever um livro, por exemplo.
Uma das lições que aprendemos com Davi é que ele não ficou
parado, enrolando, planejando indefinidamente ou medindo riscos.
Ele tinha uma missão, traçou seu plano e partiu.
Sem dúvida, ninguém pode vencer gigantes se não for ao encontro
deles.
Partir envolve uma boa dose de coragem, de ousadia. A coragem
não se refere apenas àquilo que vamos encontrar pela frente, mas
também ao que vamos deixar para trás. Partir significa abrir mão da
segurança e do conforto, trocar o conhecido pelo desconhecido.
Talvez a melhor metáfora desse movimento seja usar mais uma vez a
imagem do trapezista. Se não tiver coragem de soltar a barra, ele não
consegue se lançar no ar em busca do outro suporte – e é aí que reside
o interesse do público.
Claro que um bom artista sabe qual é a hora de largar uma barra e
pegar a outra, e aqui existe uma segunda sabedoria envolvida: a hora
certa. Em algum momento ou você solta a barra antiga ou jamais
voará em direção à nova. Quando chegar a hora certa, tenha coragem
de saltar.
Qual é a
sua carga?
Levantando-se de madrugada, Davi deixou o rebanho com outro
pastor, pegou a carga e partiu, conforme Jessé lhe havia ordenado.
Chegou ao acampamento na hora em que, com grito de batalha, o
exército estava saindo para suas posições de combate.
N
com outro pastor, pegou a carga e partiu. Em outras
passagens, como em Gálatas 6:2, a Bíblia diz para levarmos
os “fardos pesados uns dos outros” (NVI). A palavra “carga”
deriva do grego e remete a peso. Segundo o pastor e escritor
Fabrini Viguier em seu livro Ser homem, “os pesos podem ser
insuportáveis e precisam ser divididos. Divórcio, desemprego, luto e
enfermidades são exemplos de cargas pesadas. No entanto, elas não
precisam esmagar um homem, mas podem dar a ele a oportunidade
de repartir a própria carga com outros homens, aqueles que, como ele,
conhecem muito bem o incômodo de se mostrar fraco”.
Ou seja, cada um deve carregar a própria carga, mas precisamos
dividir o fardo quando seu peso é sufocante demais. Quando todos
estão unidos – quando uma equipe está lutando pelo mesmo ideal,
quando o casal está unindo forças pelo mesmo propósito –, tudo se
torna mais leve.
Mas atenção: tão louvável quanto assumir parte da carga de alguém
é ser humilde e admitir que precisa de ajuda para carregar a sua. No
entanto, isso é bem diferente de jogar nas costas de outra pessoa uma
responsabilidade que pertence exclusivamente a você. A ideia é
compartilhar, não transferir.
Quando chegou ao front, Davi percebeu que o exército israelita
tinha um gigantesco desafio pela frente e que aquela carga era pesada
demais para os homens que ali se encontravam. Não que não fosse
pesada para ele também – mas ele se sentia capaz de carregá-la. Então
decidiu tomar para si parte do fardo do grupo e salvou seu povo.
Dos outros São cargas que não são suas, mas algumas pessoas
podem querer lançar sobre você. Infelizmente, há
gente muito habilidosa em convencer os outros a
fazer seu trabalho. Isso ocorre muito nas famílias, nas
empresas e nas instituições religiosas, onde o
“vampiro”, apelando para seu amor, sua culpa, seu
bom coração ou outros artifícios, acaba colocando
você para trabalhar por ele. Não é fácil, mas você
precisa aprender a identificar essas pessoas e a dizer
“não” para elas.
Atire A Pedra!
Desarmonia
Então Golias, um guerreiro filisteu de Gate, saiu das fileiras do
exército filisteu. Ele tinha 2,90 metros de altura.
1 Samuel 17:4
1 Samuel 17:8
A
que costumam imobilizar as pessoas. O problema em si nem
sempre é tão grave. Às vezes, o pior problema reside dentro
de nós. Alguns gigantes moram do lado de fora e outros do
lado de dentro.
Com frequência as pessoas são derrotadas por causa do modo como
lidam com seus desafios. Como já dissemos, o medo faz o lobo
parecer maior do que ele é. Então, ao aprender a lidar com seus
sentimentos, você estará vencendo os gigantes internos e se
preparando para vencer também os desafios externos que surgirem
pelo caminho.
Neste capítulo e nos seguintes, vamos abordar cinco situações:
DESARMONIA – ocorre quando você não está em equilíbrio com
você mesmo ou com sua família ou equipe.
DESARMONIA
Atire A Pedra!
Desânimo
Davi deixou as ovelhas com outro pastor e, na manhã seguinte,
partiu bem cedo com os presentes, como Jessé havia ordenado.
Chegou ao acampamento quando o exército israelita saía para o
campo de batalha com gritos de guerra.
1 Samuel 17:20
A alcança.
atitude de uma pessoa faz toda a diferença nos resultados que ela
Tanto a motivação quanto a desmotivação são
contagiosas. Se você quer vislumbrar o futuro de uma pessoa, de uma
empresa ou de um projeto, verifique o grau de positividade, união e
ânimo que eles possuem.
Nunca se esqueça do poderoso efeito que a preparação tem sobre o
desempenho. Parte dessa preparação é física; parte é psíquica,
emocional. Todos sabem que muitas batalhas são vencidas – ou
perdidas – dentro da mente. E o desânimo é um dos piores vírus que
podem atacar alguém.
Nos jogos da NBA, a liga norte-americana profissional de
basquete, quando um jogador erra o lance livre, seus colegas batem na
mão dele como se tivesse acertado. Agora imagine o que aconteceria
com esse atleta se ele fosse ofendido ou destratado quando errasse um
arremesso. Como reagiria?
Frequentemente vemos as equipes de vôlei, handebol e basquete
soltando gritos de guerra no início ou no intervalo das partidas. No
futebol, os jogadores gritam e estimulam os companheiros antes de
uma grande decisão. Em todos esses casos, os atletas treinaram pesado
e são profissionais experientes – e, mesmo assim, precisam do apoio
do grupo e do grito de guerra.
O grito de guerra serve não só para motivar o próprio time, como
para intimidar o adversário.
O rúgbi é o esporte predileto da Nova Zelândia, uma obsessão tão
grande quanto o futebol para os brasileiros. A seleção nacional,
conhecida como os All Blacks, tem como marca registrada entoar,
antes de cada partida, a Haka – um ritual que nasceu das tradições
maoris, povo nativo das ilhas. É uma antiga forma de intimidação,
que acabou se tornando o mais famoso dos “gritos de guerra” da
história dos esportes competitivos. O grito é feroz e agressivo, e o
time repete essa performance antes de cada jogo. Se você procurar na
internet as palavras haka e all blacks, vai entender do que estamos
falando.
A questão aqui é indagar: quantas vezes você solta um grito de
guerra para motivar a si mesmo, sua família ou sua equipe? Quando
falamos em grito de guerra, não pense apenas em um time reunido,
berrando palavras de entusiasmo. Pense também em alguém dizendo
que confia em outro, dando tapinhas no ombro ou usando palavras de
estímulo para uma equipe de vendas, por exemplo. Isso também pode
funcionar como um grito de guerra.
A insistência, ou perseverança, tem um grande poder sobre o
desânimo. Podemos citar uma história com o piloto Rubens
Barrichello. Ele foi duas vezes vice-campeão da Fórmula 1, teve
vitórias históricas e é o recordista em participações em Grandes
Prêmios da categoria, mas mesmo assim alguns reclamam de uma
carreira que consideramos memorável. Como alertava Ayrton Senna,
o povo brasileiro, em sua maioria, não está interessado no esporte em
si, apenas nas vitórias.
Parte de nossa admiração por Rubinho vem da maneira como ele
agiu em um momento difícil de sua carreira, em 2009, quando estava
sem contrato e nem sequer sabia se teria um carro na temporada
seguinte. Havia quem dissesse que sua carreira estava acabada. Então,
o que ele fez? Simplesmente ficou acampado em frente à fábrica do
dono da nova escuderia Brawn GP (a Honda tinha sido vendida e
agora estava com esse novo nome). Ele teve a coragem e a humildade
de passar dias ali até que seu contrato fosse assinado. É claro que não
foi um acampamento qualquer: ele estava em seu motorhome (um
veículo luxuoso que, como o nome em inglês sugere, parece uma casa
sobre rodas), com certo conforto.
De qualquer forma, a situação em si não era muito confortável. Na
época, Rubinho disputava com outros pilotos uma vaga na nova
escuderia e ficou cinco dias diante da fábrica da Brawn. Seu currículo
nas pistas era respeitável, mas sua atitude mostrou a disposição e a
motivação para obter aquele contrato. Rubinho não desanimou – e
conquistou a vaga.
O desânimo nunca venceu nenhum jogo.
Assim, procure não se assustar com os gritos de guerra dos
adversários. Lembre-se de que Golias gritava muito bem… e perdeu a
batalha.
Crie seus gritos de guerra, aprenda a incentivar a si mesmo e ao seu
time, mas não esqueça que só isso não ganha o jogo. Por fim, encontre
uma forma de manter o entusiasmo por aquilo que você faz. Cuidado
com o excesso de trabalho e com a mania de deixar para depois as
atividades que lhe dão prazer. Leia um pouco sobre a síndrome de
burnout, gerenciamento de estresse, hábitos saudáveis etc. Isso ajudará
você a não perder o ânimo diante de tantas demandas da vida.
Desespero
Golias parou e gritou para as tropas israelitas: “Por que saíram
todos para lutar? (…) Escolham um homem para vir aqui e lutar
comigo! Se ele me matar, seremos seus escravos. Mas, se eu o
matar, vocês serão nossos escravos!” (…) Quando Saul e os
israelitas ouviram isso, ficaram aterrorizados e muito abalados.
1 Samuel 17:8-11
1 Samuel 17:23-25
Atire a pedra!
Não se desespere; o medo torna o gigante maior do que ele
é.
Avalie até que ponto um gigante é grande por conta da
propaganda, da aparência ou de sua persistência em atacar.
Aprenda a fazer sua propaganda, a repetir e a usar o que
interessa para você.
12
Descrédito
Quando Eliabe, o irmão mais velho, ouviu Davi falando com os
soldados, ficou muito irritado com ele e perguntou: “Por que você
veio até aqui? Com quem deixou aquelas poucas ovelhas no deserto?
Sei que você é presunçoso e como seu coração é mau; você veio só
para ver a batalha.”
Atire A Pedra!
Que tipo de companheiro você é? Alguém que estimula ou
que desanima quem está perto?
Se não puder ajudar, não atrapalhe.
Lembre-se: “Sua opinião sobre mim não é problema meu.”
Isso significa que você deve se concentrar mais em seu
trabalho e sua competência do que naquilo que os outros
pensam a seu respeito. Se você trabalhar bem, o tempo se
encarregará de mudar a opinião das pessoas sobre você.
Quando estiverem desacreditando você, lembre-se de suas
vitórias passadas e, se for o caso, cite-as (mas sabendo que a
única pessoa que realmente precisa acreditar em você é você
mesmo).
13
Desperdício
de energia
“O que eu fiz agora?”, disse Davi. “Só fiz uma pergunta!” Então foi
até outros soldados, fez a mesma pergunta e recebeu a mesma
resposta. Alguém contou ao rei Saul o que Davi tinha dito e o rei
mandou chamá-lo.
1 Samuel 17:29-31
D
simplesmente não dando importância ao que ele dizia e não
se permitindo desperdiçar energia discutindo. Como vimos
no capítulo anterior, Davi não deixou que palavras
desanimadoras e de descrédito afetassem sua mente e seu
coração; pelo contrário, manteve o foco naquilo que realmente
interessava: vencer o gigante Golias e ganhar as recompensas
oferecidas pelo rei Saul.
Muita gente faz o que Eliabe fez com seu irmão caçula. Sempre
haverá pessoas em nossa vida, até mesmo muito próximas – como um
irmão, um pai ou até mesmo um filho –, fazendo pouco de nós e
semeando intrigas. Por inveja ou infelicidade, há gente que tenta
minar nossa autoconfiança e nos fazer desistir de nossos sonhos. Só
sabem apontar defeitos e problemas. Criticam tudo. São pessoas
tóxicas, que gostam de espalhar veneno por meio das palavras. Mais
do que não nos deixar influenciar com esse tipo de atitude, precisamos
aprender a não repetir a falha que essas pessoas cometem: elas são
desperdiçadoras. É curioso pensar que tais pessoas estão
desperdiçando energia que poderiam empregar em algo produtivo
para si mesmas.
Em vez de cair na provocação do irmão, Davi continuou
conversando com outros soldados, sem perder tempo criticando
Eliabe ou falando mal do rei ou de qualquer outra pessoa. Ele preferiu
mostrar a todos como estava interessado em aceitar o desafio.
Existem vários modos de desperdiçar energia, entre os quais
citamos:
Atire a pedra!
Não desperdice energia com aquilo que não trará resultados
positivos para você.
Não discuta. Aja.
Palavras de ânimo produzem energia. Utilize-as.
PARTE 3
A batalha
14
Motivação:
o que ganhará
quem matar
o gigante?
“Vocês viram aquele homem?”, perguntavam uns aos outros. “Ele sai
todos os dias para desafiar Israel. O rei ofereceu uma grande
recompensa para quem o matar. Dará uma de suas filhas como
esposa e isentará toda a família dele de pagar impostos!”
1 Samuel 17:25
Atire A Pedra!
Desenvolva habilidades
e assuma suas
responsabilidades
“Teu servo é capaz de matar tanto um leão quanto um urso.”
L
“Ninguém se preocupe por causa desse filisteu. Seu servo vai
lutar contra ele” (1 Samuel 17:32).
A resposta de Saul foi: “Você não conseguirá lutar contra
esse filisteu e vencer! É apenas um rapaz, ele é guerreiro desde
a juventude” (1 Samuel 17:33).
A princípio, Saul não queria deixar Davi lutar. Até dá para
entender os motivos: além do simples temor pela vida do rapaz, o rei
já o conhecia e tinha por ele certa estima. Mas Davi teve bons
argumentos e soube usá-los na hora certa. Davi disse que tomava
conta dos rebanhos do seu pai e que já tinha matado um leão e um
urso. Seus argumentos mostraram ao rei que não foi da noite para o
dia que ele resolveu enfrentar o gigante. Davi, apesar de ser “apenas
um rapaz”, já demonstrara ser corajoso e hábil.
Não teria sido assim se ele fosse um rapaz preguiçoso ou
acomodado. Quando o rebanho foi atacado, ele poderia ter dado uma
boa desculpa para a perda da ovelha e até pedir a seu pai para não
trabalhar mais: “Está perigoso, pai; hoje apareceu um leão. Outro dia
foi um urso. Não posso me arriscar assim.” Seria natural que o pai
perdoasse a perda da ovelha e talvez até concordasse em proteger
melhor a vida do filho. Afinal, qual pai não teria essa preocupação?
Mas Davi, embora fosse ainda muito jovem, estava focado em sua
responsabilidade e não na desculpa para deixar de fazer o que devia
ser feito.
Em nossa vida, atravessamos situações difíceis que somam pontos
valiosos em nossa experiência. De certa forma, na selva da cidade
também deparamos com leões e ursos que nos capacitam a enfrentar
gigantes nas batalhas do dia a dia. “Aqui nós temos que matar um leão
por dia” é uma frase muito comum no ambiente corporativo que
costuma ser dita em tom queixoso. Porém, para muitos, ela expressa o
entusiasmo de um espírito vencedor. Tirar bom proveito das situações
desafiadoras, portanto, é algo que depende das atitudes de cada um.
Saul estava prestes a recuar ante as ameaças de Golias. Muitos dias,
afinal, tinham se passado desde que o inimigo começara a fazer suas
provocações e nenhum soldado israelita se dispunha a enfrentá-lo.
Quem sabe o rei já não estivesse pensando se o melhor seria negociar
uma rendição que, embora vergonhosa, pouparia a vida de todos?
Davi, ao contrário, tinha fé e sabia que havia se tornado mais forte
e capaz após cada conquista. Foi desse modo que ele matou as feras
que atacaram seu rebanho; agora se sentia preparado para enfrentar a
fera que se materializava na figura de Golias.
Atire A Pedra!
Seja você
mesmo
Então Saul deu a Davi sua própria armadura (…) Davi prendeu a
espada sobre a armadura e tentou dar alguns passos, pois nunca
tinha usado essas coisas. “Não consigo andar com tudo isso, pois
não estou acostumado”, disse a Saul, e tirou a armadura.
1 Samuel 17:38-39
O inesperado
rei Saul, preocupado com a integridade física de seu mais novo – e
– combatente, preparou Davi armando-o com os
apetrechos que ele mesmo usava em combate: armadura, capacete e
espada. Uma vez paramentado, o jovem pastor logo percebeu que mal
conseguia se movimentar com todo aquele peso sobre si. Há vários
aspectos importantes nesse detalhe da história.
O primeiro deles é que Davi talvez não tenha se dado conta da honra
de usar as vestes de batalha do rei de Israel. Porém, com ou sem esse
detalhe, sabemos que ele conseguiu ter a exata noção de que aquilo,
naquele momento específico, não lhe era adequado.
O que Davi realmente precisava era movimentar-se com agilidade
para combater Golias. Afinal, era assim, de maneira livre e despojada,
que ele enfrentava os predadores para defender o rebanho de seu pai.
Não estava acostumado com aquele equipamento militar, muito
menos com a solenidade das vestes de Saul. Davi não quis lutar com
armas que não eram suas, porque elas limitariam os seus movimentos.
Preferiu, sim, usar os próprios trajes e lançar mão dos próprios
recursos. Portanto, se você já estiver na posição que almeja, assuma
seus “trajes” e responsabilidades; mas se ainda não chegou lá, não
tenha pressa e não tente aparentar aquilo que ainda não é. Concentre-
se apenas em lutar bem.
Não deixe passar este detalhe: a narrativa de Davi a respeito dos seus
feitos anteriores não só renovou em sua mente sua coragem e
capacidade, mas principalmente ajudou a convencer Saul a lhe dar a
oportunidade de lutar. A verdade é que nossas realizações, nosso
currículo e nosso passado nos credenciam (ou não) para os desafios
futuros. Claro que todo mundo pode mudar seu futuro, mas quem
tem um passado memorável e rico em experiências será mais bem
recebido e respeitado. Essa pessoa terá mais oportunidades. Por isso, é
importante registrar suas realizações. Isso pode parecer um ato de
vaidade, mas não é: a história de uma pessoa faz parte de sua vida e
não deve ser desprezada.
Uma das maneiras de rememorar seu passado é celebrá-lo.
Comemore sua vida, suas vitórias e, se você deu o seu melhor,
comemore suas derrotas também, pois fazem parte do seu
crescimento. Celebrar suas conquistas irá aumentar sua autoestima e
trará alegria para você e para aqueles que torcem pelo seu sucesso.
Atire A Pedra!
Não dê
sua armadura
para os outros
Então Saul deu a Davi sua própria armadura, incluindo uma
couraça e um capacete de bronze.
1 Samuel 17:38
S
Golias, mas não assumiu seu papel. Contudo, de certo modo,
esse ato revela que Saul estava abrindo mão de seu poder e,
assim, perdendo suas prerrogativas. Davi, com o tempo,
acabou ocupando seu lugar de rei.
Muitos empregadores/chefes, pais, cônjuges, passam sua armadura
para os funcionários, filhos etc., transferindo para eles suas
responsabilidades. Não raro, fazem isso por medo de assumir as
consequências de seus atos ou por estarem cansados de suas tarefas. O
que não falta no mundo são pessoas que colocam suas vestes nos
outros e, como consequência, acabam perdendo o próprio trono.
Quantos pais abandonam seus filhos emocional e materialmente,
deixando que outros (nem sempre bem-intencionados) ocupem seu
lugar? Quantos donos de empresa vivem em “férias” informais e
acabam perdendo seus negócios?
Às vezes isso acontece com as pessoas que, por conta de suas
habilidades, são escolhidas para uma posição de grande
responsabilidade, mas acabam entrando numa espiral de medo,
insegurança ou displicência. Sempre que transferimos para alguém
nossas obrigações, o tempo se encarrega de transferir também as
vantagens correspondentes.
Nunca entregue a sua armadura a outra pessoa, a não ser que você
esteja disposto a dar a ela os louros da vitória. Assuma – e não
transfira – uma responsabilidade que é sua. Não abra mão da função
de pai, mãe, líder, gestor, colaborador.
DISPLICÊNCIA X DELEGAÇÃO
Atire A Pedra!
Não dê sua armadura para os outros.
Delegue, descentralize, confie, treine. Mas não abra mão
daquilo que lhe cabe fazer pessoalmente.
Seus filhos e liderados irão reproduzir seus erros e acertos.
Descubra se sua equipe tem algum Davi, ou contrate um, e
deixe-o fazer o que um Davi faz.
Respeite as individualidades de quem está ao seu lado:
desenvolva os Davis de sua equipe.
18
Escolha
suas pedras…
e lute!
Pegou cinco pedras lisas de um riacho e as colocou em sua bolsa de
pastor. Armado apenas com seu cajado e sua funda, foi enfrentar o
filisteu.
1 Samuel 17:40
AS PEDRAS DO CAMINHO
Atire a pedra!
Termine o
que começou
Enfiou a mão na bolsa, pegou uma pedra e atirou-a com sua funda.
A pedra acertou o filisteu na testa e ficou encravada ali. E Golias
caiu com o rosto em terra. (…) Em seguida, correu até o filisteu,
puxou da bainha a espada dele e a usou para matá-lo e cortar-lhe a
cabeça. Quando os filisteus viram que seu melhor guerreiro estava
morto, deram meia-volta e fugiram.
1 Samuel 17:49-51
desabou, Davi correu até ele, tomou a espada de Golias e, com ela,
completou o serviço, cortando-lhe a cabeça. Portanto, Davi obteve a
vitória em etapas. Um grande desafio deve ser vencido assim, passo a
passo. Primeiro ele derrubou Golias usando a pedra; depois o matou
com a própria espada do adversário. Repare que Davi terminou o que
começou. Se, depois de acertar a pedrada, ele tivesse comemorado seu
triunfo, deixando Golias caído, talvez o gigante tivesse conseguido se
reerguer e revidar o ataque. Essa imagem é recorrente nos filmes: o
herói derruba o vilão, mas não completa sua ação… e o vilão se
levanta e contra-ataca (e perde de novo!). Infelizmente, a vida real
nem sempre reproduz a vitória do mocinho.
Existe muita gente que nem bem conquista um sucesso já sai
fazendo alarde, celebrando aquilo que não está completamente
terminado. Há também os que cantam vitória antes mesmo do
combate, como Golias. Cuidado com as pessoas que fazem muita
propaganda de si mesmas e que falam muito bem sobre suas
realizações – em geral elas não entregam o que prometem. Ou então
entregam de qualquer jeito, sem capricho, sem preocupação com os
detalhes. Você contrataria novamente um profissional que agiu assim
no primeiro atendimento? Um serviço completo e feito de forma
cuidadosa é outra história: faz diferença e abre novas portas no futuro.
PASSOS DE BEBÊ
Outra lição que podemos aprender com essa história é a dos “passos
de bebê”. Como vimos agora, Davi não matou Golias de imediato.
Ele primeiro deu uma pedrada que derrubou o poderoso inimigo e só
depois o matou. Algumas pessoas querem fazer tudo com um só tiro,
de uma só vez. Se Davi quisesse matar Golias apenas com a pedrada,
seria mais difícil. Ou, se desse a luta por terminada porque o gigante
apenas desmaiou, também não seria o ideal. Mas não foi o que ele fez.
Sua vitória aconteceu em dois tempos. E, assim como houve
aprendizados e etapas antes, houve rituais e fases depois da luta: ele
guardou as armas na tenda antes de ir comemorar.
De modo semelhante, em problemas aparentemente complicados a
solução pode ser simples. Como dizia Leonardo da Vinci, repetido
depois por Steve Jobs: “A simplicidade é o máximo da sofisticação.”
Então, quando estiver diante de alguma tarefa, liste todas as etapas, da
execução à conclusão, e cumpra-as uma a uma. Sempre procure dar
soluções simples. Se o problema for complexo, veja-o por todos os
ângulos para compreender o conjunto, e não apenas uma parte. E o
mais importante: por maior que seja o gigante, não tenha medo e
vença-o aos poucos – mesmo que seja com passos pequenos e
inseguros como os de um bebê. Afinal, passos pequenos também
levam a pessoa ao seu destino, desde que sejam dados na direção certa.
Atire a pedra!
Não basta
ser grande
Então Golias, um guerreiro filisteu de Gate, saiu das fileiras do
exército filisteu. Ele tinha 2,90 metros de altura.
1 Samuel 17:4
A
não deixavam espaço para as menores. Isso não é mais uma
regra, especialmente em um mundo de empreendedorismo e
startups: muitas vezes, as empresas mais ágeis, mesmo que
pequenas, acabam vencendo as maiores; e as iniciativas
criativas, mesmo que simples, vencem as tradições ultrapassadas.
A Bíblia conta que o profeta Samuel, instruído por Deus, foi a
Belém escolher entre os filhos de Jessé aquele que seria o futuro rei de
Israel. Ele olhou o primogênito, um rapaz alto e forte, e pensou: “É
este aqui, com certeza.” Nesse momento, ouviu a voz de Deus
dizendo que ele estava usando critérios equivocados, valorizando mais
a aparência que as virtudes interiores.
Ao ter seu primeiro filho rejeitado, Jessé lhe mostrou o segundo,
igualmente belo, e depois o terceiro, e assim por diante – sete, ao
todo. Não, não era nenhum deles. “Estes são todos os filhos que você
tem?”, inquiriu Samuel, ao que Jessé respondeu: “Ainda tenho o
caçula, mas ele está cuidando das ovelhas.” O filho caçula era Davi.
Ao vê-lo, Samuel ouviu de novo aquela voz interior, que dessa vez
dizia: “É este!” (1 Samuel 16:11-12).
As pessoas costumam dar muita importância ao tamanho do
inimigo, ainda mais quando não estão satisfeitas com a própria
estatura. A história de Davi é um belo exemplo de que tamanho não é
documento: nem para ser escolhido como rei (como no caso dos
irmãos de Davi) nem para vencer a batalha (caso de Golias).
Compreenda que “tamanho” deve ser visto no sentido figurado,
podendo significar competência, conhecimento, força, experiência ou
qualquer outra coisa em que seu oponente/concorrente possa ser
considerado superior.
Em 1 Samuel 16:7, lê-se: “As pessoas julgam pela aparência
exterior, mas o Senhor olha para o coração.” Então, em vez de desejar
ter uma grande estatura, o melhor é se preocupar em ter um bom
coração.
Foi trabalhando com as ovelhas que Davi, mesmo pequeno por
fora, tornou-se grande por dentro. Na solidão do deserto, enquanto
cuidava do rebanho da família, ele desenvolveu sua capacidade de
tocar harpa e aprendeu a enfrentar animais ferozes e toda sorte de
perigos.
Muitos aproveitam suas vantagens e sua posição social para não
trabalhar, ao passo que outros estão na labuta. Os que trabalham são
os que mais aprendem, influenciam e criam novas oportunidades. As
oportunidades surgem com mais frequência para aqueles que estão “no
campo cuidando das ovelhas”. Graças ao trabalho, o caçula Davi
tornou-se mais importante que todos os seus irmãos.
Atire a pedra!
Tamanho nem sempre é documento.
Quem trabalha costuma receber mais recompensas,
aprendizado e oportunidades.
Ao enfrentar alguém maior, veja se é possível mudar as
regras/ paradigmas.
O coração é mais importante que a força ou a altura.
21
Evite os
excessos
Usava um capacete de bronze e vestia uma couraça de escamas de
bronze que pesava 60 quilos. Também usava caneleiras de bronze e
carregava no ombro um dardo de bronze. A haste de sua lança era
pesada e grossa, como o eixo de um tear, e a ponta de ferro da
lança pesava cerca de 7 quilos. Seu escudeiro caminhava à frente
dele.
1 Samuel 17:5-7
J
armas e as peças da armadura de Golias pesavam mais do que
seu jovem adversário. Se Davi nem mesmo conseguia usar a
roupa do rei, que era muito mais leve, ninguém acreditava que
ele pudesse resistir aos golpes daquele gigante por mais do que
alguns segundos.
Saul fez questão de vestir nele seus trajes, mas Davi não estava
acostumado a andar carregando aquele peso e tirou tudo. Então
colocou a tiracolo seu alforje de pastor, pegou seu cajado,
cumprimentou o rei e foi à luta.
A decisão de se libertar do peso é mais uma dica importante que
encontramos na história de Davi. Imagine alguém – eu, você,
qualquer um de nós – carregado de culpa por erros que cometeu, de
raiva por ofensas que sofreu, de aborrecimento por dívidas que não lhe
pagaram, de frustração por um projeto que deu errado, de desgosto
por causa de um empreendimento que faliu, de ressentimentos por
causa de uma traição amorosa, de trauma por ter sido vítima de
alguma crueldade, de revolta por haver sido injustiçado, de mágoa por
ingratidões… Ninguém consegue combater gigantes levando tanto
peso, martirizando-se e vivendo no passado.
Ao enfrentar uma terrível tempestade no mar Mediterrâneo, o
apóstolo Paulo e os outros passageiros aliviaram o peso do navio,
jogando sua carga e seus equipamentos ao mar (Atos 27:15-19). Isso
foi uma estratégia para deixar o barco mais leve e flutuar melhor,
aumentando a chance de sobrevivência de todos a bordo.
Problemas sempre existem. Fazem parte da vida e todo mundo
passa por eles. Mas não adianta ficar parado se lamentando ou, como
se diz, “chorando sobre o leite derramado”. O único jeito de superá-
los é descarregar a bagagem antiga, perdoar a si mesmo e aos outros e
livrar-se das cargas do passado para viver o presente de forma positiva,
semeando um futuro melhor.
Hoje pode ser o dia de tirar o peso que carrega sobre seus ombros.
Precisamos ser capazes de colocar um ponto final em situações que
nos incomodam, de bater o carimbo de “caso encerrado” em algumas
relações ou empreendimentos que não deram certo. Ninguém sabe
onde você precisa bater esse carimbo… Mas você sabe muito bem.
O passado deixa de ser opressor quando passamos a vê-lo como
professor. Guarde consigo o aprendizado, mas jogue fora o que
atrapalha sua caminhada. Isso não significa, claro, que o assunto vai
deixar de existir, mas pelo menos você vai tirá-lo da sua mesa de
trabalho. Você não precisa carregar nenhum peso sobre os ombros.
Limpe a mesa. Crie espaço para coisas novas.
Liberte-se dos pesos e dos fantasmas do passado para enfrentar e
vencer os gigantes do presente com agilidade e leveza.
Atire a pedra!
O dever de
cada um
Seu escudeiro caminhava à frente dele.
1 Samuel 17:7
1 Samuel 17:41
G
senhor cuidando de sua segurança e de suas armas. Mas,
quando a pedra arremessada por Davi atingiu a testa do
gigante e ele caiu, o que fez o escudeiro? Parte das funções
dele era ficar próximo de seu amo, acontecesse o que
acontecesse; mas Davi teve tempo de pegar a espada e desferir no
gigante o golpe fatal. Qual foi a reação do escudeiro? Ficou parado
olhando? Se isso não foi contado na história, é porque não houve
mesmo o que contar.
Ao que tudo indica, Golias escolheu mal seu escudeiro. Claro que
você pode dizer que o combate se deu entre Davi e Golias e que o
escudeiro apenas respeitou essa regra. Mas, se você fosse o escudeiro
de Golias, deixaria o pequeno israelita aproveitar o desmaio de seu
chefe para matá-lo? É uma boa pergunta. Outra boa pergunta é: será
que Golias era um tirano que desrespeitava e maltratava seu
escudeiro? Talvez o rapaz fosse seu escravo. O texto não fala sobre
isso, mas, assumindo que essa era uma prática daqueles tempos, não
se pode afastar a ideia. Se o escudeiro era escravo, não era de esperar
que ele fosse fiel ao seu captor.
Ele pode ter aproveitado a derrota de seu amo para escapar, ter
ficado sem reação diante do ocorrido ou fugido, como os outros
filisteus.
Atire A Pedra!
Os erros
de Golias
Olhou para Davi com desprezo, (…) e fez pouco caso dele.
G
Antigo Testamento. O pior deles, sem dúvida, foi fazer
pouco caso do adversário. Esse é um erro que costuma ser
cometido por quem é (ou acha que é) grande. Vamos analisar
alguns dos equívocos cometidos pelo filisteu de Gate naquele
dia especial.
O capítulo 17 de 1 Samuel, versículo 8, conta que Golias gritou às
tropas de Israel: “Por que saíram todos para lutar? Eu sou filisteu, e
vocês são servos de Saul. Escolham um homem para vir aqui e lutar
comigo!” Golias provocava e atemorizava os seus inimigos; isso era
um fato. Repare, porém, que ele diz “servos de Saul”. Nessas
provocações, Golias mostrou que estava mal informado sobre o
inimigo – o que já é um forte motivo para se perder uma batalha.
Aqueles homens não eram nem se viam como servos de Saul. Todos,
inclusive o próprio Saul, se encontravam ali como servos de Deus.
Não é preciso ser religioso para concordar que esse foi um grande erro
de Golias e do comandante do exército filisteu. Mesmo não
compartilhando a crença do rei e de seus soldados, não podiam
ignorar que eles lutavam por uma causa muito maior. E foi justamente
essa confiança que levou Davi ao campo de batalha.
É bem comum que as pessoas ataquem os efeitos e não as causas
dos problemas. Saul, mesmo tendo sido ungido rei, não era o centro
daquela comunidade. Às vezes, as pessoas tentam conseguir o que
desejam e procuram a pessoa errada, ou não conseguem identificar
quem são os verdadeiros detentores do poder. Golias devia imaginar –
equivocadamente – que Saul era o centro da motivação e da
organização de Israel. E o resultado desse equívoco foi a morte do
gigante.
Desconhecer o que motiva ou desmotiva as pessoas pode ter um
alto custo. Por exemplo, uma das razões da derrota dos Estados
Unidos na Guerra do Vietnã foi o fato de que os vietcongues estavam
ali defendendo sua terra, seu modo de vida, sua sobrevivência como
povo. Por isso, estavam muito mais motivados que seus inimigos
ocidentais, muitos dos quais lutavam contra a vontade naquele terreno
hostil e por uma causa na qual não acreditavam ou, pelo menos, com a
qual não tinham grande compromisso.
Atire A Pedra!
Não faça pouco caso do adversário, ainda que ele lhe pareça
fraco; respeite-o.
Conheça o oponente – suas forças, fraquezas e motivações.
Você pode até ser bom no que diz, mas faça mais do que
fala.
Cuidado para que você mesmo não motive seus adversários.
24
Valorize o pouco
(…) rindo com desprezo do belo jovem ruivo.
1 Samuel 17:42
U
pequenos começos. Existem muitos palestrantes que se
recusam a falar para públicos pequenos ou em lugares sem
glamour. “Quem despreza o dia das coisas pequenas?”, é o
que lemos em Zacarias 4:10 (ACRF). Outras versões da
Bíblia falam em “pequenos começos”. Quem diria que o pequeno
pastor de ovelhas, que nem aguentava o peso das roupas de soldado,
viria a se tornar um grande guerreiro e rei? E quem diria que de uma
empresa de garagem nasceria a Microsoft? Ou que de uma
brincadeira entre universitários surgiria o Facebook, a maior rede
social já criada?
Jesus também falou sobre o poder das coisas pequenas, usando o
grão de mostarda como exemplo:
Atire A Pedra!
Pequenos unidos
podem vencer
o grande
As formigas que, embora não sejam fortes, armazenam alimento no
verão, os coelhos silvestres, que, embora não sejam poderosos,
fazem sua toca nas rochas, os gafanhotos, que, embora não tenham
rei, marcham em fileira, as lagartixas, que, embora sejam fáceis de
apanhar, vivem até nos palácios dos reis.
Provérbios 30:25-28
Atire a pedra!
Pequenos indivíduos reunidos podem vencer um grande
obstáculo.
Um exército pequeno e bem treinado vence com facilidade
um exército maior e sem treinamento.
Identifique sua alcateia e cuide dela e, na alcateia, cuide de
cada lobo.
Repetindo: “A força do lobo está na alcateia, e a força da
alcateia está no lobo” (Rudyard Kipling).
26
Gigantes
podem ser
derrotados
Davi respondeu ao filisteu: “Você vem a mim com um espada, uma
lança e um dardo, mas eu vou enfrentá-lo em nome do Senhor dos
Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, que você desafiou.”
1 Samuel 17:45
J
Porém a história de Davi mostra que um único pequeno
também pode conseguir essa façanha. Esta é, portanto, uma
ótima notícia: quem é pequeno tem chance de vitória ao lutar
contra adversários maiores e mais fortes. Gigantes podem ser
derrotados!
Essa é uma das principais lições deste livro.
“Tamanho não é documento”, diz a sabedoria popular. E a filosofia
confirma isso desde a Antiguidade. No século IV a.C., por exemplo,
Sun Tzu já afirmava que “a prudência e a firmeza de um pequeno
número de pessoas podem chegar a cansar e a dominar, inclusive,
numerosos exércitos”.
O sábio chinês explicou que a superioridade numérica de um
exército não garante sua vitória, e por um motivo muito simples:
mesmo que você tenha os números a seu favor, se não souber
administrar isso, pode pôr tudo a perder. “É mais importante ser mais
inteligente que o inimigo do que ser mais poderoso que ele” e “Os
números, por si só, não asseguram qualquer vantagem”, afirmava Sun
Tzu.
A mesma lógica serve para os desafios que enfrentamos no dia a
dia. Imagine que você está diante de um problema e tem todas as
condições de vencê-lo. Quer uma sugestão? Fale para si mesmo:
“Tudo bem, as condições estão favoráveis, tenho muita chance, sou
inteligente (ou mais experiente, mais bem preparado, mais bonito,
mais forte, dependendo da situação), no entanto, se eu não souber
administrar isso, sei que posso perder a batalha.” Sabendo que essas
vantagens não lhe garantem a vitória, você vai se empenhar mais e
terá maiores chances de vencer.
Por outro lado, se você se sente pequeno, se seus números são
desfavoráveis ou se sua situação não é das melhores no momento do
conflito, você pode falar assim: “Calma aí, eu posso dar a volta por
cima. Estou em desvantagem agora, mas posso superar isso e vencer.
Vou vencer!”
O jornalista Malcolm Gladwell, no livro Davi e Golias, observa
que o guerreiro filisteu estava preparado para uma luta corpo a corpo
em que não precisaria se movimentar muito. Bastaria se defender dos
golpes com sua armadura e atacar com sua lança. O jovem Davi, por
sua vez, levando apenas um cajado e um alforje de pastor a tiracolo,
movimentava-se com agilidade, mas não se aproximou a ponto de
permitir um embate corporal no qual teria flagrante desvantagem.
“Davi põe uma pedra em sua funda e a gira cada vez mais rápido, a
seis ou sete revoluções por segundo, mirando seu projétil na testa de
Golias – o único ponto vulnerável do gigante”, diz Gladwell. Ele cita
um expert em balística, Eitan Hirsch, que afirma: o arremesso de
Davi foi equivalente ao tiro de uma pistola moderna de tamanho
razoável. Golias nem teve tempo de se proteger.
O cientista político Ivan Arreguín-Toft, também citado no livro de
Gladwell, fez um levantamento do resultado de todas as guerras
ocorridas nos últimos dois séculos entre países muito grandes e muito
pequenos. Sua conclusão foi surpreendente: em 28,5% das vezes
(quase um terço das guerras), a vitória foi da nação mais fraca. E esse
percentual sobe para 63,6% quando o lado considerado fraco adota
táticas não convencionais, surpreendendo o mais forte – exatamente
como fez Davi.
Os próprios guerreiros do rei Saul achavam impossível a vitória de
seu representante. Tanto o ceticismo deles quanto a prepotência do
exército filisteu, com Golias à frente, tinham como foco a força física.
Ninguém percebia que a força decisiva poderia estar em outros
fatores, como o elemento surpresa, a habilidade, a velocidade e a
determinação de vencer.
Uma das coisas que o lado menor e aparentemente mais fraco deve
fazer é aceitar suas características e trabalhar com elas. Como já
vimos, Saul chegou a vestir sua armadura em Davi, mas o jovem nem
sequer conseguiu se mover. Tentar ser quem não é faria de Davi
alguém sem mobilidade e agilidade, e essas eram justamente suas
maiores vantagens para enfrentar o enorme Golias.
Tentar parecer e agir como alguém que você não é traz mais ônus
do que bônus. Como disse o célebre presidente americano Abraham
Lincoln no século XIX: “Você pode enganar algumas pessoas o tempo
todo ou todas as pessoas durante algum tempo, mas você não pode
enganar todas as pessoas o tempo todo.” Assim, procure ser quem
você é, aproveitando-se de suas habilidades para vencer os gigantes
que tiver pela frente. Você terá mais chance de sucesso se utilizar seus
pontos fortes, ainda que sejam poucos, do que tentando simular
trunfos onde não tem.
Lembre-se: suas chances de vitória são maiores quando você
conhece as suas fraquezas e as do adversário do que quando ignora
ambas.
Atire A Pedra!
Tamanho não garante a vitória.
Não tente parecer quem você não é: o pequeno obtém mais
sucesso quando assume e se utiliza inteligentemente de suas
características.
Conheça os seus pontos fortes e fracos e também os do seu
adversário.
Conheça as regras e quando é possível mudá-las.
27
Vence quem
se prepara
melhor
Quando o filisteu se aproximou para atacar, Davi foi correndo
enfrentá-lo.
1 Samuel 17:48
V
pessoa. Porém Golias não o teria escutado, porque confiava
demasiadamente em sua força e em sua suposta
invencibilidade. A palavra tem poder, mas só falar não basta.
Precisamos juntar às palavras ações coerentes, disciplina,
perseverança e resultados. Muitas pessoas são especialistas em falar e
convencer, mas deixam a desejar quando partem para a ação. Nessas
horas, usam sua habilidade verbal para explicar o que deu errado.
Além de falar demais, Golias era muito grande – e isso o tornava
lento, como diversas vezes acontece com as pessoas nessas condições.
Ele estava preparado para lutar com alguém que usasse a força física e
equipamento militar tradicional, tal como ele. Nesse formato (guerra
simétrica) ele sempre teria vantagem. Ocorre que o combate se tornou
assimétrico. Davi não fez o jogo do adversário.
Golias desprezou Davi por causa de sua aparência, mas acabou
derrotado e morto por aquele rapaz franzino. Esse tipo de
discriminação infelizmente é comum ainda hoje. Quantos casos não
são relatados, na mídia e nos tribunais, de crimes de injúria racial,
discriminação social, intolerância religiosa ou de simples preconceito
pelo que é diferente? Assim como fez Davi, temos que enfrentar e
repudiar o preconceito e a discriminação. Esses são gigantes contra os
quais todos nós precisamos lutar, aprendendo a valorizar e a respeitar
o outro. O fato de discordarmos de afirmações, posições políticas ou
preferências dos outros não pode ser motivo para desrespeitá-los.
Há muitos exemplos, na história humana, de pessoas que superam
uma situação de inferioridade (física, cultural, econômica etc.) e se
destacam graças a muito treinamento, intensa preparação e uma
disposição mental e espiritual correta. Um dos maiores nomes das
artes marciais do mundo, o brasileiro Hélio Gracie era um menino tão
fraco, tão franzino, que não tinha força nem para ir à escola. Seu
irmão mais velho, Carlos, aprendeu jiu-jítsu com um lutador japonês
e começou a praticar perto do irmão. O pequeno Hélio não podia ter
aulas com Carlos, mas ficava observando suas lutas e, pouco a pouco,
foi adaptando os movimentos à sua condição física. Logo criaria
técnicas diferenciadas e golpes poderosíssimos, que não exigiam força
exagerada em sua execução. Em pouco tempo se tornaria um grande
campeão, vencendo lutadores três vezes mais pesados e mais fortes do
que ele. Hélio foi responsável pela difusão do jiu-jítsu no Brasil e é
reconhecido internacionalmente como o idealizador do estilo
brasileiro dessa arte marcial.
Outro exemplo de superação e preparação foi dado pelo moderno
Estado de Israel na Guerra dos Seis Dias. Em meados de 1967, uma
ampla coalizão de países árabes – Egito, Jordânia e Síria, apoiados por
Iraque, Kuwait, Arábia Saudita, Argélia e Sudão – mobilizava-se para
atacar Israel. Então a Força Aérea israelense lançou um ataque
preventivo e arrasador às bases militares egípcias, impedindo-as de
entrar em ação. O plano, chefiado pelo general Moshe Dayan,
derrotou um inimigo muito mais numeroso em armamento e
contingente. Israel venceu porque se antecipou.
Atire a pedra!
Lições
para as batalhas
do dia a dia
28
Economize
e desfrute
“Desafio hoje os exércitos de Israel. Mandem um homem para lutar
comigo!”
1 Samuel 17:10
C
posicionados cada um em uma elevação, com um vale entre
eles. Era muito arriscado realizar um avanço pelo vale
enquanto os oponentes permaneciam em sua posição elevada.
Assim, estava criado um impasse.
Uma solução militar que costumava ser adotada em algumas
batalhas daquela época consistia em propor um combate apenas entre
dois soldados – geralmente, o melhor guerreiro de cada lado. Foi com
base nesse costume que os filisteus escalaram Golias e ele desafiou os
israelitas a enviar um homem para um duelo definitivo.
O custo de uma guerra é imenso, tanto em recursos econômicos
quanto humanos. Portanto, a estratégia do duelo fazia sentido. Por
mais cruel que pareça escolher um único homem para morrer por
todos, essa é uma estratégia sábia – afinal, o custo de perder um só
homem é menor do que o de perder todos.
Limitar a luta a dois soldados para decidir uma disputa bélica é
uma forma de poupar recursos. E a lição que podemos extrair desse
pequeno detalhe da história é muito simples: sejamos econômicos. Se
gastarmos tudo o que temos, as dificuldades da vida serão muito
maiores.
Esse princípio também vale para a vida pessoal, pois precisamos
usar com sabedoria os recursos de que dispomos. Não podemos gastar
tudo o que temos ou, como se diz, não devemos “apostar todas as
fichas em um só número”. Sempre que possível, precisamos fazer
alguma provisão para tempos futuros. Desfrutar da prosperidade sem
essa visão de economia pode custar muito caro mais tarde, quando a
escassez vier. Infelizmente, muitas pessoas desperdiçam seus recursos
adquirindo bens supérfluos ou investindo em símbolos de status.
Como lembra a fábula da cigarra e da formiga, melhor faz quem se
esforça para, no tempo da fartura, economizar e investir pensando em
seu futuro.
Da mesma forma, devemos cuidar da saúde quando jovens a fim de
termos um corpo saudável e funcional para passar a velhice. Evitar o
cigarro e os excessos com o álcool, observar uma rotina básica de
atividade física e cuidar da alimentação são maneiras perfeitamente
viáveis de prevenir doenças metabólicas e degenerativas, que,
infelizmente, têm se tornado cada vez mais comuns. Afinal, a saúde é
um de nossos principais bens nesta vida – por isso precisamos poupá-
la.
Jesus nos deu um exemplo precioso a respeito da importância de ser
comedido: depois de multiplicar alguns poucos pães e peixes a ponto
de distribuir alimento farto para quase 5 mil pessoas, ele recomendou
aos discípulos: “Agora juntem os pedaços que sobraram para que nada
se desperdice” ( João 6:11-12).
Atire a pedra!
Economize seus recursos, evitando desperdícios.
Invista parte de seus recursos, semeando um futuro mais
próspero e seguro.
Desfrute de seus recursos, ou seja, não se torne escravo da
ideia de apenas guardar, deixando de utilizar parte do que
tem para proporcionar conforto hoje. Aproveite o que
conquistou.
A utilização sábia do que se tem, inclusive com caridade, é
uma prática eficaz para trazer felicidade e realização pessoal.
Economizar de menos ou de mais não é bom. Busque
sabedoria e equilíbrio na utilização dos seus recursos.
Experimente ler livros, assistir a palestras ou fazer cursos
sobre a gestão de seus recursos.
29
Distancie-se
para ver melhor
Durante quarenta dias, pela manhã e à tarde, o guerreiro filisteu se
apresentava diante do exército israelita e o desafiava.
1 Samuel 17:16
E
mudar a perspectiva pela qual o observamos. Quando estamos
fora do problema, devemos entrar nele; quando estamos
dentro, é recomendável nos afastarmos.
Usamos a primeira premissa com mais frequência, quando
tentamos nos colocar no lugar dos outros, entender suas motivações e
ajudá-los a solucionar suas questões. Contudo, fazer o inverso
também é necessário: se estamos envolvidos em uma situação, talvez
não consigamos avaliá-la bem, a menos que a observemos de certa
distância.
Às vezes, você precisa estar de fora para ver o tamanho do
problema. É sinal de sabedoria conseguir distanciar-se da situação e
olhá-la de fora. Quem observa de longe consegue avaliar com mais
clareza uma dificuldade ou um gigante que nos atormenta.
É importante questionar nossas perspectivas. Precisamos checar o
tempo todo se nosso “mapa” sobre o mundo ou se um determinado
assunto corresponde à realidade – porque, muitas vezes, não é o que
acontece. Lembra-se daqueles mapas antigos, em que se viam os
desenhos dos países, oceanos etc.? Eles são parecidos com os
contornos e acidentes geográficos reais, mas não têm precisão. Da
mesma forma, temos que verificar se o mapa que fazemos de nossos
problemas não está mostrando monstros que na verdade não existem.
E uma das formas de fazer isso é observá-lo de “fora”.
Foi por isso que, quando Davi chegou ao campo de batalha, achou
estranho o que estava acontecendo: “O que esse gigante está falando?
Isso aqui não é o povo do Deus de Israel? Por que vocês não estão
tomando uma providência?” Para ele, que não estava diretamente
envolvido com as provocações de Golias, a situação parecia absurda;
para os soldados atemorizados pelas palavras do inimigo, era
impossível avaliar a situação como um todo.
Um artista plástico costuma se afastar do quadro que está pintando
para ver o desenho inteiro com mais clareza. Se você quiser se
preparar para uma maratona e contratar um personal trainer
especializado nesse tipo de competição, provavelmente a primeira
instrução que ele lhe dará será a seguinte: “Corra naquela direção e eu
vou ficar distante, porque preciso observar você correndo para ver suas
passadas, quais são os defeitos e o que será preciso melhorar.”
Use o conceito do distanciamento para avaliar a sua vida. Imagine
que você está fazendo uma longa caminhada e resolve subir até o topo
de uma montanha para ver, lá de cima, a sua trajetória: de onde veio,
os rumos que vem tomando e os obstáculos que encontrará pela
frente.
Faça isso com seu casamento. Lembre-se de como era a relação no
início do namoro. Como era quando vocês estavam juntos? Como
seria se vocês voltassem a tratar um ao outro como naquela época? A
intimidade pode trazer coisas muito boas à medida que se aprofunda;
o relacionamento não precisa piorar conforme o tempo passa. Por que
deixamos isso acontecer? O convívio pode se tornar cada vez mais
amoroso e verdadeiro ao longo dos anos. Olhe de longe e perceba a
importância do relacionamento de vocês.
Quando não paramos para refletir sobre os caminhos que estamos
seguindo, podemos perder de vista o quadro geral da nossa vida. A
nascente de um rio nada mais é que um pequeno córrego. Mas os
afluentes vão aumentando as suas águas, até que a força da correnteza
torna uma margem mais distante da outra. Da mesma forma, se não
tomarmos cuidado, nossas margens vão se abrindo e acabamos
perdendo o controle de nosso destino. Acontece aos poucos, sem nem
nos darmos conta. Assim, nos afastamos de nossos parceiros, de
nossos sonhos, de nós mesmos.
Pense bem: se você jogar um sapo dentro de uma panela de água
fervendo, ele pula na hora para não morrer. É instintivo. Contudo, se
uma panela com água fria for sendo aquecida aos poucos, o anfíbio
não conseguirá sentir a mudança. O sapo morre sem perceber que está
sendo cozido; os humanos às vezes até percebem, mas quando já é
tarde demais.
Esse exemplo vale para todos nós. Precisamos tomar muito cuidado
para que algo assim não aconteça em nossa carreira ou afete nosso
casamento ou prejudique nossa saúde ou interfira em qualquer área da
nossa vida. Como se estivéssemos dentro de uma panela d’água que
ferve aos poucos, corremos o risco de não perceber as coisas se
deteriorando ao nosso redor. O relacionamento vai se enfraquecendo,
o trabalho vai perdendo qualidade, a saúde vai se deteriorando… E,
quando a água ferve, não tem mais jeito. Portanto, não deixe a água
ferver à sua volta. E é mais fácil fazer isso quando se tem o hábito de
vigiar a panela pelo lado de fora.
Atire a pedra!
Aprenda
a dar, receber
e recusar
Um dia, Jessé disse a Davi: “Leve depressa para seus irmãos que
estão no acampamento este cesto com grãos tostados e estes dez
pães. Leve também estes dez queijos para o capitão deles.”
1 Samuel 17:17-18
D
pode ajudar você em diversas situações da vida. Às vezes,
você deve aceitar um presente. Muitas vezes pessoas pobres
presenteiam um juiz, advogado ou líder religioso com uma
dúzia de ovos ou uma cesta de frutas para agradecer-lhes seu
empenho no cumprimento do dever. Recusar um gesto módico e
singelo, feito com esse espírito, seria uma indelicadeza.
Sempre que alguém lhe faz um agrado em forma de presente, pode
ser por mera gratidão ou por gentileza, mas também pode ser por
interesse. De um jeito ou de outro, quem presenteia costuma semear
alguma coisa. Como se diz, “presentes abrem caminhos”. Se você
souber presentear, obterá caminhos mais largos.
Quando você faz o bem a alguém, esse bem volta para você. O
presente dado de forma generosa traz benefícios para a pessoa que o
deu. Assim, se você não recebe o bem do outro, está impedindo que
ele cresça. Se tem dificuldade de aceitar presentes, reflita sobre qual é
o motivo disso. Pode ser orgulho, baixa autoestima, síndrome do
impostor, desconfiança ou até mesmo resultado de traumas
emocionais. Conseguindo identificar o motivo, é possível superar esse
sentimento ruim e permitir-se ser presenteado.
Vários estudos científicos comprovam que praticar a generosidade
traz uma série de benefícios, como a melhora nos relacionamentos e o
aumento do grau médio de felicidade. Mas não devemos só praticar a
generosidade, é preciso aprender a recebê-la de bom grado, até pelos
benefícios que ela traz para quem nos presenteia.
Se você “pisar na bola” com alguém que ama (seu cônjuge, por
exemplo), eis aí uma boa oportunidade para dar um presente, junto
com um pedido de desculpas. É claro que o presente não vai resolver
os problemas, mas pode ajudar. Quando a situação acontecer – e elas
vão acontecer –, experimente fazer isso. Funciona! E funcionará ainda
mais se você procurar não repetir o erro que gerou o conflito.
Atire a pedra!
Você nunca
está sozinho
“O Senhor que me livrou das garras do leão e do urso também me
livrará desse filisteu!”
1 Samuel 17:37
D
anterior. Como já vimos, ele era um pastor que tomava conta
das ovelhas de seu pai. Nessa tarefa, já havia enfrentado pelo
menos um urso e um leão – ou seja, tinha alguma experiência
em lidar com situações perigosas. Porém Davi não se achava
“o tal” nem vivia se vangloriando de ter vencido sozinho aquelas feras.
Ao contrário: ele fez questão de dizer que fora ajudado por Deus. A
humildade é importante inclusive na hora de celebrar a vitória. A
explicação que Davi viu para o triunfo foi seu relacionamento com
Deus. No entanto, não devemos colocar apenas nas mãos de Deus
todas as nossas batalhas, pois o próprio Deus nos estimula a caminhar
por conta própria e fazer nossa parte. Embora fosse devoto e humilde,
Davi também tinha treinamento em combate. É disso que precisamos
para enfrentar as batalhas da vida. Na academia militar de West
Point, nos Estados Unidos, há um ditado que diz o seguinte: “Quanto
mais você suar no campo de treinamento, menos sangrará no campo
de combate.” Já o Batalhão de Operações Especiais (BOPE) da
Polícia Militar do Rio de Janeiro tem como um dos lemas a frase:
“Treinamento duro, combate fácil.” Ou seja, um guerreiro nunca vai
sozinho para o combate. Ele sempre leva consigo tudo o que treinou
até o dia da batalha. Cada vez que você luta está acompanhado de
todas as lutas que já travou um dia. É claro que, diante da grandeza da
disputa, podemos sentir medo. O medo é um sentimento primitivo do
ser humano – e, dentro de determinada medida, é útil para evitar
imprudências e riscos desnecessários. Todavia, o medo não pode nos
levar à inação. O que acontece, muitas vezes, é que nos paralisamos
diante dos desafios que demandam muita energia e motivação. Na
hora da batalha, Davi pode até ter sentido medo, mas agiu apesar
dele. Precisamos aprender a lidar com nossos temores para não deixar
que eles nos deixem sem ação diante dos perigos reais. Em geral,
sempre podemos contar com alguém para nos apoiar nos momentos
de temor, de dúvida ou de dificuldade. Essa pessoa pode ser o pai, a
mãe, um irmão, o parceiro, um amigo, um colega de trabalho… Seja
quem for, quase sempre podemos recorrer à ajuda de alguém.
Atire a pedra!
Cada vez que você luta, está acompanhado de todas as
batalhas que já teve um dia.
O medo de lutar pode até ser sua companhia; só não pode
ser seu guia.
Não precisamos lutar sozinhos; sempre existe alguém que
pode ajudar.
Seja grato a quem o ajudou quando você estava sozinho ou
era pequeno.
Ajude quem é pequeno ou fraco.
32
Procure
o melhor
ângulo
Logo filisteus e israelitas estavam frente a frente, exército contra
exército.
1 Samuel 17:21
1 Samuel 17:48
C
problema é encará-lo de frente. Não há dúvida de que
devemos olhar a realidade de frente, sem tentar negá-la ou
reclamar dela. De nada adianta fingir que o problema não
existe ou diminuir sua gravidade. Para superar um obstáculo,
devemos conhecê-lo. Para vencer um adversário ou um concorrente,
precisamos saber quais são seus pontos fortes e fracos – aliás, não só
os dele, mas também os nossos.
Porém nem sempre o ataque frontal é o mais recomendado para se
vencer um gigante. Muitas vezes, a melhor estratégia é atacar pelos
flancos, onde os exércitos costumam ser mais fracos. De fato, a
história registra que muitas forças militares foram derrotadas porque
eram fortes na frente e no centro, porém frágeis nas laterais.
Na Grécia Antiga, um dos segredos da força dos exércitos de
Esparta era a instrução para que cada soldado cuidasse do combatente
ao seu lado tanto quanto de si mesmo. Cada um defendia seu
companheiro mais próximo, formando um time coeso – e, assim,
nenhuma parte do exército ficava desprotegida.
Depois da Primeira Guerra Mundial, a França resolveu construir
uma série de fortificações interligadas ao longo de suas fronteiras com
a Alemanha e a Itália, com mais de 100 quilômetros de galerias
subterrâneas, obstáculos, baterias blindadas, postos de observação e
paióis de munição. Essa estratégia ficou conhecida como linha
Maginot, sobrenome do seu idealizador, o então ministro da Defesa
francês André Maginot.
Essa obra, de grande complexidade tecnológica para os padrões da
época, era a mais formidável linha defensiva militar jamais construída
no mundo e tranquilizou o país diante da ameaça nazista que
assustava a Europa na década de 1930. A população da França estava
segura de que os alemães jamais conseguiriam invadir seu território.
Na pior das hipóteses, a linha poderia conter um ataque germânico
durante o tempo necessário para que os franceses organizassem uma
mobilização geral.
A linha Maginot, no entanto, não se estendia até o mar do Norte,
deixando em aberto toda a fronteira com a Bélgica e até mesmo uma
parte da divisa com a Alemanha. Foi exatamente nesses pontos que os
exércitos de Hitler penetraram, avançando com rapidez e envolvendo
as tropas francesas pelos flancos e por trás da sua linha de defesa. Os
franceses não imaginaram que o inimigo entraria pelo lado,
contornando as fortificações, em vez de atacar pela frente. A partir
desse monumental erro estratégico, o termo “linha Maginot” tem sido
usado como metáfora para algo que se considera seguro e confiável,
mas que, na hora H, se mostra ineficiente. É mais um exemplo do que
ocorre quando um dos lados da contenda decide mudar o modelo da
disputa.
Guerras à parte, a estratégia de atacar pelos flancos também é
muito usada no mundo dos negócios, na política e até mesmo nas
relações humanas. Por exemplo, é mais fácil conseguir chegar a uma
pessoa importante e obter sua atenção conquistando antes o apoio ou
a simpatia de alguém próximo, como um amigo ou um assessor, do
que tentando um contato direto. Mas isso não é tudo: é preciso
escolher o ângulo certo, a melhor abordagem e a ocasião mais
propícia.
Davi sabia que precisava se posicionar de tal forma ao girar a funda
e soltar a pedra na trajetória exata para acertar o ponto vulnerável de
Golias. O gigante estava blindado por sua armadura e seu capacete de
bronze, mas não imaginava que uma pequena pedra poderia atingi-lo
no único ponto da testa que estava desprotegido.
A estratégia de Davi, aliada à sua iniciativa, tornou-o vencedor.
Essa combinação é essencial para o sucesso. Já falamos disso antes,
mas não custa reforçar: a falta de iniciativa é receita para o fracasso.
Lembre-se do exemplo do escudeiro de Golias, que, não sabemos por
qual motivo, não correu em socorro de seu chefe quando ele tombou.
Se tivesse agido, poderia ter evitado a morte de seu senhor.
Golias olhava Davi do alto, mas apenas por alto. Não podia
reconhecer, naquele pequeno rapaz, um gigante na fé, e por isso foi
derrotado. Já Davi escolheu o melhor ângulo para atacar seu
oponente. Muitas pessoas não dão atenção a detalhes que parecem
sem importância, mas que se revelam decisivos na hora do confronto.
Não cometa esse erro. Observe seu oponente – seu concorrente, seu
desafio, seu problema, sua realidade – por todos os ângulos, em todos
os detalhes e avalie qual a melhor maneira de atacar.
No filme Carruagens de fogo há um momento assim: o treinador do
time norte-americano avisa a seu atleta que o corredor britânico Eric
Lidell não tinha fôlego para a corrida de 400 metros livres, pois era
especialista nos 100 metros livres. No entanto, outro atleta dos
Estados Unidos diz: “Cuidado, ele está correndo por um motivo.” Às
vezes aquele que parece (ou é!) o mais fraco tem um motivo tão forte
que acaba por se superar. Como disse Friedrich Nietzsche: “Quem
tem uma razão para viver é capaz de suportar qualquer coisa.”
Atire a pedra!
Atitude vale
mais que
estatura
Quando chegaram, Samuel olhou para Eliabe e pensou: “Com
certeza este é o homem que o Senhor ungirá!” O Senhor, porém,
disse a Samuel: “Não o julgue pela aparência nem pela altura, pois
eu o rejeitei. O Senhor não vê as coisas como o ser humano as vê.
As pessoas julgam pela aparência exterior, mas o Senhor olha para
o coração.” (…) Da mesma forma, todos os sete filhos de Jessé foram
apresentados a Samuel. Mas Samuel disse a Jessé: “O Senhor não
escolheu nenhum deles.” Então Samuel perguntou: “São estes todos
os seus filhos?” Jessé respondeu: “Ainda tenho o mais novo, mas ele
está no campo, tomando conta do rebanho.” “Mande chamá-lo”,
disse Samuel. “Não nos sentaremos para comer enquanto ele não
chegar.” Jessé mandou chamá-lo. Era um jovem ruivo, de boa
aparência e olhos bonitos. E o Senhor disse: “É este; levante-se e
unja-o com óleo.” Enquanto Davi estava entre seus irmãos, Samuel
pegou a vasilha com óleo que havia trazido e o ungiu. A partir
daquele dia, o Espírito do Senhor veio poderosamente sobre Davi.
Depois disso, Samuel voltou a Ramá.
1 Samuel 16:6-13
oltamos um capítulo na Bíblia para, mais uma vez, abordar a questão
de tamanho e estatura, um assunto que vale a pena enfatizar. Davi,
que tomou o lugar de Saul, foi ungido o segundo rei de Israel.
V
Mesmo sendo um dos mais importantes profetas de Deus,
Samuel errou, a princípio, em sua avaliação. Pensou que
Eliabe era o melhor candidato ao trono por ser o
primogênito, alto, forte e garboso – mas nós sabemos como
seu coração era mau.
O texto bíblico revela que Samuel quis ungir os irmãos mais velhos
e maiores, e que até mesmo o pai de Davi, Jessé, se esqueceu do
menino – por ser muito jovem, talvez; mas o fato é que Jessé não se
lembrou do caçula. Que isso lhe sirva de lição, aliás: se seu pai ou
outra pessoa (professor, chefe, líder religioso etc.) se esquecer de você
ou cometer alguma injustiça, não desanime nem perca a fé em si
mesmo. Todos podem errar; portanto, não deixe que a falta de
confiança ou o estímulo alheio tirem sua disposição de fazer o que
precisa ser feito. Deus orientou Samuel a que atentasse para o
coração, não para a aparência. Devemos fazer o mesmo: cuide do seu
coração, pois, se ele for grande, você também será.
Repare: mesmo que Deus não tivesse influenciado a escolha do
novo rei, não foi a opinião de Jessé, de Eliabe ou de Samuel que
contou, mas sim a personalidade de Davi. Se você seguir todos os
princípios sobre como vencer gigantes que vimos neste livro, sairá
vitorioso mesmo que não seja o favorito, o maior ou o mais forte.
Atire a pedra!
Atitude gera altitude.
Não deixe que a opinião dos outros determine quem você é
ou pode ser.
Julgue as pessoas pelo seu coração, não pela sua estatura.
34
Outros
gigantes virão
Em outra batalha com os filisteus em Gate, havia um homem de
grande estatura com seis dedos em cada mão e seis dedos em cada
pé, 24 dedos ao todo, que também era descendente de gigantes.
2 Samuel 21:20
1 Crônicas 20:5
1 Crônicas 20:8
A
outro – e só crescem quando vencem o problema anterior.
Simples assim: enquanto você não vence um gigante, outro
não aparecerá. Mesmo sabendo que os próximos combates
poderão ser mais difíceis, devemos esperar por novos Golias, pois são
eles que fazem nossa vida sair do lugar.
Depois que você matar o primeiro gigante, os seguintes não
parecerão tão assustadores. À medida que você os vence, vai ficando
mais experiente e mais forte para as próximas batalhas, e novos
gigantes começam a surgir… e será cada vez mais fácil derrotá-los.
Mais que isso: ao derrotá-los, você mostra para o mundo que
gigantes podem ser vencidos e inspira as pessoas a acreditar na
possibilidade da vitória sobre grandes desafios. Quando você vence,
toda a humanidade vence com você.
Mateus 2:6
Atire a pedra!
Após vencer um gigante, outros virão.
Vencer um gigante aumenta a chance de derrotar outros.
Uma pessoa vai se tornando mais competente e
autoconfiante a cada desafio que supera.
Não tenha inveja de quem vence o gigante: mantenha essa
pessoa ao seu lado.
Esteja sempre pronto para novos desafios, mas não deixe de
usufruir dos benefícios de cada batalha vencida.
Não se lamente pelas dificuldades que surgem em seu
caminho; todo ser humano está destinado a enfrentá-las.
35
Os gigantes
da velhice
Davi era filho de Jessé, efrateu de Belém, na terra de Judá. Na época
do rei Saul, Jessé já era idoso e tinha oito filhos.
Os três filhos mais velhos de Jessé – Eliabe, Abinadabe e Simeia –
haviam se alistado no exército de Saul para lutar contra os filisteus.
1 Samuel 17:12-13
J
novo ser ungido pelo profeta Samuel o futuro rei de Israel.
Depois disso, continuou contando com a ajuda de Davi nas
tarefas do dia a dia, enquanto os filhos mais velhos foram
servir o exército na guerra contra os filisteus. A maior emoção,
porém, estava por vir. Tudo indica que o velho Jessé foi poupado de
uma terrível apreensão, pois soube da luta contra Golias apenas depois
do desfecho – porém podemos imaginar o que sentiu quando recebeu
essas notícias: Davi derrotara um gigante e estava sendo aclamado
herói por salvar seu país! Além disso, o garoto receberia uma grande
fortuna e sua família seria isentada de impostos para toda a vida. Para
completar, Davi ainda desposaria a filha do rei.
Davi vencera um gigante e isso trouxe muitos benefícios a seu pai,
que vivia de forma modesta. Apesar disso, a vida de Jessé continuou
igual. As conquistas de Davi, embora influenciassem o pai, eram de
Davi. Durante a nossa vida, inclusive na velhice, temos que encarar
nossos desafios e viver nossas glórias.
Muita gente pensa na velhice como um ônus, uma etapa ruim em
nossa história. Mas que tal se a encarássemos como um bônus?
Chegar à terceira idade é um prêmio, é um benefício para a própria
pessoa, para seus filhos, netos e até bisnetos. Nessa fase acumulamos a
experiência de uma série de desafios (gigantes que foram enfrentados
ao longo das décadas) e dos prêmios recebidos após cada vitória: a
formação acadêmica, o casamento, a educação dos filhos, o
crescimento profissional, a evolução do caráter, o aprofundamento das
amizades e a sabedoria.
Nem todos conseguem alcançar essa etapa, e só o fato de chegar lá
já é considerado uma vitória. Porém só desfrutam desse bônus aqueles
que sabem extrair aprendizado dos seus erros e acertos, das suas
alegrias e tristezas, de seus limites e capacidades. Somente esses
desenvolvem a sabedoria, que é muito mais do que conhecimento. É
uma compreensão mais profunda, é saber o que fazer com o
conhecimento acumulado, é ter discernimento, capacidade de separar
o certo do errado e de compreender situações, avaliando-as com bom
senso, clareza, prudência e serenidade.
Um pequeno testemunho da sabedoria de Davi em Atos 13:36
declara ter ele “servido ao propósito de Deus em sua geração” (NVI).
A velhice nos aguarda como o tempo de completarmos os propósitos
maiores de Deus, principalmente se soubermos dividir nossa
experiência e nossos recursos com o próximo, a começar pelos
familiares e amigos.
1 Reis 4:29-30
Atire a pedra!
Amor paternal
e filial
Um dia, Jessé disse a Davi: “Leve depressa para seus irmãos que
estão no acampamento este cesto com grãos tostados e estes dez
pães.”
1 Samuel 17:17
P
situações que também merecem nossa atenção. Uma delas se
passa entre Jessé e seus filhos. Enquanto o caçula ficava
cuidando do rebanho do pai, os outros sete estavam no
exército. A mando de seu pai, Davi foi até o acampamento
buscar informações sobre seus irmãos e levar comida caseira para eles
– algo certamente melhor do que serviam aos demais soldados na
frente de batalha. Um carinho de pai, com a ajuda do filho mais novo.
Você, leitor, se é mãe ou pai, talvez tenha esse tipo de cuidado com
seus filhos. É um gesto típico do amor materno e paterno, que vale a
pena cultivar e transmitir para as gerações seguintes. Se estivesse na
condição de Jessé, você talvez fizesse o mesmo. É muito bom que seus
filhos saibam que você se preocupa com o bem-estar deles. E, como
filho, você também deve desenvolver esse carinho e cuidado por seus
pais.
A missão dos pais é ser um reflexo do amor de Deus por seus filhos.
O amor vivenciado no ambiente familiar é importante para que a
criança tenha autoestima, senso de solidariedade e confiança no
próximo. Esse amor deve incluir a tolerância e o respeito às diferenças
individuais, assim como a formação de valores éticos firmes e de um
bom alicerce moral. A educação que se recebe em casa é uma
preparação para a vida, para o convívio no trabalho e na sociedade e
para o enfrentamento dos gigantes que todos encontram pela frente.
Honre seu pai e sua mãe. Assim você terá vida longa e plena na
terra que o Senhor, seu Deus, lhe dá.
Êxodo 20:12
Os pais também devem ter cuidado com o que ensinam aos seus
filhos, seja por meio de lições diretas, seja através do exemplo, que é
um professor poderoso. Como já vimos aqui, o erro de Saul ao abrir
mão de sua armadura foi repetido por seu filho, Jônatas (1 Samuel
18:1,4). Os pais são chamados a não provocar seus filhos à ira, mas a
criá-los na disciplina e na instrução de Deus (Efésios 6:4).
Alguns pais cobram respeito dos jovens sem perceber que têm sido
desrespeitosos na relação com eles. A rebeldia, a ingratidão e o
comportamento desajustado de muitos jovens podem ocorrer por
causa de erros dos pais e dos educadores. Muitos dão péssimos
exemplos, são autoritários e injustos; alguns chegam a jogar sobre os
filhos a sua raiva do mundo, suas frustrações e derrotas; outros são
violentos, impacientes, inflexíveis. Há ainda os condescendentes
demais, que não impõem limites durante o desenvolvimento das
crianças. Fazer isso é como deixar os filhos chegarem perto de um
abismo sem afastá-los de lá e sem avisá-los do perigo. Se você disser
que seu pai ou sua mãe não merecem sua atenção e seus cuidados,
podemos lembrar que a lógica cristã para se ajudar o próximo não
depende do merecimento da outra parte, mas sim daquilo que Deus
espera que você faça. Também não merecíamos que Jesus viesse ao
mundo; então, segundo essa lógica, ele não precisaria ter vindo.
Porém o Salvador, em vez da glória que lhe estava guardada, abriu
mão de tudo e veio viver entre nós. Cristo ajudou a todos nós, sem
restrições, sem julgamentos. Ele transformou-se em filho do homem
para que nós pudéssemos nos transformar em filhos de Deus. “Todo
menino quer ser homem. Todo homem quer ser rei. Todo rei quer ser
Deus. Só Deus quis ser menino” (Leonardo Boff ).
Quando estamos diante da visão cristã da família, devemos lembrar
que: “Se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da
sua família, negou a fé e é pior do que o infiel” (1 Timóteo 5:8
ACRF).
Atire a pedra!
Honra e
reputação
Quando Saul viu Davi sair para lutar contra os filisteus, perguntou
a Abner, o comandante de seu exército: “Abner, quem é o pai desse
rapaz?” “Não faço ideia, ó rei!”, disse Abner. “Então descubra quem é
o pai dele!”, ordenou.
Assim que Davi voltou, depois de matar Golias, Abner o levou a Saul.
Ele ainda carregava a cabeça do filisteu em suas mãos. Saul
perguntou: “Quem é seu pai, meu rapaz?” E Davi respondeu: “Sou
filho de Jessé, que vive em Belém.”
1 Samuel 17:55-58
Atire a pedra!
A
que você pode desenvolver para enfrentar situações difíceis e
obstáculos, inspiradas na história de Davi e Golias.
A capacidade de derrotar gigantes, como Davi comprovou,
não depende de estatura, força física, riqueza material, idade,
sexo, estado civil, escolaridade, profissão ou crença religiosa; depende,
sobretudo, da disposição para enfrentar desafios. Derrotar seus
gigantes depende mais de você, da sua atitude e da sua perseverança.
No entanto, queremos concluir nossa conversa dizendo que você não
precisa estar sozinho nessa jornada.
Desde que se apresentou como voluntário até o fim da batalha,
Davi afirmou que contava com uma ajuda especial. Embora tivesse
habilidade (por conta de muito treinamento) para acertar uma pedra
no alvo, ele atribuiu sua vitória à intervenção divina, repetindo isso
para Saul e para Golias (1 Samuel 17:45). Esse aliado não só deu a ele
confiança para combater, como também esteve ao seu lado durante a
luta. E essa ajuda poderosa não é exclusiva de Davi. Ela está
disponível para todos nós, basta querermos.
Muitas pessoas, ao buscar o auxílio de Deus, adquirem coragem
para enfrentar grandes desafios e conquistam a vitória. Então, a
exemplo de Davi, afirmam com humildade: “Não fiz isso sozinho,
Deus me ajudou.” Nós, os autores, podemos dizer o mesmo: nossas
realizações até aqui contaram com a ajuda divina.
A teologia reformada chama de concorrência o tipo de intervenção
divina em que Deus entra com uma parte e você, com outra. É como
se Deus estivesse remando de um lado do barco e, você, do outro.
Parece bom, não é? Mas por que Deus não rema sozinho? Bem, por
alguma razão o Criador gosta de fazer isso com a gente. Imagine, por
exemplo, uma mãe preparando um bolo com sua filha de 10 anos. A
mãe, doceira experiente, se trabalhasse sozinha faria tudo muito mais
rapidamente. Porém ela coloca a filha ao seu lado e lhe delega tarefas,
ainda que a criança deixe cair alguns ingredientes e se demore mais no
preparo. Mas a mãe fica alegre por fazer aquele trabalho junto com
sua filhinha, que, assim, aprende também.
Às vezes, Deus intervém de outra forma, que os teólogos chamam
de providência: ele faz tudo o que precisa ser feito, trabalhando
sozinho. Entretanto, em quase todas as situações, ele gosta de fazer
junto conosco. É como se nos dissesse: “Esforce-se, dê seu jeito, você
precisa conseguir resultados sem ficar acomodado contando com seu
Pai do céu, porque é necessário crescer, meu filho. O mundo precisa
de vencedores de gigantes e você pode ser um deles!”
Uma pessoa pode até estar preparada para vencer, mas não deve ser
vaidosa nem arrogante. Todos podem contar com a ajuda de Deus.
Quando estamos seguros nele, fica até mais fácil atrairmos muitos
outros para lutar ao nosso lado e conquistar objetivos comuns. Assim
aconteceu com Davi, que acabou cercado por uma geração de homens
valentes (2 Samuel 23:8-39). Porém, não se esqueça: é apenas uma
ajuda. Deus não quer que fiquemos de braços cruzados, deixando tudo
nas mãos dele. Para agir, Deus conta com o seu braço. Encarar os
desafios desse modo é estabelecer uma verdadeira parceria com Deus.
O texto de Deuteronômio 8:17-18 afirma que não devemos dizer
que nosso braço conquistou a vitória, mas que Deus deu força ao
nosso braço, confirmando essa ideia de trabalho em coautoria. Davi
também falou sobre isso ao se referir a Deus: “Livrou-me de inimigos
poderosos, dos que me odiavam e eram fortes demais para mim. (…)
Ele treina as minhas mãos para a batalha e fortalece meus braços para
vergar o arco de bronze” (Salmos 18:17,34). Ou seja, o esforço fica
por nossa conta, mas, se quisermos, teremos sempre um aliado
lutando ao nosso lado.
Jesus se apresentou como filho primogênito de Deus e nos tratou
como irmãos, desejando criar conosco um relacionamento e
intimidade. Ao contrário de Eliabe, que foi um irmão ruim, temos em
Jesus o exemplo do mais perfeito irmão mais velho. Ele costumava
indagar às pessoas o que elas queriam, o que pensavam e se
precisavam de sua ajuda.
Saiba que esse interesse ainda existe e que esse irmão mais velho
quer estar ao seu lado. Jesus deseja participar inteiramente da nossa
vida – não só nos momentos em que estamos orando, em casa ou na
igreja, mas também nos ambientes familiares e sociais, em nossos
estudos, em nossa carreira e em todos os nossos negócios. Ele quer ir
com você todos os dias para o trabalho, para a escola, para o encontro
com os amigos. Ele quer fazer sociedade com você. Nada impede que
você entre de cabeça ou opte por começar essa relação aos poucos.
Creia que os planos de Deus são ótimos. São “planos de bem, e não
de mal, para lhes dar o futuro pelo qual anseiam”, conforme diz o
texto de Jeremias 29:11.
Não se preocupe caso você ache que tem pouca fé nesse parceiro de
caminhada. A fé é um fenômeno que convive com a dúvida, porque é
um relacionamento, e todo relacionamento é uma construção.
Caminhe com a pouca fé que tem hoje, e fique atento aos resultados.
Ao longo da caminhada, sua confiança vai crescer. E sua visão e sua fé
serão ampliadas.
Um dos primeiros efeitos dessa parceria será uma sensação de paz –
mas não será o único. Outro efeito importante é a adoção dos padrões
éticos recomendados por Jesus, algo de que o mundo precisa e muito.
Cada dia se exige mais que as organizações e os profissionais tenham
um comportamento ético em suas atividades. Isso repercute muitas
das lições transmitidas por ele, que nos alertou contra injustiças,
corrupção, fraudes, mentiras e iniquidades. Jogar sujo é um péssimo
negócio, basta ver como estão os países com alto grau de corrupção.
Governos e empresas que desrespeitam esses valores têm sua
sobrevivência ameaçada, ao passo que os empreendimentos éticos
ganham credibilidade por suas iniciativas corretas em todos os
aspectos – sociais, financeiros, políticos, ambientais etc.
Uma das promessas para quem adota esses novos propósitos e
comportamentos é, além da admiração coletiva, a bênção divina. Você
estará associado a algo maior do que você mesmo, e isso o ajudará na
caminhada. Buscar a excelência em seu trabalho também é uma forma
de honrar a Deus, assim como o sucesso que você terá em decorrência
disso. Veja o que diz o profeta Isaías a esse respeito:
Isaías 58:9-11
Assim como Deus está pronto para nos ajudar em nossas batalhas,
ele deseja que participemos das dele: construir um mundo mais justo,
pessoa por pessoa; crescermos e ajudarmos os outros a crescer; tratar o
outro como gostaríamos de ser tratados; combater a pobreza, a
exploração do homem pelo homem, a desonestidade e a injustiça. Ele
conta com nossa ajuda nisso.
Ainda poderíamos refletir sobre muitas questões envolvendo o
combate entre Davi e Golias, mas cremos que abordamos os pontos
essenciais. Se assimilarmos essas lições estaremos preparados para
enfrentar e vencer os gigantes que surgirem.
A partir desse ponto, a descoberta de novas e importantes lições
está em suas mãos. Terminando a leitura deste livro, esperamos que
pense: “Quanta coisa interessante! Quanta riqueza em uma história
tão simples!” Você também pode continuar a pesquisar esse e outros
episódios da vida de Davi. O mais importante, porém, é colocar em
prática esses ensinamentos.
Além disso, procure manter sua humildade, equilíbrio e o respeito
aos valores éticos, em especial à medida que for colecionando
sucessos. Davi se esqueceu disso em certo momento da vida. Como já
falamos rapidamente, no auge de suas conquistas Davi parou de ir
pessoalmente às batalhas e ficou acomodado no conforto do seu
palácio, começou a achar que podia fazer tudo o que bem quisesse…
ou seja, se perdeu. Acabou sendo derrotado por gigantes internos. Ele
cobiçou Bateseba, mulher de Urias, um de seus melhores guerreiros.
Envolveu-se com ela e, para esconder seus atos, provocou a morte de
Urias, mandando-o de propósito para o ponto mais perigoso da linha
de batalha. Errou de forma grave e pagou um preço alto por isso. Há
um salmo em que ele descreve seu arrependimento:
Tem misericórdia de mim, ó Deus, por causa do teu amor. Por causa
da tua grande compaixão, apaga as manchas de minha rebeldia.
Lava-me de toda a minha culpa, purifica-me do meu pecado. Pois
reconheço minha rebeldia; meu pecado me persegue todo o tempo.
Salmos 51:1-3
William Douglas
www.williamdouglas.com.br
Flavio Valvassoura
www.flaviovalvassoura.com.br
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autores
WILLIAM DOUGLAS
FLAVIO VALVASSOURA
Não mais escravo do medo
Afinal, o que é o medo? Qual a sua natureza? Como ele se instala e
afeta a nossa psiquê? Existe um remédio para o medo? Como livrar-se
dele então?
Uma pessoa dominada pelo medo torna-se incapaz de tomar
decisões com consciência e segurança; decisões estas que poderão
melhorar o seu presente, e principalmente pavimentar as rotas do seu
futuro. Por quê? Porque o medo aprisiona a alma, cria fantasmas que
são tidos como reais, amplia as percepções negativas e obscurece o
horizonte à frente.
O medo é avassalador. Ninguém, por si mesmo, poderá enfrentá-lo
e derrotá-lo com êxito. Ele é um Golias que se levanta dentro de nós e
insiste em nos ameaçar. Todavia, não é invencível. Contudo,
precisaremos não só de coragem para fazer face a ele, inclusive
sabendo que sua superação não se dará exclusivamente nos limites de
um consultório de aconselhamento. Precisaremos usar armas e
escudos espirituais, as quais Deus já nos providenciou em Cristo. Se a
morte foi vencida, por que o medo não? É nesse contexto de
esperança bíblica e graça sobrenatural, que chega às nossas mãos essa
primorosa obra do pastor Flavio Valvassoura: Não mais escravo do
medo.