Existencialismo - Uma Analise Da Filosofia Contemporanea
Existencialismo - Uma Analise Da Filosofia Contemporanea
Existencialismo - Uma Analise Da Filosofia Contemporanea
Índice
Introdução...................................................................................................................................................3
Capitulo I: Existencialismo.........................................................................................................................4
1.Conceptualização do Existencialismo.......................................................................................................4
1.1 Características do existencialismo.........................................................................................................5
Capitulo II: Reflexões de alguns Filósofos Existencialistas.........................................................................6
2.Existencialismo em Husserl......................................................................................................................6
2.1 As divergências entre o Existencialismo e Romantismo em Husserl.....................................................6
2.2 Existencialismo em Kierkegaard...........................................................................................................8
2.3 Possibilidade como modo de ser da existência......................................................................................9
2.4 Angustia Em Kierkegaard......................................................................................................................9
2.5 Os três planos em Kierkegaad.............................................................................................................10
3. Existencialismo em Heidegger..............................................................................................................11
4. Existencialismo de Sartre......................................................................................................................12
Capitulo III: Balanço geral do existencialismo contemporâneo.................................................................14
Conclusão..................................................................................................................................................16
Bibliografia................................................................................................................................................17
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Introdução
Capitulo I: Existencialismo
1.Conceptualização do Existencialismo
Para o existencialismo contemporâneo, esse termo designa o modo de ser próprio do existente
humano. A realidade humana naquilo que tem de absurdo, de deliberado pela tomada de
consciência e de irredutível a consciência. A existência pode se compreender como o
arrancamento perpétuo ou presença em acto de um mundo individual. Tal que, uma situação no
mundo com o qual não pode confundir-se. Pois, é "para si" e não "em-si". Assim, é a mesma
coisa dizer que o homem existe e que ele existe como consciência ou liberdade, por que ninguém
confunde com seu “eu”.
A centralidade da existência como modo do ser daquele ente finito que é o homem, pelo
facto de questionar o modo de ser desde homem;
A possibilidade como do ser constitutivos da existência e, pois, como categórica
insubstancial na análise da própria existência porque a existência é essencialmente
possibilidade e os seus constituintes são modos possíveis da relacionação do homem com
o mundo, possibilidade, de facto, bem determinados.
A transcendência do ser (o mundo /ou Deus) com o qual a existência se relaciona;
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2.Existencialismo em Husserl
Edmund Custav Albrecht Husserl, que nasceu em 08 de Abril de 1858, no império Austríaco e
morreu em 26 de Abril de 1938, com 79 anos. Nos seus discursos sobre a fenomenologia, podem
encontrar traços de existencialismo.
Segundo HUSSERL apud ABBAGNANO (2001:45): “existir, significa relacionar-se com o
mundo, ou seja, com as coisas e com os outros homens, e como se trata de relações não
necessárias em suas várias modalidades, as situações em que elas se configuram só podem ser
analisadas em termos de possibilidades”.
Esse tipo de análise, foi estudada pela fenomenologia de Husserl, que colocou o conceito de
transcendência nessa matéria em destaque. Esse conceito, nas relações entre sujeito cognoscente
e objecto conhecido ou, em geral, entre sujeito e objecto, não só no conhecimento, mas também
no desejo, o objecto não está dentro do sujeito, mas permanece fora, e dá-se a ele em carne e
osso.
Esse conceito manteve-se rigoroso na filosofia de Husserl, mas exerceu grande influência no
Existencialismo, para o qual as relações entre o ser-aí, isto é, o ente que existe, o homem e o
mundo sempre se configuraram como transcendência. Essa formulação do problema filosófico
opõe o existencialismo a todas as formas, positivistas ou idealistas do romantismo.
O romantismo afirmava que no homem age uma força infinita, humanidade, razão, absoluto,
espírito, de que ele é apenas manifestação. O existencialismo afirma que o homem é uma
realidade finita, que existe e age por sua própria conta e risco. O romantismo afirma que o
mundo em que o homem se encontra, como manifestação da força infinita que age no homem,
tem uma ordem que garante necessariamente o êxito final das acções humanas. O
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O romantismo afirma que a liberdade, como acção do princípio infinito, é infinita, absoluta,
criadora e capaz de produções novas e originais a cada momento. O existencialismo afirma que a
liberdade do homem é condicionada, finita e obstada por muitas limitações que a todo momento
podem torná-la estéril e fazê-la reincidir no que já foi ou já foi feito. O romantismo afirma o
progresso contínuo e fatal da humanidade. O existencialismo desconhece ou ignora a noção de
progresso porque não pode entrever nenhuma garantia dele.
Dissemos que a análise existencial é análise de relações: estas se acentuam em torno do homem,
mas imediatamente vão para além dele, porque o vinculam, de diversos modos, que é preciso
determinar, à realidade e ao mundo de que faz parte ou, em outras palavras, aos outros homens
ou às coisas.
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Essas relações não têm natureza estática, as relações do homem com as coisas são constituídas
pelas possibilidades de que o homem dispõe em maior medida ou menor grau, conforme as
diversas situações naturais e históricas para usar as coisas e manipulá-las (com o trabalho), a fim
de prover as suas necessidades. E as relações com os outros homens consistem em possibilidades
de colaboração, solidariedade, comunicação, amizade, que têm também graus e formas
diferentes, conforme as diversas condições naturais, sociais e históricas. Ora, dizer que alguma
coisa é possível significa prever e projectar activamente.
Em meados do séc. XIX, entre (1813-1855) vive Sǿren Kierkegaard, foi poeta, cristão, que
declarou ridículo o sistema hegeliano e para o qual a existência do individuo tornar-se autentico
apenas diante da transcendência de Deus. Insistira na importância da categoria da possibilidade,
e por isso é a ele que os filósofos da existência costumam reportar-se. Mas Kierkegaard também
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insistira no aspecto ramificante do possível, que torna problemáticas e negativas tanto as relações
do homem com o mundo quanto as relações do homem consigo mesmo e com Deus.
Mas, escreve Kierkegaard em conceito da angústia, "a possibilidade é a mais pesada das
categórias". Com efeito, na possibilidade, tudo é igualmente possível. E quem foi realmente
educado mediante a possibilidade, compreendeu também seu lado terrível e sabe "que não pode
pretender absolutamente nada da vida e que o lado terrível, é o preditivo, o aniquilamento, mora
ao lado do homem, porta a porta. A existência é liberdade, é poder-ser, isto é, possibilidade:
possibilidade de não escolher, de ficar paralisado, de escolher e de se perder; possibilidade como
"ameaça do nada". A realidade que a existência é possibilidade é, portanto, angustia.
A angústia é o puro sentimento do possível, é o sentido daquilo que pode acontecer e que pode
ser muito mais terrível do que a realidade. Porque, se alguém sai da escola da possibilidade e "se
tirou proveito da experiência da angustia", então "dará ai realidade outra explicação; exaltara a
realidade e, até quando pesar duramente sobre ele, recordar-se-á de que ela é muito mais leve do
que a possibilidade o era".
Mas o importante é compreender que a angústia forma: com efeito, ela "destrói todas as
finitudes, descobrindo todas as suas ilusões". E desse modo que "Deus, que quer ser amado,
desce, com a ajuda da inquietude, do próprio homem.
A relação do homem consigo mesmo, que constitui o eu, é dominada pela desesperação, ou seja,
pela condição na qual o homem se encontra, porque percorreu uma possibilidade após outra sem
deter-se ou porque esgotou suas limitadas possibilidades, e o futuro se fecha diante dele “a
doença mortal”. A própria relação com Deus que parece oferecer ao homem um caminho de
salvação da angústia e do desespero, porque "para Deus tudo é possível, por não ter garantias
absolutas e por ser dominada pelo paradoxo, não pode oferecer certeza nem repouso”(idem).
Desse modo, ao analisar a existência humana com base na categoria do possível, Kierkegaard
entendia o possível exclusivamente em seu aspecto ameaçador e negativo, vendo nele "aquilo
que é impossível realizar-se", do que "aquilo que pode não se realizar".
Como podemos também, dizer que, Kierkegaard nos seus discursos sobre a possibilidade de ser
que o existente nas suas escolhas da vida e, ele usou muito o termo “plano” para designar
possibilidade, porém ele traçou três planos que provavelmente o homem tende por viver,
provando sua própria existência e para sair de um plano para outro, ele faz um saldo superador
nas suas fraquezas ou fortalezas.
O primeiro plano, ele chamou de estético onde o homem é artista, que desenha seu
mundo e é conduzido pelo prazer, pelos desejos e decide sua vida, segundo seus desenhos
mentais, aqui o homem é um puro imaginador e torna um excelente super-homem no
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mundo imaginário (só para acreditar que todo homem deve ter sonhos na vida ex: ser
doutor, ter carro, viver bem ate a morte, etc,) e podemos ter certeza que é exactamente
isso que ele chamou plano estético.
O segundo plano é resultado das suas decisões, este plano ele deu o nome plano ético
porque Kierkegaard entende que o homem não devem fazer tudo que lhe aparecer,
embora, ele estar livre, deve controlar seus prazeres e desejos de modo que dê espaço
também aos outros seus semelhantes. Neste segundo plano, há uma estreita ligação com a
ética de Kant que tem como fundamentos “agir de modo que a sua acção, a sua vontade
quando for legislada como lei, seja aceite universalmente. Entre estético e ético o
desespero é doença mortal, um eterno morrer, sem porém morrer que consiste no não
querer aceitar das mãos de Deus.
Como de sempre, julgamos que há uma necessidade que os homens devem serem éticos,
então o homem transcende seus limites intelectuais para o plano religioso, onde sua
tendência é procurar seu divino, vivendo na fé e nas crenças que provavelmente
conduzira este homem a salvação e podemos encontrar o sentido da vida individual e
finita. Não podemos esquecer que Kierkegaard foi cristão. (cfr GARDER 1992:219)
Para terminar kierkegaard em forma de resumo, a categória por meio da qual deve, o tempo, a
história e a humanidade é o “indivíduo”, original, irredutível, insubstituível, superior a todo o
género humano. Enquanto a essência é própria do animal ao indivíduo é peculiar a existência
cujo modo de ser é a possibilidade. A essência é o reino do necessário, de que a ciência procura
nas leis da ciência. Como forma de vida é existência inautêntica: não compreende si próprio.
Assim, na possibilidade, tudo que é possível, ela é a ameaça do nada, a condição fundamental da
existência humana é angustia: o puro sentimento do possível (isto é, do futuro), o sentido daquilo
que pode acontecer e que pode ser muito maior e terrível do que a realidade. Aos estágios pela
angústia, o homem pode chegar.
3. Existencialismo em Heidegger
Filosofo Alemão, Martin Heidigger, a filosofia existencialista de Heidegger adopta essas mesmas
interpretações básicas que todos trazem, por isso, não há dúvida de que, em análises que se
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tornaram clássicas, Heidegger deixou claro que a existência é transcendência e projecto, mas
também mostrou que transcendência e projecto são, afinal, impossíveis, porque a transcendência
fica algo em que deveria transcender e o projecto é dominado e anulado por aquilo que já é ou já
não é mais. O carácter da existência que acaba prevalecendo na filosofia de Heidegger é a
efectividade ou factualidade do ser-aí lançado no mundo, em meio aos outros entes, no mesmo
nível deles e por isso à mercê de ser o que de facto é. Desse modo, a existência só pode ser
aquilo que já passou. Suas possibilidades não são aberturas para o futuro, mas reincidência no
passado e só fazem reapresentar o passado como futuro. Por isso, o transcender, o projectar, é
uma impossibilidade radical, um nada transformador.
Segundo HEIDEGGER apud REALE & ANTISERI (2008:214): “não resta outra alternativa
autêntica a não ser antecipar ou projectar esse mesmo nada. Isso é o "viver-para-a-morte", ou
seja, para "a possibilidade da impossibilidade da existência". A "possibilidade da
impossibilidade" seria uma contradição em termos, se possibilidade não significasse aqui
"compreensão". A existência é essencial e radicalmente impossível; o que é possível é a
compreensão dessa impossibilidade. Viver para a morte é, precisamente, tal compreensão.
Como se viu, a característica da filosofia de Heidegger ao menos na sua primeira fase, a única
que pode ser chamada de existencialista é a transformação do conceito de possibilidade, como
instrumento de análise da existência, no de impossibilidade. Mas, assim como para Heidegger,
no fundo tais possibilidades não são mais do que outras tantas impossibilidades.
4. Existencialismo de Sartre
Filosofo francês, Paul-Sartre, Para esse existencialista compreende como, a possibilidade última
da realidade humana, a sua escolha originária, é o projecto fundamental em que se inserem todos
os actos e as volições de um ser humano. Tal projecto é fruto de uma liberdade sem limites,
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absoluta e incondicionada: de uma liberdade que faz do homem uma espécie de Deus criador do
seu mundo e o torna responsável pelo mundo. O homem é, de fato, definido por Sartre como "o
ser que projecta ser Deus" , mas trata-se de um Deus falido, seu projecto resolve-se em fracasso.
Aquilo que na doutrina de Heidegger e de é obra da necessidade factual que limita e destrói
qualquer possibilidade de transcender o facto, na doutrina de Sartre é obra da infinidade de
possibilidades que se eliminam e se destroem reciprocamente, num jogo fútil e vão que provoca
náusea: pois nenhuma delas possui maior validade ou solidez que a outra, sendo, pois,
impossível escolher uma ou outra, a não ser cegamente.
Uma escolha absoluta ou "absolutamente livre", como a que Sartre atribui ao homem, é
perfeitamente idêntica à "não-escolha" ou à "escolha da escolha" de Heidegger, no sentido de
que não é uma escolha, mas a própria impossibilidade de escolher. Mais uma vez, o conceito do
possível se transformou sub-repticiamente no do impossível. Dessa tendência deriva a noção de
existencialismo como "filosofia negativa", "filosofia da angústia" ou "do fracasso", o que não é
de todo exacto, pois refere-se a apenas uma das correntes existencialistas e, ainda assim, apenas a
alguns de seus aspectos. E esse saudoso filósofo é muito considerado como aquele que introduz o
ateísmo nas suas análises desse indivíduo ou homem que é a analisada no existencialismo
(ABBAGNANO 2007:405).
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A chamada literatura existencialista tende, de fato, a dar destaque às vicissitudes humanas menos
respeitáveis e mais tristes, pecaminosas e dolorosas, bem como à incerteza dos empreendimentos
bons ou maus e à ambiguidade do bem, que pode dar origem ao seu contrário. De modo
semelhante, atitudes, costumes e moda que qualificadas de “existencialistas” quando pretendiam
ser formas de protesto contra o optimismo superficial e a respeitabilidade burguesa da sociedade
contemporânea. Seja qual for o julgamento que se faça sobre essas manifestações, cujo carácter
superficial e grotesco muitas vezes é evidente, mas cuja responsabilidade não deve recair sobre a
corrente filosófica de que estamos falando na historia de filosofia contemporânea, está claro que,
dessa forma, o existencialismo representou uma poderosa força de destruição do dogmatismo
absolutista do séc. XIX, dos seus mitos optimistas e do seu falso sentimento de segurança, aliás
tão duramente desmentidos pelas vicissitudes.
Essa realidade absoluta é o Ser, a realidade absoluta é entendida como valor infinito. A realidade
absoluta também como Ser, que pode ser entendida como ser, porém, acreditamos que o ser só se
revela no mistério de que se circunda e que, por isso, a única atitude possível do homem diante
dele é a de amor e fidelidade. Mas, qualquer que seja o modo de entender a realidade absoluta,
por se fundarem nela as possibilidades existenciais transformam-se em róseas perspectivas de
sucesso, e assim nada do que o homem realmente é e nenhum dos seus valores fundamentais
podem perder-se, já que elas têm garantia absoluta e transcendente.
possibilidade não é nem a realização infalível nem a impossibilidade radical, mas a busca
tendente a estabelecer os limites e as condições da própria possibilidade e, portanto, o grau de
garantia relativa ou parcial que ela pode oferecer. Desse ponto de vista, o homem nem é lançado
sem defesas contra a falência e o fracasso, nem está destinado ao triunfo final; contudo, possui as
garantias parciais e limitadas que lhe são oferecidas por suas técnicas, por seus modos de vida
experimentados e pelas possibilidades, que elas lhe abrem, de encontrar e experimentar novas
possibilidades neste magnifico mundo.
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Conclusão
Depois de muita leitura do tema em destaque, pode-se compreender que existencialismo é uma
corrente, que tem como carácter e finalidade religiosa, do ponto de vista filosófico tem o defeito
de constituir um panorama da realidade humana, e não uma tentativa de compreendê-la e de
propiciar uma justificação da experiência humana, muito semelhante à tentada pelas filosofias
românticas. A se admitir que todas as possibilidades existenciais estão destinadas a realizar-se,
por quanto fundadas no Ser ou no Valor, só se estarão encobrindo os insucessos e as misérias do
homem com um manto verbal. A se admitir, ao contrário, que nem todas as possibilidades
humanas estão fundadas no Ser e no Valor, e que nem todas estão destinadas a realizar-se,
propor-se-á o embaraçoso problema de fornecer um critério para reconhecer quais são as
possibilidades realmente fundadas: problemas para cuja solução o pressuposto do fundamento
transcendente dessas possibilidades em nada contribui.
Como podemos ver nas filosofias de kierkegaard que se considerou grande influenciador desta
corrente, a firmando que se alguém sair da escola de possibilidade não pode pretender
absolutamente nada, e sabe que ao lado, terrível, há perdição, a aniquilação, habita com todo
homem de porta em porta, e se tira proveito na angústia que dai segue, dará a realidade outra
explicação; exaltara a realidade e também quando esta pesa gravemente sobre ele, se recordara
que ela é muito mais leve do que a possibilidade poderia ser e convêm respeitar a finitude deste
indivíduo.
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Bibliografia
REALE, Giovanni; História de Filosofia, 7º vol. 2ª Edição, editoral@paulos, São Paulo, 2008.
ABBAGNANO, Nicola; História de Filosofia, 6ª edição, presença editora, Lisboa, 2001.
____________________ Dicionário de Filosofia, 5ª edição, São Paulo, 2007
JAPIASSǓ, Hilton & MARCONDES, Danilo; Dicionário básico de Filosofia, 4ª edição, Jorge
Zahar editor, Rio do Janeiro, 2006.