Ud I - o Surg Est-Nação - Expansão Mar
Ud I - o Surg Est-Nação - Expansão Mar
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Outro bom exemplo da centralização de poder foi o caso inglês, com a dinastia dos
Tudors. Nesse caso, o rei Henrique VIII concentrou ainda mais o poder em suas
mãos, tornando-se também chefe da Igreja Anglicana, fundada por ele mesmo
quando rompeu com a Igreja Católica, por ela não ter permitido seu divórcio, e nem
seu novo casamento.
Esse foi o momento de ascensão da economia inglesa. Nas mãos da Rainha
Elizabeth (filha de Henrique VIII), o Estado inglês obteve grandes lucros, atuando de
diversas formas: tráfico negreiro, o incentivo à manufatura e à indústria naval, o
protecionismo – através do aumento de impostos sobre importações – e também a
pirataria apoiada pelos corsários ingleses.
O Estado moderno nasceu da necessidade de esclarecer as leis e as fazer
valer para todos. Os interesses burgueses influenciaram diretamente o surgimento
do Estado-Nação moderno, onde era necessário que o mercado se tornasse
competitivo e afastasse os privilégios obtidos pela nobreza, forma de organização
vigente durante a Idade Média. Essa era uma necessidade imposta pelo sistema
mercantilista que agora vigorava. Ao mesmo tempo em que foi necessário ao
soberano o apoio financeiro dos burgueses, vieram do Império Romano as noções
de direito que validaram a burocratização do Estado moderno e a figura absoluta do
rei.
Segundo Bobbitt1, foi nesse contexto de novas práticas econômicas, políticas
e, ainda, dos conflitos que surgiu a necessidade de modificar a concepção de
Estado para aquela que conhecemos hoje: a de Estado Moderno. Não mais serviam
os cavaleiros da Idade Média. Era necessária uma maior segurança aos Estados, a
burocratização e a profissionalização das ações do Estado.
1
BOBBIT, Philip. Dos Príncipes aos Estados Principescos: 1494-1648. In:___________. A Guerra e a Paz na História
Moderna: O Impacto dos Grandes Conflitos e da Política na Formação das Nações. Rio de Janeiro: Campus, 2003.
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interesse direto na formação e no fortalecimento do Estado para que seu lucro com
as atividades comerciais aumentasse. A burguesia já visualizava o surgimento de
novos mercados – o capitalismo nascente.
Pontos importantes a serem vistos são as modificações na mentalidade da
sociedade europeia do século XV, oriundas dos questionamentos surgidos do
renascimento, como o próprio formato da Terra e as novas invenções (instrumentos
de navegação, por exemplo). As técnicas e questionamentos da ciência
influenciaram diretamente o expansionismo marítimo. O cunho religioso foi atribuído
às grandes navegações, pois os europeus visualizam a possibilidade de arrebanhar
adeptos para o cristianismo, eliminando ou minimamente reduzindo a influência das
demais religiões sobre os povos. Foi o início de uma longa batalha travada
principalmente entre Ocidente e Oriente, que pode ser observada ainda nos dias
atuais. Segundo Arruda (2007), a expansão marítima já teria ocorrido em função da
crise provocada pela prática mercantilista e sua manutenção.
Aspecto relevante nesse novo rumo econômico das nações europeias que se
lançavam às conquistas foi o alto custo das navegações, seja com embarcações,
com pessoal ou com os naufrágios não raros. Para que o expansionismo tivesse
sucesso era necessário o empenho ou, minimamente, o desejo da maioria das
classes sociais, visto que os recursos eram provenientes do Estado, que deveria ser
forte e centralizador. Estes pré-requisitos retardaram as grandes navegações de
algumas nações e beneficiaram outras, como o caso espanhol e português.
A criação da Escola de Sagres por Dom Henrique, no século XV, visava aos
estudos náuticos e contava com especialistas em diversas áreas da ciência – o que
demonstrava uma ruptura com o teocentrismo da Idade Média, o que facilitou as
posteriores expedições marítimas portuguesas. A própria posição geográfica
(cercada por terra pela Espanha) e a experiência no mar privilegiavam Portugal,
tornando o país pioneiro nas grandes navegações.
5
2
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e do Brasil. 13.ed. São Paulo: Ática,
2007
6
3
CAMPOS, Flávio D. Tratado de Tordesilhas. In: MAGNOLI, Demétrio. História da Paz. São Paulo: Contexto, 2008.
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REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
ARRUDA, José Jobson de A.; PILETTI, Nelson. Toda a História: História Geral e
História do Brasil. 13. ed. São Paulo: Ática, 2007. 728 p.
FAUSTO, Boris. História do Brasil. 11. ed. São Paulo: EDUSP, 2003.