Educação Física Inclusiva
Educação Física Inclusiva
Educação Física Inclusiva
Física Inclusiva
PROFESSORA
Dra. Naline Cristina Favatto
136 p.
ISBN 978-85-459-2153-0
“Graduação em Educação Física - EaD”.
1. Educação Física 2. Inclusiva. 3. EaD. I. Título.
DIREÇÃO UNICESUMAR
Reitor Wilson de Matos Silva, Vice-Reitor Wilson de Matos Silva Filho, Pró-Reitor Executivo de EAD William Victor
Kendrick de Matos Silva, Pró-Reitor de Ensino de EAD Janes Fidélis Tomelin, Presidente da Mantenedora Cláudio
Ferdinandi.
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Minha História Meu curriculo
Você está iniciando esta disciplina, e acredito que muitas pessoas tenham
curiosidade a respeito desse conteúdo, e você pode ser uma delas! Talvez, você
já tenha tido algum contato com pessoas com deficiência, seja na escola, no
trabalho ou na família, e se indagou sobre como elas realizam as atividades de
Educação Física! Ou sua curiosidade acerca deste conteúdo tenha sido motivada
ao assistir aos Jogos Paralímpicos! O que é a Educação Física Inclusiva, afinal?
Atividades esportivas adaptadas? Estimulação motora? Socialização entre os
alunos?
A proposta desta disciplina é apresentar a você um cenário amplo a respeito
da pessoa com deficiência e as diferentes formas de desenvolver atividades
adaptadas, a fim de lhe dar subsídios para o entendimento de como este sujeito
aprende e se desenvolve nas aulas de Educação Física. Esse desenvolvimento
transcende o físico, pois leva ao desenvolvimento afetivo, social e intelectual.
A disciplina de Educação Física Inclusiva oferece a você, futuro(a) profissio-
nal da Educação Física, compreender todo o processo histórico que perpassa a
deficiência, desde a exclusão social até a inclusão e a acessibilidade da pessoa
com deficiência nos diversos ambientes. Aprender sobre os tipos de deficiências
mais comuns, sejam elas de origem pré, peri e pós-natal e partir disso traçar
estratégias de ensino por meio de abordagens que facilitarão a execução de suas
aulas. Enfim, todo este conhecimento proporcionará a você maior habilidade
e compreensão de como desenvolver diferentes tipos de atividades de forma
inclusiva e adaptada para pessoas com deficiência.
Você perceberá que esta disciplina tem o propósito de lhe auxiliar a com-
preender o sujeito que aprende, para que, assim, tenha mais segurança na
escolha da melhor estratégia de ensino que utilizará. Iniciamos a estruturação
desse material caminhando por questões históricas até chegar ao cenário atual
acerca da pessoa com deficiência. Logo em seguida, abordamos questões sobre
a acessibilidade da pessoa com deficiência, transitando sempre nos campos
educacionais e sociais. Isto posto, realizamos uma prazerosa imersão sobre as
características das deficiências mais comuns de ordem motora, intelectual, visual
e auditiva e, a partir disso, colocamos todas as nossas atenções nas atividades
adaptadas e as melhores abordagens para sua utilização. Por fim, dedicamos
um momento exclusivo para conhecer todos os esportes Paralímpicos de verão
e de inverno.
Na prática, esse conhecimento possibilita para você, futuro(a) profissional
da Educação Física, um diferencial, pois passa a conhecer e entender o processo
de aprendizagem sobre o olhar da inclusão, indo além das práticas rotineiras
pautadas em atividades que nunca foram modificadas ou repensadas de forma
inclusiva. Você, futuro(a) profissional, compreenderá que para cada tipo de de-
ficiência existe uma abordagem que se adequa às suas características e, assim,
promove as suas potencialidades, ou seja, o aluno pode aprender de maneiras
diferentes e cabe a você buscar a melhor estratégia para possibilitar o acesso
a essas experiências.
sum ário
UNIDADE I
10 A DEFICIÊNCIA AO
LONGO DA HISTÓRIA
UNIDADE II
28 ACESSIBILIDADE E OS TIPOS
DE DEFICIÊNCIAS
UNIDADE III
54 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E
A DEFICIÊNCIA MOTORA
UNIDADE IV
82 EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E A
DEFICIÊNCIA VISUAL E INTELECTUAL
UNIDADE V
102 ESPORTES PARALÍMPICOS
A DEFICIÊNCIA AO
LONGO DA HISTÓRIA
Oportunidades de aprendizagem
I
Provavelmente você já deve ter lido ou ouvido falar sobre as dificuldades que as pessoas com deficiência
enfrentam, assim como todo o misticismo e o preconceito que elas passaram desde a antiguidade até os dias
atuais. Pois bem, imagine que você nasceu na Idade Média com alguma deficiência e que por este motivo sua
vida seria ceifada, porque, de acordo com as crenças daquela sociedade, você era fruto de um pecado. Ou
mais, imagine que você deu à luz a uma criança com deficiência e todos à sua volta te julgam, pois crianças
com deficiência só nasciam em lares cujos pais haviam cometido um grave pecado, e Deus os castigava com
a vinda de um filho com deficiência. Já imaginou ser chamado de monstruosidade, defeituoso, débil mental,
entre outros termos pejorativos, porque você nasceu com algum tipo de deficiência?
Essas reflexões iniciais são de extrema importância, pois você, futuro profissional de Educação Física,
precisa compreender toda essa caminhada histórica pela qual a pessoa com deficiência perpassou, para que
possa dar significado e visibilidade em sua prática profissional.
Dentro dessa temática, proponho que você questione aos seus pais, avós ou pessoas mais velhas que você,
como amigos ou conhecidos, como as pessoas com deficiência eram tratadas antigamente. Você também
pode procurar em livros e vídeos sobre o assunto. Reflita sobre toda essa riqueza de informações que você
encontrará e, por alguns minutos, se coloque no lugar delas e tente compreender todas as suas necessidades
educacionais e sociais que não foram atendidas naquele período.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Neste breve exercício de compreender como essas pessoas viviam neste período, acredito que você deve
ter recebido muitas informações que lhe causaram espanto, assim como um grande desconforto ao se colocar
no lugar deles, não é mesmo? Então, agora, é a hora de você colocar, em seu Diário de Bordo, todas essas
informações e sensações que você experienciou durante a execução desta tarefa!
A partir dessas discussões te convido agora a fazer uma imersão rica e cheia de muitas informações impor-
tantes além várias curiosidades!
Por meio de uma perspectiva histórica, os autores Kirk e Gallagher (1987), Mendes (1995) e Sassaki (1997)
delinearam quatro importantes fases acerca do desenvolvimento do atendimento à pessoa com deficiência.
Essas fases nos trazem uma riqueza de informações que se inicia na Idade Média desde a compreensão da
existência da pessoa com deficiência e se finda nas Políticas Educacionais mais atuais voltadas à Educação
Especial no Brasil.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Para ilustrar essa fase, utilizamos a Figura 1, que sin- que apresentavam deficiências (ZAVAREZE, 2009).
tetiza que este período foi fortemente marcado pela O termo “depósito” soa bastante ofensivo, mas foi
exclusão de Pessoas com Deficiência. assim denominado popularmente, uma vez que não
tinha objetivo algum de estimular essas pessoas, mas
apenas recebê-las. Dessa maneira, é importante que
você, aluno(a) entenda que até este período não ha-
via nenhuma preocupação com o desenvolvimento
intelectual, motor e social dessas pessoas.
Para ilustrar essa fase, utilizamos a Figura 2, que
sintetiza o período de segregação que foi fortemente
marcado pela separação entre grupos que possuíam
deficiência e grupos sem deficiência.
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ou alguma característica tida como “diferente” para para o circo ou, até mesmo, os colocavam em exposição
a sociedade em alguns circos. A Figura 3 ilustra em praças públicas motivados pelo interesse financeiro.
exatamente a realidade dos circos nesse período;
nela, podemos identificar pessoas com nanismo,
microcefalia, extremamente magras, mulheres com
barba, entre outros. Observe que o preconceito não
estava somente ligado a pessoas que apresentam
deficiência, mas também naquelas que fugiam do
padrão de normalidade instituído na época. Em
alguns momentos, parece até que estamos falando
dos dias atuais, não é mesmo?
Descrição da Imagem Na imagem, podemos observar uma foto- A terceira fase é marcada, já no final do século XIX
grafia em preto e branco que aparece nove integrantes do filme
Freaks, de Tod Browning. Dentre eles, dois possuem nanismo, e meados do século XX, pelo desenvolvimento de
quatro possuem microcefalia, um rapaz e uma mulher de grande
estatura e uma mulher barbada.
escolas especializadas e turmas especiais em escolas
públicas, visando oferecer à pessoa com deficiên-
cia uma educação à parte. Dentro desse contexto, é
Nesse período, a exposição dessas pessoas ocorria em importante ressaltar que, nesta fase, foram criadas
praças públicas, sendo motivo de estranheza e zombaria escolas especializadas e salas especiais dentro de es-
de toda a sociedade. Muitos pais vendiam seus filhos colas regulares. A primeira escola especializada, no
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Brasil, foi fundada na cidade do Rio de Janeiro, no Essa fase, certamente, foi o primeiro passo
final de 1854, tendo como foco pessoas com deficiên- para a valorização e luta pela igualdade de
cia visual, nomeada, na época, como “Instituto dos direitos no âmbito educacional voltado
Meninos Cegos”. Atualmente é chamado de “Instituto à pessoa com deficiência. A criação de
Benjamin Constant Botelho de Magalhães”. Após escolas que pudessem atender, de manei-
esse período, diversas outras escolas especializadas ra específica, essas crianças, não somente
para o atendimento de deficientes físicos, visuais com fins assistencialistas, mas no sentido
e intelectuais foram criadas em todo Brasil, sendo de educá-las e estimulá-las em sua apren-
algumas delas a Associação de Pais e Amigos dos dizagem, foi de fato um grande marco
Excepcionais (APAE), assim como centro e escolas histórico.
de atendimento especializado para pessoas com de-
ficiências motoras e intelectuais. 4ª FASE
Para ilustrar essa fase, utilizamos a Figura 5, que
sintetiza esse período que foi marcado pela criação Na quarta fase, no final do século XX,
de escolas especializadas e salas especiais dentro de por volta da década de 70, observa-se
escolas regulares. um movimento de integração social dos
indivíduos que apresentavam deficiência,
ou seja, a fase da tão esperada inclusão de
alunos com deficiência dentro de turmas
regulares. Neste período, o objetivo era
inseri-los em ambientes escolares, o mais
próximo possível daqueles oferecidos a
pessoas que não apresentavam deficiên-
cias. Zavareze (2009) menciona que, nesse
momento, o intuito passou a ser educar
essas pessoas com deficiência em sua
capacidade máxima de aprendizagem. É
importante destacar que essa é a fase atual
em que nos encontramos, observe como
ainda se faz muito presente a luta pela va-
Figura 5 - Institucionalização de salas e escolas Especializadas / lorização e inclusão de crianças e jovens
Fonte: Paraná (2019).
com deficiência em nosso cotidiano.
Para ilustrar essa fase, utilizamos a Fi-
Descrição da Imagem Na imagem “Institucionalização de salas e
escolas Especializadas”, observa-se a ilustração de dois círculos, gura 6, que sintetiza nosso período atual,
sendo que o círculo menor de cor verde se encontra dentro do
círculo maior de cor azul. No círculo grande estão as pessoas em que alunos com deficiência estudam
sem deficiência, já dentro do círculo pequeno encontram-se as
pessoas com deficiência.
na mesma sala de alunos que não pos-
suem deficiência.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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EDUCAÇÃO FÍSICA
• Cegos
• Baixa visão
• Outros acometimentos visuais
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A discussão acerca da inclusão de alunos com defi- As discussões e reflexões acerca das diversas temáti-
ciência na educação básica, assim como a matrícula cas que envolvem a pessoa com deficiência sempre
desses alunos em escolas especializadas é extensa, se farão presentes, por isso é de fundamental impor-
posto que a falta de investimentos na educação bá- tância retomar fatos históricos para que possamos
sica com profissionais capacitados ao atendimen- compreender como chegamos até aqui. Em nossas
to especializado destes alunos levam muitos pais a leituras anteriores, pudemos evidenciar que filósofos
matricularem seus filhos em escolas especializadas. da antiguidade, como Sêneca, referem-se à pessoa
De fato, muitas escolas especializadas possuem um com deficiência como “monstruosidade”. O con-
papel primordial para o atendimento educacional de ceito de monstruosidade atribuído às crianças com
qualidade voltado às necessidades básicas de apren- deformidades físicas perdurou até o século XX na
dizagem desses alunos, principalmente quando estes literatura anatômica, no entanto, essa nomenclatura
apresentam deficiência intelectual moderada a seve- vem sendo substituída, a fim de caracterizar as defi-
ra. Um exemplo dessas escolas são as Associação de ciências e respeitar essas pessoas. Nessa perspectiva,
Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) que pres- a chamada monstruosidade não se referia apenas às
tam atendimento educacional especializado para este pessoas com características muito diferentes, mas
público com profissionais da área da educação e da também àquelas deficiências que poderiam resultar
saúde, como fisioterapeutas, psicólogos, fonoaudió- em dificuldades severas para que conseguissem rea-
logos, terapeutas ocupacionais e assistentes sociais. lizar as tarefas ao longo de suas vidas (SILVA, 2006).
Sem dúvida alguma a relevância de escolas especiali- Em relação a essa temática, farei uso da análise
zadas para muitos alunos é fundamental e de extrema de Sassaki (2002) sobre nomenclaturas utilizadas ao
importância para nossa sociedade. referenciar as pessoas com deficiência. O autor des-
taca que o termo inválido e/ou incapacitado pode ser
encontrado em diversas Leis e Decretos nacionais e
internacionais até os anos de 1960. Entre os anos de
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais
1960 a 1980, o termo “defeituoso” foi difundido em
(APAE) nasceu em 1954, no Rio de Janeiro. A
diversos países. Uma característica deste período se
APAE é uma organização social cujo objetivo dá pela nomenclatura do centro de reabilitação e inte-
é promover a atenção integral à pessoa com gração AACD, que, ao ser fundada no final da década
deficiência intelectual e múltipla. A Rede APAE de 50, recebeu o nome de “Associação de Assistência à
se destaca por seu pioneirismo e capilaridade. Criança Defeituosa” na qual modificou-se anos depois
Atualmente, existem 2.172 APAEs e entidades e passou a ser chamada de “Associação de Assistência à
filiadas, coordenadas por 24 Federações Esta- Criança Deficiente” como é conhecida nos dias atuais.
duais, abrangendo todos os estados brasileiros Nesse período, também observou-se o termo “excep-
para atender cerca de 250.000 pessoas com cional”, com o surgimento das primeiras unidades da
deficiência intelectual e múltipla diariamente. APAE “Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais”.
Fonte: adaptado de APAE Brasil ([2022], on-line).
Vale destacar que esse termo ainda é utilizado em todo
país pela existência dessas instituições.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
A partir do ano de 1981, a Organização das Nações que se pode portar e deixar de portar, por exemplo,
Unidas passou a utilizar o termo “pessoa deficiente”. um objeto como uma caneta. Quando pensamos em
Momento em que, pela primeira vez, o substantivo uma deficiência, a questão de poder portar e deixar
“deficiente” passou a ser utilizado como adjetivo, sen- de portá-la não é possível acontecer.
do-lhe acrescentado o substantivo “pessoa”. Contudo, Dando continuidade a essa reflexão, o autor re-
o termo “pessoa deficiente” foi contestado por líderes vela que termos como “pessoas com necessidades
alegando que ele apontava que a pessoa inteira é de- especiais”, “crianças especiais”, “alunos especiais”, “pa-
ficiente, o que, para eles, era inconcebível e o termo cientes especiais” começaram a ser utilizados a partir
“pessoas portadoras de deficiência” começou a ser de 1990 e são utilizados até hoje. Contudo, a PEC
utilizado e perdurou até os anos de 1993. 25/2017 aprovou, em primeiro turno, a padronização
Sassaki (2002) retrata que o termo “portar uma da nomenclatura correta adotando o termo “pessoa
deficiência” passou a ser um valor agregado à pes- com deficiência”. Esse termo já havia se destacado
soa. Nessa perspectiva, compreende-se a deficiência nos anos de 1990 e se difundiu com a Declaração de
como um detalhe da pessoa. O termo foi adotado nas Salamanca, manifestando-se até os dias atuais. Sendo
Constituições federal e estadual e em todas as leis e assim, é de fundamental importância que você, futu-
políticas pertinentes ao campo das deficiências. Con- ro profissional da Educação Física, aprenda e passe a
tudo, será que esse termo está correto? Alguns críti- utilizar o termo “pessoa com deficiência” para nossos
cos questionam o significado de portador, uma vez próximos estudos!
OLHAR CONCEITUAL
A Pessoa com Deficiência e suas nomenclaturas
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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Título: Extraordinário
Ano: 2017
Sinopse: Auggie Pullman (Jacob Tremblay) é um garoto que nasceu com uma
deformação facial, o que fez com que passasse por 27 cirurgias plásticas. Aos 10
anos, ele pela primeira vez frequenta uma escola regular, como qualquer outra
criança. Lá, precisa lidar com a sensação constante de ser sempre observado e
avaliado por todos à sua volta.
Frente a todo este cenário de conhecimento exposto, você, aluno(a), ao ingressar em seus estágios, trabalharia
esses conteúdos de que maneira? Acredita ser importante contextualizar os alunos sobre as questões históricas
e Políticas que permearam a vida da pessoa com deficiência, antes de iniciar as atividades práticas? Como
você faria isso? Vamos tentar?
24
atividades de estudo
Nesta unidade, iniciamos nossas discussões com uma imersão muito importante acerca da Educação Inclusiva. Para
sintetizar o contexto político, social e educacional da pessoa com deficiência ao longo da história, complete o Mapa
Mental a seguir.
Temos inadeuqados
para se referir à pessoa
com deficiência
O preconceito e
discriminação para com as
“Monstruosidade”,
pessoas com deficiência:
“Defeituoso”,
apresenta duas vertentes
“Incapacitado”, “Pessoas
com Necessidades
Especiais”, “Portadores de
Deficiênciais” ... Até chegar ao
termos mais adequados:
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atividades de estudo
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UNIDADE
II
ACESSIBILIDADE E OS TIPOS
DE DEFICIÊNCIAS
Oportunidades de aprendizagem
Teremos, nesta unidade, a chance de compreender o
conceito sobre acessibilidade e as diversas questões que
a envolve tanto dentro da escola como na sociedade de
maneira geral. Posteriormente, faremos uma imersão
a respeito dos principais tipos de deficiência de origem
congênita ou adquirida. A partir desse estudo, será possível
entender as principais patologias de ordem motora,
intelectual, visual e auditiva para uma futura prática
profissional planejada voltada ao estímulo dessa população.
unidade
II
Acredito que você já tenha presenciado pessoas com é primordial para todos nós, pois nos é de direito
deficiência com dificuldades em se deslocar entre condições básicas para ir e vir, trabalhar, estudar,
as ruas e calçadas ou para pegar o ônibus. Pois bem, praticar atividade física, e privar o ser humano dessas
imagine que você apresenta deficiência motora, es- ações é uma transgressão.
pecificamente um mau funcionamento ou paralisia A partir dessa temática, convido você a experien-
dos membros inferiores, mas não existem rampas nas ciar, por algumas horas, como é apresentar uma defi-
calçadas para você se deslocar de forma independen- ciência e deslocar-se pelas ruas de sua cidade. Se pos-
te! Ou que você precisa atravessar a rua, mas como sível, utilize uma cadeira de rodas ou uma venda em
apresenta deficiência visual não consegue saber se o seus olhos e tente caminhar pelas calçadas, atravessar
sinal está verde ou vermelho? Ou, imagine que seu as ruas, passar pela faixa de pedestre, e claro, tudo
filho com deficiência acabou de entrar na escola, mas isso sem a ajuda de outras pessoas, ou seja, de forma
ela não apresenta a acessibilidade necessária para autônoma. Para complementar sua atividade, você
recebê-lo e ofertar um atendimento educacional de pode procurar por pessoas que apresentam algum
qualidade? tipo de deficiência e perguntar quais as dificuldades
Pressuponho que essas primeiras indagações te- que ela já enfrentou ou, ainda, enfrenta em seu dia a
nham lhe causado reflexões importantes a respeito dia. Você também pode procurar essas dificuldades
da acessibilidade, e não poderia ser diferente! Ela em relatos disponíveis na internet.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Neste breve exercício de empatia, acredito que você deve ter vivenciado um misto de sentimentos, assim
como um grande desconforto ao se colocar no lugar deles, não é mesmo? Nesta experiência, você achou que
sua cidade ou bairro é de fato acessível? Então, agora, é a hora de você colocar em seu Diário de Bordo todas
essas informações e sensações que você experienciou durante a execução desta tarefa!
Em nossa primeira unidade, pudemos observar pontos I – condição para utilização, com segurança
relevantes para a estruturação de políticas educacionais e autonomia, total ou assistida, dos espaços,
mobiliários e equipamentos urbanos, das
para alunos que apresentam deficiências. Nesse mo-
edificações, dos serviços de transporte e dos
mento, veremos as questões que permeiam a acessibili- dispositivos, sistemas e meios de comunica-
dade de crianças e adolescentes tanto no ensino regular ção e informação, por pessoa portadora de
quanto na educação especial. O Decreto nº 5.296/04 deficiência ou mobilidade reduzida (BRA-
SIL, 2004, on-line).
conceitua a acessibilidade em seu 8º artigo como:
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É fato que a inclusão e a diversidade cada vez mais Conforme Ribeiro (2011), as principais leis que
vêm ganhando destaque no mundo, por isso, os sím- trataram a acessibilidade foram: a Lei nº 4767/98,
bolos referentes a esses assuntos são bastante utiliza- que indica normas gerais e critérios básicos para
dos. Um dos mais importantes que você deve conhe- a acessibilidade das pessoas com deficiência; a Lei
cer é o Símbolo Universal da Acessibilidade, que foi nº 10.098, que incluiu a adequação de instalações
criado pelo Departamento de Informação Públicas e equipamentos esportivos; a NBR 9050 (2004), a
da Organização das Nações Unidas (ONU) nomeado qual trata da acessibilidade física e de comunicação;
de “A Acessibilidade”, em inglês “The Accessibility”. e o Decreto nº 5.296/04, que regulamentou as Leis
A criação deste símbolo teve o intuito de aumentar nº 10.048/00 e nº 10.098/00, estabelecendo normas
a conscientização sobre o universo da pessoa com gerais e critérios para a promoção da acessibilidade
deficiência, é uma “figura simétrica conectada por às pessoas com deficiência ou mobilidade reduzi-
quatro pontos a um círculo, representando a har- da. Essas leis foram estruturadas e ampliadas para
monia entre o ser humano e a sociedade, e com os atender às necessidades da pessoa com deficiência,
braços abertos, simbolizando a inclusão de pessoas não somente no ambiente escolar, mas nos diversos
com todas as habilidades, em todos os lugares”. ambientes públicos e privados de nossa sociedade.
Nessa perspectiva, convido você a refletir sobre esse
assunto! O que significa acessibilidade para você?
Tornar apenas o espaço físico e o material didático da
escola adequados ao aluno? É o que vamos discutir!
A escola precisa ser e estar acessível a esses alu-
nos, ou seja, precisa atender às diversas necessidades
que as crianças e jovens com deficiência apresentarão
no decorrer de sua formação escolar e acadêmica. No
entanto, para isso, precisamos compreender as ca-
racterísticas específicas das deficiências para, assim,
entendermos suas reais necessidades. Por exemplo,
quando nos referimos à acessibilidade arquitetônica,
a necessidade de um usuário de cadeiras de rodas
será diferente da necessidade arquitetônica de um
aluno deficiente visual. Da mesma forma que a aces-
Figura 1 - Símbolo para a acessibilidade / Fonte: Organização das
Nações Unidas ONU (2018) sibilidade metodológica e pedagógica de alunos com
deficiência auditiva será diferente de alunos deficien-
Descrição da Imagem figura simétrica conectada por quatro pon-
tos a um círculo, representando a harmonia entre o ser humano e
tes visuais. Perceba que não é tão simples assim, e que
a sociedade, e com os braços abertos, simbolizando a inclusão de apenas rampas e pisos táteis não são suficientes para
pessoas com todas as habilidades, em todos os lugares.
tornar a escola, de fato, acessível.
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O leitor de tela funciona por meio do sintetizador de Os alunos com deficiência auditiva precisarão, acima
voz, dispositivo que transforma em som os caracteres de tudo, de um professor intérprete, para que ele tenha
que chegam até ele encaminhado pelo leitor de tela. acesso a todo conteúdo falado, assim como ocorre em
nossas aulas ao vivo. Nesse sentido, o aprendizado de
libras desde a infância e a utilização de recursos tecno-
lógicos são importantes para o processo de aprendiza-
gem e comunicação desses alunos. O aluno deficiente
auditivo deverá frequentar em contraturno a sala de
atendimento educacional especializado para surdos.
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OLHAR CONCEITUAL
FORMAS DE SE DIRIGIR E SE COMUNICAR COM
ALUNOS COM DEFICIÊNCIA:
Deficiência visual
- Evite as expressões “olha aqui”, “veja isso”;
- Observe o nível de independência do aluno e
sempre que necessário ofereça auxílio.
Deficiência intelectual
- Identifique o nível de comprometimento intelectual,
para utilizar a melhor forma de comunicação e auxílio;
Deficiência motora
- Observe o nível de independência do aluno e se
necessário ofereça auxílio;
Deficiência auditiva
- A gesticulação é importante na comunicação,
mas cuidado com os exageros;
- Ao comunicar-se sempre se posicione de frente
com o deficiente auditivo mantendo contato visual.
- Não mascar chiclete para não atrapalhar a interpretação
do deficiente auditivo.
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São capazes de se comunicar e aprender habilidades básicas. Sua capacidade de usar conceitos abs-
Leve tratos, analisar e sintetizar é prejudicada, mas podem adquirir habilidades de leitura e informática. Eles
podem realizar trabalho doméstico, cuidar de si e fazer trabalho não qualificado ou semiqualificado.
Sua capacidade de aprender e pensar logicamente é prejudicada, mas são capazes de se comuni-
Moderado car e cuidar de si mesmos com algum apoio. Com supervisão, eles podem realizar trabalhos não
qualificados ou semiqualificados.
Seu desenvolvimento nos primeiros anos é distintamente atrasado. Apresenta dificuldade em pro-
nunciar palavras e tem um vocabulário muito limitado. Por meio de considerável prática e tempo,
Severo
eles podem ganhar habilidades básicas de autoajuda, mas ainda precisam de apoio na escola, em
casa e na comunidade.
Não podem cuidar de si mesmos e não têm linguagem. Sua capacidade de expressar emoções
Profundo é limitada e pouco compreendida. Convulsões, deficiências físicas e expectativa de vida reduzida
são comuns.
Quadro 1 - Níveis de Deficiência Intelectual / Fonte: Adams e Oliver (2011) e Ke e Liu (2015).
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Sobre essa temática, diversas síndromes levam a prejuí- As características físicas de pessoas com síndrome
zos intelectuais; dentre tantas, abordaremos, a seguir, de down são olhos puxados, marcas nas mãos e se-
a síndrome de down, a síndrome de rett e a síndrome paração grande entre os dedos do pé. Além do atra-
de West, por se tratarem das síndromes mais comuns so no desenvolvimento, outros problemas de saúde
identificadas nas escolas de educação especial e na rede podem ocorrer na pessoa com síndrome de Down,
regular de ensino. Além delas, também estudaremos como, por exemplo: hipotonia (100%); problemas de
a epilepsia, a microcefalia, a hidrocefalia, o autismo e audição (50 a 70%); problemas de visão (15 a 50%);
a paralisia cerebral, deficiências na qual vale destacar cardiopatia congênita (40%); distúrbios da tireoide
que o prejuízo intelectual pode ou não ocorrer. (15%); problemas neurológicos (5 a 10%); alterações
na coluna cervical (1 a 10%); obesidade e envelhe-
Síndrome de Down cimento precoce (COOLEY; GRAHAM; 1991). Sua
etiologia é de ordem pré-natal/congênita, sendo a
A síndrome de Down foi identificada por John Lang- idade materna avançada um dos fatores que acarre-
don Down. O pesquisador foi o primeiro a descobrir tam tal desordem genética.
as características genéticas geradoras da síndrome.
Como relata Pueschel (1993), a síndrome de Down Transtorno do Espectro Autista (TEA)
é causada pela presença de três cromossomos 21 em
todas ou na maior parte das células de um indivíduo. A Associação Americana de Psiquiatria (2013) de-
Isso ocorre na hora da concepção de uma criança. fine o autismo como uma condição caracterizada
As pessoas com síndrome de Down, ou trissomia do pelo desenvolvimento acentuadamente anormal e
cromossomo 21, têm 47 cromossomos em suas célu- prejudicado nas interações sociais, nas modalidades
las, em vez de 46, como a maior parte da população. de comunicação e no comportamento. A Associação
de Amigos do Autista relata que o autismo é carac-
terizado por déficits na comunicação e na interação
social, além de comportamentos repetitivos e áreas
restritas de interesse. Essas características começam
a ser identificadas nas crianças antes dos 3 anos de
idade e atingem 0,6% da população, sendo quatro
vezes mais comuns em meninos do que em meninas.
As características do autismo variam de acordo
com o desenvolvimento cognitivo. Podemos ob-
servar o autismo associado à deficiência intelectual
grave, sem o desenvolvimento da linguagem, com
Figura 9 - Caracterização da Síndrome de Down
padrões repetitivos de comportamento e déficit im-
Descrição da Imagem na imagem constam 23 pares de cromos- portante na interação social. Nesses casos, nota-se
somos. Contudo, no par 21, existem três cromossomos em vez
de dois, o que caracteriza a Síndrome de Down.
que as crianças realizam diversas ações de maneira
contínua e repetitiva, como tomar banho, vestir-se,
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42
EDUCAÇÃO FÍSICA
A síndrome de Rett foi descrita, pela primeira vez, A hidrocefalia é caracterizada pela alteração da produ-
pelo pediatra Andreas Rett, em 1966, que fez um es- ção, do fluxo ou da absorção do líquido cefalorraqui-
tudo com 31 meninas que desenvolveram um quadro diano, o que gera um volume anormal desse material
de regressão mental, caracterizado por deterioração dentro da cavidade intracraniana. O termo hidrocefa-
neuromotora, características peculiares e hiperamo- lia deriva do grego “água na cabeça”, que compreende
nemia A criança nasce aparentemente sem nenhum o excesso de líquido cefalorraquidiano (NETTINA,
problema, no entanto, a partir do primeiro e segun- 2003). Sua origem está relacionada a fatores pré-natais
do ano de vida, passa-se a observar regressões em / congênita, como: exposição à radiação, má-nutrição
habilidades que já haviam se desenvolvido. Perda de materna, cistos benignos, tumores congênitos, ano-
habilidades manuais voluntárias e do envolvimento malias vasculares, anomalias esqueléticas e infecção
social, desenvolvimento das linguagens expressiva ou uterina (toxoplasmose, citomegalovírus, estafilococo,
receptiva severamente prejudicada, instabilidade res- sífilis, varíola, caxumba, varicela, poliomielite, hepatite
piratória, ranger de dentes, padrões anormais de sono, infecciosa, vírus da gripe, encefalite e adenovírus). E
espasmos, rigidez e distonias. Com o passar dos anos, também a fatores pós-natais / adquiridas, como: me-
essa regressão gera uma grande debilitação, tornando ningite, traumatismo e hemorragia subaracnoidea.
a criança ou jovem totalmente dependente em todas
as atividades de vida diária (PAZETO et al., 2013). Microcefalia
Sua origem também se caracteriza como pré-natal /
congênita, por se tratar de uma disfunção genética. A microcefalia é caracterizada pelo crescimento in-
suficiente do cérebro de acordo com a Organização
Síndrome de West Mundial da Saúde. Ela é identificada quando, por
vezes, observamos bebês e crianças com a cabeça me-
A Síndrome de West foi descrita, pela primeira vez, nor em relação ao restante da estrutura corporal. No
por William James West, em 1841. De acordo com Brasil, em 2016, descobriu-se que o número elevado
Kamiyama, Yoshinaga e Tonholo-Silva (1993), essa de crianças que nasceram com microcefalia estava
síndrome se caracteriza por crises epilépticas as- associado ao Zika vírus. As mães foram picadas pelo
sociadas a atraso mental. Assim, um dos sinais da mosquito durante a gestação, ocasionando danos
Síndrome de West é a epilepsia, ocorrendo, geral- irreversíveis aos bebês. Crianças com microcefalia
mente, entre o terceiro e oitavo mês de vida da precisam ser estimuladas desde o nascimento, por
criança. Os pesquisadores Sanvito (1997) e Pereira fisioterapeutas, fonoaudiólogas, terapeutas ocupacio-
Filho et al. (2004) apontam que sua origem está nais, entre outros, pois podem desenvolver convul-
relacionada a fatores pré-natais, perinatais e pós- sões e sofrer problemas físicos ou de aprendizagem
-natais devido a disfunções orgânicas do cérebro. à medida que crescem. Sua origem está relacionada
a fatores pré-natais/congênitas, como: malformações
43
e infecções uterinas derivadas da toxoplasmose ru- ção de tarefas diárias (ISRAEL; BERTOLDI, 2012).
béola, herpes, sífilis e citomegalovírus, exposição da Segundo Mauerberg de Castro (2005), a deficiência
mãe a metais químicos, como o arsénico e o mercú- motora é compreendida como toda alteração física
rio, além do uso de bebida alcoólica e tabaco. A má no corpo humano, resultante de algum problema or-
nutrição da mãe durante a gestação e o Zika vírus topédico, neurológico ou de má formação congênita.
também são fatores relacionados à microcefalia. O Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999,
em seu Art. 4º, considera a deficiência física como:
Microcefalia Cabeça de tamanho normal
Conforme Machado e Haertel (2014), a medula espinal é uma massa cilíndrica de tecido nervoso. As vértebras
são unidas por vários ligamentos e entre uma e outra existe um disco cartilaginoso semelhante a um anel,
cuja função é reduzir o impacto. Para que você possa compreender o nível da lesão e, consequentemente, o
comprometimento motor ocasionado, observe a figura:
44
EDUCAÇÃO FÍSICA
Coluna Vertebral
Vértebras Cervicais
Vértebras Torácicas
Vértebras Lombares
Vértebras Sacrais
Vértebra Coccígea
Descrição da Imagem na imagem consta uma ilustração colorida da coluna vertebral, onde, do lado esquerdo da imagem, temos a visualização
lateral e do lado direito a visualização de costas. De cima para baixo, temos as 7 vértebras cervicais pintadas de verde, as 12 vértebras torácicas
pintadas de laranja, as 5 vértebras lombares pintadas de rosa, as 5 vértebras sacrais fundidas pintadas de azul e 4 vértebras Coccígea fundidas
pintadas de roxo.
A coluna vertebral é composta por 33 vértebras. Como consta no quadro a seguir, quanto mais alto o nível
da lesão maior área corporal comprometida:
45
Número de Vérte-
Nome das Vértebras Nível de Comprometimento Motor
bras
Comprometimento dos membros superiores, tronco e
membros inferiores. Com possibilidade de movimenta-
7 Vértebras Cervicais C1, C2, C3, C4, C5, C6, C7
ção restrita de braços, caso a lesão tenha ocorrido nas
últimas vértebras cervicais.
12 Vértebras Torá- T1, T2, T3, T4, T5, T6, T7, T8,
Comprometimento do tronco e membros inferiores.
cicas T9, T10, T11 ou T12
5 Vértebras Lomba-
L1, L2, L3, L4, L5 Comprometimento dos membros inferiores.
res
Soldadas formando o osso
5 Vértebras Sacrais Comprometimento leve dos membros inferiores.
sacro
4 Vértebras Coccí-
Soldadas formando o cóccix Sem comprometimentos.
geas
Quadro 2 - Associação entre a localização das vértebras e o nível de comprometimento motor / Fonte: adaptado Machado e Haertel (2014).
Pesquisas indicam que a deficiência motora é maior (ISRAEL; BERTOLDI, 2012). Caracteriza-se pelo
em pessoas do sexo masculino e pode ocorrer por comprometimento do sistema locomotor por causas
lesão traumática e não traumática. A lesão traumática não traumáticas. A criança com paralisia cerebral
tem origem pós-natal e é compreendida por 80% pode apresentar também problemas cognitivos, vi-
das causas de deficiência motora, provocadas por suais e auditivos. Contudo, é importante que você
acidente automobilísticos, acidentes de trabalho, ar- compreenda que muitas pessoas com paralisia cere-
mas de fogo, mergulho em águas rasas e quedas. Já as bral poderão apresentar o cognitivo preservado, ou
lesões não traumáticas estão relacionadas a fatores seja, não apresentam dificuldades de aprendizagem.
pré-natais e perinatais e correspondem a somente De maneira geral, as pessoas com paralisia cerebral
20% das causas, estão relacionadas a problemas antes apresentam baixo tônus muscular, o que leva a difi-
e durante o nascimento, acidente vascular cerebral, culdades em manter o controle postural, déficit da
infecções, tumores, entre outros (LIANZA, 2001). coordenação motora e baixo reflexo.
Como consequência, o indivíduo com Deficiência Sua origem está relacionada a fatores pré-na-
motora apresenta comprometimentos em seu desen- tais/congênitas, como: infecções maternas duran-
volvimento, bem como limitações para a realização te o primeiro e o segundo trimestre da gravidez,
de tarefas motoras (BENTO, 2004). como rubéola, citomegalovírus e toxoplasmose
(REDDIHOUGH; COLLINS 2003); medicações
Paralisia Cerebral específicas, má formação, fatores genéticos, abu-
so de álcool e drogas ilícitas e traumatismos ab-
A paralisia cerebral, também conhecida como ence- dominais severos (WONG; SEOW; YEO, 2004);
falopatia crônica não progressiva, é compreendida assim como as gestações múltiplas (SANKAR;
como uma lesão ou anomalia no desenvolvimento MUNDKU, 2005). Fatores Perinatais, como: falta
durante a vida fetal ou nos primeiros anos de vida de oxigenação durante o parto e prematuridade.
46
EDUCAÇÃO FÍSICA
Nascimentos prematuros são um fator de risco do, recorrendo, apenas, se a causa aguda permanece, não
para paralisia cerebral e representa, atualmente, caracterizando epilepsia. Sua origem está relacionada a
25% de todos os casos de PC (HAGBERG et al., fatores pré-natais e perinatais ocasionados por traumas
2001; ANCEL et al., 2006). E por fatores pós-na- e por fatores pós-natais/adquiridas, como: infecções,
tais, como: quedas, afogamento, febre alta, me- neurocisticercose, uso excessivo de álcool e drogas e
ningite entre outros (ISRAEL; BERTOLDI, 2012). traumatismo craniano.
Além disso, a idade avançada da mãe e reprodu-
ção assistida também são fatores que contribuem DEFICIÊNCIA VISUAL
para danos cerebrais (NELSON; CHANG, 2008;
HVIDTJORN et al., 2006). A melhoria na saúde A deficiência visual pode ser classificada em dois níveis,
materna, no cuidado perinatal e na prevenção de designados de cegueira e baixa visão. De acordo com
acidentes durante a gravidez são fatores que po- Baumel e Castro (2003), a cegueira é a perda total ou
derão prevenir a paralisia cerebral (WESTBOM; perda residual da visão. O indivíduo cego, apesar de
HAGGLUND; NORDMARK, 2007). captar luzes em alguns casos, não é capaz de utilizá-la
para realizar movimentos e se orientar pela visão. Por
Epilepsia: outro lado, a baixa visão ou visão subnormal se carac-
teriza pela existência de resíduo visual, que permite o
A epilepsia é caracterizada por crises convulsivas (crises indivíduo ler impressos a tinta, desde que utilize equi-
epilépticas), em que ocorre a repetição de duas ou mais pamentos especiais e apresenta dificuldade em realizar
crises não provocadas. A convulsão é a descarga anor- tarefas visuais, mesmo com a prescrição de lentes cor-
mal, excessiva, sincrônica, de neurônios que se situam retivas. De acordo com Van Munster e Almeida (2008),
no córtex cerebral. Essa atividade é intermitente e, ge- as principais causas da cegueira estão relacionadas a
ralmente, autolimitada, na qual pode durar segundos a fatores pré-natais/Congênita, como: albinismo, reti-
poucos minutos. De acordo com Bate e Gardner (1999), noblastoma, retinose pigmentar e fatores pós-natais/
quando essas crises ocorrem de maneira recorrente ou Adquirida, como: catarata, descolamento de retina,
prolongada, caracteriza-se como estado epilético. Isso toxoplasmose, diabetes, rubéola, traumatismo ocular
quer dizer que, para ser caracterizado como epilepsia, e petinopatia da prematuridade.
essas crises ocorrerão de maneira frequente, o que faz
preciso o uso contínuo de medicação.
O controle dessas crises por meio de medicamentos
é extremamente necessário, pois quanto mais tempo ela
durar, maiores poderão ser os danos neurológicos. O
termo “não provocada” indica que a crise não foi causada
por traumatismo cranioencefálico, febre ou doença con-
comitante (JAGTAP; MAUSKAR; NAIK, 2013). Dentro
dessa perspectiva, as crises convulsivas provocadas são
aquelas que acontecem na presença de estímulo defini-
47
DEFICIÊNCIA AUDITIVA
A Deficiência Auditiva é caracterizada pela perda ção da Portaria Interministerial nº 186, de 10/03/78
da percepção normal ao estímulo sonoro. Existem (MEC/SEESP, 1995), considera-se «parcialmente
vários tipos de deficiência auditiva, classificados de surdo» e «surdo» os indivíduos que apresentam,
acordo com o grau de perda da audição. Para Mar- respectivamente, surdez leve ou moderada e surdez
chesi (1996), essa perda é avaliada pela intensidade severa ou profunda. No quadro a seguir, podemos
do som, medida em decibéis. Com base na classifica- observar os níveis de comprometimento auditivo:
48
EDUCAÇÃO FÍSICA
TRANSTORNO DE DÉFICIT DE
ATENÇÃO E HIPERATIVIDADE (TDAH)
ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO:
49
Observaram como a superdotação não está ligada somente à capacidade de realizar cálculos difíceis e reter
grande quantidade de informação sobre diversos assuntos? As grandes habilidades relacionadas à arte, à músi-
ca, à destreza de movimentos e à interação social também são compreendidas atualmente como superdotação.
50
EDUCAÇÃO FÍSICA
Título: Colegas
Ano: 2013
Sinopse: os jovens Stallone, Aninha e Márcio viviam juntos em um instituto para por-
tadores da síndrome de Down. Um dia eles decidem fugir para se aventurar e realizar
o sonho individual de cada um, envolvendo-se em muitas aventuras e confusões.
51
52
EDUCAÇÃO FÍSICA
Muitos foram os termos e definições abordados nesta unidade. Todos eles permeiam a inclusão em seus diferentes
aspectos. Para sintetizar os conceitos e termos apresentados neste conteúdo, complete o Mapa Mental com os tipos
de acessibilidade e definições dos quatro tipos de deficiência existentes.
Tipo de Definições
Acessibilidade
Tipo de Deficiência Definições
Sem barreiras
ambientais físiscas na
escola e nos transportes
coletivos
Deficiência Visual
Programas e práticas de
sensibilização e de
conscientização
Deficiência
Sem barreiras na Auditiva
comunicação
interpessoal
Deficiência
Sem barreiras nos Intelectual
métodos e técnicas de
estudo
53
EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E
A DEFICIÊNCIA MOTORA
Oportunidades de aprendizagem
Nesta unidade, teremos a possibilidade de aprofundarmos
nossos estudos no campo da Educação Física e Inclusiva
Adaptada. A partir dessa contextualização, será possível
conceber as principais metodologias e técnicas para
elaboração de seu planejamento com alunos com deficiência
dentro ou fora do contexto escolar. E, por fim, faremos uma
imersão nas diversas possibilidades de adaptar atividades
para alunos com deficiência motora em seus diferentes
níveis de comprometimento.
unidade
III
Pressuponho que você conheça ou conviva com pes- da adaptação dos diversos tipos de atividade física!
soas que apresentam algum tipo de deficiência, seja Promover a participação de crianças, jovens e adultos
ela intelectual, física, visual ou auditiva. Pois bem, nas variadas práticas corporais é, de fato, uma ação
imagine que você é uma criança com deficiência, primordial e fundamental ao futuro profissional de
mas que seu professor de Educação Física não realiza Educação Física.
nenhuma adaptação que torne possível a sua parti- Com base nesses pressupostos, convido você a
cipação nas aulas! Ou que você tem o grande desejo relembrar seus tempos de escola e recordar como
de praticar algum esporte, mas sabe que nenhuma eram suas aulas de Educação Física. Seu professor
escola de treinamento costuma adaptar as ativida- promovia a participação de todos os alunos, indepen-
des para a participação de crianças com deficiência. dentemente de sua aptidão ou limitação física? Você
Ou, imagine ser o seu filho passando por essas duas se recorda se tinha alunos com deficiência e se eles
situações, sem ter a chance de se socializar a partir ficavam de lado ou participavam de todas as aulas?
da prática de atividade física. Nesta breve reflexão, acredito que você deve ter
Acredito que essas primeiras indagações tenham relembrado alguns episódios importantes, assim
levado a intensas reflexões a respeito da importância como as posturas adotadas por estes professores e
56
EDUCAÇÃO FÍSICA
do comportamento que essas crianças apresentavam quando eram incluídas ou não nas atividades. Então,
agora, é a hora de você colocar, em seu Diário de Bordo, todas essas informações e percepções que você re-
lembrou durante a execução desta tarefa!
Em nossa primeira unidade, discutimos os di- especiais. Dessa forma, a escola se torna um lugar
reitos conquistados pelos alunos com deficiência ideal para respeitar as diferenças (SOLER, 2005). In-
em estudar em escolas regulares, receber o apoio de cluir não é uma ação fácil, pois exigirá de você, futuro
professores especializados e estar inseridos em um profissional, o estudo e reflexão sobre como construir
ambiente acessível e adaptado para suas necessidades sua aula de maneira que nenhum aluno seja excluído.
educacionais diárias. Agora, iremos tratar com maior A Educação Física apresenta um potencial imenso de
especificidade sobre a inclusão desses alunos nas inclusão e socialização, e você, futuro profissional,
aulas de Educação Física. têm o dever de tornar essas aulas e/ou práticas um
A escola e os espaços de iniciação e práticas espor- meio de conexão entre os alunos, de aceitação às di-
tivas e de lazer devem se preparar para receber todos ferenças e de conceber essa ação inclusiva como algo
os alunos, pois cada ser é único e, por isso, se tornam rotineiro nas aulas de Educação Física.
57
A Educação Física contribui para o desenvolvi- A Inclusão nas aulas de educação física é compreen-
mento afetivo, social e intelectual de alunos com dida como a participação de todos com respeito às suas
deficiência, uma vez que o incentivo à inclusão limitações, sendo o professor capaz de promover auto-
torna a autoestima e a autoconfiança mais eviden- nomia e ênfase no potencial de cada aluno (SEABRA
te e, consequentemente, diminui as desigualdades JUNIOR, 2006). Entenda que a inclusão não se trata ape-
(VENTURINI et al., 2010). Para Winnick (2004), a nas de adaptações, mas do acesso ao conhecimento que
inclusão nas aulas de educação física propicia um a disciplina de Educação Física oferta a todos os alunos.
ambiente favorável para a estimulação e motiva- Sassaki (1997) define a inclusão como um processo pelo
ção dos alunos. Oferece oportunidades para que os qual a sociedade se adapta para poder incluir, em seus
alunos com deficiência desenvolvam habilidades sistemas sociais, pessoas com necessidades educacionais
sociais e lúdicas adequadas à faixa etária, possi- especiais e, simultaneamente, estas se preparam para
bilitando as relações de amizade entre alunos que assumir seus papéis na sociedade.
apresentam ou não deficiência. Os princípios da Inclusão baseados pelo autor são:
Princípios
Valorização do Conviver com
da
individuo a diversidade
Inclusão
Descrição da Imagem: na imagem consta um quadro com quatro setas, sendo uma em cada lateral. No meio dele tem-se escrito “Princípios
da Inclusão” e cada uma das setas indicam em que é baseado, desta forma, a seta de cima indica “Aceitação das diferenças”, a seta do lado
esquerdo “Valorização do indivíduo”, a seta do lado direito “Conviver com a diversidade” e a seta de baixo “Aprender através da cooperação”.
Se a visão de inclusão já é considerada difícil para as demais disciplinas escolares, o que diria a Educação
Física que tem por essência o movimento? Para que possamos incluir nossos alunos com deficiência, pre-
cisamos pensar nas possibilidades de adaptação das atividades e, para isso, não é preciso descaracterizá-las.
Você, futuro professor, deverá se questionar: para aplicar essa atividade, basta adaptar algumas regras? Além
das regras, também precisarei alterar os materiais utilizados? Ao modificar ambas, a atividade perderá seu
objetivo? Nesse momento, muitas dúvidas emergem, mas o que deve ficar claro é que as aulas de Educação
58
EDUCAÇÃO FÍSICA
59
OLHAR CONCEITUAL
60
EDUCAÇÃO FÍSICA
Orientação verbal: explicar de forma clara e objetiva Descrição da Imagem a fotografia mostra seis crianças ves-
tidas com camisetas vermelhas, shorts escruto e tênis. Essas
verbalmente o que se espera que o aluno desenvolva crianças estão com as pernas abertas, a mão esquerda na
em relação à atividade proposta. cintura e a mão direita sob a cabeça, pois o braço direito está
levantado. No canto esquerdo da imagem está uma pessoa
adulta de costas, com cabelo loiro amarrado, vestindo cami-
seta e shorts azul marinho. Essa pessoa está de frente para
as crianças e faz o mesmo movimento que elas.
61
Brailling: orientar o aluno por meio do tato a per- Possibilidades de atividades para alunos com
ceber a execução de um movimento ou habilidade maior comprometimento motor, pautado em
realizado pelo professor ou por um colega. estímulos individuais:
Atividade 1
Objetivo: estimular a coordenação dinâmica
geral e lateralidade.
Material: espuma de colchão, fita adesiva, velcro,
EVA, peças de encaixe, bolas de tênis de quadra.
Organização do espaço e da turma: a atividade
requer pouco espaço, pode ser realizada tanto dentro
quanto fora da sala de aula.
Desenvolvimento: o aluno, fazendo uso de sua
carteira adaptada, realizará atividades de encaixe e
Figura 5 - Brailling / Fonte: a autora. de retirar e colocar objetos em determinados lugares.
Além dessas adequações, os materiais deverão ser con-
Descrição da Imagem a imagem mostra a fotografia de duas feccionados respeitando as características dos alunos.
meninas adolescentes. Uma das meninas está na frente e com
os olhos vendados. Atrás dela, a segunda menina, aparece de
óculos e sem venda, segurando com a mão esquerda o ombro
direito da outra menina. As duas usam camiseta branca com
um emblema na frente.
A EDUCAÇÃO FÍSICA E A
DEFICIÊNCIA MOTORA
62
EDUCAÇÃO FÍSICA
leve para diferentes partes do corpo e que troque o na imagem a seguir, o material está inclinado, mas
objeto de uma mão para outra. cada aluno apresentará uma característica específica
de movimentação.
63
Para a estimulação da coordenação motora gros- Variações: rolar com e sem apoio e o en-
sa, fortalecimento muscular e flexibilidade, sugere-se: gatinhar, independentemente da idade
Atividade 3 do aluno. Deixar a criança em decúbito
Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral ventral e estimular a levantar a cabeça.
e o fortalecimento muscular. Ao desenvolver essas habilidades, coloque
Materiais: tatame, tablado ou colchonete. obstáculos ou objetos para o aluno tocar
Organização do espaço e da turma: sala de aula. e alcançar. Essas atividades promovem o
Sempre que possível, retire seu aluno da cadeira de fortalecimento muscular dos membros
rodas, pois esse poderá ser um dos poucos momentos superiores. Contudo, é preciso verificar se
que ele será retirado dela. Ao iniciar a aula, deixe que a escola oferece o espaço adequado, para
seu aluno reconheça o espaço ao seu modo, somente que o aluno não venha a se machucar.
depois inicie a atividade. Nesse caso, recomenda-se realizar a ati-
Desenvolvimento: colocar o aluno deitado e esti- vidade em salas com tatames ou material
mular movimentos básicos, como levar objetos para emborrachado.
o lado, para frente e para trás. Para deixar a atividade Variações: a utilização de pesos leves
mais complexa, solicite que o aluno sustente a posi- para o ganho de força muscular também é
ção por alguns segundos e, posteriormente, relaxar. importante, e deve ser realizada respeitando
as individualidades de cada aluno.
Atividade 4
Objetivo: Estimular a coordenação di-
nâmica geral e a flexibilidade.
Materiais: tatame, colchonete ou tablado.
Organização do espaço e da turma: sala
de aula.
Desenvolvimento: alongamentos de
todos os segmentos corporais, para es-
timular a flexibilidade de seu aluno.
Você poderá inserir nessa atividade um
Figura 9 - Coordenação dinâmica / Fonte: a autora. elemento especial, como a música. Para
atividades de alongamento e relaxamen-
Descrição da Imagem a fotografia mostra uma menina com de-
ficiência deitada sob um tablado. Ao seu lado tem um homem
to, coloque músicas mais calmas que não
sentado. Nota-se que a menina está com os braços levantados
e segura uma bola pequena com as mãos, o homem auxilia no
tirem a concentração de seu aluno nas
movimento. atividades que serão desenvolvidas.
64
EDUCAÇÃO FÍSICA
Figura 10 - Alongamento
Atividade 5
Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica
geral e o equilíbrio.
Materiais: tatame
Organização do espaço e da turma: sala de aula,
pátio ou quadra.
Desenvolvimento: a caminhada ou marcha
orientada com o apoio do professor é fundamental
para o desenvolvimento motor dessas crianças. É
Figura 11 - Marcha
importante lembrar que não são todas as crianças
que recebem estímulo e atenção necessária de seus
Descrição da Imagem a fotografia mostra uma criança em pé
familiares. O simples ato de caminhar com seu alu- utilizando um equipamento que pega o tranco e as pernas. Uma
mulher adulta está ao seu lado segurando sua mão auxiliando a
no poderá significar um dos poucos momentos de criança na caminhada.
65
Variações: Inserir alguns obstáculos que exigirão do Material: dardo, peso, disco.
aluno maior ação motora. Organização do espaço e da turma: gramado ou
Atividade 6 areia.
Objetivo: Desenvolver aulas adaptadas para o Desenvolvimento: realizar arremessos e lança-
ensino de Jogos e Esportes. mentos do atletismo sentado.
Material: bolas e objetos de auxílio.
Organização do espaço e da turma: em um espaço
de uma quadra de futsal, pátio ou gramado.
Desenvolvimento: a bocha é um jogo muito ade-
quado a se aplicar na escola para alunos com defi-
ciência motora. Em nossa quinta unidade, trabalha-
remos a bocha e suas adaptações de forma específica.
Os alunos irão lançar a bola, com os pés, as mãos
ou a cabeça, fazendo ou não uso de materiais que
auxiliarão na prática.
Atividade 7
Descrição da Imagem a fotografia mostra uma pessoa com defi-
Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral ciência motora sentada sob uma cadeira realizando o movimento
de lançamento de disco. A cadeira está sob um gramado e ao
por meio do atletismo. fundo nota-se algumas árvores.
66
EDUCAÇÃO FÍSICA
Variações: propor diferentes formas de correr, demais para o professor, mas para alunos com difi-
com braços para cima, para trás, com e sem cadeira culdades severas de movimento, são extremamente
de rodas, em duplas, com e sem apoio. importantes e enriquecedoras.
67
• Eleja um colega auxiliar para cada aula: esse aluno ficará responsável em ajudar o colega com
deficiência. Dependendo do nível de dificuldade da aula, o mais indicado é que você, professor,
seja o responsável direto por esse aluno, o guiando durante toda a atividade.
• Nossas aulas não possuem o objetivo de rendimento esportivo, dessa forma, podemos apre-
sentar as regras e colocá-las em prática com pequenas adequações. Diante disso, modifique e
diversifique as regras: além de empregar o conteúdo propriamente dito, proponha aos alunos
novas formas de aplicação pedagógica.
• A intensidade das atividades desenvolvidas devem respeitar as limitações dos nossos alunos.
Por isso, podemos e devemos trabalhar os diversos conteúdos estruturantes respeitando a
individualidade de cada aluno.
Variações: reúna sua turma e realize movimentos básicos, em seguida, peça para que reproduzam esses
movimentos. Chame-os para dançar, conduza a cadeira de rodas de seu aluno e ofereça a possibilidade de
conhecer diversos ritmos, como a valsa, o forró, o sertanejo, o funk entre tantas outras.
68
EDUCAÇÃO FÍSICA
69
Variações: peça para que todos os alunos tragam um Material: cadeiras e bolas.
pedaço de pano para a aula. Eles deverão jogar fute- Organização do espaço e da turma: em um espaço
bol sem perder o contato com o pano que estará no de uma quadra de futsal jogam 12 alunos.
chão. Sendo assim, o aluno deverá arrastar o pano Desenvolvimento: sentados, os alunos deverão
com pé, o que simulará uma adaptação motora e trocar passes do basquetebol ou handebol. Diversas
possibilitará a participação do aluno com deficiência cadeiras deverão estar espalhadas estrategicamente
motora. pela quadra e os alunos deverão trocar passes até
Variações: em equipes de, no máximo, 5 alunos, a bola chegar ao aluno que estiver mais próximo à
solicitar que os alunos joguem normalmente, mas cesta ou ao gol, e assim realizar o arremesso. Nessa
que permaneçam sempre com os braços atrás das atividade, cada equipe poderá conter até 10 alunos.
costas. Isso fará que os alunos percam um pouco
do equilíbrio ao correr, possibilitando a eles a com-
preensão de como é ter seus movimentos alterados.
Essa regra introduzida na atividade fará que o aluno
com deficiência motora consiga participar de forma
mais dinâmica da atividade.
Descrição da Imagem a fotografia mostra seis alunos jogando Variações: sentados, realizar arremessos no basquete
futsal como os braços para trás. Três deles estão com coletes azuis
e os outros três alunos estão com coletes laranja, caracterizando e handebol
as duas equipes que participam da atividade.
Variações: com no máximo 6 alunos em cada equi-
pe, você poderá propor um jogo com cadeiras comuns
de rodinhas. Em que os alunos poderão se deslocar
Atividade 10 sem retirar o bumbum da cadeira. Os esportes tra-
Objetivo: Desenvolver aulas adaptadas para o balhados dessa forma são diversos, como: basquete,
ensino do Basquetebol e Handebol handebol, rugby, beisebol, hóquei, entre outros.
70
EDUCAÇÃO FÍSICA
Variações: propor diversas modalidades coletivas, e de pé. Alterar algumas regras, como a quanti-
como: basquete, handebol, rugby, beisebol, hóquei, dade de vezes que a bola poderá cair no chão e a
entre outros, sem que o aluno com deficiência seja quantidade de toques.
marcado ou bloqueado. Essas são apenas algumas das diversas adaptações
Atividade 11 que poderão ser realizadas, mas é essencial que você,
Objetivo: desenvolver aulas adaptadas para o en- professor, proporcione aos seus alunos a realização
sino de esportes de rede divisória. delas, mesmo que em sua sala de aula não exista
Material: cadeiras e bolas. nenhum aluno deficiente. Sempre que suas aulas
Organização do espaço e da turma: em um espaço apresentarem essa dinâmica, ao final, faça um bate-
de uma quadra de futsal. -papo com seus alunos e peça para que eles relatem
Desenvolvimento: voleibol sentado. Com 6 a 8 alu- quais dificuldades encontraram e qual a sensação em
nos em cada equipe, os alunos poderão se deslocar ape- colocar-se no lugar do outro. Tenho certeza que as
nas arrastando-se, sem perder o contato do bumbum respostas serão ótimas! Perceba que práticas pedagó-
com o chão. Para isso também será possível diminuir o gicas não levam apenas conhecimento ao aluno, mas
espaço de jogo com o intuito de facilitar o deslocamento. também consciência de como é depender do outro.
Tal vivência é enriquecedora e certamente levará
o seu aluno a refletir sobre diversos pontos, como
preconceito, aceitação, socialização, acessibilidade,
entre outros diversos fatores.
71
Título: Intocáveis
Ano: 2012
Sinopse: um milionário tetraplégico contrata um homem da periferia para ser o seu
acompanhante, apesar de sua aparente falta de preparo. No entanto, a relação que
antes era profissional cresce e vira uma amizade que mudará a vida dos dois.
72
EDUCAÇÃO FÍSICA
Neste vídeo, você poderá acompanhar o curta animado “Cordas”: narra a amizade
entre Maria e Nicolás, colega de classe, que sofre de paralisia cerebral. Acesse
o conteúdo disponível em:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
Neste vídeo, você poderá acompanhar uma entrevista sobre a educação física
inclusiva com professores de Educação Física. Acesse o conteúdo disponível em:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
73
Neste vídeo, você poderá acompanhar uma entrevista com alunos e professores
sobre a inclusão de alunos com deficiência nas aulas de Educação Física. Acesse
o conteúdo disponível em:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
Frente a todas as atividades apresentadas nesta unidade, você se sentirá seguro para estagiar ou lecionar em
uma escola da rede regular de ensino que tenha alunos com deficiência? Munido de todo esse conhecimento,
que tipo de atividade você planejaria para sua primeira aula com uma turma do 7º ano que tenha um aluno
com deficiência motora? Como seria essa primeira experiência para conhecer todos os alunos? Como você
faria? Vamos tentar?
74
EDUCAÇÃO FÍSICA
Para sintetizar os conceitos e definições da Inclusão e da Educação Física Inclusiva, assim como das principais abor-
dagens e técnicas para utilização do profissional de Educação Física na execução de seu trabalho, seja na escola ou
em outros ambientes, complete o Mapa Mental.
75
EDUCAÇÃO FÍSICA INCLUSIVA E A
DEFICIÊNCIA VISUAL E INTELECTUAL
Oportunidades de aprendizagem
Teremos, agora, o prazer de continuar nossa imersão nas
diversas possibilidades de adaptar atividades para alunos
com deficiência, de maneira específica, para alunos com
Deficiência Visual e Intelectual em seus diversos níveis de
comprometimento. A partir desse estudo, será possível
conceber as principais metodologias e técnicas para
elaboração de seu planejamento com alunos com deficiência
dentro ou fora do contexto escolar.
unidade
IV
Certamente, você já estudou com um colega que mais lentos e nas aulas nenhum colega quer que você
apresentava uma dificuldade significativa em apren- faça parte da equipe deles? Ou então, pense em ser
der os conteúdos escolares, ou conviveu com aquele seu filho passando por uma dessas situações, e você
que nunca participava das aulas de Educação Física, não consegue encontrar nenhuma escola de treina-
isso porque usava óculos e diziam a ele que poderia se mento que possa recebê-lo como parte integrante
machucar. Ou talvez, você foi o colega que apresentou da equipe.
dificuldade de aprendizado e/ou utilizava óculos e fi- Assim como nas unidades anteriores, acredito
cava fora de algumas atividades durante seu período que esses questionamentos tenham levado a intensas
escolar, se este for seu caso, você se lembra como se reflexões a respeito da importância da adaptação dos
sentia? Supondo que você não tenha nenhum tipo diversos tipos de atividade física, seja ela no contexto
de deficiência, imagine que você é uma criança com escolar ou não! Independentemente da deficiência
deficiência visual, mas que seu professor de Educação ou dificuldade dessas crianças e jovens, é preciso
Física não realiza nenhuma adaptação que torne pos- promover a sua participação, uma vez que a prática
sível a sua participação nas aulas! Ou que apresenta de atividade física é um dos maiores elementos so-
uma deficiência intelectual e seus movimentos são cializadores.
78
EDUCAÇÃO FÍSICA
Com base nesses pressupostos, convido você a vendar seus olhos por alguns minutos, e dentro da sua
própria casa tentar se deslocar entre os cômodos. Achou difícil? Agora, ainda vendado, abra sua geladeira e
tente fazer um sanduíche ou um suco!
Por meio dessa vivência enriquecedora, acredito que você tenha encontrado diversas dificuldades, já que
até esse momento sempre havia feito uso da visão para a realização de todas as atividades diárias em sua casa.
Então, agora é a hora de você colocar, em seu Diário de Bordo, todas essas dificuldades e sensações que você
experienciou durante a execução dessas tarefas!
Em nossos estudos anteriores, constatamos que a encontraremos tanto alunos cegos que participaram
deficiência visual não é caracterizada somente pela pouquíssimas vezes das aulas de educação física como
ausência total da visão, mas também pela baixa capa- alunos que fazem uso de óculos que apresentam resis-
cidade em enxergar. Em nosso percurso profissional, tência em realizar as aulas por medo de se machucar.
79
Desde o nascimento, a criança que enxerga passa porque elas recorrem a esses sentidos com mais fre-
a estabelecer uma comunicação visual com o mundo quência para decodificar e guardar na memória as
exterior. Durante os primeiros anos de vida, ela é esti- informações. O desenvolvimento aguçado da audição,
mulada a olhar para tudo o que está à sua volta, sendo do tato, do olfato e do paladar é resultante da ativação
possível acompanhar o movimento das pessoas e dos contínua desses sentidos diante da necessidade, pois
objetos sem sair do lugar. Percebe como a visão se os sentidos remanescentes funcionam de forma com-
sobressai sobre os demais sentidos? Ela ocupa uma plementar e não isolada (SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007).
posição primordial no que se refere à percepção e Sendo assim, iniciaremos nossos estudos abor-
integração de formas, contornos, tamanhos, cores e dando não apenas a adaptação para deficiência
imagens que estruturam a composição de uma pai- visual, mas também proporcionar aos alunos mo-
sagem ou de um ambiente. mentos de conscientização e vivência voltada à de-
Nesse tocante, a cegueira se caracteriza pela al- ficiência visual, uma vez que é primordial que você,
teração grave ou total de uma ou mais das funções futuro profissional, trabalhe com as dificuldades,
elementares da visão que afeta a capacidade de per- mesmo que não tenha nenhum aluno deficiente em
ceber cor, tamanho, distância, forma, posição ou mo- sua turma ou equipe.
vimento. Por sua vez, a baixa visão é definida como Atividade 1:
a redução do rol de informações que o indivíduo Objetivo: Reconhecer o ambiente escolar.
recebe do ambiente, restringindo a grande quantida- Material: vendas.
de de dados que este oferece e que são importantes Organização do espaço e da turma: todo ambiente
para a construção do conhecimento sobre o mundo escolar.
exterior. A aprendizagem visual depende não apenas Desenvolvimento: em duplas, um aluno será ven-
do olho, mas também da capacidade do cérebro de dado e o outro deverá ser o seu guia. O guia apoia-
realizar as suas funções, de capturar, codificar, sele- rá a mão no ombro do colega vendado e passará as
cionar e organizar imagens fotografadas pelos olhos orientações verbalmente. Nessa atividade, os alunos
(SÁ; CAMPOS; SILVA, 2007). deverão caminhar por todo o espaço escolar (pátio,
Falamos o tempo todo: “olha isso”,“nossa você viu?”, sala de aula, banheiro, biblioteca, refeitório e qua-
pois estamos acostumados a trabalhar apenas com dra). Depois os papéis serão invertidos, os guias serão
alunos que enxergam. Por isso, é primordial falar e vendados e deverão realizar o mesmo percurso. Ao
orientar de forma clara com o aluno, como discuti- final da aula, peça para que seus alunos relatem quais
mos nas unidades anteriores, e, além disso, valorizar foram as dificuldades encontradas, e questione se a
seus outros sentidos. O Ministério da Educação, ao escola realmente atende às necessidades de acessibi-
elaborar os documentos sobre o atendimento de alu- lidade arquitetônica ao aluno deficiente visual. Para
nos com deficiência visual na rede regular de ensino, alunos do Ensino Fundamental Anos Iniciais, você
esclarece que as informações tátil, auditiva, sinestésica poderá realizar essa atividade apenas em torno da
e olfativa são mais desenvolvidas pelas pessoas cegas quadra esportiva.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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EDUCAÇÃO FÍSICA
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Variações: peça para que as crianças formem duplas. com dois pés juntos, de costas, com passos grandes
Uma deverá ficar deitada no chão, e a outra, com um e pequeninos. Imitar personagens, realizar mímicas,
giz, deverá desenhar o colega. Pedir para a criança brincar de estátua. Explorar materiais como: bolas,
deitar com as pernas e braços abertos, assim como os arcos, panos, caixas, cordas, colchões, pneus, jornais,
dedos das mãos abertos. Após o desenho realizado cordões. Brincar de espelho, repetindo movimentos
no chão, peça para que os alunos desenhem os olhos, feito por alguém à sua frente, face a face (RAFAEL
o nariz, a boca, o cabelo e as orelhas. LOPES; VASCONCELOS MIRANDA, 2018).
Variações: ofereça aos alunos materiais de encaixe, Atividades 2:
para compreensão da estrutura corporal. Neste caso, Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral
a atividade foi aplicada a um aluno com Transtorno e o equilíbrio.
do Espectro do Autismo. Material: cadeiras, arcos, cordas, cones.
Organização do espaço e da turma: pátio, quadra
ou gramado.
Desenvolvimento: circuito motor. O professor de-
verá montar um circuito utilizando diversos mate-
riais como cadeiras, arcos, cordas, cones, colchonetes
e bolas. O circuito deverá conter diversas ações dife-
renciadas, como saltos, deslocamentos, rolamentos,
equilíbrio e lançamentos. Todas as variações possí-
veis são bem-vindas nessa dinâmica de atividade.
86
EDUCAÇÃO FÍSICA
Variações: corridas com obstáculos variados espalhados pelo chão. Logo em seguida, pular corda no lugar
e depois em deslocamento, arremessar objetos. Andar sobre marcas feitas no chão com fitas, entre diversas
outras possibilidades.
As atividades esportivas são muito bem-vindas para a estimulação do deficiente intelectual, mas muitos deles
não irão compreender as regras de determinadas modalidades, o que não significa que elas não deverão ser
trabalhadas. Mais uma vez, precisaremos adaptar essas modalidades, só que, neste momento, respeitando
sempre a compreensão do aluno. Você pode estar se perguntando: como inserir os demais conteúdos es-
truturantes quando meu aluno já está no Ensino Fundamental, Ensino Médio ou já é adulto em uma escola
especializada? A resposta é simples: faça algumas modificações, pois nossas aulas são um momento de
aprendizagem e não de especialização em modalidades esportivas.
Atividade 3:
Objetivo: Estimular a coordenação dinâmica geral por meio de atividades esportivas coletivas e individuais.
Material: bolas de basquete, de futsal, de handebol e de voleibol.
Organização do espaço e da turma: pátio, quadra ou gramado.
Desenvolvimento: o aluno deverá percorrer um caminho preestabelecido quicando uma bola com a mão,
ou a conduzindo com os pés em direção ao gol. Posteriormente, o aluno realizará arremessos. Essas atividades
podem ser realizadas com alunos deficientes intelectuais que apresentam ou não algum comprometimento motor.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Descrição da Imagem alunos com deficiência intelectual, vestindo Descrição da Imagem a figura apresenta alunos com deficiência
camiseta rosa escrito APAE, realizando o arremesso de peso em intelectual dançando em pares.
um solo com areia. Nota-se, ao fundo, outras pessoas vestindo a
mesma camiseta observando o arremesso.
Benefícios da Atividade
Atividade 6: Física para a Pessoa
Objetivo: Estimular e desenvolver diversos ele- com deficiência
mentos psicomotores por meio da dança.
Material: rádio. De acordo com Nahas (2017), pessoas com deficiên-
Organização do espaço e da turma: quadra ou pátio. cia física e intelectual devem, primeiramente, con-
Desenvolvimento: proporcione aos seus alunos a sultar o médico antes de iniciar qualquer programa
possibilidade de ouvir diferentes tipos musicais e en- de atividade física que não estejam familiarizados.
sinar seus passos básicos. Ao contrário do que muitos O mesmo se aplica a pessoas com deficiência que já
pensam, esses alunos apresentam grande destaque na praticam atividade física, mas que desejam iniciar um
dança, como podemos observar em diversos festivais programa que vise a competição, ou seja, a prática de
de escolas especializadas. atividades físicas vigorosas.
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O Guia de Atividade Física Para a População Bra- O comportamento sedentário é caracterizado, por Nah-
sileira, publicado pelo Ministério da Saúde, destaca as (2017), como tempo destinado sentado ou deitado
que são diversos os benefícios da prática de atividade usando o celular ou jogando videogame, assim como
física para as pessoas com deficiência (BRASL, 2021, vendo televisão, trabalhando, estudando, entre outros.
p. 44), sendo os principais: O excesso de tempo em comportamento sedentário
• Promove a qualidade de vida e bem-estar, pode ser um agravante para pessoas com deficiência,
• Estimula e amplia a autonomia para realiza- principalmente por conta das dificuldades vivenciadas
ção das AVDs - atividades da vida diárias; em cada caso. Com isso, complicações cardiovasculares
• Aprimoramento das capacidades da aptidão ou respiratórias podem ser ainda mais frequentes.
física tanto para a saúde quanto performance, Quanto a intensidade, Nahas (2017) destaca que a
sendo elas: força e resistência muscular, resis-
atividade física não precisa ser intensa para trazer be-
tência aeróbia; coordenação motora, equilí-
brio, flexibilidade e agilidade;
nefícios à saúde, assim, grandes benefícios para a saúde
• Melhora das habilidades de socialização;
da pessoa com deficiência podem ser obtidos com do-
• Promove inclusão social, uma vez que cria e
ses moderadas de atividade física diária. A ênfase em
fortalece os laços sociais; atividades moderadas permite que as atividades sejam
• Auxilia no controle do peso e na diminuição variadas para atender as necessidades e interesses indi-
do risco de obesidade; viduais, diante das circunstâncias na vida do deficiente.
• Melhora da imunidade; Dessa forma, o autor destaca que pessoas com defi-
• Melhora da atenção, memória e raciocínio, ciência inativas devem começar com períodos de 5-10
assim como reduz o risco de declínio cogni- minutos de atividades físicas leves ou moderadas, au-
tivo; mentando gradualmente até os níveis desejados. Maio-
• Melhora do humor, e redução da sensação de res benefícios podem ser derivados da atividade física
estresse e dos sintomas de ansiedade e de de- regular se esta for gradualmente aumentada, respeitadas
pressão;
as características individuais. Acerca do tempo de du-
• Melhora a circulação sanguínea e diminui o
ração das atividades considerando a faixa etária, o Guia
risco de doenças do coração, diabetes, pres-
de Atividade Física para a População Brasileira para
são alta e colesterol alto.
pessoas com deficiência, orienta que:
Crianças de até 1 ano: pelo menos 30 minutos por dia de barriga para baixo (posição de bruços),
podendo ser distribuídas ao longo do dia. As crianças com qualquer deficiência devem ser estimuladas
dentro das suas potencialidades desde as primeiras fases de vida.
Crianças de 1 a 2 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade,
podendo ser distribuídas ao longo do dia.
Crianças de 3 a 5 anos: pelo menos 3 horas por dia de atividades físicas de qualquer intensidade,
sendo, no mínimo, 1 hora de intensidade moderada a vigorosa que pode ser acumulada ao longo do dia.
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EDUCAÇÃO FÍSICA
Para crianças e jovens de 6 a 17 anos: praticar 60 minutos ou mais de atividade física por dia. Dê
preferência para aquelas de intensidade moderada. Como parte desses 60 minutos ou mais por dia,
inclua em pelo menos 3 dias na semana atividades de fortalecimento muscular e ósseo, como saltar,
puxar, empurrar ou praticar esportes.
Adultos: realizar pelo menos 150 minutos de atividade física moderada ao longo da semana ou pelo
menos 75 minutos de atividade vigorosa, ou uma combinação equivalente. Atividades de fortaleci-
mento muscular devem ser realizadas envolvendo os principais grupos musculares em dois ou mais
dias da semana.
Idosos: a partir dessa idade, a recomendação é a mesma dos adultos. Adicionalmente, aqueles com
mobilidade reduzida devem fazer atividade física para melhorar o equilíbrio e evitar quedas, três ou
mais dias na semana.
Dessa forma, de maneira específica para as crianças, praticar atividade física e ter benefícios para a saúde e
o ato de participar de brincadeiras que se caracteriza qualidade de vida, sendo importante apenas respeitar
pelo movimento físico, como rastejar, rolar, correr, seus limites e potencialidades (BRASIL, 2021).
caminhar, saltar, entre outros, já se enquadra dentro
dessas recomendações necessárias. A medida que o
indivíduo cresce, ele passa a realizar atividades pro-
gramadas, com movimentos executados de forma pla-
nejada e com objetivos específicos. Como caminhadas
ou corridas diárias ou exercícios de sobrecarga como
o exemplo da prática da musculação, entre outros.
Além disso, o Guia orienta que para a prática de
atividade física, é importante usar roupas leves e cal-
çados confortáveis. Nas atividades físicas ao ar livre, a
utilização de boné, camisa de manga longa e protetor A inclusão da pessoa com deficiência não se dá ape-
solar também é fundamental. Além disso, as pessoas nas no ambiente escolar, mas em todas as esferas da
devem beber água antes, durante e após a prática de vida. É preciso compreender a importância da prática
atividade física e ter uma alimentação adequada e de atividade física para esse grupo de pessoas. Vamos
saudável. Por fim, o Guia enfatiza que todos podem conversar sobre esta importante temática?
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EDUCAÇÃO FÍSICA
93
Neste vídeo, você poderá acompanhar uma análise sobre o que é a deficiência
intelectual. Acesse o conteúdo disponível em:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
Neste vídeo, você poderá acompanhar uma entrevista com Marcos Mion sobre
como descobriu que seu filho era autista. Acesse o conteúdo disponível em:
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
A partir do conteúdo apresentado nesta unidade, assim como todas as propostas de atividades que desenvol-
vemos até aqui, você se sente seguro para trabalhar em uma escola especializada com alunos com deficiência
intelectual? Munido de todo esse conhecimento, que tipo de atividade você planejaria para sua primeira aula
com uma turma de deficientes intelectuais andantes? Que dinâmica aplicaria para conhecer esses alunos?
Vamos tentar?
94
atividades de estudo
Nesta, assim como nas unidades anteriores, abordamos diversos conteúdos a respeito da deficiência intelectual e da
deficiência visual! Todas essas informações possibilitaram a melhor compreensão da pessoa com deficiência. Para
sintetizar esses conhecimentos, considerando esta unidade, complete o Mapa Mental pautado nas características
da deficiência intelectual e da deficiência visual!
A deficiência Interlectual
pode ser caracterizada
por algumas
problemas:
A deficiência Visual
pode ser caracterizada
pela:
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ESPORTES PARALÍMPICOS
Oportunidades de aprendizagem
Teremos, nesta unidade, a oportunidade de compreender
a origem dos Jogos Paralímpicos e conhecer as principais
características de todas as modalidades esportivas que
fazem parte dos Jogos Paralímpicos de verão e de inverno. A
partir dessa contextualização, será possível compreender as
diversas modalidades esportivas para atletas com deficiência
visual, intelectual e motora.
unidade
V
Quem diria que algo tão devastador, como a Se- Com base nessas discussões, gostaria de saber
gunda Guerra Mundial, poderia dar origem a algo se você, aluno(a), assistiu às Paralimpíadas com a
tão importante como a prática esportiva adaptada! mesma assiduidade e entusiasmo que assistiu às
Imagine você naquela época, após sobreviver a esta Olimpíadas. Você observou a ótima classificação
batalha sofreu graves lesões que o impossibilitou de que o Comitê Brasileiro Paralímpico conquis-
fazer atividades básicas da vida diárias. Contudo, tou? Te convido, agora, a fazer uma pesquisa na
você encontrou no esporte uma maneira de se recu- internet para analisar qual foi o desempenho do
perar e de superar todas essas dificuldades? Parece Brasil nos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020 e
ser esse um dos objetivos do esporte, principalmen- se, de fato, esses jogos deram ou não audiência às
te na vida da pessoa com deficiência, não é mesmo? empresas televisivas.
Acredito que esses questionamentos tenham le- Por meio desta pesquisa, acredito que você te-
vado a intensas reflexões a respeito da função social nha encontrado diversas informações que lhe im-
do esporte, principalmente da pessoa com deficiên- pressionou ou que lhe causaram certa indignação.
cia, que além das barreiras físicas, precisa romper Então, agora, é a hora de você colocar em seu Diá-
com as barreiras do preconceito, da não aceitação das rio de Bordo os pontos mais relevantes verificados
diferenças, além da desvalorização do esporte para- a partir da imersão nesse universo do esporte para-
límpico quando comparado ao esporte olímpico. límpico e seus maiores entraves !
98
EDUCAÇÃO FÍSICA
O nome paralimpíadas advém de olimpíadas. A trar esses soldados no hospital em processo de rea-
palavra é uma junção dos termos “para” (expressão bilitação, o médico neurologista Ludwig Guttmann,
grega allelois, que significa “um ao lado do outro”) e começou a organizar jogos internos com o intuito
olimpíada (de Olímpia, região que originou os jo- de tornar a recuperação desses soldados um pouco
gos desportivos em 776 a.C., de olympos). mais prazerosa. Inicialmente, Guttmann adaptou o
A origem dos Jogos Paralímpicos expressa uma basquete, tiro com arco, dardos e bilhar, e começou
relação muito interessante com a Segunda Guerra a aplicar entre os soldados e, logo, o que era apenas
Mundial. Muitos soldados que sobreviveram após utilizado como meio de reabilitação se tornou um
os combates foram mutilados e perderam algum dos primeiros jogos destinados às pessoas que apre-
membro ou sofreram lesões medulares. Ao encon- sentavam deficiência física.
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100
EDUCAÇÃO FÍSICA
101
Modalidades
O esporte adaptado pode ser definido como práticas esportivas com regras, materiais e estruturas adaptadas
e modificadas, a fim de possibilitar a participação de pessoas com deficiências em diferentes modalidades
esportivas (CARDOSO, 2011). Atualmente, os Jogos Paralímpicos apresentam 22 modalidades de verão e 5
modalidades de inverno com diversas categorias para a participação de pessoas com variadas deficiências
como: visual, física e intelectual.
OLHAR CONCEITUAL
22 Modalidades de Verão
Atletismo, Badminton, Basquete em cadeira
de rodas, Bocha, Canoagem, Ciclismo,
Esgrima em cadeira de rodas, Futebol de 5,
Goalball, Halterofilismo, Hipismo, Judô,
Natação, Remos, Rugby em cadeira de rodas,
Taekwondo, Tênis de mesa, Tênis em cadeira
de rodas, Tiro com arco, Tiro esportivo,
Triatlo e Vôlei sentado.
5 Modalidades de Inverno
Esqui alpino, Esqui cross country, Biathlon,
Hóquei e Curling em cadeira de rodas.
102
EDUCAÇÃO FÍSICA
Antes de conhecermos essas modalidades, é impor- prometimento que o atleta possui, para que ele possa
tante compreender como esses atletas são inseridos competir com atletas em condições físicas, visuais e
dentro de suas classes, ou seja, como ocorre a classi- intelectuais similares, garantindo a fidedignidade nas
ficação funcional dos atletas paralímpicos. competições. Assim, a classificação funcional tem por
O que é Classificação Funcional? É o processo objetivo definir a elegibilidade do atleta e agrupá-los
de classificação considerando a deficiência e o com- para que possam competir em igualdade de condições.
Agora, munidos dessas informações, vamos conhecer de perto todas essas modalidades?
Atletismo: o atletismo Paralímpico, assim como o olímpico, apresenta provas de pista, rua e campo,
com provas de corrida, saltos, lançamentos e arremessos. Atualmente, é o esporte com maior número de ca-
tegorias e participantes nos Jogos Paralímpicos. A modalidade apresenta provas para atletas com deficiência
física, visual e intelectual, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino (CPB, 2021).
103
A classificação funcional do Atletismo ocorre da seguinte forma: para as provas de pista (velocidade, meio
fundo, fundo e saltos) e para provas de rua (maratona), utiliza-se a letra T, que significa track. Para as provas
de campo (arremessos, lançamentos) utiliza-se a letra F, que significa field.
CLASSES ATLETAS
Badminton: é o badminton adaptado para pessoas com deficiências físicas. Os atletas em cadeira de rodas
e andantes utilizam uma raquete para golpear uma peteca na quadra dos adversários competindo em provas
individuais, duplas (masculinas e femininas) e mistas em seis classes funcionais diferentes (CPB, 2021).
104
EDUCAÇÃO FÍSICA
CLASSE ATLETA
WHA1 WH2 Atletas em cadeira de rodas
SL3 SL4 Atletas com deficiência em membros inferiores que andam
SU5 Atletas com deficiência em membros superiores
SH3 Atletas com baixa estatura
Basquete em Cadeira de Rodas: grande parte das regras do basquete olímpico foram preservadas, sendo
praticado apenas por usuários de cadeiras de rodas. Sua categoria é única. O basquete em cadeira de rodas
é destinado exclusivamente para atletas com deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero
feminino e masculino (CPB, 2021).
105
Bocha: as regras da bocha convencional também não se distanciam da bocha adaptada. As principais di-
ferenças se dão pelo posicionamento dos jogadores e o apoio ou não auxiliares e de instrumentos que pos-
sibilitam a execução dos movimentos necessários. A bocha é designada exclusivamente para pessoas com
deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino (CPB, 2021).
106
EDUCAÇÃO FÍSICA
CLASSES ATLETAS
Deficiência motora. Utilizam instrumento auxiliar e/ou ajuda de outra pessoa (para deficiência
BC3
severa).
BC4 Deficiência motora. Não recebem auxílio (para deficiência severa).
Quadro 3 - Classificação Funcional da Bocha, Goalball do e do Futebol e 5 / Fonte: adaptado CPB (2021)
CLASSES ATLETAS
KL1 Deficiência motora. Classe em que o atleta usa somente os braços na remada.
KL2 Deficiência motora. Classe em que o atleta usa tronco e braços na remada.
KL3 Deficiência motora. O atleta usa tronco, braços e pernas.
Quadro 4 - Classificação Funcional da canoagem / Fonte: adaptado CPB (2021).
107
Ciclismo: apresenta provas para atletas com deficiência física, visual e paralisia cerebral, composta por pro-
vas de estrada e pista destinadas ao gênero feminino e masculino. Os atletas podem competir em quatro
tipos de bike, de acordo com a deficiência: convencional, triciclo, tandem e handbike (CPB, 2021).
CLASSE ATLETA
H1 a H5 Deficiência motora. O atleta impulsiona a bicicleta adaptada com os braços (handbike).
T1 e T2 Deficiência motora. Para atletas paralisados cerebrais (utilizam um triciclo).
Deficiência motora. Para atletas com deficiência físico-motora e amputados (atletas competem
C1 a C5
em bicicletas convencionais).
Tandem Deficiência visual. Para atletas deficientes visuais (bicicleta apresenta dois lugares).
Esgrima em Cadeira de Rodas: Apresenta a maior parte das regras da esgrima olímpica, a diferença mais
relevante é o posicionamento dos atletas, destinado apenas para usuários de cadeiras de rodas, onde é levado
em consideração a mobilidade e comprometimento dos membros superiores. A modalidade é designada
exclusivamente para pessoas com deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e
masculino (CPB, 2021).
108
EDUCAÇÃO FÍSICA
CLASSE ATLETA
Classe A Para atletas com mobilidade no tronco (amputados ou limitação nos movimentos).
Classe B Para atletas com menor mobilidade no tronco e equilíbrio.
Classe C Para atletas com tetraplegia com comprometimento de mãos, braços e tronco.
Quadro 6 - Classificação Funcional da Esgrima / Fonte: adaptado CPB (2021).
Futebol de Cinco: esporte exclusivamente para atletas cegos ou com baixa visão do gênero masculino. O
futebol de cinco apresenta três categorias, B1, B2 e B3, no entanto, nos jogos paraolímpicos, participam ape-
nas a categoria B1 composta por atletas cegos totais ou com percepção de luz, sendo no total cinco atletas em
campo. Todos os atletas precisam usar um tampão durante a partida, visto que nenhuma faixa de luz poderá
ser identificada (CPB, 2021).
109
Goalball: o Goalball foi criado exclusivamente para atletas cegos ou com baixa visão, sendo até hoje a pri-
meira e única modalidade criada exclusivamente para atletas com deficiência. O Goalball é destinado ape-
nas para atletas com deficiência visual, composta por provas tanto para atletas do gênero feminino quanto
masculino. O esporte é composto pelas mesmas categorias do Futebol de 5 e do Judô (CPB, 2021).
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EDUCAÇÃO FÍSICA
111
CLASSE ATLETA
1 a 10 Deficiência motora
11 a 13 Deficiência visual
14 Deficiência Intelectual
112
EDUCAÇÃO FÍSICA
Os atletas são divididos em classes conforme sua capacidade motora e apresenta três categorias:
CLASSE ATLETA
PR1 Remadores com função mínima ou nenhuma função de tronco.
Remadores que possuem uso funcional dos braços e tronco, mas apresentam fraqueza/ausência
PR2
da função das pernas.
Remadores com função residual nas pernas que lhes permite deslizar no assento. Esta classe
PR3
também inclui atletas com deficiência visual.
Rugby em Cadeira de Rodas: de acordo com o CPB, o rugby em cadeira de rodas é similar ao rugby olím-
pico, nesse caso o atleta precisa passar a linha do gol com as duas rodas da cadeira com a bola nas mãos,
sendo composta por quatro jogadores por equipe. O rugby é designado exclusivamente para atletas com
deficiência física, composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino.
Taekwondo: o esporte é disputado por dois atletas, assim como nas demais lutas. Sendo utilizado coletes
azul e vermelho que possuem sensores capazes de medir a potência do chute quando em contato com a meia
do oponente. As lutas são realizadas em três rounds de dois minutos, com um minuto de intervalo. Ganha o
atleta que tiver mais pontos ao término do último round. Se acabar empatado, ocorre mais um round, cujo
vencedor é o lutador que fizer os dois primeiros pontos (CPB, 2021).
113
Atualmente, nas Paralimpíadas, o Parataekwondo é destinado apenas para atletas com deficiência física e
possui duas classes: K43 e K44:
CLASSE ATLETA
K43 Atletas com amputação bilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia bilateral.
Atletas com amputação unilateral do cotovelo até a articulação da mão, dismelia unilateral, mono-
K44
plegia, hemiplegia leve e diferença de tamanho nos membros inferiores.
Tênis de Mesa: assim como a maioria dos esportes já existentes e que tiveram suas formas de realização
adaptadas, o tênis de mesa se apropria dessas regras, na maioria das vezes sofrendo poucas alterações. O
Comitê salienta que o esporte consiste em partidas em uma melhor de cinco sets, sendo cada um deles dis-
putado até que um dos jogadores atinja 11 pontos. A modalidade é designada para atletas com deficiência
física e intelectual, composta por provas para o gênero feminino e masculino (CPB, 2021).
114
EDUCAÇÃO FÍSICA
CLASSE ATLETA
1, 2, 3, 4 e 5 Deficiência motora. Cadeirantes.
6, 7, 8, 9 e 10 Deficiência motora. Andantes.
11 Deficiência motora. Andantes com deficiência intelectual.
Tênis de Cadeira de Rodas: as regras do tênis convencional são muito semelhantes com o tênis de cadeira
de rodas, contudo, a principal diferença é que a bola pode quicar duas vezes no chão antes de ser rebatida.
O tênis de cadeira de rodas é exclusivamente praticado por atletas com deficiência física e paralisia cerebral,
composta por provas destinadas ao gênero feminino e masculino.
CLASSE ATLETA
Deficiência motora. Para atletas com alguma deficiência nos membros inferio-
Open ou Aberta
res.
Deficiência motora. Para atletas com deficiência em três ou mais extremida-
Quad ou Tetra
des no corpo.
115
Tiro com Arco: os atletas são divididos em classes, Tiro Esportivo: o tiro esportivo é exclusivamente
que se diferenciam pelas capacidades do atleta de praticado por atletas com deficiência física para o
ficar em pé e/ou de locomoção nos braços e tron- gênero masculino e feminino. O atleta poderá atirar
co. O Tiro com arco é exclusivamente praticado por em pé, deitado, sentado ou ajoelhado.
atletas com deficiência física e paralisia cerebral,
composta por provas destinadas ao gênero femini-
no e masculino (CPB, 2021).
Para atletas com deficiência em um Quadro 14 - Classificação Funcional do Tiro Esportivo / Fonte:
adaptado CPB (2021).
membro (superior ou inferior) ou dois
Open
membros (inferiores ou superior e infe-
rior do mesmo lado). Triatlo: de acordo com o CPB, o triatlo é composto
Quadro 13 - Classificação Funcional do Tiro com Arco / Fonte: por 750 m de natação, 20 km de ciclismo e 5 km de
adaptado CPB (2021).
corrida. Suas categorias são subdivididas de acordo
116
EDUCAÇÃO FÍSICA
com a capacidade motora dos atletas. O Triatlo é designado para atletas com deficiência física e deficiência
visual, composta por provas destinadas para o gênero feminino e masculino.
Descrição da Imagem a
fotografia mostra duas
Atletas do gênero femini-
no com deficiência motora
praticando o Triatlo. Ambas
usando roupa justa de gi-
nástica.
CLASSE ATLETA
PTWC Deficiência motora. Para triatletas usuário de cadeiras de rodas.
Atletas com deficiências físico-motoras e paralisia cerebral andantes competem
PTS2, PTS3, PTS4 e PTS5 nestas classes, sendo a PTS2 para deficiências mais severas e PTS5 para deficiên-
cias mais moderadas.
PTVI Deficiência visual.
Vela: a modalidade exige domínio sobre correntes aquáticas, habilidade e estratégia, acima de tudo de mu-
danças de vento. As categorias não apresentam divisão por gênero, ou seja, homens e mulheres velejam
juntos, todos divididos de acordo com o comprometimento motor. A vela é destinada exclusivamente para
pessoas com deficiência física composta por provas mistas, feminina e masculina (CPB, 2021).
117
118
EDUCAÇÃO FÍSICA
119
120
EDUCAÇÃO FÍSICA
121
Título: Paratodos
Ano: 2016
Sinopse: “Paratodos” foi pensado para mobilizar. Traz material de apoio para
educadores ampliarem reflexões sobre a inclusão da pessoa com deficiência.
O objetivo da iniciativa é ampliar a visibilidade das Paralimpíadas, dos atletas
com deficiência e estimular o debate sobre inclusão, esporte e acessibilidade
entre os estudantes.
Neste vídeo, você poderá acompanhar uma breve explicação sobre a história
das Paralimpíadas e do Esporte Paralímpico
Para acessar, use seu leitor de QR Code.
A partir do conteúdo apresentado nesta unidade, assim como todas as modalidades adaptadas presentes nas
paralimpíadas, você sentiu vontade de trabalhar com o esporte adaptado? Sabendo que além desses conhe-
cimentos prévios, é importante também compreender conteúdos acerca da iniciação esportiva, com qual
modalidade você gostaria de trabalhar? Que tipo de atividades você desenvolveria? Vamos tentar?
122
EDUCAÇÃO FÍSICA
Nesta unidade, realizamos uma imersão muito importante acerca dos esportes paralímpicos adaptados, porém não
podemos esquecer de todo o contexto histórico que possibilitou a criação deste memorável evento esportivo. Para
sintetizar esses conhecimentos, complete o Mapa Mental que aborda desde a origem dos jogos paraolímpicos até
sua estrutura nos dias atuais!
Ao encontrar esses
soldados no hospital
em processo de
reabilitação, o médico Essas modalidades
Ludwig começou a apresentam diversas
organizar jogos categorias para a
adaptados internos. participação de atletas
As primeiras com variadas
modalidades foram: deficiências como:
Composta por 22
A partir dessa grande modalidades
iniciativa de Ludwig esportivas
hoje existe o grande
evento chamado
“Paraolimpíadas” que Composta por 5
ocorrem a cada modalidades
quatro anos em dois esportivas
momentos:
Espaço em branco
UNIDADE 1
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