Regulamento de Água AdRA
Regulamento de Água AdRA
Regulamento de Água AdRA
(Alteração)
Considerando que:
1. em 27.01.1999, a Câmara Municipal de Ílhavo aprovou o Regulamento Municipal de Abastecimento de Agua e
Drenagem de Aguas Residuais;
2. o mesmo Regulamento foi aprovado pela Assembleia Municipal de Ílhavo, em reunião de 5 de Março de 1999 e,
posteriormente, publicado no Apêndice nº 163 ao Diário da República, II série, nº 163, de 15.07.1999.
3. nas várias alíneas dos arts. 33º a 36º do referido Regulamento se prevê um regime complexo de formalidades e
inspecções técnicas que não têm no actual quadro legal suporte que o justifique;
4. é, nomeadamente o caso das inspecções e vistorias, assumidas como obrigatórias e regulares, nos arts. 35º e 36º
do dito Regulamento;
5. nos termos da moderna legislação administrativa, e sem prejuízo do respeito pelo principio da legalidade da
Administração, importa promover a simplificação administrativa, a confiança nos administrados, baixar os custos a
suportar pelos requerentes e co-responsabilizar projectistas e empreiteiros no respeito pela observância das
regras técnicas de execução dos respectivos projectos e obras;
6. importa, por isso, promover a correcção do Regulamento em apreço, por forma a assegurar aqueles princípios e
valores, sem descurar a reserva de controle que a Administração deve igualmente garantir;
PROPONHO:
que nos termos do disposto no artº 64º/ 6, a) da Lei nº 169/99, de 18 de Setembro, na redacção que lhe foi dada pela
Lei nº 5-A/2002, de 11 de Janeiro, a Câmara Municipal proponha à Assembleia Municipal de Ílhavo:
- a alteração dos arts. 33º, 35º e 36 do Regulamento Municipal de Abastecimento de Agua e Drenagem de Aguas
Residuais de forma a que os mesmos passem a ter a seguinte redacção (vão a negrito, itálico e bold as alterações
introduzidas):
Artigo 33º
Projecto
1. Sem prejuízo de outras disposições legais em vigor, o projecto a que se refere o artº 31º do presente Regulamento
compreenderá:
Constituição do projecto
- Requerimento
- Termo de responsabilidade
- Memórias descritivas (é eliminada a expressão ”tipo a adquirir nos SMI”)
- (…)
3. Todas as peças excepto o requerimento, têm de ser autenticadas pelo técnico responsável, nos termos da
legislação em vigor (é eliminada a expressão “inscrito na Câmara Municipal de Ílhavo”).
4. (é eliminado)
Artigo 35º
Acções de Inspecção
1. A Entidade Gestora, sempre que considere necessário, nomeadamente nos termos e para os efeitos previstos
no nº 2 do presente artigo, procederá a acções de inspecção das obras dos sistemas prediais que, para além
da verificação do correcto cumprimento do projecto, incidem (…)
2.
(…)
Artigo 36º
Fiscalização, ensaios e vistorias
1. (…)
2. (é eliminado)
3. (passa a nº 2 e tem a seguinte redacção) A Entidade Gestora efectuará, quando tal for solicitado pelo requerente
e/ou técnico responsável, a fiscalização dos ensaios necessários das canalizações após a recepção de
comunicação para o efeito e na presença do técnico responsável.
4. (passa a nº 3)
5. (passa a nº 4 e tem a seguinte redacção) Aquando da realização da vistoria, nas condições referidas no presente
artigo e nos seguintes, à qual deverá assistir o técnico responsável (…)
1
ÍNDICE
TÍTULO I – DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1.º - Objecto
Artigo 2.º - Legislação aplicável
Artigo 3.º - Entidade gestora
TÍTULO II – SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
CAPÍTULO I – Condições administrativas
SECÇÃO I – Do fornecimento de água
Artigo 4.º - Âmbito de fornecimento
Artigo 5.º - Forma de fornecimento
Artigo 6.º - Carácter ininterrupto do serviço
Artigo 7.º - Obrigatoriedade de ligação
Artigo 8.º - Sanção em caso de incumprimento
Artigo 9.º - Prédios não abrangidos pela rede pública de distribuição
Artigo 10.º - Interrupção do fornecimento de água
Artigo 11.º - Suspensão a pedido do consumidor
Artigo 12.º - Recusa do fornecimento a interposta pessoa
SECÇÃO II - Dos contratos
Artigo 13.º - Tipos de contratos
Artigo 14.º - Definição dos contratos
Artigo 15.º - Elaboração dos contratos
Artigo 16.º - Celebração
Artigo 17.º - Titularidade
Artigo 18.º - Vistoria
Artigo 19.º - Vigência do contrato
Artigo 20.º - Denúncia do contrato
Artigo 21.º - Garantia do Contrato
Artigo 22.º - Restituição do depósito de garantia
Artigo 23.º - Identificação do portador
2
SECÇÃO III – Direitos e obrigações
Artigo 24.º - Direitos do utilizador
Artigo 25.º - Deveres dos proprietários
Artigo 26.º - Deveres dos utilizadores
Artigo 27.º - Deveres da entidade gestora
3
SECÇÃO III – Serviços de incêndio
Artigo 45.º - Bocas de incêndio da rede geral
Artigo 46.º - Bocas de incêndio da rede privativa de prédios
Artigo 47.º - Legislação aplicável
SECÇÃO IV – Contadores
Artigo 48.º - Tipos e calibres
Artigo 49.º - Normas aplicáveis
Artigo 50.º - Localização dos contadores
Artigo 51.º - Instalação de contadores
Artigo 52.º - Responsabilidade pelo contador
Artigo 53.º - Verificação do contador
CAPITULO III – Tarifas, leituras e cobranças
Artigo 54.º - Regime tarifário
Artigo 55.º - Tarifas e preços a praticar
Artigo 56.º - Tarifas de abastecimento de água
Artigo 57.º - Periodicidade das leituras
Artigo 58.º - Avaliação do consumo
Artigo 59.º - Correcção dos valores de consumo
Artigo 60.º - Prazo, forma e local de pagamento
Artigo 61.º - Redução de tarifas e pagamento em prestações
Artigo 62.º - Facturação
CAPÍTULO IV – Penalidades, reclamações e recursos
SECÇÃO I - Penalidades
Artigo 63.º - Regime aplicável
Artigo 64.º - Regra geral
Artigo 65.º - Contaminação da água
Artigo 66.º - Violação das normas de serviço público de abastecimento
Artigo 67.º - Reincidência
Artigo 68.º - Extensão da responsabilidade
4
Artigo 69.º - Responsabilidade de menor ou incapaz
Artigo 70.º - Produto das coimas
Artigo 71.º - Competência e acção fiscalizadora
Artigo 72.º - Actualização
Artigo 73.º - Apreensão de objectos
SECÇÃO II – Reclamações e recursos
Artigo 74.º - Reclamações
TÍTULO III – SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS
CAPÍTULO I – Regras gerais
SECÇÃO I – Da recolha de águas residuais
Artigo 75.º - Âmbito do sistema
Artigo 76.º - Admissão de águas residuais
Artigo 77.º - Carácter ininterrupto do serviço
Artigo 78.º - Tipos de sistemas de drenagem
Artigo 79.º - Obrigatoriedade de instalação e de ligação
Artigo 80.º - Sanção em caso de incumprimento
Artigo 81.º - Prédios não abrangidos pela rede pública de drenagem
SECÇÃO II - Direitos e obrigações
Artigo 82.º - Direitos dos utilizadores
Artigo 83.º - Deveres dos utilizadores
Artigo 84.º - Deveres dos proprietários ou usufrutuários
Artigo 85.º - Deveres da entidade gestora
CAPÍTULO II – Condições Técnicas
SECÇÃO I - Canalizações
Artigo 86.º - Tipos de canalizações
Artigo 87.º - Responsabilidade pela instalação e conservação
Artigo 88.º - Sistemas de drenagem predial
Artigo 89.º - Ligação ao sistema público de drenagem
Artigo 90.º - Prevenção da contaminação
5
SECÇÃO II – Sistemas de evacuação dos excreta em zonas desprovidas de
sistemas públicos de drenagem
Artigo 91.º - Definição de sistemas de evacuação dos excreta
Artigo 92.º - Condições de instalação de sistemas de evacuação dos excreta
Artigo 93.º - Características gerais das instalações
Artigo 94.º - Órgãos complementares de tratamento e destino final
6
Artigo 114.º - Padrão de águas residuais
Artigo 115.º - Admissão de águas residuais em sistemas unitários
Artigo 116.º- Admissão de águas residuais comunitárias em sistemas
separativos
Artigo 117.º - Admissão de águas residuais pluviais em sistemas separativos
Artigo 118.º - Parâmetros de admissão
Artigo 119.º - Condições de ligação
Artigo 120.º - Controlo e fiscalização
Artigo 121.º - Casos de exploraçãoes agrícolas, píscicolas e pecuárias
Artigo 122.º - Descargas acidentais
Artigo 123.º - Métodos de amostragem, de medição de caudal e de análise
Artigo 124.º - Autorização de ligação da descarga
7
Artigo 135.º - Punição de pessoas colectivas
Artigo 136.º - Reincidência
Artigo 137.º - Extensão da responsabilidade
Artigo 138.º - Responsabilidade de menor ou incapaz
Artigo 139.º - Produto das coimas
Artigo 140.º - Competência e acção fiscalizadora
Artigo 141.º - Actualização
Artigo 142.º - Apreensão de objectos
8
REGULAMENTO MUNICIPAL DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA E DE
DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS
NOTA JUSTIFICATIVA
Considerando que o Regulamento Geral de Abastecimento de Águas em vigor
encontra-se bastante desactualizado, sobretudo no que respeita à regulamentação das
condições administrativas do fornecimento, deveres e obrigações, regime tarifário e
penalidades, não contemplando igualmente a drenagem das águas residuais.
Considerando ainda que o n.º 2 do artigo 32.º do Decreto-Lei n.º 207/94 de 06 de
Agosto e o artigo 2.º do Decreto Regulamentar n.º 23/95 de 23 de Agosto, determina
às autarquias locais a adaptação do seu regulamento dos sistemas públicos e prediais
de distribuição de água e de drenagem de águas residuais às normas daquele diploma,
submetendo-o à aprovação da própria Câmara Municipal para posterior aprovação
pela Assembleia Municipal, nos termos da alínea a) do n.º 2 do Decreto-Lei n.º
100/84, de 29 de Março com a redacção introduzida pela Lei n.º 25/85 de 12 de
Agosto, pela Lei n.º 18/91 de 12 de Junho e pela Lei n.º 35/91 de 27 de Julho.
Considerando finalmente os compromissos assumidos pelo Município de ÍLHAVO
no âmbito do Sistema Multimunicipal da Ria de Aveiro (SIMRIA) e a necessidade de
se implementarem as devidas acções que possam potenciar esse relacionamento.
Assim e para os efeitos do disposto no número 7 do artigo 115.º da Constituição da
República Portuguesa e no âmbito das competências previstas na alínea a) do n.º 3 do
artigo 51.º do Decreto-Lei 100/84 de 29 de Março, com a redacção introduzida pela
Lei n.º 18/91 de 12 de Junho, propõe-se a aprovação do projecto do presente
Regulamento Municipal de Águas de Abastecimento e de Drenagem de Águas
Residuais do Concelho de ÍLHAVO pela Câmara e Assembleia Municipal e a sua
publicação, com eventual apreciação pública e recolha de sugestões, que poderão
contribuir para o seu enriquecimento e aperfeiçoamento.
9
TÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Artigo 1º
Objecto
1- O presente Regulamento Municipal, estabelece as normas complementares ao
disposto no Decreto lei n.º 207/94 de 6 de Agosto e no Decreto Regulamentar n.º
23/95 de 23 de Agosto, procedendo nessa medida, à adaptação do Regulamento Geral
de Abastecimento de Águas aprovado pela Câmara Municipal em reunião de 16 de
Julho de 1949 e definindo ainda, outras regras e condições necessárias ao correcto
desempenho das atribuições municipais em matéria de gestão das redes públicas e
prediais de distribuição de água e de drenagem de águas residuais, nomeadamente
quanto às suas condições administrativas e técnicas, estrutura tarifária, penalidades,
reclamações e recursos.
2 - As normas fixadas no presente regulamento aplicam-se a todas as canalizações de
água potável, mesmo que independentes da rede geral de distribuição pública, e a
todos os sistemas de drenagem pública e predial de águas residuais, incluindo os
sistemas de evacuação dos excreta em zonas sem rede pública de drenagem, de forma
a que seja assegurado o seu bom funcionamento global, preservando-se a segurança,
a saúde pública e o conforto dos utentes.
Artigo 2.º
Legislação aplicável
1 - A distribuição de água e a drenagem de águas residuais, quer pública quer privada
no concelho de ÍLHAVO, obedecerão ao disposto no Decreto lei n.º 207/94 de 6 de
Agosto e ao Decreto Regulamentar n.º 23/95 de 23 de Agosto.
2 - Em tudo o omisso, tanto nos diplomas citados no n.º 1 como no presente
Regulamento, respeitar-se-ão as disposições legais e regulamentos em vigor, em
particular em matéria de defesa dos direitos dos consumidores, protecção dos
recursos naturais e saúde pública.
3 - O Presidente da Câmara Municipal de ÍLHAVO, com a faculdade de delegar no
vereador do respectivo pelouro, resolverá por despacho, as dúvidas na interpretação
ou aplicação de qualquer preceito deste regulamento.
Artigo 3.º
Entidade gestora
1 - Na área do concelho de ÍLHAVO, a entidade responsável pela concepção,
construção e exploração dos sistemas públicos de distribuição de água e drenagem de
águas residuais, denominada Entidade Gestora (EG) é a Câmara Municipal de
ÍLHAVO, adiante designada por CMI, através dos seus Serviços Municipalizados de
Águas e Saneamento, adiante designados por SMI, enquanto estes continuarem
como serviços autónomos desta Câmara.
2 - A CMI isolada ou através dos seus SMI, poderão estabelecer protocolos de
cooperação com outras entidades ou associações de utentes, nos termos da lei.
10
3 - São obrigações da Entidade Gestora, para além daquelas previstas na lei,
designadamente no artigo 4.º n.º 3 do Decreto Lei n.º 207/94 de 6 de Agosto:
a) Elaborar o plano geral de distribuição de águas e de drenagem de águas
residuais, em articulação com o Plano Director Municipal e com os
objectivos e acções previstas no âmbito do Sistema Regional do Carvoeiro
e Sistema Multimunicipal da Ria de Aveiro, dos quais a Câmara Municipal
é membro de pleno direito.
b) Elaborar os estudos e projectos dos sistemas públicos de águas e de
drenagem de águas residuais.
c) Executar e conservar os sistemas de distribuição de água e de drenagem de
águas residuais.
d) Assegurar o lançamento em destino final das águas residuais domésticas e
industriais em condições que não sejam nocivas para o ambiente e para a
saúde pública, em articulação com as entidades ou sistemas preconizados
na alínea a) do presente artigo.
e) Submeter os componentes dos sistemas de distribuição de águas e de
drenagem de águas residuais domésticas e industriais a ensaios antes da
sua entrada em funcionamento, de forma a que fique perfeitamente
assegurada a sua compatibilidade com os fins previstos.
f) Assegurar a potabilidade da água distribuída para consumo doméstico, de
acordo com os parâmetros previstos na lei.
g)Promover a instalação, conservação ou substituição dos ramais de ligação
dos sistemas, incluindo todos os órgãos constitutivos.
h) Dar execução às indicações que lhe forem prestadas pelos serviços oficiais
competentes, com vista à melhoria ou ao aperfeiçoamento do serviço
prestado aos utentes.
i) Assegurar o equilíbrio económico e financeiro do serviço, com um nível de
qualidade e atendimento adequados.
TÍTULO II
SISTEMAS DE DISTRIBUIÇÃO DE ÁGUA
CAPÍTULO I
Condições administrativas
SECÇÃO I
Do fornecimento de água
Artigo 4.º
Âmbito de fornecimento
1 – A Entidade Gestora, fornecerá na área do Concelho de Ílhavo água potável para
consumo doméstico, comercial, industrial, público ou outro.
2 - O abastecimento de água às indústrias não alimentares e a instalação com
finalidade de rega agrícola, fica condicionado à existência de reservas que não
ponham em causa o consumo da população e dos serviços de saúde.
3 – A Entidade Gestora, poderá fornecer água a consumidores fora da sua área de
intervenção, mediante prévio acordo entre as partes interessadas.
11
Artigo 5.º
Forma de fornecimento
1 - A água será fornecida através de contadores, devidamente selados, instalados pela
Entidade Gestora.
2 – A Entidade Gestora poderá não estabelecer o fornecimento de água aos prédios
ou fracções, quando existam débitos por regularizar da responsabilidade do cliente
interessado.
Artigo 6.º
Carácter ininterrupto do serviço
1 - A água será fornecida ininterruptamente de dia e de noite, excepto por razões de
obras programadas ou em casos fortuitos ou de força maior, não tendo os
consumidores, nestes casos, direito a qualquer indemnização.
2 – Quando houver necessidade de interromper o fornecimento por motivo de
execução de obras sem carácter de urgência a Entidade Gestora avisará, prévia e
publicamente, os consumidores para que estes tomem as providências indispensáveis
e necessárias de modo a atenuar, eliminar ou evitar as perturbações ou prejuízos
emergentes.
Artigo 7.º
Obrigatoriedade de ligação
1 - Dentro da área abrangida, ou que venha a sê-lo, pela rede pública de distribuição
de água, os proprietários são obrigados a instalar as canalizações dos sistemas de
distribuição predial e a requerer o ramal de ligação à rede pública de distribuição.
2 - Se o prédio se encontrar em regime de usufruto, competem aos usufrutuários as
obrigações que este artigo atribui aos proprietários.
3 - Os inquilinos dos prédios, quando devidamente autorizados, poderão requerer a
ligação dos prédios por eles habitados à rede de distribuição, pagando o seu custo nos
prazos legalmente estabelecidos.
4 – As redes prediais a instalar em locais onde não exista rede pública de
distribuição, deverão ser executadas de modo a permitir, no futuro, a sua ligação à
rede pública de distribuição.
5 – Todos os edifícios a construir, a remodelar ou a ampliar, deverão prever redes
prediais de abastecimento de água, independentemente da existência ou não de rede
pública de distribuição no local.
6 – Nos locais onde não exista e seja implantada a rede pública de distribuição, os
proprietários dos edifícios abrangidos serão obrigados a pedir a respectiva ligação,
após notificação da Entidade Gestora para o efeito.
Artigo 8º
Sanção em caso de incumprimento
Aos proprietários dos prédios que, depois de devidamente notificados não cumpram a
obrigação imposta nos n.º 1 e 6 do artigo anterior, dentro do prazo de 30 dias a contar
da data da notificação, será aplicada a coima prevista no artigo 67.º do presente
Regulamento podendo então a Entidade Gestora mandar proceder à respectiva
instalação, devendo o pagamento da correspondente despesa ser feito pelo
interessado dentro do prazo de 30 dias após a sua conclusão, findo o qual se
procederá à cobrança coerciva da importância devida.
12
Artigo 9º
Prédios não abrangidos pela rede pública de distribuição
1 - Para os prédios situados fora das zonas abrangidas pelas redes públicas de
distribuição, a Entidade Gestora fixará as condições em que poderá ser estabelecida a
ligação, tendo em consideração os aspectos técnicos e financeiros.
2 - As canalizações estabelecidas nos termos deste artigo serão propriedade exclusiva
da Entidade Gestora, mesmo no caso de a sua instalação ter sido feita a expensas dos
interessados.
Artigo 10.º
Interrupção do fornecimento de água
1 – A Entidade Gestora poderá interromper o fornecimento de água nos casos
seguintes:
a) Alteração da qualidade da água distribuída ou previsão da sua deterioração a curto
prazo;
b) Avarias ou obras no sistema público de distribuição ou no sistema predial, sempre
que os trabalhos o justifiquem;
c) Ausência de condições de salubridade nos sistemas prediais;
d) Casos fortuitos ou de força maior, nomeadamente incêndios, inundações e redução
imprevista do caudal ou poluição temporariamente incontrolável das captações;
e) Trabalhos de reparação ou substituição de ramais de ligação;
f) Modificações programadas das condições de exploração do sistema público ou
alteração justificada das pressões de serviço;
g) Por falta de pagamento das contas de consumo ou de outros serviços prestados
pela Entidade Gestora, requisitados pelo consumidor e cujos encargos lhe
pertençam, nos termos do presente Regulamento;
h) Impossibilidade de acesso ao contador, por período superior a um ano, para
proceder à sua leitura, por razões imputáveis ao consumidor;
i) Nos casos e termos previstos no número 4 do artigo 37.º do presente Regulamento.
j) Quando o contador for encontrado viciado ou for empregado meio fraudulento para
consumir água;
k) Quando o sistema de distribuição predial de água tiver sido modificado sem prévia
aprovação do respectivo traçado.
l) Quando seja recusada a entrada para inspecção das canalizações e para leitura,
verificação, substituição ou levantamento do contador.
m) Em outros casos previstos na lei, designadamente em matéria de direito do
urbanismo.
2 - A interrupção do fornecimento de água, não priva a Entidade Gestora de recorrer
às entidades competentes e respectivos tribunais, para lhe manterem o uso dos seus
direitos ou para haver o pagamento das importâncias que lhes forem devidas e outras
indemnizações por perdas e danos e para imposição de coimas e penas legais.
3 - A interrupção do fornecimento de água a qualquer consumidor com fundamento
na alínea g), h) e i) do n.º 1 deste artigo só pode ter lugar após um aviso enviado ao
utente com, pelo menos, oito dias de antecedência.
4 – Nos casos previstos nas alíneas j), k) e l) do número 1 do presente artigo, a
suspensão poderá ser efectuada imediatamente, mas não sem um aviso ao
consumidor, efectuado por qualquer meio idóneo.
13
5 – Quando um consumidor haja reclamado do consumo que lhe tenha sido atribuído,
a Entidade Gestora não interromperá o fornecimento sem que a reclamação tenha
sido resolvida.
6 - A interrupção do fornecimento com fundamento em causas imputáveis aos
consumidores não os isenta do pagamento da facturação já vencida ou vincenda.
7 – O restabelecimento do fornecimento interrompido por facto imputável ao
consumidor, só tem lugar após ter sido resolvida a situação que lhe deu origem e
pagas as importâncias devidas pelo restabelecimento.
Artigo 11.º
Suspensão a pedido do consumidor
1 – Os consumidores podem solicitar a suspensão do fornecimento de água à
Entidade Gestora.
2 – Os consumidores poderão ainda solicitar a suspensão temporária do fornecimento
de água, mediante pedido fundamentado, não ficando, porém, desobrigados ao
pagamento da quota de serviço.
Artigo 12.º
Recusa do fornecimento a interposta pessoa
A Entidade Gestora tem o direito de recusar o fornecimento de água quando este tiver
sido pedido por interposta pessoa e em relação ao devedor abrangido pela alínea g)
do n.º 1 do artigo 10.º
SECÇÃO II
Dos contratos
Artigo 13.º
Tipos de contratos
Os contratos de fornecimento de água são celebrados entre a Entidade Gestora e os
utilizadores e podem ser ordinários, especiais e temporários.
Artigo 14.º
Definição dos contratos
1 - Serão objecto de contratos especiais os contratos que , devido ao impacte do
consumo na rede de distribuição devam ter um tratamento específico, nomeadamente
nos casos seguintes:
a) Estabelecimentos públicos, tais como escolas, hospitais ou quartéis.
b) Grandes conjuntos imobiliários.
c) Urbanizações.
d) Complexos industriais e comerciais.
e) Parques ou complexos desportivos.
f) Serviços de incêndio de particulares.
2 – Podem também celebrar-se contratos temporários nos casos seguintes:
a) Zonas de concentração populacional temporária, tais como feiras e exposições.
b) Obras e estaleiros de obras.
c) Litígio entre os titulares do direito à celebração do contrato, desde que por
fundadas razões sociais, mereça tutela a posição do possuidor.
2.1- Tais contratos podem não caducar no termo do respectivo prazo, desde que o
consumidor prove que se mantêm os pressupostos que levaram à sua celebração.
3 – Entendem-se por contratos ordinários, todos os restantes.
14
Artigo 15.º
Elaboração dos contratos
1 - O contrato é feito com o proprietário, usufrutuário, arrendatário ou detentor da
licença de obras, desde que não existam, em nome do interessado, quaisquer dívidas
à Autarquia.
2 – Os contratos especiais são elaborados tendo em conta as características do
fornecimento de água, acautelando-se o interesse da generalidade dos utilizadores e o
adequado equilíbrio da exploração dos sistemas públicos.
Artigo 16.º
Celebração
1 – A celebração do contrato implica a adesão dos futuros utilizadores às prescrições
regulamentares.
2 – A Entidade Gestora, ao entregar ao utilizador uma cópia do contrato deverá, em
anexo a este, juntar um extracto ou indicação da parte aplicável deste Regulamento.
Artigo 17.º
Titularidade
1 – O contrato de fornecimento pode ser feito com o proprietário, usufrutuário ou
promitente comprador, quando habitem o prédio, ou com o locatário, comodatário ou
usuário, podendo os serviços exigir, no acto do pedido de fornecimento, os
documentos comprovativos ou outros que reputem equivalentes.
2 – A Entidade Gestora não assume quaisquer responsabilidades pela falta de valor
legal, vício ou falsidade dos documentos apresentados para os efeitos do presente
artigo, nem serão obrigados, salvo decisão judicial, a prestar quaisquer indicações
sobre a base documental em que sustentaram o fornecimento.
3 – A Entidade Gestora, quando assim o entender, poderá ainda fazer com o
proprietário do prédio, vários contratos de fornecimento para mais que um
domicílio ou fracção, quando aquele o solicite ou declare assumir, para todos os
efeitos, as responsabilidades de consumidor.
4 – A concessão referida no número anterior pode cessar por determinação da
entidade gestora, com prévia comunicação ao proprietário do prédio e aos inquilinos
ou ocupantes.
5 - O fornecimento de água para instalações onde existiu anterior ligação, apenas terá
lugar desde que se verifique que as canalizações interiores continuam em condições
de serem ligadas à rede geral de distribuição e, por outro lado, não exista qualquer
dívida de consumo de água, quer em nome do proprietário do prédio, quer em nome
do interessado.
6 – A Entidade Gestora poderá exigir, no caso da celebração dos contratos acima
estabelecidos, declaração comprovativa de que a obra ou prédio para o qual o
requerente pretende o contrato de fornecimento de água, está legalizada nos termos
da lei vigente.
15
7 - A titularidade do contrato definitivo poderá ser transmitida nos mesmos termos da
transferência do direito à habitação, mediante o pagamento das taxas que para o
efeito forem devidas.
8 – Quando a Entidade Gestora for responsável pelo fornecimento de água e recolha
de águas residuais, o contrato pode ser único e englobar simultaneamente os serviços
prestados.
9 - Do contrato celebrado será entregue uma cópia ao cliente, tendo em anexo o
clausulado aplicável.
Artigo 18.º
Vistoria
Os contratos de fornecimento de água só podem ser estabelecidos após vistoria que
comprove estarem os sistemas prediais em condições de utilização, para poderem ser
ligados às redes públicas.
Artigo 19.º
Vigência do contrato
Os contratos consideram-se em vigor a partir da data em que tenha sido instalado o
contador, terminando a sua vigência quando denunciados.
Artigo 20.º
Denúncia do contrato
1 – Os utilizadores podem denunciar, a todo o tempo, os contratos que tenham
subscrito, desde que comuniquem essa intenção, por escrito, à Entidade Gestora.
2 – No prazo de 15 dias subsequentes ao termo do contrato, os utilizadores são
obrigados a facultar a respectiva leitura e ou a retirada dos contadores instalados.
3 – Caso esta última condição não seja satisfeita, continuam os utilizadores
responsáveis pelos encargos daí decorrentes.
4 – Sempre que o fornecimento se encontre suspenso por um período continuado de
seis meses, por falta de pagamento de facturação, poderá a Entidade Gestora usar da
presunção de denúncia do contrato.
5 – Para os efeitos previstos no número anterior, a Entidade Gestora deverá,
decorrido o prazo de seis meses, notificar o utilizador de que, caso o mesmo não
venha a opor-se fundamentadamente, e não regularize a situação num prazo não
superior a vinte dias, ocorrerá a cessação da vigência do contrato.
6 – A denúncia do contrato implica a denúncia imediata do contrato de drenagem de
águas residuais.
Artigo 21.º
Garantia do contrato
1 - Para garantia do cumprimento das obrigações contratuais deverá a Entidade
Gestora proceder a uma verificação mais actuante no que respeita aos deveres dos
consumidores, sendo abolido o depósito de garantia até aqui prestado pelos mesmos.
16
2 – O depósito de garantia exigido até à entrada em vigor do presente Regulamento
será reembolsado nos termos previstos nos artigos 22.º e 23.º do presente
Regulamento, após notificação para o efeito, e depois de liquidados todos os débitos
existentes da responsabilidade do consumidor.
3 – Quando o depósito de garantia não for levantado no prazo de seis meses, contado
da data de notificação ao consumidor, considera-se abandonado e reverte a favor da
Entidade Gestora.
Artigo 22.º
Restituição do depósito de garantia
1 – A Entidade Gestora procederá ao reembolso dos depósitos de garantia existentes,
sendo suficiente a apresentação por qualquer portador, desde que munido dos
documentos que o identifiquem nos termos do artigo seguinte, dos respectivos
recibos passados por esta entidade para o levantamento das mesmas.
2 - O reembolso do depósito de garantia presume-se feito por conta e no interesse do
titular, sendo da responsabilidade deste o seu eventual extravio.
Artigo 23.º
Identificação do portador
Do levantamento da caução é passado documento, no qual devem ser registados os
números do bilhete de identidade e de contribuinte do respectivo consumidor.
SECÇÃO III
Direitos e Obrigações
Artigo 24.º
Direitos do utilizador
Os utilizadores gozam, designadamente, dos seguintes direitos:
a) O direito à qualidade da água distribuída, garantida pela existência e bom
funcionamento dos sistemas públicos de captação, armazenamento e distribuição
de água.
b) O direito à regularidade e continuidade do fornecimento nas condições descritas
nos artigos precedentes.
c) O direito da utilização livre e gratuita da água proveniente dos marcos
fontanários, desde que destinada a usos domésticos.
d) O direito à informação sobre todos os aspectos ligados ao fornecimento de água
e aos dados essenciais à boa execução dos projectos e obras nos sistemas prediais.
e) O direito de solicitarem vistorias.
f) O direito de reclamação dos actos e omissões que possam prejudicar os seus
direitos ou interesses legalmente protegidos.
g) O direito de solicitar averbamento ao contrato por morte do cônjuge.
17
Artigo 25.º
Deveres dos proprietários
1 – São deveres dos proprietários dos edifícios servidos pelos sistemas prediais de
distribuição de água:
a) Cumprir as disposições do presente Regulamento na parte que lhes é aplicável
e respeitar e executar as intimações que lhes sejam dirigidas pela entidade
gestora.
b) Manter em boas condições de conservação e funcionamento os sistemas
prediais de distribuição de água.
c) Pedir a ligação à rede, logo que reunidas as condições que a viabilizem ou logo
que notificados para o efeito, nos termos do presente Regulamento.
d) Caso disponham de furos, poços ou minas, não devem utilizar a sua água para
consumo directo das pessoas ou preparação de alimentos, a menos que a sua
potabilidade seja periodicamente assegurada e comprovada perante a entidade
gestora.
e) Não proceder à alteração nos sistemas sem prévia autorização da Entidade
Gestora.
f) Solicitar a retirada do contador quando o prédio se encontre devoluto e não
esteja prevista a sua ocupação.
2- São deveres ainda dos proprietários, quando não sejam os titulares dos
contratos de fornecimento de água:
a) Comunicar por escrito à Entidade Gestora, no prazo de 60 dias, a ocorrência de
qualquer dos seguintes factos relativamente ao prédio ou domicílio interessado:
a venda ou a partilha e, ainda, a constituição ou cessação de usufruto,
comodato, uso e habitação, arrendamento ou situações equivalentes.
b) Cooperar com a Entidade Gestora para um bom funcionamento dos sistemas.
c) Abster-se de praticar actos que possam prejudicar a regularidade do
fornecimento aos consumidores titulares do contrato, enquanto este estiver em
vigor.
3 – O incumprimento do disposto na alínea a) do número 2 implica a
responsabilidade solidária do proprietário pelos débitos contratuais ou
regulamentares relativos ao prédio ou domicílio em questão.
4 – As obrigações constantes do presente artigo serão assumidas quando for esse o
caso, pelos usufrutuários.
Artigo 26.º
Deveres dos utilizadores
1 – São deveres gerais dos utilizadores dos sistemas prediais de distribuição de água:
a) Cumprir as disposições do presente Regulamento na parte que lhes é aplicável
e respeitar as instruções e recomendações emanadas da Entidade Gestora, com
base neste Regulamento.
b) Pagar pontualmente as importâncias devidas, nos termos do Regulamento e do
contrato e até ao termo do mesmo.
c) Não fazer uso indevido ou danificar as instalações prediais e os sistemas
públicos de distribuição.
d) Manter em bom estado de conservação e funcionamento os aparelhos sanitários
e os restantes dispositivos de utilização.
e) Abster-se de praticar actos que possam provocar a contaminação da água,
designadamente, não depositando lixos ou outros detritos em zonas de
protecção das instalações de captação, tratamento ou armazenamento de água
para abastecimento público.
18
2 – São ainda deveres específicos dos utilizadores titulares do contrato de
fornecimento de água:
a) Comunicar à Entidade Gestora, com pelo menos 15 dias de antecedência, a data
em que se retiram definitivamente do seu domicílio.
b) Cooperar com a entidade gestora para um bom funcionamento dos sistemas.
Artigo 27.º
Deveres da Entidade Gestora
CAPITULO II
Condições técnicas do fornecimento
SECÇÃO I
Rede geral de distribuição
Artigo 28.º
Tipos de canalizações
1 – Designa-se por rede pública de distribuição o sistema de canalizações na via
pública, em terrenos da Câmara Municipal de ÍLHAVO ou em outros sob concessão
especial, cujo funcionamento seja de interesse para o serviço de distribuição de água.
2 – Designa-se por ramal de ligação o troço de canalização que assegura o
abastecimento predial de água, compreendido entre os limites da propriedade a servir
e a rede pública de distribuição.
3 – Designam-se por sistemas de distribuição predial aqueles que são constituídos
pelas canalizações instaladas no prédio e que prolongam o ramal de ligação até aos
dispositivos de utilização.
19
Artigo 29.º
Responsabilidade da instalação e conservação
1 - Compete à Entidade Gestora promover a instalação da rede pública de
distribuição, bem como dos ramais de ligação.
2 – Se a Entidade Gestora considerar a ampliação da rede geral técnica e
economicamente viável, será aquela efectuada a expensas suas, sendo que nesta
apreciação um dos aspectos a ponderar será o número de contadores a servir.
3 – Se, por razões de ordem económica ou outras, o abastecimento for considerado
inviável, poderão os interessados renovar o pedido desde que se comprometam a
custear os encargos envolvidos, total ou parcialmente
4 - Pela instalação dos ramais de ligação será cobrada aos proprietários ou
usufrutuários os encargos decorrentes da sua execução.
5 - A conservação e a reparação da rede pública e dos ramais de ligação, bem como a
sua substituição e renovação compete à Entidade Gestora.
6 – Nas novas urbanizações, as redes públicas de distribuição de água serão
executadas pelos interessados, sob fiscalização da Entidade Gestora.
7 – Quando as reparações do sistema público de distribuição de água e dos ramais de
ligação resultem de danos causados por qualquer pessoa ou entidade estranha à
Entidade Gestora, os respectivos encargos serão da responsabilidade dessa pessoa ou
entidade, que deve responder igualmente pelos eventuais prejuízos que daí advierem.
8 – As canalizações da rede geral instaladas nas condições do presente artigo serão
propriedade da Entidade Gestora.
Artigo 30.º
Projecto das redes públicas de distribuição
1- Sem prejuízo de outras disposições legais em vigor, o projecto para a execução de
redes públicas de distribuição de água compreenderá:
a) Memória descritiva e justificativa, onde conste a descrição dos sistemas a
construir, com indicação das suas características, a natureza de todos os
materiais e acessórios, e as condições de assentamento das canalizações e de
execução dos vários órgãos projectados.
b) Dimensionamento dos sistemas e equipamentos, incluindo cálculos
hidráulicos, indicação dos diâmetros e tipo de material previsto para a tubagem;
c) Orçamento discriminado do custo pela realização da obra, com a descrição
dos trabalhos a realizar e indicação das quantidades, preços unitários e totais.
d) Caderno de encargos com as condições técnicas especiais de execução da
obra;
e) Peças desenhadas:
Planta geral à escala de 1:500 ou 1:1000, com implantação do traçado da rede
diâmetros nominais, sentidos de escoamento, material das tubagens, órgãos
acessórios e equipamentos;
Perfis longitudinais das condutas adutoras e/ou de distribuição quando e
sempre que necessários, com indicação de todas as cotas necessárias, distâncias
entre perfis e identificação dos órgãos acessórios e necessários ao seu
funcionamento;
Pormenores construtivos.
20
2- O projecto será apresentado em quintuplicado, sendo dois exemplares entregues
com o pedido de licenciamento das obras de urbanização e os restantes após a
aprovação camarária.
3- Não são permitidas, sem prévia autorização da CMI, quaisquer modificações dos
traçados anteriormente aprovados, com excepção daquelas que apenas constituam
meros ajustamentos em obra.
4- A recepção provisória da rede será sempre precedida da aprovação das
respectivas telas finais.
SECÇÃO II
Sistemas de distribuição predial
Artigo 31.º
Rede de distribuição interior/definição
1 – Os sistemas de distribuição interior, são o conjunto de canalizações instaladas no
prédio e que prolongam o ramal ou ramais de ligação até aos dispositivos de
utilização, com início a partir da torneira de suspensão.
2 - Os sistemas de distribuição predial são executados de harmonia com o projecto
previamente aprovado nos termos regulamentares em vigor.
3 - Compete ao proprietário ou usufrutuário do prédio a conservação, reparação e
renovação das canalizações que constituem os sistemas de distribuição predial.
Artigo 32.º
Aprovação prévia para execução ou modificação da rede
1 – É obrigatória a apresentação de projectos de sistemas prediais de distribuição de
água, quer para edificações existentes sujeitas a obras de ampliação ou de
remodelação.
2 – Se a ampliação ou remodelação das edificações não implicar alterações nas redes
instaladas, é dispensável a apresentação de projecto, sem prejuízo das disposições
legais aplicáveis.
3 – Tratando-se de pequenas alterações dos sistemas prediais, pode a entidade gestora
autorizar a apresentação de projectos simplificados ou até reduzidos a uma simples
declaração escrita do proprietário do prédio, onde indique o calibre e a extensão das
canalizações interiores que pretenda instalar, e o número e localização dos
dispositivos de utilização.
4 – Nenhuma rede de distribuição interior de água pode ser executada ou modificada
sem que tenha sido previamente aprovado o respectivo projecto, nos termos deste
Regulamento.
21
Artigo 33.º
Projecto
1 - Sem prejuízo de outras disposições legais em vigor, o projecto a que se refere o
artigo 31.º do presente Regulamento, compreenderá:
Constituição do Projecto
- Requerimento;
- Termo de responsabilidade;
- Memórias descritivas tipo ( a adquirir nos S.M.I. )
- Cálculo hidráulico (quando necessário)
- Plantas topográficas (plantas de localização à Esc. 1/1000 ou 1/2000)
com o terreno delimitado a vermelho.
- Planta de implantação à Esc. 1/200, indicando a ligação à rede;
-Plantas do traçado da rede, à escala de 1:100 (mínimo), com
indicação dos diâmetros nominais, dispositivos de utilização e
válvulas de segurança.
-Corte esquemático ou outro que permita uma completa visualização
da rede.
- Pormenores necessários.
- Rede de incêndios em conformidade com o disposto na legislação
em vigor.
2 - Os processos serão apresentados em triplicado, sendo os desenhos do original em
papel transparente tipo "reprolar" e as cópias em papel opaco, tipo "ozalid".
3 - Todas as peças, excepto o requerimento, têm que ser autenticadas pelo Técnico
responsável, inscrito na Câmara Municipal de Ílhavo.
4 – Decorridos mais de três anos sobre a data de aprovação de um projecto, sem que
a obra tenha sido iniciada, esta só poderá ser executada após apresentação de novo
projecto.
5 – Não são permitidas sem prévia autorização da Entidade Gestora, quaisquer
modificações das instalações interiores de um prédio anteriormente aprovado, com
excepção daquelas que constituam meros ajustamentos em obra.
Artigo 34.º
Responsabilidades e elementos de base
1 - É da responsabilidade do autor do projecto a recolha de elementos de base para
elaboração dos projectos.
2 - Para esse efeito, desde que solicitados pelo interessado, deverá a Entidade Gestora
fornecer as condições de ligação, designadamente as pressões máxima e mínima na
rede pública de água e a localização e profundidade da rede de distribuição.
Artigo 35.º
Acções de inspecção
1 – A Entidade Gestora procederá a acções de inspecção das obras dos sistemas
prediais que, para além da verificação do correcto cumprimento do projecto, incidem
sobre os materiais utilizados na execução das instalações e comportamento hidráulico
do sistema.
22
2 - Os sistemas prediais ficam sujeitos a acções de inspecção da Entidade Gestora,
sempre que haja indícios de irregularidade na sua utilização, de acções fraudulentas,
de acções que ponham em perigo o abastecimento de água ou a saúde pública, ou que
ainda noutros casos em que aquela entidade reconheça que seja necessário efectuar
qualquer inspecção para averiguar sobre qualquer anomalia detectada ou indiciária.
Artigo 36.º
Fiscalização, ensaios e vistorias
1 - O técnico responsável pela execução da obra deverá comunicar, por escrito, o seu
início e fim à Entidade Gestora para efeitos de fiscalização, ensaio e vistoria.
2 - A comunicação do início da obra deverá ser feita com a antecedência mínima de
cinco dias úteis, sob pena, de após acção esporádica da fiscalização, a Câmara
Municipal de ÍLHAVO poder obrigar à suspensão dos trabalhos da obra.
3 – A Entidade Gestora efectuará a fiscalização e os ensaios necessários das
canalizações, após a recepção da comunicação de realização dos trabalhos, na
presença do seu técnico responsável.
4 - A fiscalização e os ensaios deverão ser feitos com as canalizações, juntas e
acessórios à vista.
5 - Aquando da realização da vistoria, à qual deverá assistir o técnico responsável ou
um seu representante, deverá ser elaborado o respectivo auto de vistoria, sendo-lhe
entregue uma cópia.
Artigo 37.º
Correcções
1 - Após os actos de fiscalização e ensaios a que se refere o artigo anterior, a
Entidade Gestora deverá notificar, por escrito, no prazo de cinco dias úteis, o técnico
responsável pela obra, sempre que se verifique a falta de cumprimento das condições
do projecto ou insuficiências verificadas pelo ensaio, indicando as correcções a fazer
e o prazo para que estas ocorram.
2 - Após nova comunicação do técnico responsável, da qual conste que estas
correcções foram feitas, proceder-se-á a nova fiscalização e ensaio dentro dos prazos
anteriormente fixados.
3 - Equivalem à notificação indicada no n.º 1, as inscrições no livro de obra das
ocorrências aí referidas.
4 – Se estas reparações não forem efectuadas dentro do prazo estipulado, e não for
possível adoptar as providências necessárias para eliminar as anomalias verificadas
ou não for facilitado o acesso às instalações para inspecção, pode a EG suspender o
fornecimento de água e proceder à execução sub-rogatória, nos termos legais, a
expensas do proprietário ou usufrutuário.
23
Artigo 38.º
Ligação à rede pública
1 - Nenhum sistema de distribuição predial poderá ser ligado à rede pública de
distribuição sem que satisfaça todas as condições regulamentares.
2 - A licença de utilização de novos prédios só poderá ser concedida pela Câmara
Municipal depois de a ligação à rede pública estar concluída e pronta a funcionar.
Artigo 39.º
Prevenção da contaminação
1 - Não é permitida a ligação entre um sistema de distribuição de água potável e
qualquer sistema de drenagem que possa permitir o retrocesso de efluentes nas
canalizações daquele sistema.
2 - O fornecimento de água potável aos aparelhos sanitários deve ser efectuado sem
pôr em risco a sua potabilidade, impedindo a sua contaminação, quer por contacto,
quer por aspiração de água residual em casos de depressão.
Artigo 40.º
Autonomia dos sistemas de distribuição predial
1 -Os sistemas prediais alimentados pela rede pública devem ser independentes de
qualquer sistema de distribuição de água com outra origem, nomeadamente poços ou
furos privados.
2 – Quando tal se verifique, pelas acções previstas no número 2 do artigo 35.º poderá
a EG proceder ao corte do abastecimento de água pública e ou aplicar coima no
montante a definir pela EG mas nunca inferior ao custo da implantação de um ramal
de ligação para o prédio em questão.
Artigo 41.º
Reservatórios
1. De modo geral não será permitida a ligação directa da água fornecida a
reservatórios de recepção que existam nos prédios e de onde derivem depois os
sistemas de distribuição predial.
2 – No entanto o armazenamento da água poderá ser autorizado, quando as
características do fornecimento por parte do sistema publico não ofereçam as
garantias necessárias ao bom funcionamento do sistema predial em termos de caudal
e pressão.
3 – Os volumes e demais características a que devem obedecer os reservatórios
indicados no número anterior, são definidos pela EG caso a caso, devendo o
consumidor interessado solicitar àquela o fornecimento dessas indicações.
Artigo 42.º
Encargos de instalação
As importâncias a pagar pelos interessados à Entidade Gestora, para estabelecimento
da ligação da água, são as correspondentes a:
24
a) Encargos decorrentes da instalação do ramal de ligação, nos termos do número 4
do artigo 29.º.
b) Custos de ligação e colocação do contador.
c) Custos da fiscalização, ensaios e vistoria das ligações interiores.
d) Outros custos eventualmente decorrentes da aplicação do artigo 55.º do presente
Regulamento
Artigo 43.º
Responsabilidade por danos nos sistemas prediais
1 – A Entidade Gestora não assume qualquer responsabilidade por danos que possam
sofrer os consumidores em consequência de perturbações ocorridas nos sistemas
públicos que ocasionem interrupções ou restrições no serviço, desde que resultem de
casos fortuitos ou de força maior ou mesmo de execução de obras previamente
programadas e neste caso, sempre que os utilizadores sejam avisados com, pelo
menos, dois dias de antecedência.
2 - O aviso indicado no número anterior poderá processar-se através da imprensa, da
rádio, aviso postal ou outra forma de publicidade.
3 – A Entidade Gestora não se responsabiliza pelos danos provocados pela entrada de
água nos prédios, devida a má impermeabilização das suas paredes exteriores.
Artigo 44.º
Gastos de água nos sistemas prediais
Os consumidores são responsáveis por todo o gasto de água em fugas ou perdas nas
canalizações dos sistemas prediais e nos dispositivos de utilização.
SECÇÃO III
Serviços de incêndio
Artigo 45.º
Bocas de incêndio da rede geral
1 – Na rede geral serão previstas bocas de incêndio de modo a garantir-se uma
cobertura efectiva e de acordo com as necessidades do serviço de incêndios.
2 – O abastecimento das bocas de incêndio referidas será feito a partir de ramal
próprio.
Artigo 46.º
Bocas de incêndio da rede privativa de prédios
1 – A Entidade Gestora fornecerá a água para bocas de incêndio particulares nas
condições seguintes:
a) As bocas de incêndio terão ramal e canalização interior próprios, com diâmetro
fixado pela Entidade Gestora e serão fechados com selo especial;
b) Estes dispositivos só poderão ser utilizados em caso de incêndio, devendo a
Entidade Gestora ser disso informada, dentro das 24 horas seguintes ao sinistro.
25
Artigo 47.º
Legislação aplicável
Os projectos, instalação, localização, calibres e outros aspectos construtivos de todos
os dispositivos destinados à utilização da água nas condições do artigo anterior
deverão além do disposto neste Regulamento, obedecer à legislação nacional em
vigor e regulamentação complementar.
SECÇÃO IV
Contadores
Artigo 48.º
Tipos e calibres
1 - Os contadores a instalar serão do tipo, calibre e classe metrológica aprovados para
a medição de água, nos termos da legislação vigente.
2 - Compete à Entidade Gestora a definição do tipo, calibre e classe dos contadores a
instalar de harmonia com o consumo previsto e com as condições normais de
funcionamento.
Artigo 49.º
Normas aplicáveis
Os contadores a instalar obedecerão às qualidades, características metrológicas e
condições de instalação estabelecidas nas normas portuguesas e ou nas comunitárias
aplicáveis.
Artigo 50.º
Localização dos contadores
1 - Os contadores serão colocados em local adequado, aprovado pela EG, de modo a
facilitar a sua leitura. O contador ficará sempre instalado no exterior do fogo ou
fracção, admitindo-se no caso de edifícios de habitação colectiva que os mesmos
sejam instalados nas zonas comuns, junto à entrada contígua com a via pública
2 – Sempre que haja um novo contrato de fornecimento de água para edifícios
existentes, a instalação terá obrigatoriamente de ser remodelada de forma a
posicionar o contador no exterior dos fogos ou fracções.
3 – Nos casos em que haja interrupção do fornecimento de água por falta de
cumprimento das suas obrigações por parte do consumidor, o seu restabelecimento só
será efectuado quando for alterada a posição do contador em conformidade com o
disposto no número anterior.
4 – Os contadores serão selados e instalados com os suportes e protecção adequados,
por forma a garantir a sua conservação e normal funcionamento.
5 – Imediatamente a montante e jusante do contador será instalada uma válvula de
seccionamento e, sempre que a EG o considerar conveniente, será colocado um filtro
apropriado. A válvula a montante do contador só poderá ser manipulada por pessoal
da EG ou por pessoal devidamente autorizado por estes.
6 – Nos casos em que a instalação se destine apenas a uma entidade consumidora,
poderá ser suprimida a válvula de seccionamento instalada a montante.
26
7 – Quando um contador servir simultaneamente uma rede de distribuição predial e
dispositivos de combate a incêndios, deve ser instalada uma derivação a jusante do
contador, na qual existirá uma válvula fechada e selada pela EG, a manobrar
exclusivamente em caso de incêndio.
8 – A válvula referida no número anterior ficará alojada no nicho do respectivo
contador.
Artigo 51.º
Instalação de contadores
1 – Os contadores que devem ser instalados obrigatoriamente um por cada
consumidor, podem ser colocados isoladamente ou em conjunto, constituindo neste
caso, uma bateria de contadores.
2 – Na bateria de contadores pode ser estabelecido um circuito fechado, no qual têm
origem os ramais individuais.
3 – Os contadores serão instalados em caixas ou nichos com dimensões tais que
permitam um trabalho de leitura e substituição ou reparação a efectuar no local.
4 – As caixas ou nichos a instalar deverão ter as seguintes dimensões mínimas:
3 – As torneiras tipo “olho de boi”, não podem ser assentes a uma altura superior a
1,80m acima do pavimento.
4 – A instalação de contadores de obras é exclusivamente destinada à contagem de
consumo de água para a realização das mesmas, devendo os consumidores, após a
sua conclusão, solicitarem à EG, por escrito, que os mesmos sejam retirados.
Artigo 52.º
Responsabilidade pelo contador
1 - Os contadores de água das ligações prediais são fornecidos e instalados pela
Entidade Gestora, que fica com a responsabilidade da sua manutenção, devendo para
tal ser satisfeito, por parte dos consumidores, o estipulado nos artigos 50.º e 51.º do
presente Regulamento.
2- Compete ao consumidor respectivo informar a Entidade Gestora, logo que
reconheça que o contador impede o fornecimento de água, a mede deficientemente,
tem os selos danificados ou apresenta qualquer outro defeito.
3 - O consumidor responderá pelos inconvenientes ou fraudes que forem verificadas
em consequência do emprego de qualquer meio capaz de influir no funcionamento ou
marcação do contador.
27
4 – A Entidade Gestora procederá à verificação do contador, à sua reparação ou
substituição ou ainda à colocação provisória de um outro contador, sempre que o
ache conveniente, sem qualquer encargo para o consumidor.
Artigo 53.º
Verificação do contador
1 - Independentemente da aplicação do Regulamento de Controle Metrológico em
vigor, tanto o consumidor como a Entidade Gestora têm o direito de mandar verificar
o contador nas instalações de ensaio da Entidade Gestora, ou em outras devidamente
credenciadas e reconhecidas oficialmente, quando o julguem conveniente, não
podendo nenhuma das partes opor-se a esta operação, à qual o consumidor ou um
técnico da sua confiança podem sempre assistir.
2 - A verificação a que se refere o número anterior, quando a pedido do consumidor,
fica condicionada ao depósito prévio na Tesouraria da Câmara Municipal da
importância estabelecida para o efeito, a qual será restituída no caso de se verificar o
mau funcionamento do contador, por causa não imputável ao consumidor.
3 - Nas verificações dos contadores, os erros admissíveis serão os previstos na
legislação em vigor sobre controlo metrológico dos contadores para água potável
fria.
CAPÍTULO III
Tarifas, leituras e cobranças
Artigo 54.º
Regime tarifário
1 – Na fixação das tarifas e na correspondente definição e selecção da estrutura
tarifária, deverá a entidade gestora atender aos princípios do equilíbrio económico e
financeiro do serviço, com um nível de atendimento adequado.
2 – O valor das tarifas e preços a cobrar pela entidade gestora, será fixado
anualmente por deliberação da Câmara Municipal sob proposta da entidade gestora
nos termos do artigo 150.º do presente Regulamento.
3 – As deliberações a que se refere o número anterior, deverão ser tomadas, em
princípio, no mesmo período do ano e dar-se-lhes-à publicidade por edital, não
podendo entrar em vigor antes dos prazos estabelecidos.
Artigo 55.º
Tarifas e preços a praticar
1 – Consideram-se tarifas :
a) Tarifa de disponibilidade de ligação ou quota de serviço.
b) Tarifa de consumo de água.
c) Tarifa de ligação da rede particular à rede pública.
d) Tarifa de colocação, transferência e aferição de contadores.
e) Tarifas relativas a vistoria e ensaio de canalizações.
f) Tarifa de corte e estabelecimento de ligação.
g) Tarifa de inscrição de canalizadores.
h) Tarifa de ramais de ligação
i) Tarifas de serviços avulsos, tais como detecção de fugas.
j) Reparação de danos da rede pública provocados por terceiros.
k) Ampliação e extensão da rede pública quando estes encargos possam caber aos
proprietários.
28
2 – Para efeitos do disposto na alínea b) do número anterior, é considerada a seguinte
estrutura tarifária expressa em m3 por mês.
a) Consumo doméstico:
1.º escalão – 0 m3 a 5 m3
2.º escalão – 0 m3 a 10 m3
3.º escalão – 0 m3 a 15 m3
4.º escalão – 0 m3 a 20 m3
5 .º escalão - 0 m3 a 25 m3
6.º escalão : superior a 25 m3
b) Consumo não doméstico (comercial e industrial)
1.º escalão – 0 m3 a 10 m3
2.º escalão – 0 m3 a 50 m3
3.º escalão: superior a 50 m3
c) Instituições de beneficência, agremiações culturais e desportivas e colectividades
de interesse público.
d) Organismos do Estado.
e) Autarquias locais.
Artigo 56º
Tarifas de abastecimento de água
1 - As tarifas de abastecimento de água compreendem uma parte fixa, denominada
tarifa de disponibilidade ou quota de serviço, destinada a compensar as despesas
fixas com a exploração do sistema e assegurar a sua permanente disponibilidade face
à adesão de novos consumidores e uma parte variável que depende do volume de
água consumida.
2 – A quota de serviço compreende a cedência, manutenção e conservação do
contador e do respectivo ramal de ligação, e é fixada em função do tipo de consumo e
do calibre do respectivo contador.
3 – A tarifa de consumo é fixada de acordo com o tipo de consumidor e do volume
de água fornecido, tendo em atenção o consumo médio mensal.
Artigo 57.º
Periodicidade das leituras
1 - As leituras dos contadores serão efectuadas periodicamente por funcionários da
Entidade Gestora ou outros, devidamente credenciados para o efeito, no mínimo, de
uma vez de dois em dois meses.
2 - Nos meses em que não haja leitura ou naqueles em que não seja possível a sua
realização por impedimento do utilizador, este pode comunicar à Entidade Gestora o
valor registado.
3 –É obrigatório o utilizador facilitar o acesso ao contador, pelo menos uma vez por
ano, sob pena de suspensão do fornecimento de água.
4 - Não se conformando com o resultado da leitura, o utilizador poderá apresentar a
devida reclamação, dentro do prazo indicado na factura como limite de pagamento,
não devendo suspender-se o fornecimento de água durante o período de apreciação
da referida reclamação.
29
5 - No caso de a reclamação ser julgada procedente e já ter ocorrido o pagamento,
haverá lugar ao reembolso da importância indevidamente cobrada.
Artigo 58.º
Avaliação do consumo
1. Sempre que se verificar que o contador não conta, conta por excesso ou por
defeito, o consumo será avaliado em função da média computada a partir dos
elementos estatísticos existentes relativos ao consumidor em causa.
2. Não existindo elementos estatísticos suficientes, essa avaliação terá por base uma
estimativa do consumo, a qual será corrigida em função da média que vier a
verificar-se nos seis meses subsequentes à eliminação da avaria ou eventual
substituição do contador.
3. O regime previsto nos números anteriores é extensível a todos os casos em que se
mostre indispensável proceder à avaliação do consumo.
Artigo 59.º
Correcção dos valores de consumo
1 - Quando forem detectadas anomalias no volume de água medido por um contador,
a Entidade Gestora corrige as contagens efectuadas, tomando como base de correcção
a percentagem de erro verificado no controlo metrológico.
2 - Esta correcção, para mais ou para menos, afecta apenas os meses em que os
consumos se afastem mais de 25% do valor médio relativo:
a) Ao período de seis meses anteriores à correcção da anomalia ou eventual
substituição do contador.
b) Ao período de funcionamento, se este for inferior a seis meses.
Artigo 60.º
Prazo, forma e local de pagamento
1 – O prazo, (nunca inferior a 15 dias), a forma e o local do pagamento das tarifas
avulsas, serão os afixados no respectivo aviso factura.
2 – A Entidade Gestora, sempre que o julgue conveniente e oportuno, pode adoptar
outras formas de pagamento, tendo em vista, nomeadamente, uma maior eficácia do
mesmo e a melhor comodidade dos consumidores.
3 – Na falta de pagamento dos consumos de água e da tarifa de disponibilidade no
prazo definido pela factura/recibo, poderá o mesmo ser ainda efectuado na tesouraria
da Câmara Municipal, nos 15 dias seguintes, acrescido dos respectivos juros de mora.
4 – Toda a pessoa singular ou colectiva que se torne devedora da EG, qualquer que
seja a natureza da sua dívida, fica responsável pela indicação dos elementos postais
que permitam o envio da factura referente à dívida contraída e a sua normal entrega
no local indicado pelo devedor.
5 – Sem prejuízo do disposto no número anterior, e findo o prazo previsto no número
3 do presente artigo, a EG procederá, após prévia notificação, à interrupção do
fornecimento de água e à cobrança coerciva dos valores em dívida, nos termos do
número 3 do artigo 10.º do presente Regulamento.
30
6 – As facturas emitidas pela EG deverão discriminar os serviços eventualmente
prestados, os volumes em causa, as correspondentes tarifas e, se ainda for caso disso,
outros encargos que devam ser cobrados pela Autarquia, desde que devidamente
aprovados pelos órgãos competentes.
Artigo 61.º
Redução de tarifas e pagamento em prestações
1 – Os consumidores domésticos que se encontrem em situações de debilidade
económica, comprovada pela Acção Social da Câmara Municipal, poderão gozar do
direito à redução ou isenção do valor relativo aos consumos de água até 5 m3 e da
tarifa de disponibilidade.
2 – Quando, mediante inquérito social se comprove a extrema debilidade económica
dos consumidores, pode aplicar-se a redução ou isenção prevista no número 1, ao
pagamento dos ramais de ligação.
3 – Em casos devidamente justificados, poder-se-à ainda admitir o pagamento do
referido nos números anteriores em prestações mensais, no máximo de 10, se assim
for requerido pelo interessado, no prazo máximo de 10 dias sobre o final do período
normal do pagamento indicado na factura/recibo, mediante o acréscimo de juros
indexados à taxa de desconto do Banco de Portugal.
4 – Neste último caso, deverá a primeira prestação ser paga após notificação do
deferimento ao requerimento apresentado conforme o previsto no número anterior, e
as seguintes, dentro dos primeiros 15 dias de cada mês seguinte. A falta de
pagamento das prestações fixadas no número anterior implica a obrigatoriedade do
pagamento imediato das restantes prestações em dívida.
5 – Nos casos previstos nos números 1, 2 e 3 do presente artigo, a decisão final
caberá sempre à Câmara Municipal, após proposta apresentada pela Entidade
Gestora, através do Vereador do respectivo pelouro.
Artigo 62.º
Facturação
1 - A periodicidade de emissão de facturas, no mínimo de 2 em 2 meses, será
entretanto definida pela Entidade Gestora, nos termos da legislação em vigor.
2 - As facturas emitidas deverão descriminar os preços serviços prestados e as
correspondentes tarifas, bem como os volumes de água que dão origem às verbas
debitadas.
3 – A facturação a emitir, sob a responsabilidade da EG, pode obedecer a valores
estimados dos consumos, os quais são sempre tidos em consideração na facturação
posterior, bem como na aplicação do disposto no artigo 59.º do presente
Regulamento.
4 - Os valores da facturação são expressos em escudos até ao momento em que a
Entidade Gestora deliberar adoptar o EURO como moeda oficial, sendo as tarifas e
os preços, bem como os saldos em dívida, convertidos em euros, segundo os métodos
de arredondamento consagrados em legislação própria.
31
CAPÍTULO IV
Penalidades, reclamações e recursos
SECÇÃO I
Penalidades
Artigo 63.º
Regime aplicável
1 – A violação do disposto no presente Título do Regulamento Municipal constitui
contra-ordenação punível com as coimas indicadas nos artigos seguintes.
2 – O regime legal e o processamento das contra-ordenações obedecerá ao disposto
no Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro, actualizado pelos Decretos-Lei n.º
356/89, de 17 de Outubro e 244/95, de 14 de Setembro e respectiva legislação
complementar.
3 – Em todos os casos, a tentativa de violação do referido no n.º1 do presente artigo,
será punível.
Artigo 64.º
Regra geral
1 – A violação de qualquer norma do presente Título deste Regulamento Municipal
para a qual não esteja, especialmente prevista nos números seguintes a penalidade
correspondente, será punida, no caso de pessoas singulares, com uma coima fixada
entre o mínimo de 5.000$00 e o máximo de 200.000$00 .
2 – A violação do preceituado no presente Título deste Regulamento Municipal,
sendo praticado por pessoas colectivas, será punida com uma coima cujo montante
máximo será de 6.000.000$00.
3 – Em caso de negligência, se o contrário não resultar de lei, os montantes máximos
previstos nos números anteriores são de 100.000$00 e 3.000.000$00
respectivamente.
4 – Nos casos de pequena gravidade e em que seja diminuta tanto a culpa como o
benefício económico do infractor, poderá ser decidida a aplicação, de uma
admoestação, nos termos do artigo 51.º do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro.
Artigo 65.º
Contaminação da água
1 – As pessoas singulares e colectivas que, através de actos, omissões, ordens ou
instruções vierem a provocar, mesmo que apenas por negligência, contaminação da
água existente em qualquer elemento da rede pública, serão punidas com uma coima
fixada entre um mínimo de 20.000$00 e um máximo de 400.000$00.
2 – A ocorrência de tais factos, quando dolosa, será obrigatoriamente participada pelo
instrutor do processo ao Ministério Público, para efeitos de procedimento criminal.
Artigo 66.º
Violação das normas de serviço público de abastecimento
1 - Serão punidas com uma coima variando entre o mínimo de 70.000$00 e um
máximo de 500.000$00, as pessoas singulares que:
32
a) Violem o disposto nos números 1 a 6 do artigo 7.º.
b) Danifiquem ou utilizem indevidamente qualquer instalação, elemento, ou
aparelho de manobra das canalizações da rede geral de distribuição.
c) Modifiquem a posição do contador, violem os respectivos selos ou consintam que
o faça.
d) Consintam na execução ou executem canalizações interiores já estabelecidas e
aprovadas sem prévia autorização da entidade gestora.
e) Permitam ligação e abastecimento de água a terceiros em casos não autorizados
pela entidade gestora.
f) Percam o contador de obras.
g) Estabeleçam o contrato de fornecimento sem que, para tal, possuam título e,
sempre que sejam consumidores em nome de outrem.
h) Impeçam ou se oponham a que os funcionários devidamente identificados da
Entidade Gestora, exerça a fiscalização do cumprimento deste Regulamento.
i) Utilizem a água da rede de abastecimento fora dos limites fixados, durante o
período de restrições pontualmente definido pela entidade gestora.
j) Executem qualquer ligação à rede geral sem permissão da Entidade Gestora e
fora das normas do presente Regulamento.
k) Consintam na execução ou executem qualquer modificação entre o contador e
rede geral, ou empreguem qualquer meio fraudulento para utilizar água da rede.
l) Utilize os bebedouros ou fontanários para fins diversos daqueles a que se
destinem, nomeadamente para a lavagem de viaturas, regas de jardins, etc.
2 – Quando aplicadas a pessoas colectivas, as coimas previstas no número anterior
serão de 5.000.000$00 no seu montante máximo.
3 – Quando a razão determinante da prática das contra-ordenações previstas neste
artigo for a debilidade económica do infractor, poderão os respectivos limites ser
reduzidos a um quarto.
Artigo 67.º
Reincidência
Em caso de reincidência, a contra-ordenação será punida pelo pagamento da coima
aplicada pelo dobro, reduzido ao limite máximo imposto por lei, quando for caso
disso.
Artigo 68.º
Extensão da responsabilidade
1 – A aplicação do disposto nos artigos anteriores não inibe o infractor da
responsabilidade criminal que ao caso couber.
2 – O infractor será ainda obrigado a executar os trabalhos que lhe forem indicados
pela Entidade Gestora dentro do prazo que para o efeito lhe for fixado, e a ele serão
imputados os danos e as despesas efectuadas que da infracção resultarem para aquela.
3 – Não sendo dado cumprimento ao disposto no número anterior dentro do prazo
estabelecido, a Entidade Gestora poderá efectuar os trabalhos indicados, recaindo
sobre o infractor as despesas e demais obrigações que se constituírem como
necessárias à execução dos trabalhos determinados.
33
Artigo 69.º
Responsabilidade de menor ou incapaz
Quando o infractor das disposições do presente Título deste Regulamento Municipal
for menor ou incapaz, responde pela coima aplicável o responsável legal.
Artigo 70.º
Produto das coimas
Salvo estipulação em contrário, o produto das coimas constitui receita da EG na sua
totalidade.
Artigo 71.º
Competência e acção fiscalizadora
1 - Compete aos serviços de fiscalização do município, com a colaboração das
autoridades administrativas e policiais, a fiscalização e cumprimento das disposições
do presente Título deste Regulamento Municipal.
2 – Fazem parte da fiscalização, para efeitos do presente Título deste Regulamento
Municipal, para além dos fiscais municipais, os leitores cobradores e outros
trabalhadores da EG.
3 – Compete ao Presidente da Câmara Municipal, com a faculdade de delegação em
Vereador, determinar a instauração de processos de contra-ordenação, designar o
instrutor e aplicar as coimas previstas no presente Título deste Regulamento
Municipal.
Artigo 72.º
Actualização
1 – Os valores das coimas fixadas no presente Título deste Regulamento Municipal
poderão ser actualizados pela Assembleia Municipal, mediante proposta dos órgãos
executivos.
2 – As actualizações que vierem a ser aprovadas, serão identificadas por número
sequencial e publicadas como anexo ao presente Regulamento.
3 – As actualizações não poderão, no entanto, ultrapassar os limites fixados por lei.
Artigo 73.º
Apreensão de objectos
1- Como sanção acessória de uma contra-ordenação, correspondente à violação das
normas do presente Título deste Regulamento, a CMI poderá proceder à apreensão
de objectos.
2- O município observará o disposto no Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro,
no que respeitar ao processo especial de apreensão de objectos.
34
SECÇÃO II
Reclamações e recursos
Artigo 74.º
Reclamações
1 - A qualquer interessado assiste o direito de reclamar junto da EG, contra qualquer
acto ou omissão destes que tenha lesado os seus direitos ou interesses legítimos
protegidos pelo presente Título deste Regulamento Municipal.
2 – As reclamações devem ser apresentadas no prazo de 20 dias úteis, a contar do
facto ou da omissão, e despachadas pelo autor do acto quando competente para o
efeito, ou pelo dirigente máximo dos serviços no prazo de 30 dias, comunicando-se
ao interessado o teor do despacho com a devida fundamentação, mediante carta
registada ou meio equivalente.
3 – No prazo de 30 dias a contar da comunicação referida no número anterior, pode o
interessado interpor recurso hierárquico para a Câmara Municipal.
4 – A decisão do órgão competente que aplicar a coima pode ser entretanto
impugnada judicialmente, nos termos fixados no Decreto-Lei n.º 433/82 de 27 de
Outubro e demais legislação aplicável.
5 – O recurso hierárquico não tem efeito suspensivo sobre o motivo ou facto que a
originou, salvo decisão em contrário a proferir pelo órgão competente da EG.
35
TÍTULO III
SISTEMAS DE DRENAGEM DE ÁGUAS RESIDUAIS
CAPÍTULO I
Regras gerais
SECÇÃO I
Da recolha das águas residuais
Artigo 75.º
Âmbito do sistema
1- As disposições do presente Título deste Regulamento Municipal aplicam-se a
todos os prédios construídos ou a construir na área do Município de ÍLHAVO, e que
utilizam ou venham a utilizar o sistema municipal de drenagem e tratamento de águas
residuais, para descarga dos seus efluentes líquidos domésticos, industriais ou
pluviais.
2- Aplicar-se-à igualmente o preceituado patente no presente Título deste
Regulamento Municipal na parte aplicável, a todos os sistemas de drenagem privados
na área do Município, desde que destinados a utilização colectiva, contemplando
fundamentalmente a rede de colectores e o destino final dos efluentes.
3- Se as disponibilidades o permitirem, pode a Entidade Gestora fora da sua área de
intervenção drenar as águas residuais de outros concelhos, em condições a acordar
caso a caso com as entidades interessadas, ou estabelecer protocolos de gestão
intermunicipal de sistemas de drenagem e tratamento, mediante prévio acordo entre
as partes interessadas.
Artigo 76.º
Admissão de águas residuais
1- Só podem ser recolhidas, tratadas e conduzidas a destino final através dos
sistemas de drenagem, as águas residuais com características qualitativas e
quantitativas admissíveis.
2- A admissibilidade referida no número anterior será decidida pela Entidade
Gestora, tendo em conta as determinações da lei e as características do sistema de
drenagem pública e o preceituado no presente Título deste Regulamento Municipal.
3- Em caso algum podem ser lançadas nos sistemas de drenagem as matérias e
substâncias que a lei qualifica como interditas.
36
Artigo 77.º
Carácter ininterrupto do serviço
1- A drenagem de águas residuais é efectuada ininterruptamente de dia e de noite,
excepto por razões de obras programadas ou em casos fortuitos ou de força maior,
não tendo os utentes nestes casos, direito a qualquer indemnização pelos prejuízos ou
transtornos que lhes resultem, por deficiências ou interrupções na drenagem de águas
residuais e ainda por descuidos, defeitos ou avarias nos sistemas prediais.
2- Quando haja necessidade de interromper o funcionamento do sistema público de
drenagem ou parte dele, por motivo de execução de obras sem carácter de urgência, a
Entidade Gestora deve avisar previamente os utentes afectados.
3- Em todos os casos, compete aos utentes tomar as devidas providências
indispensáveis e necessárias para atenuar, eliminar ou evitar as perturbações ou
prejuízos emergentes, de modo a que a execução dos trabalhos se possa executar em
boas condições e no mais curto espaço de tempo.
Artigo 78.º
Tipos de sistemas de drenagem
1- Os sistemas públicos podem ser unitários, mistos ou separativos, ainda que os
sistemas a construir ou remodelar sejam, por via de regra, separativos, salvo se razões
de ordem técnica ou económica justificarem outras opções. Nestes casos, deverá ser
assegurada a funcionalidade do tratamento e do destino final, mediante a execução de
órgãos adequados de descarga e regularização de caudais.
2- Os sistemas prediais de drenagem devem ser separativos, com ramais de ligação
individualizados por cada tipo, ainda que ligados a sistemas públicos de drenagem
unitários ou mistos.
3- Nos sistemas unitários ou separativos domésticos é permitida, nos termos do
presente Título deste Regulamento Municipal, a ligação dos sistemas prediais
industriais.
4- Nos sistemas separativos pluviais é sempre proibida a ligação dos sistemas
prediais industriais e dos sistemas de drenagem das águas negras domésticas.
Artigo 79.º
Obrigatoriedade de instalação e de ligação
1- Nas zonas servidas por sistemas de drenagem pública de águas residuais, é
obrigatório estabelecer, em todas as edificações construídas e a construir, a remodelar
ou a ampliar, quer marginando as vias públicas, quer afastadas delas, pela forma
estabelecida no presente Título deste Regulamento Municipal, a ligação das
instalações e equipamentos de evacuação das águas residuais, qualquer que seja o seu
tipo, àqueles sistemas.
2- A instalação dos sistemas prediais de drenagem é promovido pelos respectivos
proprietários ou usufrutuários, a cargo de quem ficarão as respectivas despesas, a
pagar dentro dos prazos e condições que forem estabelecidas.
37
3- A obrigatoriedade estabelecida no número do presente artigo é extensiva aos
prédios já existentes à data de instalação dos sistemas públicos de drenagem,
podendo ser aceites, em casos muito especiais, soluções simplificadas, sem prejuízo
das condições mínimas de salubridade.
4- Nos prédios já existentes à data de construção do sistema público de drenagem,
pode a Entidade Gestora consentir no aproveitamento total ou parcial das
canalizações dos sistemas de drenagem predial já existentes se, após vistoria
requerida pelos proprietários ou usufrutuários, for verificado que elas se encontram
construídas conforme a legislação aplicável.
5- Logo que a ligação ao sistema entre em funcionamento, os proprietários ou
usufrutuários das edificações onde existam fossas, depósitos, poços absorventes ou
outro tipo de sistemas do género, ficam obrigados a entulhá-los dentro de 30 dias,
depois de esvaziados e desinfectados, devendo as matérias retiradas ser enterradas em
aterro sanitário ou em condições aprovadas pela Entidade Gestora.
6- É proibido construir quaisquer instalações de tratamento e de destino final,
nomeadamente fossas, poços absorventes ou instalações do género, nas zonas
servidas por sistemas de drenagem públicos de águas residuais.
7- Exceptuam-se do disposto no número anterior, as instalações de pré-tratamento
de águas residuais industriais a montante de ligação ao sistema e as instalações
individuais de tratamento e destino final de águas residuais industriais, umas e outras
devidamente aprovadas e controladas pela Entidade Gestora.
8- Apenas estão isentas da obrigatoriedade de instalação do sistema predial e da
ligação à rede pública de drenagem das águas residuais, as edificações em vias de
expropriação ou cujo mau estado de conservação ou ruína as torne inabitáveis e
estejam permanente e totalmente desabitadas, desde que no seu interior não se
produzam quaisquer águas residuais.
9- Nos sistemas prediais pluviais com funcionamento gravítico, as ligações podem
ser estabelecidas directamente para os arruamentos ou para o meio de escorrência
superficial.
10-Os arrendatários dos prédios, quando devidamente autorizados, podem requerer a
ligação dos prédios por eles habitados ao sistema público de drenagem, sempre que
assumam todos os encargos da instalação nos termos em que seriam suportados pelos
proprietários, pagando o seu custo nos prazos e condições que forem definidas.
Artigo 80.º
Sanção em caso de incumprimento
Aos proprietários dos prédios que, depois de devidamente notificados pela Entidade
Gestora, por meio de editais afixados nos lugares públicos não cumpram, sem
justificação aceitável, a obrigação imposta no n.º 1 do artigo79.º , dentro do prazo de
30 dias úteis a contar da data da notificação, será aplicada a coima prevista no artigo
134.º do presente Regulamento, podendo aquela entidade mandar proceder à
respectiva instalação, devendo o pagamento da correspondente despesa processar-se
conforme o estipulado no Regulamento Municipal de ÍLHAVO, em vigor à presente
data.
38
Artigo 81.º
Prédios não abrangidos pela rede pública de drenagem
1- Para os prédios situados fora das zonas abrangidas pelas redes públicas de
drenagem, a Entidade Gestora fixará as condições em que poderá ser estabelecida a
ligação, tendo em consideração os aspectos técnicos e financeiros.
2– Se porventura forem vários os proprietários que, nas condições deste artigo,
requeiram determinada extensão do sistema público de drenagem, o respectivo
custo, na parte que for suportado pela Entidade Gestora, é distribuído por todos os
requerentes de modo proporcional ao seu número e à extensão da referida rede.
3– As redes estabelecidas nos termos deste artigo serão propriedade exclusiva da
Entidade Gestora, mesmo no caso da sua instalação ter sido efectuada a expensas dos
interessados.
SECÇÃO II
Direitos e Obrigações
Artigo 82.º
Direitos dos utilizadores
Os utilizadores gozam dos seguintes direitos:
a) O direito à garantia da existência e bom funcionamento global dos sistemas de
drenagem pública de águas residuais, preservando-se a segurança, a saúde pública e o
conforto;
b) O direito à informação sobre todos os aspectos pertinentes da drenagem de águas
residuais e, ainda, do controlo da poluição daí resultante;
c) O direito de solicitarem vistorias;
d) O direito de reclamação de actos ou omissões por parte da Entidade Gestora, que
possam prejudicar os seus direitos ou interesses legalmente constituídos e protegidos;
e) Quaisquer outros direitos que lhe sejam conferidos por lei.
Artigo 83.º
Deveres dos utilizadores
São deveres dos utilizadores:
a) Cumprir as disposições do presente regulamento e as disposições pertinentes dos
diplomas referidos no mesmo, na parte que lhes é aplicável, e respeitar e cumprir as
intimações que lhe sejam dirigidas pelos órgãos competentes;
b) Pagar pontualmente as importâncias devidas nos termos do seu contrato até ao
seu termo e as demais previstas, qundo for o caso, no presente Regulamento;
c) Não fazer uso indevido ou danificar as instalações prediais;
d) Manter em bom estado de funcionamento e conservação os aparelhos sanitários e
os demais dispositivos de utilização doméstica;
e) Avisar a Entidade Gestora de eventuais anomalias nos sistemas;
f) Cooperar com a Entidade Gestora para o bom funcionamento dos sistemas.
39
Artigo 84.º
Deveres dos Proprietários ou usufrutuários
São deveres dos proprietários ou usufrutuários dos edifícios servidos por sistemas de
drenagem pública de águas residuais:
a) Cumprir com as disposições do presente Regulamento, bem como as dos
diplomas legais aplicáveis e respeitar e cumprir as intimações que lhe sejam dirigidas
pelos órgãos competente;
b) Não proceder a alterações nos sistemas sem prévia autorização da Entidade
Gestora;
c) Manter em boas condições de conservação as instalações prediais;
d) Pedir a ligação à rede, logo que estejam reunidas as condições que a viabilizem
ou logo que intimados para o efeito nos termos do presente regulamento;
e) Cooperar com a Entidade Gestora para o bom funcionamento dos sistemas.
Artigo 85.º
Deveres da Entidade Gestora
Além das obrigações gerais e específicas que nos termos da lei se estipulam, deve a
Entidade Gestora:
a) Garantir a continuidade e bom funcionamento dos sistemas de drenagem de águas
residuais;
b) Definir, para a recolha de águas residuais industriais, os parâmetros de poluição
suportáveis pelos sistemas;
c) Designar um técnico responsável pela exploração do sistema público de águas
residuais;
d) Promover a elaboração de um plano geral de drenagem de águas residuais;
e) Assegurar um serviço de informação eficaz destinado a esclarecer os utilizadores
sobre todas as questões relacionadas com o funcionamento e a gestão dos sistemas
públicos de drenagem;
f) Velar, em geral, pela satisfação dos direitos dos consumidores.
CAPÍTULO II
Condições técnicas
SECÇÃO I
Canalizações
Artigo 86.º
Tipos de Canalizações
1- Sistema público de drenagem é o conjunto de canalizações destinadas à colecta,
transporte, tratamento e destino final adequado das águas residuais domésticas,
industriais e pluviais, instaladas na via pública em terrenos do Município de
ÍLHAVO ou em outros, sob concessão especial ou em regime de servidão, cujo
funcionamento seja de interesse para o serviço de drenagem das águas residuais.
40
2– Ramal de ligação é o troço de canalização que tem por finalidade assegurar a
condução de águas residuais prediais desde as câmaras de ramal de ligação até ao
colector público.
3– Os sistemas de drenagem predial são constituídos pelos órgãos ou instalações
prediais destinados à colecta, transporte e destino final adequado das águas residuais
domésticas, industriais e pluviais, com ou sem tratamento, podendo o destino final
ser o colector público.
Artigo 87.º
Responsabilidade pela instalação e conservação
1- Compete à Entidade Gestora promover a instalação do sistema público de
drenagem, bem como os ramais de ligação que constituem parte integrante daquele,
cuja propriedade pertence ao Município de ÍLHAVO.
2– Pela instalação e remodelação dos ramais de ligação são cobrados aos
proprietários, usufrutuários ou arrendatários, os encargos decorrentes da sua
execução, competindo-lhes efectuar o pagamento da despesa efectuada, que inclui
todos os quantitativos aplicáveis e os diversos componentes do respectivo custo,
acrescida dos encargos administrativos inerentes.
41
3– A reparação de pequenas avarias nos sistemas prediais resultantes do uso corrente
compete aos arrendatários, tratando-se de prédios arrendados .
4– Nenhum ramal de ligação pode entrar em serviço sem que os sistemas prediais
tenham sido verificados e ensaiados.
5– A requerimento do proprietário ou usufrutuário do prédio, pode a Entidade
Gestora executar pequenos trabalhos de conservação dos sistemas prediais, de acordo
com os meios disponíveis, sendo da responsabilidade de quem os solicitar o
pagamento das despesas a eles inerentes.
6– A aprovação das canalizações dos sistemas prediais não envolve qualquer
responsabilidade da Entidade Gestora por danos motivados por roturas nas
canalizações, por mau funcionamento dos aparelhos sanitários ou por descuido dos
utentes, nomeadamente em consequência do lançamento de substâncias interditas.
7- A Entidade Gestora não assume qualquer responsabilidade por danos que possam
sofrer os utilizadores em consequência de perturbações ocorridas nos sistemas
públicos que ocasionem interrupções no serviço, desde que resultem de casos
fortuitos ou de força maior ou ainda da execução de obras previamente programadas,
sempre que os utilizadores sejam avisados com, pelo menos dois dias de
antecedência.
Artigo 89.º
Ligação ao sistema público de drenagem
1- Uma vez executadas as canalizações do sistema de drenagem predial e pago o
respectivo custo do ramal de ligação do prédio, a ligação entre ambos é obrigatória.
2- A construção ou reformulação dos sistemas de drenagem predial deve satisfazer
todas as condições regulamentares, sem o que têm impedimento de ligação ao
sistema público de drenagem.
3- A licença de utilização de novos prédios só pode ser concedida pela Câmara
Municipal de ÍLHAVO, depois da ligação ao sistema público de drenagem estar
concluída e a funcionar.
4- Nos casos em que não seja possível a ligação à rede pública, a fiscalização
municipal comunicará a conclusão da rede predial de drenagem e a sua
conformidade com o projecto aprovado.
5- Em prédios de construção anterior à instalação da rede pública de drenagem, é
admissível a utilização de sistemas prediais que incluam processos individualizados
de tratamento e drenagem eficientes que garantam condições de salubridade,
nomeadamente nos casos em que a ligação ao sistema público de drenagem implique
a instalação de órgãos complexos e pouco fiáveis.
6- Na situação referida no número anterior, a isenção de ligação deve ser precedida
de requerimento do proprietário ou usufrutuário, acompanhado de documento
elaborado por técnico legalmente habilitado, que comprove a eficácia das instalações
referidas, no prazo que vier a ser definido na notificação para a ligação ao sistema
público de drenagem.
7- A isenção prevista no número anterior é sempre concedida a título precário,
podendo ser anulada pela Câmara Municipal de ÍLHAVO, uma vez alteradas as
condições previstas inicialmente.
42
Artigo 90.º
Prevenção da contaminação
1- Não é permitida a ligação entre um sistema predial de drenagem e qualquer
sistema que possa permitir o retrocesso de águas residuais nas canalizações daquele
sistema.
2- A drenagem de águas residuais deve ser efectuada sem pôr em risco a
potabilidade da água, impedindo a sua contaminação, quer por contacto, quer por
aspiração de água residual em casos de depressão.
3- Todos os aparelhos de utilização doméstica devem ser instalados, pela natureza
da sua construção e pelas condições da sua instalação, de modo a evitar a
contaminação da água de abastecimento.
SECÇÃO II
Sistemas de evacuação dos excreta em zonas desprovidas de sistemas públicos
de drenagem
Artigo 91.º
Definição de sistemas de evacuação dos excreta
Define-se sistema de evacuação de excreta, o conjunto de órgãos e instalações
destinadas a assegurar a deposição, recolha, transporte, tratamento e destino final e a
reutilização dos excreta humanos em condições sanitárias e ecológicas correctas.
Artigo 92.º
Condições de instalação de sistemas de evacuação dos excreta
1- Na área do concelho de Ílhavo, apenas é autorizada a instalação de sistemas
individuais de evacuação dos excreta, constituídos por fossas sépticas
complementadas com o devido órgão complementar de destino final, quando se
destinem a servir moradias unifamiliares, ou edificações multifamiliares de carácter
colectivo.
2- Os sistemas definidos no artigo anterior só poderão ser aplicados em zonas onde
não exista rede pública de drenagem de águas residuais.
Artigo 93.º
Características gerais das instalações
1- É obrigatória a colocação de sifonagem hidráulica entre os dispositivos de
utilização e a ligação à fossa.
2- A tubagem de ligação à fossa terá um diâmetro mínimo de 100 mm.
3- O fundo das fossas terá uma inclinação mínima de 1,5%, no sentido da zona
subjacente às aberturas, com vista a facilitar as operações de limpeza.
4- O tubo de saída das fossas terá um diâmetro mínimo de 100 mm e será equipado
com um tê ou uma curva para evitar saídas de escumas.
43
5- As fossas serão, pelo menos, bicompartimentadas, sendo apenas encaminhadas
para o primeiro compartimento as águas negras.
6- As fossas serão dotadas de aberturas destinadas à sua limpeza com dimensões ao
acesso de pessoal de exploração. Deverá prever-se uma abertura para cada
compartimento da fossa.
7- A localização das fossas será acolhida de forma a facilitar o acesso para
realização das operações de limpeza.
8- Nas zonas onde se admite a possibilidade de construção futura de redes públicas
de drenagem de águas residuais, as fossas serão projectadas e construídas de forma a
facilitar as obras de construção das mesmas e a realização da ligação respectiva,
nomeadamente no que se refere à sua localização e orientação.
Artigo 94.º
Órgãos complementares de tratamento e destino final
1- Os efluentes das fossas sépticas serão descarregados em poço absorvente,
trincheira de infiltração ou plataforma de infiltração, sempre que as características de
permeabilidade do solo permitam a rápida e eficiente infiltração dos caudais residuais
previsíveis.
2- A capacidade de absorção do solo será verificada antes da execução das obras no
número anterior, através da realização de um ensaio de permeabilidade.
3- Será dada preferência ao recurso a poços absorventes sempre que se trate de
infiltrar efluentes de habitações unifamiliares e a capacidade de absorção do solo
seja compatível com a sua utilização.
4- Quando se verifique não haver possibilidade de uma rápida infiltração do efluente
da fossa no solo, aquele será sujeito a um tratamento complementar antes do
lançamento final no meio receptor.
5- O tratamento complementar referido no número anterior poderá ser efectuado com
recurso à construção de trincheiras filtrantes, filtros de fluxo horizontal, plataformas
absorventes, plataformas absorventes com infiltração ou por processo de eficiência
devidamente comprovada a nível de projecto de execução.
SECÇÃO III
Projectos e obras
Artigo 95.º
Aprovação prévia para execução ou modificação da rede
1- É obrigatória a apresentação de projectos de sistemas prediais de drenagem de
águas residuais, quer para edificações novas, quer para edificações existentes sujeitas
a obras de ampliação ou remodelação.
2- Se a ampliação ou remodelação das edificações não implicar alterações nas redes
instaladas é dispensável a apresentação de projecto, sem prejuízo do cumprimento
das disposições legais aplicáveis.
44
3- Tratando-se de pequenas alterações dos sistemas prediais, pode a entidade gestora
autorizar a apresentação de projectos simplificados, ou até reduzidos, a uma simples
declaração escrita do proprietário do prédio onde se indiquem as características das
alterações interiores que pretende executar, com indicação do tipo de materiais a
aplicar.
4- Nenhuma rede interior de drenagem de águas residuais deve ser executada ou
modificada sem que tenha sido previamente aprovado o respectivo projecto, nos
termos deste Regulamento.
Artigo 96.º
Recolha de elementos de base para projecto
1- É da responsabilidade dos técnicos projectistas a recolha de elementos de base
para a elaboração de projectos.
2- Para esse efeito, desde que solicitado pelo interessado, a CMI fornecerá a
informação necessária e que esteja à sua disposição, nomeadamente quanto a
condicionamentos gerais a considerar, localização, profundidade e diâmetro dos
colectores públicos e ainda outras características consideradas necessárias.
Artigo 97.º
Responsabilidade pela elaboração do projecto
1- A elaboração dos projectos deverá ser feita por técnicos inscritos na CMI,
excepto nos casos abrangidos pelo disposto no artigo 6.º do Decreto- Lei n.º 445/91
de 20 de Novembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 250/94 de 15 de Outubro.
2- Os técnicos a que se refere este artigo são engenheiros civis, arquitectos,
engenheiros técnicos civis e agentes técnicos de arquitectura e engenharia.
3- Na elaboração dos projectos devem ser observadas as disposições legais no que
se refere à categoria profissional do seu autor.
Artigo 98.º
Projecto das redes públicas de drenagem de águas residuais
1- Sem prejuízo de outras disposições legais em vigor, o projecto para a execução de
redes públicas de drenagem de águas residuais compreenderá:
a) Memória descritiva e justificativa, onde conste a descrição dos sistemas a
construir, com indicação das suas características, natureza de todos os materiais,
e acessórios, tipos de juntas e condições de assentamento das canalizações e de
execução dos vários órgãos projectados.
b) Dimensionamento dos sistemas e equipamentos, incluindo cálculos hidráulicos,
indicação dos diâmetros e inclinações das canalizações;
c) Orçamento discriminado do custo pela realização da obra, com a descrição dos
trabalhos a realizar e indicação das quantidades, preços unitários e totais.
d) Caderno de encargos com as condições técnicas especiais de execução da obra;
e) Peças desenhadas:
Planta geral à escala de 1:500 ou 1:1000, com implantação do traçado da rede,
diâmetros nominais, órgãos acessórios e equipamentos;
Perfis longitudinais dos colectores projectados, com indicação de todas as cotas
necessárias, distâncias entre perfis e identificação das câmaras de visita;Pormenores
construtivos.
45
2- O projecto será apresentado em quintuplicado, sendo dois exemplares entregues
com o pedido de licenciamento das obras de urbanização e os restantes após a
aprovação camarária.
3- Não são permitidas, sem prévia autorização da CMI, quaisquer modificações dos
traçados anteriormente aprovados, com excepção daquelas que apenas constituam
meros ajustamentos em obra.
4- A recepção provisória das redes, será sempre precedida da aprovação das
respectivas telas finais.
Artigo 99.º
Projecto das redes prediais de drenagem de águas residuais
1 - Sem prejuízo de outras disposições legais em vigor, o projecto para a execução
de águas residuais compreenderá:
a) Memória descritiva e justificativa, onde conste a indicação dos aparelhos
sanitários a instalar e suas características, natureza de todos os materiais e
acessórios, tipos de juntas, condições de assentamento das canalizações e
discrição dos sistemas de tratamento ou pré-tratamento, nos casos em que os
mesmos sejam necessários, ou dos sistemas de evacuação dos excreta e
respectivos órgãos complementares e destino final, em zonas não servidas por
sistemas públicos de drenagem de águas residuais;
b) Dimensionamento dos sistemas, incluindo cálculos hidráulicos, indicação dos
diâmetros e das inclinações das tubagens a utilizar e características geométricas do
ramal de ligação a executar ou a verificar, caso exista;
c) Peças desenhadas:
Planta de localização, à escala 1:2000, com implantação do prédio, fornecida pela
CMI, a pedido do interessado;
Planta de implantação, à escala de 1:500, nos casos em que as edificações não
ocupem a totalidade dos prédios e a área sobrante seja constituída como
logradouro, com traçado da rede, diâmetros nominais e órgãos acessórios, na parte
exterior à edificação;
Planta dos pisos e corte do esquema geral, à escala 1:100 (no mínimo), incluindo
ramal de ligação;
Planta de implantação, na escala de 1:200 (no mínimo), dos órgãos de tratamento
e pré-tratamento, nos casos em que os mesmos sejam exigíveis;
Pormenores construtivos do sistema de evacuação dos excreta e dos respectivos
órgãos complementares de tratamentos e destino final;
Outros pormenores necessários à boa interpretação do projecto.
2 - O projecto será apresentado em triplicado, nos termos do definido no número 2
do artigo 33.º do Título II do presente Regulamento.
3 - Não são permitidas, sem prévia autorização da CMI, quaisquer modificações das
instalações interiores de um prédio anteriormente aprovado, com excepção daquelas
que apenas constituam meros ajustamentos em obra.
46
Artigo 100.º
Condições especiais de redes prediais
1- Nos prédios em que na rede de abastecimento de água sejam instalados grupos
hidropressores é obrigatória a drenagem dos compartimentos onde aqueles forem
instalados. A ligação será feita à rede das águas residuais pluviais.
2- É obrigatória a drenagem de todas as zonas dos prédios, destinadas ao
estacionamento de automóveis.
3- As águas residuais pluviais recolhidas na cobertura dos prédios, têm
obrigatoriamente de ser canalizadas para a rede pública, não sendo permitido o seu
escoamento através das valetas ou bermas dos arruamentos.
4- Nos prédios com terraços acessíveis, os tubos de queda das águas residuais
pluviais que aí tenham início, têm de ser equipados com ralos sifonados.
5- A ligação de vários aparelhos sanitários a um mesmo ramal de descarga deve ser
feita através de caixas de reunião que, poderão ser, ou não, sifonadas.
6- Os ramais de descarga das bacias de retrete e os das águas de sabão, têm de ser
independentes.
Artigo 101.º
Autorização de execução
Nenhuma obra de construção, reparação ou alteração das redes interiores de
drenagem de águas residuais poderá ser executada num prédio sem prévia requisição
ou autorização por escrito do respectivo proprietário, ou de quem o represente, salvo
se tratar de obras executadas coercivamente pela entidade gestora.
Artigo 102.º
Responsáveis pela execução
1- A instalação das redes interiores de abastecimento e drenagem de águas residuais,
só poderá ser executada por empresas singulares ou colectivas ou canalizadores
inscritos na Câmara Municipal de Ílhavo.
2- As empresas inscritas são obrigadas a manter actualizada a inscrição no seu
quadro de canalizadores e nomear um canalizador ou técnico responsável.
3- Para os efeitos deste artigo, o município procederá à inscrição, por si ou pelas
empresas que representem, dos canalizadores que o requeiram e sejam considerados
profissionais habilitados.
4- Para efeitos de inscrição, serão apresentados os seguintes documentos:
a) Carteira profissional;
b) Declaração de início de actividade;
c) Documentos emitidos pela repartição de finanças e pela Segurança Social,
comprovativos de que se cumpriram as obrigações fiscais e contributivas.
47
5- A inscrição dos canalizadores é efectuada mediante o pagamento de uma taxa a
fixar pela Câmara Municipal de Ílhavo.
6- A inscrição efectuada nos termos dos números anteriores é válida até ao terceiro
ano subsequente ao da sua efectivação, sendo a sua renovação requerida e efectuada
no último trimestre da sua validade.
7- A renovação da inscrição é válida por três anos e está sujeita ao pagamento de
uma taxa correspondente a metade do valor da taxa referida no n.º 6.
8- A falta de renovação, nos termos dos n.ºs 6 e 7 do presente artigo, implica o
pagamento da taxa referida no número anterior acrescida de 50%.
9- Serão suspensas as inscrições a que se refere o n.º 1, durante o período de um a
cinco anos dos canalizadores ou, no caso de empresas, do canalizador ou técnico
responsável, a quem tenha sido aplicada coima superior ao salário mínimo nacional
mais elevado ou, no caso de pessoas colectivas, coima superior ao dobro do salário
mínimo nacional mais elevado, por violação do preceituado neste Regulamento.
Artigo 103.º
Comunicação de início e conclusão da obra
1- O técnico responsável pela execução da obra comunicará, por escrito, o seu início
e conclusão à CMI, para efeitos de fiscalização, ensaio e vistoria, de modo a permitir
a verificação da sua conformidade com o projecto aprovado e com as disposições
legais em vigor.
2- A comunicação do início da obra deverá ser feita com a antecedência mínima de
cinco dias úteis.
3- A Entidade Gestora efectuará a vistoria e os ensaios necessários das canalizações,
após a recepção da comunicação da realização dos trabalhos, na presença do seu
técnico responsável.
4- Depois de efectuados a vistoria e ensaios a que se refere o número anterior, a
CMI promoverá a aprovação da obra, desde que ela tenha sido executada segundo o
traçado aprovado e satisfeitas as condições testadas no ensaio, se a ele houver lugar.
5- No momento da realização da vistoria, a que deverá assistir o técnico responsável
pela obra ou um seu representante, deverá ser elaborado o respectivo auto, sendo-lhe
entregue uma cópia.
6- É obrigatória a existência no local da obra, durante a sua execução, de um
exemplar do projecto aprovado.
Artigo 104.º
Fiscalização
1- A execução das instalações das redes interiores de drenagem de águas residuais,
será conduzida de acordo com as prescrições do artigo 100 .º, complementadas pelo
observado nos artigos 35.º e 36.º e sob fiscalização da Entidade Gestora.
2- Montadas as instalações, estas continuarão sujeitas à fiscalização da Entidade
Gestora, que poderá proceder à sua inspecção sempre que o julgue conveniente,
independentemente de qualquer aviso.
48
3- No decurso dessas inspecções ou por comunicação escrita posterior, serão
indicadas as alterações necessárias e o prazo dentro do qual deverão ser feitas.
Artigo 105.º
Verificação das redes e órgãos complementares
1- Nenhuma rede de drenagem de águas residuais poderá ser coberta sem que tenha
sido previamente inspeccionada, ensaiada e aprovada, nos termos deste Regulamento.
2- No caso de qualquer sistema de drenagem de águas residuais ter sido coberto no
todo ou em parte, antes de inspeccionado, ensaiado e aprovado, o dono da obra será
intimado a mandar descobrir as tubagens, juntas e órgãos acessórios, após o que
deverá fazer nova comunicação para efeito de vistoria e ensaio.
3- No caso das redes de drenagem prediais em edifícios ou fogos já existentes antes
de estabelecida a rede pública de drenagem, não terão de ser postas a descoberto, mas
ficam sujeitas a ensaio e aprovação.
4- O recobrimento das tubagens, juntas e órgãos acessórios poderá ser feito sob a
responsabilidade do respectivo técnico, se a vistoria requerida não for efectuada no
prazo de 10 dias úteis.
Artigo 106.º
Correcções
1- Após os actos de fiscalização e ensaios a que se referem os artigos 104.º e 105.º, a
Entidade Gestora deverá notificar, por escrito, no prazo de cinco dias úteis, o
proprietário da obra, sempre que verifique a falta de cumprimento das condições do
projecto ou insuficiências notadas pelo ensaio, indicando as correcções a fazer.
2- Após a realização das devidas correcções, deverá ser efectuada nova
comunicação, para efeitos de fiscalização e ensaios, dentro dos prazos fixados no
artigo anterior.
3- Equivale à notificação constante do n.º 1 a inscrição, no livro da obra, das
ocorrências aí referidas.
Artigo 107.º
Responsabilidade pela aprovação
A aprovação da redes interiores de drenagem de águas residuais não envolve
qualquer responsabilidade para a CMI, por danos motivados por roturas nas
tubagens das referidas redes ou por mau funcionamento dos seus órgãos acessórios,
que ocorram posteriormente à aprovação.
49
SECÇÃO IV
Da classificação das águas residuais a admitir
nos sistemas públicos de drenagem
Artigo 108.º
Classificação geral das águas residuais
Para efeitos do disposto no artigo 76.º do presente Regulamento, as águas residuais
são classificadas nas seguintes categorias gerais:
a) Águas residuais comunitárias;
b) Águas residuais industriais;
c) Águas residuais pluviais.
Artigo 109.º
Águas residuais comunitárias
1- Consideram-se águas residuais comunitárias, todas as águas residuais, de
qualquer proveniência, que forem submetidas às imposições estabelecidas no
presente Regulamento para poderem ser lançadas nos sistemas públicos de drenagem.
2- As águas residuais comunitárias são constituídas em geral pelas seguintes
fracções:
a) Águas residuais domésticas;
b) Águas residuais comerciais.
3- As águas residuais domésticas são provenientes das edificações ou de parte das
edificações de tipo residencial e são constituídas pelas seguintes fracções:
a) Águas negras (ou de excreta);
b) Águas de sabão.
4- As águas residuais comerciais são provenientes das actividades comerciais,
dividindo-se, para efeitos de avaliação do seu grau de poluição, em dois grupos:
a) Águas residuais que apresentam características semelhantes às águas residuais-
padrão ou, se diferentes, mais favoráveis;
b) Águas residuais que apresentam características diferentes das águas residuais-
padrão e mais desfavoráveis.
Artigo 110.º
Águas residuais industriais
As águas residuais industriais são provenientes de actividades de carácter industrial e
são constituídas, na generalidade, pelas seguintes fracções:
a) Águas residuais domésticas com origem nas edificações ou outras áreas que
também produzem águas residuais industriais mas que com as primeiras se
identifiquem nos termos do presente Regulamento;
b) Águas residuais exclusivamente industriais, com origem nos processos de
laboração e actividades conexas.
50
Artigo 111.º
Águas residuais pluviais
1- As águas residuais pluviais, são constituídas, em geral, pelas seguintes fracções:
a) Águas de precipitação atmosférica;
b) Águas com origem diferente das anteriormente referidas que se misturam com
elas.
2- As águas de precipitação atmosférica têm origem nesta mesma precipitação e são
provenientes da drenagem dos arruamentos e de outras superfícies, não causando,
dada a sua constituição, prejuízos aos meios receptores e às estruturas dos sistemas
de drenagem, a não ser em casos especiais que saem fora do âmbito do presente
Regulamento e que terão de ser objecto de estudo.
3- As águas que têm origem diversa das águas de precipitação atmosférica, mas
possuem características semelhantes de inocuidade para os meios receptores e
estrutura dos sistemas de drenagem, podem ter as seguintes proveniências:
a) Águas de drenagem subsuperficial;
b) Águas de lavagem de superfícies não especialmente poluídas ou contaminadas,
nomeadamente as provenientes das actividades municipais de higiene e limpeza;
c) Águas de arrefecimento, cuja temperatura, à entrada dos sistemas de drenagem,
não ultrapasse os 30º C;
d) Águas provenientes de processos industriais, cuja qualidade as torne inócuas para
os meios receptores e para a estrutura dos sistemas de drenagem;
e) Águas provenientes do vazamento de reservatórios de água ou de piscinas;
f) Outras proveniências que serão estudadas caso a caso.
Artigo 112.º
Águas de infiltração
1- Em todos os sistemas de drenagem se encontram águas de infiltração
provenientes da penetração de águas superficiais ou subterrâneas que, por falta de
estanquidade ou outro defeito, permanente ou acidental, se vão juntar às águas
residuais.
2 – Estas águas possuem características que se assemelham às águas pluviais.
Artigo 113.º
Equiparação de características
1- Aplicar-se-ão à admissão de águas residuais em sistemas de drenagem públicos,
no que respeita à equiparação das suas características, as regras constantes deste
artigo.
2- Às águas residuais comerciais referidas na alínea a) do n.º 4 do artigo 109.º do
presente Regulamento aplicar-se-ão as disposições relativas às águas residuais
domésticas.
51
4- Às águas de infiltração aplicar-se-à o que está disposto relativamente a águas
pluviais ou, no caso de se misturarem com quaisquer outras águas residuais, o que
estiver regulamentado para estas.
Artigo 114.º
Padrão de águas residuais
Para efeitos de avaliação qualitativa do grau de poluição, estabelecem-se como
padrão de águas residuais, as águas residuais comunitárias definidas no n.º 1 do
artigo 109.º.
Artigo 115.º
Admissão de águas residuais
em sistemas unitários
1- São admissíveis em sistemas de drenagem do tipo unitário as seguintes águas
residuais:
a) Águas residuais domésticas;
b) Águas residuais industriais com características apropriadas;
c) Águas residuais pluviais.
2- As características apropriadas para admissão de águas residuais industriais, são as
definidas nos artigos 76.º, n.º 3; 118.º e 119.º do presente Regulamento.
Artigo 116.º
Admissão de águas residuais comunitárias
em sistemas separativos
1- São admissíveis em sistemas de drenagem do tipo separativo as seguintes
categorias de águas residuais:
a) Águas residuais domésticas;
b) Águas residuais industriais com características apropriadas.
2- As características apropriadas para admissão de águas residuais industriais são as
definidas nos artigos 76.º n.º 3; 118.º e 119.º do presente Regulamento.
Artigo 117.º
Admissão de águas residuais pluviais
em sistemas separativos
1- São admissíveis em redes pluviais de drenagem do tipo separativo as águas de
precipitação atmosférica e as que com estas se misturam.
2- A admissão de águas de arrefecimento em processos industriais, ficará sujeita a
autorização municipal, a qual será concedida a requerimento do interessado se, após
estudo do assunto e ponderação das consequências, tal se mostrar aceitável, ficando
as mesmas águas sujeitas a todo o tipo de encargos inerentes às águas residuais
industriais.
52
Artigo 118.º
Parâmetros de admissão
1- Para que as águas residuais industriais e similares, bem como as provenientes de
instalações hospitalares, laboratórios e as demais previstas no presente Regulamento,
sejam admitidas nos sistemas públicos de drenagem devem respeitar os parâmetros
de qualidade constantes do presente artigo e da lei em geral, designadamente o
Decreto-Lei n.º 236/98, de 1 de Agosto.
2- A concentração hidrogeniónica deverá corresponder a um pH situado entre os
limites normais, não devendo em caso algum ser inferior a 6 ou superior a 9, na
escala de Sörensen.
3- A temperatura deve ser igual ou inferior a 30ºC.
4- A cor, medida na escala platina-cobalto, não deve exceder 45 unidades nem, de
maneira geral, ser susceptível de causar reclamações por parte da entidade operadora
da estação de tratamento, ou de membro da comunidade.
5- A carência bioquímica do oxigénio, medida aos cinco dias e a 20ºC (CBO5), não
deve exceder 1000mg/l.
6- A carência química de oxigénio (CQO) não deve exceder os 2000mg/l.
7- Os sólidos grosseiros não devem apresentar dimensões em qualquer dos eixos
possíveis, iguais ou superiores a 5cm.
8- Os sólidos suspensos totais (SST) não devem exceder 1000mg/l.
9- Os sólidos dissolvidos totais (SDT) não devem exceder os 7500mg/l.
10- O teor em hidrocarbonetos totais não deve exceder os 15mg/l.
11- O teor de óleos e gorduras não deve exceder os 50mg/l.
12- Os detergentes devem ser biodegradáveis e o seu teor não deve exceder 75mg/l
13- Os elementos e substâncias químicas, enumerados a seguir, não devem exceder
os teores indicados, em miligramas por litro (mg/l):
a) Alumínio total – 10
b) Cianetos totais – 0.5
c) Cloro residual disponível total – 1
d) Fluoretos totais – 10
e) Fenóis em C6H5 OH – 0.5
f) Sulfatos – 1500
g) Sulfuretos – 1
h) Ferro total - 2
14- Os metais com possível acção tóxica, enumerados a seguir, não devem exceder os
teores indicados em miligramas por litro (mg/l):
a) Arsénio total – 1
b) Cádmio total – 0.2
c) Chumbo total – 1
d) Cobalto total – 5
e) Cobre total – 1
53
f) Crómio hexavalente – 0.1
g) Crómio total – 2
h) Estanho total – 1
i) Mercúrio total – 0.05
j) Níquel total – 2
k) Prata total – 5
l) Zinco total – 5
m) O teor dos metais indicados neste número não deve exceder, no total, os 10mg/l.
15- Para além destes parâmetros, os teores das substâncias a seguir indicadas não
devem igualmente exceder em miligramas por litro (mg/l):
a) Azoto amoniacal – 100
b) Nitritos – 10
c) Nitratos – 100
d) Cloretos – 70
e) Fósforo total – 10
f) Óleos minerais – 15
16– As flutuações das características qualitativas e quantitativas das águas residuais
acima definidas, diárias ou sazonais, não devem ser de molde a causar perturbações
nos sistemas de tratamento.
Artigo 119.º
Condições de ligação
1- Em qualquer caso a ligação ao sistema público de drenagem de águas residuais
industriais só é admissível após a apresentação na Entidade Gestora do respectivo
pedido, acompanhado de estudo técnico que, nomeadamente, defina:
a) Caracterização do processo produtivo;
b) Caracterização do efluente a descarregar;
c) Caudal médio diário bimensal;
d) Concentrações máximas previstas para os parâmetros descritos no presente
artigo.
2- Uma vez analisado o pedido formulado, a Entidade Gestora pode impor a
instalação de um pré-tratamento destinado à obtenção dos limites de descarga
exigidos, entendendo-se estes como os parâmetros medidos à entrada do efluente no
sistema de drenagem pública.
3- O pré-tratamento referenciado a aprovar pela Entidade Gestora, após parecer da
Direcção Regional do Ambiente deverá comportar, entre outros órgãos, um tanque de
regularização, um medidor de caudal com registo de dados em contínuo, e um
colector de amostras ou local para a sua instalação.
4- A entidade Gestora poderá ainda impor outros pontos de medição , caso o julgue
indispensável para avaliação correcta da carga de poluição, bem como impor o valor
máximo do caudal horário a lançar no sistema público de drenagem e definir outros
parâmetros mais restritivos, nos casos em que tal se justifique.
54
Artigo 120.º
Controlo e fiscalização
1– Os proprietários das instalações industriais cujas águas residuais sejam ligadas ao
sistema público de drenagem obrigam-se, perante a Entidade Gestora, a manter e a
operar os órgãos de pré-tratamento e os órgãos de controle, designadamente
medidores de caudal e amostradores, e a efectuar a sua instalação em locais
acessíveis, permitindo o acesso aos funcionários da Entidade Gestora, devidamente
identificados, ou outros desde que devidamente habilitados por estes, dentro do
horário normal de trabalho ou em horário a acordar entre aqueles e os utentes.
2- Os proprietários das instalações industriais obrigam-se ainda perante a Entidade
Gestora a proceder ao envio bimensal de relatórios de controlo nos quais se
explicitem os valores médios diários e de ponta horária do caudal lançado no sistema
público de drenagem e os valores das determinações analíticas dos parâmetros de
controlo, nomeadamente os valores médios diários e os valores de ponta máximos.
3– Sempre que a Entidade Gestora entender necessário, pode proceder por si ou por
interposto adjudicatário para o efeito contratado, à colheita de amostras, em número
de três, para análise e à aferição dos medidores de caudal instalados, elaborando
relatórios a partir dos resultados obtidos, que devem remeter aos proprietários,
indicando-lhes as anomalias detectadas e o prazo para a sua correcção.
4– Das amostras recolhidas, uma destina-se ao estabelecimento industrial e outra à
Entidade Gestora, sendo a última devidamente acondicionada para efeitos de
contraprova, sempre que tecnicamente possível.
5– Dos resultados do relatório pode o proprietário reclamar no prazo de 30 dias.
6– Uma vez interposta a reclamação, a mesma será resolvida, mediante a contraprova
da análise da amostra que foi recolhida por entidade devidamente habilitada para o
efeito.
7– A reclamação dos resultados da aferição do medidor de caudal é resolvida por
entidade expressamente habilitada para o efeito.
8– Provando-se a validade do relatório remetido pela Entidade Gestora, o
proprietário fica obrigado:
a) Ao pagamento de todas as despesas;
b) Ao pagamento das correcções das facturas, entretanto emitidas, reportadas aos
últimos quatro meses, em função do erro detectado no medidor de caudal e relativas à
tarifa de utilização do sistema público de drenagem, se a isso houver lugar;
c) À correcção, no prazo de 10 dias úteis das anomalias detectadas;
d) Às sanções previstas no presente Título deste Regulamento Municipal, se a elas
houver lugar.
Artigo 121.º
Casos de explorações agrícolas, piscícolas e pecuárias
Desde que exista a possibilidade de ligação a sistema de drenagem municipal, as
águas residuais provenientes de explorações agrícolas, piscícolas e pecuárias serão
consideradas, para todos os efeitos, como águas residuais industriais e, como tal,
submetidas ás limitações qualitativas e quantitativas constantes das disposições da
presente secção.
55
Artigo 122.º
Descargas acidentais
1– Os responsáveis pelas águas residuais industriais devem tomar todas as medidas
preventivas necessárias, incluindo a construção de bacias de retenção ou de
emergência, para que não ocorram descargas acidentais que possam infringir os
condicionamentos previstos no artigo 118.º do presente Regulamento.
2– Se ocorrer alguma descarga acidental, não obstante as medidas tomadas, o
responsável pelas instalações industriais deve informar de imediato a Entidade
Gestora do sucedido.
3– Os prejuízos resultantes de descargas acidentais são objecto de indemnizações nos
termos da lei e, nos casos aplicáveis, de procedimento criminal.
Artigo 123.º
Métodos de amostragem, de medição de caudal e de análise
1– As colheitas de amostras de águas residuais industriais para os efeitos do presente
Regulamento, são realizadas imediatamente antes da ligação ao sistema público de
drenagem, de modo que sejam representativas do efluente a analisar.
2– As colheitas de amostras para controlo são efectuadas de modo a obterem-se
amostras instantâneas, a intervalos de duas horas, ao longo de cada período de
laboração diária, em todos os dias de laboração da semana.
3– Todos os dias deve ser preparada uma amostra composta, proporcional ao
respectivo caudal, a partir da qual é obtido o valor médio diário para cada parâmetro.
4– Os métodos analíticos a utilizar são os estabelecidos na legislação em vigor.
Artigo 124.º
Autorização da ligação da descarga
1- Após a análise do pedido a que se refere o n.º 1 do artigo 119.º do presente
Regulamento, a Entidade Gestora pode:
a) Conceder a autorização de ligação sem condições;
b) Conceder a autorização de ligação condicionada;
c) Recusar a autorização de ligação.
2– A autorização condicionada e a recusa são sempre fundamentadas.
3– É obrigatoriamente reapreciado todo o processo de autorização de ligação sempre
que:
a) O estabelecimento registe um aumento de produção igual ou superior a 25% da
média das produções totais dos últimos três anos;
b) Se verifiquem alterações qualitativas ou quantitativas das águas residuais;
c) Haja alteração do utente industrial a qualquer título.
4– As autorizações de ligação da descarga são válidas por um período nunca superior
a cinco anos.
56
5– Caso o utente pretenda que a mesma lhe seja renovada, deve requerê-la com a
antecedência mínima de 30 dias úteis, em relação ao limite do prazo de validade
anterior, por processo idêntico ao da requisição inicial.
6– Aos estabelecimentos industriais existentes, em termos da sua ligação à rede
pública de drenagem, à data de entrada em vigor do presente Regulamento, é dado
prazo de um ano para aplicar as disposições do presente capítulo.
CAPÍTULO III
Serviço de drenagem de águas residuais
Artigo 125.º
Contratos
1– O pedido de prestação do serviço de drenagem de águas residuais é da iniciativa
do interessado, devendo ocorrer em simultâneo com o pedido de prestação do serviço
de abastecimento de água, se for caso disso, sendo objecto de contrato com a
Entidade Gestora, lavrado em modelo próprio e instruído de acordo com as
disposições legais em vigor, com base em prévia requisição efectuada por quem tiver
legitimidade para o fazer, designadamente os proprietários, usufrutuários e
arrendatários, sempre que, por vistoria local realizada nos termos do presente
Regulamento, se verifique que as canalizações do sistema predial estão ligadas ao
sistema público de drenagem e desde que estejam pagas as importâncias devidas.
2– Quando a Entidade Gestora for a responsável pelo fornecimento da água e
drenagem das águas residuais, o contrato pode ser único e englobar simultaneamente
os serviços prestados.
3– Do contrato celebrado deve a Entidade Gestora entregar uma cópia ao requerente,
tendo em anexo o clausulado aplicável.
Artigo 126.º
Cláusulas especiais
1– São objecto de cláusulas especiais os serviços de recolha de águas residuais que,
devido ao seu elevado impacte nas redes de drenagem, devam ter um tratamento
específico, designadamente a prestação do serviço de drenagem de águas residuais
industriais.
2– Quando as águas residuais industriais a recolher possuam características
agressivas ou perturbadoras dos sistemas públicos de drenagem, os contratos devem
incluir a exigência de pré-tratamento das águas residuais industriais antes da sua
ligação ao sistema público de drenagem.
3– Na recolha de águas residuais, devem ser claramente definidos os parâmetros de
poluição, que não devem exceder os limites aceitáveis pelo sistema público de
drenagem.
4– A prestação de serviços de drenagem de águas residuais industriais pode ser
realizada pela Entidade Gestora, sempre que o estabelecimento em causa não utilize
água distribuída por aqueles para o processo de produção.
57
5– Pode ficar expresso no contrato que a Entidade Gestora se reserva no direito de
proceder às medições de caudal e colheita das amostras para controlo que considere
necessárias.
6– Na celebração de cláusulas especiais, deve ser acautelado tanto o interesse da
generalidade dos utentes, como o justo equilíbrio de exploração dos sistemas
públicos de drenagem.
Artigo 127.º
Encargos de celebração dos contratos
As importâncias a pagar pelos interessados à Entidade Gestora para drenagem de
águas residuais, são as correspondentes às tarifas definidas no artigo 129.º do
presente Regulamento.
Artigo 128.º
Denúncia do contrato
3– Os utentes podem denunciar, a todo o tempo, os contratos que tenham celebrado,
desde que o comuniquem por escrito à Entidade Gestora
2– Sendo o contrato único, incluindo a prestação do serviço de fornecimento de água,
a denúncia será feita nos termos previstos no artigo 20.º do Título II do presente
Regulamento.
3– Tratando-se de contratos de drenagem de águas residuais industriais de
estabelecimentos que utilizem ou pretendam vir a utilizar água distribuída pela
Entidade Gestora, a denúncia implica, da parte desta, a interrupção da ligação
imediatamente após a denúncia do contrato que foi celebrado.
CAPÍTULO IV
Tarifas e cobranças
Artigo 129.º
Regime tarifário
1 – Compete à Entidade Gestora exigir o pagamento, nos termos legais, da tarifa
correspondente à utilização do sistema público de drenagem, quando este existir, a
pagar por todos os consumidores que sejam simultaneamente utentes daquele, sendo
liquidada conjuntamente com os consumos de água, bem como as importâncias
correspondentes às demais tarifas fixadas pela Entidade Gestora, sob proposta
devidamente fundamentada daqueles.
2– Pela fiscalização e ensaio do sistema predial, o proprietário ou titular da licença de
construção deve pagar a respectiva tarifa, por cada fogo a servir, cujo valor é fixado
pela Câmara Municipal de ÍLHAVO, sob proposta da Entidade Gestora.
3– O valor da tarifa de utilização do serviço de drenagem é fixado pela Câmara
Municipal de ÍLHAVO, sob proposta da Entidade Gestora, tendo em conta o tipo de
utentes, nos termos seguintes:
a) Utente familiar (doméstico) – Tu = a+bxc
b) Utente não familiar (não doméstico) – Tu = 2 a+3bxc
Em que:
a = corresponde ao preço/custo da disponibilidade do serviço de drenagem de águas
residuais, (tarifa de disponibilidade) a cobrar a todos os consumidores de água que
sejam servidos pelo sistema público de drenagem, utilizem-no ou não,
independentemente do consumo de água que façam.
58
b = representa o preço/custo da utilização efectiva do sistema público de drenagem a
cobrar por cada metro cúbico de água consumida ou efluente rejeitado.
c = representa o consumo de água de cada utente/consumidor ou o caudal medido de
águas residuais industriais, produzidas pelos utentes não consumidores dos serviços
públicos de fornecimento de água, em metros cúbicos.
59
Artigo 131.º
Redução de tarifas e pagamento em prestações
1 – Os consumidores domésticos que se encontrem em situações de debilidade
económica, comprovada pela Acção Social da Câmara Municipal, poderão gozar do
direito à redução ou isenção do valor relativo à tarifa de utilização indicadas no artigo
55.º do presente Regulamento, quando o seu consumo de água for inferior a 5 m3.
2 – Quando, mediante inquérito social, se comprove a extrema debilidade económica,
pode aplicar-se a redução ou isenção prevista no número 1, ao pagamento dos ramais
de ligação.
3 – Em casos devidamente justificados, poder-se-à ainda admitir o pagamento do
referido nos números anteriores em prestações mensais, no máximo de 10, se assim
for requerido pelo interessado, no prazo máximo de 10 dias sobre o final do período
normal do pagamento indicado na factura/recibo, mediante o acréscimo de juros
indexados à taxa de desconto do Banco de Portugal.
4 – Neste último caso, deverá a primeira prestação ser paga após notificação do
deferimento ao requerimento apresentado conforme o previsto no número anterior, e
as seguintes, dentro dos primeiros 15 dias de cada mês seguinte. A falta de
pagamento das prestações fixadas no número anterior, implica a obrigatoriedade do
pagamento imediato das restantes prestações em dívida.
5 – Nos casos previstos nos números 1, 2 e 3 do presente artigo a decisão final caberá
sempre à Câmara Municipal, após proposta apresentada pela Entidade Gestora,
através do Vereador do respectivo pelouro.
Artigo 132.º
Facturação
1– O valor global da tarifa de utilização do sistema público de drenagem é incluído
na factura do consumo de água de cada utente, evidenciado em campo específico,
excepto se aquele não for consumidor.
2– A periodicidade de emissão das facturas é definido de acordo com o artigo 62.º do
Título II do presente Regulamento.
3– As facturas emitidas deverão descriminar os serviços prestados, as
correspondentes tarifas e os volumes de águas residuais que dão origem às verbas
debitadas.
4– A facturação a emitir, sob a responsabilidade da Entidade Gestora, pode obedecer
a valores estimados dos consumos de água, os quais serão sempre tidos em conta na
facturação posterior, bem como na aplicação do disposto nos artigos 57.º; 58.º e 59.º
do Título II do presente Regulamento.
5– A cobrança voluntária e coerciva da tarifa de utilização do sistema público de
drenagem rege-se pelas normas aplicáveis à cobrança das facturas de água.
6– O prazo, forma e local de pagamento das respectivas tarifas a cobrar pela Entidade
Gestora, é a que se define no artigo 60.º do Título II do presente Regulamento.
60
CAPÍTULO IV
Penalidades, reclamações e recursos
SECÇÃO I
Penalidades
Artigo 133.º
Regime aplicável
1- A violação do disposto no presente Título deste Regulamento Municipal constitui
contra-ordenação punível com as coimas indicadas nos artigos seguintes.
2- O regime legal e de processamento das contra-ordenações obedecerá ao disposto
no Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro, e respectiva legislação complementar.
3- Em todos os casos a tentativa de violação do referido no n.º 1 do presente artigo
será punível.
Artigo 134.º
Violação das normas de serviço público de drenagem
de águas residuais
1- Serão punidas com uma coima, variando entre o mínimo de 70.000$00 e um
máximo de 500.000$00, as pessoas singulares que, para além das disposições
igualmente aplicáveis, constantes do artigo 66.º do Título II do presente
Regulamento:
a) Procedam à instalação de sistemas públicos de drenagem de águas residuais sem
observância das regras e condicionantes aplicáveis;
b) Façam uso indevido ou por qualquer motivo danifiquem qualquer obra ou
equipamento do sistema público de drenagem;
c) Procedam à execução de ligações ao sistema público de drenagem, sem
autorização da Entidade Gestora;
d) Alterem o ramal de ligação de águas residuais ao colector público;
e) Procedam a lançamentos interditos, como tal previstos no Decreto Regulamentar
n.º 23/95, de 23 de Agosto.
2- A violação de qualquer norma do presente Título deste Regulamento para a qual
não esteja especificamente prevista a penalidade correspondente, será punida com
uma coima entre o mínimo de 5000$ e o máximo de 200 000$.
3- Será punido com as coimas previstas no número anterior todo aquele que:
a) Incorrer em violação dos deveres fixados no artigo 9.º, alíneas a) e f), e no
artigo 10.º, alíneas a), d) e e);
b) Proceder a despejos ou drenagem de águas residuais provenientes de fossas,
para a via pública ou terrenos contíguos;
c) Consinta na execução ou execute obras nos sistemas prediais de drenagem,
mesmo que já estabelecidos e aprovados, sem prévia autorização da CMI;
d) Impeça ou se oponha a que os funcionários da CMI, devidamente
identificados, exerçam a fiscalização do cumprimento do presente Título deste
Regulamento.
4- Nos casos de pequena gravidade e em que seja diminuta tanto a culpa como o
benefício económico do infractor, poderá ser decidida a aplicação nos termos do
artigo 51.º do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro, de uma mera admoestação.
61
5- No caso da contra-ordenação ter provocado consequências ou danos sanitários,
será a mesma punida nos termos do artigo seguinte.
Artigo 135.º
Punição de pessoas colectivas
Quando aplicadas a pessoas colectivas, as coimas previstas nos artigos antecedentes
serão elevadas ao dobro, podendo a coima máxima atingir os 6.000 000$, nos termos
previstos no artigo 29.º do Decreto-Lei n.º 207/94, de 6 de Agosto.
Artigo 136.º
Reincidência
Em caso de reincidência, a contra-ordenação será punida pelo pagamento da coima
aplicada pelo dobro, reduzido ao limite máximo imposto por lei, quando for caso
disso.
Artigo 137.º
Extensão da responsabilidade
1- A aplicação do disposto nos artigos anteriores não inibe o infractor da
responsabilidade civil ou criminal que ao caso couber.
2- O infractor será obrigado a executar os trabalhos que lhe forem indicados, dentro
do prazo que para o efeito lhe for fixado, e a ele serão imputados os danos que da
infracção resultarem para a CMI.
Artigo 138.º
Responsabilidade de menor ou incapaz
Quando o infractor das disposições deste Regulamento for menor ou incapaz,
responde pela coima aplicada o seu responsável legal.
Artigo 139.º
Produto das coimas
Salvo estipulação expressa na lei em contrário, o produto das coimas constitui receita
municipal.
Artigo 140.º
Competência e acção fiscalizadora
1- Compete aos serviços de fiscalização do município, com a colaboração das
autoridades administrativas e policiais, a fiscalização e cumprimento das disposições
do presente Título deste Regulamento.
2 – Fazem parte da fiscalização, para efeitos do presente Título deste Regulamento
Municipal, para além dos fiscais municipais, os leitores cobradores e outros
trabalhadores da EG.
3- A competência para a instrução dos processos de contra-ordenação será cometida
a um Vereador mandatado para o efeito pela Câmara Municipal.
4- A competência para a aplicação das coimas caberá ao Presidente da Câmara
Municipal o qual, nos termos da legislação em vigor, poderá delegar no Vereador
responsável pelo respectivo pelouro.
62
Artigo 141.º
Actualização
1- Os valores das coimas fixadas no presente Título deste Regulamento poderão ser
actualizados pela Assembleia Municipal, mediante proposta do órgão executivo.
2- As actualizações que vierem a ser aprovadas serão identificadas por um número
sequencial e publicadas como anexo ao presente Regulamento.
3– As actualizações não poderão no entanto ultrapassar os limites fixados por lei.
Artigo 142.º
Apreensão de objectos
1- Como sanção acessória de uma contra-ordenação, correspondente à violação das
normas do presente Título deste Regulamento, a CMI poderá proceder à apreensão
de objectos.
2 - O município observará o disposto no Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro,
no que respeitar ao processo especial de apreensão de objectos.
SECÇÃO II
Reclamações e recursos
Artigo 143.º
Reclamações
1- A qualquer interessado assiste o direito de reclamar junto da Entidade Gestora,
contra qualquer acto ou omissão desta que tenha lesado os seus direitos ou interesses
legítimos, protegidos pelo presente Título deste Regulamento.
2- O requerimento a apresentar pelo utilizador no prazo máximo de 20 dias a contar
do facto ou omissão, deverá ser despachado pelo autor do acto, quando competente
para o efeito, ou pelo dirigente máximo do serviço, e/ou Vereador do respectivo
pelouro no prazo de 30 dias, se outro mais curto não estiver estabelecido,
notificando-se o interessado do teor do respectivo despacho e sua fundamentação.
3- No prazo de 30 dias a contar da comunicação referida no número anterior, pode o
interessado interpor recurso hierárquico para a Câmara Municipal.
4- O recurso hierárquico não tem feito suspensivo sobre o motivo que lhe deu
origem, salvo decisão em contrário a proferir pelo órgão competente da Entidade
Gestora.
Artigo 144.º
Recurso da decisão de aplicação da coima
A decisão do órgão competente que aplicar uma coima pode ser impugnada
judicialmente, nos termos do Decreto-Lei n.º 433/82, de 27 de Outubro.
63
TÍTULO III
Disposições finais e transitórias
Artigo 145.º
Desburocratização e desconcentração de poderes
1- Na exigência do cumprimento das normas deste regulamento, deve a entidade
gestora ter a preocupação da eficiência, qualidade do serviço e atenção aos
utilizadores, adoptando para o efeito as medidas que, sendo razoáveis e permitidas, se
afigurem mais favoráveis e facilitadoras.
2- A Câmara Municipal fica autorizada a distribuir, pelos diversos sectores
competentes, os poderes instrumentais e de execução e a delegar até ao segundo nível
hierárquico as competências e poderes fixados nos artigos 32.º, n.º 4; 33.º, n.º 2; 36.º,
n.º 1; 49.º, n.º 1; 96º, n.º 2; 98, n.º 3; 99, n.º 3; 103.º, n.º1,e 3 deste Regulamento.
3- O Presidente da Câmara, com a faculdade de delegar nos Vereadores dos
pelouros respectivos, exercerá os poderes para proceder às intimações que se
afigurem necessárias para o cumprimento do disposto neste Regulamento, tendo estas
a mesma executoriedade e definitividade de idênticos actos praticados pela Câmara
Municipal.
Artigo 146.º
Normas aplicáveis e remissões
1 - A partir da entrada em vigor deste Regulamento, por ele serão regidos todos os
fornecimentos, incluindo aqueles que se encontrarem em curso.
2 - Em tudo que o presente Regulamento for omisso é aplicável o Regulamento Geral
dos Sistemas Públicos e Prediais de Distribuição de Água e de Drenagem de Águas
Residuais, aprovado pelo Decreto Regulamentar n.º 23/95, de 23 de Agosto, com a
devida remissão para o Decreto Lei n.º 207/94, de 6 de Agosto, para o Decreto Lei n.º
445/9, de 20 de Novembro, com as alterações introduzidas pela Lei n.º 29/92, de 5 de
Setembro e pelo Decreto Lei n.º 250/94, de 15 de Outubro e demais legislação em
vigor, com as condicionantes técnicas existentes na área de actuação da Entidade
Gestora no âmbito dos Sistemas de Águas e Saneamento no concelho de ÍLHAVO.
Artigo 147.º
Fornecimento do Regulamento
É fornecido um exemplar do presente Regulamento a todas as pessoas ou entidades
que o pretendam, desde que o solicitem à EG, mediante o pagamento da quantia
correspondente ao seu custo.
Artigo 148.º
Introdução do EURO
A introdução do EURO não terá o efeito de alterar qualquer disposição prevista neste
Regulamento, não eximirá ou dispensará a execução de qualquer disposição aqui
prevista, nem permitirá a alteração ou o termo do contrato celebrado entre a Entidade
Gestora e o Consumidor.
64
Artigo 149.º
Entrada em vigor
Este Regulamento entra em vigor 30 dias após aprovação pela Assembleia
Municipal, mediante afixação de editais nos lugares do costume, considerando-se
revogada a anterior regulamentação similar até aí em vigor na EG.
Artigo 150.º
Actualização das tarifas e preços
1 - As tarifas constantes do presente Regulamento, serão actualizadas anualmente no
âmbito da preparação do orçamento para o ano económico seguinte, tendo em conta a
evolução do índice de preços no consumidor publicado pelo Instituto Nacional de
Estatística, com as necessárias adaptações à evolução dos custos de mercado e os
encargos que incidem sobre os serviços prestados e as correspondentes despesas
administrativas.
2 – Exceptuam-se ao previsto no número anterior, as revisões extraordinárias das
tarifas que venham a tornar-se necessárias no decurso de cada ano, em virtude de
alterações pontuais significativas nos factores determinantes para a formação dos
custos dos serviços prestados.
Artigo 151.º
Norma revogatória
1- São revogadas todas as disposições em vigor sobre a matéria regulada pelo
presente Regulamento, nomeadamente O Regulamento Geral de Abastecimento de
Águas ao Concelho do Ílhavo, aprovado pela Câmara Municipal de ÍLHAVO na sua
reunião de 16 de Julho de 1949.
2- São igualmente derrogadas as disposições regulamentares vigentes, incompatíveis
com o presente Regulamento.
O Vereador do Pelouro
65