TCC Paulo Roque Mendes

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Inspeção Interna e Externa de tanques de

Armazenamento de Combustíveis

Paulo Roque Mendes


Estudante de Engenharia Mecânica, Recife, Brasil
[email protected]

Luiz Pereira da Costa Neto


Professor do Curso de Engenharia Mecânica, UniFG, Recife, Brasil
[email protected]

Centro Universitário dos Guararapes, Rua Comendador José Didier, 27 – Piedade, Jaboatão dos
Guararapes – PE, Brasil, 54400-160

RESUMO: Este artigo pretende apresentar um estudo realizado com a finalidade de através
dos seus levantamentos, dados técnicos coletados proceder uma inspeção interna e externa,
analisar a condição física e concluir com uma correta avaliação a integridade de um
equipamento. Levantar através de um “RELATÓRIO DE INSPEÇÃO” os problemas,
identificar, informar, orientar todas as medidas para correção e a programação de manutenção
Corretiva, Preventiva ou Preditiva. O “RELATÓRIO DE INSPEÇÃO” vai conter um
histórico e deve seguir alguns passos previamente definidos para sua confecção e posterior
implementação de medidas corretivas programadas ao longo do período definido. Podemos
fazer a inspeção visual ou através de equipamentos de C SCAN para uma varredura e
mapeamento de corrosão (PIT’s), indicação de espessura dos anéis e problemas nas juntas
soldadas. Esta varredura levará em consideração as chapas do fundo de tanque, costado e teto,
nas partes interna e externa do equipamento. Os processos de varredura podem necessitar da
utilização de andaimes para facilitar o acesso aos anéis superiores, também vai contemplar a
inspeção e a visualização de porcas, conexões, parafusos, tubulações, válvulas e boca de visita
(BV) para se avaliar as condições de conservação e operação de todos esses acessórios. A
varredura também visa determinar o tipo de corrosão para que seja estimada a extensão do
desgaste, como este se dispõe pela área a ser varrida e quais são os agentes de desgaste que
estão atuando tanto na corrosão localizada quanto na generalizada (NR 13 – 4 jul 2022).
PALAVRAS-CHAVE: Relatório de Inspeção, Corrosão, Integridade do Equipamento

ABSTRACT: This article intends to present a study carried out with the purpose of through
its surveys and technical data collected to carry out an internal and external inspection,
analyze the physical condition and conclude with a correct evaluation of the integrity of
equipment. List through an "INSPECTION REPORT" the problems identified, inform and
guide all measures for correction and programming of Corrective, Preventive and Predictive
maintenance. The "INSPECTION REPORT" will contain a history and must follow some
previously defined steps for its preparation and subsequent implementation of corrective and
programmed measures throughout the defined period. We can make a visual inspection or
through C SCAN equipment for a scan and mapping of corrosion (PIT'S), indication of ring
thickness and problems in welded joints. This scan will consider the tank bottom, side, and
roof plates on the inside and outside of the equipment. The scanning process may require the
use of scaffolding to facilitate access to the upper rings, and will also include the inspection
and visualization of nuts, connections, bolts, pipes, valves, and manholes (manholes) to assess
the conservation and operating conditions of all these accessories. The sweeping also aims to
determine the type of corrosion in order to estimate the extent of wear and how it is arranged
by the area to be swept and what are the wear agents that are acting in both localized and
generalized corrosion (NR 13 - 4 jul 2022).

KEYWORDS: Inspection Report, Corrosion, Equipment Integrity


INTRODUÇÃO

Tanques de superfícies metálicas utilizados para armazenamento de combustíveis são


equipamentos de caldeiraria pesada e usualmente são constituídos por chapas de aço carbono ,
pois além de ser um material mais barato, possui uma melhor resistência, é de fácil obtenção,
processamento e soldabilidade, também são essenciais em diversos processos industriais e
dentro dessa atividade se destaca a “Inspeção de Tanque” que deve obedecer ao Plano de
Inspeção da Empresa. As análises serão realizadas de forma rigorosa e criteriosa para levantar
dados concretos da Integridade do Equipamento. (N-2318, 2016 PETROBRAS).

Todo terminal de combustíveis ou indústria deve seguir os requisitos exigidos por lei,
não só por cumprimentos dos aspectos técnicos, mas, também são levados em consideração os
aspectos de Riscos e Impactos Ambientais causados pela atividade de armazenamento. O
Inspetor tomará como base os requisitos e orientações previstos na NR 13 para a gestão da
Integridade Estrutural do tanque metálico, tubulações, válvulas, porcas, parafusos, flanges e
demais acessórios que fazem parte da composição do equipamento.

As NR’s 20,33 e 35 também fazem parte do conteúdo de normas e orientações que


deverão ser seguidas não só na construção, mas, também na Instalação, Operação, Inspeção e
Manutenção. A Inspeção de Integridade regular tem uma importância fundamental por que
consegue levantar os Riscos não só operacionais, mas, também os Riscos para os
colaboradores, daí a importância de uma eficiente Inspeção. Dentro da inspeção e com as
devidas correções podemos: Impedir o avanço da corrosão generalizada ou localizada; Evitar
a contaminação ambiental através da visualização precoce de possíveis vazamentos;
Visualizar com maior antecedência possíveis desgastes estruturais; Diminuir ou eliminar
possíveis riscos à saúde do colaborador; Ter um importante impacto sobre o lucro operacional
da empresa. (N-2318, 2016 PETROBRAS).

O Relatório de Inspeção além de levantar todos os problemas existentes nos orienta


também qual o tipo de manutenção e acompanhamento técnico que deve ser feito, se
Manutenção Corretiva, Preventiva ou Preditiva além do histórico que irá nortear todo o
controle e planejamento de Integridade do Equipamento.

Ainda dentro do roteiro de Inspeção, alguns itens são considerados essenciais no


processo e também muito importantes nos aspectos de segurança e impactos ambientais,
tópicos:
- Bacia de Contenção, Base, Costado, Pintura, Isolamento térmico, Teto fixo ou flutuante,
Escadas, Plataformas, Passadiços, Válvula de pressão e vácuo, Fundo, Inspeção Interna e
Externa dos componentes, Estrutura de fixação dos tetos internamente, Sistemas de drenagem
e Inspeção de fundo.

Na figura 1 abaixo, mostramos um tanque de teto fixo cônico com suportação interna
(são apoiados numa estrutura em perfis metálicos soldados com o intuito de dar estabilidade
ao equipamento). Onde estão descritos, também, os seus acessórios típicos.

Figura 1: Vista frontal do tanque com teto cônico

Fonte - NBR (7821/1983)

1 - Escotilhas de medição 2 - Chapa do teto 3 - Câmara de espuma 4 - Respiro 5 - Caixas de


selagem de gases 6 - Régua externa do medidor de bóia 7 - Bocas de visita no teto 8 -
Corrimão do teto 9 - Plataforma da escada 10 - Escada helicoidal de costado 11 - Corrimão 12
- Dreno de fundo 13 - Boca de visita no costado 14 - Termômetro 15 - Saída de condensado
16 - Bocais de entrada e saída de produto 17 - Entrada de vapor de aquecimento 18 -
Tubulação de espuma 19 - Porta de limpeza 20 - Chapa do fundo 21 - Misturador 22 -
Costado
Na figura 2 abaixo, mostramos uma visão ampla de um terminal de combustíveis onde
se caracteriza uma bacia de contenção com diversos tanques e capacidades de armazenamento
diferentes, podendo ser utilizado para qualquer tipo de combustível.

Figura 2: Parque de Tanques Metálicos para Armazenamento de Combustíveis

Fonte - PUC / RJ (2019)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Os tanques metálicos para armazenamento de combustíveis possuem suas disposições


gerais que regulam os procedimentos e todo terminal de combustíveis ou indústria devem ter
elaborado um Plano de Inspeções que considere no mínimo, as seguintes variáveis, condições
e premissas:

- Os fluidos armazenados, Condições Operacionais, os mecanismos de danos previsíveis, as


consequências para os colaboradores, Instalações e meio ambiente decorrentes de possíveis
falha dos tanques.

Os estabelecimentos que possuem tanques metálicos de armazenamento devem ter a


seguinte documentação atualizada e em condições de ser utilizada sempre que necessário:

- Registro de dados com as especificações dos tanques que são de fundamental importância no
momento do planejamento e execução das inspeções, Projeto de alteração e/ou reparos,
Relatório de Inspeções e Segurança, Registro de Segurança, Identificação do tanque, Fluido
armazenado e suas respectivas temperaturas de operação, Tipo de Inspeção executada, Data
de início e término da inspeção, Descrição das inspeções, exames e testes executados.
A pintura tem uma relevância muito grande na preservação do equipamento e também
sua importância financeira no momento em que o equipamento está preservado e
disponibilizado para ser utilizado na operação do terminal ou indústria. O cumprimento dos
prazos de manutenção e sua Inspeção períodica são de extrema importância, abaixo estão
listadas as etapas que devem ser cumpridas na manutenção:

1. Pintura primária: Jateamento abrasivo com escória de cobre nos Tanques Novos.
a) 1ª Aplicação: PRIMER EPOXI N 2630
b) 2ª Aplicação: TINTA INTERMEDIÁRIA N 2628
c) 3ª Aplicação: TINTA DE ACABAMENTO N 2677
2. Pintura de manutenção corretiva: realizada por meio de ferramentas manuais (picador
de aço ou bronze, espátula de aço ou bronze, lixa ferro, escova manual) e também
tratamento e preparação de superfície, realizada com ferramentas elétricas,
pneumáticas e manuais.
a) 1ª Aplicação: PRIMER EPOXI N 2288
b) 2ª Aplicação: TINTA INTERMEDIÁRIA N 2628
c) 3ª Aplicação: TINTA DE ACABAMENTO N 2677

Os intervalos de Inspeções dos equipamentos devem obedecer aos prazos estabelecidos


no “PLANO DE INSPEÇÃO” e varia normalmente entre 5 e 10 anos.

2.1 O Relatório de Inspeção

Deve ter anotações referentes a Inspeções Extraordinárias e elas serão feitas, quando:
- Sempre que o tanque for danificado por acidente ou outra ocorrência que comprometa a
segurança dos colaboradores;

- Quando o tanque for submetido a reparos significativos, capazes de alterar sua capacidade
de contenção de fluidos;

- Antes de o tanque ser recolocado em funcionamento, quando permanecer inativo por mais
de vinte e quatro meses;

- Quando houver alteração do local de instalação;

- Registro fotográfico ou da localização das anomalias significativas detectadas nos exames


de inspeção interna e externa.(NR 13 - 04 jul 2022).
Na figura 3 abaixo, temos um exemplo de uma página inicial de um Relatório de
Inspeção onde são anotadas informações básicas de identificação do tanque metálico. Estes
relatórios completos trarão informações fundamentais para todo o planejamento e execução
do tipo de manutenção que deve realizada pelo setor de manutenção.

Figura 3: Exemplo de um Relatório de Inspeção

Fonte - O Autor (2023)

O sistema de SPDA tem um objetivo muito importante que é fixar as condições


exigíveis ao projeto, instalação e manutenção de Sistemas de Proteção contra Descargas
Atmosféricas que visa não só a proteção do equipamento e do produto armazenado, como
também dos colaboradores.

A proteção para tanques metálicos com teto fixo de chapa, aparafusada ou soldada,
utilizados para armazenamento de combustíveis à pressão atmosférica, são considerados auto
protegidos contra descarga atmosférica, desde que satisfaçam simultaneamente aos seguintes
requisitos:

- Todas as juntas entre chapas metálicas devem ser rebitadas, aparafusadas com porcas
soldadas

- Todas as tubulações que entram no tanque devem ser eletromecanicamente ligadas a ele no
ponto de entrada, de modo a assegurar equalização de potencial (ligação entre o SPDA e as
instalações metálicas, destinadas a reduzir as diferenças de potencial causadas pela corrente
de descarga atmosférica).

- Os respiros, válvulas de alivio e demais aberturas que possam desprender vapores


inflamáveis devem ser providas de dispositivos de proteção corta-chama ou ter volume
definido pela classificação de área protegida por um elemento captor (cabos metálicos/malhas
de condutores).

Principalmente um tanque é considerado aterrado se qualquer uma das seguintes


condições for satisfeita:

- O tanque está conectado a um subsistema de aterramento que atende as exigências

- O tanque está acoplado eletromecanicamente a uma rede de tubulações eletricamente


continua e aterradas

- Um tanque cilíndrico vertical está apoiado no solo, ou sobre uma base de concreto que tem
no mínimo 6 m de diâmetro, ou está apoiado sobre um revestimento betuminoso que tem no
mínimo 15 m de diâmetro. (NBR 5419- 2001).

O Sistema de Incêndio estabelece os requisitos mínimos para os projetos de “Sistema


de Combate a Incêndios” com água e com espuma, destinados a instalações de
armazenamento de líquidos inflamáveis e combustíveis com capacidade superior a 230 L, a
pressão igual ou inferior a 103,9 KPa, medida no topo dos tanques.

No projeto de Sistemas de Proteção contra incêndios por água ou espuma, devem ser
considerados alguns conceitos fundamentais:

Dimensionamento pelo maior risco predominante quanto a demanda de água e a condição de


maior demanda de espuma.
Não simultaneidade de eventos, isto é, o dimensionamento deve ser feito com base na
ocorrência de apenas um evento.

Os hidrantes e os canhões fixos, quando manualmente operados, devem ficar afastados no


mínimo 15m do costado do tanque a ser protegido, não sendo recomendado que os canhões
fixos e/ou hidrantes fiquem localizados sobre os diques ou dentro da bacia de contenção.

Atendidas as necessidades de vazão e pressão da rede de água, os canhões-monitores e/ou as


linhas manuais usados para resfriamento ou extinção de incêndio em tanques verticais ou
horizontais devem ser capazes de:

Resfriar o teto e o costado ou atingir a superfície do líquido quando em chamas (no caso de
aplicação de espuma). (NBR 17505-7, ABNT 3ª ed, 31 mar 2015)

3 METODOLOGIA

Os Planejamentos das Atividades de Inspeção de Integridade devem seguir um roteiro


e após essa definição, os colaboradores da Manutenção e Operação devem participar de uma
reunião para discussão e apresentação da rotina de atividades previstas.

3.1 Análise do Histórico Existente

- Compreende a análise detalhada de falhas e inspeções já realizadas, visando identificar


problemas ocorridos que possam ter causado algum dano estrutural ou operacional ao
equipamento. (A empresa deve disponibilizar desenhos e relatórios anteriores).

3.1.1 Requisitos para Limpeza de Tanque

- Antes da Inspeção com MFL (Vazamento de Fluxo Magnétic - dimensionamento de


corrosão). O tanque deve ser retirado de operação e todo o produto que fica abaixo da BV
(Boca de de visita) deve ser succionado através de caminhão à vácuo e armazenado em um
tanque definido pelo terminal ou industria. Após a retirada do produto deve-se proceder uma
sequência de atividades.

1. Planejamento: Toda a equipe deve ser treinada e preparada nas NR’s 20,33 e 35, A equipe
deve ser composta por Vigias, motoristas e operadores, Providenciar todos os equipamentos
de segurança (ex: cilindro de oxigénio para respiração autónoma, maca, protetor de pescoço,
rádio portátil para comunicação com a sala de operações), isolamento do tanque, instalar um
exaustor para ventilação forçada por 48 horas, fazer a 1ª análise de atmosfera através de um
detector de 4 gases:(Hidrocarbonetos (HC), Oxigénio (O2), Sulfeto de hidrogénio (H2S),
Monóxido de Carbono (CO).

2. Execução: Abertura de PET (Permissão de Entrada e Trabalho), 2ª Análise de atmosfera


para confirmar a eliminação de gases e vapores, equipe acessar o interior do tanque, iniciar a
lavagem do teto, costado e piso com água, utilizar máquina de alta pressão, Lavar e esfregar
com desengraxante o piso, costado e teto. Após a lavagem, succionar com o caminhão à
vácuo a água oleosa e armazenar num 2º caminhão de apoio. Proceder uma inspeção para
retirar carepas, parte de ferromagnéticos, areias, granalhas e outros detritos que impeçam a
varredura.

Figuras 4 e 5 abaixo: Na figura 4, temos a execução da limpeza e lavagem do costado e piso;


Na figura 5, temos o tanque pronto para varredura de inspeção.

Figura 4 Figura 5

Fonte - O Autor (2023)

3. Destinação de água Oleosa: o procedimento de coleta, transporte e destinação final da água


oleosa é todo feito seguindo as normas Ambientais vigentes, utilizando a plataforma SINIR
(Sistema Nacional de Informações sobre Gestão dos Resíduos Sólidos) e acompanha o MTR
(Manifesto de Transporte de Resíduos). A utilização dessa plataforma assegura ao Gerador,
Transportador e Destinador toda a rastreabilidade dos resíduos transportados e destinados.

Fgura 6 baixo: Caminhão à Vácuo com capacidade de 15M³ utilizado para succionar,
transportar e destinar a água oleosa oriunda da limpeza e lavagem dos tanques.
Fonte - O Autor (2023)

3.2 INSPEÇÃO EXTERNA

É realizada com o tanque ainda armazenado com produto, durante essa inspeção, não
se deve ter movimentação de produto, por questões de segurança e operacionais. Deve-se
seguir um roteiro:

A) Bacia de Contenção:

- Inspeção do dique quanto às condições físicas e integridade dos taludes e da vegetação


que deve ser rasteira, Inspeção quanto ao acúmulo de sujeiras, detritos, indícios de
vazamentos e suas condições físicas, Sistema de drenagem (canaletas, válvulas, grades),
verificar condições físicas de eletrodutos quanto ao sistema de iluminação dos misturadores,
da instrumentação eletrônica e dos atuadores das válvulas, condições físicas de plataformas
sobre o dique e sobre as linhas de entrada e saída, Avaliar as condições dos pisos, caso seja de
concreto se tem rachaduras.

* Válvulas e grades: quanto à corrosão e empenamento

* Adufas ou comportas quanto a corrosão e empenamento

B) Fundação:

- Verificar a existência de recalques, caso necessário, será recomendado medição do


prumo do costado e/ou levantamento topográfico.
C) Anel de concreto:

- Inspeção do anel de concreto quanto a fissuras, ferragem exposta, avarias mecânicas,


desagregação do concreto, as chapas de apoio quanto a corrosão, verificar a existência de
possíveis vazamentos, declividade, inspecionar a impermeabilização da base;

- Verificação pela existência de desagregação de concreto, pedra britada ou material de


rocha moído junto as chapas do costado. A presença deste material pode permitir a entrada de
água.

D) Escadas, Plataformas e Passadiços:

- Inspeção de todos os degraus, corrimãos, e plataformas quanto à corrosão e peças


danificadas;

- Verificação da existência de furos para escoamento de água nos degraus e piso das
plataformas;

- Verificação das condições físicas dos dispositivos antiderrapantes dos degraus e pisos;

- Inspeção visual das soldas quanto a existência de trincas e corrosão.

E) Costado

- Avaliação do estado físico da pintura, com elaboração de mapeamento do costado.

- Verificação através de exame visual em todo o costado, os seguintes itens:

- Ocorrência de regiões com sinais da existência prévia de vazamentos;

- Corrosão nas chapas e juntas soldadas, locais mais suscetíveis: rodapé, região sob
degraus da escada helicoidal, eventuais frestas entre perfis soldados e o costado e regiões de
acumulo de vegetação;

- Verificação de deforma nas chapas;

- Verificação das verticalidades nos pontos N/S/L/O através de prumo ou mangueira de


água;

- Medição de espessura por amostragem em 4 (quatro) geratrizes N/S/L/O ou seja 90º


através de UT automatizado C SCAN, largura de varredura 400mm, resolução de varredura
20mm x 01 mm;
- Inspeção através de exame visual e medição de espessura, nas conexões do costado e as
respectivas válvulas quanto corrosão nas faces dos flanges e sinais de vazamento;

- Inspeção da porta de limpeza e bocas de visita quanto a sinais de vazamentos e corrosão.

- Verificar as condições físicas das chapas de apoio pelo lado externo do tanque quanto à
avaliação da corrosão. Caso necessário, realizar ensaio de ultrassom C-SCAN para ver perda
do substrato.

Na figura 7 abaixo, temos o exemplo de uma corrosão generalizada no Costado de um Tanque,


que comprometeu a integridade do equipamento.

Figura 7: Amostra de uma Corrosão Generalizada no Costado

Fonte - O Autor (2023)


F) Teto Fixo:

- Avaliação visual do estado do teto com registro fotográfico dos piores pontos
encontrados;

- Inspecionar as chapas e juntas soldadas quanto a corrosão, deformação e furos. As


regiões mais susceptíveis são regiões de acúmulo de água e sob isolamento térmico (caso
existente);

- Inspecionar as bocas de visita e conexões do teto quanto a corrosão e vazamentos;

- Avaliação da solda de ligação do teto e costado em conformidade com a API STD 650;

- Inspecionar visualmente os acessórios quanto a ataque corrosivo, limpeza e


estanqueidade:
- Válvulas de pressão e vácuo, Corta chamas, Respiros, Guarda corpo, Sistema de
Medição, Tomada de amostra

- Medição de espessura por amostragem em “X” ao longo das chapas do teto através de
ultrassom automatizado C-SCAN, largura de varredura 400mm, resolução 20mm x 01mm;

- Inspeção de todos os bocais de teto através de ultrassom ME em 4 pontos em cruz;

- Outros pontos poderão ter a sua espessura medida, caso seja constatado através da
inspeção visual a ocorrência de corrosão acentuada ou pontos onde haja abaulamentos
excessivos no teto.

G) Elétrica e Aterramento:

- Verificar a integridade do aterramento elétrico;

- Inspeção dos cabos de aterramento, verificando sua ideal fixação;

- Medição da resistividade da malha de aterramento.

H) Sistema Fixo de Combate a Incêndio:

- Verificar as condições físicas quanto a deterioração do sistema de combate a incêndio,


tais como tubulação, câmara de espuma, anel de resfriamento e selo de vidro.

I) Tubulações:

- Inspeção das tubulações no limite da bacia do tanque.

3.3 Inspeção Interna

- Exame visual em todas as chapas de fundo e soldas quanto a corrosão e trincas;

- Verificar a existências de possíveis vazamentos nas regiões dos drenos de fundo.

- Nas soldas entre costado e fundo:

* Inspeção por ACFM ou liquido penetrante em 100% da extensão;

* Teste de caixa de vácuo em 100% das uniões soldadas (solda angular e solda entre
chapas).

- Verificação de recalque pelo interno com ferramenta a laser.


- Inspeção de 100% das chapas de fundo através de ultrassom automatizado C–SCAN ou
MFL de alta resolução com 256 canais, para detecção de corrosões internas e externas das
chapas, com mapeamento das áreas corroídas e a disponibilização de software para análise e
avaliação do resultado com ensaio. Os equipamentos a serem utilizados poderá ser o C-SCAN
ou o MFL.

- Com software de mapeamento de defeitos Floomap 3 DI, respectivamente.

- Inspeção 100% do rodo em todo perímetro do tanque através de ultrassom manual B-SCAN
e zonas de sombra.

- Tubulação de produto, pescador e solda dos bocais: inspeção visual e medição de espessura
em no mínimo 8 pontos no anel e mais 8 pontos no fundo.

- Bacia de drenagem: ensaio de liquido penetrante e medição de espessura em no mínimo 4


pontos.

- Soldas do fundo: ensaio de ACFM e caixa de vácuo nos cruzamentos de solda.

- Soldas do costado: ensaio de ACFM nas soldas verticais e circulares até o segundo anel.

- Coluna e pés de sustentação do teto: inspeção visual e liquido penetrante.

- Boca de visita inferior e bocais, lado interno: inspeção visual e liquido penetrante na solda.

3.4 Elaboração do Relatório de Inspeção

Na elaboração do Relatório de Inspeção levamos em consideração informações


técnicas essenciais para a Integridade do equipamento e são feitas algumas separações em
grupos de importância, pois, facilita o entendimento dos problemas levantados e viabiliza as
tomadas de decisões com maior celeridade.

Dados técnicos do tanque:

A) Grupo 1:
- Identificação do tanque (Nº), Tipo de produto armazenado, Formato (construído de
acordo com ASTM A 283 Gr C)

B) Grupo 2:

- Pressão de Operação (Atmosférica), Volume (M³), Ano de fabricação, Identificação


da Espessura (V 0, V1), Código do projeto (API 650), Identificação do projetista, Número de
série, Diâmetro nominal (m), Altura nominal (m), Pressão de teste cheio de água
(estanqueidade).

C) Grupo 3:

- Emissão de ART, Apresentação dos certificados de calibração dos equipamentos,


Relatório de Inspeção dos ensaios realizados, Identificação, dimensionamento e
caracterização de defeitos com a confecção de desenhos (Endereços), Croquis de modo a
permitir a perfeita rastreabilidade das indicações das descontinuidades, Recomendações de
Inspeção, Plano de reparos, Prazos de reparos e Conclusões/laudos sobre a Integridade do
Equipamento.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Durante todo o processo de Inspeção Interna e Externa foram evidenciados as


tecnologias utilizadas e os pontos de melhorias que podem ser aplicadas durante o processo de
manutenção que serão repassados para os gestores do terminal ou indústria e toda orientação
se baseia na Norma API 653.

Nas reuniões são apresentados e discutidos todos os problemas encontrados e


evidenciados minuciosamente no “Relatório de Inspeção” para que sejam planejadas as
manutenções Corretiva, preventiva ou Preditiva para que a vida útil do equipamento não seja
comprometida e também o produto armazenado não corra riscos de contaminação ou até
perda por vazamentos podendo gerar também Impactos Ambientais, pois, esse tipo de
empreendimento enquadra-se na tipologia considerada potencialmente poluídora/degradadora
do meio ambiente em função do seu porte e pelas características operacionais.

De acordo com o CONAMA 001-23 jan 1986, no seu artigo 1º, considera-se impacto
ambiental, qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio
ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades
humanas que, direta ou indiretamente afetam, a saúde, a segurança e o bem estar da população
e dos colaboradores.

Vale salientar que a adequação e definição dos formatos de Inspeção sempre devem
seguir as orientações das Inspeções anteriores e também as orientações dos gestores do
equipamento para se definir as tecnologias que serão empregadas na Inspeção.
Todos os trabalhos voltados à Inspeção do equipamento terão seus resultados atingidos
na integra, quando se determinar a periodicidade de inspeções e suas consequentes
manutenções para garantir em 100% a disponibilização do equipamento para a função que se
destina que é armazenar fluidos e não acarretar equipamento fora de operação gerando lucro
cessante por conta da falta de espaços para os clientes potenciais.

Hoje a construção de um equipamento gira em torno de R$ 2.500,00 (dois mil e


quinhentos reais) o valor do metro cúbico (M³) e isto representa um investimento alto que não
pode ser comprometido com a falta de planejamento e execução das manutenções regulares
que farão o terminal ou indústria perder capital e clientes.

Nas figuras 8 e 9 abaixo, temos os exemplos de parte do relatório de Inspeção onde são
anotadas a s leituras de espessura de chapa e seu enquadramento no Nível de Corrosão (Taxa
de Pit e Corrosividade) para se obter a TAXA DE CORROSÃO ( Espessura nominal - Menor
espessura = Perda de Espessura / pela idade do tanque = taxa de corrosão) com base nas
amostras a equipe de manutenção poderá fazer um planejamento de atividades e qual será o
tipo de manutenção.
Figura 8: Exemplo de uma Tabela de Leituras de Espessura para Determinar a Taxa de
Corrosão

MEDIÇÃO DE ESPESSURA DAS CHAPAS – IDADE DO TANQUE (14 ANOS)


MENOR ESPESSURA
ESPESSURA MAIOR PERDA DE
MEDIDA (mm) TAXA DE
ANEL NOMINAL ESPESSURA ESPESSURA % DE PERDA OBSERVAÇÕES
CORROSÃO
(mm) MEDIDA (mm)
> VALOR 1PIT
1º 6,35 5,11 (V2) 6,34 1,24 19,53 0,0886 CORROSÃO
> VALOR 1PIT
2º 6,35 5,12 (V1) 7,00 1,23 19,37 0,0879 CORROSÃO
> VALOR 1PIT
3º 6,35 4,08 (V2) 6,34 2,27 35,75 0,1621 CORROSÃO
> VALOR 1PIT
4º 6,35 3,84 (V2) 7,00 2,51 39,53 0,1793 CORROSÃO
> VALOR 1PIT
5º 6,35 3,70 (V1) 6,32 2,65 41,73 0,1983 CORROSÃO

Fonte - O Autor (2023)


Figura 9: Especificação do Nível de Corrosão

TAXA DE PITE (mm/ano) CORROSIVIDADE


< 0,13 BAIXA
0,130 A 0,200 MODERADA
0,210 A 0,380 ALTA
> 0,380 SEVERA

Fonte - O Autor (2023)

Na figura 10 abaixo, temos o exemplo da identificação nas chapas e anéis do tanque, o


endereço de cada leitura de espessura que foi realizada. Este mapa vai nortear todo o
planejamento de trabalhos da equipe de manutenção e também garantir a exata localização de
cada ponto.

Figura 10: Croqui das Medições de Espessuras Realizadas (Endereços)

Fonte - O Autor (2023)

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Após todas as apresentações de problemas que foram encontrados e as sugestões de


correções que serão executados através de determinado tipo de manutenção.

Salientamos que o Plano de Inspeção e Plano de Manutenção devem ser seguidos


rigorosamente por que este comprometimento vai impactar diretamente na produtividade e
redução de custos operacionais dentro do terminal de combustíveis ou indústria.

A expectativa é que ao se levantar os problemas e pontos de melhorias os gestores


tenham em suas mãos uma ferramenta de acompanhamento que pode ajudar na
implementação de procedimentos e medidas que irão contribuir muito com toda a vida útil
dos equipamentos, instruir todos os colabores envolvidos com as operações e obter uma
participação mais ativa de todos com os cuidados operacionais, financeiros e ambientais da
empresa. A inspeção da Integridade dos equipamentos será fundamental para a empresa dar
prosseguimento aos seus objetivos e também ao seu crescimento dentro do seguimento de
mercado que está. Visando o aprimoramento de trabalhos desenvolvidos nesta área, estamos
avaliando a otimização do processo de levantamento de dados e compilação desses mesmo
dados através de um software que fará o gerenciamento preciso das programações, execuções
e conclusões das manutenções necessárias além de criar um banco de dados técnicos que
possibilitarão a gestão das empresas a ter informações, claras, confiáveis e objetivas para
tomada de decisão e também a otimização de tempo na busca de informações no campo.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

API STD 650 – Fabricação de tanques soldados para armazenamento de óleo –


qualidadeonline.wordpress.com/2020/05/13/api-std-650-a-fabricacao-dos-tanques-soldados-
para-armazenamento-de-oleo/ 13 mai 2022;

API STD 653 – Inspeção, Reparo, Alteração e Desconstrução de Tanques –


patisegnoticias.com.br/2018/05/24/api-std-653-a-inspecao-o-reparo-a-alteracao-e-
reconstrucao-de-tanques/ 16 mai 2018;

ASTM 283 Gr C – Propriedades Mecânicas e composição Química – www.sq-


metal.com/products/carbon_steel/carbon_steel_plate_194517/carbon_steel_plate.html?gclid=
CjwKCAiAy_CcBhBeEiwAcoMRHJWztTxYRnAlVYDPd9Zq8obAfZ9zvxRkG2-
0Vq2GRHwbmBwOm9hCcBoCObMQAvD_BwE/ 02 fev 2022;

Manual para dimensionamento de tanques metálicos - Apostila de Aplicação e Inspeção de


Tanques Combustível - PUC - RJ, pag. 13/infosolda.com.br/wp
content/uploads/Downloads/Artigos/industrial/Manual-para-dimensionamento-de-tanques-
metlicos.pdf 10 jul 2019;

NBR 5419 – Proteção de Estruturas contra Descarga Atmosféricas -


docente.ifsc.edu.br/felipe.camargo/MaterialDidatico/ELETRO%203%20-
%20ELETROT%C3%89CNICA/NBR/Nbr_5419_-_Abnt_-
_Protecao_De_Estrutu_ras_Contra_Descargas_Atmosfericas.pdf/ 03 mar 2001;

NBR 7821 - Tanques soldados para armazenamento de petróleo e derivados -


www.ceama.mpba.mp.br/biblioteca-virtual-numa/doc_view/3481-nbr-7821-de-1983.html

NBR 17505-7 – Armazenamento de Líquidos Inflamáveis e Combustíveis – Parte 7 Proteção


Contra Incêndios para Parques de Armazenamento com Tanques Estacionários –
www.target.com.br/produtos/normas-tecnicas/38296/nbr17505-7-armazenamento-de-
liquidos-inflamaveis-e-combustiveis-parte-7-protecao-contra-incendio-para-parques-de-
armazenamento-com-tanques-estacionarios/ 06 abr 2015;

NR 13 – Caldeiras, Vasos de pressão, Tubulações e Tanques Metálicos de Armazenamento –


www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-regulamentadoras/nr-13.pdf/
01 jul 2022;

NR 2318 – Norma Petrobras – Inspeção em Serviço de Tanques de Armazenamento


Atmosférico –www.ibp.org.br/personalizado/uploads/2016/12/Norma-Petrobras-N-2318-
Inspecao-em-Servicos-de-Tanque-de-Armazenamento-Atmosferico-Adriano-
Marques_Petrobras.pdf/ 18 nov 2016;

NR 20 – Segurança e Saúde no Trabalho com Inflamáveis e Combustíveis -


www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-
trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-20-nr-
20#:~:text=A%20Norma%20Regulamentadora%20n%C2%BA%2020,sem%20estar%20cond
icionada%20a%20setores/ 26 abr 2019;
NR 33 – Segurança e Saúde nos Trabalhos em ambiente Confinado – www.gov.br/trabalho-e-
previdencia/pt-br/composicao/orgaos-especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-
e-saude-no-trabalho/ctpp-nrs/norma-regulamentadora-no-33-nr-33/ 30 jul 2019;

NR 35 – Trabalho em Altura – www.gov.br/trabalho-e-previdencia/pt-br/composicao/orgaos-


especificos/secretaria-de-trabalho/inspecao/seguranca-e-saude-no-trabalho/normas-
regulamentadoras/nr-35.pdf/ 30 jul 2019.

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