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DIREITO AMBIENTAL

Meio Ambiente e Gestão Dos


Recursos Hídricos

Livro Eletrônico
Presidente: Gabriel Granjeiro
Vice-Presidente: Rodrigo Calado
Diretor Pedagógico: Erico Teixeira
Diretora de Produção Educacional: Vivian Higashi
Gerência de Produção de Conteúdo: Bárbara Guerra
Coordenadora Pedagógica: Élica Lopes

Todo o material desta apostila (incluídos textos e imagens) está protegido por direitos autorais
do Gran. Será proibida toda forma de plágio, cópia, reprodução ou qualquer outra forma de
uso, não autorizada expressamente, seja ela onerosa ou não, sujeitando-se o transgressor às
penalidades previstas civil e criminalmente.

CÓDIGO:
240130439132

SAMARA LIMA

Professora de cursinhos para concurso. Bacharela em Direito, especialista em


Gestão Pública, mestra em Políticas Públicas pela UFRN e doutoranda em Direito
Econômico pela UFPB. Professora e pesquisadora em tempo integral.

O conteúdo deste livro eletrônico é licenciado para PRISCILA MADALENA DUARTE DA MATA - 01014866189, vedada, por quaisquer meios e a qualquer título,
a sua reprodução, cópia, divulgação ou distribuição, sujeitando-se aos infratores à responsabilização civil e criminal.
Direito Ambiental
Meio Ambiente e Gestão Dos Recursos Hídricos
Samara Lima

SUMÁRIO
Apresentação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4

Meio Ambiente e Gestão dos Recursos Hídricos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5


Conceitos de Ecologia e Biomas Brasileiros. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5

Meio Ambiente e Sociedade . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11


Desenvolvimento Sustentável. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 13
Princípio Poluidor-Pagador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 15
Princípio do Usuário-Pagador. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 17
Instrumentos da Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH). . . . . . . . . . . . . . . 18
O Plano de Recursos Hídricos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 18
O Enquadramento dos Corpos de Água em Classe, Segundo os Usos
Preponderantes da Água. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 20
A Outorga dos Direitos de Uso dos Recursos Hídricos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 21
A Cobrança pelo Uso dos Recursos Hídricos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 23
A Compensação a Municípios . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
O Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 24
O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGERH). . . . . . . . . 25
O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 26
Os Comitês de Bacias Hidrográficas. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 27
Resumo. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 31
Questões de Concurso. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
Gabarito. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 46
Gabarito Comentado. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 47
Referências . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 77

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APRESENTAÇÃO
Olá, futuro (a) servidor (a) público, tudo bem com você? Como está a sua preparação
para o melhor momento dos concursos públicos da história do país? Espero que ótimo! Esta
é uma aula do seu curso de Direito Ambiental, ou seja, mais um passinho que te aproxima
da sua tão aguardada nomeação! Esta é a nossa meta!
Nesta aula, te apresento um apanhado bem detalhado sobre os principais elementos
que envolvem os temas do Meio Ambiente e da Gestão dos Recursos Hídricos. Ao final da
aula, você encontra uma lista de questões de concursos, para que a sua preparação seja
teórica e prática!
Espero que você tenha um excelente rendimento na aula e que a sua aprovação esteja
cada vez mais próxima. Muito obrigada por seguir estudando comigo e com o Gran, pois
a sua aprovação é a nossa maior motivação! Para nos aproximarmos um pouco mais, me
contate em @samarataiana.
Um abraço e até a posse.

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MEIO AMBIENTE E GESTÃO DOS RECURSOS


HÍDRICOS

CONCEITOS DE ECOLOGIA E BIOMAS BRASILEIROS


A Ecologia é a ciência que se dedica ao estudo das relações que os seres vivos estabelecem
entre si e com o meio ambiente. A palavra “ecologia” deriva do prefixo grego “oikos”, que
significa, basicamente, “casa”. Daí se compreender a ecologia como o estudo do habitat
dos seres vivos. Já o sufixo “logia” vem do grego “logos” significa “estudo”. Assim, tem-se
o estudo da “casa” dos seres vivos.
Para iniciar o estudo da Ecologia, assim como qualquer outra subárea da Biologia, é
necessário ter em mente os conceitos de diversos termos que são fundamentais para a
compreensão da temática. Isto porque, sem o conhecimento de cada um desses eixos, não
é possível compreender a totalidade dos estudos ecológicos. Neste sentido, veja abaixo
uma lista com alguns conceitos básicos que preparei para você.
• ESPÉCIE: Organismo semelhante a outros, capaz de se reproduzir e de produzir
descendentes férteis;
• ECOSSISTEMA: É o local de interação entre os seres vivos, que estabelece relações
bióticas (correlacionada com os seres) e abióticas (que indica fatores físicos e químicos);
• HABITAT: É o local em que as espécies vivem;
• CICLO BIOGEOQUÍMICO: É o conjunto de processos biológicos, geográficos e químicos
que permitem a circulação entre os seres vivos, a hidrosfera, a atmosfera e a litosfera;
• CADEIA ALIMENTAR: Corresponde à transferência de matéria e de energia entre
os seres, que se inicia sempre por um organismo reprodutor e se finaliza com um
organismo decompositor. O fluxo da cadeia é sempre unidirecional;
• TEIA ALIMENTAR: É o conjunto de cadeias alimentares interligadas;
• COMUNIDADE: É o conjunto de populações de espécies diferentes que dividem uma
mesma área geográfica;
• DECOMPOSITORES: São seres que obtêm os nutrientes e a energia necessários para
a sua manutenção a partir da decomposição das matérias orgânicas;
• CONSUMIDORES: São os seres capazes de produzir seus próprios alimentos e precisam
se alimentar de outros seres vivos para manter a energia necessária para a sobrevivência;
• PRODUTORES: São os seres capazes de produzir seus próprios alimentos;
• BIOMASSA: É a matéria orgânica que compõe o corpo físico dos organismos vivos;
• BIOSFERA: É a região do planeta onde há seres vivos;
• NÍVEL TRÓFICO: É a posição que uma espécie ocupa na cadeia alimentar;

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• NICHO ECOLÓGICO: É o papel ecológico que uma espécie desenvolve em uma


comunidade, envolvendo seus hábitos de vida, sua reprodução, padrão de
alimentação, relações ecológicas e outros elementos fundamentais para a
manutenção da espécie;
• POPULAÇÃO: É o conjunto de seres vivos de uma mesma espécie que vive em um
determinado habitat;
• PIRÂMIDE ECOLÓGICA: É a representação gráfica do fluxo de energia e de matéria
existentes em um ecossistema;
• RELAÇÕES ECOLÓGICAS: São as relações que os seres vivos estabelecem uns com
os outros, que podem ser entre indivíduos de uma mesma espécie ou de espécies
diferentes.

Antes do desenvolvimento do conceito de Ecologia, o termo Biologia era utilizado de forma


genérica para designar o ramo de estudo que abrange as características e agrupamentos
das espécies entre elas mesmas, tanto animal quanto vegetal. Porém, com a evolução
científica, foi possível chegar a um termo mais específico que se referisse aos habitats dos
seres vivos com a precisão que não é conferida pelo estudo generalista da biologia.
O termo “ecologia” só alcançou popularidade a partir do ano de 1895, quando o botânico
dinamarquês Johannes Warming publicou uma obra que tratava da geografia vegetal
ecológica, e tinha por objetivo a busca pela melhor compreensão das relações entre os
organismos e os habitats.
Até o início do Século XX, a ecologia era ainda tratada como um estudo descritivo do meio
ambiente natural, inspirando seus trabalhos naqueles realizados pelos grandes observadores
da natureza que ficaram conhecidos no século anterior.
A evolução científica em torno do assunto possibilitou o nascimento de estudos mais
específicos, sobretudo no que diz respeito às relações que os seres vivos estabelecem entre si.
É daí, por exemplo, que se tem o substrato necessário para o desenvolvimento das pesquisas
que se dedicam à análise do comportamento animal, dentre outros aprofundamentos.
Cada espécie, mesmo que analisada em conjunto com outras que exercem influências
diretas, é apenas uma pequena parte de um conjunto formado por diversas espécies que
ocupam um determinado local. A partir daí, também surgiu o estudo da chamada “Ecologia
das Comunidades”, que investiga as relações e interações estabelecidas entre as diferentes
espécies que ocupam um mesmo ambiente.
A ecologia, neste sentido, pode ser designada como uma ciência, uma parte da biologia,
que se dedica ao estudo das relações dos seres vivos uns com os outros e com o meio
ambiente e demais fatores naturais e sociais que se correlacionam para dar sentido às
formas de vida.

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Neste sentido, um ponto que se deve levar em conta é que a ecologia não é a mesma
coisa que meio ambiente, não é puramente uma designação do lugar onde se vive, mas sim
uma ciência que estuda o meio ambiente.
Assim, é possível definir a ecologia enquanto o ramo da ciência que, conforme já citei,
estuda a relação dos seres vivos com os seus ambientes, e tal relação se manifesta através
de algumas interações, dentre as quais destaco, especialmente:
a) Os ciclos e os ritmos naturais de cada espécie;
b) A evolução das espécies;
c) O desenvolvimento e as estruturas de cada comunidade;
d) Os padrões de distribuição geográfica de cada grupo;
e) As interações observadas entre os diferentes tipos de organismos;
f) As alterações das populações; entre outras.
Para melhor compreender o conceito de ecologia, é importante também saber que
o conteúdo celular de cada ser vivo é muito dinâmico e meio que “programado” para se
adaptar às mudanças, sejam temporais, climáticas, geográficas ou afins.
Assim, os seres vivos desenvolvem diversos mecanismos necessários para sobreviver
às adversidades, tudo para evitar que a sua raça seja extinta. De tal maneira, fundamental
também é compreender que, para dar sentido aos padrões da ecologia, todos os seres
vivos são capazes de:
a) Incorporar e absorver a energia existente no meio ambiente;
b) Processar as diferentes matérias que circulam pelo meio ambiente;
c) Eliminar os resíduos desnecessários para dar continuidade aos ciclos de vida;
entre outros.
O meio ambiente, por sua vez, também faz a sua parte para manter os padrões da ecologia
em plena circulação. Assim, dentre outros mecanismos, ele também é responsável por:
a) Proporcionar aos seres vivos os elementos indispensáveis para a manutenção das
formas de vida;
b) Manter os padrões necessários para garantir a subsistência das espécies, fornecendo
alimento, temperatura e demais estratégias fundamentais para a sobrevivência; entre outros.
Atualmente, a evolução científica permitiu um avanço no estudo da ecologia,
possibilitando uma divisão sistemática em vários campos de estudo, o que permite uma
análise mais didática e dinâmica em torno da questão. Assim, é possível estudar a ecologia
a partir de diferentes vertentes, dentre as quais destaco:
a) Ecologia do Habitat;
b) Ecologia do Indivíduo;
c) Ecologia da População;
d) Ecologia Restauração;

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e) Ecologia Humana;
f) Ecossistemas; entre outros.
O estudo da ecologia deve partir da análise das variações ambientais, que incluem os
seres vivos e as suas correlações. Assim, para embasar tal exercício, há uma principiologia
essencial no campo de estudo ecológico.
Antes de iniciá-la, acho importante destacar que os princípios da ecologia NÃO se
confundem com os do Direito Ambiental, tendo em vista que estes são utilizados para
nortear as relações entre os seres humanos e o meio ambiente enquanto elementos sociais.
A seguir, veja alguns princípios da ECOLOGIA que merecem destaque:
1) PRINCÍPIO DA INTERDEPENDÊNCIA DOS SERES VIVOS: Defende que sempre existe
uma relação de dependência entre todas as formas de vida, sejam orgânicas ou inorgânicas;
2) PRINCÍPIO DA DIVERSIDADE E DA COMPLEXIDADE DOS ECOSSISTEMAS: Compreende
que a estabilidade dos ecossistemas é garantida justamente por meio de suas condições
tão complexas e diversas;
3) PRINCÍPIO DO ESGOTAMENTO DOS RECURSOS BIOFÍSICOS: Destaca que o caráter
esgotável dos recursos naturais é um fator limitador da intensidade e da escala de
exploração destes;
4) PRINCÍPIO DOS FATORES LIMITANTES: Estabelece que todo ser vivo nasce com a
tendência de crescer, se reproduzir e se expandir. Contudo, em todos os contextos, sempre
há uma série de fatores que impedem que tal ciclo se complete, e são exatamente os
chamados “fatores limitantes”;
5) PRINCÍPIO DOS FATORES ALTERÁVEIS: Indica as particularidades ambientais que
podem ser modificadas. É o exemplo dos peixes que são criados nos aquários. Naturalmente,
eles não nasceram para viver em tal condição, todavia, alguns fatores aconteceram para
que eles pudessem viver em tal condição, e esses são os chamados “fatores alteráveis”;
6) PRINCÍPIO DOS FATORES INALTERÁVEIS: Defende que há uma série de particularidades
ambientais que são praticamente imodificáveis pelas ações externas. São os exemplos que
indicam as razões pelas quais as águas dos mares são salgadas e as dos rios são doces. São
indicações de condições que nenhum ser vivo ou ação do habitat pode modificar.

• BIOMAS BRASILEIROS

A Fauna é o grupo de animais existentes em determinada região. Já a Flora corresponde


à representação das espécies vegetais. Todavia, é necessário compreender detalhadamente
as características e processos de evolução desses dois elementos, e é isso que farei neste
tópico, de forma bem resumida.
Vamos lá?

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Quando se trata da Flora e da Fauna brasileira, inevitavelmente se cruza o pensamento


na totalidade de animais e plantas que vivem em habitats típicos dos biomas existentes
no Brasil. Por sinal, há no Brasil um total de seis biomas, sendo eles:
a) Amazônia
b) Caatinga
c) Cerrado
d) Mata Atlântica
e) Pampas
f) Pantanal
Somente por essa distribuição biológica, é possível inferir que o Brasil abriga uma
biodiversidade bastante privilegiada, tanto do ponto de vista da flora quanto da fauna. Cada
comunidade de indivíduos representa características típicas de sua própria biodiversidade,
e os elementos geográficos são fundamentais para o estabelecimento desse quadro.
No Brasil, algumas espécies animais e vegetais acabam se estendendo por mais de um
bioma, desenvolvendo características indispensáveis para o estudo do desenvolvimento
dos ecossistemas. A seguir, preparei para você uma listagem com algumas das principais
características das populações de seres vivos existentes nos biomas.
Veja:

• FAUNA E FLORA DA AMAZÔNIA


A Floresta Amazônica é a maior floresta tropical do mundo. Ela é, por assim dizer, o
“pulmão” do mundo, tendo em vista que é por ela que a Terra “respira”. Não por acaso, sua
concentração de espécies nativas é infinita, incluindo animais, fungos, vegetais e até plantas
com propriedades medicinais muitas vezes desconhecidas pela grande parte da população.
A Amazônia é, assim, o maior bioma brasileiro, consequentemente abrigando também a
maior biodiversidade. Veja a seguir algumas características da flora e da fauna amazônicas
brasileiras:
a) FAUNA AMAZÔNICA: possui a maior coleção de animais DO PLANETA, diversas que
ainda não foram catalogadas pela ciência.
b) FLORA AMAZÔNICA: abriga um terço de todas as espécies de plantas existentes na
América do Sul.

• FAUNA E FLORA DA CAATINGA


a) FAUNA DA CAATINGA: abriga uma extensa diversidade de mamíferos, peixes e aves,
como a famosa Asa Branca.
b) FLORA DA CAATINGA: possui uma vegetação resistente ao solo seco do semiárido, e
a vegetação típica se apresenta em forma de cactos ou plantas rasteiras.

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• FAUNA E FLORA DO CERRADO

a) FAUNA DO CERRADO: Apresenta uma concentração superior a 300 mil espécies


de animais, diversos que já entraram na lista de extinção, a exemplo do lobo-guará e do
tamanduá-bandeira.
b) FLORA DO CERRADO: Possui uma vegetação rasteira, apresentando árvores esparsas
de pequeno e médio porte, com raízes profundas para resistir aos impactos típicos da
região. Há cerca de 4 mil espécies que só se desenvolvem nesse local.

• FAUNA E FLORA DA MATA ATLÂNTICA

a) FAUNA DA MATA ATLÂNTICA: Há pequenos primatas e felinos que não são encontrados
em nenhum outro lugar do planeta.
b) FLORA DA MATA ATLÂNTICA: Predominância da floresta tropical que abriga a maior
diversidade de espécies do planeta.

Obs.: A Mata Atlântica abriga uma extensa coleção biológica em risco de extinção, que
têm suas populações diminuídas em consequência das queimadas, do tráfico ilegal
de animais e da expansão dos processos urbanos.

• FAUNA E FLORA DOS PAMPAS

a) FAUNA DOS PAMPAS: Diversidade de animais de planícies, a exemplo dos veados e


tatus que só se desenvolvem na região.
b) FLORA DOS PAMPAS: Apresenta pouca diversidade nas árvores, que são normalmente
esparsas e caracterizadas como gramíneas.

Obs.: Os Pampas são seriamente ameaçados de desaparecimento, devido às suas estruturas


favoráveis para o desenvolvimento da agropecuária, notadamente a criação de
gados. O grande problema é que tal desenvolvimento não atenta para as questões
ecológicas ou sustentáveis.

• FAUNA E FLORA DO PANTANAL

a) FAUNA DO PANTANAL: Habita uma extensa população de répteis, aves, espécies


aquáticas e mamíferos que só existem lá, tornando o Pantanal Brasileiro uma das faunas
mais ricas do planeta.
b) FLORA DO PANTANAL: Há uma vegetação muito típica vinda de outros biomas
adaptados às condições climáticas mais secas, bem como uma diversidade considerável
de plantas aquáticas que habitam as áreas alagadas ou alagáveis.

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MEIO
MEI O AMBIENTE E SOCIEDADE
A relação do ser humano com o meio ambiente remete ao próprio surgimento da
espécie humana. Desde os tempos mais remotos, o homem se vale do meio ambiente e
dos elementos naturais para que seja possível a sua sobrevivência, criando possibilidades
para a reprodução da espécie.
De modo geral, o ser humano sempre manteve uma relação pacífica e respeitosa com
o meio ambiente, todavia, conforme as sociedades foram se desenvolvendo, essa relação
passou a ser marcada por diversos elementos que ensejam um certo cuidado em nome do
meio ambiente.
Até o século XIX, os seres humanos conseguiram manter uma certa harmonia com o meio
ambiente e os recursos naturais. Todavia, o advento da Revolução Industrial fez surgir uma
série de questões sociais que passaram a demandar maior cuidado para com o ambiente.
Elementos como o desenvolvimento do modelo capitalista, o aumento das ocupações
urbanas e o desenvolvimento tecnológico foram responsáveis por ocasionar quedas severas
nos níveis da qualidade e do equilíbrio do meio ambiente.
Problemas como a poluição dos lençóis freáticos, a degradação do solo e do subsolo,
o descarte de materiais poluentes, a contaminação do ar e o desmatamento foram e são
responsáveis por promover a desarmonia até hoje observada no meio ambiente natural,
comprometendo o desenvolvimento da qualidade de vida tanto dos seres humanos quanto
das demais espécies existentes.
Outro ponto importante que não pode deixar de ser tocado é a questão da atividade
mineradora. Sabidamente, existe uma grande quantidade de dinheiro envolvido na exploração
dos minérios, que conta com a atuação de empresas bilionárias controlando tais atividades.
Todavia, o ponto central que deve ser levado em consideração na atividade mineradora
é em quais medidas ela pode ser danosa ao meio ambiente, tendo em vista que os anseios
econômicos podem falar mais alto, deixando a preocupação com a sustentabilidade para
último plano.
Nesta perspectiva, este tópico se dedica a propor uma análise sobre a relação da sociedade
com o meio ambiente, examinando de que forma as pessoas são capazes de atuar de modo
a defender ou degradar o meio ambiente e os recursos naturais.
De início, lembre-se que o meio ambiente é representado não apenas pelo meio físico
e biológico, mas também pelos elementos culturais e do trabalho, tendo em vista que
o desenvolvimento das sociedades fez surgir uma série de novos objetos de proteção, a
exemplo dos últimos citados.
A preservação do meio ambiente deixou de ser tratada como um assunto reduzido e
passou a ocupar espaços nas mais variadas áreas do conhecimento, inclusive a jurídica.

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Isto se deu, tendo em vista a necessidade de esclarecer que o meio ambiente, enquanto
fonte de energia indispensável para a manutenção de todas as formas de vida terrestre,
é um assunto que diz respeito a todos os indivíduos, e a sua manutenção ecologicamente
equilibrada (ou não) traz efeitos coletivos.
A natureza disponibiliza todos os elementos naturais necessários para a sobrevivência
da raça humana. Todavia, a incorreta utilização desses recursos faz surgir a escassez, uma
vez que não são utilizados com sabedoria e altruísmo, pensando nas próximas gerações.
O surgimento do capitalismo pode ser citado como o principal causador desse desequilíbrio.
Por esta razão, as crises surgidas no meio ambiente, que resultam em desequilíbrios ecológicos
cujos efeitos são sentidos por séculos, podem ser considerados o principal causador das
instabilidades observadas na relação entre o homem e o meio ambiente.
Desta maneira, tratar o meio ambiente como um elemento que carece de cuidados
específicos significa reconhecer que ele é um bem que deve se manter equilibrado para e
por toda a sociedade, tendo em vista que esse equilíbrio é fundamental para a sobrevivência
da vida na terra.
Sendo assim, a necessidade de se utilizar racionalmente os recursos naturais é, sem
dúvidas, o maior desafio ambiental encontrado na sociedade contemporânea, onde o apelo
capitalista é cada vez maior.
No caso brasileiro, a Constituição Federal de 1988 é considerada o principal marco
jurídico responsável por delimitar a relação da sociedade com o meio ambiente.
Neste sentido, a promoção da Educação Ambiental e as ações de conscientização pública
a respeito da importância da preservação do meio ambiente servem como instrumentos
fundamentais para o desenvolvimento das políticas públicas ambientais que devem ser
formuladas e implementadas na sociedade civil. Este foi outro ponto realçado pelo texto
constitucional (artigo 225, § 1º, inciso VI).
Desta feita, perceba que promover a educação ambiental pode ser, a depender da
interpretação, um dos atributos mais valorosos ligados ao meio ambiente. Isto porque, ao
garantir que as crianças e jovens receberão uma dose maior de conscientização a respeito
da importância da preservação do meio ambiente, tem-se a certeza de que adultos mais
conscientes estarão, um dia, reivindicando de forma justa e equitativa o direito constitucional
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado.
Outro elemento constitucional ambiental de fundamental importância no direito brasileiro
é o da responsabilização pelos danos causados ao meio ambiente. O texto constitucional
desenvolveu um sistema de responsabilidade disposto em três esferas: administrativa,
civil e criminal.
Neste sentido, o artigo 225 da CF/88 determina que “as condutas e atividades consideradas
lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções
penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.”

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Perceba, neste sentido, que as condutas tomadas pela sociedade com relação ao meio
ambiente também são passíveis de responsabilização judicial, um ponto importante que
serve para coibir determinadas condutas e práticas que porventura sejam nocivas ao
equilíbrio do meio ambiente. Desta feita, a regulamentação da Lei de Crimes Ambientais (n.
9.605/1998) serviu para estreitar mais ainda o cerco para coibir as ações lesivas e danosas
porventura cometidas contra o equilíbrio ambiental.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
Atualmente, é pacificado o entendimento de que a defesa do meio ambiente é uma
obrigação coletiva. Esta compreensão tomou novos fôlegos a partir do momento em que
os chamados Direitos de Terceira Geração (que você já viu em linhas anteriores) foram
ganhando mais força mediante o amadurecimento do debate desenvolvido no âmbito
internacional, a partir da década de setenta até os dias atuais.
Nesta prerrogativa, uma série de novos conceitos ligados ao meio ambiente foram
surgindo e se fortalecendo no âmbito acadêmico. O aumento dos domínios da tutela
ambiental, combinado com a postura protetiva que o Estado e a sociedade assumiram em
torno dele, foram responsáveis por fazer surgir uma série de novas preocupações que se
debruçaram no objetivo de garantir o equilíbrio ambiental para que as presentes e futuras
gerações possam nele conviver.
Foi a partir daí que surgiu a temática do Desenvolvimento Sustentável. Em linhas
gerais, memorize que tal desenvolvimento está ligado à capacidade de preservação dos
recursos naturais, para que as futuras gerações possam também deles desfrutar. Neste
sentido, o desenvolvimento econômico deve também caminhar alinhado na busca por essa
preservação, de modo que o valor econômico não se sobreponha a ideal de preservação do
meio ambiente e dos recursos naturais.
Desta forma, o Relatório de Brundtland definiu o Desenvolvimento Sustentável como
sendo “o modelo de desenvolvimento que atende às necessidades dos presentes sem
comprometer a possibilidade das gerações futuras de atenderem suas próprias necessidades.”
Neste caminho, criou-se o elo necessário para congregar os preceitos da preservação
do meio ambiente com o desenvolvimento, especificamente aquele ligado à perspectiva
socioeconômica. Por esta via, enfim, elevou-se o desenvolvimento sustentável ao patamar
não apenas conceitual, mas sim de uma principiologia jurídica amplamente trabalhada em
todo o mundo.
A carta constitucional de 1988 cumpriu com sua obrigação ambiental ao imprimir o
desenvolvimento sustentável em seus escopos, e assim o fez nos artigos 3º, II; 170, VI; e 225
caput, pontos que você pode perceber a partir do tocante aos elementos do desenvolvimento

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econômico nacional, da preservação do meio ambiente e da utilização racional dos recursos


naturais. Logo abaixo, leia a disposição constitucional citada:

Art. 3º - Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


(...)
II - garantir o desenvolvimento nacional;
Art. 170 - A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na livre iniciativa,
tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça social, observados
os seguintes princípios: (...)
VI - defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento diferenciado conforme o impacto
ambiental dos produtos e serviços e de seus processos de elaboração e prestação;
Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Desta maneira, é importante que você compreenda que o desenvolvimento sustentável


deve ser entendido como aquele que corresponde às necessidades das gerações presentes,
sem comprometer a capacidade de as gerações futuras também atenderem as suas próprias
necessidades.
Perceba que a grande “sacada” da construção desse conceito é justamente a inserção de
uma perspectiva global, que não trata de problemas estritamente ambientais, muito menos
de questões unicamente relacionadas à economia, mas sim promove uma congregação de
ambas as preocupações igualmente importantes.
Por este caminho, analise que o “espírito” do desenvolvimento sustentável se concentra
na necessidade de se desenvolver um conceito amplo, multidimensional, capaz de abarcar
aspectos políticos, institucionais, econômicos, sociais, culturais, biológicos, ecológicos, enfim,
é uma gama muito ampla de prerrogativas e áreas de conhecimentos que se unem em nome
da afirmação e propagação do ideal do desenvolvimento sustentável.
O conceito do desenvolvimento sustentável chama a atenção para a necessidade que ele
naturalmente convida, no sentido de se firmar um ideal de cooperação jurídica internacional,
baseada em uma atuação multilateral e interdisciplinar, de modo a dispor de condições
bem elaboradas e exequíveis para, conjuntamente, enfrentar os problemas ambientais
contemporâneos, que em sua maioria são resultantes dos processos de globalização, do
desenvolvimento do capital e da super expansão urbana.
Neste sentido, problemas sociais como a falta de saneamento básico, a pobreza extrema,
as condições habitacionais menos favorecidas, o aumento dos domínios da agroindústria
e das atividades mineradoras, bem como a precarização dos investimentos em energias
renováveis podem ser considerados alguns dos principais entraves para a ampliação
do desenvolvimento sustentável, e notadamente devem ser combatidos por parte dos

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governos que demonstrem aderência à proposta internacionalista da sustentabilidade e


do desenvolvimento econômico.
Levando em conta que o equilíbrio ecológico do meio ambiente é e deve ser um interesse
conjunto de todos aqueles que habitam o planeta, é sabido também que o compromisso
com a afirmação do desenvolvimento sustentável enquanto compromisso conjunto deve
ser firmado por todos os indivíduos, correntes políticas, instituições, classes empresariais
e demais elementos que dependem do equilíbrio ambiental para sobreviver.
Nesta perspectiva, o conceito de desenvolvimento sustentável surgiu sob o nome de
“ecodesenvolvimento”, na década de 70, por força da Conferência de Estocolmo (1972) e
demais congressos internacionais dedicados à discussão da temática ambiental. Foi a partir
daí que a pauta do meio ambiente passou a ser tratada também sob o viés econômico,
na tentativa de fazer com que o desenvolvimento do capital e da tecnologia não fossem
desculpas para maltratar os ecossistemas.
Buscando uma equação balanceada entre elementos economicamente exequíveis,
socialmente viáveis e o ecologicamente sustentáveis, as discussões em torno do equilíbrio
do meio ambiente tomaram proporções que passaram a agregar as dimensões ambiental,
econômica e social, na tentativa de propor soluções que dialogassem com um denominador
comum capaz de oferecer o equilíbrio necessário entre todas as partes.
Desta forma, memorize que as dimensões do desenvolvimento sustentável são divididas
em três, sendo elas: a Dimensão Ambiental, a Dimensão Social e a Dimensão Econômica.
Acompanhe abaixo uma análise sucinta de cada uma delas:
I – DIMENSÃO AMBIENTAL: exige um necessário equilíbrio entre a proteção do meio
ambiente natural e todos os seus elementos e o uso dos recursos naturais de modo que
continue a proporcionar qualidade de vida a todos os seres que habitam o planeta;
II – DIMENSÃO SOCIAL: preza pelo desenvolvimento de sociedades mais justas e
ambientalmente conscientes, que oportunizem o desenvolvimento humano em níveis
capazes de satisfazer as necessidades que levam à boa qualidade de vida;
III – DIMENSÃO ECONÔMICA: requer o desenvolvimento de um sistema econômico capaz
de facilitar o acesso aos recursos e oportunidades do sistema capitalista, respeitando os
limites do ecologicamente possível e os direitos humanos básicos, sempre prezando pela
qualidade de vida.

PRINCÍPIO POLUIDOR-PAGADOR
De antemão, vale ressaltar que o Princípio do Poluidor Pagador é dotado de um caráter
econômico, tendo em vista que exige do poluidor o pagamento dos custos resultantes da
atividade poluente. Todavia, a falta de determinação precisa no que tange ao conteúdo
normativo do referido princípio é um dos fatores que comprometem a sua aplicação e

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eficácia. Nesta prerrogativa, compreende-se que os limites e extensões do poluidor pagador


devem ser aprimorados.
A Constituição Federal de 1988 reconhece o direito fundamental ao equilíbrio ecológico
do meio ambiente, por meio do artigo 225, embora não exima a sociedade de conviver
com atividades de exploração econômica que resultem em um potencial poluidor para o
meio ambiente. Tais atividades são reguladas e toleradas na medida em que transferem
produtos e serviços essenciais para o funcionamento da vida em sociedade.
Todavia, por meio do artigo 170 VI c/c artigo 225 do texto constitucional, que têm
suas interpretações adicionadas ao Princípio do Desenvolvimento Sustentável, fica claro o
entendimento de que tais atividades devem contar com ações eficazes capazes de reduzir ou
eliminar os potenciais danos causados no meio ambiente. Mesmo assim, se caso essas ações
não sejam atendidas, deve-se proceder com a reparação integral dos danos ambientais
que porventura sejam causados.
Sendo assim, interpreta-se que, para que haja uma compatibilização das ações e
empreendimentos potencialmente causadores de danos ambientais com o direito
constitucional ao equilíbrio sustentável do meio ambiente sadio, justifica-se a necessidade
de adoção de medidas destinadas a frear ou suavizar os impactos ambientais negativos
que as referidas atividades porventura venham a desenvolver.
Para tanto, é necessário impor um instrumento eficaz de responsabilização civil capaz
de reparar tais danos, restituir a qualidade ambiental e compensar prejuízos.
Desta feita, compreenda que as medidas reparatória que devem ser destinadas aos
danos ambientais cometidos por terceiros possuem alto custo financeiro. Seria injusto que
o Estado ou a sociedade arcassem com esses custos e, assim, os mesmos recaem sobre o
ente poluidor, refletindo a internalização patrimonial dos danos causados ao meio ambiente.
Neste sentido, o Princípio do Poluidor Pagador (PPP) determina que os custos resultantes
das possíveis degradações e poluições do meio ambiente e dos recursos naturais sejam
suportados pelo responsável pela atividade que causou o dano ambiental.
Sendo assim, os custos resultantes do referido dano serão, portanto, internalizados no
patrimônio do ente responsável pela degradação, ao invés de recair sobre o dinheiro público
e, consequentemente, sobre a sociedade.
Neste caminho, cabe ao Estado amparar o PPP por meio da elaboração e aplicação de
normas que obriguem os entes poluidores a arcar integralmente com as ações de prevenção
e reparação dos danos causados ao meio ambiente.
A Declaração Rio 92 também traz o PPP de forma pioneira, em seu Princípio 16,
estabelecendo que as autoridades nacionais devem procurar promover a internalização
dos custos ambientais e o uso de instrumentos econômicos, tendo em vista a abordagem
segundo a qual o poluidor deve, em princípio, arcar com o custo da poluição, com a devida

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atenção ao interesse público e sem provocar distorções no comércio e nos investimentos


internacionais.

PRINCÍPIO DO USUÁRIO-PAGADOR
Seguindo na contramão do Princípio do Poluidor-Pagador, que é dotado de um caráter
reparador e punitivo, o Princípio do Usuário Pagador (PUP), se baseia basicamente no
pressuposto de que deve existir uma contrapartida financeira que deve recair sobre aqueles
que se utilizam dos recursos naturais.
Nesta perspectiva, o PUP compreende que os recursos naturais devem se sujeitar à
aplicação de instrumentos econômicos a fim de fazer com que suas utilizações se convertam
em benefício para a sociedade, ou seja, atribui-se um valor econômico do qual se extrai
alguma vantagem coletiva.
Assim, a apropriação dos recursos naturais por parte de entes públicos ou privados deve
atuar com base no oferecimento de benesses direcionadas à coletividade, ainda que seja
apenas com base em lima compensação financeira.
Neste âmbito, o PUP diz respeito ao uso outorgado de um recurso natural, observando
uma série de padrões juridicamente estabelecidos. Assim, trata-se de pagar pela utilização
privativa de um recurso ambiental cuja natureza é pública, mas que se atribui a ele
um valor econômico e que a sua utilização não resulta em ato ilícito, mas se baseia no
atendimento de uma necessidade. A Lei Federal n. 6.938/1981 estabelece, em seu artigo
4º, os objetivos da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA):

Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:


I - à compatibilização do desenvolvimento econômico-social com a preservação da qualidade
do meio ambiente e do equilíbrio ecológico;
II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental relativa à qualidade e ao equilíbrio
ecológico, atendendo aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Territórios
e dos Municípios;
III - ao estabelecimento de critérios e padrões de qualidade ambiental e de normas relativas ao
uso e manejo de recursos ambientais;
IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologias nacionais orientadas para o uso racional
de recursos ambientais;
V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente, à divulgação de dados e informações
ambientais e à formação de uma consciência pública sobre a necessidade de preservação da
qualidade ambiental e do equilíbrio ecológico;
VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais com vistas à sua utilização racional e
disponibilidade permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio ecológico propício
à vida;

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VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os


danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com
fins econômicos.

Neste viés, entenda que a cobrança que origina o PUP é caracterizada segundo a
perspectiva de preço público que é cobrado pela exploração do uso de um bem público.
Todavia, diferentemente de uma relação tributária, a imposição de parâmetros de
cobrança dos recursos naturais é desenvolvida com a participação dos usuários pagadores,
que podem inclusive propor a revisão dos valores cobrados a qualquer tempo.
Assim, por exemplo, se caso um usuário pagador constate que determinados recursos
não estão sendo efetivamente aplicados na melhoria dos recursos naturais, ele próprio
pode proceder com as providências judiciais cabíveis para a revisão da arbitrariedade.
No caso emblemático do uso racional da água, compreenda que a cobrança por tal
recurso visa o reconhecimento da água como um bem econômico, além de conceder
ao usuário pagador uma indicação acerca de seu real valor, bem como incentivar a sua
utilização racional.
Desta forma, além da já sabida cobrança pelas atividades de distribuição e tratamento da
água, tem-se ainda o estabelecimento de uma cobrança “extra”, cujo valor será empregado
em obras que aprimorem mais ainda a distribuição do serviço, por exemplo, oferecendo
melhorias na sua infraestrutura geral.

INSTRUMENTOS DA POLÍTICA NACIONAL DOS RECURSOS


HÍDRICOS (PNRH)
A Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH) também é conhecida como Lei das
Águas. Uma de suas principais inovações é trazer para a problemática dos recursos hídricos
um olhar descentralizado, possibilitando a participação de todos os entes federados no
processo de gestão das águas.
Desta maneira, ela dispõe também de uma série de 06 (seis) instrumentos que servem
para nortear o gerenciamento dos recursos hídricos nacionais. A seguir, vejamos os principais
detalhes sobre cada um.

O PLANO DE RECURSOS HÍDRICOS


O primeiro instrumento trabalhado pela PNRH é o Plano de Recursos Hídricos. Ele se
refere ao estabelecimento de planos diretores que baseiam e orientam a implantação e o
gerenciamento correto da PNRH.
Assim, cada um desses planos tem a incumbência de orientar o correto uso das águas
brasileiras. Ademais, são instrumentos preventivos e conciliadores que atuam na função
de dirimir possíveis conflitos desencadeados pelo uso das águas.
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Como consequência das especificidades observadas nos fluxos naturais das águas
nacionais, bem como respeitando os limites constitucionalmente estabelecidos no que se
refere à utilização destas, o planejamento dos recursos hídricos brasileiros foi determinado
por meio da divisão de quatro grupos de planos diretores, sendo eles:

I – PLANO NACIONAL
II – PLANOS ESTADUAIS
III – PLANOS DE BACIAS DE RIOS DE DOMÍNIO ESTADUAL
IV – PLANOS DE BACIAS DE RIOS DE DOMÍNIO FEDERAL

Você sabia que o Brasil conta com a atuação de uma agência reguladora específica para
fiscalizar o uso das águas nacionais? Pois é, a Agência Nacional das Águas (ANA) é um órgão
indispensável e estratégico na atividade de gestão dos recursos hídricos.
A ANA é a instituição responsável pela elaboração dos planos, que depois os submete
à aprovação dos respectivos Comitês de Bacias Hidrográficas.
Por sua vez, os Comitê de Bacias Hidrográficas são órgãos colegiados instituídos pelo
Poder Público, por determinação da PNRH, que atuam como parte do Sistema Estadual
dos Recursos Hídricos, e contam com atribuições atinentes ao gerenciamento do uso e da
conservação dos corpos hídricos.
Assim, esses Comitês são conhecidos como Parlamentos das Águas, tendo em vista que
suas atribuições são deliberativas, contando com poderes decisórios sobre as questões
que permeiam a PNRH.
No mesmo sentido, os planos diretores de recursos hídricos devem contar com horizontes
de planejamentos compatíveis com os períodos de implantação dos projetos aos quais
se referem.
As ações por eles determinadas devem ser periodicamente avaliadas e, se necessário,
alteradas, visando a correta adequação do plano à realidade observada. Veja abaixo os
artigos 6º a 8º da PNRH, que dispõe sobre a determinação dos Planos de Recursos Hídricos:

Art. 6º - Os Planos de Recursos Hídricos são planos diretores que visam a fundamentar e orientar a
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos e o gerenciamento dos recursos hídricos.
Art. 7º - Os Planos de Recursos Hídricos são planos de longo prazo, com horizonte de planejamento
compatível com o período de implantação de seus programas e projetos e terão o seguinte
conteúdo mínimo:
I - diagnóstico da situação atual dos recursos hídricos;
II - análise de alternativas de crescimento demográfico, de evolução de atividades produtivas e
de modificações dos padrões de ocupação do solo;
III - balanço entre disponibilidades e demandas futuras dos recursos hídricos, em quantidade e
qualidade, com identificação de conflitos potenciais;

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IV - metas de racionalização de uso, aumento da quantidade e melhoria da qualidade dos recursos


hídricos disponíveis;
V - medidas a serem tomadas, programas a serem desenvolvidos e projetos a serem implantados,
para o atendimento das metas previstas;
VIII - prioridades para outorga de direitos de uso de recursos hídricos;
IX - diretrizes e critérios para a cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
X - propostas para a criação de áreas sujeitas a restrição de uso, com vistas à proteção dos
recursos hídricos.
Art. 8º - Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e
para o País.

O ENQUADRAMENTO DOS CORPOS DE ÁGUA EM CLASSE, SEGUNDO OS


USOS PREPONDERANTES DA ÁGUA
O segundo instrumento trabalhado no âmbito da PNRH é o enquadramento dos corpos
de água em classes segundo os seus usos preponderantes. Nome complicado, né? Bora ver
o que significa?
Essa classificação se refere ao estabelecimento de níveis de qualidade hídrica a serem
alcançados ou mantidos para um dado segmento de corpo de água ao longo do tempo.
Sendo assim, não se refere a determinar a classificação atual da água, mas sim a uma
propositura para que um determinado nível de qualidade hídrica seja alcançado ou mantido.
Neste sentido, o referido instrumento atua por meio de uma sistemática preventiva,
com o objetivo de garantir a qualidade da água de acordo com seus usos, bem como diminuir
os gastos resultantes do combate à poluição, daí o caráter de prevenção.
As classes dos corpos de águas são definidas por meio das ações do Conselho Nacional
do Meio Ambiente (CONAMA), mediante a Resolução n. 357/2005.
A Agência Nacional das Águas (ANA) é incumbida de elaborar a proposta de enquadramento
e submetê-la aos comitês de bacias hidrográficas, em uma ação realizada por meio de
audiências públicas, nas quais se discute as alternativas viáveis para o enquadramento dos
corpos de águas nas respectivas classes.
Após a aprovação, a proposta é direcionada ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos
(CNRH) ou ao Conselho Estadual, aos quais cabe verificar o enquadramento e as propostas
para o alcance dos níveis de qualidade hídrica exigidos.
Prosseguindo com a aprovação, cabe aos órgãos gestores dos recursos hídricos os
processos de fiscalização, monitoramento e controle dos corpos de águas enquadrados.
Assim, bienalmente, o respectivo Comitê de Bacia Hidrográfica deve receber um relatório
expondo a situação encontrada em cada corpo de água.
Desta forma, os corpos de água que não alcançam as metas estabelecidas devem ser
indicados pelos Conselhos, que procederão com as intervenções necessárias.

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Finalmente, perceba que esse instrumento é um elemento estratégico, cujo modelo


é adotado por diversos países, e seu grande diferencial é a produção de uma espécie de
inventário que dão conta dos cursos hídricos disponíveis em cada região do país.
Para além, por meio desse instrumento, é possível estabelecer uma série de objetivos
traçados no planejamento e na gestão dos recursos hídricos. A seguir, veja a disposição da
PNRH sobre o referido, especificada nos artigos 9 e 10:

Art. 9º - O enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes


da água, visa a:
I - assegurar às águas qualidade compatível com os usos mais exigentes a que forem destinadas;
II - diminuir os custos de combate à poluição das águas, mediante ações preventivas permanentes.
Art. 10 - As classes de corpos de água serão estabelecidas pela legislação ambiental.

A OUTORGA DOS DIREITOS DE USO DOS RECURSOS HÍDRICOS


O terceiro instrumento trabalhado pela PNRH é a outorga do direito do uso da água,
que consiste em ato administrativo permissionário que se concentra em autorizar, conceder
ou permitir o direito de utilização de um determinado recurso hídrico, previamente deferido
por autoridade competente da União ou dos Estados.
Desta forma, o referido direito é concedido por tempo determinado, em consonância
com a disponibilidade hídrica e com o regime de racionamento.
O objetivo da referida outorga, portanto, é controlar o uso das águas e garantir a justiça
de sua distribuição e acesso. Neste sentido, os usos dos recursos hídricos são sujeitos às
outorgas estabelecidas pelo artigo 12 da PNRH. Acompanhe:

Art. 11 - O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos
assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos
de acesso à água.
Art. 12 - Estão sujeitos a outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos
hídricos:
I - derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo
final, inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
II - extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
III - lançamento em corpo de água de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, tratados
ou não, com o fim de sua diluição, transporte ou disposição final;
IV - aproveitamento dos potenciais hidrelétricos;
V - outros usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente em um
corpo de água.

Todavia, vale salientar que a outorga pode ser suspendida total ou parcialmente, definitiva
ou temporariamente, a depender da especificidade do caso. Os casos de prevenção de
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danos ambientais ou de contenção de calamidades públicas, por exemplo, são exemplos


nos quais é possível se proceder com a suspensão da outorga.
Algumas outorgas, todavia, contam com um modelo de apreciação diferenciado. Veja
abaixo os casos trazidos pela PNRH:

Art. 12 (...)
§ 1º - Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:
I - o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais,
distribuídos no meio rural;
II - as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III - as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.
§ 2º A outorga e a utilização de recursos hídricos para fins de geração de energia elétrica estará
subordinada ao Plano Nacional de Recursos Hídricos, aprovado na forma do disposto no inciso
VIII do art. 35 desta Lei, obedecida a disciplina da legislação setorial específica.
Art. 13 - Toda outorga estará condicionada às prioridades de uso estabelecidas nos Planos de
Recursos Hídricos e deverá respeitar a classe em que o corpo de água estiver enquadrado e a
manutenção de condições adequadas ao transporte aquaviário, quando for o caso.
Parágrafo único. A outorga de uso dos recursos hídricos deverá preservar o uso múltiplo destes.

Para proceder com a concessão do uso da água, é preciso conhecer a forma atual como
a mesma é utilizada, para que não haja o comprometimento ou a inviabilização dos usos
múltiplos do recurso. Esta é uma das razões que justificam a importância do planos e dos
comitês de bacias hidrográficas.
Assim, a outorga é efetivada por ato de autoridade competente do Poder Executivo
Federal, dos Estados ou do Distrito Federal, conforme disposição do artigo 14 da PNRH.
Por fim, dentro do que tange às circunstâncias para a suspensão da outorga, veja o que
determina o artigo 15 da PNRH:

Art. 15 - A outorga de direito de uso de recursos hídricos poderá ser suspensa parcial ou totalmente,
em definitivo ou por prazo determinado, nas seguintes circunstâncias:
I - não cumprimento pelo outorgado dos termos da outorga;
II - ausência de uso por três anos consecutivos;
III - necessidade premente de água para atender a situações de calamidade, inclusive as decorrentes
de condições climáticas adversas;
IV - necessidade de se prevenir ou reverter grave degradação ambiental;
V - necessidade de se atender a usos prioritários, de interesse coletivo, para os quais não se
disponha de fontes alternativas;
VI - necessidade de serem mantidas as características de navegabilidade do corpo de água.
Art. 16 - Toda outorga de direitos de uso de recursos hídricos far-se-á por prazo não excedente
a trinta e cinco anos, renovável.
Art. 17 -(VETADO)

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Art. 18 - A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples
direito de seu uso.

A COBRANÇA PELO USO DOS RECURSOS HÍDRICOS


O quarto instrumento trabalhado no âmbito da PNRH estabelece os limites para a
cobrança pela utilização dos recursos hídricos. Por meio dele, objetiva-se incentivar o
uso racional da água, bem como recuperar e preservar a quantidade e a qualidade da
água disponível, além de viabilizar a arrecadação de recursos para o desenvolvimento de
programas, políticas, serviços e demais atividades que utilizam os recursos hídricos.
Para que se proceda com a cobrança pelo uso da água, é necessário que se conheça a
qualidade e a quantidade de água que é retirada e devolvida para os corpos de água. Ademais,
é preciso que se tenha informações precisas sobre os grupos de usuários e o conhecimento
das normativas de cobranças estabelecidas pelo PNRH.
Os elementos que são quantificáveis na cobrança pelo uso da água são normalmente os
serviços de tratamento e de captação da mesma. Ou seja, o usuário paga às concessionárias
pelo serviço de tratar e captar a água, e não pela água em si.
Conforme determinação legal, o ato de cobrar pelo uso da água é prerrogativa necessária
para a utilização dela, de tal maneira que, em se tratando dos recursos hídricos, todos os
usos passíveis de outorga são também passíveis de cobranças.
Nesta perspectiva, compreenda que o objetivo principal da cobrança pelo uso da água
é a busca pela utilização racional da água, bem como a diminuição da poluição dos recursos
hídricos. Isto porque, em primeiro plano, as concessionárias dos serviços hídricos exercem
um papel fundamental no tratamento da água.
Ademais, imagine os problemas que poderiam existir caso não houvesse a cobrança
pela utilização da água. Isso, sem dúvida, geraria a degradação do recurso de forma muito
mais rápida do que a que você já vê diariamente nos noticiários.
Assim, conferir à água um valor econômico representa, sobretudo, uma estratégia de
racionamento. A seguir, veja a disposição da PNRH sobre o assunto:

Art. 19 - A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:


I - reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos.
Art. 20 - Serão cobrados os usos de recursos hídricos sujeitos a outorga, nos termos do art. 12
desta Lei.
Parágrafo único. (VETADO)
Art. 21 - Na fixação dos valores a serem cobrados pelo uso dos recursos hídricos devem ser
observados, dentre outros:

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I - nas derivações, captações e extrações de água, o volume retirado e seu regime de variação;
II - nos lançamentos de esgotos e demais resíduos líquidos ou gasosos, o volume lançado e seu
regime de variação e as características físico-químicas, biológicas e de toxidade do afluente.
Art. 22 - Os valores arrecadados com a cobrança pelo uso de recursos hídricos serão aplicados
prioritariamente na bacia hidrográfica em que foram gerados e serão utilizados:
I - no financiamento de estudos, programas, projetos e obras incluídos nos Planos de Recursos
Hídricos;
II - no pagamento de despesas de implantação e custeio administrativo dos órgãos e entidades
integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
§ 1º A aplicação nas despesas previstas no inciso II deste artigo é limitada a sete e meio por
cento do total arrecadado.
§ 2º Os valores previstos no caput deste artigo poderão ser aplicados a fundo perdido em projetos
e obras que alterem, de modo considerado benéfico à coletividade, a qualidade, a quantidade
e o regime de vazão de um corpo de água.
§ 3º (VETADO)
Art. 23 -(VETADO)

A COMPENSAÇÃO A MUNICÍPIOS
Obs.: O quinto instrumento previsto pela PNRH previa o repasse financeiro a municípios
que abrigassem reservatórios de usinas hidrelétricas pelo uso dos recursos hídricos.
Todavia, esse instrumento foi vetado da PNRH.

O SISTEMA DE INFORMAÇÕES SOBRE RECURSOS HÍDRICOS


O sexto (ou quinto) e último instrumento da PNRH é estabelecido como um sistema de
coleta, tratamento, armazenamento e recuperação de informações e fatores intervenientes
ligados aos recursos hídricos.
O referido instrumento tem por objetivo principal o de garantir a consistência das
informações coletadas sobre a qualidade e a quantidade dos recursos hídricos disponíveis.
Ademais, também é um elemento fundamental para a elaboração dos Planos de Recursos
Hídricos, atuando de forma estratégica nesse sentido.
A Agência Nacional das Águas (ANA) é a responsável pela coleta e armazenamento dessas
informações, além da alimentação do sistema de informações de recursos hídricos, cujos
dados são disponibilizados no intuito de informar a sociedade quanto à qualidade e quantidade
dos recursos hídricos por ela utilizados. São princípios básicos para o funcionamento do
Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos:
I) descentralização da obtenção e produção de dados e informações;
II) coordenação unificada do sistema;

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III) acesso a dados e informações garantido à toda a sociedade.


Finalmente, são objetivos do Sistema Nacional de Informações sobre Recursos Hídricos:
I) reunir, dar consistência e divulgar os dados e informações sobre a situação qualitativa
e quantitativa dos recursos hídricos no Brasil;
II) atualizar permanentemente as informações sobre disponibilidade e demanda de
recursos hídricos em todo o território nacional;
III) fornecer subsídios para a elaboração dos Planos de Recursos Hídricos.

O SISTEMA NACIONAL DE GERENCIAMENTO DE RECURSOS


HÍDRICOS (SINGERH)
Um Sistema de Gerenciamento de Recursos Hídricos é um conjunto de organismos,
instituições e instalações públicas e privadas, cujo objetivo é executar a Política Nacional
de Recursos Hídricos, por meio de um modelo de gerenciamento de instrumentos que se
concentram no planejamento da gestão das águas.
Assim, pode-se dizer que é o organograma que promove a dinâmica necessária para
viabilizar formas sustentáveis de utilização dos recursos hídricos.
Nesta perspectiva, o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos
(SINGREH) foi estabelecido pela PNRH e tem por objetivo promover a coordenação da
gestão integrada das águas nacionais, além de arbitrar administrativamente no que se
relaciona aos conflitos relativos aos recursos hídricos.
De tal maneira, os seus objetivos estão elencados no artigo 32 da PNRH, que você vê
logo abaixo:

Art. 32 - Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes
objetivos:
I - coordenar a gestão integrada das águas;
II - arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
III - implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV - planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
V - promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

Ademais, o SINGERH ainda viabiliza a implementação da PNRH, fomentando a prevenção,


recuperação, planejamento e regulação do uso da água, bem como promove a cobrança
pela utilização hídrica.
Assim, para que o SINGREH seja devidamente implementado, ele atua de forma conjunta
por meio da atuação integrada dos órgãos que estão elencados no artigo 34 da PNRH.
Veja:

Art. 33 - Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:


I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;

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I – A. – a Agência Nacional de Águas;


II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
III – os Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;
V – as Agências de Água.

O CONSELHO NACIONAL DE RECURSOS HÍDRICOS (CNRH)


O Conselho Nacional de Recursos Hídricos (CNRH) está devidamente referenciado entre
os artigos de n. 34 e 36 da Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH).
O CNRH integra de forma estratégica o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos (SINGERH), operando na prerrogativa de órgão colegiado de caráter consultivo e
deliberativo, componente da estrutura regimental do Ministério do Meio Ambiente.
O CNRH foi criado pela Lei n. 9.433/97, que instituiu a PNRH, foi regulamentado pela Lei
n. 2.612/98 e, finalmente, passou por uma série de alterações via Lei n. 9.984/00. O artigo
34 da PNRH determina a composição do CNRH, disposta da seguinte maneira:

Art. 34 - O Conselho Nacional de Recursos Hídricos é composto por:


I - representantes dos Ministérios e Secretarias da Presidência da República com atuação no
gerenciamento ou no uso de recursos hídricos;
II - representantes indicados pelos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos;
III - representantes dos usuários dos recursos hídricos;
IV - representantes das organizações civis de recursos hídricos.
Parágrafo único. O número de representantes do Poder Executivo Federal não poderá exceder à
metade mais um do total dos membros do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.

Nesse caminho, a gestão do CNRH é definida por força do artigo 36, da seguinte maneira:

Art. 36. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos será gerido por:


I – 1 (um) Presidente, que será o Ministro de Estado do Desenvolvimento Regional;
II – 1 (um) Secretário-Executivo, que será o titular do órgão integrante da estrutura do Ministério
do Desenvolvimento Regional responsável pela gestão dos recursos hídricos.

O CNRH ocupa a instância mais alta do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos


Hídricos (SINGERH), atuando de modo a desenvolver regras de mediação para nortear as
demandas relacionada ao uso da água, sendo um dos elementos fundamentais para a
implementação correta da gestão dos recursos hídricos no Brasil. Suas competências estão
definidas no artigo 35 da PNRH.
São elas:

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I) promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos


nacional, regional, estaduais e dos setores usuários;
II) arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos;
III) deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões
extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados;
IV) deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
V) analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política
Nacional de Recursos Hídricos;
VI) estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional
de Recursos Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos;
VII) aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer
critérios gerais para a elaboração de seus regimentos;
VIII) acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar
as providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
IX) estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e
para a cobrança por seu uso.
X) zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB);
XI) estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos
e atuação do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);
XII) apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário, recomendações
para melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional.

OS COMITÊS DE BACIAS HIDROGRÁFICAS


A Lei n. 9.433/1997, como você já viu nas páginas anteriores, foi responsável por organizar
a Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH), além de instituir o Sistema Nacional
de Gerenciamento de Recursos Hídricos (SIGREH).
O referido sistema é um organismo que tem o objetivo de coordenar a gestão integrada
das águas nacionais, arbitrar os conflitos que envolvem os recursos hídricos, bem como
auxiliar na implementação da PNRH, de modo a planejar, regular e controlar as atividades
de uso, preservação e recuperação das águas, além de organizar a cobrança pelo uso dos
recursos hídricos.
Nesta perspectiva, o Sistema Nacional de Gerenciamento dos Recursos Hídricos conta
com a atuação de diversos órgãos, que atuam com o fito de viabilizar a correta aplicação da

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PNRH. Dentre esses órgãos, os Comitês de Bacias Hidrográficas (CBHs) têm suas atuações
destacadas, tendo em vista a especificidade de seu trabalho.
Os CBHs são espaços de discussão e negociação participativa responsáveis por avaliar
as demandas e interesses relacionados aos usos das águas que compõem as respectivas
bacias hidrográficas.
Por esta razão, eles possuem poder decisório e exercem um papel fundamental nos
processos de elaboração das políticas públicas destinadas à gestão dos recursos hídricos
das bacias, principalmente nas regiões que são mais propensas a momentos de escassez
hídrica, inundações ou comprometimento na qualidade da água, bem como demais fatores
que possam desencadear problemas sociais resultantes do uso da água.
Assim, os Conselhos de Bacias Hidrográficas são uma espécie de conjuntos de fóruns
nos quais os integrantes se reúnem para discutir pautas relacionadas ao uso da água em
uma determinada bacia hidrográfica. O artigo 37 da PNRH determina que os Comitês de
Bacias Hidrográficas terão como área de atuação:

Art. 37 - Os Comitês de Bacia Hidrográfica terão como área de atuação:


I - a totalidade de uma bacia hidrográfica;
II - sub-bacia hidrográfica de tributário do curso de água principal da bacia, ou de tributário
desse tributário; ou
III - grupo de bacias ou sub-bacias hidrográficas contíguas.
Parágrafo único. A instituição de Comitês de Bacia Hidrográfica em rios de domínio da União
será efetivada por ato do Presidente da República.

Tendo em vista as diversas repercussões (positivas ou negativas) que o uso dos recursos
hídricos pode suscitar, sobretudo com relação à distribuição igualitária e à garantia que
as próximas geração terão os recursos hídricos à sua disposição, é necessário que haja um
compromisso maior em relação à forma como a água é destinada à sociedade.
De tal maneira, os CBHs se mostram como uma representação oficial que trabalha com o
objetivo de modificar esse quadro, tendo em vista que atuam sobretudo de forma conciliadora
no âmbito das diferentes pautas relacionadas ao uso dos recursos hídricos, além de viabilizar
a construção coletiva de soluções para os problemas inerentes à distribuição da água.
De acordo com o artigo 38 da PNRH, os CBHs devem atuar com base na seguinte
perspectiva:

Art. 38 - Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:
I - promover o debate das questões relacionadas a recursos hídricos e articular a atuação das
entidades intervenientes;
II - arbitrar, em primeira instância administrativa, os conflitos relacionados aos recursos hídricos;
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;

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IV - acompanhar a execução do Plano de Recursos Hídricos da bacia e sugerir as providências


necessárias ao cumprimento de suas metas;
V - propor ao Conselho Nacional e aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos as acumulações,
derivações, captações e lançamentos de pouca expressão, para efeito de isenção da obrigatoriedade
de outorga de direitos de uso de recursos hídricos, de acordo com os domínios destes;
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores
a serem cobrados;
VII - (VETADO)
VIII - (VETADO)
IX - estabelecer critérios e promover o rateio de custo das obras de uso múltiplo, de interesse
comum ou coletivo.
Parágrafo único. Das decisões dos Comitês de Bacia Hidrográfica caberá recurso ao Conselho
Nacional ou aos Conselhos Estaduais de Recursos Hídricos, de acordo com sua esfera de
competência.

Desta maneira, cada bacia hidrográfica tem o seu comitê devidamente instituído, que
atua como a base da gestão participativa e integrada dos recursos hídricos. Assim, persegue-
se o ideal de que todos os grupos sociais afetados pelo uso da água da bacia contem com
representação e poder decisório nos processos relacionados.
Por esta razão é que a composição dos comitês se organiza conforme a determinação
do artigo 39 da PNRH:

Art. 39 - Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:


I - da União;
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em
suas respectivas áreas de atuação;
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
IV - dos usuários das águas de sua área de atuação;
V - das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.
§ 1º O número de representantes de cada setor mencionado neste artigo, bem como os critérios
para sua indicação, serão estabelecidos nos regimentos dos comitês, limitada a representação
dos poderes executivos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios à metade do total de
membros.
§ 2º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias de rios fronteiriços e transfronteiriços de
gestão compartilhada, a representação da União deverá incluir um representante do Ministério
das Relações Exteriores.
§ 3º Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas
devem ser incluídos representantes:
I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União;
II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.
§ 4º A participação da União nos Comitês de Bacia Hidrográfica com área de atuação restrita a
bacias de rios sob domínio estadual, dar-se-á na forma estabelecida nos respectivos regimentos.

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Cada CBH conta com a formulação de estatuto próprio. Nele, devem ser definidas
as principais normativas e procedimentos para a organização do comitê, o que inclui:
realização periódica das assembleias deliberativas, modelos de participação, eleição de
seus representantes e delineamento das competências. Todavia, vale lembrar que todos
os comitês contam com as mesmas atribuições, não por acaso, amarradas pela PNRH.
O que você não pode esquecer, no entanto, é que a atuação dos CBHs é, sobretudo,
estratégica, considerada uma forma que a administração pública encontrou para acompanhar
mais de perto os processos decisórios que envolvem uma bacia hidrográfica. Assim,
considerada a extensão hídrica considerável que existe no Brasil, as atribuições dos CBHs
foram subdivididas a partir das seguintes naturezas:
I – DELIBERATIVA: é por meio dessa natureza que um CBH tem a possibilidade de arbitrar
em primeira instância administrativa nas demandas relacionadas a conflitos causados
pelo uso da água. Ademais, é um espaço utilizado para debater metas relacionadas à
racionalização do uso da água, aumento da qualidade e quantidade dos recursos hídricos,
delinear normativas gerais para a cobrança pelo uso, avaliar as condições de operação
dos reservatórios hídricos, viabilizar a garantia dos usos múltiplos da água, dentre outros
elementos;
II – PROPOSITIVA: esta natureza visa o acompanhamento da execução do Plano de
Recursos Hídricos da bacia, sugerindo providências para o cumprimento das metas e a
melhoria das atividades operacionais. Assim, propõe-se ainda aos conselhos de recursos
hídricos que atuem em conjunto para garantir a proteção da água, além de delinear as
prioridades para a aplicação dos recursos oriundos da cobrança pelo uso dos recursos hídricos;
III – CONSULTIVA: aqui se promove o debate das questões relacionadas aos recursos
hídricos no âmbito das articulações desenvolvidas com a atuação das entidades intervenientes.

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RESUMO
A Ecologia é a ciência que se dedica ao estudo das relações que os seres vivos estabelecem
entre si e com o meio ambiente. A palavra “ecologia” deriva do prefixo grego “oikos”, que
significa, basicamente, “casa”. Daí se compreender a ecologia como o estudo do habitat
dos seres vivos. Já o sufixo “logia” vem do grego “logos” significa “estudo”. Assim, tem-se
o estudo da “casa” dos seres vivos.
O Princípio do Poluidor Pagador determina que os custos decorrentes da prevenção
e reparação de danos ambientais sejam inteiramente suportados pelo responsável da
atividade efetiva ou potencialmente prejudicial ao meio ambiente.
Já o Princípio do Usuário Pagador trata do uso autorizado de um recurso natural,
em consonância com as normas vigentes, do qual se fixa e recolhe determinados valores
financeiros decorrentes da utilização de tais recursos. Tem característica de preço público.
Os Recursos Hídricos são caracterizados como as águas superficiais ou subterrâneas,
que estão disponíveis para diversos tipos de usos de regiões, grupos ou bacias hidrográficas,
e servem para satisfazer as necessidades de todos os tipos de vida disponíveis.
A Lei n. 9.433 de 8 de janeiro de 1997, chamada de Lei das Águas, foi responsável por
instituir a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), sendo considerada um marco
nos instrumentos de gestão das águas de domínio federal, aquelas que atravessam mais
de um Estado ou que entre eles estabelece fronteiras.
Além disto, a Lei das Águas também estabeleceu a criação do Sistema Nacional de
Gerenciamento de Recursos Hídricos (SINGREH), e determinou as infrações e penalidades
a quem interferir negativamente no uso das águas. Por isto, a PNRH é responsável por
estabelecer as diretrizes e políticas públicas necessárias para o melhoramento na utilização
dos recursos hídricos.
O Desenvolvimento Sustentável é aquele que não esgota os recursos naturais, pois
ele é capaz de suprir as necessidades das gerações atuais, ao mesmo tempo em que não
compromete a capacidade de atendimento das necessidades das futuras gerações.
A Fauna representa todos os animais típicos existentes em cada região. No caso brasileiro,
cada bioma apresenta uma variação de animais que são próprios de cada localidade e cada
clima, o que faz com que a fauna brasileira seja extremamente rica e diversificada.
Já quando se trata da Flora, entenda que ela se refere ao grupo de plantas e vegetais que
compõem um determinado bioma. Os Biomas, então, são caracterizados como regiões que
abrigam grandes ecossistemas construídos por comunidades biológicas que compartilham
entre si características iguais ou muito semelhantes. Neste sentido, os biomas brasileiros
são: a) Cerrado; b) Amazônia; c) Caatinga; d) Mata Atlântica; e) Pantanal; f) Pampa.

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QUESTÕES DE CONCURSO

001. (CESGRANRIO/PETROBRAS/ENGENHEIRO DE MEIO AMBIENTE JÚNIOR/2018) A Lei n.


9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, deve ser de conhecimento
do Engenheiro Ambiental. Essa Lei prevê que a(o):
a) água é um bem de domínio público que não pode ser dotada de valor econômico.
b) gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
c) centralização da produção de dados e informações é princípio básico para o funcionamento
do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
d) extração de água de aquífero subterrâneo para insumo de processo produtivo não está
sujeita a outorga pelo poder público.
e) uso prioritário dos recursos hídricos, em situação de escassez, deve estar voltado à
geração de energia elétrica.

002. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) É objetivo do regime de outorga do direito de


uso de recursos:
a) conceder direitos alternativos ao uso, ao consumo e à captação das águas servidas.
b) assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício
do direito de acesso a ela.
c) autorizar a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou como insumo
de processo produtivo.
d) aperfeiçoar o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
e) regular os usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente
em um corpo de água.

003. (CESGRANRIO/PETROBRAS/ENGENHEIRO DE MEIO AMBIENTE JÚNIOR/2017) A Lei n.


9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, deve ser de conhecimento
do Engenheiro Ambiental. Essa Lei prevê que a(o):
a) água é um bem de domínio público que não pode ser dotada de valor econômico.
b) gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
c) centralização da produção de dados e informações é princípio básico para o funcionamento
do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
d) extração de água de aquífero subterrâneo para insumo de processo produtivo não está
sujeita a outorga pelo poder público.
e) uso prioritário dos recursos hídricos, em situação de escassez, deve estar voltado à
geração de energia elétrica.

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004. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) É objetivo do regime de outorga do direito de


uso de recursos:
a) conceder direitos alternativos ao uso, ao consumo e à captação das águas servidas.
b) assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício
do direito de acesso a ela.
c) autorizar a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou como insumo
de processo produtivo.
d) aperfeiçoar o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
e) regular os usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente
em um corpo de água.

005. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) Assinale a opção correta quanto à PNRH.


a) A água é bem de domínio público, além de ser recurso natural limitado, dotado de valor
econômico.
b) A outorga de direito de uso, instrumento de gestão dos recursos hídricos, pode ser
concedida por prazo não superior a 35 anos, renovável com alienação parcial das águas.
c) Em caso de interrupção do abastecimento de água por mais de 72 horas, o poder público
local poderá multar a empresa concessionária em decorrência da infração por ela praticada.
d) A bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação do Sistema Nacional
de Irrigação.
e) O objetivo da PNRH é implementar os meios necessários para a cobrança pelo uso e pelo
consumo de água no Brasil.

006. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) A cobrança pelo uso de recursos hídricos visa:
a) instituir a água como bem econômico e impor ao usuário medidas restritivas de direitos
quanto à outorga e à fruição dos recursos hídricos.
b) incentivar a privatização dos mecanismos de distribuição da água, bem como das estações
de tratamento.
c) incentivar o reuso das águas servidas na produção de ração animal.
d) estabelecer limites diários para a captação das águas superficiais.
e) obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e das intervenções
contempladas nos planos de recursos hídricos.

007. (CEBRASPE/TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2017) Os comitês de bacias


hidrográficas são:
a) competentes para implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança
de Barragens.

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b) competentes para outorgar o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de


domínio da União, mediante permissão.
c) incompetentes para aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia.
d) incompetentes para arbitrar administrativamente conflitos relacionados a recursos
hídricos.
e) incompetentes para o exercício do poder de polícia.

008. (FGV/OAB 1ª FASE 38º EXAME/2023) A fim de atender ao disposto na Política Nacional
de Recursos Hídricos, o Presidente da República tomou as providências necessárias para a
implementação e funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Assinale a alternativa que não contempla um objetivo do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos.
a) Coordenar a gestão integrada das águas.
b) Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos.
c) Implementar a Política Nacional do Meio Ambiente.
d) Promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

009. (FGV/AGENERSA/ASSISTENTE DE REGULAÇÃO/2023) As opções a seguir apresentam


atividades de saneamento básico, enquanto conjunto de serviços públicos, infraestruturas
e instalações operacionais, à luz da Lei n. 11.445/2007, com a redação conferida pela Lei
n. 14.026/2020, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Abastecimento de água potável.
b) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
c) Outorga de uso dos recursos hídricos.
d) Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
e) Esgotamento sanitário.

010. (FGV/OAB 1ª FASE 38º EXAME/2023) João, bilionário e morador na cidade de São Paulo,
decidiu abandonar os negócios e mudar-se para a zona rural de um pequeno município no
interior do Estado.
Comprou uma pequena chácara na área rural e verificou que não havia água no poço da
propriedade.
Dessa forma, resolveu captar água de um rio próximo ao seu imóvel, para que tivesse água
para beber, cozinhar etc.
Ao saber da conduta do pai, seu filho Antônio procurou um advogado especialista na área,
o qual lhe informou que:
a) a derivação ou captação de parcela da água existente em corpo de água para consumo
final não exige outorga do poder público.

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b) João deveria ter furado um poço artesiano para extração de água de aquífero subterrâneo
para consumo final.
c) no caso em análise, não haveria necessidade de outorga pelo poder público, uma vez que
a derivação e captação de água eram considerados insignificantes.
d) no caso em análise, João deveria realizar estudo de impacto ambiental e solicitar licença
ambiental para captação da água.

011. (CEBRASPE/TJ-PA/JUIZ/2016) Considerando o Sistema Nacional de Gerenciamento


de Recursos Hídricos (SINGREH), a Lei de Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n.
9.433/1997) e a Resolução n. 16/2001 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, assinale
a opção correta.
a) Os comitês de bacia hidrográfica são compostos por representantes de usuários e
poluidores das águas da área de drenagem de um conjunto de rios.
b) Nos comitês de bacia hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas
devem ser incluídos representantes das comunidades indígenas residentes nos estados-
membros localizados na fronteira da bacia.
c) Os comitês de bacia hidrográfica devem ser dirigidos por um conselho de diretores e um
secretário, indicados pelo governador do estado cujo território se situe na área de atuação
do comitê.
d) A criação de Agências de Água somente pode ser autorizada pelo IBAMA.
e) Compete ao Comitê de Bacia Hidrográfica aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia.

012. (CEBRASPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Com relação aos recursos hídricos, assinale


a opção correta.
a) Compete ao Comitê Nacional de Recursos Hídricos organizar, implantar e gerir o Sistema
Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens.
b) Além do representante da FUNAI, os comitês de bacias hidrográficas de rios que abranjam
terras indígenas incluirão representante das comunidades indígenas.
c) Conforme a localização dos corpos d’água, seu domínio divide-se entre a União, os estados
(e por analogia o DF) e os municípios.
d) As competências dos comitês de bacias hidrográficas incluem o exercício do poder de
polícia.
e) Cabe à Agência Nacional de Águas, outorgar, mediante permissão, o direito de uso de
recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, dos estados e do DF.

013. (CEBRASPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Discorrendo sobre a regulamentação


do uso da água, o ministro Luiz Fux sustentou, no STJ, que “o particular tem, apenas, o direito

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à exploração das águas subterrâneas, mediante autorização do poder público e cobrada a


devida contraprestação”. Acerca desse tema, assinale a opção correta.
a) Exercem o papel de secretarias executivas dos comitês de bacia hidrográfica as organizações
civis de recursos hídricos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.
b) A outorga de direito de uso da água constitui ato precário, tendo o seu pagamento
natureza tributária.
c) Entre os instrumentos previstos na Política Nacional de Recursos Hídricos incluem-
se os planos diretores, de âmbito nacional, empregados para fundamentar e orientar o
gerenciamento da referida política.
d) O fato de a água ser considerada bem inalienável reflete-se no pagamento da conta de
água, o que constitui exemplo da aplicação do princípio do usuário-pagador.
e) De acordo com a legislação atual, a extração, para consumo final ou para insumo de
processo produtivo, de água de aquífero subterrâneo não se inclui entre os recursos hídricos
sujeitos a outorga.

014. (CEBRASPE/TJ-DFT/JUIZ SUBSTITUTO/2022) Considerando o processo de poluição


de corpo de água, assinale a opção correta com base no disposto na legislação ambiental
brasileira.
a) No que se refere ao controle de resíduos hospitalares que possam contaminar curso de
água, o MP não poderá exigir a realização do plano de gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde dos hospitais se o órgão ambiental não o tiver exigido.
b) O lançamento de esgotos e demais resíduos em lagos artificiais, a exemplo do Lago
Paranoá, em Brasília – DF, não se inclui entre os itens sujeitos à outorga de direitos de uso
de recursos hídricos pelo poder público.
c) No caso de ocorrência de vazamento de óleo em determinado curso de água em que se
constate grave degradação ambiental, é prevista, consoante a Política Nacional de Recursos
Hídricos, apenas a suspensão parcial, por prazo determinado, da outorga de direito de uso
do recurso hídrico.
d) O estabelecimento de mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos é competência
do comitê de bacia da bacia hidrográfica ao qual o curso de água esteja vinculado.
e) É competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), nos termos da Política Nacional do Meio Ambiente, o estabelecimento de padrões
de controle de qualidade dos recursos hídricos.

015. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) De


acordo com os princípios do Direito Ambiental, julgue o item que se segue:

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O conceito de Meio Ambiente que vem embutido na norma jurídica não abrange o conjunto
de leis que rege a vida em todas as suas formas.

016. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) Para efetiva garantia do direito ao


meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabe ao poder público proteger a fauna e a
flora, que não se formam isoladamente, mas da interação constante de matérias orgânicas
e não-orgânicas. Toda comunidade de seres vivos interage com o meio circundante, com o
qual estabelece intercâmbio recíproco. Da interação entre biocenose (elementos vivos) e
biótopo (elementos não-vivos) forma-se o ecossistema, que, na CF, é protegido de forma
macro e micro.
A respeito da proteção macro dos ecossistemas, no que concerne a florestas e unidades
de conservação, julgue o próximo item.
A proteção constitucional da mata atlântica impede que haja propriedade privada nas áreas
abrangidas por esse macroecossistema.

017. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) No que se refere à conservação da


biodiversidade, julgue o item seguinte.
As maiores ameaças à biodiversidade são a perda e a fragmentação dos hábitats, que
provocam a remoção local imediata da flora e da fauna nativas e, consequentemente,
o desaparecimento de populações, a redução da distribuição geográfica das espécies e
prejuízos na diversidade genética.

018. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) De acordo com a Convenção sobre


Diversidade Biológica (CDB), espécie exótica é toda espécie que se encontra fora de sua área
de distribuição natural e espécie exótica invasora é aquela que, além de estar fora da sua
área de distribuição natural, ainda ameaça ecossistemas, hábitats ou outras espécies. Estas
espécies, devido às suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de inimigos
naturais, podem proliferar e invadir ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados.
Espécies exóticas invasoras representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente,
pois causam enormes prejuízos à economia, à biodiversidade, aos ecossistemas naturais e
à saúde humana, sendo consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade,
logo após a degradação e a fragmentação de hábitats.
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os próximos itens.
A poluição constitui ameaça à biodiversidade por comprometer a capacidade de sobrevivência
ou de reprodução de determinada espécie em seu hábitat. O aumento, com causas antrópicas,
da temperatura da água de um rio é, portanto, um exemplo de poluição.

019. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) A


União, após realizar levantamentos em determinada área do pantanal mato-grossense,

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editou decreto expropriatório de uma fazenda ali situada, para fins de reforma agrária. O
proprietário do imóvel rural impugnou judicialmente o decreto de desapropriação alegando
que a CF, ao instituir o pantanal mato-grossense como área especialmente protegida,
impedia, juridicamente, que a União, por meio de atividade expropriatória, promovesse e
executasse ali projetos de reforma agrária, notadamente nos imóveis rurais.
Tendo como referência a situação hipotética acima, julgue os itens a seguir.
O pantanal mato-grossense, assim como a floresta amazônica, a mata atlântica, a Serra
do Mar e a zona costeira, de fato, foi declarado pela CF como patrimônio nacional, o que
identifica a referida área também como bem da União.

020. (FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2020) O Meio Ambiente, bem de uso comum do povo,


consiste no equilíbrio ecológico e na higidez do meio e dos recursos naturais, é bem:
a) individual homogêneo, indivisível, indisponível e impenhorável;
b) tangível, disponível e impenhorável;
c) coletivo, divisível e indisponível;
d) comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e impenhorável;
e) difuso, divisível, indisponível e impenhorável.

021. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) O


Direito ao Meio Ambiente é um direito de interesse:
a) Individual homogêneo de grande relevância social.
b) Coletivo.
c) Difuso.
d) Meramente individual.
e) Exclusivo do Poder Público.

022. (CESGRANRIO/BNDES/PROFISSIONAL BÁSICO-C. CONTÁBEIS/2018) Comissão


Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED) adota a seguinte definição: “o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades
das futuras gerações de satisfazerem suas necessidades”.
Com tal definição o aludido órgão está apresentando o conceito de:
a) crescimento sustentável.
b) desenvolvimento sustentável.
c) indústria sustentável.
d) impacto ambiental.
e) efeitos ambientais.

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023. (CESGRANRIO/PETROBRAS/PROFISSIONAL JÚNIOR-DIREITO/2015) O homem primitivo


era nômade, sua economia baseava-se na caça e na pesca e seus movimentos eram limitados.
O advento da agricultura o tornou sedentário e agressivo em relação ao meio ambiente.
Os progressos nas áreas científicas e tecnológicas, obtidos a partir do final do século
XIX, trouxeram-lhe melhorias nas condições de vida, porém foram acompanhados de um
assustador crescimento populacional que aumentou as desigualdades sociais, afetou a saúde
e poluiu reservas de água doce, o solo e o ar. Isto levou ao questionamento do modelo de
desenvolvimento da época, baseado na maximização do lucro, incorporando-se, aos poucos,
a responsabilidade social. Qual das opções a seguir NÃO apresenta uma justificativa para
a busca do desenvolvimento sustentável?
a) Diferenças sociais existentes no mundo.
b) Diminuição de acidentes catastróficos de proporções globais acontecidos no mundo todo.
c) Pressão por parte dos grandes investidores para concessão de empréstimos
d) Capacidade ilimitada da natureza de absorção dos impactos provocados pelo
desenvolvimento econômico.
e) Empenho dos governos em todo o mundo.

024. (CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Considerando o disposto


na CF acerca na ordem judicial, julgue o item subsequente.
A floresta amazônica brasileira, assim como a mata atlântica, é considerada bem da União,
devendo sua utilização ocorrer na forma da lei, em condições que assegurem a preservação
do meio ambiente, inclusive no que concerne ao uso dos recursos naturais.

025. (CEBRASPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO/2018) Considerando os diversos aspectos que


envolvem o conceito de meio ambiente, particularmente o cultural e o do trabalho, assinale
a opção correta.
a) Considera-se meio ambiente cultural o ambiente integrado pelos equipamentos urbanos
e edifícios comunitários, como as bibliotecas, pinacotecas, museus e instalações científicas
ou similares.
b) O meio ambiente é um bem público classificado pela CF como de uso comum do povo,
razão pela qual não se admite que o seu uso seja oneroso ou imponha a necessidade de
qualquer contraprestação de ordem pecuniária.
c) Ao estabelecer a tutela do meio ambiente, a CF dispõe que a proteção do meio ambiente,
nele compreendido o meio ambiente do trabalho, constitui um dos objetivos do Sistema
Único de Saúde.
d) A todos os entes federativos compete a proteção de documentos, obras e outros bens
de valor histórico, artístico, cultural e paisagístico, mas a competência para legislar sobre
esses temas pertence, privativamente, à União.

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e) A definição legal de recursos ambientais compreende a fauna e a flora, as águas superficiais


e subterrâneas, o solo e o subsolo, mas não o mar territorial e os demais elementos da
biosfera.

026. (CEBRASPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Apesar de a floresta amazônica, a mata


atlântica, a Serra do Mar, o pantanal mato-grossense e a zona costeira serem patrimônios
nacionais, não se consideram bens públicos os imóveis particulares existentes nessas áreas.

027. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) Uma grande fazenda situada em área


declarada como Serra do Mar foi afetada por ato administrativo normativo que, ao criar
reservas florestais na área, impediu a realização da atividade econômica de criação de gado
no local, e também pelas normas protetivas instituídas pelo Código Florestal relativas às
áreas de reserva legal e de preservação permanente. O proprietário ajuizou, então, ação com
pedido de indenização contra o poder público, pois entendeu que as restrições acarretaram
grande prejuízo econômico, já que seu imóvel era destinado justamente à criação de gado
leiteiro e de corte.
Diante dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.
A atuação do poder público visa resguardar o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, o qual, segundo a tradicional classificação de direitos constitucionais em
gerações de direitos, configura um típico direito de terceira geração.

028. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/2020) Segundo


disposição constitucional, cabe ao poder público e à coletividade, enquanto titular do
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de defender e preservar o
meio ambiente.

029. (CEBRASPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/2020) Com relação


ao tratamento constitucional dado à questão ambiental, é correto afirmar que a Constituição
Federal de 1988:
a) prevê a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado como dever apenas
de parte da coletividade e obrigação do poder público.
b) confere juridicidade ao valor ético da alteridade, objetivando uma pretensão universal de
solidariedade social, ao tratar das gerações futuras e dos animais como sujeitos de direito.
c) estabelece que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é não só um direito, mas
também um dever de toda a coletividade e do poder público.
d) reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, um direito fundamental
de segunda geração, segundo a jurisprudência do STF.

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e) estabelece que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado corresponde ao


princípio do desenvolvimento sustentável, com suas facetas cultural, social e econômica.

030. (CEBRASPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos


direitos e garantias fundamentais, ao meio ambiente e à organização político-administrativa.
Constitui regra de garantia do direito humano fundamental ao meio ambiente a possibilidade
de qualquer cidadão ser legitimado a propor ação popular visando à anulação de ato lesivo
ao meio ambiente.

031. (FCC/MPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Segundo prevê o art. 225 da


Constituição Federal “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”. Nesse caso,
a) degradação ambiental e poluição são expressões que se equivalem.
b) como cabe ao Poder Público o dever de defender o meio ambiente, jamais poderá ser
responsabilizado por sua degradação.
c) o poluidor será sempre a pessoa física ou jurídica de direito privado, responsável, direta
ou indiretamente, pela degradação ambiental.
d) o poluidor será a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
e) a poluição será sempre ilícita.

032. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) No que se


refere ao direito ambiental, julgue os itens a seguir.
Entre as finalidades do princípio do poluidor-pagador, destaca-se a imposição ao poluidor
da obrigação de recuperar e(ou) indenizar os danos ambientais causados.

033. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2017) Considere que


uma determinada empresa, a qual em sua atividade rotineira é capaz de causar poluição,
tenha requerido e obtido a licença ambiental necessária para o seu funcionamento. Uma
semana após ser fiscalizada, atestando-se que suas práticas estavam obedecendo às
exigências legais, foi detectada a ocorrência de dano ambiental causado por suas atividades.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
O princípio do poluidor pagador impõe ao empreendedor que invista em tecnologia ou em
outros meios com o objetivo de evitar a ocorrência de poluição, representando tal prática
a internalização dos custos sociais externos que acompanham a atividade econômica.

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034. (CEBRASPE/CAIXA/ENGENHEIRO AGRÔNOMO/2017) Julgue o item seguinte, acerca da


Política Nacional do Meio Ambiente e dos seus instrumentos.
A obrigação, do poluidor, de indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros afetados por sua atividade depende da existência de culpa. Essa obrigação decorre
do princípio do usuário/poluidor-pagador.

035. (CEBRASPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2023) Há inúmeros princípios ambientais


que orientam a otimização das regras de proteção do meio ambiente. Esses princípios
constam na Política Nacional do Meio Ambiente, na CF e em documentos internacionais
de proteção do meio ambiente, como Conferência de Estocolmo de 1972, Nosso Futuro
Comum (Relatório Brundtland) e Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
de 1992 (ECO-92).
Considerando o texto acima, julgue os itens subsequentes, acerca dos princípios ambientais
e de sua adoção em regras procedimentais de proteção do meio ambiente.
O princípio do poluidor-pagador, dispositivo internacional da proteção do meio ambiente,
ainda não foi incorporado à legislação infraconstitucional brasileira.

036. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) No que


se refere ao princípio do usuário-pagador no âmbito do direito ambiental, entre outras
normas ambientais, julgue os itens que se seguem.
De acordo com o referido princípio, deve-se proceder à quantificação econômica dos
recursos ambientais, de modo a garantir reparação por todo o dano ambiental causado.

037. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) De acordo


com os princípios do direito ambiental, julgue o item que se segue.
Ao usuário será imposta contribuição pelos custos advindos da utilização de recursos
ambientais com fins econômicos.

038. (CEBRASPE/IBAMA/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2012) Julgue os itens a seguir, acerca


da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Dado o princípio do poluidor-pagador, para que se imponha ao poluidor e ao predador a
obrigação de recuperar e(ou) indenizar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
é necessário que se prove a culpa do degradador. Caso ele não tenha agido com má-fé, não
será obrigado a reparar e(ou) indenizar os danos causados.

039. (CEBRASPE/SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL/ANALISTA DE GEOCIÊNCIAS-DIREITO/2018)


Considerando os princípios de proteção ambiental e a distribuição de competências entre
os entes federativos relativamente ao meio ambiente, julgue os itens a seguir.

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O princípio do poluidor-pagador autoriza o empreendedor a desenvolver atividades que


gerem atos poluidores, desde que este arque com os prejuízos que delas possam advir e
que a reparação se dê em pecúnia.

040. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA/2018) Com base nas disposições legais acerca de patrimônio


cultural, julgue o próximo item.
A sociedade pode acionar o sistema de proteção do meio ambiente por meio de provocação
ao Ministério Público e, também, mediante ação popular que vise anular ato lesivo ao
patrimônio público.

041. (FCC/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2012) O artigo 225 da Constituição Federal


estabelece que constituem patrimônio nacional, com utilização prevista na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
uso dos recursos naturais, as seguintes regiões do Brasil:
a) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, o Cerrado, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira.
b) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal Mato-Grossense
e a Zona Costeira.
c) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira.
d) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e o Pampa gaúcho.
e) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, o Pampa gaúcho
e a Zona Costeira.

042. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA/2018) Julgue os itens que se seguem, referentes a áreas


de preservação permanente, unidades de conservação e crimes ambientais.
Compete privativamente à União legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa
do solo e dos recursos naturais.

043. (CEBRASPE/EMBASA/ADVOGADO/2018) No que se refere à legislação acerca do direito


ambiental, julgue os itens que se seguem.
Segundo a Política Nacional de Recursos Hídricos, os planos de recursos hídricos devem ser
elaborados por bacia hidrográfica e por município.

044. (CEBRASPE/EMBASA/TÉCNICO DE CONTABILIDADE/2018) Acerca da Lei n. 9.433/1997,


que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), julgue o item seguinte.
Um dos fundamentos em que se baseia a PNRH é a gestão descentralizada dos recursos
hídricos, com a participação do poder público, dos usuários e das comunidades.

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045. (CEBRASPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2016) No que se refere ao direito


ambiental, julgue os itens a seguir.
Os comitês de bacia hidrográfica são constituídos por usuários das águas e por entidades
civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia, entre outros membros,
conforme dispõe a Lei n. 9.433/1997.

046. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2023) A respeito das


políticas nacionais relativas a recursos hídricos, mudanças climáticas e gestão dos resíduos
sólidos, julgue o seguinte item.
A Política Nacional de Recursos Hídricos prevê que os comitês de bacia hidrográfica são
competentes para estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos,
mas que não têm competência para sugerir os valores a serem cobrados.

047. (CESPE-CEBRASPE/EMBASA/TÉCNICO DE CONTABILIDADE/2010) Acerca da Lei n.


9.433/1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), julgue o item seguinte.
Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos o Conselho Nacional
de Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas, a Agência Nacional de Transportes
Terrestres e os comitês de bacias.

048. (COMPERVE/PREFEITURA DE PARNAMIRIM-RN/ADVOGADO/2019) O meio ambiente, bem


de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida da população, recebe tutela
jurídica plural em sede nacional. Não apenas a Constituição Federal de 1988, mas também
variadas outras normativas abordam o assunto, com vistas a estruturar sistema jurídico
de proteção amplo, dotado de medidas de prevenção e precaução de danos, de fiscalização
e de repressão a ilícitos. Nesse contexto,
a) de acordo com a Constituição de 1988, é competência concorrente da União, dos estados
e municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer uma de suas
formas.
b) de acordo com a lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, são instrumentos da política nacional
de recursos hídricos a compensação a municípios e a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
c) a lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental
– TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.
d) a lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, considera área verde urbana os espaços, públicos
ou privados, com predomínio de vegetação, exclusivamente nativa ou recuperada, previstos
no Plano Diretor do Município.

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049. (CEBRASPE/TJ-CE/JUIZ/2018) Com base na Lei n. 9.433/1997, que instituiu a Política


Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, e na Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos n. 16/2001, assinale a
opção correta.
a) Sendo o consumo humano, em qualquer situação, o uso prioritário dos recursos hídricos,
deve a gestão desses recursos evitar, sempre que possível, o uso múltiplo das águas e seu
consequente desperdício.
b) A outorga de direito de uso de recursos hídricos é ato administrativo mediante o qual a
autoridade outorgante faculta o direito de uso desses recursos, o que não implica, porém,
alienação total ou parcial das águas, que são inalienáveis, nos termos da lei.
c) O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos objetiva coordenar a gestão
integrada das águas e implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, cabendo
diretamente aos entes federativos, por meio de suas agências de águas, arbitrar os conflitos
relacionados aos recursos hídricos.
d) A outorga de direito de uso de recursos hídricos não abrange águas subterrâneas, mas
apenas águas superficiais.
e) Embora seja competência exclusiva da União registrar e fiscalizar as concessões de direitos
de pesquisa e exploração de recursos hídricos, o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos é composto de órgãos federais, estaduais e do DF.

050. (IBADE/PREFEITURA DE VILHENA-RO/FISCAL DE OBRAS/2019) Assinale a alternativa


que NÃO é competência do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
a) Financiar projetos de pesquisas nacionais, regionais e estaduais pertinentes ao tratamento
dos recursos hídricos.
b) Arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos.
c) Deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões
extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados.
d) Analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política
Nacional de Recursos Hídricos
e) Promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos
nacional, regional, estadual e dos setores usuários.

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GABARITO

1. b 18. C 35. E
2. b 19. E 36. E
3. b 20. d 37. C
4. b 21. c 38. E
5. a 22. b 39. E
6. e 23. d 40. C
7. e 24. E 41. c
8. c 25. c 42. E
9. c 26. E 43. E
10. c 27. C 44. C
11. e 28. C 45. C
12. b 29. c 46. E
13. d 30. C 47. E
14. d 31. d 48. b
15. E 32. C 49. b
16. E 33. C 50. a
17. C 34. E

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GABARITO COMENTADO

001. (CESGRANRIO/PETROBRAS/ENGENHEIRO DE MEIO AMBIENTE JÚNIOR/2018) A Lei n.


9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, deve ser de conhecimento
do Engenheiro Ambiental. Essa Lei prevê que a(o):
a) água é um bem de domínio público que não pode ser dotada de valor econômico.
b) gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
c) centralização da produção de dados e informações é princípio básico para o funcionamento
do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
d) extração de água de aquífero subterrâneo para insumo de processo produtivo não está
sujeita a outorga pelo poder público.
e) uso prioritário dos recursos hídricos, em situação de escassez, deve estar voltado à
geração de energia elétrica.

A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia sua atuação, dentre outros elementos, no
fato de que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das
águas, conforme dispõe o inciso IV do artigo 1º da Lei n. 9.433/97, conforme você pode
ver abaixo:

Art. 1º - A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:


(...)
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
(...)

Letra b.

002. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) É objetivo do regime de outorga do direito de


uso de recursos:
a) conceder direitos alternativos ao uso, ao consumo e à captação das águas servidas.
b) assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício
do direito de acesso a ela.
c) autorizar a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou como insumo
de processo produtivo.
d) aperfeiçoar o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
e) regular os usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente
em um corpo de água.

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Um dos objetivos do regime de outorga do direito de uso de recursos é assegurar o controle


quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício do direito de acesso a ela.
Esta é a transcrição literal do artigo 11 da Lei n. 9.433/97, que você pode conferir a seguir:

DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS


Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar
o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso
à água.

Letra b.

003. (CESGRANRIO/PETROBRAS/ENGENHEIRO DE MEIO AMBIENTE JÚNIOR/2017) A Lei n.


9.433/97, que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos, deve ser de conhecimento
do Engenheiro Ambiental. Essa Lei prevê que a(o):
a) água é um bem de domínio público que não pode ser dotada de valor econômico.
b) gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas.
c) centralização da produção de dados e informações é princípio básico para o funcionamento
do Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.
d) extração de água de aquífero subterrâneo para insumo de processo produtivo não está
sujeita a outorga pelo poder público.
e) uso prioritário dos recursos hídricos, em situação de escassez, deve estar voltado à
geração de energia elétrica.

A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia sua atuação, dentre outros elementos, no
fato de que a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das
águas, conforme dispõe o inciso IV do artigo 1º da Lei n. n. 9.433/97, conforme você pode
ver abaixo:

Art. 1º - A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:


(...)
IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre proporcionar o uso múltiplo das águas;
(...)

Letra b.

004. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) É objetivo do regime de outorga do direito de


uso de recursos:
a) conceder direitos alternativos ao uso, ao consumo e à captação das águas servidas.

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b) assegurar o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício


do direito de acesso a ela.
c) autorizar a extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou como insumo
de processo produtivo.
d) aperfeiçoar o aproveitamento dos potenciais hidrelétricos.
e) regular os usos que alterem o regime, a quantidade ou a qualidade da água existente
em um corpo de água.

Um dos objetivos do regime de outorga do direito de uso de recursos é assegurar o controle


quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício do direito de acesso a ela.
Esta é a transcrição literal do artigo 11 da Lei n. 9.433/97, que você pode conferir a seguir:

DA OUTORGA DE DIREITOS DE USO DE RECURSOS HÍDRICOS


Art. 11. O regime de outorga de direitos de uso de recursos hídricos tem como objetivos assegurar
o controle quantitativo e qualitativo dos usos da água e o efetivo exercício dos direitos de acesso
à água.

Letra b.

005. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) Assinale a opção correta quanto à PNRH.


a) A água é bem de domínio público, além de ser recurso natural limitado, dotado de valor
econômico.
b) A outorga de direito de uso, instrumento de gestão dos recursos hídricos, pode ser
concedida por prazo não superior a 35 anos, renovável com alienação parcial das águas.
c) Em caso de interrupção do abastecimento de água por mais de 72 horas, o poder público
local poderá multar a empresa concessionária em decorrência da infração por ela praticada.
d) A bacia hidrográfica é a unidade territorial para a implementação do Sistema Nacional
de Irrigação.
e) O objetivo da PNRH é implementar os meios necessários para a cobrança pelo uso e pelo
consumo de água no Brasil.

A PNRH define a água como um bem de domínio público, dotado de valor econômico e
a considera um recurso limitado. Esta interpretação pode ser extraída dos incisos I e II do
artigo 1º da referida lei. Veja abaixo:

Art. 1º A Política Nacional de Recursos Hídricos baseia-se nos seguintes fundamentos:


I - a água é um bem de domínio público;
II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor econômico;

Letra a.

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006. (CEBRASPE/TRF 2/JUIZ FEDERAL/2019) A cobrança pelo uso de recursos hídricos visa:
a) instituir a água como bem econômico e impor ao usuário medidas restritivas de direitos
quanto à outorga e à fruição dos recursos hídricos.
b) incentivar a privatização dos mecanismos de distribuição da água, bem como das estações
de tratamento.
c) incentivar o reuso das águas servidas na produção de ração animal.
d) estabelecer limites diários para a captação das águas superficiais.
e) obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e das intervenções
contempladas nos planos de recursos hídricos.

A PNRH estabelece uma série de objetivos que são perseguidos a partir da determinação
da cobrança pelo uso dos recursos hídricos. No artigo 19, é possível conhecer cada um
deles. Veja:

Art. 19 - A cobrança pelo uso de recursos hídricos objetiva:


I – reconhecer a água como bem econômico e dar ao usuário uma indicação de seu real valor;
II - incentivar a racionalização do uso da água;
III - obter recursos financeiros para o financiamento dos programas e intervenções contemplados
nos planos de recursos hídricos.

Letra e.

007. (CEBRASPE/TRF 5/JUIZ FEDERAL SUBSTITUTO/2017) Os comitês de bacias


hidrográficas são:
a) competentes para implantar e gerir o Sistema Nacional de Informações sobre Segurança
de Barragens.
b) competentes para outorgar o direito de uso de recursos hídricos em corpos de água de
domínio da União, mediante permissão.
c) incompetentes para aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia.
d) incompetentes para arbitrar administrativamente conflitos relacionados a recursos
hídricos.
e) incompetentes para o exercício do poder de polícia.

a) Errada. A competência para implementar e gerir o Sistema Nacional de Informações


sobre Segurança de Barragens é do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos (CNRH);
b) Errada. A competência para outorgar o direito de uso dos recursos hídricos em corpos de
água de domínio da União, mediante permissão, é de poder da Agência Nacional de Águas
(ANA);
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c) Errada. Os CBHs são competentes para aprovar o Plano de Recursos Hídricos da respectiva
bacia;
d) Errada. Os CBHs são competentes para arbitrar administrativamente nos conflitos
relacionados aos recursos hídricos.
e) Certa. O exercício do Poder de Polícia no que tange os conflitos relacionados aos recursos
hídricos é de competência das Agências de Águas, e não dos CBHs.
Letra e.

008. (FGV/OAB 1ª FASE 38º EXAME/2023) A fim de atender ao disposto na Política Nacional
de Recursos Hídricos, o Presidente da República tomou as providências necessárias para a
implementação e funcionamento do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
Assinale a alternativa que não contempla um objetivo do Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos.
a) Coordenar a gestão integrada das águas.
b) Arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos.
c) Implementar a Política Nacional do Meio Ambiente.
d) Promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos.

De acordo com o artigo 32 da Lei n. 9.433/1997:

Fica criado o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos, com os seguintes objetivos:
I – coordenar a gestão integrada das águas;
II – arbitrar administrativamente os conflitos relacionados com os recursos hídricos;
III – implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos;
IV – planejar, regular e controlar o uso, a preservação e a recuperação dos recursos hídricos;
V – promover a cobrança pelo uso de recursos hídricos. (letra “d” – certa)

Letra c.

009. (FGV/AGENERSA/ASSISTENTE DE REGULAÇÃO/2023) As opções a seguir apresentam


atividades de saneamento básico, enquanto conjunto de serviços públicos, infraestruturas
e instalações operacionais, à luz da Lei n. 11.445/2007, com a redação conferida pela Lei
n. 14.026/2020, à exceção de uma. Assinale-a.
a) Abastecimento de água potável.
b) Limpeza urbana e manejo de resíduos sólidos.
c) Outorga de uso dos recursos hídricos.
d) Drenagem e manejo de águas pluviais urbanas.
e) Esgotamento sanitário.

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Os recursos hídricos não integram os serviços públicos de saneamento básico. A utilização


de recursos hídricos na prestação de serviços públicos de saneamento básico, inclusive
para disposição ou diluição de esgotos e outros resíduos líquidos, é sujeita a outorga de
direito de uso, nos termos da Lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, de seus regulamentos
e das legislações estaduais. (Art. 4º da Lei n. 11.445/2007).
Letra c.

010. (FGV/OAB 1ª FASE 38º EXAME/2023) João, bilionário e morador na cidade de São Paulo,
decidiu abandonar os negócios e mudar-se para a zona rural de um pequeno município no
interior do Estado.
Comprou uma pequena chácara na área rural e verificou que não havia água no poço da
propriedade.
Dessa forma, resolveu captar água de um rio próximo ao seu imóvel, para que tivesse água
para beber, cozinhar etc.
Ao saber da conduta do pai, seu filho Antônio procurou um advogado especialista na área,
o qual lhe informou que:
a) a derivação ou captação de parcela da água existente em corpo de água para consumo
final não exige outorga do poder público.
b) João deveria ter furado um poço artesiano para extração de água de aquífero subterrâneo
para consumo final.
c) no caso em análise, não haveria necessidade de outorga pelo poder público, uma vez que
a derivação e captação de água eram considerados insignificantes.
d) no caso em análise, João deveria realizar estudo de impacto ambiental e solicitar licença
ambiental para captação da água.

De acordo com o artigo 12 da Política Nacional de Recursos Hídricos, estão sujeitos a


outorga pelo Poder Público os direitos dos seguintes usos de recursos hídricos:

I – derivação ou captação de parcela da água existente em um corpo de água para consumo final,
inclusive abastecimento público, ou insumo de processo produtivo;
II – extração de água de aquífero subterrâneo para consumo final ou insumo de processo produtivo;
§ 1º Independem de outorga pelo Poder Público, conforme definido em regulamento:
I – o uso de recursos hídricos para a satisfação das necessidades de pequenos núcleos populacionais,
distribuídos no meio rural;
II – as derivações, captações e lançamentos considerados insignificantes;
III – as acumulações de volumes de água consideradas insignificantes.

Letra c.

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011. (CEBRASPE/TJ-PA/JUIZ/2016) Considerando o Sistema Nacional de Gerenciamento


de Recursos Hídricos (SINGREH), a Lei de Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei n.
9.433/1997) e a Resolução n. 16/2001 do Conselho Nacional de Recursos Hídricos, assinale
a opção correta.
a) Os comitês de bacia hidrográfica são compostos por representantes de usuários e
poluidores das águas da área de drenagem de um conjunto de rios.
b) Nos comitês de bacia hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas
devem ser incluídos representantes das comunidades indígenas residentes nos estados-
membros localizados na fronteira da bacia.
c) Os comitês de bacia hidrográfica devem ser dirigidos por um conselho de diretores e um
secretário, indicados pelo governador do estado cujo território se situe na área de atuação
do comitê.
d) A criação de Agências de Água somente pode ser autorizada pelo IBAMA.
e) Compete ao Comitê de Bacia Hidrográfica aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia.

Segundo o artigo 38, inciso III, da PNRH, é de competência do Comitê de Bacia Hidrográfica
a aprovação do Plano de Recursos Hídricos da bacia hidrográfica competente. Veja abaixo
a disposição legal referida:

Art. 38 - Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:
III - aprovar o Plano de Recursos Hídricos da bacia;

Letra e.

012. (CEBRASPE/TJ-AM/JUIZ SUBSTITUTO/2016) Com relação aos recursos hídricos, assinale


a opção correta.
a) Compete ao Comitê Nacional de Recursos Hídricos organizar, implantar e gerir o Sistema
Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens.
b) Além do representante da FUNAI, os comitês de bacias hidrográficas de rios que abranjam
terras indígenas incluirão representante das comunidades indígenas.
c) Conforme a localização dos corpos d’água, seu domínio divide-se entre a União, os estados
(e por analogia o DF) e os municípios.
d) As competências dos comitês de bacias hidrográficas incluem o exercício do poder de
polícia.
e) Cabe à Agência Nacional de Águas, outorgar, mediante permissão, o direito de uso de
recursos hídricos em corpos de água de domínio da União, dos estados e do DF.

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De acordo com o artigo 39 da PNRH, os comitês de bacias hidrográficas de rios que ocupam
terras indígenas devem incluir representantes das comunidades indígenas diretamente
afetadas. Confira abaixo:

Art. 39. Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:


(...)
§ 3º - Nos Comitês de Bacia Hidrográfica de bacias cujos territórios abranjam terras indígenas
devem ser incluídos representantes:
I - da Fundação Nacional do Índio - FUNAI, como parte da representação da União;
II - das comunidades indígenas ali residentes ou com interesses na bacia.

Letra b.

013. (CEBRASPE/MPE-PI/PROMOTOR DE JUSTIÇA/2021) Discorrendo sobre a regulamentação


do uso da água, o ministro Luiz Fux sustentou, no STJ, que “o particular tem, apenas, o direito
à exploração das águas subterrâneas, mediante autorização do poder público e cobrada a
devida contraprestação”. Acerca desse tema, assinale a opção correta.
a) Exercem o papel de secretarias executivas dos comitês de bacia hidrográfica as organizações
civis de recursos hídricos integrantes do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos.
b) A outorga de direito de uso da água constitui ato precário, tendo o seu pagamento
natureza tributária.
c) Entre os instrumentos previstos na Política Nacional de Recursos Hídricos incluem-
se os planos diretores, de âmbito nacional, empregados para fundamentar e orientar o
gerenciamento da referida política.
d) O fato de a água ser considerada bem inalienável reflete-se no pagamento da conta de
água, o que constitui exemplo da aplicação do princípio do usuário-pagador.
e) De acordo com a legislação atual, a extração, para consumo final ou para insumo de
processo produtivo, de água de aquífero subterrâneo não se inclui entre os recursos hídricos
sujeitos a outorga.

De acordo com o Princípio do Usuário Pagador, é considerado usuário aquele que se vale,
de forma autorizada, de um determinado recurso natural, em consonância com as normas
vigentes. Trata-se, portanto, de pagar pelo uso privativo de um recurso ambiental de
natureza pública. Assim, sendo a água considerada um bem inalienável, o pagamento pela
sua utilização reflete a aplicação do referido princípio.
Letra d.

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014. (CEBRASPE/TJ-DFT/JUIZ SUBSTITUTO/2022) Considerando o processo de poluição


de corpo de água, assinale a opção correta com base no disposto na legislação ambiental
brasileira.
a) No que se refere ao controle de resíduos hospitalares que possam contaminar curso de
água, o MP não poderá exigir a realização do plano de gerenciamento de resíduos de serviços
de saúde dos hospitais se o órgão ambiental não o tiver exigido.
b) O lançamento de esgotos e demais resíduos em lagos artificiais, a exemplo do Lago
Paranoá, em Brasília – DF, não se inclui entre os itens sujeitos à outorga de direitos de uso
de recursos hídricos pelo poder público.
c) No caso de ocorrência de vazamento de óleo em determinado curso de água em que se
constate grave degradação ambiental, é prevista, consoante a Política Nacional de Recursos
Hídricos, apenas a suspensão parcial, por prazo determinado, da outorga de direito de uso
do recurso hídrico.
d) O estabelecimento de mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos é competência
do comitê de bacia da bacia hidrográfica ao qual o curso de água esteja vinculado.
e) É competência do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis
(IBAMA), nos termos da Política Nacional do Meio Ambiente, o estabelecimento de padrões
de controle de qualidade dos recursos hídricos.

Compete ao comitê de bacia hidrográfica o estabelecimento de cobrança referente ao uso


dos recursos hídricos provenientes da bacia referida. É o que dispõe o artigo 38 da PNRH,
que se dedica a delinear as competências dos comitês das bacias hidrográficas. Veja abaixo:

Art. 38 - Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores
a serem cobrados;

Letra d.

015. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) De


acordo com os princípios do Direito Ambiental, julgue o item que se segue:
O conceito de Meio Ambiente que vem embutido na norma jurídica não abrange o conjunto
de leis que rege a vida em todas as suas formas.

A alternativa está errada. Para solucioná-la, você precisa ter em mente o conceito trabalhado
no artigo 3º da Lei n. 6.938/1981, ao determinar que o meio ambiente compreende “o

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conjunto de condições, leis, influências e interações de ordem física, química e biológica


que permite, abriga e rege a vida em todas as suas formas.”
Errado.

016. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) Para efetiva garantia do direito ao


meio ambiente ecologicamente equilibrado, cabe ao poder público proteger a fauna e a
flora, que não se formam isoladamente, mas da interação constante de matérias orgânicas
e não-orgânicas. Toda comunidade de seres vivos interage com o meio circundante, com o
qual estabelece intercâmbio recíproco. Da interação entre biocenose (elementos vivos) e
biótopo (elementos não-vivos) forma-se o ecossistema, que, na CF, é protegido de forma
macro e micro.
A respeito da proteção macro dos ecossistemas, no que concerne a florestas e unidades
de conservação, julgue o próximo item.
A proteção constitucional da mata atlântica impede que haja propriedade privada nas áreas
abrangidas por esse macroecossistema.

A Mata Atlântica é considerada patrimônio nacional. Sua definição se encontra no parágrafo


4º do artigo 225. Todavia, o fato dela ser considerada patrimônio nacional não interfere ou
altera os domínios da propriedade privada nela inserida.
Ademais, a regulação sobre a utilização e proteção da vegetação nativa da mata atlântica
encontra disposição na Lei n. 11.428/2006, que em seu artigo 33 determina:

Art. 33. O poder público, sem prejuízo das obrigações dos proprietários e posseiros estabelecidas
na legislação ambiental, estimulará, com incentivos econômicos, a proteção e o uso sustentável
do Bioma Mata Atlântica.
§ 1º Na regulamentação dos incentivos econômicos ambientais, serão observadas as seguintes
características da área beneficiada:
I - a importância e representatividade ambientais do ecossistema e da gleba;
II - a existência de espécies da fauna e flora ameaçadas de extinção;
III - a relevância dos recursos hídricos;
IV - o valor paisagístico, estético e turístico;
V - o respeito às obrigações impostas pela legislação ambiental;
VI - a capacidade de uso real e sua produtividade atual.
§ 2º Os incentivos de que trata este Título não excluem ou restringem outros benefícios,
abatimentos e deduções em vigor, em especial as doações a entidades de utilidade pública
efetuadas por pessoas físicas ou jurídicas.

Errado.

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017. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) No que se refere à conservação da


biodiversidade, julgue o item seguinte.
As maiores ameaças à biodiversidade são a perda e a fragmentação dos hábitats, que
provocam a remoção local imediata da flora e da fauna nativas e, consequentemente,
o desaparecimento de populações, a redução da distribuição geográfica das espécies e
prejuízos na diversidade genética.

Seu enunciado corresponde perfeitamente a algumas das diversas ameaças e consequências


ecológicas que as desordens biológicas podem ocasionar: a fragmentação dos habitats, que
pode resultar em prejuízos irreversíveis para a nossa diversidade biológica.
Certo.

018. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) De acordo com a Convenção sobre


Diversidade Biológica (CDB), espécie exótica é toda espécie que se encontra fora de sua área
de distribuição natural e espécie exótica invasora é aquela que, além de estar fora da sua
área de distribuição natural, ainda ameaça ecossistemas, hábitats ou outras espécies. Estas
espécies, devido às suas vantagens competitivas e favorecidas pela ausência de inimigos
naturais, podem proliferar e invadir ecossistemas, sejam eles naturais ou antropizados.
Espécies exóticas invasoras representam uma das maiores ameaças ao meio ambiente,
pois causam enormes prejuízos à economia, à biodiversidade, aos ecossistemas naturais e
à saúde humana, sendo consideradas a segunda maior causa de perda de biodiversidade,
logo após a degradação e a fragmentação de hábitats.
Tendo o texto acima como referência inicial, julgue os próximos itens.
A poluição constitui ameaça à biodiversidade por comprometer a capacidade de sobrevivência
ou de reprodução de determinada espécie em seu hábitat. O aumento, com causas antrópicas,
da temperatura da água de um rio é, portanto, um exemplo de poluição.

A poluição é considerada uma alteração das condições naturais acarretada no meio ambiente.
Essas alterações podem se dar pela via da ordem física, química ou biológica. No caso trazido
pelo enunciado, a alteração da temperatura é um fator de ordem física, corroborando para
a questão ser considerada como certa.
Certo.

019. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) A


União, após realizar levantamentos em determinada área do pantanal mato-grossense,

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editou decreto expropriatório de uma fazenda ali situada, para fins de reforma agrária. O
proprietário do imóvel rural impugnou judicialmente o decreto de desapropriação alegando
que a CF, ao instituir o pantanal mato-grossense como área especialmente protegida,
impedia, juridicamente, que a União, por meio de atividade expropriatória, promovesse e
executasse ali projetos de reforma agrária, notadamente nos imóveis rurais.
Tendo como referência a situação hipotética acima, julgue os itens a seguir.
O pantanal mato-grossense, assim como a floresta amazônica, a mata atlântica, a Serra
do Mar e a zona costeira, de fato, foi declarado pela CF como patrimônio nacional, o que
identifica a referida área também como bem da União.

De início, você deve ter em mente que Patrimônio Nacional e Bem da União são conceitos
totalmente diferentes. Neste caso, inicialmente veja a disposição constitucionalmente
prevista acerca do Patrimônio Nacional, precisamente no artigo 225 parágrafo 4º:

Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 4º - A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da
lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
uso dos recursos naturais.

Agora, perceba a diferença da definição sobre os Bens da União, referenciada no artigo 20:

Art. 20 - São bens da União:


I - os que atualmente lhe pertencem e os que lhe vierem a ser atribuídos;
II - as terras devolutas indispensáveis à defesa das fronteiras, das fortificações e construções
militares, das vias federais de comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei;
III - os lagos, rios e quaisquer correntes de água em terrenos de seu domínio, ou que banhem
mais de um Estado, sirvam de limites com outros países, ou se estendam a território estrangeiro
ou dele provenham, bem como os terrenos marginais e as praias fluviais;
IV - as ilhas fluviais e lacustres nas zonas limítrofes com outros países; as praias marítimas;
as ilhas oceânicas e as costeiras, excluídas, destas, as que contenham a sede de Municípios,
exceto aquelas áreas afetadas ao serviço público e a unidade ambiental federal, e as referidas
no art. 26, II;
V - os recursos naturais da plataforma continental e da zona econômica exclusiva;
VI - o mar territorial;
VII - os terrenos de marinha e seus acrescidos;
VIII - os potenciais de energia hidráulica;
IX - os recursos minerais, inclusive os do subsolo;

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X - as cavidades naturais subterrâneas e os sítios arqueológicos e pré-históricos;


XI - as terras tradicionalmente ocupadas pelos índios.

Errado.

020. (FCC/TJ-SC/JUIZ SUBSTITUTO/2020) O Meio Ambiente, bem de uso comum do povo,


consiste no equilíbrio ecológico e na higidez do meio e dos recursos naturais, é bem:
a) individual homogêneo, indivisível, indisponível e impenhorável;
b) tangível, disponível e impenhorável;
c) coletivo, divisível e indisponível;
d) comum, geral, difuso, indivisível, indisponível e impenhorável;
e) difuso, divisível, indisponível e impenhorável.

A resposta da questão pode ser solucionada com base na interpretação do artigo 225 da
Constituição Federal de 1988, que assim dispõe: “Todos têm direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de
vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo
para as presentes e futuras gerações”.
Assim, para chegar à resposta correta, você precisa dividir a interpretação do artigo por
partes: primeiro, o fato de o meio ambiente ser um “bem de uso comum do povo” rapidamente
subentende seu caráter “comum, geral e difuso.” Por sua vez, o viés indivisível do meio
ambiente se dá tendo em vista que, caso fosse dividido, perderia parte de seu valor e de sua
unicidade. Memorize, portanto, que um bem indivisível é aquele que não pode ser fracionado,
sob pena de perda ou alteração do valor de sua substância (Vide artigo 87 do Código Civil).
Já a indisponibilidade do meio ambiente se materializa em virtude do seu caráter de direito
humano fundamental, tendo em vista ser “essencial à sadia qualidade de vida” sendo,
portanto, fundamental para a composição do mínimo existencial. Assim, perceba, se é
essencial, é fundamental, se é fundamental, é indisponível, ou seja, não se pode abrir mão ou
negociar. Por fim, por se tratar de um bem público, comum e indisponível, sua característica
impenhorável encerra a interpretação e responde corretamente à exigência do enunciado.
Letra d.

021. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA-CE/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) O


Direito ao Meio Ambiente é um direito de interesse:
a) Individual homogêneo de grande relevância social.
b) Coletivo.

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c) Difuso.
d) Meramente individual.
e) Exclusivo do Poder Público.

O Direito ao Meio Ambiente é um direito de interesse difuso. Para chegar a essa compreensão,
você deve memorizar o conceito de Direito Difuso. Diferentemente do Direito Coletivo, no
qual os sujeitos detentores são passíveis de determinação, tendo em vista que são direitos
direcionados a grupos e categorias estritas (lembra do Direito do Trabalho? Então...), os
Direitos Difusos são mais abrangentes. Esta abrangência se dá em virtude de seus titulares
serem considerados indeterminados ou indetermináveis, sendo assim definidos como
direitos transindividuais. Desta maneira, o Direito ao Meio Ambiente é considerado um
direito difuso, tendo em vista a amplitude e a indeterminação de seus sujeitos passíveis.
Tudo bem que qualquer pessoa é considerada detentora do direito ao meio ambiente
equilibrado, mas você deve entender que é justamente nesse “qualquer pessoa” que mora
a indeterminação do sujeito do direito em comento.
Letra c.

022. (CESGRANRIO/BNDES/PROFISSIONAL BÁSICO-C. CONTÁBEIS/2018) Comissão


Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento (WCED) adota a seguinte definição: “o
desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer as habilidades
das futuras gerações de satisfazerem suas necessidades”.
Com tal definição o aludido órgão está apresentando o conceito de:
a) crescimento sustentável.
b) desenvolvimento sustentável.
c) indústria sustentável.
d) impacto ambiental.
e) efeitos ambientais.

O enunciado traz a definição perfeita de Desenvolvimento Sustentável.


Letra b.

023. (CESGRANRIO/PETROBRAS/PROFISSIONAL JÚNIOR-DIREITO/2015) O homem primitivo


era nômade, sua economia baseava-se na caça e na pesca e seus movimentos eram limitados.
O advento da agricultura o tornou sedentário e agressivo em relação ao meio ambiente.
Os progressos nas áreas científicas e tecnológicas, obtidos a partir do final do século

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XIX, trouxeram-lhe melhorias nas condições de vida, porém foram acompanhados de um


assustador crescimento populacional que aumentou as desigualdades sociais, afetou a saúde
e poluiu reservas de água doce, o solo e o ar. Isto levou ao questionamento do modelo de
desenvolvimento da época, baseado na maximização do lucro, incorporando-se, aos poucos,
a responsabilidade social. Qual das opções a seguir NÃO apresenta uma justificativa para
a busca do desenvolvimento sustentável?
a) Diferenças sociais existentes no mundo.
b) Diminuição de acidentes catastróficos de proporções globais acontecidos no mundo todo.
c) Pressão por parte dos grandes investidores para concessão de empréstimos
d) Capacidade ilimitada da natureza de absorção dos impactos provocados pelo
desenvolvimento econômico.
e) Empenho dos governos em todo o mundo.

Sempre que você vir enunciados falando sobre a capacidade ILIMITADA da natureza, memorize
que o erro está justamente aí! Os recursos naturais são LIMITADOS, eis a razão de surgir a
problemática da sustentabilidade!
Letra d.

024. (CEBRASPE/POLÍCIA FEDERAL/DELEGADO DE POLÍCIA/2013) Considerando o disposto


na CF acerca na ordem judicial, julgue o item subsequente.
A floresta amazônica brasileira, assim como a mata atlântica, é considerada bem da União,
devendo sua utilização ocorrer na forma da lei, em condições que assegurem a preservação
do meio ambiente, inclusive no que concerne ao uso dos recursos naturais.

A Floresta Amazônica Brasileira é considerada PATRIMÔNIO NACIONAL, e não Bem da União


(art. 224, par. 4º, CF/88).
Errado.

025. (CEBRASPE/TJ-CE/JUIZ SUBSTITUTO/2018) Considerando os diversos aspectos que


envolvem o conceito de meio ambiente, particularmente o cultural e o do trabalho, assinale
a opção correta.
a) Considera-se meio ambiente cultural o ambiente integrado pelos equipamentos urbanos
e edifícios comunitários, como as bibliotecas, pinacotecas, museus e instalações científicas
ou similares.

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b) O meio ambiente é um bem público classificado pela CF como de uso comum do povo,
razão pela qual não se admite que o seu uso seja oneroso ou imponha a necessidade de
qualquer contraprestação de ordem pecuniária.
c) Ao estabelecer a tutela do meio ambiente, a CF dispõe que a proteção do meio ambiente,
nele compreendido o meio ambiente do trabalho, constitui um dos objetivos do Sistema
Único de Saúde.
d) A todos os entes federativos compete a proteção de documentos, obras e outros bens
de valor histórico, artístico, cultural e paisagístico, mas a competência para legislar sobre
esses temas pertence, privativamente, à União.
e) A definição legal de recursos ambientais compreende a fauna e a flora, as águas superficiais
e subterrâneas, o solo e o subsolo, mas não o mar territorial e os demais elementos da
biosfera.

a) Errada. O Meio Ambiente Cultural é integrado pelo patrimônio cultural material e imaterial,
conforme você já viu nos tópicos anteriores.
b) Errada. O Meio Ambiente é um bem público devidamente classificado pela CF/88 e o seu
uso é admitido em casos que sejam onerosos ou imponham a necessidade de contraprestação
pecuniária, ponto que se sustenta com base no princípio do Usuário Pagador, que você
aprenderá na aula sobre os Princípios do Direito Ambiental.
c) Certa. Ao estabelecer a tutela do meio ambiente, a CF dispõe que a proteção do meio
ambiente, nele compreendido o meio ambiente do trabalho, constitui um dos objetivos
do Sistema Único de Saúde, conforme previsão do artigo 200 da CF/88, que assim dispõe:

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras atribuições, nos termos da lei:
(...)
VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho.

d) Errada. A competência para legislar sobre a proteção do patrimônio cultural é repartida


entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, a fim de que as diversidades regionais
possam ser devidamente protegidas mediante a criação de leis específicas para atender
a cada caso concreto.
e) Errada. A definição dos recursos ambientais compreende a flora, a fauna, as bacias
hidrográficas abrangentes e demais elementos da biosfera.
Letra c.

026. (CEBRASPE/TJ-DFT/ANALISTA JUDICIÁRIO/2013) Apesar de a floresta amazônica, a mata


atlântica, a Serra do Mar, o pantanal mato-grossense e a zona costeira serem patrimônios
nacionais, não se consideram bens públicos os imóveis particulares existentes nessas áreas.
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Embora o parágrafo 4º do artigo 225 da CF/88 determine que “A Floresta Amazônica brasileira,
a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio
nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a
preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais”, não existe
previsão constitucional que determine a transformação de imóveis particulares situados
nessas áreas para a condição de bens público. Sendo assim, depreende-se da disposição
constitucional apenas que a utilização de tal patrimônio nacional deve ter previsão legal,
de modo que, prioritariamente, seja garantida a preservação ambiental da área.
Errado.

027. (CEBRASPE/ICMBIO/ANALISTA AMBIENTAL/2021) Uma grande fazenda situada em área


declarada como Serra do Mar foi afetada por ato administrativo normativo que, ao criar
reservas florestais na área, impediu a realização da atividade econômica de criação de gado
no local, e também pelas normas protetivas instituídas pelo Código Florestal relativas às
áreas de reserva legal e de preservação permanente. O proprietário ajuizou, então, ação com
pedido de indenização contra o poder público, pois entendeu que as restrições acarretaram
grande prejuízo econômico, já que seu imóvel era destinado justamente à criação de gado
leiteiro e de corte.
Diante dessa situação hipotética, julgue os itens subsequentes.
A atuação do poder público visa resguardar o direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, o qual, segundo a tradicional classificação de direitos constitucionais em
gerações de direitos, configura um típico direito de terceira geração.

De acordo com a doutrina jurídica majoritária, as principais gerações do direito que são
pacificadas pelas correntes de pensamento majoritárias são: os direitos de primeira
geração, nos quais se incluem os direitos civis e políticos; os direitos de segunda geração,
onde se destacam os direitos sociais, culturais e econômicos e, por fim, os direitos de
terceira geração, nos quais se incluem os direitos da fraternidade e da solidariedade, aqui
destacando-se os direitos difusos e coletivos, a exemplo do próprio meio ambiente.
Certo.

028. (CEBRASPE/PRF/POLICIAL RODOVIÁRIO FEDERAL/CURSO DE FORMAÇÃO/2020) Segundo


disposição constitucional, cabe ao poder público e à coletividade, enquanto titular do
direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, o dever de defender e preservar o
meio ambiente.
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A resposta está correta, tendo em vista que o texto constitucional delimita a atuação
conjunta do poder público e da sociedade enquanto responsáveis pela defesa e preservação
do meio ambiente, para que as presentes e futuras gerações disponham do equilíbrio
ecológico necessário para o desenvolvimento da vida em sociedade.
Certo.

029. (CEBRASPE/MPE-CE/PROMOTOR DE JUSTIÇA DE ENTRÂNCIA INICIAL/2020) Com relação


ao tratamento constitucional dado à questão ambiental, é correto afirmar que a Constituição
Federal de 1988:
a) prevê a preservação do meio ambiente ecologicamente equilibrado como dever apenas
de parte da coletividade e obrigação do poder público.
b) confere juridicidade ao valor ético da alteridade, objetivando uma pretensão universal de
solidariedade social, ao tratar das gerações futuras e dos animais como sujeitos de direito.
c) estabelece que o meio ambiente ecologicamente equilibrado é não só um direito, mas
também um dever de toda a coletividade e do poder público.
d) reconhece o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, um direito fundamental
de segunda geração, segundo a jurisprudência do STF.
e) estabelece que o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado corresponde ao
princípio do desenvolvimento sustentável, com suas facetas cultural, social e econômica.

O caput artigo 225 da CF/88 estabelece que “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente
equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se
ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e
futuras gerações”.
Letra c.

030. (CEBRASPE/STM/TÉCNICO JUDICIÁRIO/2018) Julgue o item seguinte, relativo aos


direitos e garantias fundamentais, ao meio ambiente e à organização político-administrativa.
Constitui regra de garantia do direito humano fundamental ao meio ambiente a possibilidade
de qualquer cidadão ser legitimado a propor ação popular visando à anulação de ato lesivo
ao meio ambiente.

A alternativa está certa, e para solucioná-la você não pode esquecer a relevância constitucional
dada à matéria do meio ambiente. Ainda segundo o artigo 5º, LXXIII, da CF/88, “qualquer

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cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio
público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio
ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé,
isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência.”
Certo.

031. (FCC/MPE/PROMOTOR DE JUSTIÇA SUBSTITUTO/2019) Segundo prevê o art. 225 da


Constituição Federal “todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado,
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras
gerações”. Nesse caso,
a) degradação ambiental e poluição são expressões que se equivalem.
b) como cabe ao Poder Público o dever de defender o meio ambiente, jamais poderá ser
responsabilizado por sua degradação.
c) o poluidor será sempre a pessoa física ou jurídica de direito privado, responsável, direta
ou indiretamente, pela degradação ambiental.
d) o poluidor será a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável,
direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.
e) a poluição será sempre ilícita.

Proteger o meio ambiente para as presentes e futuras gerações é uma responsabilidade


compartilhada entre o poder público e a coletividade. Nesta perspectiva, veja a previsão
do artigo 3º da Lei n. 6.938/1981:
• Degradação ambiental: “a alteração adversa das características do meio ambiente.”
(inciso II)
• Poluição Ambiental: “a degradação da qualidade ambiental resultante de atividades
que direta ou indiretamente.” (inciso III)
• Poluidor: “a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta
ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental.” (inciso IV)
Letra d.

032. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2014) No que se


refere ao direito ambiental, julgue os itens a seguir.
Entre as finalidades do princípio do poluidor-pagador, destaca-se a imposição ao poluidor
da obrigação de recuperar e(ou) indenizar os danos ambientais causados.

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O Princípio do Poluidor Pagador não pressupõe o direito de poluir, mas sim a obrigação de
reparar os danos ambientais, se caso poluir. Desta forma, também conhecido como Princípio
da Responsabilidade, ele determina que o poluidor arque com as despesas relacionadas
à prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais causados pela sua atividade
poluidora.
Certo.

033. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/CONSULTOR LEGISLATIVO/2017) Considere que


uma determinada empresa, a qual em sua atividade rotineira é capaz de causar poluição,
tenha requerido e obtido a licença ambiental necessária para o seu funcionamento. Uma
semana após ser fiscalizada, atestando-se que suas práticas estavam obedecendo às
exigências legais, foi detectada a ocorrência de dano ambiental causado por suas atividades.
Considerando essa situação hipotética, julgue o seguinte item.
O princípio do poluidor pagador impõe ao empreendedor que invista em tecnologia ou em
outros meios com o objetivo de evitar a ocorrência de poluição, representando tal prática
a internalização dos custos sociais externos que acompanham a atividade econômica.

O Princípio do Poluidor Pagador determina que o agente poluidor arque com as despesas
relacionadas à prevenção, reparação e repressão dos danos ambientais causados por ele
próprio. Desta forma, busca ainda internalizar os custos sociais resultantes da poluição
na própria produção desenvolvida pelos empreendedores das atividades potencialmente
poluidoras, visando evitar a privatização dos lucros e socialização das perdas.
Certo.

034. (CEBRASPE/CAIXA/ENGENHEIRO AGRÔNOMO/2017) Julgue o item seguinte, acerca da


Política Nacional do Meio Ambiente e dos seus instrumentos.
A obrigação, do poluidor, de indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a
terceiros afetados por sua atividade depende da existência de culpa. Essa obrigação decorre
do princípio do usuário/poluidor-pagador.

A responsabilidade civil que versa sobre danos causados ao meio ambiente é objetiva, ou
seja, INDEPENDE da existência de culpa ou dolo.
Errado.

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035. (CEBRASPE/AGU/PROCURADOR FEDERAL/2023) Há inúmeros princípios ambientais


que orientam a otimização das regras de proteção do meio ambiente. Esses princípios
constam na Política Nacional do Meio Ambiente, na CF e em documentos internacionais
de proteção do meio ambiente, como Conferência de Estocolmo de 1972, Nosso Futuro
Comum (Relatório Brundtland) e Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento,
de 1992 (ECO-92).
Considerando o texto acima, julgue os itens subsequentes, acerca dos princípios ambientais
e de sua adoção em regras procedimentais de proteção do meio ambiente.
O princípio do poluidor-pagador, dispositivo internacional da proteção do meio ambiente,
ainda não foi incorporado à legislação infraconstitucional brasileira.

O Princípio do Poluidor Pagador (ou PPP, como eu abreviei alguns parágrafos acima), foi
incorporado pelo texto constitucional segundo o trecho que você vê logo abaixo:

Art. 225 CF/88: Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade
o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
(...)
§ 2º Aquele que explorar recursos minerais fica obrigado a recuperar o meio ambiente degradado,
de acordo com solução técnica exigida pelo órgão público competente, na forma da lei.
§ 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores,
pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação
de reparar os danos causados.

Para além do texto constitucional, o PPP foi amplamente recepcionado pela legislação
infraconstitucional nacional, nos seguintes termos:
• Decreto n. 4.339/2002 – implementa a Política Nacional da Biodiversidade.
• Decreto n. 4.297/2002 – estabelece os critérios para o Zoneamento Ecológico.
• Lei n. 6.938/1981 – dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente.
• Resoluções do CONAMA: 312/02, 357/05 e 358/05 (dentre outras).
Errado.

036. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) No que


se refere ao princípio do usuário-pagador no âmbito do direito ambiental, entre outras
normas ambientais, julgue os itens que se seguem.
De acordo com o referido princípio, deve-se proceder à quantificação econômica dos
recursos ambientais, de modo a garantir reparação por todo o dano ambiental causado.

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De antemão, você deve tomar bastante cuidado para não confundir o Princípio do Usuário-
Pagador com o do Poluidor-Pagador. Neste sentido, o primeiro não está relacionado a
qualquer dano potencial ou efetivamente causado ao meio ambiente. Desta forma, o
Usuário-Pagador tem como pressuposto a aferição de valores financeiros destinados aos
recursos naturais, com o intuito de racionalizar suas utilizações e, assim, evitar desperdícios.
Assim, a cobrança por esses recursos pressupõe exclusivamente a contrapartida ligada à
utilização dos mesmos.
Errado.

037. (CEBRASPE/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROCURADOR DO MUNICÍPIO/2017) De acordo


com os princípios do direito ambiental, julgue o item que se segue.
Ao usuário será imposta contribuição pelos custos advindos da utilização de recursos
ambientais com fins econômicos.

A questão está correta e diz respeito fielmente ao Princípio do Usuário Pagador.


Certo.

038. (CEBRASPE/IBAMA/TÉCNICO ADMINISTRATIVO/2012) Julgue os itens a seguir, acerca


da Política Nacional do Meio Ambiente (PNMA).
Dado o princípio do poluidor-pagador, para que se imponha ao poluidor e ao predador a
obrigação de recuperar e(ou) indenizar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros,
é necessário que se prove a culpa do degradador. Caso ele não tenha agido com má-fé, não
será obrigado a reparar e(ou) indenizar os danos causados.

A responsabilização do poluidor do meio ambiente é objetiva, qual seja, aquela que independe
e culpa para que se observe o dever de reparar os danos causados. Neste entendimento, o
artigo 14 da Lei n. 6.938/1981 estabelece que:

Art. 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal,
o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e
danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores:
(...)
§ 1º Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado,
independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio
ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados

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terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao
meio ambiente.

Errado.

039. (CEBRASPE/SERVIÇO GEOLÓGICO DO BRASIL/ANALISTA DE GEOCIÊNCIAS-DIREITO/2018)


Considerando os princípios de proteção ambiental e a distribuição de competências entre
os entes federativos relativamente ao meio ambiente, julgue os itens a seguir.
O princípio do poluidor-pagador autoriza o empreendedor a desenvolver atividades que
gerem atos poluidores, desde que este arque com os prejuízos que delas possam advir e
que a reparação se dê em pecúnia.

O Princípio do Poluidor-Pagador não sinaliza para a possibilidade de existir um direito subjetivo


que autoriza determinado agente a pagar para poder poluir. Você não pode confundir o
Poluidor-Pagador com o Pagador-Poluidor, pois a regra que direciona o princípio é: Poluiu?
Paga! E não: Paga? Polui!
Errado.

040. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA/2018) Com base nas disposições legais acerca de patrimônio


cultural, julgue o próximo item.
A sociedade pode acionar o sistema de proteção do meio ambiente por meio de provocação
ao Ministério Público e, também, mediante ação popular que vise anular ato lesivo ao
patrimônio público.

Estabelece o artigo 5º da CF/88 que:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade,
à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
(...)
LXXIII - qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo
ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada
má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência;
(...)

Certo.

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041. (FCC/PGE-SP/PROCURADOR DO ESTADO/2012) O artigo 225 da Constituição Federal


estabelece que constituem patrimônio nacional, com utilização prevista na forma da lei,
dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
uso dos recursos naturais, as seguintes regiões do Brasil:
a) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, o Cerrado, a Serra do Mar, o Pantanal
Mato-Grossense e a Zona Costeira.
b) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal Mato-Grossense
e a Zona Costeira.
c) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira.
d) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e o Pampa gaúcho.
e) a Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Cerrado, o Pampa gaúcho
e a Zona Costeira.

Questão puramente decoreba da letra da lei, e existe um macete bem bacana que vou
deixar aqui para que você nunca mais esqueça. Mas antes, vamos ao que dispõe o artigo
225 da CF/88:

Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum
do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o
dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.
§ 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao poder público:
(...)
§ 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-
Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da
lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao
uso dos recursos naturais.

Agora que você já viu a disposição constitucional sobre a matéria, vamos ao macete: O
patrimônio nacional é resumido em “FAMA SeM PaZ”. Floresta Amazônica brasileira, MAta
Atlântica, SErra do Mar, PAntanal Mato-Grossense e Zona Costeira.
Letra c.

042. (CEBRASPE/IPHAN/ANALISTA/2018) Julgue os itens que se seguem, referentes a áreas


de preservação permanente, unidades de conservação e crimes ambientais.
Compete privativamente à União legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa
do solo e dos recursos naturais.

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A alternativa está errada, tendo em vista a disposição dos incisos VI e VII do artigo 24 da
CF/88, que dispõe:

Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre:
(...)
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos naturais,
proteção do meio ambiente e controle da poluição;
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, artístico, turístico e paisagístico;
(...)

Ou seja, a competência para legislar sobre florestas, conservação da natureza, defesa do


solo e dos recursos naturais é concorrente entre a União, os Estados e o Distrito Federal.
Errado.

043. (CEBRASPE/EMBASA/ADVOGADO/2018) No que se refere à legislação acerca do direito


ambiental, julgue os itens que se seguem.
Segundo a Política Nacional de Recursos Hídricos, os planos de recursos hídricos devem ser
elaborados por bacia hidrográfica e por município.

Segundo o artigo 8º da PNRH, os planos de recursos hídricos devem ser elaborados por
bacia hidrográfica, por Estado e para o País. Leia abaixo:

Art. 8º Os Planos de Recursos Hídricos serão elaborados por bacia hidrográfica, por Estado e
para o País.

Errado.

044. (CEBRASPE/EMBASA/TÉCNICO DE CONTABILIDADE/2018) Acerca da Lei n. 9.433/1997,


que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), julgue o item seguinte.
Um dos fundamentos em que se baseia a PNRH é a gestão descentralizada dos recursos
hídricos, com a participação do poder público, dos usuários e das comunidades.

Questão certa! É o que diz, literalmente, o inciso VI do artigo 1º da PNRH. Veja abaixo:

Art. 12 (...) VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada e contar com a participação
do Poder Público, dos usuários e das comunidades.

Certo.

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045. (CEBRASPE/PGE-BA/PROCURADOR DO ESTADO/2016) No que se refere ao direito


ambiental, julgue os itens a seguir.
Os comitês de bacia hidrográfica são constituídos por usuários das águas e por entidades
civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia, entre outros membros,
conforme dispõe a Lei n. 9.433/1997.

Lembra a disposição do artigo 39 da PNRH? É lá que se encontra a composição dos Comitês


de Bacias Hidrográficas. Deixa-me te lembrar:

Art. 39 - Os Comitês de Bacia Hidrográfica são compostos por representantes:


I - da União;
II - dos Estados e do Distrito Federal cujos territórios se situem, ainda que parcialmente, em
suas respectivas áreas de atuação;
III - dos Municípios situados, no todo ou em parte, em sua área de atuação;
IV – dos usuários das águas de sua área de atuação;
V – das entidades civis de recursos hídricos com atuação comprovada na bacia.

Certo.

046. (CEBRASPE/CÂMARA DOS DEPUTADOS/ANALISTA LEGISLATIVO/2023) A respeito das


políticas nacionais relativas a recursos hídricos, mudanças climáticas e gestão dos resíduos
sólidos, julgue o seguinte item.
A Política Nacional de Recursos Hídricos prevê que os comitês de bacia hidrográfica são
competentes para estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos,
mas que não têm competência para sugerir os valores a serem cobrados.

Os Comitês de Bacias Hidrográficas são competentes tanto para estabelecer os mecanismos


de cobranças pelo uso dos recursos hídricos, como também para sugerir os valores a serem
cobrados. É o que dispõe o artigo 38 da PNRH, lembra? Olha só:

Art. 38 - Compete aos Comitês de Bacia Hidrográfica, no âmbito de sua área de atuação:
(...)
VI - estabelecer os mecanismos de cobrança pelo uso de recursos hídricos e sugerir os valores
a serem cobrados;

Errado.

047. (CESPE-CEBRASPE/EMBASA/TÉCNICO DE CONTABILIDADE/2010) Acerca da Lei n.


9.433/1997, que institui a Política Nacional de Recursos Hídricos (PNRH), julgue o item seguinte.

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Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos o Conselho Nacional


de Recursos Hídricos, a Agência Nacional de Águas, a Agência Nacional de Transportes
Terrestres e os comitês de bacias.

A questão está errada ao afirmar que a ANTT faz parte do SINGREH. Veja:

PNRH, Art. 33 - Integram o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos:


I – o Conselho Nacional de Recursos Hídricos;
I – A. – a Agência Nacional de Águas;
II – os Conselhos de Recursos Hídricos dos Estados e do Distrito Federal;
III – os Comitês de Bacia Hidrográfica;
IV – os órgãos dos poderes públicos federal, estaduais, do Distrito Federal e municipais cujas
competências se relacionem com a gestão de recursos hídricos;
V – as Agências de Água.

Errado.

048. (COMPERVE/PREFEITURA DE PARNAMIRIM-RN/ADVOGADO/2019) O meio ambiente, bem


de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida da população, recebe tutela
jurídica plural em sede nacional. Não apenas a Constituição Federal de 1988, mas também
variadas outras normativas abordam o assunto, com vistas a estruturar sistema jurídico
de proteção amplo, dotado de medidas de prevenção e precaução de danos, de fiscalização
e de repressão a ilícitos. Nesse contexto,
a) de acordo com a Constituição de 1988, é competência concorrente da União, dos estados
e municípios proteger o meio ambiente e combater a poluição em qualquer uma de suas
formas.
b) de acordo com a lei n. 9.433, de 8 de janeiro de 1997, são instrumentos da política nacional
de recursos hídricos a compensação a municípios e a cobrança pelo uso de recursos hídricos.
c) a lei n. 6.938, de 31 de agosto de 1981, institui a Taxa de Controle e Fiscalização Ambiental
– TCFA, cujo fato gerador é o exercício regular do poder de polícia conferido ao Conselho
Nacional do Meio Ambiente – CONAMA.
d) a lei n. 12.651, de 25 de maio de 2012, considera área verde urbana os espaços, públicos
ou privados, com predomínio de vegetação, exclusivamente nativa ou recuperada, previstos
no Plano Diretor do Município.

A Lei n. 9.433/97, que estabelece a Política Nacional dos Recursos Hídricos (PNRH), determina
uma série de instrumentos para que a referida Política seja corretamente viabilizada. Nesse
contexto, de acordo com o artigo 5º da referida lei, a Compensação aos Municípios e a
cobrança pelo uso dos recursos hídricos se apresentam como dois desses instrumentos. Veja:
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Art. 5º - São instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos:


I - os Planos de Recursos Hídricos;
II - o enquadramento dos corpos de água em classes, segundo os usos preponderantes da água;
III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;
IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;
V - a compensação a municípios;
VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.

Letra b.

049. (CEBRASPE/TJ-CE/JUIZ/2018) Com base na Lei n. 9.433/1997, que instituiu a Política


Nacional de Recursos Hídricos e criou o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos, e na Resolução do Conselho Nacional de Recursos Hídricos n. 16/2001, assinale a
opção correta.
a) Sendo o consumo humano, em qualquer situação, o uso prioritário dos recursos hídricos,
deve a gestão desses recursos evitar, sempre que possível, o uso múltiplo das águas e seu
consequente desperdício.
b) A outorga de direito de uso de recursos hídricos é ato administrativo mediante o qual a
autoridade outorgante faculta o direito de uso desses recursos, o que não implica, porém,
alienação total ou parcial das águas, que são inalienáveis, nos termos da lei.
c) O Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos objetiva coordenar a gestão
integrada das águas e implementar a Política Nacional de Recursos Hídricos, cabendo
diretamente aos entes federativos, por meio de suas agências de águas, arbitrar os conflitos
relacionados aos recursos hídricos.
d) A outorga de direito de uso de recursos hídricos não abrange águas subterrâneas, mas
apenas águas superficiais.
e) Embora seja competência exclusiva da União registrar e fiscalizar as concessões de direitos
de pesquisa e exploração de recursos hídricos, o Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos é composto de órgãos federais, estaduais e do DF.

A PNRH determina, em seu artigo 18, que a outorga dos usos dos recursos hídricos não
implica na alienação parcial das águas, tendo em vista que elas são inalienáveis. Leia abaixo:

Art. 18. A outorga não implica a alienação parcial das águas, que são inalienáveis, mas o simples
direito de seu uso.

Letra b.

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050. (IBADE/PREFEITURA DE VILHENA-RO/FISCAL DE OBRAS/2019) Assinale a alternativa


que NÃO é competência do Conselho Nacional de Recursos Hídricos.
a) Financiar projetos de pesquisas nacionais, regionais e estaduais pertinentes ao tratamento
dos recursos hídricos.
b) Arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos
Estaduais de Recursos Hídricos.
c) Deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões
extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados.
d) Analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política
Nacional de Recursos Hídricos
e) Promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos
nacional, regional, estadual e dos setores usuários.

As competências do Conselho Nacional dos Recursos Hídricos estão dispostas no artigo 35 da


PNRH. Dentre as quais, NÃO se inclui o financiamento de projetos de pesquisas pertinentes
ao tratamento de recursos hídricos. Veja abaixo a disposição legal referenciada:

Art. 35 - Compete ao Conselho Nacional de Recursos Hídricos:


I - promover a articulação do planejamento de recursos hídricos com os planejamentos nacional,
regional, estaduais e dos setores usuários;
II - arbitrar, em última instância administrativa, os conflitos existentes entre Conselhos Estaduais
de Recursos Hídricos;
III - deliberar sobre os projetos de aproveitamento de recursos hídricos cujas repercussões
extrapolem o âmbito dos Estados em que serão implantados;
IV - deliberar sobre as questões que lhe tenham sido encaminhadas pelos Conselhos Estaduais
de Recursos Hídricos ou pelos Comitês de Bacia Hidrográfica;
V - analisar propostas de alteração da legislação pertinente a recursos hídricos e à Política
Nacional de Recursos Hídricos;
VI - estabelecer diretrizes complementares para implementação da Política Nacional de Recursos
Hídricos, aplicação de seus instrumentos e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;
VII - aprovar propostas de instituição dos Comitês de Bacia Hidrográfica e estabelecer critérios
gerais para a elaboração de seus regimentos;
VIII - (VETADO)
IX – acompanhar a execução e aprovar o Plano Nacional de Recursos Hídricos e determinar as
providências necessárias ao cumprimento de suas metas;
X - estabelecer critérios gerais para a outorga de direitos de uso de recursos hídricos e para a
cobrança por seu uso.
XI - zelar pela implementação da Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB);

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XII - estabelecer diretrizes para implementação da PNSB, aplicação de seus instrumentos e


atuação do Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens (SNISB);
XIII - apreciar o Relatório de Segurança de Barragens, fazendo, se necessário, recomendações
para melhoria da segurança das obras, bem como encaminhá-lo ao Congresso Nacional.

Letra a.

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REFERÊNCIAS

BRASIL, Constituição da República Federativa. 1988.

______, Lei n. 9.433/1997. Institui a Política Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema
Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos e dá outras providências. Brasília, 1997.

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