Dissertacao Mariana Osorio Cortes 2022
Dissertacao Mariana Osorio Cortes 2022
Dissertacao Mariana Osorio Cortes 2022
Florianópolis
2022
Mariana Osório Côrtes
Distribuição e uso de habitat do polvo Octopus americanus Monfort, 1802 (Cephalopoda:
Octopodidae): informações para manejo e conservação
Certificamos que esta é a versão original e final do trabalho de conclusão que foi
julgado adequado para obtenção do título de mestre em Ecologia.
____________________________
Coordenação do Programa de Pós-Graduação
____________________________
Prof.(a) Tatiana Silva Leite, Dr.(a)
Orientador(a)
Florianópolis, 2022.
Este trabalho é dedicado aos jovens cientistas, eternos
sonhadores, que nunca devem deixar de questionar ao longo do
caminho.
AGRADECIMENTOS
Octopus americanus é uma das espécies de polvo mais relevantes para a pesca industrial e
artesanal no Atlântico Oeste, especialmente no Sudeste e Sul do Brasil. Pouco se sabe sobre sua
ecologia e comportamento em ambiente natural, e os dados existentes até o momento são em
grande parte provenientes de desembarques pesqueiros. Após a recente revisão taxonômica do
complexo O. vulgaris, foi percebido que as espécies O. insularis (descrita em 2008) e O.
americanus (redescrita em 2020) foram, por muito tempo, consideradas a mesma espécie, e
ainda continuam sendo identificadas erroneamente, tanto na literatura, quanto em estatísticas
pesqueiras, o que pode dificultar o manejo adequado da pesca e a conservação das espécies.
Dessa forma, este estudo tem como objetivo revisar e sistematizar informações sobre a
distribuição e o uso de habitat de O. americanus na literatura, através de uma revisão
bibliográfica das publicações referentes às espécies O. americanus, O. insularis e O. vulgaris
no Atlântico Oeste, esclarecendo assim o conhecimento sobre o nicho ecológico do O.
americanus. Para ampliar o conhecimento do uso de habitat dessa espécie nas águas rasas de
Florianópolis e arredores, utilizamos três metodologias complementares: (1) experimento com
pesca de espinhel de potes, realizado em 2014-2017, em que foram amostradas CPUE,
comprimento do manto, estágio gonadal e conteúdo estomacal dos polvos capturados; (2)
coletas com mergulho entre 2021-2022, em que foi coletada abundância por busca ativa, tipo
de substratos, tocas e dieta; e (3) entrevistas com pescadores da região entre 2021-2022, para
avaliar a intensidade da pesca artesanal e coletar dados ecológicos. Os resultados do
levantamento bibliográfico indicaram que grande parte dos artigos publicados sobre O. vulgaris
em águas rasas e quentes no Atlântico Centro-Oeste tratavam, na verdade, da espécie tropical
O. insularis, enquanto que os dados correspondentes ao O. americanus foram provenientes de
águas mais frias (<22°C), e profundidades maiores de 30 m quando se tratava de regiões
tropicais. Já em regiões subtropicais, O. americanus pode ser encontrado em profundidades
menores que 30 m. Em Florianópolis, em águas de profundidades menores que 15 m essa
espécie foi encontrada durante todo o ano, com prevalência de indivíduos grandes e maturos
durante o inverno. Bivalves foram os principais itens identificados nos restos alimentares de O.
americanus. Essa espécie foi registrada utilizando as áreas dos costões rochosos das ilhas para
reprodução, alimentação e crescimento. Nesta região, a pesca nas ilhas através do mergulho
livre tem um caráter de subsistência e acontece principalmente no verão, época em que a
visibilidade da água está maior e é mais fácil localizar os polvos. Os resultados obtidos através
da revisão e das três metodologias complementares se somaram para caracterizar o nicho
ecológico do O. americanus. A temperatura da água, profundidade e disponibilidade de
alimento são os principais fatores que influenciam na distribuição dessa espécie. Uma vez que
há pouco conhecimento sobre o uso de habitat e distribuição do polvo O. americanus, os
resultados obtidos nessa dissertação são relevantes para a identificação de áreas importantes
para a manutenção da população essa espécie.
Octopus americanus is one of the most relevant species for industrial and artisanal fisheries in
Western Atlantic Ocean, especially in the Southern Brazil. Little is known about its ecology
and behavior in natural environment, specially in shallow waters, and the existing data are
mostly from fishing landings. According to the recent taxonomic revision about the O. vulgaris
species complex, the species O. insularis (described in 2008) and O. americanus (redescribed
in 2020) were mistaken as the same species for a long time and continue to be misidentified in
the literature and fisheries statistics, which can make proper management and conservation of
this species difficult. Therefore, this study aims to review and systematize information about
O. americanus’ distribution and habitat use in the literature, through a bibliographic search of
the publications about the species O. americanus, O. insularis and O. vulgaris in the Western
Atlantic Ocean, as well as clarifying the knowledge about O. americanus’ ecological niche. To
expand the knowledge of O. americanus’ habitat use in Florianópolis (Southern Brazil) and
surrounding islands’ shallow waters, we utilized three complementary methodologies: (1)
fishing pots experiment, carried out between 2014-2017, when the capture per unit effort,
mantle length, gonadal stage and stomach content of captured octopus were collected; (2) scuba
diving collections between 2021-2022, when the octopus relative abundance, substrate type,
den type and diet were sampled through roving diver methodology; and (3) interviews
conducted with the local fishermen between 2021-2022, to assess the intensity of artisanal
fishing and collect ecological data. Based on the results from the bibliographic search, it was
verified that most studies conducted about O. vulgaris in the Midwestern Atlantic shallow
waters concerned the tropical species O. insularis, and the data about O. americanus were
collected in colder (<22°C), and deeper waters in the tropics. In subtropical areas, O.
americanus occurs at depths shallower than 30 m. In Florianópolis, this species occurs at <15
m during the whole year, with prevalence of bigger and mature individuals during winter. This
is the depth O. americanus seems to choose for mating, feeding and growing. Bivalves
composed the main items identified in O. americanus’ food remains. The octopus fishery in the
islands is for subsistence and occurs through freediving mostly during summer, when the water
visibility is higher, facilitating the octopuses search. The results of the review and the three
complementary methodologies provided information to characterize O. americanus’ ecological
niche. The water temperature, depth and food availability seems to be the most important factors
that influence this species’ distribution. Our results are relevant to identify important areas to
preserve the population of the species, since little is known about its habitat use and distribution.
α Alfa
°C Graus Celcius
= Igual
< Menor que
> Maior que
SUMÁRIO
4.3.1.2 Mergulho................................................................................................................ 63
4.3.2 Tipo de substrato e toca ...................................................................................... 65
REFERÊNCIAS ................................................................................................... 83
1 INTRODUÇÃO GERAL
et al., 2021), sendo dada uma menor atenção aos estudos da ecologia e biologia do O.
americanus, principalmente no ambiente natural. No Brasil, os trabalhos com essa espécie
foram direcionados principalmente para a pesca e engorda para o cultivo comercial (e.g.
MOREIRA et al., 2011; AMADO et al., 2015; BASTOS et al., 2020a).
Além da sua importância para a pesca, os polvos vem sendo considerados
invertebrados com grande potencial para o cultivo, devido a algumas características biológicas,
como alta fecundidade e elevadas taxas de crescimento, além do elevado valor comercial e
crescente demanda de consumo humano (URIARTE et al., 2011; MYHRE et al., 2017;
TEIXEIRA, 2018). Apesar dessas características alavancarem o interesse do setor da pesca e
aquicultura, essas atividades recentemente também vêm sofrendo grandes críticas em função
de características comportamentais dos polvos, como a sensciência (MATHER, 2019). Além
disso, o cultivo de polvos ainda é dificultado pela alta mortalidade das paralarvas, dessa forma,
a principal obtenção de animais para esse fim é através da engorda de subadultos obtidos na
pesca artesanal de espinhel de potes (GARCÍA E VALVERDE, 2006).
Ecologia
espécies vivendo em média de um a dois anos (O’DOR e WEBBER, 1986; NORMAN, 2016;
HANLON e MESSENGER, 2018), podem sofrer rápida redução de suas populações, caso
indivíduos imaturos ou em maturação sejam atingidos pela pesca (CAPUTI et al., 2014).
Diferentemente do O. insularis que foi foco de diversos estudos de ecologia e
comportamento em ambiente natural (e.g.: LEITE et al., 2009; BOUTH et al., 2011; MATHER
et al., 2012; DANTAS et al., 2021), O. americanus possui pouca informação sobre locais de
desova e recrutamento. Na Florida, Bennice et al. (2019) observaram que as áreas rasas
analisadas (até 3 m) podem funcionar como berçário e área reprodutiva para esta espécie.
No Brasil, apenas dois trabalhos foram realizados sobre a ecologia dessa espécie em
ambiente natural. No Paraná, Mazzini (2013), através de coletas com censo visual em
profundidades de até 9 m, encontrou uma alta densidade de indivíduos O. americanus (0 a 2,3
ind. 100m2), especialmente na primavera. Segundo o autor, essa alta densidade pode ter
ocorrido devido à alta disponibilidade de alimento e abrigo no local. Porém, o local de coleta
era uma marina e ambientes modificados pelo homem, como marinas, portos e os potes
utilizados na pesca, podem atrair esses animais, por oferecer uma nova disponibilidade de tocas.
Teixeira (2011), através de coleta com espinhéis de potes na área de cultivo experimental de
Perna perna e Crassostrea gigas do Laboratório de Moluscos Marinhos da UFSC, em
Florianópolis, também observou uma maior abundância de O. americanus maturos e fêmeas
em postura na primavera.
Com exceção do trabalho de Mazzini (2013), os estudos sobre O. americanus
realizados no Brasil foram, em sua maioria, provenientes de coletas de pesca com o uso de tocas
artificiais através de espinhéis de pote, seja ela industrial ou artesanal (MOREIRA et al., 2011;
CASTANHARI e TOMÁS, 2012; SALES et al., 2013), de experimentos em laboratório
(AMADO et al., 2015; CASTELLANO et al., 2017; BASTOS e VIEIRA, 2018) ou de estudos
voltados à engorda de juvenis para o cultivo comercial de polvos (BASTOS et al., 2018a, b,
2020a, b). Esses tipos de informações possuem vieses relativos aos métodos artificiais de coleta
de dados, como por exemplo profundidades de coletas restritas às áreas de pesca, e que devem
ser levados em consideração com parcimônia.
americanus é alvo da pesca comercial de gareteo (linhas com isca) na Península de Yucatán
(AVENDAÑO et al., 2020, 2022) e fauna acompanhante da pesca de arrasto de camarão no
Brasil e da pesca do caranguejo Menippe mercenaria no Leste dos Estados Unidos da América
(COSTA et al., 1990; SAUER et al., 2019).
Informações sobre o desembarque dessa espécie no Centro-Oeste do Atlântico ainda
são escassas, uma vez que apenas seis países reportam regularmente o desembarque de polvos,
sendo os principais produtores o México e a Venezuela, únicos países que possuem uma
regulamentação para a pesca direcionada de polvos (SAUER et al. 2019).
No Golfo do México, a pesca industrial de polvos tem como alvo três espécies, O.
americanus, O. insularis e O. maya Voss e Solís, 1966. Porém as informações sobre os
desembarques das duas primeiras permaneceram durante muitos anos como a de uma única
espécie (O. vulgaris) (VELÁZQUEZ-ABUNADER et al., 2013; CORONADO et al., 2020) e
apenas recentemente O. insularis foi reconhecido como alvo da pesca na região (FLORES-
VALLE et al., 2018). As regulamentações para a pesca do O. americanus, na Península de
Yucatán, e para a pesca do O. insularis, na Área de Proteção Marinha do Veracruz Reef System
(VRS), levam em consideração o tamanho mínimo de captura, período de defeso (dezembro a
julho) e arte de pesca permitida, sendo que, em ambas as regulamentações, as espécies ainda
são denominadas como O. vulgaris (DIÁRIO OFICIAL DE LA FEDERACIÓN, 2016; SAUER
et al., 2019). A incorreta identificação das espécies no México pode causar impacto em suas
populações mesmo com um plano de manejo, devido a uma não efetividade do mesmo (LIMA
et al., 2017).
Na Venezuela, a regulamentação para a pesca de polvos define um período de defeso
(janeiro a junho), tamanho mínimo de captura (400 g de peso corporal (PC)), número máximo
de embarcações e licenças de pesca (GO, 2008; GONZÁLEZ et al., 2015; SAUER et al., 2019).
Nos demais países, a pesca de polvo ocorre de forma artesanal ou como captura acidental de
outras pescarias (SAUER et al., 2019).
No Sudeste/Sul do Brasil, a pesca industrial de polvo é regulamentada pela Instrução
Normativa SEAP/PR n°26, de 19 de dezembro de 2008, tendo como principal alvo a espécie O.
americanus. Essa legislação define o número de embarcações, quantidade de 20.000 potes por
embarcação e a profundidade mínima de operação de 70 m, dentre outras condições para
operação. Em 2021, a Portaria SAP/MAPA n°452, de 18 de novembro de 2021, alterou a
profundidade mínima de operação para 35 m. Essa instrução normativa teve como base as
informações provenientes do estudo realizado por Tomás (2003) no Sudeste e Sul, com base
23
nas capturas da pesca de arrasto de portas, principalmente no estado de São Paulo e, em relação
a aspectos ecológicos, leva em consideração apenas o tamanho mínimo de captura de 110 mm
de comprimento do manto (CM).
Estrutura da dissertação
2 OBJETIVOS
2.2.1 Capítulo 1
- Revisar e sistematizar o conhecimento existente na literatura sobre nicho ecológico e
distribuição das espécies do complexo O. vulgaris no Atlântico Oeste;
- Discriminar e comparar o nicho realizado das espécies O. americanus e O. insularis;
- Identificar lacunas de conhecimento para a espécie O. americanus.
2.2.2 Capítulo 2
- Avaliar o efeito da sazonalidade, profundidade e tipo de substrato na abundância e
distribuição de O. americanus nas áreas rasas de Florianópolis (SC) e ilhas do entorno,
incluindo a REBIO Arvoredo;
- Caracterizar a dieta de O. americanus nas áreas rasas de Florianópolis e ilhas do
entorno;
- Caracterizar a pesca de polvo nas águas rasas de Florianópolis.
25
Este capítulo será submetido para a revista Scientia Marina e segue, portanto, suas normas de
formatação.
3.1 INTRODUÇÃO
Octopus vulgaris Cuvier, 1797 foi por muitos anos considerada uma espécie de polvo
cosmopolita, alvo de grandes pescarias, fácil de se encontrar desde águas rasas tropicais até 200
metros de profundidade e, consequentemente, uma das mais estudadas no mundo (Roper et al.
1984). No entanto, com o avanço de novas tecnologias como fotografias subaquáticas e estudos
genéticos, novas espécies do então complexo O. vulgaris foram descritas (Leite et al. 2008a,
Gleadall 2016, Amor and Hart 2021). Desta forma, atualmente, O. vulgaris sensu stricto é
considerada apenas a espécie com distribuição no Atlântico Leste, no Mediterrâneo e Norte da
África, incluindo os Açores, ilha Madeira, ilhas Canárias e o Arquipélago de Cabo Verde
(Warnke et al. 2004, Amor et al. 2016, Quinteiro et al. 2020) (Figura 2).
No Atlântico Oeste, as espécies O. insularis Leite e Haimovici, 2008 (descrita como
nova espécie em 2008) e O. americanus Montfort, 1802 (redescrita em 2020) (Avendaño et al.
2020b) são exemplos das espécies crípticas do complexo O. vulgaris que ainda estão em
processo de reconhecimento e identificação ao longo de suas áreas de ocorrência. A correta
identificação dessas espécies é essencial especialmente para o manejo adequado de suas
pescarias (Lima et al. 2017).
Octopus insularis foi descrito por Leite et al. (2008a) inicialmente para as ilhas
oceânicas brasileiras e região Nordeste do Brasil, onde é alvo de pescarias (Leite et al. 2008b,
Haimovici et al. 2014, Andrade 2015). Posteriormente, sua distribuição foi ampliada para o
Norte do Brasil (Sales et al. 2013), as ilhas oceânicas de Ascenção e Santa Helena (Amor et al.
2017b) e Golfo do México (Flores-Valle et al. 2018, González-Gómez et al. 2018). Análises
genéticas e avaliação dos padrões corporais por meio de fotografias subaquáticas também foram
metodologias utilizadas para ampliar a distribuição dessa espécie para o Caribe (Lima et al,
2017, O’Brien et al. 2021, Puentes-Sayo et al. 2021).
Desde sua descrição, essa espécie vem sendo bastante estudada, sendo foco de estudos
laboratoriais e de campo (e.g. Bouth et al. 2011, Lenz et al. 2015, Medeiros et al. 2021). As
pesquisas indicam que o O. insularis tem uma história evolutiva distinta das espécies do
complexo O. vulgaris, sendo mais próxima filogeneticamente de espécies do Leste do Pacífico
(Lima et al. 2020a). É um polvo que ocorre em ambientes recifais tropicais e estudos recentes
indicam que a mesma possui um rápido crescimento, apresentando maturação em tamanhos
menores quando comparado com o O. americanus e outras espécies do complexo O. vulgaris
(Leite et al. 2009a, Lima et al. 2014, Batista et al. 2022).
Já a espécie Octopus americanus foi descrita em 1802 por Montfort, no entanto, foi
considerada sinônimo de O. vulgaris por Warnke et al. (2004) a partir de análises genéticas,
assim como as espécies Octopus bakerii d'Orbigny, 1826 e Octopus geryonea Gray, 1849,
descritas a partir de espécimes coletados no Brasil (Norman et al. 2016, Avendaño et al. 2020b).
Além disso, também foi considerado sinônimo de Octopus eudora Gray, 1849 descrito na
27
Jamaica (Avendaño et al. 2020b). Apenas em 2020, com o trabalho de Avendaño et al. (2020b),
a espécie O. americanus foi redescrita, incluindo os indivíduos das espécies citadas
anteriormente distribuídas no Atlântico Oeste. No Brasil, O. americanus é o principal alvo da
pesca industrial de espinhéis de pote de polvos no Sudeste e Sul, sendo também pescada no
Golfo do México e Leste dos Estados Unidos (Rudershausen 2013, Ávila-da-Silva et al. 2014,
Avendaño et al. 2020a). Nessas regiões, O. americanus pode ser encontrado do raso até 200
metros de profundidade e em águas mais frias, podendo estar tanto em substratos rochosos
quanto arenosos e lamosos (e.g. Araújo e Gasalla 2019, Sales et al. 2019, Bennice et al. 2021).
Nas Américas, mesmo após a descrição do O. insularis, muitos dos trabalhos
realizados até 2015, apenas se referiam aos polvos de médio e grande porte do Atlântico Oeste
como sendo O. vulgaris ou outros sinônimos, como O. vulgaris type I and type II, Octopus cf
vulgaris, Octopus sp. (e.g. Sazima e Almeida 2006, Mather et al. 2012, Hernández-Urcera et
al. 2019). Estudos recentes na Florida e no Brasil continuam a utilizar o nome O. vulgaris,
trazendo ainda muita confusão taxonômica para o grupo (Bennice et al. 2021, Jesus et al. 2022).
Considerando essa atualização na classificação taxonômica das espécies e que o
conjunto de fatores físicos e bióticos em que uma espécie é capaz de persistir (nicho ecológico)
determinam a sua distribuição (Guerra et al. 2014, Ricklefs e Relyea 2016), através de uma
revisão bibliográfica sobre ecologia das espécies do complexo O. vulgaris no Atlântico Oeste,
Golfo do México e Mar do Caribe, este estudo teve como objetivos (1) revisar e sistematizar o
conhecimento existente na literatura sobre o nicho ecológico das espécies O. americanus e O.
insularis, (2) discriminar e comparar o nicho preferencial dessas espécies, esclarecendo
diferenças ecológicas e biológicas entre as mesmas, e (3) identificar possíveis lacunas de
conhecimento.
3.2 METODOLOGIA
AND Atlantic; além de busca nas referências dos artigos encontrados. Teses e dissertações
realizadas no Brasil e que não tiveram seus dados publicados em artigos científicos também
foram consideradas. Revisões e relatórios técnicos de pesca de polvos não foram consideradas
nas análises.
Os trabalhos foram selecionados com base nos seus títulos, resumos e palavras-chave,
e posteriormente no corpo do texto completo, buscando informações sobre a ecologia e
distribuição das espécies no Oceano Atlântico. Foram extraídos parâmetros abióticos (e.g.
temperatura, profundidade, tipo de substrato) e bióticos (e.g. dieta) dessas referências e
posteriormente compilados e analisados para a avaliação e comparação dos nichos ecológicos
das espécies. Trabalhos que foram feitos com as espécies em laboratório, em que os valores de
temperatura, salinidade e informações sobre dieta foram induzidos pelos pesquisadores, não
foram considerados nas análises do uso de habitat, apenas trabalhos com dados coletados no
ambiente. Esses trabalhos, porém, foram incluídos na comparação de artigos por espécie, área
de estudo, ano e metodologia de coleta.
Os trabalhos sobre O. vulgaris anteriores a 2008 (ano de descrição do O. insularis)
foram avaliados e reclassificados em relação à nomenclatura da espécie, O. americanus ou O.
insularis, tendo como critério a área de ocorrência dos espécimes avaliados, tamanho e peso de
indivíduos maturos e caracteres morfológicos identificáveis visualmente em fotografias ou
vídeos (Tabela 1). Criamos um índice de confiabilidade na reclassificação das espécies, cujos
critérios utilizados foram explicitados na Tabela 1. A reclassificação apresentou confiabilidade
alta quando pelo menos um dos critérios dessa categoria (identificação através de
imagens/vídeos, presença em regiões subtropicais/temperadas, análises
genéticas/morfológicas) foi contemplado e confiabilidade média quando o trabalho apresentou
apenas a informação do tamanho dos indivíduos em estágio reprodutivo. Trabalhos foram
considerados com confiabilidade baixa, e portanto não reclassificados em relação às espécies,
quando nenhum dos critérios utilizados para classificar como alta ou média foram
contemplados. Apenas trabalhos com confiabilidade alta ou média na reclassificação foram
considerados nas análises deste trabalho (Ver Apêndice A).
Índice de
confiabilidade da
Critério Explicação
reclassificação das
espécies
Identificado a partir de imagens ou vídeos
Região subtropical ou temperada Área de distribuição apenas de O. americanus
Alta
Confirmação da espécie a partir de análises
genéticas e morfológicas
CM > 190 mm reclassificado como O. americanus
Tamanho do comprimento do manto (CM) ou
CM de indivíduos maturos < 110 mm reclassificado
Média peso corporal (PC) em estágio repodutivo
como O. insularis
conhecido atualmente para as espécies PC de indivíduos maturos < 1520 g reclassificado
como O. insularis
Região tropical Área de distribuição de ambas as espécies
Tamanho do comprimento do manto não
Baixa especificado
Ausência de imagens ou vídeos que possibilitem a
identificação
Referências: Tomás 2003, Teixeira 2011, Lima et al . 2014, O'Brien et al . 2021
Trabalhos que incluem dados sobre as duas espécies foram contabilizados para ambas.
Trabalhos em que não foi possível identificar através dos critérios citados anteriormente se a
espécie era O. americanus ou O. insularis (ver Apêndice A) não foram incluídos nas análises
de comparação entre as espécies. Os trabalhos também foram separados de acordo com os temas
abordados, sendo que artigos que abordaram mais de um tema, foram contabilizados em todos
os temas abordados.
Nas análises da distribuição, foram consideradas as áreas em que os espécimes dos
estudos foram coletados. As áreas de ocorrência foram divididas segundo as ecorregiões
marinhas que representam unidades coesas que abrangem processos ecológicos e de história de
vida e que apresentam uma composição de espécies relativamente homogênea determinada pelo
conjunto de características oceanográficas ou topográficas (Spalding et al. 2007), sendo elas:
Caroliniana, Norte do Golfo do México, Sul do Golfo do México, Floridiana, Oeste do Caribe,
Sudoeste do Caribe, Bermuda, Bahamiana, Leste do Caribe, Sul do Caribe, Amazonia, Ilhas de
São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e Atol das Rocas, Nordeste do Brasil, Leste do
Brasil, Ilhas de Trindade e Martin Vaz, Ilhas de St. Helena e Ascensão, Sudeste do Brasil e Rio
Grande.
As temperaturas em que as espécies foram coletadas e/ou estudadas no ambiente
natural foram classificadas nas seguintes categorias: inferior a 23°C, entre 23,1 e 25°C, entre
25,1 e 28°C e superior a 28°C. Trabalhos que citaram apenas a temperatura da água da região
ou período de coleta, mas sem especificar em quais temperaturas os espécimes foram
30
3.3 RESULTADOS
Ao todo, foram selecionados 142 trabalhos para as análises deste estudo. A partir da
busca no Portal da CAPES/Brasil (https://catalogodeteses.capes.gov.br/catalogo-teses/#!/),
foram selecionadas 16 teses e dissertações que não haviam publicados seus dados em artigos
científicos.
Do total de 142 trabalhos selecionados (ver Apêndice A), 19 deles não possibilitaram
a identificação ou reclassificação das espécies com média ou alta confiabilidade, seguindo os
critérios considerados, sendo portanto desconsiderados nas análises. Foram então considerados
123 trabalhos válidos. Destes, 74 foram classificados como sendo O. insularis e 60 O.
americanus seguindo nossos critérios de classificação ou reclassificação. A partir dessa
proposta, os resultados serão apresentados seguindo esta nomeação das espécies (ver Apêndice
A).
O primeiro trabalho encontrado no Oeste do Oceano Atlântico sob a nomenclatura de
O. vulgaris foi o Wodinsky (1972), sobre a estação reprodutiva da espécie em Bimini, nas
Bahamas. Consideramos que este foi o primeiro trabalho realizado com a espécie O. insularis,
estudada entre 0,5 a 3 m em ambientes recifais. A partir daí a quantidade de artigos publicados
por espécie variou de zero a onze artigos a cada 2 anos (Figura 3 e 4), tendo um aumento
significativo a partir de 2008, em especial da espécie O. insularis.
Figura 5 – Círculos indicam a quantidade de trabalhos publicados por espécie por ecorregião
marinha (Spalding et al. 2007). Dupla-setas indicam limites norte e sul de distribuição
conhecida das espécies.
Figura 8 – Quantidade de trabalhos sobre cada espécie (O. americanus e O. insularis) por
profundidade (m) coletados através de pesca. Um mesmo trabalho pode ter citado a espécie
em mais de uma categoria de profundidade.
38
3.4 DISCUSSÃO
Neste estudo foi apresentada uma revisão sistemática da literatura sobre o complexo
O. vulgaris presente no Atlântico Oeste, que inclui as espécies O. americanus e O. insularis.
Com base nesta revisão, foi possível identificar aspectos sobre o nicho realizado dessas espécies
em 124 trabalhos realizados desde 1972, nos quais foram propostas a manutenção, ou
readequação, da identificação da espécie avaliada, com base nos novos conhecimentos obtidos
sobre a fauna de polvos das regiões estudadas. As informações existentes nessa base de dados
foram então sistematizadas e comparadas, permitindo um melhor entendimento sobre os fatores
que influenciam a distribuição de cada uma das espécies, que apresentaram nichos distintos.
39
dos trópicos (Breves e Moraes 2014, Bennice et al. 2019), facilitando assim o acesso e
observação desta espécie. Entretanto, grande parte dos estudos com esta espécie é proveniente
de dados de desembarque de grandes pescarias industriais e pescarias artesanais que ocorrem
nestas regiões, com registros desde 1986 (Haimovici e Andriguetto 1986, Whitaker 1991, Roper
1997) até 2022 (Avendaño et al. 2020a, 2022).
Considerando que tanto O. americanus quanto O. insularis são importantes recursos
pesqueiros no Atlântico Oeste e que poucos países (apenas Brasil, México e Venezuela)
possuem legislação específica para a pesca direcionada dessas espécies (Sauer et al. 2019), o
conhecimento sobre as áreas que essas espécies ocorrem e os fatores que influenciam essa
ocorrência são fundamentais para a efetividade do manejo (Salm et al., 2000; Caputi et al.
2014). Ainda mais levando em conta que as poucas legislações que existem para a pesca de O.
americanus e O. insularis nas Américas se referem à espécie capturada como O. vulgaris (GO
2008, Diário Oficial de la Federación 2016). Sem o conhecimento sobre as áreas e períodos de
reprodução, crescimento, desova e alimentação, bem como dos comportamentos das espécies
em áreas naturais durante esses períodos, e sem a explicitação dessas informações nos planos
de manejo, não tem como se assegurar que suas populações não estão sendo afetadas pela pesca.
O que reforça a necessidade de estudos sobre a ecologia comportamental do O. americanus em
ambiente natural.
Os resultados obtidos apontam que as duas espécies de polvos avaliadas neste estudo
apresentam nichos distintos. Apesar de O. americanus e O. insularis ocorrerem nas regiões
tropicais do Atlântico Oeste, o nicho ecológico das espécies é determinado pela temperatura da
água e profundidade de ocorrência, sendo O. americanus encontrado em águas mais profundas
e frias enquanto O. insularis está presente nas áreas mais rasas e quentes (Ángeles-González et
al. 2020, Avendaño et al. 2020a). Assim, o aumento da temperatura dos oceanos, decorrente
das mudanças climáticas, poderia levar a uma expansão da área de ocorrência do O. insularis
para maiores latitudes, como estimado por Lima et al. (2020b), e do O. americanus para maiores
profundidades e latitudes ou mesmo perda de habitat (Lenoir et al. 2011). Essas espécies
poderiam ser importantes modelos a serem acompanhados no que se refere às consequências
ecológicas do aquecimento do Atlântico em função das mudanças climáticas globais,
reforçando a importância do entendimento dos fatores que influenciam suas distribuições
atuais.
Além das profundidades e temperatura, as espécies também estão preferencialmente
em diferentes substratos. Enquanto O. insularis habita ambientes recifais e coralíneos,
41
característicos de águas rasas de regiões tropicais, O. americanus pode habitar uma maior
variedade de substratos, presentes tanto em áreas rasas quanto em maiores profundidades, sendo
preferencialmente costões rochosos, áreas de areia, cascalho e conchas. Outras espécies mais
próximas filogeneticamente do O. americanus, como O. vulgaris s.s. e O. tetricus, também já
foram observadas em tocas em fundos arenosos e sobre conchas (Katsanevakis e Verriopoulos
2004, Godfrey-Smith e Lawrence 2012, Guerra et al. 2014).
Apesar de ambas as espécies terem sido amostradas através de pescarias de espinhel
de potes em uma quantidade parecida (em 15 e 10 trabalhos), O. americanus foi amostrado
principalmente em pescarias industriais, além da pesca de arrasto, que ocorrem em maiores
profundidades (acima dos 50 m) (Haimovici e Andriguetto 1986, Perez e Pezzuto 1998).
Enquanto O. insularis foi amostrado principalmente por espinhéis de potes artesanais e
comerciais no Nordeste do Brasil, que são utilizados em áreas mais rasas de até 40 m (Braga et
al. 2007, Batista et al. 2022), e através de mergulho e pesca subaquática ou “polvejamento”, o
que pode justificar a maior quantidade de trabalhos que relataram essa espécie presente em
ambientes recifais e em menores profundidades.
A disponibilidade de alimento também é um fator que pode influenciar a distribuição
de polvos e ser importante para definição do nicho ecológico de uma espécie (Vincent et al.
1998, Guerra et al. 2014). Apesar de ambas as espécies se alimentarem de bivalves, gastrópodes
e crustáceos (Anderson et al. 2008, Mather et al. 2012, Bennice et al. 2021) e apresentarem uma
dieta com uma ampla variedade de espécies de presas, assim como já observado para polvos de
águas rasas (Leite et al. 2009b), os registros indicam uma preferência maior do O. americanus
por grandes bivalves, enquanto que O. insularis preda essencialmente crustáceos e bivalves de
pequeno porte, o que pode sugerir diferenças nas estratégias alimentares dessas espécies de
polvo. No entanto, como poucos estudos foram realizados sobre a dieta de O. americanus e a
seleção de presas poder variar entre populações de uma mesma espécie de acordo com a fauna
local, mais trabalhos são necessários para entender a estratégia alimentar desse polvo. O
consumo diferenciado das espécies de presas também pode refletir o habitat das espécies de
polvo, tendo em vista que bivalves podem ser mais facilmente encontrados enterrados em
substratos arenosos e lamosos do que crustáceos, que são mais comumente encontrados em
substratos rochosos ou recifais (Melo 1996, Gosling 2003).
42
3.4.1 Conclusão
A partir da revisão foi possível avaliar o conhecimento existente atualmente sobre as
espécies, assim como as áreas ainda pouco estudadas, ou inexistentes, na literatura para ambas.
As análises dos estudos feitos até o momento mostraram que as espécies O. americanus e O.
insularis possuem nichos distintos, em especial com relação à profundidade e temperatura da
água. Dentre os fatores analisados, esses são os principais que delimitam a distribuição dessas
espécies geograficamente no Atlântico Oeste.
Em relação ao nicho realizado, as espécies foram citadas nos trabalhos
preferencialmente em diferentes tipos de substrato, o que pode estar relacionado ao habitat
ocupado por ambas, mas também aos métodos de amostragem utilizados nos trabalhos
avaliados. Já as diferenças encontradas na dieta das duas espécies de polvo podem refletir tanto
a diversidade dos ambientes em que elas estão ocupando, como também diferenças nas
estratégias de predação, uma vez que além das espécies de presas terem sido distintas, também
houve diferença nos tamanhos destas. Poucos trabalhos foram realizados sobre a dieta de O.
americanus para que fosse possível analisar mais profundamente essas divergências.
Foi verificado que, no geral, o conhecimento existente para O. americanus ainda é
muito pequeno quando comparado ao O. insularis, em especial sobre a ecologia e
comportamento em ambiente natural. O conhecimento de habitats essenciais para as espécies e
dos fatores que influenciam sua distribuição, como substrato ou disponibilidade de alimento,
pode facilitar a identificação de áreas prioritárias para proteção, se necessário. O. vulgaris s.s.
na Espanha, por exemplo, desova preferencialmente em substratos rochosos em torno dos 20 m
de profundidade, o que levou à proposição de uma área protegida para essa espécie (Guerra et
al. 2015).
Por fim, salientamos a necessidade de uma acurada identificação das espécies alvo dos
trabalhos, através de análises genéticas, caracteres morfológicos e morfométricos e/ou padrões
corporais, para que seja possível uma melhor delimitação da distribuição e dos nichos ocupados
pelas espécies de polvo mais abundantes do Atlântico Oeste.
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50
4.1 INTRODUÇÃO
Aliado ao fato de a espécie Octopus americanus Monfort 1802 do Atlântico Oeste ter
poucos estudos desenvolvidos sobre seu nicho ecológico e distribuição em águas rasas (capítulo
1 dessa dissertação), ela foi considerada por muito tempo a mesma espécie que O. vulgaris
sensu stricto Cuvier, 1797 do Leste do Atlântico e Mediterrâneo (AVENDAÑO et al., 2020).
O. americanus é uma das principais espécies alvo da pesca de polvos no Atlântico Oeste
(SAUER et al., 2019), principalmente no Golfo do México e Sudeste e Sul do Brasil (ÁVILA-
DA-SILVA et al., 2014; AVENDAÑO et al., 2022), porém as legislações que regulamentam
essas pescarias levam em consideração dados sobre o O. vulgaris s.s., com exceção do tamanho
mínimo de captura proposto por Tomás (2003). Sendo assim, o conhecimento sobre a
distribuição e abundância dessa espécie é fundamental para se assegurar a efetividade de planos
de manejo (KING, 2007; MITCHESON, 2009), especialmente levando em consideração os
períodos e locais de recrutamento (CAPUTI et al., 2014; NORMAN e FINN, 2016).
A distribuição espacial, estrutura populacional e a densidade de cefalópodes podem
ser influenciadas por fatores específicos do ambiente, como a temperatura da água,
profundidade, pressão de predação e demanda reprodutiva (KATSANEVAKIS e
VERRIOPOULOS, 2004a, b; LEITE et al., 2009; STORERO et al., 2013), bem como a
disponibilidade de presas e presença de abrigo (MATHER e O’DOR, 1991). Esse conjunto de
condições abióticas e bióticas em que as espécies são capazes de persistir, ou seja, sobreviver,
crescer e reproduzir, é denominado nicho ecológico e são essas condições que determinam a
distribuição das espécies (RICKLEFS e RELYEA, 2016).
Uma recente revisão com o objetivo de identificar os estudos realizados com as
espécies O. americanus e O. insularis Leite e Haimovici, 2008 no Atlântico Oeste e esclarecer
as diferenças ecológicas e biológicas entre as mesmas (capítulo 1 dessa dissertação) apontou
que O. americanus é uma espécie que habita águas mais frias (< 22°C) e profundas que O.
insularis, sendo encontrado em profundidades de até 200 m, e em água rasas do infralitoral nas
regiões subtropicais, com poucos estudos nesses locais. Nessas regiões, as águas rasas podem
ser importantes para essa espécie como local de recrutamento, devido às maiores temperaturas
51
4.2 METODOLOGIA
52
Figura 10 – Mapa dos pontos de coleta com pesca de espinhel de potes e mergulho SCUBA.
53
Profundidade Tempo
Locais de coleta com Coordenadas
Descrição amostrada Região amostral
mergulho SCUBA geográficas
(m) (min)
Área protegida
costão rochoso (rochas pequenas a grandes)
Baía do Farol 27°17'48"S 48°21'45"W 0-20 Norte 127
até os 20 m com fundo arenoso
costão rochoso (rochas médias a grandes) até
Ilha Deserta 27°16'14"S 48°19'41"W os 7 m, fundo arenoso e algas calcáreas a 5-15 Norte 165
partir dos 5 m
costão rochoso até os 5 m, 1 m de areia e
Rancho Norte 27°16'41"S 48°22'30"W 0-10 Norte 375
fundo de algas calcáreas dos 6 aos 10 m
costão rochoso (rochas grandes) até os 12 m
Saco d'Água 27°16'29"S 48°21'57"W 5-15 Norte 192
e fundo arenoso
Saco do Capim 27°17'00"S 48°22'26"W costão rochoso até os 12 m e fundo arenoso 0-15 Norte 174
Área de pesca
costão rochoso (rochas médias) até os 7 m,
Ilha do Xavier 27°36'34"S 48°23'11"W rochas pequenas com fundo arenoso dos 7 aos 0-15 Leste 230
12 m, planície arenosa a partir dos 12 m
Ilha Irmã do Meio costão rochoso (rochas médias a grandes) até
27°50'03"S 48°31'16"W 0-15 Sul 419
(Ilhas Três Irmãs) os 8 m, fundo arenoso e fundo de conchas
costão rochoso (rochas médias) até os 10 m e
Ilhas Moleques do Sul 27°50'43"S 48°25'55"W 5-15 Sul 176
fundo arenoso
costão rochoso até os 3 m e fundo arenoso,
Pântano do Sul 27°47’08’’S 48°30’27’’W 0-4 Sul 306
presença de diversas algas
Profundidade Número de
Locais de coleta com
Descrição amostrada Região dias
pesca de potes
(m) amostrados
Área de pesca
Ponta das Canas 27°24’11’’S 48°28’21’’W fundo arenoso 5-10 Norte 1
Ilhas Três Irmãs 27°50’16’’S 48°32’21’’W fundo arenoso 5-10 Sul 10
Paraíso das Ostras 27°48’57’’S 48°34’00’’W fundo arenoso e lamoso 5-15 Oeste 8
Enseada de Brito 27°46’28’’S 48°37’42’’W fundo arenoso 0-5 Oeste 1
Figura 11 – Imagens subaquáticas das áreas de coleta, com detalhes do substrato. A. Rancho
Norte. B. Ilha Deserta. C. Ilhas Moleques do Sul. D. Ilha do Xavier. E. Ilha Irmã do Meio. F.
Pântano do Sul.
Fonte: A e B. imagem retirada de Segal et al. 2017, autor: João Paulo Krajewski; C. autor: Áthila Bertoncini; D e
F. autora: Mariana Côrtes; E. autora: Tatiana Leite.
55
(LC), como um proxy da estimativa do comprimento dorsal do manto (CM). Essa medida foi
coletada com o uso de um paquímetro (Figura 13).
Figura 13 – Um paquímetro foi utilizado para retirar a medida de largura da cabeça (LC) dos
polvos durante os mergulhos.
Durante as coletas de mergulhos, depois que uma toca ocupada ou recém ocupada foi
localizada, registramos a profundidade e o tipo de substrato em que se encontrava. Foram
definidas duas categorias de profundidade: 0 a 5 m e 5,1 a 15 m. Foram definidas quatro
categorias de substrato para essas análises: rochoso, arenoso, cascalho/conchas e interface areia
e rocha (LEITE et al., 2009).
Também foram coletados os restos alimentares encontrados na frente das tocas, como
conchas de bivalves e carapaças de crustáceos limpas (LEITE et al., 2016; DANTAS et al.,
2020), sem a presença de algas ou outros organismos aquáticos incrustados. Esse material foi
posteriormente identificado em laboratório, com base nas referências de Melo (1996), Rios
(1994) e Lindner (2014), e utilizado para identificar a diversidade de presas. O comprimento e
largura (em milímetros) das conchas de bivalves e gastrópodes e das carapaças e palmas de
crustáceos foram medidos com um paquímetro.
Além dos dados provenientes dos mergulhos, o conteúdo estomacal e do papo de 24
polvos e os restos alimentares de 5 polvos coletados durante a pescaria de potes também foram
58
4.3 RESULTADOS
Figura 14 – Variação mensal da temperatura da água do fundo (SBT) nos anos de coleta
2014-2015 (●) (coletas com potes, amostragem com data logger) e 2020-2021 (▲) e 2021-
2021 (■) (coletas com mergulho, amostragem com computador de mergulho). Símbolos
representam os valores das médias de temperatura de cada mês amostrado.
61
4.3.1.1Espinhéis de potes
Dos indivíduos capturados pelo experimento de espinhéis de potes realizado em 2014,
2015 e 2017, 17 polvos foram classificados como imaturos, 27 em maturação e 49 como
maturos, sendo 39 fêmeas, 48 machos e 6 indeterminados. O CM dos polvos coletados variou
de 60 a 188 mm e o PC de 200 a 2490 g. O CM médio dos indivíduos coletados no inverno foi
maior que o dos indivíduos coletados nas outras estações do ano, entretanto a diferença
significativa apenas ocorreu com relação ao outono (F = 3.0167, df = 3, P < 0,05; Tukey, P <
0.05) (Figura 15). O PC dos indivíduos capturados não diferiu entre as estações do ano
(Kruskal-Wallis qui-quadrado = 6.9113, df = 3, P > 0,05).
Figura 15 – Comprimento do manto (CM) dos indivíduos capturados com espinhéis de pote
(2014-2017) por estação do ano. Letras diferentes indicam diferença estatística significativa
(P < 0,05). n = número de indivíduos coletados em cada estação.
A CPUE variou de 0,02 a 0,25 polvo/pote. A CPUE média no inverno foi de 0,19±0,08
polvo/pote (n = 2 dias de coleta), 0,07±0,05 polvo/pote (n = 5 dias) na primavera, 0,06±0,03
polvo/pote (n = 3 dias) no verão e 0,07±0,04 polvo/pote (n = 10 dias) no outono. A temperatura
de fundo apresentou pouca relação com a variação da CPUE (correlação de Pearson: r2 = -0,13;
P > 0,05).
Todas as categorias de estágio de maturação foram coletadas durante todo o ano, com
exceção do inverno, em que foram coletados apenas indivíduos maturos (Figura 16), com
64
Tabela 4 - Espécies de presas presentes nos restos alimentares coletados em 2021 e 2022 ao
redor das tocas de indivíduos O. americanus (n=123). (D) indica que houve presença de
perfuração nas conchas ou carapaças da espécie.
Ilha do Xavier Ilha Irmã do Meio Ilhas Moleques do Sul Pântano do Sul
Prey species
N° of prey consumed 41 51 25 6
N° of octopuses 9 9 3 4
Bivalvia
Perna perna 13 33 (D) - -
Diplodonta danieli 11 - - -
Callista maculata 3 - - -
Pecten sp. 3 - - -
Pitar fulminatus 2 - 1 -
Chione pubera 1 - - -
Trachycardium muricatum - - - 1
Gastropod
Olivancillaria urceus - 3 (D) - -
Olivia fulgurator - 1 (D) - -
Tegula virula - - - 1 (D)
Crustacea
Menippe nodifrons 5 (D) 7 17 (D) -
Damithrax tortugae - 3 (D) 6 (D) -
Damithrax hispidus 3 2 1 -
Callinectes sp. - - - 3
Cronius ruber - 2 - 1
Bivalves foram a presa que teve maior ocorrência em tocas de polvos P (100%) e M
(60%), enquanto que crustáceos foram as principais presas nas tocas de polvos G (52%). A
diversidade de espécies de presas foi maior na ilha do Xavier (Shannon = 5,964; Simpson =
4,844), no Leste, e em seguida nas ilhas Três Irmãs (Shannon = 3,383; Simpson = 2,233) e
demais pontos de coleta ao sul de Florianópolis.
Nenhuma espécie de presa esteve presente nos restos de todas as categorias de tamanho
de polvos, por isso não foi possível selecionar uma única espécie para comparação do tamanho
dos itens entre os tamanhos dos polvos. Os itens alimentares apresentaram variação de tamanho
de 13-56 mm (comprimento da concha - CCo) e 20-101mm (largura da concha - LCo) para os
bivalves, 18-56 mm (CCo) e 16-33 m (LCo) para os gastrópodes e 24-74 mm (comprimento
carapaça - CCa), 28-98 mm (largura carapaça - LCa) e 24-81 mm (comprimento da palma) para
os crustáceos.
O estômago e o papo de 24 polvos foram analisados. Destes, dois estômagos (8,3%) e
10 papos (41,6%) estavam vazios. Dessa forma, o conteúdo de 22 estômagos e 14 papos de
indivíduos de O. americanus foram analisados e identificados no menor nível taxonômico
possível, que foram: peixes, crustáceos e poliquetas. Um estômago e um papo apresentaram
conteúdo não identificável. Polvos de todos os tamanhos apresentaram fragmentos de
crustáceos no trato digestivo e apenas polvos P e M apresentaram fragmentos de peixes. Um
polvo P apresentou fragmentos de poliqueta.
Indivíduos O. americanus são encontrados pelos pescadores durante todo o ano, porém
a quantidade de polvos pescados ao longo do ano varia, com relatos de um aumento nas capturas
no verão, quando as águas estão mais claras para a pesca e ocorre um aumento do esforço.
4.4 DISCUSSÃO
Os resultados obtidos a partir das três metodologias utilizadas nesse estudo apontaram
que as áreas rasas próximas aos costões rochosos são áreas para alimentação, crescimento e
reprodução de indivíduos de O. americanus. Juvenis e adultos dessa espécie utilizam as áreas
rasas durante todas as estações do ano, com predominância de indivíduos maturos e grandes no
inverno e indivíduos em desenvolvimento nas demais estações.
As metodologias utilizadas neste estudo se complementaram para fornecer um
panorama mais amplo da ecologia e distribuição do O. americanus. A amostragem através de
mergulho autônomo causa um menor impacto no ambiente marinho (SCHMITT et al., 2002) e
70
costões rochosos pode não refletir a preferência dessa espécie por esse substrato. Contudo,
quando em substratos arenosos, a distribuição de O. vulgaris s.s. é determinada pela
disponibilidade de materiais sólidos associados (KATSANEVAKIS e VERRIOPOULOS,
2004a), uma vez que polvos em geral necessitam de esconderijos para sua proteção
(AMBROSE, 1982), o que também poderia estar ocorrendo com O. americanus.
4.4.2 Dieta
Dentre as metodologias utilizadas para coletar dados da dieta de O. americanus, a
coleta de restos alimentares consiste numa metodologia de fácil quantificação e identificação
das espécies, além de não invasiva (DANTAS et al., 2020). Contudo, polvos podem não deixar
restos fora da toca ou consumir o alimento longe da toca durante o forrageio (MATHER, 1991;
SMITH, 2003; ANDERSON et al., 2008). Nesse caso, a análise de conteúdo estomacal pode
complementar essa metodologia, apesar da identificação das presas parcialmente digeridas ser
mais difícil, muitos estômagos poderem estar vazios devido à rápida digestão e ser necessário
o sacrifício do animal para a obtenção dos dados (DANTAS et al., 2020).
Além desses pontos, essa metodologia pode fornecer um resultado mais amplo da dieta
das espécies, uma vez que organismos que não apresentam muitas partes rígidas podem ser
acessados a partir da análise do conteúdo estomacal. Assim como já observado para O. vulgaris
tipo III na África do Sul e O. vulgaris s.s. na Espanha em trabalhos que utilizaram essas duas
metodologias (OOSTHUIZEN e SMALE, 2003; SMITH, 2003; GUERRA et al., 2014), os
principais itens consumidos por O. americanus a partir dos conteúdos estomacais analisados
foram crustáceos e peixes, enquanto moluscos bivalves foram os itens mais presentes nos restos
alimentares, reforçando a necessidade da complementação dos métodos.
Os resultados obtidos para o O. americanus indicam que essa espécie consome presas
de tamanhos maiores (Figura 13) em comparação a presas de outras espécies, como O. insularis,
que se alimenta principalmente de crustáceos de pequenos tamanhos e apresenta uma estratégia
de forrageio minimizador de tempo (LEITE et al., 2009b, 2016; BOUTH et al., 2011). Durante
as coletas, não foram observados indivíduos forrageando, o que poderia sugerir que O.
americanus forrageia durante a noite, assim como O. vulgaris em ambiente natural (KAYES,
1973).
Apenas duas espécies, o bivalve Perna perna e o caranguejo Mennipe nodifrons, foram
responsáveis por mais de 62% das presas encontradas nos restos alimentares de O. americanus,
o que poderia sugerir que esse polvo tem preferência por se alimentar de uma menor variedade
73
de presas. Considerando que a dieta de polvos pode variar de acordo com a disponibilidade e
diversidade de presas bentônicas (LEITE et al., 2016), o baixo gasto energético em consumir
uma presa abundante e de fácil captura pode justificar o consumo de bivalves por indivíduos O.
americanus nos locais de coleta ao redor de Florianópolis (GUERRA et al., 2014),
especialmente nas ilhas Três Irmãs. Em Florianópolis, é comum a ocorrência dessa espécie de
polvo em áreas de cultivo de bivalves, devido à oferta de alimento durante todo o ano
(TEIXEIRA, 2011).
superfície durante o verão ao Sul de Florianópolis (FREIRE et al., 2017). No inverno, águas
mais frias (<18°C) trazidas do Sul podem chegar até mesmo na REBIO Arvoredo (FREIRE et
al., 2017).
Além da temperatura, a disponibilidade de alimento também pode influenciar a
distribuição de polvos (GUERRA et al., 2014). Nas ilhas Três Irmãs, a presença de um banco
de mexilhões entre os 3 e 5 m de profundidade pode ser uma importante fonte de alimento para
esse polvo. Já nas ilhas Moleques do Sul, a presença de fêmeas de O. americanus com muitos
restos de crustáceos pode indicar que esse é um importante local de alimentação dessa espécie
antes da desova.
A preservação de áreas de alimentação, reprodução e recrutamento do O. americanus,
como os costões rochosos de ilhas próximas de Florianópolis, como as ilhas Três Irmãs e
Moleques do Sul, observadas nesse estudo, poderia ser relevante para a conservação da
população dessa espécie na região. Principalmente considerando a modificação na legislação
atual brasileira, que alterou a profundidade mínima de operação da pesca industrial de polvos
de 70 para 35 m (Portaria SAP/MAPA nº 452, 18 de novembro de 2021). Uma vez que os potes
funcionam como tocas artificiais ao proporcionar maior disponibilidade de abrigo, a disposição
desse petrecho de pesca tão próximo das áreas rasas das ilhas poderia atrair e afetar a
distribuição desse polvo nesses locais.
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81
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir desse trabalho foi possível revisar e sistematizar informações sobre a espécie
Octopus americanus Monfort 1802, que mesmo após sua recente redescrição em 2020, ainda
em 2022 é tratada como O. vulgaris Cuvier, 1797 em trabalhos científicos e estatísticas
pesqueiras. Por apresentar poucos estudos em ambiente natural, existe pouco conhecimento
sobre a distribuição e o uso de habitat dessa espécie e nenhuma informação sobre seu
comportamento.
Dessa forma, a dissertação realizada sistematizou as informações existentes para a
espécie na literatura e reavaliou a classificação da mesma nas publicações, avaliando os dados
sobre seu nicho ecológico em águas rasas. Com base nesses dados, pode-se considerar que O.
americanus é uma espécie de águas mais frias (16 a 26°C), que se distribui em águas mais
profundas (acima de 30 m) em regiões tropicais e desde poças de maré até 200 m em regiões
subtropicais. Essa espécie é capaz de habitar uma ampla variedade de substratos, como costões
rochosos, areia e fundo de conchas. A espécie se alimenta de bivalves, crustáceos, gastrópodes,
peixes e poliquetas. Em regiões subtropicais, a presença de O. americanus em águas rasas torna
possível o estudo de seu habitat em ambiente natural.
Uma vez que essa espécie de polvo é alvo de pescarias industriais e artesanais ao longo
do Atlântico Oeste, o conhecimento sobre seus estoques, áreas de recrutamento, reprodução e
desova são essenciais para a criação de planos de manejo efetivos para sua conservação. A
proteção de algumas ilhas na região, principalmente ao Sul de Florianópolis, poderia ser
relevante para a conservação da população de O. americanus em Santa Catarina, visto sua
importância para alimentação, crescimento e reprodução da espécie.
No Brasil, onde ocorre uma pesca industrial direcionada para esse polvo no Sudeste e
Sul, a alteração da legislação permitindo a pesca industrial de espinhel de potes em águas mais
rasas (Portaria SAP/MAPA nº 452, 18 de novembro de 2021) próximas a áreas de alimentação
e recrutamento, onde não se tem informação suficiente para assegurar a sustentabilidade da
pescaria, pesquisas relacionadas à ecologia e manejo desse recurso se tornam urgentes. Em
virtude de uma maior abundância de animais juvenis e subadultos nas áreas mais rasas, até os
15 m estudados nessa pesquisa, reforçamos que a pesca industrial deveria se manter afastada
dessas áreas.
82
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APÊNDICE A – Tabela de artigos selecionados para a realização do capítulo 1
Species reclassified
ID Year Title Autor Species cited in the study
according to this study
Uso de habitat e distribuição do polvo Octopus
1 unpublished americanus em águas rasas: informações para Côrtes M.O. Octopus americanus it was not reclassified
manejo e conservação
Leite T.S., Lima F.D., Morillo-Velarde
2 no prelo Chapter 6 - Octopus insularis, Stout reef octopus P.S., Dantas R.J., González-Gómez R., Octopus insularis it was not reclassified
Haimovici M.
Relative abundance distribution and body size
changes of two co-occurring octopus species,
Avendaño O., Otero J., Velázquez-
3 2022 Octopus americanus and Octopus maya, in a Octopus americanus it was not reclassified
Abunader I., Guerra A.
tropical upwelling area (south-eastern Gulf of
Mexico)
Seahorse Predation by Octopuses in the
4 2022 Muller E., Harasti D., Hoeksema B.W. Octopus insularis it was not reclassified
Caribbean and the West Pacific
The growth and population dynamics of Octopus Batista, B.B., Matthews-Cascon, H.,
6 2022 insularis targeted by a pot longline fishery in Marinho, R.A., Kikuchi, E., Haimovici, Octopus insularis it was not reclassified
northeastern Brazil M.
Digestive enzymes and timing of digestion in Bastos P., Fracalossi D.M., Chimal M.E.,
18 2020 Octopus vulgaris type II Octopus americanus
Octopus vulgaris type II Sánchez A.
Exploring the effects of warming seas by using the Ángeles-González L.E., Lima
Octopus americanus and
20 2020 optimal and pejus temperatures of the embryo of F.D., Caamal-Monsreal C., Díaz they were not reclassified
O.insularis
three Octopoda species in the Gulf of Mexico F., Rosas C.
Octopus americanus: a cryptic species of the O. Avendaño O., Roura Á., Cedillo-Robles
21 2020 vulgaris species complex redescribed from the C.E., (...), Velázquez-Abunader Octopus americanus it was not reclassified
Caribbean I., Guerra Á.
Global climate changes over time shape the
Lima F.D., Ángeles-González L.E., Leite
22 2020 environmental niche distribution of Octopus Octopus insularis it was not reclassified
T.S., Lima S.M.Q.
insularis in the Atlantic Ocean
Horizontal and vertical distribution of cephalopod Castillo-Estrada G., De Silva-Dávila
23 2020 paralarvae in the Mesoamerican Barrier Reef R., Carrillo L., (...), Avilés-Diáz Octopus insularis it was not reclassified
System L., Markaida U.
Who's who in the value chain for the Mexican Coronado E., Salas S., Cepeda-
25 2020 Octopus vulgaris it was not reclassified
octopus fishery: Mapping the production chain González M.F., Chuenpagdee R.
Potential biomass and distribution of octopus in Avendaño O., Hernández-Flores
26 2020 the eastern part of the Campeche bank (Yucatán, A., Velázquez-Abunader I., (...), Cuevas- O. vulgaris type II Octopus americanus
Mexico) Jimenez A., Guerra Á.
Observations of the reef fish Alphestes afer
(actinopterygii, epinephelidae) following the
27 2020 Felinto A., Mota E.L.S., Rosa R.S. Octopus insularis it was not reclassified
Octopus insularis (cephalopoda, octopodidae) in a
tropical reef system
A biogeographic framework of octopod species Lima F.D., Strugnell J.M., Leite Octopus americanus and
28 2020 they were not reclassified
diversification: The role of the Isthmus of Panama T.S., Lima S.M.Q. O.insularis
REPRODUCTIVE DYNAMICS AND POPULATION
González-Gómez R., Meiners-
STRUCTURE OF OCTOPUS INSULARIS FROM THE
29 2020 Mandujano C., Morillo-Velarde Octopus insularis it was not reclassified
VERACRUZ REEF SYSTEM MARINE PROTECTED
P.S., Jiménez-Badillo L., Markaida U.
AREA, MEXICO
Development of quality index method for
Aragão M.F., Garruti D.S., Ogawa
30 2019 eviscerated and noneviscerated octopus (Octopus Octopus insularis it was not reclassified
N.B.P., Bezerra V.C., da Silva E.M.C.
insularis)
Surveying cephalopod diversity of the Amazon
reef system using samples from red snapper Sales J.B.L., Haimovici M., Ready J.S.,
31 2019 Octopus vulgaris Octopus americanus
stomachs and description of a new genus and (...), Sampaio I., Schneider H.
species of octopus
Hernández-Urcera J., Cabanellas-
Cannibalistic attack by Octopus vulgaris in the
32 2019 Reboredo M., Garci M.E, Buchheim J., Octopus vulgaris type I Octopus insularis
wild: behaviour of predator and prey
Gross S., Guerra A., Scheel D.
Biodiversity of cephalopod early-life stages across
33 2019 the Southeastern Brazilian Bight: spatio-temporal Araújo C.C., Gasalla M.A. Octopus spp. Octopus americanus
patterns in taxonomic richness
Maldonado E., Rangel-Huerta E.,
Octopus insularis as a new marine model for
34 2019 González-Gómez R., Fajardo-Alvarado Octopus insularis it was not reclassified
evolutionary developmental biology
G., Morillo-Velarde P. S.
Cryptic diversity and limited connectivity in
Van Nieuwenhove
35 2019 octopuses: Recommendations for fisheries Octopus vulgaris it was not reclassified
A.H.M., Ratsimbazafy H.A., Kochzius M.
management
Towards a métier-based assessment and
36 2019 management approach for mixed fisheries in Salas S., Torres-Irineo E., Coronado E. Octopus vulgaris it was not reclassified
Southeastern Mexico
Food and feeding habits of Octopus insularis in
Rosas-Luis R., Jiménez Badillo
the Veracruz Reef System National Park and
37 2019 M.D.L., Montoliu-Elena L., Morillo- Octopus insularis it was not reclassified
confirmation of its presence in the southwest Gulf
Velarde P.S.
of Mexico
Fine-scale habitat partitioning facilitates sympatry
Bennice C.O., Rayburn A.P., Brooks
38 2019 between two octopus species in a shallow Florida Octopus vulgaris Octopus americanus
W.R., Hanlon R.T.
lagoon
Flores-Valle A., Pliego-Cárdenas R., De
First Record of Octopus insularis Leite and
Lourdes Jimenéz-Badillo
39 2018 Haimovici, 2008 in the Octopus Fishery of a Octopus insularis/type I it was not reclassified
M., Arredondo-Figueroa J.L., Barriga-
Marine Protected Area in the Gulf of Mexico
Sosa I.D.L.A.
Paralarvae of Octopus vulgaris Type II are Castellano G.C., da Veiga
40 2018 stenohaline conformers: relationship to field M.P.T., Mazzini F.S., Vidal E.A.G., Freire Octopus vulgaris type II Octopus americanus
distribution and dispersal C.A.
An integrative taxonomic approach reveals González-Gómez R., De Los Angeles
Octopus insularis as the dominant species in the Barriga-Sosa I., Pliego-Cárdenas R.,
41 2018 Octopus insularis it was not reclassified
Veracruz Reef System (southwestern Gulf of (...), Meiners-Mandujano C., Morillo-
Mexico) Velarde P.S.
Economic performance of commercial fishing
42 2018 fleets off the South Brazil Shelf from Angra dos RODRIGUES, AMANDA RICCI Octopus vulgaris Octopus americanus
Reis (23ºS) to Rio Grande (32ºS)
Maintenance of Octopus vulgaris Type II
43 2018 Bastos P., Vieira G.C. Octopus vulgaris type II Octopus americanus
paralarvae in an estuarine area
Performance of the Octopus vulgaris octopus fed Bastos P., dos Reis I.M.M., Costa R.L.,
44 2018 Octopus cf. vulgaris Octopus americanus
on mussel (Perna perna) as monodiet Ferreira J.F.
Feeding behavior of octopus Octopus vulgaris
Type II (Cuvier, 1797) paralarvae fed on Artemia Bastos P. , Vieira G.C., dos Reis I.M.M.,
45 2018 Octopus vulgaris type II Octopus americanus
enriched with microalgae and supplemented with Costa R.L., Lopes G.R.
DHA
124 1997 Experimental octopus fisheries: two case studies Roper, C.F.E. Octopus vulgaris Octopus americanus
Octopus vulgaris (Cephalopoda) drills the chelae
125 1995 Mather JA, and, Nixon M Octopus vulgaris Octopus insularis
of crabs in Bermuda
126 1994 Moluscos del Caribe Colombiano Díaz, J.M.; Puyana, M. Octopus vulgaris it was not reclassified
138 1989 Cephalopod Resources of Venezuela AROCHA, FREDDY Octopus vulgaris it was not reclassified
Behavioral and body patterning characters useful
139 1988 in taxonomy and field identification of Hanlon R.T. Octopus vulgaris Octopus insularis
cephalopods
CEPHALOPODS IN BOTTOM TRAWL FISHING OFF
140 1986 Haimovici M., Andriguetto J.M. Octopus vulgaris Octopus americanus
SOUTH BRAZILIAM COAST
CEPHALOPOD MOLLUSKS FROM THE WATERS OFF
141 1975 Kraeuter J.N., Thomas R.F. Octopus vulgaris Octopus americanus
GEORGIA, U.S.A.
142 1972 Breeding Season of Octopus vulgaris Wodinsky J. Octopus vulgaris Octopus insularis
Reliability of species
ID Criteria used in reclassification Marine Ecoregion of the World Main topics covered
reclassification index
8 they were not reclassified Low Bahamian, Floridian and Bermuda ecology
9 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas ecology
embriology/paralarvae,
11 it was not reclassified Low Southeastern Brazil
aquaculture
20 they were not reclassified Low Southern Gulf of Mexico and Southeastern Brazil ecology
ecology, taxonomy,
23 it was not reclassified Low Western Caribbean
embriology/paralarvae
24 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas ecology
32 Locality and video analyses High Bahamian and Eastern Caribbean behavior
ecology,
33 Locality High Southeastern Brazil
embriology/paralarvae
evodevo,
34 it was not reclassified Low Southern Gulf of Mexico
embriology/paralarvae
it was not possible to
distinguish beteween species, it ecology, taxonomy,
35 Low Southeastern Brazil and Amazonia
was used sequences data from fisheries
indivuduals of Northeastern
it was not possible to
36 Low Southern Gulf of Mexico and Western Caribbean fisheries
distinguish beteween species
embriology/paralarvae,
40 Locality High Southeastern Brazil
ecology
aquaculture,
43 Locality High Southeastern Brazil physiology,
embriology/paralarvae
44 Locality High Southeastern Brazil aquaculture, physiology
aquaculture,
45 Locality High Southeastern Brazil physiology,
embriology/paralarvae
48 it was not reclassified Low St. Helena and Ascension Islands ecology, genetic
Genetic and morphological Southeastern Brazil, Northeastern Brazil, Sao Pedro and
49 High taxonomy, phylogeny
analyses Sao Paulo Islands, Trindade and Martin Vaz Islands
embriology/paralarvae,
59 Locality High Southeastern Brazil
aquaculture
embriology/paralarvae,
76 it was not reclassified Low Northeastern Brazil
physiology, aquaculture
83 Locality and photo analyses High Southern Caribbean and Bermuda ecology, behavior
there are both species. The
individuals that are close Tropical Northwestern Atlantic, Tropical Southwestern
84 High taxonomy
related to O. mimus are O. Atlantic and Warm Temperate Southwestern Atlantic
insularis and the ones that are
85 Locality High Southeastern Brazil aquaculture
87 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas ecology
88 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas behavior
ecology, fisheries,
89 Locality High Southeastern Brazil
genetic
95 it was not reclassified Low Sao Pedro and Sao Paulo Islands ecology
96 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas behavior
97 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas ecology
98 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas behavior
it was not possible to
distinguish beteween species.
99 Low Northeastern Brazil ecology
There are both species in this
region (Ceará, Brazil)
it was not possible to
100 Low Southern Gulf of Mexico fisheries
distinguish beteween species
103 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas behavior, taxonomy
105 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas fisheries
106 it was not reclassified Low Fernando de Naronha and Atoll das Rocas fisheries
107 there are both species High Southeastern Brazil, Northeastern Brazil and Eastern Brazil taxonomy, genetic
109 Locality and photo analyses High Southern Caribbean ecology, behavior
it was not possible to Tropical Northwestern Atlantic (it was not possible to ecology, taxonomy,
133 Low
distinguish beteween species distinguished the ecoregion) embriology/paralarvae
139 Locality and photo analyses High Northern Gulf of Mexico and Bahamian behavior
140 Locality High Rio Grande fisheries
Octopus insularis
Authors Year of publication
Octopus life phase
thodology of prey evaluati Diet Size range (mm) Most consumed species
midden piles Anadara notabilis (n=90) bivalve
analysis, stomach
Dantas, R.J.S., Leite, Williamstimpsonia
2020 juveniles content analysis, NA crustacean
T.S., Albuquerque, C.Q. denticulatus (n=43)
analysis of stable
isotopes Mactrotoma fragilis (n=42) bivalve
(X. denticulatus: carapace Xanthodius denticulatus
crustacean
width (CW): 4 to 34 mm; (n=175, 38.5%)
Bouth, H.F., Leite, T.S.,
M = 18.5 mm; N = 175; Microphrys bicornutus crustacean
de Lima, F.D., Oliveira, 2011 juveniles midden piles analysis
and M. bicornutus: CW, 8 (n=84, 18.5%)
J.E.L.
to 23 mm; M = 14.1 mm; N
Hipponix sp.(n=42, 9.3%) gastropod
= 84)
* Apenas o trabalho do Matthews-Cascon et al. (2009) foi sobre as duas espécies de polvo e não foi possível identificar quando era qual.
** O trabalho de Kuhlmann e McCabe (2014) não foi considerado nas análises por ter apresentado um índice de confiabilidade baixa na reclassificação das
espécies.
APÊNDICE C
Nome:
Data:
Em quais locais você costuma pescar? Por quê? Qual praia, ilha?
Com qual frequência você pesca polvos? (quantas vezes por semana)
Qual polvo você pesca? Sabe qual polvo que é? Só tem um? Pesca mais de um tipo de polvo?
(Como vocês chamam esse polvo?)
Endereço de e-mail:
Se for para vender, que parte da sua renda vem da pesca subaquática de polvos?
Quando você pesca, quanto tempo gasta pescando por dia? (em horas)
Quando você pesca polvos, quantos quilos normalmente captura por dia em uma boa pescaria?
E em uma pescaria ruim?
O peso dos polvos pescados varia ao longo do ano? Se sim, explique como varia
Quando você pesca polvos, quantos normalmente pesca? (número de polvos pescados em um dia).
A quantidade de polvos pescados por dia varia ao longo do ano ? Se sim, explique como varia.
Você pesca mais polvos em algum período específico do ano? Qual período?
Você pesca mais polvos em algum período específico do dia? Qual período?
A maré tem importância? Sim Não
Se sim, como?
Se você puder responder, em quais locais você encontra mais polvos? (quais ilhas, praias, regiões, etc).
Quando você pesca polvos, sabe identificar qual espécie é? (pode ser pelo nome popular)
Sim Não
Se souber, quais espécies de polvo você já pescou? (pode ser o nome popular)
Se você tiver pescado mais de uma espécie de polvo, poderia informar se houve alguma diferença no
local ou época em que as diferentes espécies foram encontradas?
Você costuma encontrar menos ou mais polvos com o passar dos anos?
Menos
Mais
Nada mudou
Não reparei
Se a quantidade de polvos encontrados mudou com o passar dos anos, você tem algum palpite do
por quê?
Há áreas e épocas em que não se pode pescar polvos em Santa Catarina? Se sim, quais?
Há fiscalização?
Sim Não Não sei
Eu, Mariana Osório Côrtes, sou estudante da Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC, em Florianópolis. Estou realizando um projeto de pesquisa envolvido no Mestrado do
Programa de Pós-Graduação em Ecologia que tem como título: Uso de habitat de polvos no sul do
Brasil. Estão envolvidos neste estudo, além de mim, meus orientadores Renato Hajenius Aché de
Freitas e Tatiana Silva Leite, além de outros pesquisadores associados a esta pesquisa, que poderão
ajudar na coleta de dados. Para que este trabalho possa ser realizado, gostaria de convida – ló (a)
para participar da entrevista e tirar algumas fotos, se necessário. Você será esclarecido (a) sobre o
projeto em qualquer aspecto que desejar e estará livre para participar ou recusar-se.
Durante a pesquisa você será entrevistado e responderá a um questionário a respeito de
informações sobre a pesca de polvos. O objetivo é caracterizar a pesca artesanal de polvos na ilha
de Florianópolis e nas demais ilhas próximas, como em qual período do ano ela ocorre, com qual
frequência, quantidade de individuos pescados por dia, dentre outras informações. Não existe
nenhum objetivo financeiro com esta pesquisa e para participar deste projeto, você não terá nenhum
custo, nem receberá qualquer vantagem financeira. Essa pesquisa não traz benefício imediato, mas
o conhecimento por parte da população pode colaborar na compreensão científica sobre esses
animais e sobre a importancia da pesca artesanal nas ilhas. Caso sinta-se desconfortável em
participar da pesquisa, ou por qualquer outro motivo, a qualquer hora o (a) senhor(a) pode parar
nossa conversa ou desistir de participar do trabalho, entrando em contato com os participantes da
pesquisa, sem nenhum prejuízo pessoal.
As entrevistas serão registradas de forma escrita ou poderão ser gravadas. Para sua
segurança será mantido seu anonimato e os dados obtidos das entrevistas serão armazenados no
Laboratório de Biologia de Teleósteos e Elasmobrânquios e no Laboratório de Métodos de Estudos
Subaquáticos e Cefalópodes da UFSC. Esta pesquisa traz alguns riscos, como por exemplo,
cansaço ou aborrecimento durante as entrevistas, desconforto, constrangimento ou alterações de
comportamento durante as coletas e ainda que involuntária e não intencional, a quebra de sigilo. Os
participantes desta pesquisa se comprometem em tomar todas as precauções para evitar ou
minimizar os riscos. Os resultados podem ajudar no entendimento sobre as espécies de polvos que
ocorrem no litoral de Santa Catarina e, eventualmente, auxiliar na sua conservação e manejo. Os
polvos apresentam grande importancia na comunidade marinha, controlando a população de
organismos bentônicos e como alimento de espécies de mamíferos marinhos, aves e tubarões na
região. Os dados sobre a pesca desses animais obtidos através do questionário ajudarão na
construção do conhecimento cientifico que será usado para comunicar outros pesquisadores,
gestores e apresentados em congressos e revistas relacionadas à universidade.
Caso você venha a sentir-se lesado física ou moralmente por algo comprovadamente
relacionado à sua participação no projeto, poderá, nos termos e procedimentos da lei, solicitar a
indenização pelos danos sofridos. Esta pesquisa garante ao participante ser indenizado e ressarcido
por qualquer dano decorrente, como previsto nos itens IV.3 (g) e IV.3 (h) da Resolução 466/12 do
Conselho Nacional de Saúde.
Os aspectos éticos desta pesquisa são regulamentados pela resolução 466/12 do Conselho
Nacional de Saúde e leis complementares, das quais a professora/pesquisadora e seu orientador
estão cientes e comprometem-se a seguir rigorosamente. O projeto de pesquisa, seus objetivos e
metodologia, bem como este termo de consentimento livre e esclarecido, foram avaliados e
aprovados pelo Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos da Universidade Federal de
Santa Catarina (CEPSH-UFSC), que pode ser contatado pessoalmente na rua Desembargador Vitor
Lima 222, Prédio Reitoria II, 4o. andar, sala 401, Florianópolis, SC, pelo telefone (48) 3721-6094 e
pelo e-mail [email protected]. O CEPSH é um órgão colegiado interdisciplinar,
deliberativo, consultivo e educativo, vinculado à Universidade Federal de Santa Catarina, mas
independente na tomada de decisões, criado para defender os interesses dos participantes da
pesquisa em sua integridade e dignidade e para contribuir no desenvolvimento da pesquisa dentro de
padrões éticos.
Duas vias deste documento serão rubricadas e assinadas por você e por mim, guarde
cuidadosamente a sua via, pois é um documento que traz importantes informações de contato e
garante os seus direitos como participante desta pesquisa. Caso tenha alguma dúvida, basta nos
perguntar ou entrar em contato. Se tiver interesse em saber dos resultados dessa pesquisa,
ficaremos muito felizes em compartilhá-los.
Nossos dados para contato são:
Declaração do entrevistado
_____________________________________________________________
(Assinatura do pescador convidado)
Declaração do Pesquisador
Declaro que obtive de forma apropriada e voluntária o Consentimento Livre e Esclarecido do sujeito
de pesquisa, ou do representante legal, para a participação neste projeto. Comprometo-me a
conduzir a pesquisa de acordo com o que preconiza a Resolução 466/12 de 12/06/2012, que trata
dos preceitos éticos e da proteção aos participantes da pesquisa.
___________________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável