Cidadania Politica e Instrução Part Polit. Modulo 7 - Exercícios
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Vamos estudar, neste módulo, os dois principais remédios constitucionais da cidadania: AÇÃO POPULAR e MANDADO
DE INJUNÇÃO.
Há outros 4 remédios constitucionais para defesa dos direitos fundamentais, mas que não são exclusivos da cidadania:
mandado de segurança (individual ou coletivo), habeas data, habeas corpus e ação civil pública.
AÇÃO POPULAR:
A ação popular surgiu no texto da Constituição de 1934. Na Constituição de 1937, foi suprimida do texto por Getúlio
Vargas durante, retornando em 1946 para, então, permanecer como remédio constitucional importantíssimo até os dias de
hoje, plasmada de modo mais completo e definitivo na nossa atual Constituição de 1988.
A ação popular está prevista no art. 5º, inciso LXXIII, CF: “Qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular
que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa,
ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e
do ônus da sucumbência”.
Os legitimados são quaisquer cidadãos que objetivem anular ato lesivo ao patrimônio público, moralidade, meio ambiente
e patrimônio histórico e cultural (pode-se, por exemplo, propor ação popular contra a construção de uma obra pública por
parte do Prefeito). Protege-se a coisa pública.
A condição de cidadão deverá ser comprovada com o título eleitoral. O judiciário brasileiro consagrou que a expressão
“qualquer cidadão” afasta qualquer possibilidade de limitação do manejo da ação popular em razão do local de registro do
título eleitoral. Vale dizer, o cidadão que tem direito a mover a ação popular é qualquer cidadão e não somente aqueles que
possuem domicílio eleitoral na circunscrição do ato questionado.
No que pese a legitimidade ativa ser do cidadão, é crucial lembrarmos que o cidadão –por si – não detém capacidade
postulatória – jus postulandi -, motivo pelo qual precisará fazer-se representar por advogado para mover a ação.
Outrossim, a sumula 365 do STF consolidou a ausência de legitimidade ativa por parte das Pessoas Jurídicas.
A ação segue o rito da Lei nº 4.717/65 (Lei da Ação Popular) e, adicionalmente, os requisitos do Código de Processo Civil.
No polo passivo figurará qualquer pessoa física ou jurídica, entidade, autoridades, funcionários ou administradores que
houverem autorizado, aprovado, ratificado ou praticado o ato impugnado A contestação da ação por parte da autoridade
pública dá-se em 20 dias.
O Objeto da ação é a busca da decretação da anulação ou o reconhecimento da nulidade do ato lesivo ao patrimônio
público, à moralidade administrativa ao meio ambiente e ao patrimônio histórico-cultural e, se for o caso, a respectiva
compensação. Busca-se a chamada tutela jurisdicional preventiva inibitória ou de remoção do ilícito e ou ressarcitória.
A Ação Popular não pode acarretar em demais condenações da natureza civil, política, administrativa ou penal, conforme
já decidido pelo STJ no julgamento do Resp 879360/SP (relatoria do Ministro Luiz Fux).
A ação não é gratuita (incide para sobre a ação as custas processuais), contudo o autor é isento do dever de pagar as custas
e honorários advocatícios. A ação será gratuita ao autor, desde que não seja uma lide temerária ou haja má-fé por parte do
cidadão proponente. De outro lado, em caso de condenação, os requeridos serão condenados ao pagamento de custas, vez
que não fruem da referida isenção.
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A ação popular, em suma, serve para proteger estes tipos específicos de direitos difusos e coletivos dos cidadãos, direitos
esses ligados à cidadania. A ação popular não protege todos os direitos previstos na CF de 1988, apenas aqueles constantes
do rol do art. 5º, inc. LXXIII, CF.
Revela participação do cidadão nos negócios públicos. Daí seu caráter político e fiscalizatório. Há possibilidade de liminar
e o pedido inicial dá-se no juízo de primeira instância, não havendo foro privilegiado para a ação popular.
A ação popular é o mais completo instrumento de defesa da cidadania, pois o proponente da ação participa, com seu
aforamento, do controle direto dos atos públicos dos governantes e de outras autoridades que causem prejuízos econômicos
ou não ao patrimônio público. É uma ação constitucional e, portanto, dizemos que é um remédio processual constitucional.
A ação popular é parte intrínseca da República, pois uma das características principais da República, além da alternância
do poder e o voto, é a fiscalização dos atos públicos, a transparência e a fiscalização da prestação de contas dos
governantes.
A ação é gratuita e o Ministério Público deve sempre ser intimado para participar, mas não como parte, e sim como fiscal
da lei (custos legis).
A ação popular não controla apenas a Administração Pública e seus atos, mas todas as entidades ligadas à Administração
Pública. A ação popular é importante instrumento de proteção da coletividade.
A competência é a do lugar do ato impugnado, e se a pessoa envolvida for a União ou suas entidades, competente será a
Justiça Federal. Como o legitimado deve ser cidadão (possibilidade de votar e ser votado), excluem-se da legitimidade para
propor a ação popular os estrangeiros, mas permitindo-se sua propositura pelos naturalizados, pois estes possuem título de
eleitor. A Súmula 365 do STF, a seu turno, pacificou entendimento de que pessoa jurídica não pode propor ação popular.
No caso de suspensão ou perda dos direitos políticos (perda ou suspensão da cidadania), o indivíduo perde a legitimidade
para propor ação popular, temporária ou definitivamente (art. 15, CF).
O objeto principal da ação popular consiste na anulação do ato lesivo ao patrimônio público, praticado com ilegalidade,
abuso ou desvio de poder, e a condenação da autoridade pública a devolver o dinheiro aos cofres públicos ou reparar o
dano. De notar-se que a lesão ao patrimônio público pode ser não apenas financeira ou econômica, mas moral, incluindo-se
lesão ao patrimônio cultural, histórico e meio ambiente. Protege-se não apenas a economia, mas a moralidade
administrativa.
MANDADO DE INJUNÇÃO:
O mandado de injunção encontra-se no inciso LXXI, do art. 5º, da CF: “Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a
falta de norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas
inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.
Aqui o constituinte colocou à disposição dos cidadãos um instrumento para buscar a elaboração de um ato normativo
infraconstitucional que está faltando. Sem este ato por parte do legislador ordinário, o cidadão não consegue exercer alguns
de seus direitos e prerrogativas.
O ato ou lei que está faltando é suprido quanto a seus efeitos, de efeitos concretos, pelo Judiciário. O ato que esteja
faltando, que inexista, deixa a Constituição sem complemento e, daí, torna inviável o exercício dos direitos e liberdades
constitucionais previstos no inciso acima.
O mandado de injunção serve para forçar o Legislativo a legislar e fazer o ato infraconstitucional que está faltando para o
exercício pleno da cidadania e de direitos fundamentais. Supondo que a CF dissesse que os idosos deveriam ter médicos
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públicos gratuitamente em casa (norma constitucional Y), isto de nada adiantaria se a lei infraconstitucional não criasse
concurso público para esses médicos, não criasse um salário para esses médicos, não regulamentasse a carreira desses
médicos, etc. Seria preciso forçar o surgimento de uma lei que implementasse o referido direito previsto na Constituição e,
assim, complementasse a norma constitucional e implementasse no mundo real o direito concreto.
Qualquer pessoa é legitimada, nata, naturalizada ou estrangeira, para propor o mandado de injunção. Inclusive, é
legitimada, também, a pessoa jurídica.
Deferida a injunção, a sentença ao mesmo tempo, constituirá em mora o poder legislativo, dando-lhe prazo para suprir a
mora e atribuirá norma provisória, que valerá exclusivamente entre as partes litigantes, até que seja editada a norma pelo
legislativo.
Segundo a teoria do sistema jurídico, a lacuna é sempre da lei, nunca do sistema. Há sempre uma solução no sistema.
Utilizando-se de todas nossas leis e métodos de interpretação, sempre se encontra uma solução. O Mandado de injunção
deve ser julgado com base em juízo de equidade/valoração de elementos/justo legal e material. O juiz pode usar princípios
gerais de direito, equidade, analogia, costumes, etc e analisar a fundo o caso concreto.
O mandado de injunção tem natureza de garantia instrumental constitucional contra falta de norma regulamentadora. É,
portanto, instituto de direito processual constitucional.
É um remédio constitucional. Requer apreciação de matéria de fato. Se o ato normativo infraconstitucional, contudo, for
feito no curso do mandado de injunção, julga-se prejudicado o remédio constitucional e o processo será arquivado.
O mandado de injunção, assim como a ação popular, tem nítido caráter de fiscalização, embora seu objeto seja a edição de
uma norma infraconstitucional que esteja faltando, e não a anulação de ato público lesivo ou devolução de dinheiro aos
cofres públicos.
O foro competente é qualquer juízo, a depender de quem deva editar o ato. A CF, como dito acima, assenta que, se o ato
faltante for federal, o foro será o STF: "o mandado de injunção, quando a elaboração da norma regulamentadora for
atribuição do Presidente da República, do Congresso Nacional, da Câmara dos Deputados, do Senado Federal, das Mesas
de uma dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio
Supremo Tribunal Federal".
O foro será o STJ, por exemplo, no caso de entidades federais não previstas na competência do STF, ou do TJ no caso de
ato estadual que deveria ser feito pela Assembleia Legislativa do Estado.
Exercício 1:
A ação popular:
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A)
pode ser proposta para forçar o Legislativo a editar norma infraconstitucional que
esteja faltando para complementar a CF
B)
pode ser proposta para anular ato lesivo ao patrimônio público, praticado por
autoridade pública
C)
pode ser proposta para anular atos particulares que causem efeitos nocivos ao meio
ambiente, como, por exemplo, obrigar uma fábrica a não jogar poluentes no rio
D)
pode ser proposta para tirar da prisão aqueles que foram injustamente presos, com
abuso de autoridade
E)
pode ser proposta contra abuso de poder, presente o direito líquido e certo e
ausência de casos de habeas corpus
Comentários:
Exercício 2:
A)
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B)
STF
C)
STJ
D)
TJ
E)
TRE
Comentários:
Exercício 3:
O Mandado de Injunção:
A)
serve para coibir ato abusivo da autoridade denominada coatora, devendo o juiz
determinar o desfazimento do ato lesivo
B)
C)
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D)
pode ser impetrado contra particulares, como um clube, para que supra a falta de
regimento interno
E)
Comentários:
Exercício 4:
A)
B)
C)
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D)
E)
Comentários:
Exercício 5:
A ação popular:
A)
B)
C)
D)
E)
Comentários:
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Exercício 6:
A)
se é pessoa abastada
B)
se comprovada má-fé
C)
D)
E)
Comentários:
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