Atividades Fisicas Grupos Especiais

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 80

1

ATIVIDADE FÍSICA
PARA GRUPOS
ESPECIAIS
Prof. Dr. Manoel Carneiro de O. Junior
2

ATIVIDADE FÍSICA
PARA GRUPOS ESPECIAIS
PROF. DR. MANOEL CARNEIRO DE OLIVEIRA JUNIOR
3

Diretor Geral: Prof. Esp. Valdir Henrique Valério

Diretor Executivo: Prof. Dr. William José Ferreira

Ger. do Núcleo de Educação a Distância: Profa Esp. Cristiane Lelis dos Santos

Coord. Pedag. da Equipe Multidisciplinar: Profa. Esp. Gilvânia Barcelos Dias Teixeira

Revisão Gramatical e Ortográfica: Profa. Esp. Izabel Cristina da Costa

Revisão técnica: Profa. Dra. Clévia Fernanda Sies Barboza

Revisão/Diagramação/Estruturação: Bruna Luíza mendes Leite


Maria Eliza P. Campos
Prof. Esp. Guilherme Prado

Design: Aline De Paiva Alves
Bárbara Carla Amorim O. Silva
Élen Cristina Teixeira Oliveira
Taisser Gustavo Soares Duarte

© 2021, Faculdade Única.

Este livro ou parte dele não podem ser reproduzidos por qualquer meio sem Autoriza-
ção escrita do Editor.

Ficha catalográfica elaborada pela bibliotecária Melina Lacerda Vaz CRB – 6/2920.
4

ATIVIDADE FÍSICA
PARA GRUPOS ESPECIAIS
1° edição

Ipatinga, MG
Faculdade Única
2021
5

MANOEL CARNEIRO DE
OLIVEIRA JUNIOR
Graduado em Educação Física pela Uni-
versidade Bandeirante de São Paulo (2009),
Mestre em Biofotônica aplicada às Ciências da
Saúde pela Universidade Nove de Julho (2013),
Doutor em Ciências da Reabilitação pela Uni-
versidade Nove de Julho (2017). Atualmente Pós
Doutorando pela Unifesp (2020), tem experi-
ência na área de Fisiologia e Imunologia, com
ênfase em Fisiologia e Imunologia Pulmonar,
Hipnoterapeuta, especializado em auto hipno-
se, hipnose clínica e hipnose para parto e ges-
tantes, especialista em microexpressões faciais
e detecção de mentira e terapeuta comporta-
mental.

Para saber mais sobre a autora desta obra e suas quali-


ficações, acesse seu Curriculo Lattes pelo link :
http://lattes.cnpq.br/9730349410522021
Ou aponte uma câmera para o QRCODE ao lado.
6
LEGENDA DE

Ícones
Com o intuito de facilitar o seu estudo e uma melhor compreensão do
conteúdo aplicado ao longo do livro didático, você irá encontrar ícones
ao lado dos textos. Eles são para chamar a sua atenção para determinado
trecho do conteúdo, cada um com uma função específica, mostradas a
seguir:

FIQUE ATENTO
Trata-se dos conceitos, definições e informações importantes nas
quais você precisa ficar atento.

BUSQUE POR MAIS


São opções de links de vídeos, artigos, sites ou livros da biblioteca
virtual, relacionados ao conteúdo apresentado no livro.

VAMOS PENSAR?
Espaço para reflexão sobre questões citadas em cada unidade,
associando-os a suas ações.

FIXANDO O CONTEÚDO
Atividades de multipla escolha para ajudar na fixação dos
conteúdos abordados no livro.

GLOSSÁRIO
Apresentação dos significados de um determinado termo ou
palavras mostradas no decorrer do livro.
7
SUMÁRIO
UNIDADE 1
INTRODUÇÃO À ATIVIDADE FÍSICA PARA GRUPOS ESPECIAIS

1.1 O que é Educação Física para grupos especiais? .....................................................................................................................................................................................................11


1.2 Princípios para prescrição de exercícios físicos ........................................................................................................................................................................................................12
1.3 Componentes dos programas de exercícios físicos ..............................................................................................................................................................................................12
1.4 Percepção subjetiva de esforço (PSE) ............................................................................................................................................................................................................................14
1.5 Taxa de progressão ......................................................................................................................................................................................................................................................................16
1.6 Fatores a serem considerados antes de determinar a intensidade de um exercício ....................................................................................................................17
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................19

UNIDADE 2
ENTENDENDO AS CARDIOPATIAS DIANTE DE EXERCÍCIOS
2.1 Doenças crônicas não transmissíveis .............................................................................................................................................................................................................................23
2.2 Definição de doenças cardiovasculares como grupos especiais ..............................................................................................................................................................24
2.3 Angina Pectoris e exercícios físicos ................................................................................................................................................................................................................................25
2.4 Isquemia e perfusão periférica nos exercícios ........................................................................................................................................................................................................26
2.5 Portadores de arritmia podem praticar exercícios físicos? ............................................................................................................................................................................26
2.6 O colesterol como propulsor das doenças coronárias e o exercício físico ...........................................................................................................................................27
2.7 Exercício físico pode ser considerado uma overdose? .....................................................................................................................................................................................28
FIXANDO O CONTEÚDO ...............................................................................................................,................................................................................................................................................29

UNIDADE 3
A OBESIDADE DIANTE DE GRUPOS DE TREINAMENTO ESPECIAL
3.1 Como classificamos a obesidade? ...................................................................................................................................................................................................................................34
3.2 Entendendo a perda de peso a longo prazo e a manutenção dessa perda ......................................................................................................................................34
3.3 Considerações sobre atividade física na cirurgia bariátrica ..........................................................................................................................................................................35
3.4 Tipos de atividade física para obesidade ...................................................................................................................................................................................................................35
3.5 Atividade física funcional ......................................................................................................................................................................................................................................................37
3.6 Será que a atividade física resulta em lesões por sobrepeso ou em pessoas obesas? ..............................................................................................................38
FIXANDO O CONTEÚDO ................................................................................................................................................................................................................................................................39

UNIDADE 4
INDIVÍDUOS DIABÉTICOS COMO GRUPO ESPECIAL
4.1 Os diabéticos diante dos exercícios ...............................................................................................................................................................................................................................43
4.2 Os exercícios moderados e de alta intensidade e a diabetes ......................................................................................................................................................................44
4.3 Riscos e contraindicações para exercício em diabéticos ...............................................................................................................................................................................46
4.4 Hiperglicemia durante os exercícios: causas e prevenção .............................................................................................................................................................................47
4.5 Hipoglicemia antes, durante e após exercícios: causas e prevenção .....................................................................................................................................................48
4.6 O exercício prejudica ou não a pessoa diabética? ...............................................................................................................................................................................................50
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................51

UNIDADE 5
GRUPOS ESPECIAIS PORTADORES DE DOENÇAS RESPIRATÓRIAS
5.1 Doenças pulmonares começando pela DPOC ........................................................................................................................................................................................................55
5.2 O exercício em portadores de Asma ..............................................................................................................................................................................................................................56
5.3 Fibrose Cística como grupos especiais ........................................................................................................................................................................................................................58
5.4 O exercício nos indivíduos com enfisema pulmonar ........................................................................................................................................................................................59
5.5 Atividade física na Covid 19 ..................................................................................................................................................................................................................................................59
FIXANDO O CONTEÚDO .................................................................................................................................................................................................................................................................61
8
UNIDADE 6
GESTANTES E EXERCÍCIOS FÍSICOS
6.1 Afinal, exercício e atividade física na gestante dão certo? ..............................................................................................................................................................................66
6.2 Gestação e ganho de peso ...................................................................................................................................................................................................................................................66
6.3 Tipos de exercícios para a gestante ................................................................................................................................................................................................................................67
6.4 Intensidade e frequência dos exercícios ....................................................................................................................................................................................................................68
6.5 Resultados dos exercícios físicos na gestação .......................................................................................................................................................................................................69
6.6 E para o neonato qual o resultado de uma gestante que pratica exercícios físicos? .................................................................................................................70
FIXANDO O CONTEÚDO..................................................................................................................................................................................................................................................................71

RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO........................................................................................................................................................................................................................74


REFERÊNCIAS ......................................................................................................................................................................................................................................................................................75
9

UNIDADE 1
Nesta unidade iremos entender a base do treinamento para grupos especiais, como
podemos classificá-los e quem faz parte deles, como o Educador Físico, que poderá
C ONFIRA NO LI VRO

ter uma direção de como ajudar ou treinar esse grupo , tendo uma base sólida para
os cuidados especiais.

UNIDADE 2
Na unidade 2 iremos detalhar os grupos especiais abordando o sistema
cardiovascular e como devemos ter o cuidado com estas pessoas, além de um olhar
diferenciado para portadores de cardiopatias, pois há algum tempo atividade física
para cardiopatas era um tabu, principalmente, pelos riscos de infarto eminente
diante de exercício de intensidade, então, iremos desmistificar isso.

UNIDADE 3
Abordaremos na unidade 3 os obesos como grupos especiais, pois já existe um
consenso de que devem fazer exercícios como fonte de emagrecimento, mas e
quando fazem cirurgia bariátrica, por exemplo, como deve ser a abordagem para a
atividade física?

UNIDADE 4
Na unidade 4 o tema será o diabético diante dos exercícios. Devemos ter uma noção
do que acontece ao sistema fisiológico do diabético quando encarado de frente aos
exercícios, tanto aeróbio, quanto anaeróbio, e qual o resultado destes exercícios. Será
que o diabético tem um controle glicêmico ao ponto de parar de usar medicamento?

UNIDADE 5
Os portadores de doenças respiratórias já têm entendimento de que atividades
físicas são primordiais para eles, pois sabemos que as atividades físicas aeróbias
diante de algumas doenças pulmonares trazem benefícios. Mas será que devemos
passar todo tipo de treino para esses portadores, eles são bem tolerados? É o que
iremos ver nesta unidade.

UNIDADE 6
Na unidade 6 iremos debater sobre a atividade física na gestação. Há muita
contradição nesse assunto, como questões como qual intensidade e em qual
momento a gestante pode praticar exercícios físicos, por isso, o Educador físico
bem orientado consegue trabalhar com esse grupo especial beneficiando não só a
gestante, como o feto.
10

INTRODUÇÃO À
ATIVIDADE FÍSICA
PARA GRUPOS ESPECIAIS
11
1.1 O QUE É EDUCAÇÃO FÍSICA PARA GRUPOS ESPECIAIS?
Quando pensamos em educação física para grupos especiais logo vem à mente
pessoas portadoras de algum tipo de transtorno neurológico, e isso não deixa de ser
uma irrealidade, mas nós temos que pensar que esse tipo de público é compoto por
pessoas que têm uma condição especial para fazer uma atividade física diferenciada.
Mas, afinal, como podemos definir de forma prática o que são grupos especiais?
Segundo Vara, M. F. F. e Pacheco. T (2018) grupos especiais são aqueles indivíduos
que apresentam ou possam apresentar alguma condição de saúde, irreversível ou não,
e que de alguma forma, possa interferir diretamente na prática dos exercícios físicos
ou de sua rotina diária de vida ou, ainda, que necessitam de um acompanhamento ou
cuidado específico de algum profissional especializado.
Podemos classificar como grupos especiais: idosos, pessoas em situação de
obesidade (dentre estes, podemos incluir as síndromes metabólicas), cardiopatas,
hipertensos, diabéticos e pessoas com algum tipo de câncer (principalmente, do tipo
maligno).
Sabendo sobre este conceito podemos dividir pessoas com condições especiais
de exercício, basicamente, em três categorias, proposta por Sena V; Paulo (2021).
1. Aparentemente saudáveis.
2. Risco aumentado;
3. Doença diagnosticada.
E, que através destas categorias, poderemos planejar uma atividade física de
excelência e que promoverá uma condição de melhoria na qualidade de vida destes
indivíduos.
Pense no seguinte contexto:
Cada vez mais o mundo está em constante transformação e as mudanças
acontecem a todo instante, as pessoas estão sempre se adaptando e utilizando recursos
para facilitar e amenizar o stress do diaadia, ,novos alimentos são “lançados” e destes,
a grande maioria possui uma alta concentração de gorduras, novos tipos de lazer são
anunciados e destes, a grande maioria não necessita de esforço (streamings, aplicativos
de celular, dentre outros), e se analisarmos percebemos que estes “benefícios” e
facilidades só chegam para atrapalhar as condições de saúde da população mundial.
Sabendo sobre estes parâmetros e como acontecem mudanças diárias do
comportamento do ser humano temos que levar em consideração o objetivo principal da
prescrição de exercício, que é promover uma mudança no comportamento das pessoas
em relação à saúde e para incluir atividade física como um fator habitual. Segundo a
American College of Sports Medicine (2000), uma das revistas mais conceituadas no
que diz respeito à atividade física e saúde, a técnica da prescrição necessita de uma
integração bem-sucedida “da ciência do exercício com técnicas comportamentais
que resultam em adesão aos programas em longo prazo e concretização dos objetivos
individuais”.
E para que essa integração tenha um perfeito funcionamento e, principalmente,
resultados promissores, o profissional de Educação Física deve conhecer, relembrar e
organizar os três princípios biológicos do exercício físico, são eles: princípio da sobrecarga,
progressão e individualidade; princípio da especificidade e princípio da reversibilidade
(GUEDES E GUEDES, 2005).
12
BUSQUE POR MAIS
O livro Grupos especiais – Prescrição de exercício físico: Uma abordagem prática
está disponível na Minha Biblioteca Única. Link: https://bit.ly/3Jv7vso. Acesso em:
15 jul. 2021.

1.2 PRINCÍPIOS PARA A PRESCRIÇÃO DE EXERCÍCIOS FÍSICOS


Segundo Guedes e Guedes (2005) temos alguns princípios e parâmetros que
devemos seguir para o planejamento de atividades físicas para que sejam bem-sucedidas
na sua prescrição, como: princípios da sobrecarga, progressão e individualidade e os
princípios da especificidade e reversibilidade.
Princípio da sobrecarga: Podemos definir como uma condição em que possa
ocorrer melhorias nas condições funcionais e metabólicas do indivíduo, sendo que o
organismo deve ser submetido a uma rotina de exercícios físicos que ofereçam um
esforço maior de intensidade do que a que ele está acostumado normalmente.
Princípio da progressão: Já no princípio da progressão, a pessoa ao ser exposta
a um determinado esforço físico, deverá apresentar adaptações no seu organismo,
que na sequência permitirá ser submetido a estímulos mais intensos, gradativamente.
O aumento da quantidade e da intensidade dos exercícios podem ocorrer de duas
maneiras: isoladas ou por meio da combinação de ambas.
Princípio da individualidade: No que diz respeito ao princípio da individualidade,
cada pessoa poderá reagir de maneira diferente e particular a qualquer esforço físico, ou
seja, nem todos deverão apresentar progressão nas adaptações aos esforços da mesma
forma e ritmo (ex. gênero, hábitos de vida, estado de saúde, dentre outros).
Princípio da especificidade: indica que para cada tipo de esforço o corpo ou
organismo produzirá adaptações específicas, por exemplo: treinamento aeróbio para
desenvolvimento de velocidade.
Princípio da reversibilidade: Se pensarmos em grupos especiais devemos levar em
conta que este princípio nos diz que todas as adaptações conseguidas no treinamento
físico, sejam funcionais ou metabólicas tendem a retornar ao seu estado inicial após a
interrupção das atividades prescritas, sendo que os exercícios físicos de média a longa
duração e de baixa intensidade possuem um efeito mais prolongado sobre o sistema
fisiológico, enquanto os exercícios físicos de alta intensidade e menor duração têm
efeito mais imediato.

1.3 COMPONENTES DOS PROGRAMAS DE EXERCÍCIOS FÍSICOS

Além dos princípios para prescrição de exercícios físicos devemos levar também
em consideração três fatores importantes que irão produzir algumas adaptações naquilo
que se almeja; e estes fatores devem estabelecer combinações básicas como frequência,
intensidade e duração dos exercícios.
Como frequência devemos levar considerar o número de vezes que a pessoa
13
pratica exercícios físicos por semana ou em alguns casos por dia. Se fomos falar na
intensidade dos exercícios, estamos falando da relação entre a realização do exercício
e o esforço máximo que a pessoa tem condições de suportar e essa está relacionada à
individualidade de cada pessoa (viu onde entra também o princípio da individualidade?).
A American College of Sports Medicine (ACSM, 2000) recomenda que a intensidade
do exercício seja prescrita entre 60 e 90% da frequência cardíaca máxima ou entre 50
e 85% do volume máximo de oxigênio (VO2máx) ou frequência cardíaca de reserva,
independentemente da reação de indivíduos destreinadosem baixa intensidade de
exercício, por exemplo, 40 a 50% do VO2máx.

GLOSSÁRIO
O VO2máx é o volume de oxigênio que uma pessoa consome enquanto realiza atividade
física aeróbica como corrida e é, frequentemente, usado para avaliar a aptidão de um
atleta, porque representa melhor a capacidade aeróbica de uma pessoa.

A melhor forma de verificar a frequência cardíaca máxima é durante um teste


de esforço gradual, se necessário. Dados coletados de testes de esforço mostram que
existem várias abordagens para determinar a alteração da FC durante o exercício para
planejar uma prescrição de treinamento.
• Usando uma porcentagem da frequência cardíaca máxima.
• Usando o método de reserva da frequência cardíaca.
• Utilizando a escala de sensação subjetiva de esforço
A prescrição da intensidade do exercício é geralmente feita com base nas
proporções da frequência cardíaca máxima de esforço, mas alguns fatores fisiológicos
naturais devem ser levados em consideração, segundo a American Heart Association
(2013) após 20 a 25 anos já está estabelecido que existe uma tendência a diminuir os
batimentos cardíacos por minuto para cada ano de vida. Para estimar a frequência
cardíaca máxima de esforço, pode-se fazê-lo subtraindo a idade atual do valor 220.
Assim, um indivíduo de 50 anos e com frequência cardíaca de repouso de 70 batimentos/
minuto, os limites de frequência cardíaca para o esforço físico de intensidade são entre
40 e 50% e deve estar entre 110 e 135 batimentos/minuto, ou seja, os exercícios físicos
não devem ter uma intensidade que possa ser inferior a 110 batimentos/minuto e não
superior a 135 batimentos/minuto. (SOUZA, EVITON, CORREA, 2015).

FCmáx (cálculo) 220


Idade -50
FCmáx de esforço predito 170
FC repouso -70
FC de reserva 100
Intensidade de esforço 100 100
X0,40 x0,65
40 65
FC repouso +70 +70
14
FC predita para exercícios 110 135
Limite inferior Limite superior

Um dos fatores muito importantes que não podemos deixar de citar é a avaliação
da percepção subjetiva de esforço (PSE), pois essa percepção descreve muito bem a
relação entre frequência cardíaca (FC), volume de oxigênio (Vo2) e a percepção subjetiva
esforço (PSE) e seus resultados em uma intensidade de exercício físico, é muito adequado
para pessoas com condição física reduzida (grupos especiais). Mas qual é a diferença
entre a duração de uma sessão e a duração da performance? Há algo que explica isso?
Sim, a duração de uma sessão é equivalente ao tempo total durante o qual a pessoa
realiza uma série de esforços físicos planejados, incluindo pausas e/ou recuperação
entre os exercícios. A duração da execução deve consistir em três momentos que são:
a parte, inicial que seria a preparação e/ou o aquecimento, que neste contexto visa
preparar o corpo física e psicologicamente para os esforços mais intensos que estarão
por vir, de forma a evitar alterações fisiológicas e lesões, em termos muito práticos você
está sinalizando para o corpo que algo está para acontecer, caminhando, correndo ou
andando de bicicleta, e através disso estará proporcionando maior ativação metabólica
ao corpo.
Parte principal: visa aumentar a demanda metabólica e funcional que, por sua vez,
deve aumentar significativamente a demanda de energia. Na parte principal, o objetivo
da sessão deve ser priorizado, ou seja, se o objetivo do treino é desenvolver exercícios de
força, o treinamento de força deve ser específico para o desenvolvimento da força. Pense
no seguinte, imagine um jogador de futebol, neste caso, o desenvolvimento muscular
com o treinamento da bola é importante (COOPER et al. 2019).
Parte final ou volta à calma: Esta parte tem como objetivo permitir que o corpo
retorne, gradativamente, a níveis próximos ao repouso. As atividades devem ser
leves, visando reduzir a intensidade do esforço físico da parte principal. Atividades de
flexibilidade podem ser adicionadas no final do treino que envolvem alongamento
dos principais grupos musculares sendo trabalhados. Aqui também temos alguns
preconceitos, e alguns autores recomendam que, como os músculos estão rígidos,
devemos ter cuidado com esses alongamentos evitando qualquer lesão por estresse
nesta sessão (COOPER et al., 2019).

FIQUE ATENTO
A prescrição da intensidade do exercício físico é realizada com base em alguns fatores im-
portantes, não devemos nos esquecer da frequência e intensidade dos exercícios, da per-
cepção subjetiva de esforço e da duração dos exercícios, isto é primordial para uma ótima
atividade de exercícios para pessoas do grupo especial.

1.4 PERCEPÇÃO SUBJETIVA DE ESFORÇO (PSE)

A PSE deve ser considerada como uma parte complementar à monitorização de


uma frequência cardíaca, sendo que à medida que a PSE é determinada durante um
teste de esforço, pode não traduzir diretamente a mesma intensidade durante uma
15
sessão de exercício. A PSE tem se mostrado uma grandiosa ajuda no planejamento de
uma prescrição de exercício, por exemplo: as pessoas que possuem uma certa dificuldade
com a palpação da frequência cardíaca e com a resposta deste tipo de anamnese diante
de um exercício podem ser interferidas devido à frequência cardíaca ter sido alterada por
uma mudança de algum tipo de medicação que ela utiliza. A variação da PSE associada
à adaptação fisiológica ao exercício pode ser variável neste caso de intensidade 12 a 16
(conforme a tabela mostrada mais abaixo).
A avalição da intensidade do esforço poderá ser realizada por meio da sensação
subjetiva de esforço utilizando a já conhecida Escala de Borg, com pontuações que vão
de 6 a 20.

Figura 1: Intensidade do esforço com potuações de


Fonte: Elaborado pelo Autor (2021)

A avalição da intensidade do esforço poderá ser realizada também através da


Escala OMNI para classificação de resistência de força.

Figura 2: Intensidade moderada por meio da classificação de 3 a 6


Fonte: Revista Brasileira de Prescrição e Fisiologia do Exercício (1981)
16
E se caso houver a necessidade de uma avaliação de esforço em corrida podemos
utilizar também a escala Omni -Walk/Run.

Figura 3: Escala Omni -Walk/Run


Fonte: Med Sci Sports Exerc. (2004, p. 1776)

VAMOS PENSAR?
Em uma prescrição de exercício nível 10, qual o tipo de exercício seria o mais apropriado
para um portador de algum tipo de doença do grupo especial?

O ACSM (2000) destaca alguns estágios do programa de exercícios físicos


recomendados para populações especiais, que podem ajudar na programação e
planejamento em cada etapa dos exercícios. Veja a seguir:

1.5 TAXA DE PROGRESSÃO

Quando falamos de taxa de progressão temos que ter em mente que esta é
recomendada em um programa de condicionamento físico e depende da habilidade
que a pessoa tem de realizar atividades, e a isto podemos chamar também de capacidade
funcional, o seu estado de saúde, a sua idade, quais suas preferências e, principalmente,
os objetivos das atividades individuais. Para adultos que aparentemente se apresentam
saudáveis, o componente resistência da prescrição de exercício possui três estágios de
progressão: estágio inicial, melhora e manutenção, e iremos abordar cada uma delas de
forma específica para um melhor entendimento (ACSM 2000).
Fase inicial: Deve-se incluir exercícios de resistência muscular e atividades aeróbicas
de baixa intensidade (reserva de 40 a 60% FC ou vo2máx), deve-se atentar para exercícios
com sensibilidade muscular mínima para evitar desconforto e, principalmente, lesões,
que levam a uma melhor adesão ao programa de exercícios. Esta fase, geralmente, dura
um período de 4 a 6 semanas, mas a duração depende da adaptação da pessoa que
realiza o treino e do programa de exercícios. O exercício na fase inicial deve começar
em cerca de 12 a 15 minutos e progride para 20 minutos. As pessoas que iniciam um
programa de condicionamento físico são aconselhadas a treinar pelo menos três vezes
por semana em dias alternados para uma recuperação muscular eficaz (ACSM, 2020).
17
Fase de refinamento: Difere da fase inicial pelo simples fato de o participante
progredir em ritmo mais acelerado. Essa fase, normalmente, dura de 4 a 5 meses, durante
os quais a intensidade do exercício é aumentada, gradativamente, na metade superior
da faixa limite de 50 a 85% do vo2máx.A duração é aumentada a cada 2 a 3 semanas
até que o indivíduo seja capaz de treinar continuamente por 20 a 30 minutos. Pessoas
idosas e incapacitadas devem ter mais tempo para se adaptar a cada fase.
Fase de manutenção: Geralmente, começa após os primeiros seis meses de
treinamento; nesta fase a pessoa não está mais interessada em um novo aumento no
estímulo de condicionamento, caso em que o aumento adicional será mínimo, mas a
continuação da mesma rotina de exercícios ajuda a pessoa a manter seu nível de aptidão.
Neste ponto, as metas do programa devem ser revistas e novas metas estabelecidas. Para
a manutenção da forma física, deve-se planejar um programa de exercícios específico
que tenha o mesmo consumo de energia do programa de condicionamento, e atender
às necessidades e interesses do participante por um período prolongado é de suma
importância individual, principalmente, para mantê-lo motivado.

BUSQUE POR MAIS


O livro Fisiologia e prescrição de exercícios para grupos especiais está disponível
no link: https://bit.ly/3Kvonkf. Acesso em: 15 jul. 2021.

1.6 FATORES A SEREM CONSIDERADOS ANTES DE DETERMINAR


A INTENSIDADE DE UM EXERCÍCIO

Quando formos pensar em um programa de treinamento devemos ter em mente


vários fatores importantes que devem ser considerados antes de determinar o nível de
intensidade de um exercício, segundo Plowman (2007):
• Nível individual de aptidão; neste aqui podemos determinar a individualidade
biológica do indivíduo;
• Presença de medicamentos que podem influenciar a FC (ex: β-bloqueadores
que irão reduzir a FC em repouso e sua resposta ao exercício); é de suma importância
entender a farmacodinâmica e conciliar os fatos exercícios x medicamento.
• Risco de lesão ortopédica ou cardiovascular; avaliar e analisar a postura do
indivíduo e a execução dos movimentos para não o prejudicar.
• Preferências individuais para o exercício: esse é de elevada importância,
principalmente, para manter hábito e rotina de treino, imagina fazer uma programação
de exercício onde se é colocado na planilha de treinamento exercícios aquáticos e o
indivíduo odeia piscina, desta maneira, fica extremamente difícil a constância do
indivíduo que quer treinar.
• Objetivos do programa individual: Entender quais os objetivos do treinamento e
detalhar com a pessoa que irá realizar o treino o quanto compromissado você está em
ajudá-la.
18
Um detalhe importante que devemos destacar, sempre que for realizar sessões
de treinamentos com pessoas e, ainda mais, pessoas de grupos especiais, é importante
a realização de uma anamnese clínica e perfil de fatores de risco para doenças crônico-
degenerativas. Por isso, é importante algumas dicas para uma avaliação antes de
iniciarmos um programa de exercícios físicos para grupos especiais, segundo Garber et
al., (2011).
Podemos utilizar:
• Parâmetros funcionais como frequência cardíaca e pressão arterial em repouso e
no esforço. Muito importante para averiguar as oscilações dos indivíduos.
• Medidas antropométricas (massa corporal; altura; circunferências; espessuras
das dobras cutâneas), essas medidas são importantes para demonstrar ao indivíduo
que a parte estética também está tendo uma melhora, e ele vendo isso melhora sua
autoestima e, consequentemente, a adesão ao programa de exercícios.
• Avaliação Postural (Simetria cabeça, tronco, pernas e pés), principalmente, para
compor o plano de exercícios a serem utilizados. Obs.: A avaliação com um profissional
Fisioterapeuta, por exemplo, seria primordial para compor um melhor resultado da
avaliação.
• Resistência/força muscular, para entendermos o grau de força que podemos
empregar e incentivar a pessoa.
• Teste de carga submáxima* Este teste já está entrando em desuso, principalmente,
pelo não conhecimento da técnica em si.
• Teste de abdominal, para verificação de teste de força de core e de sustentação.
• Flexão e extensão dos braços no solo, segue o mesmo parâmetro do teste
abdominal.
• Flexibilidade, importante para vermos o grau de amplitude do indivíduo.
• Resistência cardiorrespiratória através do consumo máximo de oxigênio (vo2máx)
por meio dos métodos laboratoriais ou de campo. Este é um pouco mais complexo,
principalmente, pelo seu contexto de como realizar, porém contém em livros e é
importante saber que alguns autores o coloca para uma anamnese.
19
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ENADE- 2020). Ana Maria, profissional de Educação Física, trabalha em uma academia
que oferece aulas de ginástica localizada. Uma de suas turmas é composta por alunos
iniciantes, e, para atendê-los de maneira eficiente e segura, são utilizados alguns
princípios do treinamento desportivo, adaptados à ginástica localizada. A profissional
deve priorizar, em seu planejamento, os princípios:

I. Da variabilidade, pois evita a monotonia e possibilita a variação de grupamentos


musculares a cada aula.
II. Da individualidade biológica, pois permite maior adequação dos exercícios, de acordo
com os objetivos de cada aluno.
III. Da sobrecarga, pois permite o equilíbrio entre a carga aplicada e o tempo de
recuperação, possibilitando uma descompensação.
IV. Da adaptação, pois o trabalho deve iniciar com a utilização de cargas mais baixas de
exercícios a serem gradativamente aumentadas.

É correto o que se afirma em:

a) I e II, apenas.
b) I e III, apenas.
c) II e IV, apenas.
d) I, II e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.

2. (ENADE- 2018). Já é consenso na literatura especializada que a prescrição de um


programa de treinamento resistido envolve a manipulação de diferentes variáveis,
determinadas pelos objetivos do programa e pelas necessidades individuais de seus
praticantes.

PORQUE

As variáveis do treinamento resistido que são normalmente manipuladas incluem


intensidade, volume, frequência, velocidade de contração, ordem de exercícios e intervalo
de recuperação entre as séries.
Analisando a relação proposta entre as duas asserções acima, assinale a opção correta.

a) As duas asserções são proposições verdadeiras, e a segunda é uma justificativa correta


da primeira.
b) As duas asserções são proposições verdadeiras, mas a segunda não é uma justificativa
correta da primeira.
c) A primeira asserção é uma proposição verdadeira, e a segunda é uma proposição falsa.
d) A primeira asserção é uma proposição falsa, e a segunda é uma proposição verdadeira.
e) As duas asserções são proposições falsas.
20
3. (METRO CAPITAL- 2019). Como se sabe, a percepção subjetiva de esforço (PSE) é um
indicador muito importante a ser verificado nos testes ergômetros. No que se refere ao
assunto, analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:

I. Uma das escalas mais utilizadas nesse tipo de avaliação é a escala de Borg, que vai de
6 (sem nenhum esforço físico) até 20 (máximo esforço físico).
II. Não há muita literatura disponível sobre percepção subjetiva de esforço (PSE).
III. A percepção subjetiva de esforço está em desuso em razão das modernas técnicas da
Educação Física.

a) Apenas o item I é verdadeiro.


b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e II são verdadeiros.
e) Nenhuma das alternativas

4. (METRO CAPITAL- 2019). No que se refere aos efeitos do treinamento no organismo,


analise os itens a seguir e, ao final, assinale a alternativa correta:

I. O treinamento aeróbio é capaz de aumentar o desenvolvimento da velocidade.


II. Treinamentos aeróbios e anaeróbios geram os mesmos efeitos no corpo da pessoa
praticante.
III. O treinamento aeróbio é responsável pela diminuição da densidade capilar

a) Apenas o item I é verdadeiro.


b) Apenas o item II é verdadeiro.
c) Apenas o item III é verdadeiro.
d) Apenas os itens I e II são verdadeiros
e) Apenas I, II e III são verdadeiros

5. Os protocolos de avaliação da composição corporal referem-se a medidas do tamanho


corporal e de suas proporções. A importância da avaliação antropométrica ocorre por sua
capacidade de informar ao avaliador e quantificar de maneira mais objetiva os tecidos
ósseo, adiposo e muscular, além de estimar a quantidade de água corporal. Baseado
nessas informações pode-se avaliar o desenvolvimento, o crescimento e a maturação
dos indivíduos, além do estado nutricional, nível de atividade física e possíveis riscos de
doenças. Assim, as medidas antropométricas mais utilizadas são:

a) Massa corporal total, estatura, índice de massa corporal (IMC), envergadura, perímetros
e dobras cutâneas.
b) Massa corporal total, estatura, teste de Cooper, banco de Wells, perímetros e
dinamometria.
c) Dinamometria, estatura, salto vertical, envergadura, teste de Wingate e dobras
cutâneas.
d) Shutlle-run, salto vertical, salto horizontal, abdominal modificado de um minuto,
flexão de braços e Leger & Lambert.
e) Cinemetria, estatura, salto, teste de Wingate e banco de Wells.
21
6. (CPCON 2018 – Adaptado). Na musculação, bem como na área do treinamento
existem princípios que norteiam a prescrição para a saúde e desempenho, provenientes
da prescrição do treinamento. E um destes refere-se ao fator de aumento da força
muscular a partir de estímulos impostos ao sistema muscular. O fator que se ajusta a esse
princípio é que, quanto maior carga de esforço próximo, maior o número de unidades
motoras recrutadas para gerar força, ou seja, proporciona graduação de força. Assinale a
alternativa CORRETA que contempla este princípio.

a) Princípio da reversibilidade
b) Princípio da sobrecarga
c) Princípio da força máxima
d) Princípio da especificidade
e) Princípio da carga

7. (INEP- Adaptado). O treinamento de exercícios obedece a princípios que, quando


bem sistematizados, alcançam as melhores performances dos indivíduos. No entanto,
quando mal orientados, eles podem trazer prejuízos. No princípio da interdependência
volume-intensidade, a sobrecarga pode ser modificada nos aspectos:

a) Volume – a homeostase, assimilação compensatória e necessidades individuais;


e Intensidade – no genótipo, no fenótipo, mudanças funcionais, na especificidade e
complexidade do movimento.
b) Volume - no percurso, nas repetições, na duração do trabalho e no número de séries;
e Intensidade - peso utilizado, da velocidade, do ritmo, da redução dos intervalos e da
amplitude do movimento.
c) Volume - carga genética, na adaptação, facilidade da tarefa e na interferência do meio;
e Intensidade – no meio utilizado, nas potencialidades, na manutenção dos intervalos e
repetição dos movimentos.
d) Volume - no peso, nas repetições, no ritmo do trabalho e na complexidade das séries;
e Intensidade - percurso utilizado, da duração do trabalho, no número de séries e do
tamanho do movimento.
e) Volume - carga, nas repetições, no ritmo e no meio utilizado na manutenção dos
intervalos e tamanho do movimento.

8. (UFG – 2018). O desenvolvimento das capacidades físicas não segue o mesmo ritmo
e nem atende ao mesmo estímulo em cada indivíduo. Diante desse pressuposto, uma
atividade de treino ou preparação física deve levar em conta:

a) O caráter individualizado das cargas físicas.


b) A unificação dos treinos, baseando-se no padrão de eficiência.
c) A qualidade do treino a partir do referencial universal de aceleração rítmica.
d) A meta esperada pela equipe num estágio de eficientes resultados.
e) A finalização da prova ao qual o atleta participará
22

ENTENDENDO AS
CARDIOPATIAS
DIANTE DE EXERCÍCIOS
23
2.1 DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS

Antes de vermos e entendermos como são os cardiopatas e hipertensos devemos


entender o que são as doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs).
Ao longo dos anos as DCNTs tornaram-se um temor, principalmente, por serem
doenças silenciosas e que até alguns anos atrás afetavam, principalmente, a população
adulta, mas com o avanço tecnológico e com as comodidades do mundo moderno isso
vem mudando. Para termos um exemplo bem clássico vamos pegar como referência
a obesidade, esta é uma doença que acreditava-se ser da fase adulta, e vemos que
crianças e adolescentes estão se tornando obesos, já existem índices preconizando
crianças menores de 5 anos se tornando obesas e isso, principalmente, em países de
baixa e média renda (dados da OMS 2020).
Mesmo com o avanço atual da tecnologia e da medicina, as DCNTs se tornaram um
grande desafio e obstáculo para a saúde pública global e têm um impacto significativo
nos desenvolvimentos social e econômico da humanidade. Segundo Vara e Pacheco
(2018), as DCNTs causaram mais de 57 milhões de mortes em todo o mundo em 2008,
causando a 63ª de todas as mortes, e a maioria delas muito prematuramente.
Doenças como cardiopatias, doença pulmonar obstrutiva crônica e diabetes são
as principais causas de doenças crônicas não transmissíveis no mundo e se as ações das
políticas públicas e da própria população não passarem por um processo de mudança,
essa situação aumentará consideravelmente, com 55 milhões de casos até 2030 (OMS,
2020).
Sabe-se que embora as DCNTs apresentem complicações na idade adulta, já
existem fatores de risco que atingem as fases iniciais da vida: o desenvolvimento desses
fatores de risco como alcoolismo, tabagismo, sedentarismo e, sobretudo, alimentação
inadequada.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) preconiza que atividade física moderada
pode estimular a imunidade celular e, potencialmente, diminuir os riscos de infecções,
ocasionados pela resposta do exercício físico, e isto interferindo tanto na situação aguda,
quanto crônica das doenças, afetando diversos componentes do sistema imunológico,
mas não devemos esquecer dos controles dos parâmetros, como volume e intensidade
de treino. De uma maneira bem ampla, o exercício de intensidade moderada promove
proteção de infecções causadas por microrganismos intracelulares, pois este direciona à
resposta imune e, segundo a American College of Sports Medicine (2000), as modalidades
de testes mais utilizados para mensurar a aptidão física cardiovascular são: os teste de
campo, que seria caminhar ou correr durante 12 minutos, o teste do degrau, testes com
ciclo ergômetros que possuem condição de frear mecanicamente e esteiras.

FIQUE ATENTO
O Brasil assumiu compromisso com relação às doenças crônicas não transmissíveis e lan-
çou o Plano de Ações Estratégicas para o Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Trans-
missíveis (DCNTs) no Brasil, 2011-2022. O documento aborda os quatro grupos de doença
de maior magnitude - doenças circulatórias e respiratórias crônicas, câncer, e diabetes e
propõe a abordagem integrada de seus quatro fatores de risco: tabagismo, uso abusivo de
álcool, inatividade física e alimentação não saudável (ONU de setembro de 2017).
24
2.2 DEFINIÇÃO DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES COMO
GRUPOS ESPECIAIS

Segundo a Organização Mundial de Saúde alguns estudos apontam uma queda


nas taxas de óbito por esse tipo de doença entre os anos de 2000 e 2011, e segundo
esses estudos, apesar desta queda as doenças cardiovasculares ainda estão no topo de
causas de óbitos, principalmente, pelo sedentarismo, o tabagismo e a má qualidade na
alimentação populacional. (MALACHIAS et al., 2016).
Uma das causas do desenvolvimento dessa doença pode estar relacionada a
problemas como a Síndrome Metabólica que, segundo a literatura, é definida como:
[...] um conjunto de fatores de risco cardiovascular, usualmente relacionada à resistência
insulínica ([...]), que, segunda a Internacional Diabetes Federation (IDF) ([...]), agrega, além
da obesidade abdominal, mais dois dos seguintes componentes: hipertrigliceridemia,
baixo colesterol de alta densidade (HDL-c), pressão arterial e glicemia de jejum elevadas.
Segundo Pontes et.al. (2016). p. 122.
Portanto, se seguirmos esta definição a síndrome metabólica não é apenas uma
doença; é um conjunto de fatores que causa ou irá causar uma alteração no metabolismo
do indivíduo, isso lógico, associando a diversos fatores de risco para o desenvolvimento
de doenças cardiovasculares, por exemplo: hipertensão, obesidade (principalmente
a abdominal), diabetes, entre outros. E na soma destes fatores é possível identificar
inúmeras causas para o desequilíbrio metabólico das pessoas portadoras dessa síndrome.
Seguindo as diretrizes da The American College of Sports Medicine (ACSM), a
hipertensão arterial é um dos grandes fatores de risco para as doenças cardiovasculares
(DCV), derrame pericárdico, insuficiência cardíaca (IC), doença renal crônica e doença
arterial periférica (DAP). Esta doença é caracterizada por um aumento da pressão arterial
sistólica (PAS) maior ou igual a 140 mmHg e ou/ diastólica maior ou igual a 90 mmHg e,
segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia, a nova diretriz de 2020 preconiza que:
A classificação para pré-hipertensão também muda com a nova diretriz, sendo
definida por uma pressão sistólica entre 130 e 139 mmHg e/ou diastólica entre 85 e 89
mmHg, para medida de consultório. A pressão normal ótima é a que registra números
abaixo de 120 mmHg x 80 mmHg. A faixa entre 120 e 129 mmHg e 80 e 84 mmHg é
considerada normal, mas não ótima e deve ser acompanhada. (Acesse: https://bit.
ly/38HXtaR. Acesso em: 26 ago. 2020 ).

BUSQUE POR MAIS


O livro Fisiologia e prescrição de exercícios para grupos especiais está disponível
em: https://bit.ly/3v4EWNo. Acesso em: 15 set. 2020.

Esta relação entre a pressão arterial e o risco de eventos cardiovasculares é


sempre contínua e independe de outros fatores de risco, por exemplo, para pessoas
que tenham entre 40 e 70 anos de idade cada “acréscimo” de 20 mmHg na pressão
25
arterial sistólica ou 10 mmHg na pressão arterial diastólica dobra as chances de doenças
cardiovasculares, segundo James et al., (2013). A aferição da pressão arterial em repouso
é um componente importante da avaliação para realização de exercícios físicos, e para
se realizar essa avaliação devem ser baseadas na média de duas avaliações feitas em
posição sentada e sempre pelo mesmo avaliador (isso é de suma importância para não
ocorrer um viés). Um detalhe muito importante é realizar essa avaliação e monitorar
a pessoa que está realizando o exercício sempre antes e após para analisar se houve
hipotensão ou hipertensão associada ao exercício de intensidade vigorosa.
É muito importante orientar as pessoas hipertensas sobre alterar o estilo de vida,
que inclui suspensão do tabagismo, controle de peso corporal, redução da ingestão
de alimentos com sódio, moderação no consumo de bebidas alcoólicas. Estudos
demonstram a eficácia de exercícios aeróbios e ou exercícios combinados que levam a
reduções de pressão arterial de repouso entre 5 a 7 mmHg em indivíduos hipertensos
(GARBER et al., 2011).
Um detalhe muito importante que não devemos deixar de descrever é que Vara e
Pacheco pág. 89 (2018) preconizam que “para o indivíduo ser considerado, é preciso levar
em conta variáveis como idade, massa corporal e hábitos sedentários”.
Um detalhe muito importante a salientar é que a pressão arterial e a frequência
cardíaca têm uma diminuição expressiva durante exercícios envolvendo pequenos
grupos musculares quando comparadas a esforços com grande massa muscular
acionada isso se deve a resposta provocada pela vasodilatação nos músculos inativos,
aumento da atividade parassimpática, diminuição do débito cardíaco e diminuição da
resistência vascular periférica inativa (SOUZA, EVITON, 2015).

2.3 ANGINA PECTORIS E EXERCÍCIOS FÍSICOS

Alguns estudos já demonstram relevantes melhoras em relação a pacientes com


angina pectoris, principalmente, a tolerância aos esforços obtidos com atividade física
regular, entre essas melhoras a atividade física foi a redução da frequência cardíaca
submáxima para cargas de trabalho e ou retardo dos sintomas da doença durante o
exercício. Segundo Clausen et al. (1997) um pequeno grupo de indivíduos com a doença
e submetidos à atividade física apresentou a ausência dos sintomas, e essa ausência com
o exercício regular pode facilitar uma redução das doses dos medicamentos, mas este
benefício do exercício ainda não foi bem quantificado, necessitando de mais estudos e
parâmetros.
Não podemos deixar de lado aqui uma excelente anamnese e acompanhamento
com o médico do indivíduo para termos um respaldo clínico eficiente.

FIQUE ATENTO
Angina pectoris significa angina de peito é a descrição utilizada para caracterizar a dor no
tórax causada pela falta e ou diminuição abrupta de sangue (isquemia). A angina é quase
sempre relacionada a doenças que causam obstrução nas artérias responsáveis por levar
sangue ao coração, principalmente, as coronárias.
26
2.4 ISQUEMIA E PERFUSÃO PERIFÉRICA NOS EXERCÍCIOS

Uma das preocupações com quem faz atividade física e possua uma isquemia e
ou perfusão periférica é sobre se o treinamento físico isolado possa aumentar o calibre
dos vasos sanguíneos e ou reverter as obstruções coronarianas. Já é descrito na literatura
por Ehsani et al. (1981) que em estudos de modelos animais de aterosclerose induzida
por dieta (se formos nos remeter a um comparativo é o que acontece com os indivíduos)
e que este estudo demonstrou uma melhora no fluxo sanguíneo (coronariano), porém
necessitam de mais estudos comparativos para uma melhor elucidação, mas os estudos
não conseguiram demonstrar in locus alterações diretamente nos calibres dos vasos,
tanto coronários quanto nos vasos colaterais, demonstrando que este mecanismo ainda
se encontra indefinido.
Portanto, se levarmos em consideração estes estudos devemos nos atentar a
pessoas com isquemia e perfusão periférica. Lembrem-se sempre de realizar uma
anamnese perfeita e estar em contato com o profissional médico do indivíduo para um
respaldo clínico.

2.5 OS PORTADORES DE ARRITMIA PODEM PRATICAR


EXERCÍCIOS FÍSICOS?
Para a prática de exercício físico, faz-se necessária uma excelente pré-avaliação,
pois temos a consciência de que cada pessoa responde de uma maneira diferente
(lembre-se dos princípios), portanto, não podemos esquecer de um fator muito peculiar,
normalmente, o indivíduo portador de doenças coronárias realiza um conjunto de exames
para identificação da doença, portanto, é muito relevante analisar o teste ergométrico
destas pessoas.

GLOSSÁRIO
O teste em esteira ou teste ergométrico ou ainda mais teste de esforço, aliado a outros
exames, pode auxiliar na avaliação cardiovascular. O teste de esteira identifica problemas
cardíacos analisando como o coração do paciente responde ao esforço físico.

Há um consenso de que existem arritmias que merecem uma maior atenção,


principalmente, porque estas estão associadas ao risco de óbito de forma súbita, como
por exemplo: a taquiarritmia ventricular não sustentada, assim como outras que não
apresentam repercussões clínicas, como por exemplo, algumas palpitações cardíacas.

VAMOS PENSAR?
Quando falamos de portadores de doenças cardíacas logo nos remetem àquelas pessoas
que subitamente podem ter um infarto agudo do miocárdio; para podermos passar qual-
quer atividade física para estes indivíduos, precisamos ter um laudo médico em mãos para
termos onde nos respaldar. Então você já entraria com qual tipo de atividade para este
grupo especial?
27
2.6 O COLESTEROL COMO PROPULSOR DAS DOENÇAS
CORONÁRIAS E O EXERCÍCIO FÍSICO

Segundo a Sociedade Brasileira de Cardiologia (2013), no primeiro momento


precisamos entender o que é a aterosclerose, principalmente, que muitos confundem
com arteriosclerose, a primeira provém da união de duas palavras, atero que significa
placa de ateroma ou placa de gordura e esclerose que significa enrijecimento, já a
segunda se refere a artero de artérias e esclerose de enrijecimento. Neste capítulo iremos
abordar a aterosclerose, sendo que é considerada uma doença arterial inflamatória
crônica responsável por aproximadamente 50% das mortes em todo o mundo. Os
fatores de risco para doenças ateroscleróticas incluem tabagismo, diabetes, hipertensão,
hiperlipidemia e falta de atividade física. Este processo é iniciado pela circulação da
lipoproteína de baixa densidade mais conhecida como LDL plasmática, que entra no
espaço subendotelial no vaso sanguíneo. Na artéria com função endotelial normal, o LDL
seria eliminado. No entanto, se houver mal funcionamento endotelial, o equilíbrio entre
entrada e liberação seria quebrado e o LDL continuaria se acumulando. Com o passar do
tempo, o LDL acumulado perfaz uma formação de placa dentro da parede arterial, o que
pode resultar no estreitamento do lúmen (a parte interna do vaso sanguíneo) (PRADO,
et al. 2002).
Consequentemente, o lúmen estreito reduz o suprimento de sangue para os órgãos
terminais. Em algumas circunstâncias, a placa pode se tornar vulnerável e, finalmente,
romper. Rompida a placa pode levar à formação de trombo, que obstrui criticamente o
fluxo sanguíneo.
Até o momento, está bem estabelecido que a aterosclerose é o resultado de
interações de aumento do estresse oxidativo, inflamação, disfunção de macrófagos,
lesão endotelial, deposição de lipídios e predisposição genética. Inatividade física tem
sido amplamente considerado um fator de risco independente para aterosclerose e
complicações cardiovasculares. Contribui para o acúmulo de gordura visceral e a ativação
de vias inflamatórias que promovem o desenvolvimento de distúrbios metabólicos.
No entanto, as evidências sugeriram que o exercício físico foi capaz de reverter essas
mudanças patológicas (BEZERRA et al. 2013).
Os mecanismos da aterosclerose são considerados um processo complicado que
envolve várias reações. É iniciado quando o LDL entra no espaço subendotelial no vaso
sanguíneo, que mais tarde é oxidado por espécies reativas de oxigênio (ROS). O LDL
oxidado regula, positivamente, a adesão moléculas e induz a expressão de agentes
quimiotáticos em células endoteliais
Esses fatores são capazes de recrutar células inflamatórias para a parede do vaso,
que, por sua vez, pode induzir a expressão em cascata de fatores inflamatórios, mais
tarde, as células musculares lisas (SMC) migram da túnica média para o espaço íntimo
ou subendotelial e participam da reação. Finalmente, uma capa fibrosa é construída. O
sedentarismo pode levar ao acúmulo de gordura visceral e, consequentemente, resultar
na ativação do estresse oxidativo e em uma cascata de inflamação, que eventualmente
aumenta a progressão da aterosclerose. O exercício físico regular confere muitos efeitos
na restrição do processo aterogênico, que envolveu a remodelação da parede arterial,
modulação do tamanho da placa, regulação da função de macrófagos e controle da
reação inflamatória. O exercício físico regular corrige os fatores de risco cardiovascular e
28
metabólico para níveis basais, por outro lado, o exercício pode prevenir a conversão de
placas em um fenótipo vulnerável que é o principal gatilho da síndrome coronariana
aguda (POLITO et al., 2010).
O exercício físico previne o desenvolvimento da placa aterosclerótica e induz a
regressão da estenose coronária, possivelmente, prevenindo e reduzindo a reação do
processo inflamatório, estresse oxidativo e regulação da função endotelial. Além disso,
o exercício pode normalizar a pressão arterial, a resistência à insulina, o nível de lipídios
séricos que são todos fatores cruciais durante o desenvolvimento da aterosclerose.

BUSQUE POR MAIS


Acesse e assista o vídeo no link: https://bit.ly/3Ky06dk. Acesso em: 15 set. 2020.

2.7 EXERCÍCIO FÍSICO PODE SER CONSIDERADO UMA OVERDOSE?

Com todas as evidências acima, o acordo de que o exercício físico pode ser aplicado
para ajudar na melhora da maioria das doenças coronárias pode ser alcançado de uma
forma eficiente, assim como a medicina farmacológica ou não o exercício físico também
tem efeito de dosagem. Doses diferentes de exercício físico referem-se basicamente ao
tempo e a força empregada em exercício. Exercícios regulares intensos trazem adaptações
cardíacas que compreendem a constelação clínica de descobertas conhecidas como o
coração do atleta. No entanto, cada vez mais se descobre que essas adaptações também
podem ter efeitos deletérios. Por exemplo, alguns relatórios afirmam que as placas de
ateroma estão presentes nas artérias carótidas ou periféricas de 90% dos corredores de
maratona entre 50 e 75 anos.
Os exercícios regulares e de intensidade moderada, por outro lado, reduzem a
morbimortalidade cardiovascular. Pode servir como prevenção primária e secundária
das doenças cardiovasculares (DCVs). O treinamento de exercícios vigorosos causará
alterações hemodinâmicas em cada esporte específico, levando a adaptações
estruturais e funcionais benéficas em atletas. A exposição crônica a altos níveis de
treinamento físico, que é equivalente a uma “overdose de exercícios”, pode trazer alguns
efeitos adversos. Estresse de longo prazo no coração causará remodelação cardíaca. A
apresentação clínica pode ser fibrilação atrial e cardiomiopatia. A “overdose” de exercício
causa mais danos do que benefícios. Já é indicado e preconizado na literatura, segundo
James et al. (2013), que existe em atletas de alto rendimento uma diminuição da função
sistólica do ventrículo direito e aumento dos biomarcadores de lesão cardíaca e que
foram detectados logo após a conclusão de um exercício de ultra resistência. Embora
tenham feito uma recuperação de curto prazo, mudanças estruturais crônicas e redução
da função do ventrículo direito foram observadas.
29
FIXANDO O CONTEÚDO
1. (IBFC – 2019 Adaptado). O exercício em pessoas cardíacas é considerado pela
Organização Mundial da Saúde, como um programa de atividade física capaz de garantir
as pessoas portadores de cardiopatias a melhora das condições física, mental e social.
Desta forma, analise as afirmativas abaixo.

I. Observa-se que a atividade física regular associada a pessoas com hipertensão arterial
sistêmica é capaz de reduzir os níveis pressóricos do mesmo.
II. Exercícios capazes de reduzir a pressão arterial são observados em indivíduos
treinados por pelo menos cinco meses com protocolo de reabilitação cardíaca em
intensidades mais elevados.
III. A prática de atividade física gera efeito hipotensor após uma única sessão de exercício
dinâmico, podendo perdurar por 24 horas.

Assinale a alternativa correta.

a) Apenas a afirmativa I está correta.


b) Apenas a afirmativa II está correta.
c) Apenas as afirmativas I e III estão corretas.
d) As afirmativas I, II e III estão corretas.
e) Nenhuma afirmativa está correta.

2. (PUC Paraná – Adaptado). Para pessoas com cardiopatia isquêmica, o teste clínico de
esforço deve englobar três categorias gerais, que são:

a) Angiografia, evento cardíaco subsequente e avaliação sintomas de angina.


b) Diagnóstico, prognóstico e avaliação da resposta fisiológica ao exercício.
c) Alta hospitalar, prognóstico e avaliação a capacidade cardiopulmonar.
d) Diagnóstico, resistência e avaliar a resposta hemodinâmica ao exercício.
e) Percepção de esforço, presença de doença cardiovascular e avaliação da resposta
fisiológica ao exercício.

3. (INEP 2019 Adaptado). Durante a prática de exercícios físicos o organismo pode


sofrer adaptações agudas que desaparecem pouco tempo após o exercício cessar ou
adaptações crônicas e sofrer mudanças que persistem no organismo.
Assim, assinale a alternativa que melhor representa essas adaptações:

a) Aumento do débito cardíaco e volume de oxigênio durante o exercício são exemplos


de adaptações crônicas.
b) Aumento na razão de troca respiratória e volume de oxigênio durante o exercício são
exemplos de adaptações crônicas.
c) Aumento das frequências cardíaca e respiratória durante o exercício são exemplos de
adaptações agudas.
d) Aumento do volume máximo de oxigênio e do número de mitocôndrias são exemplos
30
de adaptações agudas.
e) Aumento do volume máximo de oxigênio e volume de oxigênio durante o exercício
são exemplos de adaptações crônicas.

4. (HUPAA) Ao realizar um exame para mensurar a complacência vascular, um sujeito


de 74 anos recebeu o diagnóstico que estava hipertenso (150/70 mmHg) devido ao
processo de arteriosclerose. Escolha a opção que melhor caracteriza a arteriosclerose e
os benefícios do exercício aeróbio no tratamento dessa patologia.

a) Arteriosclerose é caracterizada por alterações degenerativas nas artérias e arteríolas


desencadeando o enrijecimento e espessamento vascular. O efeito crônico do exercício
promoverá neovascularização, liberação de substâncias vasodilatadoras devido ao
estresse de cisalhamento, aumento do consumo de oxigênio e diminuição da frequência
cardíaca de repouso.
b) Arteriosclerose é caracterizada por uma constrição excessiva das artérias e arteríolas
desencadeada pelo aumento do tônus simpático. O efeito crônico do exercício
promoverá maior atividade dos quimiorreceptores e barorreceptores com consequente
vasoconstrição, aumento da frequência cardíaca de repouso e aumento da liberação de
adrenalina pela adrenal.
c) Arteriosclerose é caracterizada por uma constrição excessiva das artérias e arteríolas
desencadeada pelo aumento do tônus parassimpático. O efeito crônico do exercício
promoverá redução do fluxo sanguíneo nos tecidos inativos com consequente
redirecionamento sanguíneo para os tecidos ativos e vasos comprometidos, aumento
das fibras do tipo IIb e aumento do volume de ejeção em repouso.
d) Arteriosclerose é caracterizada pela redução do fluxo sanguíneo arterial devido ao
processo de aglomeração de lipídios na parede vascular associada oriunda dos maus
hábitos alimentares e inatividade física. O efeito crônico do exercício promoverá maior
atividade dos quimiorreceptores com consequente vasodilatação, aumento no número
e tamanho dos vasos, aumento no consumo de oxigênio e redução da diferença
arteriovenosa de O2.
e ) Arteriosclerose é caracterizada por menor Resistência Vascular Periférica desencadeada
pela formação de novos vasos sanguíneos. O efeito crônico do exercício promoverá
aumento das Fibras do Tipo I, diminuição da diferença arteriovenosa de O2 e aumento
do Volume de Ejeção.

5. Assinale a opção correta acerca do comportamento da Frequência Cardíaca e da


Pressão Arterial durante o exercício envolvendo pequeno grupamento muscular.

a) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca aumentam expressivamente durante


exercício envolvendo pequeno grupamento muscular quando comparadas a esforços
com grande massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela vasoconstrição
nos músculos inativos, aumento da atividade simpática, aumento do débito cardíaco e
aumento da Resistência Vascular Periférica inativa.
b) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca diminuem expressivamente durante
exercício envolvendo pequeno grupamento muscular quando comparadas a esforços
com grande massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela vasodilatação
nos músculos inativos, aumento da atividade parassimpática, diminuição do débito
31
cardíaco e diminuição da Resistência Vascular Periférica inativa.
c) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca diminuem expressivamente durante exercício
envolvendo grande massa muscular quando comparadas a esforços com menor massa
muscular acionada. Essa resposta é provocada pela vasoconstrição nos músculos ativos,
aumento da atividade simpática, aumento do débito cardíaco e aumento da Resistência
Vascular Periférica ativa.
d) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca aumentam expressivamente durante exercício
envolvendo grande massa muscular quando comparadas a esforços com menor massa
muscular acionada. Essa resposta é provocada pela vasodilatação nos músculos ativos,
aumento da atividade simpática, aumento do débito cardíaco e redução da Resistência
Vascular Periférica inativa.
e) A Pressão Arterial e Frequência Cardíaca aumentam expressivamente durante
exercício envolvendo grande massa muscular quando comparadas a esforços com
menor massa muscular acionada. Essa resposta é provocada pela vasodilatação nos
músculos ativos, aumento da atividade parassimpática, redução do débito cardíaco e
aumento da Resistência Vascular Periférica.

6. São modalidades de Testes utilizados para mensurar a Aptidão Cardiovascular:

I. Teste de Campo (caminhar ou correr durante 12 minutos).


II. Teste do Degrau.
III. Ciclo ergômetros freados mecanicamente.
IV. Esteiras rolantes.

Verifica-se que está (ão) correta(s):

a) I, II, III e IV.


b) I, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) II e III apenas.
e) I, II e III, apenas.

7. São indicações para interromper um teste de esforço:

I. Angina de moderada a intensa;


II. Desejo de parar do indivíduo;
III. Taquicardia ventricular sustentada;
IV. Sinais de perfusão precária (cianose ou palidez)

Verifica-se que estão corretos os itens:

a) I, II e III, apenas.
b) I, II e IV, apenas.
c) I e IV. apenas.
d) I, III e IV, apenas.
e) I, II, III e IV.
32
8. João tem 60 anos, sofreu um infarto agudo do miocárdio (IAM) e ficou hospitalizado.
Porém, não foi necessária nenhuma intervenção cirúrgica. Assim, foi encaminhado para
a realização de exercícios para pacientes internados, para então receber a alta hospitalar.
Deve realizar exercícios três a quatro vezes por dia com duração de 3 a 5 minutos. Como
sua frequência cardíaca em repouso está em 90 BPM., assinale a opção que melhor
indica como deve ser a intensidade desse exercício:

a) Deve realizar exercícios na escala de taxação do esforço percebido (TEP) maior que 13.
b) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em 160 BPM.
c) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em até 90 BPM.
d) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em até 70 BPM.
e) Deve realizar exercícios com a frequência cardíaca em até 110 BPM.
33

ENTENDENDO A
OBESIDADE FRENTE
AOS EXERCÍCIOS
34
3.1 MAS AFINAL DE CONTAS COMO CLASSIFICAMOS A OBESIDADE?

A obesidade é um dos principais problemas de saúde pública em todo o mundo,


por ser considerada uma doença preocupante devido a questões sociais, psicológicas
e metabólicas, está ligada ao desenvolvimento de comorbidades que podem até levar
à morte. Índices de Massa Corporal (IMC) maiores que 40 m/kg² são considerados
obesos, graves ou mórbidos grau 3. Neste grau, o risco de desenvolver doenças
cardiovasculares, diabetes, certos tipos de câncer, hipertensão, dificuldades respiratórias,
musculoesqueléticas e dislipidemias é crescente, bem como distúrbios psicopatológicos,
como depressão e compulsão alimentar (NICOLAI et al. 2009).
Em combinação, exercício e dietas de baixa caloria promovem a diminuição da
gordura corporal, o aumento da massa magra e a remissão de comorbidades geradas
pelo excesso de gordura, tornando o tratamento clínico da obesidade, com o uso de
medicamentos específicos. A cirurgia bariátrica é outra forma de tratamento que vem
crescendo em todo o mundo. É considerada mais eficiente a longo prazo do que o
tratamento clínico. No entanto, antes e após o procedimento cirúrgico, o exercício deve
ser incluído em um programa de tratamento multidisciplinar a fim de garantir maior
segurança na prescrição de exercícios e sua adesão, além de gerar maior conhecimento
científico de seus efeitos em relação à perda de peso e saúde em geral (LEVINE et al.,
2006).

BUSQUE POR MAIS


Leia um pouco mais sobre a obesidade neste livro : https://bit.ly/3O673Es. Acesso
em: 15 set. 2020.

3.2 ENTENDENDO A PERDA DE PESO A LONGO PRAZO E A


MANUTENÇÃO DESSA PERDA

A importância da atividade física para melhorar a perda de peso a longo prazo


e minimizar a recuperação deste peso é bem predita pela American College o Sports
Medicine (2009), onde se concluiu que mais de 250 minutos por semana de atividade
física contribui para a manutenção de peso perdido. Apesar da aparente importância
da atividade física para o controle de peso a longo prazo, a atividade física não parece
atuar sozinha para controlar o peso corporal, mas, sim, funciona em sinergia com níveis
apropriados de ingesta alimentar, por isso, é sempre importante salientar que tanto
a atividade física, quanto a mudança nos comportamentos alimentares de forma
significativa contribuem para a obtenção de 10% ou mais perda de peso após um
período de treinamento. Assim, é muito importante termos em mente a importância
de comportamentos alimentares adequados, bem como doses adequadas de atividade
física, para melhorar a perda de peso a longo prazo no excesso de peso (CAMBI, et al.,
2003).
35
3.3 CONSIDERAÇÕES SOBRE ATIVIDADE FÍSICA NA CIRURGIA BARIÁTRICA

A cirurgia bariátrica demonstrou reduzir significativamente o peso corporal,


principalmente, em relação à quantidade enorme de peso corpóreo e à abordagem do
estilo de vida que o indivíduo possui com a ingesta alimentar, principalmente, quando
sobre a relação entre a redução da ingestão de energia e o aumento do gasto de energia
através da atividade física. No entanto, isso não implica que comportamentos de estilo
de vida, que incluem atividade física, não devem ser um aspecto do cuidado de longo
prazo dos indivíduos que foram submetidos à cirurgia bariátrica e que existe, sim, a
necessidade de atividade física em pacientes antes e após cirurgia bariátrica (JANNEY
et al. 2006).
Já é um consenso que a atividade física contribui para melhorar a perda de peso
em um e dois anos após a cirurgia bariátrica. Além disso, uma maior perda de peso foi
relatada entre seis e 12 meses após a cirurgia bariátrica em indivíduos que fizeram 150
minutos ou mais de exercício por semana, em comparação com aqueles que fizeram
menos de 150 minutos por semana. Assim, os médicos devem enfatizar a importância
de altos níveis de atividade física para maximizar a perda de peso a longo prazo com
cirurgia bariátrica (WYATT et al. 2006).
A atividade física é um componente importante das intervenções no estilo de vida
para perda de peso, a parte estética que é um fator importante para a pessoa obesa, além
de melhora na qualidade de sono e manutenção corpórea, contribuindo para diminuição
do stress e dores relacionadas ao sobrepeso. Embora os efeitos da atividade física na
perda de peso possam parecer modestos, precisamos pensar na relação dose-resposta
entre atividade física e perda de peso. A atividade física também é capaz de manter um
fator crítico no comportamento, importante para promover a perda de peso a longo
prazo e a prevenção de voltar ao peso anterior. Os benefícios da atividade física na perda
de peso também são observados em indivíduos com obesidade severa (IMC 35kg/m2)
e em indivíduos submetidos à cirurgia bariátrica. Além disso, independentemente do
efeito da atividade física no peso corporal, o envolvimento desta resulta em uma melhor
aptidão cardiorrespiratória que contribui para a redução do risco à saúde em adultos
com sobrepeso e obesos. Assim, a progressão de indivíduos com sobrepeso e obesos
para uma dose adequada de atividade física precisa ser incorporada às intervenções
clínicas para controle de peso (JANNEY et al 2006).

VAMOS PENSAR?
Não é somente a cirurgia bariátrica que irá ajudar na redução de peso, ela tem um fator
importante quanto a isso, mas devemos pensar que a perda rápida de peso irá interferir
em outros sistemas, como as articulações e a pele, além dos músculos, então a atividade
física aliada à cirurgia bariátrica reduz os problemas que podem ocorrer.

3.4 TIPOS DE ATIVIDADE FÍSICA PARA OBESIDADE

Se levarmos em consideração os exercícios de resistência temos como base que


este é um modelo conceitual e temos a percepção de como este tipo de exercício pode
36
influenciar a perda de peso corporal e de gordura. Os exercícios que podem aumentar o
gasto energético através da realização de resistência, a influência que os exercícios têm
na vida dos indivíduos e o aumento da taxa metabólica de repouso que pode ocorrer a
partir de exercícios de resistência aumentando a massa muscular. No entanto, apesar
deste fundamento teórico, as evidências científicas sugerem um efeito modesto do
exercício de resistência no peso e gordura corporal, e isso pode ser influenciado pelo
fato do exercício de resistência ser acompanhado por uma redução simultânea na
ingesta energética. Um recente estudo de Cambi et al. (2003), concluiu que há pouca ou
nenhuma evidência da intervenção para apoiar exercícios de resistência, na ausência de
reduções na ingesta energética por meio de modificação da dieta, pode reduzir o peso
corporal.
Além disso, não existe um acordo em comum sobre se o exercício de resistência
pode reduzir, significativamente, a gordura corporal na ausência de restrição da ingesta
energética. No entanto, há evidências de que exercícios de resistência podem aumentar
a massa magra (AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE, 2009). O que não deixa
de ser importante, embora isso não, necessariamente, resulte em uma diminuição da
gordura corporal absoluta. Assim, contando apenas com os exercícios de resistência
como uma modalidade de tratamento para reduzir o peso corporal ou gordura corporal
pode ter eficácia limitada para adultos com sobrepeso e obesos. Além disso, a adição de
exercício de resistência e da modificação da ingestão da dieta também têm demonstrado
eficácia limitada na redução do peso corporal ou no total gordura, em comparação com
o que pode ser alcançado apenas por meio de intervenção dietética.
No entanto, há algumas evidências de que o exercício de resistência pode reduzir
a adiposidade subcutânea abdominal, e isso pode ter implicações clínicas importantes
relacionadas à redução do risco à saúde associado à obesidade.
Já quando pensamos em exercício aquático, este tem sido recomendado como
uma forma alternativa de atividade física para indivíduos com sobrepeso ou obesos que
têm limitações funcionais potenciais. No entanto, dados limitados estão disponíveis para
apoiar a eficácia, desta forma, de atividade para o tratamento da obesidade. Nagle et al.
relataram em seus estudos resultados importantes sobre atividade aquática, atividade
aeróbia e a ingesta alimentar. O estudo consistiu em modificação da dieta para reduzir
a ingesta energética, que foi combinada com atividades aeróbicas supervisionadas
ou aquáticas supervisionadas, sendo realizados exercícios por 16 semanas. Não houve
diferenças na perda de peso com exercícios aquáticos (6,8 3,2 kg) versus exercício
aeróbio (5,6 4,7 kg), com padrões semelhantes mostrados em ambas as intervenções
para reduções na circunferência da cintura, proporção cintura-quadril e gordura. Assim,
embora não seja superior a um treinamento de caminhada, este estudo parece apoiar
o uso de exercícios aquáticos como uma forma alternativa de atividade que pode ser
incorporado em treinamentos funcionais visando perda de peso e atividade física (CAMBI
et al., 2003).
37
BUSQUE POR MAIS
Assista ao vídeo e entenda um pouco mais sobre a atividade e a obesidade.
Disponível em: https://bit.ly/3xkpf7r. Acesso em: 15 set. 2020.

3.5 ATIVIDADE FÍSICA FUNCIONAL

Até recentemente havia muita confusão em relação à definição do que é considerado


atividade funcional. O American College of Sports Medicine definiu atividades funcionais
como uma atividade física como "qualquer forma não estruturada de atividade física
realizada que não seja constituir um período estruturado de exercício”. Os exemplos
incluem atividade realizada no deslocamento para o trabalho versus a mesma forma
de atividade realizada dentro de uma estrutura ou um período de exercício. Dada esta
definição, caminhar como um meio de deslocamento para o trabalho seria considerado
uma atividade funcional, enquanto uma caminhada estruturada de 30 minutos para
fins de exercício não seria considerada atividade funcional. Levine et al. denominou em
seus estudos que todo gasto de energia que não resulta do sono, comer, ou exercício
estruturado como termogênese de atividade sem exercício (TASE).
Foi sugerido que um aumento na TASE de apenas 100 kcal por dia pode ser
suficiente para prevenir o ganho de peso em nível populacional. Alternativamente,
intervenções direcionadas ao aumento na TASE poderiam, teoricamente, contribuir para
um equilíbrio na energia negativa, o que promoveria a perda de peso. Uma metodologia
comum que tem sido examinada para aumentar TASE é o uso de pedômetros para
promover caminhada não estruturada para atividade física. O que poderia promover
uma atividade funcional que se aumentados os passos percorridos por volta de 2100 por
dia, conforme medido por um pedômetro, poderia diminuir o IMC por um modesto, mas
ainda significativo, 0,38 kg / m2.
Uma definição comum dos órgãos de saúde pública é acumular 10.000 passos
por dia. A atividade física diária pode exigir aproximadamente 6.000 a 7.000 passos por
dia (embora indivíduos obesos possam dar, significativamente, menos passos). Assim, a
adição de aproximadamente 3.000 a 4.000 passos por dia para a maioria dos indivíduos
resultaria na meta dos órgãos de saúde pública que seria de 10.000 passos por dia. Alguns
estudos como de Chan et al. demonstraram uma atividade funcional com o pedômetro
de 12 semanas resultou em um aumento de mais de 3.000 passos por dia, e houve uma
associação inversa entre os passos dados e as reduções na circunferência da cintura,
mas não no IMC. Estima-se que aproximadamente 2.000 passos são o equivalente a
mais de 1 quilômetro e meio de caminhada, então a adição de 3.000 passos por dia seria
o equivalente a caminhar mais de 2.400 quilômetros por dia. Supondo uma caminhada
ritmada de 20 minutos resultaria em 30 minutos adicionais de caminhada por dia, que é
consistente com a recomendação dos órgãos de saúde pública para atingir pelo menos
30 minutos de atividade física de intensidade moderada diária. Embora os efeitos
possam ser modestos, promovendo essa forma de treinamento de atividade física, que
38
pode incluir aumento da caminhada, pode contribuir para a diminuição do IMC ou
circunferência da cintura. Esta abordagem, em combinação com exercícios estruturados
pode aumentar, significativamente, o gasto de energia para melhorar a perda de peso,
e pode contribuir para a prevenção de ganho de peso para toda a população.

3.6 SERÁ QUE A ATIVIDADE FÍSICA RESULTA EM LESÕES


POR SOBREPESO OU EM PESSOAS OBESAS?

Segundo Bezerra et al. (2013) quando comparamos um indivíduo de peso normal


com um indivíduo obeso, as chances são de 15% a 48% maiores para um indivíduo com
sobrepeso ou obeso receber tratamento médico por uma lesão. Isso pode influenciar na
recomendação de atividade física para indivíduos com sobrepeso ou obeso. No entanto,
embora os dados sejam limitados sobre se a atividade física causa lesões em adultos com
sobrepeso e obesos, devemos ter um certo cuidado com pessoas obesas, pois estudos
apontam que em um período de 18 meses de atividade física revelou que 32% desses
indivíduos relataram uma lesão que foi parcial ou totalmente atribuída à participação
em atividades físicas, com a forma mais comum de lesão ocorrendo na extremidade
inferior (BEZERRA et. al, 2013).
No entanto, apenas 7% de todas as lesões foram atribuídas exclusivamente à
participação em atividades físicas. Além disso, um IMC inicial mais alto, e não o volume
de participação no exercício, foi associado com o tempo até a primeira lesão e o número
de lesões relatadas durante o momento da atividade. A perda de peso reduziu o risco de
lesões (WYATT et al., 2006).
A probabilidade de uma lesão resultante de um adulto com sobrepeso ou
obesidade iniciar em um modesto programa de atividades como parte de um programa
abrangente de perda de peso é relativamente baixa. Assim, se não for contraindicado, os
profissionais de saúde devem recomendar atividade física para esses indivíduos. Além
disso, com a perda de peso, o risco de lesões diminui, o que pode permitir a progressão
da atividade para níveis que foram recomendados para aumentar a perda de peso a
longo prazo e prevenir a recuperação deste peso (POLITO et al. 2010).
39
FIXANDO O CONTEÚDO

1. A obesidade é definida como uma condição de acúmulo anormal ou excessivo de


gordura no tecido adiposo, em uma magnitude que se torna prejudicial à saúde do
indivíduo ou grupos populacionais (WHO, 1998). Vários estudos têm demonstrado que a
inserção do exercício físico nos programas de emagrecimento favorece a manutenção da
massa corporal após o emagrecimento. Desse modo, o Colégio Americano de Medicina
do Esporte (ACSM, 2010) orienta que indivíduos obesos realizem programas de exercícios
como estratégia para o emagrecimento, e estabelece que:

I. Exercícios aeróbicos sejam adotados como principal estratégia, e exercícios resistidos


sejam utilizados como parte complementar.
II. Intensidade moderada a vigorosa na atividade aeróbica, entre 40-60% da FCR ou 50-
75% FCR.
III. Os indivíduos obesos devem se exercitar na maioria dos dias da semana, com
frequências ≥ 5 x/sem.

Analise as afirmações acima e escolha a alternativa correta:

a) Somente a afirmação I está correta.


b) Somente a afirmação III está correta.
c) Somente as afirmações I e III estão corretas.
d) Todas as afirmações estão corretas.
e) Somente a II está correta.

2. A obesidade é um problema de saúde grave que atinge várias pessoas ao redor


do planeta. Marque a alternativa que apresenta o único fator que não é considerado
desencadeador da obesidade.

a) Problemas genéticos.
b) Hábitos alimentares inadequados.
c) Hipertensão arterial.
d) Problemas hormonais.
e) Falta de atividades físicas regulares.

3. A obesidade é caracterizada pelo acúmulo exagerado de gordura no corpo de uma


pessoa. Esse valor pode ser estimado dividindo-se o peso do indivíduo pelo quadrado de
sua altura. Esse parâmetro é conhecido como:

a) OMS.
b) IMC.
c) ICM.
d) CMC.
40
e) OMC.

4. A obesidade é uma doença crônica decorrente de um aumento da quantidade de


gordura no organismo. Apesar de muitas pessoas considerarem apenas um problema
estético, a obesidade é grave e pode ser a causa de vários problemas de saúde. Indique,
entre as alternativas a seguir, o problema que não apresenta relação com a obesidade:

a) Hipertensão arterial.
b) Diabetes.
c) Ataque cardíaco.
d) Desgaste nas articulações.
e) Aumento da sensibilidade ao frio.

5. Sobre a relação entre os hábitos da população adolescente e as suas condições de


saúde, qual desses podemos afirmar que afeta a população obesa?

a) A falta de atividade física somada a uma alimentação nutricionalmente desequilibrada


constitui um fator relacionado com o aparecimento de doenças crônicas entre os
adolescentes.
b) A diminuição do consumo de alimentos que são fontes de carboidratos combinada
com um maior consumo de alimentos ricos em proteínas contribuiu para o aumento da
obesidade entre os adolescentes.
c) A maior participação dos alimentos industrializados e gordurosos na dieta da população
adolescente tem tornado escasso o consumo de sais e açúcares, o que prejudica o
equilíbrio metabólico.
d) A ocorrência de casos de hipertensão e diabetes entre os adolescentes advém
das condições de alimentação. Na população adulta, os fatores hereditários são
preponderantes.
e) A prática regular de atividade física é um importante fator de controle da diabetes
entre a população adolescente por provocar um constante aumento da pressão arterial
sistólica.

6. (Concurso Público Prefeitura Municipal de Porto Belo). Nos últimos anos, a


obesidade tem crescido consideravelmente entre crianças e adolescentes em nosso
país, tornando-se um problema nutricional altamente significativo, visto que pode trazer
consequências drásticas à saúde.

Considerando a conduta a ser tomada diante de erros alimentares e/ou comportamentais,


assinale a alternativa correta.

a) Erro alimentar: doces, salgadinhos e fast-food;


Conduta: controlar a quantidade, porém liberando nos finais de semana, feriados e
ocasiões especiais.
b) Erro comportamental: Comer rápido;
Conduta: Aumentar a quantidade de alimento por garfada para estimular o tempo de
mastigação.
c) Erro alimentar: sobremesas;
41
Conduta: se desejado, comer diariamente, porém em quantidades limitadas.
d) Erro alimentar: nenhuma fruta e hortaliça;
Conduta: incentivar a experimentar pequenos pedaços; experimentar novas formas de
preparo.
e) Erro comportamental: líquidos durante as refeições;
Conduta: Estimular o consumo de líquidos imediatamente antes de cada refeição.

7. (CONPASS). A obesidade é uma doença multideterminada, conjugando fatores


biológicos, ambientais e comportamentais (NAHAS, 2017). Diversas são as causas diretas
ou coadjuvantes, o que reflete em implicações para a saúde, EXCETO:

a) Maior incidência de doenças cardiovasculares


b) Mais problemas posturais
c) Pior qualidade de vida
d) Morte prematura
e) Maior resistência orgânica

8. (CONPASS). Examinar o gasto energético apenas durante o exercício físico não nos
fornece o quadro completo sobre o consumo, isto porque o metabolismo permanece
temporariamente elevado após o termino da atividade (MARRA E MARQUES, 2005). Esse
fenômeno é denominado de:

a) Consenso excessivo de oxigênio pos exercício


b) Hipoglicemia
c) Hipotensão
d) Hiperplasia
e) Sarcopenia
42

INDIVÍDUOS
DIABÉTICOS COMO
GRUPO ESPECIAL
43
4.1 OS DIABÉTICOS DIANTE DOS EXERCÍCIOS
A relação que muitos diabéticos têm com exercício e ou atividade física pode ser
definida muitas vezes como de amor e ódio.
Por um lado, a atividade física regular pode melhorar um número dos aspectos
do controle do diabetes: melhorar a sensibilidade à insulina (reduzindo assim a
necessidade de insulina exógena) no caso de diabéticos do tipo 1 e regulação da
glicose circulante no diabético do tipo 2; ao controle do peso corporal e perfis lipídicos;
aumentar a autoconfiança; melhorar questões psicológicas associadas à doença; reduzir
a inflamação sistêmica; e o mais importante, otimizar a proteção a longo prazo contra
doenças cardiovasculares. Lidando com exercícios, diariamente, por outro lado, implica
para o diabético uma série de questões práticas (ajuste da administração de insulina;
tempo, tipo e quantidade de alimentos ingeridos antes e após o exercício; hipo e ou
hiperglicemia inesperada durante e após o exercício etc.), cujo impacto pode se tornar às
vezes muito frustrante e, em muitos casos, desencoraja os indivíduos a serem fisicamente
ativo.
Diabetes mellitus refere-se a um grupo de doenças metabólicas caracterizadas
por hiperglicemia devido à deficiência de secreção, ação de insulina, ação prejudicada da
insulina ou uma combinação de ambos (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2007). O
diabetes está associado à secreção deficiente de insulina devido à destruição autoimune
de células β pancreáticas e a necessidade para insulina exógena para sobrevivência.
Embora vários aspectos do metabolismo dos micronutrientes são afetados pelo diabetes,
as alterações no metabolismo dos carboidratos (ou seja, hiperglicemia) são as principais
características da doença. Na verdade, acredita-se que a hiperglicemia crônica seja o
mecanismo pelo qual danos vasculares levam a complicações relacionadas ao diabetes,
como doença arterial coronariana (DAC), acidente vascular cerebral, nefropatia, retinopatia
e neuropatia ocorrem décadas após o início da doença. Em casos em que a destruição
das células β é rápida (ocorrendo, predominantemente, em crianças e adolescentes),
a primeira manifestação da diabetes pode ser cetoacidose. Outros indivíduos podem
desenvolver hiperglicemia modesta inicialmente que, posteriormente, progride para
grave hiperglicemia e ou cetoacidose se não tratada (ou não diagnosticada). Os sintomas
de diabetes podem incluir poliúria, polidipsia, letargia e perda de peso, às vezes com
polifagia e visão turva (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2007).
O metabolismo dos carboidratos é um componente crucial da resposta ao exercício.
No diabetes, infelizmente, a capacidade do organismo de se adaptar com eficácia aos
requisitos de substrato de energia aumentados do músculo em exercício é, muitas vezes,
severamente prejudicada. A extensão e as características desta deficiência, portanto,
estão no cerne da interação complexa entre pacientes com diabetes e atividade física.
Fenotipicamente, o resultado é uma série de recursos exclusivos associados à maioria
dos aspectos do exercício nesses indivíduos. Algumas alterações são permanentes,
como redução ou perda da resposta da epinefrina associada ao desenvolvimento de
neuropatia autonômica diabética. Outros são transitórios, como o embotamento
generalizado da resposta contra regulatória ao exercício seguindo da ativação anterior
do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, como é o caso da hipoglicemia antecedente
(CLAUSEN, et al. 1997).
Além disso, alguns desses recursos não são uma parte intrínseca do diabetes em
44
si, mas, sim, o efeito da agressividade, embora ainda um pouco inadequada, a tentativa
iatrogênica de tratar a doença. A reposição de insulina, embora extremamente importante
e certamente capaz de prevenir a maioria das complicações microvasculares diabéticas,
ainda é uma arte imperfeita. É frequentemente associada com flutuações glicêmicas
indesejadas, tanto no hiper como na hipoglicemia, que afeta a maioria dos aspectos
da vida cotidiana do diabético, incluindo o desempenho do exercício competitivo
recreativo. Essas considerações descrevem de forma muito sucinta a importância que o
exercício deve ter no gerenciamento da diabetes, e alguns dos problemas associados à
sua implementação prática (SOUZA, EVITON, 2015).

FIQUE ATENTO
A principal diferença entre o diabetes tipo 1 e do tipo 2 é que o do tipo 1 é uma
doença autoimune que faz com o que pâncreas pare de produzir insulina de-
finitivamente. No tipo 2, o pâncreas ainda produz insulina; porém, além de ser
insuficiente, ela não pode ser plenamente metabolizada pelo organismo em de-
corrência da resistência à insulina que ocorre nos órgãos e músculos. (Socieda-
de Brasileira de Diabetes). Disponível em: https://bit.ly/3v97vtc. Acesso em: 15 set.
2020.

4.2 OS EXERCÍCIOS MODERADOS E DE ALTA


INTENSIDADE E A DIABETES

Temos que ter uma visão bem ampla quando pensamos na homeostase da glicose
diante dos exercícios físicos e da diabetes. No ser humano saudável, as concentrações
de glicose no plasma são criteriosamente mantidas dentro de uma faixa estreita através
de múltiplas interações de mecanismos simultâneas. A concentração de glicose é
constantemente "sentida" em vários locais, tanto centralmente (hipotálamo) quanto
perifericamente (ilhotas pancreáticas), e ações corretivas são realizadas se a concentração
de glicose é muito alta (com liberação de insulina) ou muito baixa (com liberação dos
hormônios contrarreguladores cortisol, glucagon, epinefrina e norepinefrina). No
decorrer de qualquer tipo de atividade física, esses mecanismos homeostáticos sofrem
graus variáveis de estresse. Mudanças simultâneas ocorrem na sensibilidade à insulina,
nas necessidades de substrato de energia, e na razão de oxidação de carboidratos/
lipídios por meio da qual estes requisitos são atendidos. Não é de surpreender, portanto,
grandes interrupções deste equilíbrio complexo podem ocorrer em pessoas diabéticas.
Embora uma grande variedade de eventos seja possível, estes podem ser atribuídos à
combinação de duas categorias principais de alterações: a incapacidade de manter a
glicemia, resultando em episódios hipoglicêmicos durante ou após o exercício, mais
comumente ocorrendo com esforços prolongados de intensidade submáxima; e
hiperglicemia aguda, ocorrendo mais comumente com esforços mais curtos e muito
intensos.
Em condições de repouso e no estado pós-absorvente (ou seja, depois que todos os
nutrientes da última refeição foram absorvidos do trato gastrointestinal (TG), uma pessoa
saudável de peso médio tem uma taxa de eliminação de glicose de ∼ 2 mg / min por kg
45
de peso corporal. Esta é toda a glicose coletivamente absorvida por todas as células do
corpo, com uma concentração basal de insulina sistêmica que é normalmente entre 5
e 10 μU / mL (GUEDES et al., 1998). A glicemia plasmática cairia, portanto, gradualmente
ao longo do tempo, se fontes endógenas (principalmente o fígado, mas também, em
certa medida, os rins e algumas seções do intestino) não fornecerem simultaneamente
uma saída de glicose exatamente idêntica, através da quebra de reservas de glicogênio
(glicogenólise) e síntese de novo de moléculas de glicose (gliconeogênese) (249). Durante
um exame físico de esforço de intensidade submáxima prolongada (ou seja, abaixo o
limiar anaeróbio, que comumente ocorre em 50% -60% da capacidade aeróbica máxima
individual), a glicose pode aumentar de duas a três vezes, principalmente, por causa de
aumento da captação do músculo esquelético. Segundo Yavari et al., (2012), enquanto a
glicemia normalmente cai alguns mg/dL por 30 a 45 minutos após o início do exercício,
é mantida dentro da faixa fisiológica por dois mecanismos: um rápido aumento na
produção de glicose endógena, e uma queda nos níveis de insulina sistêmica. A queda
na insulina, mediada por impulsos eferentes alfa-adrenérgicos aumentados para
o pâncreas, é necessária porque durante o exercício a sensibilidade à insulina está
agudamente aumentada e a glicose independente dos mecanismos de transporte
de insulina torna-se ativada nas células do músculo esquelético. Se as concentrações
basais de insulina não fossem reduzidas, o excesso de glicose seria transportado para
as células do músculo, causando uma queda na glicemia. E pensando em diabéticos,
como a insulina não é mais regulada endogenamente, a prevenção da hipoglicemia
associada ao exercício depende de quão precisamente o perfil normal de insulina pode
ser reproduzido. O uso de uma bomba de infusão de insulina costuma diminuir ou pode
diminuir, completamente, a suspensão de sua infusão de indivíduos em um regime de
injeção múltipla de insulina, por outro (PONTES et al. 2016).
Por outro lado, não podem reduzir facilmente seus níveis basais de insulina; em
alguns casos, na verdade, ocorre exatamente o oposto, por via subcutânea a insulina
injetada pode aceder as taxas de absorção durante o exercício. Ocasionalmente, após uma
injeção de insulina, especialmente se realizada na lateral da coxa, parte do fluido injetado
pode ser preso em uma bolsa subcutânea, e ser agudamente mobilizado na corrente
sanguínea quando o exercício é iniciado, praticamente resultando em um pequeno
impulso adicional de insulina. O excesso de insulina terá então o duplo efeito: de causar
captação exagerada de glicose no músculo esquelético, e para suprimir a produção
endógena de glicose. O resultado cumulativo dessas alterações é a possibilidade de um
episódio de hipoglicemia durante o exercício.
Substancialmente diferente, é a série de respostas que podem ocorrer quando o
esforço físico é muito intenso, ou seja, acima do limiar anaeróbio e próximo ao aeróbio
máximo da capacidade do indivíduo. Neste cenário, isso só pode ser sustentado por
um tempo relativamente curto (normalmente não mais de 20-30 min). O corpo passa
por um intenso processo de ativação adrenérgica, cuja magnitude é impulsionada pela
resposta do exercício de alta intensidade no sistema cardiovascular. Este nível de ativação
adrenérgica também aumenta a produção de glicose endógena para uma extensão
que excede as necessidades metabólicas do tecido periférico; isso induz um estado de
hiperglicemia transitória moderada (normalmente não mais do que 140 mg/dL), que é
prontamente corrigido após cessar o exercício no indivíduo não diabético. No indivíduo
com diabetes, no qual a insulina não pode ser secretada em resposta a esta resposta
hiperglicêmica, a magnitude da hiperglicemia, muitas vezes, continua aumentando
46
após o exercício, às vezes a níveis alarmantes (> 400 mg/dL) (196) (YAVARI, et al., 2012).
Como sessões de exercícios estruturados ou outras formas de exercícios físicos,
atividades na realidade são mais frequentemente, uma combinação de moderada
e episódios mais intensos de duração variável e com distribuição temporal variável, a
resposta glicêmica real a qualquer tipo individual de atividade física pode estar em
qualquer lugar em toda a gama. Tanto é verdade, que o equilíbrio correto de exercícios
moderados e prolongados e exercícios breves e intensos poderia induzir estímulos
hipo e hiperglicêmicos opostos que em grande parte se cancelariam mutuamente e
resultariam em um ótimo controle glicêmico.
Atualmente, não há diretrizes específicas sobre o valor ou intensidade da
atividade física necessária para otimizar a saúde em pessoas com diabetes. Semelhante
a indivíduos não diabéticos, no entanto, jovens com diabetes devem ser encorajados a
serem fisicamente ativos em uma intensidade moderada a vigorosa por pelo menos 60
minutos por dia. Essas recomendações são provavelmente razoáveis para adolescentes
e adultos com diabetes, que tendem a realizar menos atividade física do que não
diabéticos.

BUSQUE POR MAIS


Entenda mais um pouco sobre a diabetes e suas interferências neste artigo:
htps://bit.ly/3O4RUDq. Acesso em: set. 2020.

4.3 RISCOS E CONTRAINDICAÇÕES PARA


EXERCÍCIO EM DIABÉTICOS

O risco de doenças cardiovasculares e outras relacionadas às complicações da


diabetes, incluem neuropatia, retinopatia e nefropatia em pessoas com doença de longa
data é alta e cuidados devem ser tomados para selecionar indivíduos adequadamente
antes de recomendar um novo programa de exercícios. No entanto, a incidência de um
evento adverso associado ao exercício é rara em pacientes com diabetes. É necessária
cautela àqueles com complicações de doenças avançadas e exames médicos,
possivelmente, com um teste de esforço de exercício graduado, que deve ser considerado
antes de iniciar qualquer novo programa de exercícios mais intenso (COSTA, 2019).
Em pessoas com diabetes, como em qualquer indivíduo, os sintomas de dor no
peito ou pressão são considerados contraindicações absolutas ao exercício intenso.
Pessoas com diabetes podem ter outros sintomas atípicos de insuficiência miocárdica,
incluindo dispneia aos esforços ou queixas gastrointestinais inexplicáveis que também
constituiriam contraindicações para fazer exercícios pelo menos até que uma nova
triagem médica seja feita. Além disso, se os indivíduos relatam ter tido um IAM anterior ou
se eles foram informados de que têm isquemia miocárdica (por exemplo, anormalidades
do segmento ST em repouso), então um teste de esforço é recomendado antes de iniciar
um programa de exercícios (CLAUSEN et al. 1997).
47
O risco mais temido ao iniciar uma atividade física é a morte súbita secundária por
uma arritmia ou um evento isquêmico. A morte súbita pode ser mais provável de ocorrer
quando a doença coronariana subjacente não foi diagnosticada e é, particularmente,
comum em pessoas com diabetes que vivem com a doença há mais de 15 anos (ou seja,
o risco é 10 vezes maior do que não diabéticos em 30-50 anos). O risco relativo de um
evento cardíaco adverso após exercício intenso é 3,5 vezes maior em pessoas com diabetes
que acabaram de realizar esforços intensos (> 6 equivalentes metabólicos (METS) em
comparação à quando foram sedentárias ou realizaram atividades leves. No entanto, o
risco absoluto geral é estimado em bastante baixo (risco de infarto do miocárdio durante
60 min de atividade física é estimada em 1 em 10.000). Desde aqueles com diabetes que
são regularmente mais ativos fisicamente, entretanto, têm muito menos risco geral de
um evento cardiovascular do que aqueles com doença que são sedentários, o consenso é
que os riscos do exercício são superados pelos inúmeros benefícios, desde que a triagem
apropriada seja realizada (COOPER et. al. 2007).
Algumas outras contraindicações relativas ao exercício existem àqueles indivíduos
diabéticos. Em particular, àqueles com disfunção autônoma avançada ou polineuropatia,
estes devem ser avaliados com o uso de medicamentos e liberados depois para qualquer
atividade mais intensa como andar. Aqueles com retinopatia proliferativa também
devem ter a avaliação, que pode incluir um teste de exercício graduado com ECG e
monitoramento da pressão arterial, antes de iniciar um programa de exercícios mais
intenso. Depois de triagem apropriada, pessoas com diabetes que tenham retinopatia
ou retinopatia diabética proliferativa devem evitar exercícios extenuantes (aeróbicos ou
de resistência) que aumentam a pressão arterial > 170 mmHg sistólica (BLAIR et al. 1989).
A suspensão do exercício deve ocorrer enquanto se aguarda a consulta com um
oftalmologista se houver um sinal de piora retinopatia pré-proliferativa ou proliferativa
devido ao risco elevado de descolamento de retina. Indivíduos com insuficiência renal
em estágio terminal devem passar por exames médicos antes de iniciar um programa
de exercícios e, após avaliação clínica, o exercício intenso deveria ser evitado. Naqueles
com nefropatia avançada, em diálise, o teste de esforço deve ser realizado antes do início
de um programa de exercícios mais intenso do que caminhar, mas aeróbio leve e de
baixa intensidade exercício ainda não é contraindicado quando não supervisionado
apropriadamente (ACSM, 2009).

FIQUE ATENTO
Devemos tomar cuidado com as pessoas diabéticas em relação a feridas feitas no mo-
mento da atividade física, como essas pessoas possuem uma quantidade maior de glico-
se circulante este interrompe o processo de cicatrização.

4.4 HIPERGLICEMIA DURANTE OS EXERCÍCIOS: CAUSAS E PREVENÇÃO

O exercício moderado, geralmente, causa uma diminuição nos níveis de glicose


sanguínea em indivíduos com diabetes, enquanto um aumento na concentração
de glicose pode ocorrer com exercícios muito intensos e, em alguns indivíduos, em
circunstâncias particulares.
48
Por exemplo, em indivíduos com controle metabólico deficiente, fazer exercícios
pode causar um aumento adicional na concentração de glicose sanguínea e cetoacidose
(quando os corpos cetônicos, como por exemplo, os estoques de gordura corporal são
utilizados como fonte energética). O aumento na glicose sanguínea é causado por exagero
na produção de glicose hepática, facilitada principalmente por meio do aumento de
catecolaminas e prejuízo na indução de exercícios na utilização de glicose. Hiperglicemia
e cetose excessiva durante o exercício é particularmente indesejável pois podem causar
desidratação e diminuir o pH do sangue, ambos prejudicam o desempenho do exercício.
Sierra et al. (2019) em seu estudo preconiza que os exercícios intensos (ou seja, > 60-70%
VO2max ou > 75-85% da frequência cardíaca máxima) podem agravar particularmente
esta condição, uma vez que aumenta as catecolaminas e glicocorticóides irão aumentar
ainda mais as elevações nas concentrações de glicose sanguínea e na produção de
cetonas.
Exercícios de alta intensidade podem ser definidos como atividades acima do
“Limiar de lactato”, que é aproximadamente> 60% a 70% VO2max ou 85% a 90% da
freqüência cardíaca máxima (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2007). Este limite
coincide com elevações dramáticas nas catecolaminas, ácidos graxos e corpos cetônicos,
todos que prejudicam os músculos na utilização de glicose. Mesmo os indivíduos em
terapia intensiva com insulina podem ter aumentos nos níveis de glicose sanguínea
durante e após exercícios de alta intensidade, provavelmente, devido a uma falha na
liberação de insulina para compensar os aumentos na contra regulação hormonal.
Este aumento na glicemia é geralmente transitório e tende a durar apenas enquanto
houver elevações dos hormônios contra regulares (isto é, 30-60 min). Apesar de alguns
indivíduos poderem facilmente corrigir as elevações com um bolus de insulina no final
de exercícios intensos, especialmente se tomarem análogos de insulina de ação rápida,
outros podem ser resistentes a tomar insulina adicional após o exercício, uma vez que
haverá maior risco de hipoglicemia pós-exercício de início tardio nas próximas horas
(especialmente se a sessão de exercício anterior foi > 30 min) (CLAUSEN et al. 1997).

4.5 HIPOGLICEMIA ANTES, DURANTE E APÓS EXERCÍCIOS:


CAUSAS E PREVENÇÃO

Hipoglicemia é definida como uma queda na concentração de glicose no plasma


abaixo da referência fisiológica e pode ocorrer por várias razões, incluindo a presença de
um excesso relativo de insulina, ou um aumento abrupto na captação periférica, como
pode ocorrer quando a produção de energia aumenta repentinamente no músculo
esquelético realizando exercícios intensos (AMERICAN DIABETES ASSOCIATION, 2007).
Nessas circunstâncias, mecanismos compensatórios (contrarreguladores) são
acionados, de modo que a hipoglicemia (abaixo de 60 mg/dL) é evitada ou revertida.
Durante o exercício físico, obter uma determinada quantidade líquida de transporte de
glicose através da membrana celular dos miócitos requer 30% a 50% menos insulina do
que em condições de repouso, porque uma fração considerável de transporte de glicose
trans membranosa estimulada por exercícios ocorre por meio de mecanismos não
dependentes de insulina. A secreção de insulina é, portanto, fisiologicamente reduzida
durante o exercício em uma quantidade proporcional, evitando a redução da glicose na
corrente sanguínea abaixo dos valores pré-exercício (CLAUSEN et al. 1997).
49
O exercício também aciona, simultaneamente, a liberação dos principais
hormônios contrarreguladores glucagon, epinefrina, norepinefrina, GH e cortisol.
Através de vários paralelos de vias bioquímicas (aumento da glicogenólise hepática e
gliconeogênese, lipólise do tecido adiposo), estas moléculas aceleram a mobilização de
substratos de energia. Recentemente, além do “clássico” hormônio contra regulatório
citado acima, as evidências também têm se acumulado em direção ao potencial
efeito contrarregulador de moléculas, entre as quais se destaca a IL-6, uma citocina
abundantemente liberada pelo músculo esquelético em exercício em uma relação
dependente da dose com a intensidade do exercício. Inicialmente, as funções desta
citocina foram principalmente consideradas um mediador pró-inflamatório, mas agora
se acredita ser um imunomodulador mais complexos, até mesmo tendo efeitos anti-
inflamatórios (COSTA, 2019).
Alterações na resposta da regulação da insulina e contra regulação durante o
exercício podem estar presentes em diabéticos. Reproduzindo a queda fisiológica dos
níveis de insulina, por exemplo, pode ser problemático. Indivíduos que injetam insulina
através de uma bomba de infusão podem reduzir a taxa de infusão antes ou durante o
exercício; isso não é fácil de fazer corretamente, pois condições de exercício aparentemente
idênticas em dias diferentes podem resultar em diferentes respostas metabólicas. Se a
redução de insulina é excessiva, hiperglicemia ao invés de hipoglicemia, pode em fato
ocorrer, mas muitos indivíduos preferem este risco (hiperglicemia ser assintomático, a
menos que seja realmente extremo) e realmente desligue completamente sua bomba.
Pacientes em uso de insulina com múltiplas injeções, incluindo um componente de
longa ação, por outro lado não podem reduzir suas concentrações basais de insulina e
são, portanto, propensos a se encontrarem expostos a hiperinsulinemia. Ocasionalmente,
a situação pode ser agravada pelo fato de que quando a insulina é injetada em áreas
próximas ao músculo onde está sendo feito o exercício, é mais rapidamente absorvida.
O resultado é um fato “bolus” de insulina pequeno, aumentando temporariamente os
níveis de insulina no início do exercício; hipoglicemia, às vezes grave, pode então ocorrer
(SOUZA, EVITON, 2015).
Simultaneamente, com o aumento da absorção de insulina durante exercício (em
vez da diminuição esperada), a ativação de hormônios contrarreguladores também
pode ser prejudicada no diabetes. Em geral, a liberação dos principais hormônios
contrarreguladores em resposta ao exercício parece reduzido no diabetes, embora a
magnitude da atenuação e classe dos hormônios envolvidos variem. Este fenômeno é
completamente paralelo ao contra regulatório reduzido (GUEDES E GUEDES, 1998).
resposta à hipoglicemia que ocorre no diabetes, agora muito bem caracterizado (falha
autonômica associado à hipoglicemia). Essa falha também causa embotamento de um
número de sintoma de origem neurogênica (ansiedade, sensação de fome, sudorese,
palpitações etc.), mediada pelos efeitos da epinefrina no simpatoadrenal.
Devido à variedade e instabilidade de fatores que influenciam as características
da hipoglicemia associada ao exercício, seu manejo costuma ser difícil. As principais
abordagens incluem ajuste empírico da administração de insulina, e suplementações
de bebidas ricas em carboidratos e lanches em momentos críticos antes, durante e após
o exercício. Recentemente, um novo conceito também foi proposto para compensar os
efeitos pró-hipoglicêmicos de alguns formatos de exercícios (exercícios de intensidade
moderada e prolongada) incorporando alguns ataques breves e muito intensos que, se
isolado, teria um efeito pró-hiperglicêmico (LEVINE et al. 2006).
50
VAMOS PENSAR?
É muito importante um teste de glicosímetro antes e após as atividades físicas em dia-
béticos, pois sabemos que a atividade consome a glicose circulante transformando em
energia.

4.6 O EXERCÍCIO PREJUDICA OU NÃO A PESSOA DIABÉTICA?

O exercício físico é altamente recomendado para indivíduos com diabetes por


seus inúmeros efeitos benéficos à saúde, entre eles, a prevenção de complicações
cardiovasculares a longo prazo é primordial. Numerosos problemas, no entanto, tornam
as implementações sistemáticas de estratégias de exercícios eficazes complicadas
nesses pacientes; na verdade, em indivíduos com doenças crônicas mal controladas,
tecido muscular característico, ocorrem mudanças identificadas por alguns como
forma específica de miopatia. Mesmo em assuntos relativamente bem controlados, as
alterações marcantes de carboidratos no metabolismo, associadas com diabetes podem
causar a ocorrência frequente de episódios de hipoglicemia ou hiperglicemia, ou ambos
durantes e após o exercício.
Esses episódios são frequentemente causados por dosagem inadequada de
insulina que os pacientes injetam várias vezes por dia. Avançar, a "memória metabólica"
de episódios anteriores de hipo a hiperglicemia pode afetar a resposta ao exercício e
durante o exercício, ocorrendo horas ou dias após a resolução do episódio.
Além da regulação glicêmica, outra resposta adaptativa ao exercício que pode ser
alterada é a secreção de substâncias inflamatórias/fatores oxidativos, agora considerados
um componente-chave de cardioproteção associado ao exercício e à secreção de fatores
de crescimento, especialmente importantes diabetes. Muitas dessas alterações agora
podem ser evitadas de forma eficaz ou administradas por uma combinação de controle
de glicemia ideal, ajustes empíricos da administração de insulina no tempo de exercício
e a ingestão de suplementos de carboidratos adaptada ao tipo, intensidade e duração do
exercício. É importante enfatizar que, coletivamente, as possíveis alterações nas respostas
do exercício que podem ocorrer no diabético não tornam esta atividade prejudicial, mas
na pior das hipóteses, reduz todos os seus efeitos benéficos para a saúde.
51
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (ENADE - Adaptado). Para evitar a hipoglicemia durante e após o exercício, um padrão


na prescrição do treinamento e uma dieta equilibrada devem ser adotados. Cada indivíduo
com diabetes é único e precisa descobrir o melhor esquema a seguir para manter a
glicemia sob um rígido controle. A literatura científica aponta que é fundamental que o
indivíduo com diabetes melito insulino-dependente pratique sua rotina de treinamento
em horários convenientes.

a) O exercício não deve ser realizado no momento do pico do efeito da insulina, na


primeira hora após a injeção da insulina – ação curta.
b) Durante uma programação de atividade física recomenda-se uma refeição a cada 5
horas.
c) Indivíduos com Diabetes Mellitus insulino-dependentes não precisam se preocupar
com as lesões vasculares nos pés por ser um tipo mais brando e controlável.
d) Não é recomendado que pessoas com diabetes não possam participar de uma
competição.
e. Todos os indivíduos com diabetes respondem ao exercício da mesma forma.

2. Na prescrição de exercícios físicos, para pacientes com Diabetes Melito (DM), o


profissional de saúde (Educação Física), deve levar em consideração alguns pontos
importantes para a adaptação do treinamento físico atrelado a esta condição. Sobre as
adaptações é CORRETO afirmar que:

I. Se o paciente, com diabetes melito tipo 2 apresenta baixos níveis de condicionamento


físico, recomenda-se um mínimo de 90 minutos de atividade física aeróbia leve para
a redução do risco de desenvolvimento de doenças cardiovasculares.
II. Intercalar sessões muito curtas de exercícios aeróbios e de alta intensidade pode
ajudar a reduzir o declínio da glicemia durante o período inicial de recuperação pós-
exercício.
III. Para pacientes acometidos de diabetes melito tipo 2, deve-se dar uma pausa de dois
dias consecutivos nos exercícios aeróbios para evitar um declínio da ação da insulina.
IV. Em relação à resistência, maiores cargas (cargas mais pesadas) podem ser prejudiciais
para a ação da insulina e controle da glicemia. O mesmo pode-se afirmar com cargas
moderadas de resistência.
V. A realização de treinamento de resistência antes do treinamento aeróbio, durante
treinamento combinado, pode diminuir o risco de hipoglicemia em pacientes com
diabetes melito tipo 1.

Assinale a opção que representa as respostas CORRETAS.

a) II e V.
b) I e III.
c) II e III.
d) III e IV.
52
e) I e V.

3. Considere a elaboração de um programa de exercícios para uma pessoa portadora de


Diabetes tipo I. As ações a serem realizadas com esse indivíduo estão classificadas como
sendo:

a) Primária e secundária.
b) Primária, secundária, terciária.
c) Secundária e terciária.
d) Primária e terciária.
f) Apenas terciária.

4. (CONCURSO MILAGRES- 2018). Sobre a hipoglicemia em pessoas com diabetes


mellitus, é correto afirmar:

a) Hipoglicemia é a diminuição dos níveis glicêmicos, com ou sem sintomas, para valores
abaixo de 95 mg/Dl
b) Fome, tontura, fraqueza e dor de cabeça, confusão, coma e convulsão são sintomas
neuroglicopênicos.
c) A hipoglicemia exige tratamento adequado e não deve ser tratada pelo próprio
paciente.
d) Os familiares que percebam uma situação de hipoglicemia no paciente com diabetes
devem levá-lo imediatamente ao hospital, sem oferecer nenhum tipo de substância ou
alimento.
e) Para prevenção da hipoglicemia noturna, orienta-se evitar lanches antes de dormir
que contenha carboidratos ou gorduras.

5. (CONPASS- 2015 - Adaptado). De acordo com Molena-Fernandes et al. (2005), a


atividade física possibilita benefícios para os indivíduos portadores de diabetes mellitus
tipo 2. Sobre isso, marque a alternativa que não corresponde aos benefícios das atividades
físicas para esse grupo.

a) Aumento do transporte de glicose para os músculos.


b) Aumento do metabolismo da glicose.
c) Diminuição da resistência à insulina.
d) Aumento da sensibilidade à insulina.
e) Aumento da concentração de glicose sanguínea.

6. (PUC-CAMPINAS). Uma dieta baseada em carboidratos é desaconselhada para


indivíduos portadores de diabetes mellitus. Isso ocorre em virtude de o organismo
desses indivíduos terem:

a) dificuldade para filtrar o sangue, deixando grande quantidade de impurezas que


contamina a glicose.
b) facilidade em absorver a glicose do sangue, levando ao ganho excessivo de peso e
provável obesidade.
c) facilidade em produzir insulina, o que pode levar a uma intoxicação por falta de açúcar.
53
d) dificuldade para remover a glicose do sangue e enviá-la para dentro das células.
e) dificuldade para transportar o gás oxigênio pelo sangue, levando à asfixia dos tecidos
e à morte das hemácias.

7. (CPCON/UEPB – Adaptado). Pessoas com diabetes melito insulino-dependentes são


aconselhadas a evitar exercícios pesados, como levantamento de peso exagerado ou
uma atividade aeróbica intensa e prolongada. Acerca da prática de exercícios físicos para
pacientes com diabetes melito insulino-dependentes, marque a alternativa CORRETA.

a) Exercício vigoroso minimiza as possíveis lesões nas extremidades.


b) Deve treinar com cargas elevadas sem se preocupar com o controle motor.
c) Para a minoria dos pacientes com diabetes, o principal risco é a hipoglicemia.
d) Pacientes que apresentam lesões nervosas e vasculares nos pés e pernas devem
tomar cuidados especiais para evitar cortes, bolhas e *
exercícios que possam acarretar contusões das extremidades inferiores.
f) Não é necessário tomar precauções, podendo qualquer diabético participar de
qualquer atividade física.

8. (ADM&TEC - Adaptado). Assinale a alternativa que mais se encaixa aos textos abaixo:

I. A redução do risco de doenças cardiovasculares, de diabetes, de osteoporose, de


fibromialgia e de alguns cânceres, entre outras doenças, é um dos benefícios da prática
regular de atividades físicas.
II. Uma dica útil para começar a prática de educação física é procurar atividades
realizadas por várias pessoas, inclusive amigos, o que poderá ser um estímulo a mais
para a manutenção desse hábito. III. A Organização Mundial da Saúde recomenda pelo
menos 30 minutos de atividade física por semana.

a) As três afirmativas são verdadeiras.


b) A afirmativa I é verdadeira, a II é falsa e a III é verdadeira
c) A afirmativa II é verdadeira, a I é falsa e a III é verdadeira
d) As três afirmativas são falsas.
e) A afirmativa II é falsa, a I é verdadeira e a III é falsa
54

GRUPOS ESPECIAIS
PORTADORES DE
DOENÇAS
RESPIRATÓRIAS
55
5.1 AS DOENÇAS PULMONARES COMEÇANDO PELA DPOC

Segundo Garber et al. (2011), quando falamos de doenças pulmonares devemos ter
em mente que existem uma grande quantidade delas, algumas são semelhantes quanto
a sua fisiopatologia, porém temos alguns detalhes que ajudam a entender o contexto e o
resultado que poderemos ou não obter com os exercícios, como por exemplo, a doença
pulmonar obstrutiva crônica ou DPOC, que tem uma causa crescente e significativa
das doenças crônicas, tendo um significativo aumento nas morbidades e óbitos em
todo o mundo, e com um possível crescimento nas próximas décadas. A DPOC tem
como característica uma limitação do fluxo aéreo aumentando o trabalho do processo
respiratório e produz modificações na mecânica ventilatória, estática e dinâmica além
de uma hiperinsuflação pulmonar. Uma concomitante redução da massa muscular
acontece devido à interação de vários mediadores moleculares, como inflamação, vias
de sinalização induzido por hipóxia, estresse oxidativo e redução da capacidade oxidativa
enzimática além dos números de capilares (BARBOSA, et al. 2020).
Os portadores de DPOC normalmente têm um custo metabólico de desempenho
mais alto com o início da acidose e redução da taxa máxima de trabalho e consumo de
oxigênio. A progressiva inatividade leva ao descondicionamento que aumenta ainda mais
a sensação de esforço respiratório. Os portadores de DPOC se tornam progressivamente
presos em casa e isolados da sua família, amigos e colegas, com agravamento da
depressão e ansiedade que, frequentemente, prejudicam a qualidade de vida.
Pacientes com DPOC têm vários graus de limitação de atividade devido aos
distúrbios músculos esqueléticos. A atividade física é essencial para todos os portadores
de DPOC. Embora este seja, provavelmente, o caso para encaminhamento destes para
reabilitação pulmonar, evidências sobre a atividade física no contexto da reabilitação
pulmonar são limitadas. Tanto o treinamento de exercícios quanto as intervenções
de atividade física devem ser uma parte integrante e complementar da reabilitação
pulmonar, e são essenciais para melhora da qualidade de sobrevida. Ambos têm
objetivos distintos; o treinamento de exercícios visa melhorar a aptidão, programas de
atividade física direcionados à mudança de comportamento para um estilo de vida mais
ativo. Sugerimos que o treinamento físico é necessário na primeira fase de um programa
de reabilitação pulmonar, principalmente, para aumentar a tolerância ao exercício e
aptidão física geral. Devido ao tipo de intervenção, não há muita mudança na atividade
física esperada quando um programa de treinamento de exercícios é oferecido sozinho.
Quando a reserva funcional é suficientemente grande, as respostas comportamentais
podem ser introduzidas para traduzir os ganhos fisiológicos nas atividades da vida diária.
Mais não existe um consenso quanto ao tempo ideal, duração, intensidade (PAGANI et
al., 2020).
Se formos pensar em uma dinâmica ou uma estratégia para um treinamento
físico em DPOC estes são exercícios com aumento progressivo da carga ao longo do
tempo.Caminhada, corrida, subida de escada ou nadar são exemplos de exercícios
de treinamento de resistência. Ao contrário, o treinamento de força envolve cargas
de trabalho em um período mais curto como ocorre, por exemplo com levantamento
de peso. Normalmente, existem duas maneiras possíveis de treinar, seja capacidade
aeróbica ou treinamento de força.
O treinamento de resistência tem como objetivo a melhora do poder do organismo
56
para realizar exercícios aeróbicos e trabalha com atividades como corrida e ciclismo, em
que uma massa muscular significativa está envolvida.
As intensidades eficazes de exercício são caracterizadas por alvos de frequência
cardíaca individuais a serem alcançados em sessões de treinamento, continuando
normalmente 30 min ou mais por cinco dias/semana. Treinamento de força visa músculos
individuais ou grupos de músculos com bons protocolos que se aplicam 1-3 séries de
8-12 quase contrações máximas para um músculo individual ou grupos musculares
em 2-3 sessões de exercícios por semana (MONTEIRO et al., 2020). Os treinamentos
de resistência e força são, portanto, terminais opostos de uma série de protocolos de
treinamento, com a importância tanto no metabolismo quanto a atividade de todo
o organismo (resistência), ou a capacidade máxima de desempenho de músculos
singulares. O treinamento de resistência pode ser estruturado com uma carga baixa,
mas um treinamento repetido com um treinamento semanal desempenha milhares
de contrações musculares, enquanto os protocolos de treinamento de força repetitiva
de alta carga, mas baixa, são feitos com apenas algumas centenas contrações fortes por
semana.

FIQUE ATENTO
Muitos confundem a DPOC com a enfisema pulmonar, porém devemos entender esses
dois e como funcionam um para provocar o outro. O enfisema é caracterizado pela necro-
se e destruição dos alvéolos pulmonares, e isso acontece quando algum agente causador
como, por exemplo, os componentes químicos do cigarro, da poluição ou uma grande in-
flamação crônica, destroem esses alvéolos e com eles o sistema vascular. Então o alvéolo
destruído não capta oxigênio e não libera o dióxido de carbono, já o DPOC é o estágio
onde pode ser caracterizado pelo enfisema ou por uma obstrução causada pelo excesso
de muco.

5.2 O EXERCÍCIO EM PORTADORES DE ASMA

A asma é uma doença comum, principalmente, em idosos e crianças e os asmáticos


tendem a perder a vida durante o início da doença devido à falta de tratamento. As
principais características da asma são sintomas de variabilidade e recorrência, obstrução
reversível do fluxo de ar e broncoespasmo. Os sintomas comuns são chiados e aperto no
peito, tosse e dificuldade para respirar. A asma é causada por uma interação complexa
entre fatores genéticos e ambientais que, normalmente, incluem: exposição a poluentes
e alérgenos; e drogas como aspirina e β bloqueadores. Em termos genéticos, a asma
pode ser hereditária, e muitas variantes suscetíveis têm sido descobertas nos últimos
anos (CHIOVATTO E OLIVEIRA et al., 2019).
O diagnóstico de asma é geralmente com base em vários tipos de sintomas, a
resposta ao tratamento em diferentes momentos e a medição da de um teste de
espirometria. A classificação médica da asma é baseada na frequência de início, da
respiração forçada conhecida como FEV1 dentro de 1 segundo.
A asma pode ser dividida em leve a grave: bronquite asmática, asma brônquica e
asma cardíaca. Pessoas com bronquite asmática, geralmente, tossem por muito tempo
57
com um chiado perceptível. A maioria das asmas brônquicas ocorrem em crianças
ou jovens e, geralmente, ocorre na primavera e outono ou no frio, nesses períodos as
crises de asma são muito mais comuns e são caracterizadas por dificuldade em respirar
(RIGONATTO et al., 2018).
Pacientes com asma e insuficiência cardíaca, geralmente, podem evoluir para
doença cardíaca coronária reumática, cardiomiopatia ou hipertensão e insuficiência
cardíaca ventricular esquerda, causando um sangramento nos pulmões e distúrbios de
troca gasosa. A asma não tem cura, mas pode ser controlada de forma eficaz. Fique longe
de fatores indutores de asma, como alérgenos e irritantes; corticosteroides inalatórios
regulares podem ser muito úteis no controle da doença. Os benefícios do exercício
são reconhecidos a muito tempo, o que pode melhorar o sistema cardiopulmonar,
além da função e metabolismo de outros órgãos, os exercícios ajudam a aumentar a
imunidade do corpo, reduzindo o risco de doenças cardíacas e pulmonares e retardando
o envelhecimento.
Muitos estudos têm mostrado que o exercício regular com aeróbio e treinamento
de força possuem muitos benefícios para vários órgãos e sistemas do corpo humano,
especialmente, no ambiente clínico com uma terapia de reabilitação. Os programas de
exercícios são quantitativos e individualizados e podem ter um impacto direto sobre
os asmáticos com diferentes necessidades de reabilitação. Para estes indivíduos, o
treinamento físico é amplamente aceito como um complemento para medicamentos
baseados em tratamento não farmacológico. Porém, devemos ter um certo cuidado com
estes indivíduos, pois assim como o exercício possui um efeito benéfico, também pode
levar a uma piora dos sintomas de asma; muitos asmáticos evitam exercícios por medo
de um processo chamado exacerbação. Portanto, existe uma divergência de opiniões
em relação aos indivíduos asmáticos praticarem ou não exercícios e, principalmente,
sobre qual esporte escolher (MACKENZIE, et al. 2016).
Em particular, as crianças com asma podem fazer exercícios da mesma
forma que crianças não portadoras de asma, é uma parte importante do tratamento
não farmacológico. O exercício pode melhorar a ventilação e aumentar a capacidade
pulmonar, o que efetivamente alivia os sintomas das crises de asma, reduz o número
de episódios de doença, bem como a quantidade de antibióticos usados e diminui os
custos com o tratamento. Além disso, também previne o desenvolvimento de enfisema
pulmonar.
A terapia com exercícios é um tipo de terapia de reabilitação econômica e eficaz.
Asmáticos devem ser encorajados a participar de atividades esportivas adequadas, como
natação, caminhada e corrida. No momento, mais e mais médicos aplicam prescrições
de exercícios no tratamento da asma (RIGONATTO et al., 2018).
Mas devemos nos preocupar com o tempo de exercício (como mostrado acima)
para que não ocorram as crises asmáticas induzidas ao exercício, por isso, uma preparação
antes é de suma importância como, por exemplo, orientar a pessoa asmática à utilização
da inalação (famosa “bombinha”) antes de cada exercício e realizá-los de 5 – 10 minutos
depois podem reduzir o risco dessas crises (BALTIERI et. al, 2018).
58
BUSQUE POR MAIS
Entenda um pouco mais da atividade física e da asma assistindo essa palestra :
https://youtu.be/bMoK0r7Civo. Acesso em: 15 set. 2020.

5.3 FIBROSE CÍSTICA COMO GRUPOS ESPECIAIS

A fibrose cística é caracterizada como uma recessiva autossômica, é uma doença


congênita hereditária causada pela mutação do gene autossômico da família CF, com
secreção exócrina cumulativa. A fibrose cística tem como característica a probabilidade,
principalmente, de ocorrer em pessoas de pele branca, sendo esta doença uma espécie
doença "politrópica", o que significa que muitas manifestações clínicas são diferentes
e não relacionadas, e são controladas pelo mesmo gene, além disso, é uma doença
autoimune que afeta vários sistemas e isto por causa da mutação genética (EL-MAFARJEH
et al., 2019).
Uma das manifestações clínicas mais importantes de pacientes com fibrose é o efeito
adverso no sistema respiratório, que também é a principal causa de morte. Inflamação,
remodelação traqueal e acúmulo de muco são as três características principais dos
pacientes com fibrose, e a quebra da segregação invasiva é uma característica comum
desses indivíduos, principalmente, porque afetam as organelas do epitélio. A redução da
secreção de Bicarbonato (HCO3) nos pulmões desses indivíduos leva à acidificação da
camada superficial do trato respiratório, levando a danos, inflamação, secreção excessiva
e adesão de muco, e enfraquecimento atenuado dos cílios da mucosa (PEREIRA et. al.,
2014).
Assim como todas as doenças, o treinamento físico também tem um efeito
terapêutico com portadores de fibrose cística, porém como essa doença tem uma certa
gravidade é importante a orientação médica para realização de alguma terapêutica
com esses indivíduos; já é bem proposto que como eles possuem uma dificuldade
respiratória importante, o ideal é eles façam utilização de oxigenioterapia durante a
realização de exercícios, e que estes sejam feitos de forma gradual, conforme a condição
do portador da doença. O ideal também é sempre um começo bem leve e aumentando,
gradativamente, conforme seja observado, por estarem com uso de oxigenioterapia
é importante o acompanhamento também de um profissional fisioterapeuta, para
acompanhamento da saturação, por isso, uma avaliação clínica preliminar e eficiente é
necessário (EL-MAFARJEH et al., 2019).

GLOSSÁRIO
Politrópica: uma mudança termodinâmica, nesse caso, as gazes do sistema pulmonar.
Muco: também conhecido popularmente como catarro.
59
5.4 O EXERCÍCIO NOS INDIVÍDUOS COM ENFISEMA PULMONAR

Primeiro precisamos definir o que é um enfisema pulmonar, muitos confundem o


enfisema com a DPOC, uma coisa está ligada a outra, porém existe uma definição para o
enfisema. Segundo Alves et al. (2013), o enfisema pulmonar é uma doença degenerativa
que, geralmente, se desenvolve depois de muitos anos de agressão aos tecidos do
pulmão devido ao cigarro e outras toxinas no ar. Em termos mais científicos dizemos
que o enfisema pulmonar é uma destruição dos alvéolos pulmonares causada por uma
necrose devido a substâncias tóxicas provenientes do ambiente que, ao adentrarem no
sistema respiratório, mais precisamente no alvéolo pulmonar, causam sua destruição,
não sendo capaz de captar oxigênio e nem de eliminar gás carbônico.
Mas o indivíduo que tem enfisema pulmonar consegue realizar exercícios físicos?
Essa é a grande questão dos estudos até hoje, como não é muito comum se deparar
com pessoas portadores de enfisema, os estudos relacionados são muito difíceis, o que
não acontece com estudos de pesquisa animal, como a DPOC por exemplo, e esta está
associada a uma capacidade física reduzida e ainda não está claro se o enfisema pulmonar
pode ocorrer sem a DPOC. Segundo algumas pesquisas a destruição dos alvéolos
pulmonares leva também ao desaparecimento do sistema vascular desses alvéolos,
ocasionando uma difusão máxima da capacidade e do débito cardíaco, reduz o pico de
absorção de O2 e, portanto, limita a tolerância ao exercício e redução da atividade física
nesses indivíduos. Portanto, podemos concluir que a pessoa com enfisema tem uma
atividade física reduzida e depende de oxigênio para suas funções normais, portanto,
a atividade física dela está limitada, o que merece atenção especial da equipe médica
(RUSSI et al., 2018).

VAMOS PENSAR?
O portador de enfisema pulmonar tem uma grande dificuldade em captação de oxigênio,
por isso, é muito importante que tenha tido uma recomendação médica para fazer ativi-
dade física, pois como é uma pessoa que utiliza oxigenioterapia, é importante essa reco-
mendação para não piorar seu quadro clínico.

5.5 ATIVIDADE FÍSICA NA COVID 19

A Covid 19 é uma doença “nova” que possui algumas características ainda em


estudos, mas o que já é descrito na literatura é que em 31 de dezembro de 2019, o Comitê
Municipal de Saúde de Wuhan (China) relatou alguns casos de pneumoniainexplicados.
Depois de estudada por especialistas chineses em saúde, o patógeno da pneumonia
inexplicada foi identificado como um novo coronavírus, isso em 9 de janeiro de 2020,
agora conhecido como coronavírus 2 de síndrome respiratória aguda grave (SARS-
CoV-2). Posteriormente, o SARS-CoV-2 iniciou uma epidemia na China, e mais de 80.000
residentes chineses foram infectados com SARS-CoV-2. Em 11 de fevereiro de 2020, a
Organização Mundial de Saúde (OMS) oficialmente chamou de pneumonia causada por
SARS-CoV-2 como Corona Virus Disease 2019 (COVID-19).
60
Posteriormente, em 11 de março, a OMS identificou o COVID-19 como um surto
característico gerando, assim, uma pandemia (FURTADO et al., 2021). Nos posteriores
cinco meses a Covide 19 começou a se espalhar pelo mundo, mais de 20 milhões de
pessoas foram infectadas, mais de 700.000 mortes em todo o mundo em 12 de agosto
de 2020 e em mais de 210 países e territórios estão envolvidos. A Covid19 é uma doença
multissistêmica, porém ataca principalmente o sistema respiratório provocando uma
inflamação nos alvéolos pulmonares, deixando o indivíduo com uma severa falta de ar.
A atividade física não é realizada no momento da doença e, sim, após esse momento,
e já existem relatos de que 95% das pessoas que tiveram Covid19, mesmo sendo
assintomáticas, irão ter algum tipo de sequela pela doença, por isso, é muito importante
a atividade física no pós-covid-19 (BACHI et al., 2021).
Como uma espécie de terapia complementar barata o exercício tem um efeito
positivo em muitas doenças. Em 2007, a American College of Sports Medicine e a
American Medical Association propuseram oficialmente que o “Exercício é o melhor
Remédio” e o exercício está intimamente relacionado à capacidade imunológica do
corpo, sendo que o exercício regular pode melhorar, significativamente, a capacidade
imune do corpo e reduzir a incidência de doenças infecciosas, enquanto o exercício de
alta intensidade de longo prazo ou falta de exercício são causas importantes do declínio
imunológico. O treinamento regular de intensidade moderada pode, significativamente,
melhorar a capacidade imunológica do corpo e, efetivamente, reduzir a incidência de
doenças respiratórias, infecções do trato (predominantemente virais), além de melhorar
a imunidade, o exercício também ajuda no controle de peso e na melhora do humor,
além de aliviar a ansiedade (PAULIS et al., 2020).
Os exercícios regulares podem melhorar, significativamente, a capacidade
imunológica do corpo e reduzir a probabilidade de infecções, o que também fornece
uma nova forma para o tratamento da Covid19. Devemos somente atentar à duração e à
intensidade destes exercícios, já que é uma doença onde estão sendo feitos os estudos e
não possui uma história natural fechada, por isso, a observação é importante e o ideal é
que sejam feitas atividades multiarticulares combinadas com exercício aeróbio de baixa
a moderada intensidades, sempre aferindo a pressão arterial e a oximetria de dedo para
avaliar a saturação dos capilares do indivíduo (BACHI et al., 2021).
61
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (SIGMA) sobre o condicionamento físico geral para um paciente com doença pulmonar
obstrutiva crônica (DPOC), assinale a alternativa correta:

a) Os pacientes DPOC que realizam exercícios para MMII melhoram as medidas de


tolerância ao exercício sem evidências de efeitos adversos.
b) A maior parte da carga ventilatória durante exercícios de MMSS apoiados é realizada
pelo diafragma
c) As sessões de exercícios físicos visando o condicionamento são compostas unicamente
de fase de treinamento e resfriamento.
d) Há poucas evidências científicas para recomendação de exercícios de MMII em DPOC.
e) NDA.

2. (FUMARC) analise as seguintes afirmações:

I. Na Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), o exercício físico aumenta o


consumo de oxigênio e piora a relação ventilação/perfusão, além de aumentar a hiper
insuflação pulmonar e favorecer a fadiga dos músculos respiratórios e a acidose lática.
II. Os principais efeitos da oxigenoterapia durante a reabilitação pulmonar na Doença
Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) incluem diminuir a dipneia, reduzir a hipertensão
pulmonar, melhorar a função ventricular direita e aumentar a endurance de exercício.
III. A ventilação não invasiva é contraindicada durante a prática de exercícios físicos na
Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), pois aumenta a capacidade residual
funcional do paciente e, consequentemente, a hiper insuflação pulmonar e a dispneia.

Estão CORRETAS as afirmativas:

a)I e II, apenas.


b)I e III, apenas.
c) II e III, apenas.
d) I, II e III.
e) I apenas

3. (IESES- 2019) “A asma é uma das doenças respiratórias crônicas mais comuns,
juntamente com a rinite alérgica e a doença pulmonar obstrutiva crônica. As principais
características dessa doença pulmonar são dificuldade de respirar, chiado e aperto no
peito, respiração curta e rápida. Os sintomas pioram à noite e nas primeiras horas da
manhã ou em resposta à prática de exercícios físicos, à exposição a alérgenos, à poluição
ambiental e a mudanças climáticas. ”

Sobre a asma, assinale a assertiva CORRETA.

a) A asma não tem cura, mas com o tratamento adequado os sintomas podem melhorar
62
e até mesmo desaparecer ao longo do tempo.
b) A confirmação do diagnóstico e a classificação da gravidade da asma brônquica é
feito a partir do resultado do exame de oximetria.
c) Vários fatores ambientais e genéticos podem gerar ou agravar a asma. Entre os
aspectos ambientais estão a exposição à poeira e barata, aos ácaros e fungos, às variações
climáticas e infecções virais.
d) Para os fatores genéticos - característicos da própria pessoa -, destacam-se o histórico
familiar de asma ou rinite e obesidade, tendo em vista que pessoas com sobrepeso têm
mais facilidade de desencadear processos inflamatórios, como a DPOC.
e) A exercício físico feito em um ambiente com ar-condicionado e que do lado de fora
esteja calor pode provocar uma fibrose cística

4. Com base nos padrões respiratórios anormais, a respiração profunda com frequência
normal é chamada de:

a) Bradipnéia.
b) Hiperpnéia.
c) Apnéia.
d) Taquipnéia.
e) Bradicardia

5. (UPNET Garanhuns - Adaptado). A Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) é


caracterizada pela redução do fluxo expiratório, de forma lenta, progressiva e irreversível.
O tabagismo é a sua principal causa. Sobre o tratamento, a prevenção e intervenção na
DPOC, analise as afirmativas abaixo:

I. O melhor parâmetro para estimar a gravidade da doença é o volume expiratório


forçado e, uma atividade aeróbia de alta intensidade.
II. O principal motivo de internação de uma pessoa com DPOC é a piora do quadro,
podendo a exacerbação da doença ser secundária a fatores pulmonares, tais como
infecções respiratórias, tromboembolismo e deterioração de outras doenças de base.
III. A reabilitação pulmonar é uma abordagem não farmacológica utilizada no tratamento
da DPOC, cuja, abordagem é voltada à terapia de higiene brônquica e técnicas de
expansão pulmonar.
IV. Treinamento muscular inspiratório, exercícios aeróbicos e de fortalecimento de
membros inferiores, bem como exercícios respiratórios são recursos fisioterapêuticos
utilizados no tratamento de pacientes com DPOC.

Estão CORRETAS apenas:

a) I e IV.
b) II e IV.
c) II e III.
d) I e II.
e) III e IV.

6. (IBADE) A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou, em 30 de janeiro de


63
2020, que o surto da doença causada pelo novo coronavírus (COVID-19) constitui uma
Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional – o mais alto nível de alerta
da Organização, conforme previsto no Regulamento Sanitário Internacional. Em 11 de
março de 2020, a COVID-19 foi caracterizada pela OMS como uma pandemia. Sobre o
agravo, qual das alternativas abaixo está correta, considerando o que se conhece da
doença até abril de 2020?

a) As medidas de proteção são as mesmas utilizadas para prevenir doenças respiratórias,


entretanto, se uma pessoa tiver febre, tosse e dificuldade de respirar, não deve procurar
atendimento médico para não contaminar os demais
b) A ocorrência de óbito em domicílio é contra-indicada, sendo necessário deslocar o
paciente para uma unidade de saúde no momento de piora do quadro
c) A máscara de pano está sendo recomendada para profissionais de saúde durante
a atividade assistencial, tendo em vista que países que possuem a cultura de utilizá-la
apresentaram menores curvas de contaminação
d) A administração de vitamina D suplementar previne a contaminação por COVID-19
e) O isolamento domiciliar é a principal medida para conter a transmissão da doença.
Associado a ele devem ser intensificadas medidas de higiene e etiqueta respiratória

7. (VUNESP - Adaptado). Claudio de 35 anos, após se exercitar e sair da academia


começa a apresentar tosse, febre contínua, fadiga, falta de paladar e de olfato. Seu estado
clínico é bom. Mora com sua mulher, que é empregada doméstica, de 32 anos, que nada
apresenta de sintomas.

Assinale a alternativa que indica a conduta correta.

a) Ele deve procurar o personal e perguntar se o treino dele coo foi intenso pode ter
ocasionado esses sintomas
b) Ambos devem procurar um serviço de urgência e emergência para serem avaliados e
receberem o diagnóstico confirmado de COVID-19.
c) O diagnóstico provável é COVID-19, e ele deve permanecer em casa, ao contrário da
mulher, que deve tentar ficar em casa de parentes para prevenir a doença.
d) O diagnóstico provável é COVID-19 e, como a mulher, provavelmente, já foi infectada,
ambos devem permanecer em casa, sem necessidade de uso de máscara.
e) Ele deve permanecer em isolamento domiciliar, com uso de máscara, mantendo
distância da mulher, além de entrar em contato com a UBS mais próxima de casa para
receber orientações.

8. Quando estamos diante de um indivíduo com diagnóstico de póscovid e que veio


nos procurar para um trabalho de reabilitação física, o que devemos dar de parâmetros
iniciais na nossa anamnese?

a) O quanto de atividade ele fazia antes da doença, pois ela não afeta muitos sistemas.
b) Realizar um anamnese com pressão arterial e oximetria de dedo inicial durante a após
a atividade.
c) Já ir levando-o para atividades de baixa intensidade como esteira.
d) Fazer uma anamnese aferindo temperatura e avaliar o estado geral dele.
64
e) Realizar somente com a orientação do médico, pois é o único que entende da doença.
65

GESTANTES E
EXERCÍCIOS FÍSICO
66
6.1 AFINAL, EXERCÍCIOS E ATIVIDADE FÍSICA NA
GESTANTE DÃO CERTO?

Vamos falar sobre os benefícios da atividade física diante de uma gestante e


aquelas problemáticas: “Gestante pode ou não pode fazer atividade física? ” ou “A partir
de qual período de gestação a mulher pode praticar atividade física? ” ou ainda “A
atividade física prejudica o desenvolvimento do feto? ”, talvez essas sejam as maiores
perguntas que passam pela sua cabeça nesse momento pensando em gestantes.
Os benefícios da atividade física para a saúde das mulheres durante e após a gravidez
já são bem descritos (HAAKSTAD et al., 2011). Além dos benefícios cardiometabólicos,
a atividade física regular durante a gravidez ajuda a manter a boa forma (o que é
superimportante para a saúde mental da mulher, principalmente, após a gestação), além
da diminuição da incidência de dor nas costas, mudanças de humor e as complicações
decorrentes no parto e o tempo de recuperação após o nascimento são encurtados.
O estilo de vida durante a gravidez está associado a uma série de efeitos negativos
tanto para a mãe, quanto para o filho, por exemplo: mulheres sedentárias podem gerar
aumento de peso, o que pode correr o risco de desenvolver diabetes gestacional ou uma
pré-eclâmpsia. Particularmente, as que mais são afetadas com essa inatividade física
são as mulheres que já estavam acima do peso antes da gravidez, pois têm um risco
maior de disfunções metabólicas, como a resistência à insulina, obesidade ou a uma
síndrome metabólica. Basicamente, a gestante com hiperglicemia materna permanente
leva à hiperglicemia fetal persistente; por sua vez, isso resulta em superestimulação das
células β pancreática do feto ou hiperinsulinemia apresentando risco aumentado de
desenvolvimento de diabetes tipo 1 no feto.
A atividade física também desempenha um papel importante após a gravidez
(pós-parto ou durante o período de amamentação). Então há uma melhora, por exemplo,
do humor, recuperação mais rápida após o parto e perda de peso mais rápida, além de
uma melhora na regulação metabólica (WOLFE et. al., 2003).

6.2 GESTAÇÃO E A GANHO DE PESO

A obesidade materna é um fator de risco para resultados adversos da gravidez,


como diabetes mellitus gestacional, hipertensão gestacional, pré-eclâmpsia, necessidade
de parto cesárea e um feto grande para a idade gestacional. Como a prevalência de
sobrepeso e obesidade entre mulheres em idade reprodutiva está aumentando,
estratégias preventivas eficazes são urgentemente necessárias.
O ganho de peso gestacional excessivo também está associado a resultados
obstétricos negativos. As diretrizes do Institute of Medicine (IOM) de 2009 sobre este
ganho de peso sugere que o baixo peso em mulheres (índice de massa corporal [IMC]
18,5 kg/m2) deve ter um ganho de 12,5-18,0 kg durante a gravidez; mulheres com peso
normal (IMC 18,5-24,9 kg/m2), 11,5-16,0 kg; mulheres com sobrepeso (IMC 25,0-29,9 kg/
m2), 7,0-11,5 kg; e mulheres obesas (IMC 30,0 kg / m2), 5,0-9,0 kg. As mulheres obesas
e com excesso de peso têm cerca de duas vezes mais probabilidade de exceder essas
recomendações do que mulheres com peso normal; assim, há uma necessidade especial
de encontrar intervenções viáveis e eficazes para reduzir o ganho de peso gestacional
em mulheres com IMC alto.
67

VAMOS PENSAR?
O aumento de peso na gestante é proveniente também pelo crescimento do feto, médi-
cos recomendam que a gestante ganhe 1 kg de peso para casa mês de gestação, sendo
o máximo de 12 -15 kg, o aumento exacerbado já é uma disfunção hormonal que faz esta
gestante aumentar exageradamente o seu IMC causando diversos problemas de saúde
não somente para ela.

BUSQUE POR MAIS


Uma dieta saudável e equilibrada é fundamental não apenas para o bem-estar
materno, mas também para o desenvolvimento saudável da criança que está
em desenvolvimento no útero materno. As necessidades nutricionais na gravi-
dez aumentam para apoiar o desenvolvimento da criança e são essenciais para
a gestante ter uma contribuição nutricional apropriada para a cena em que
ela está. Leia mais sobre as condições nutricionais da gestante em: https://bit.
ly/3JAHDvn. Acesso em: 15 set. 2020.

6.3 TIPOS DE EXERCÍCIOS PARA A GESTANTE

O exercício aeróbico é recomendado para manter a aptidão cardiovascular e para


ajudar a prevenir doenças crônicas, além de evitar o ganho de peso excessivo. Deve
envolver grandes grupos musculares em atividades como caminhar ou correr, usando
bicicleta ergométrica, esteira, natação, hidroginástica, exercícios aeróbicos, dança
aeróbica ou exercícios aeróbios de baixo impacto. Independentemente da escolha da
atividade, é importante que as mulheres encontrem uma modalidade de exercício em
que irão aderir por um ao longo período do tempo. Aqueles exercícios que aumentam o
risco de queda, traumas abdominais e esportes de contato devem ser contraindicados
(WOLFE et al., 2003).
Stafne et al., (2012) recomendam adicionar treinamento de força para a rotina de
exercícios de mulheres grávidas, sugerindo que o treinamento de força leve durante
o segundo e o terceiro trimestres não afeta o tamanho do recém-nascido ou a saúde
geral. Esses efeitos foram raramente estudados, embora muitas mulheres procurem um
condicionamento muscular durante a gravidez, podemos pensar em algo positivo como
pilates e ioga, treinos de resistência do tipo circuito e o treinamento com pesos podem
ser benéficos (WOLFE et al., 2013).
Os possíveis benefícios do alongamento e dos treinos de resistência podem ter uma
relação na melhora do corpo e em geral da força, boa postura e fortalecimento do core
(centro do corpo) que pode contribuir para o trabalho de parto, e prevenir desconfortos
musculoesqueléticos. Além disso, o fortalecimento dos músculos do assoalho pélvico
também é um importante componente no exercício de mulheres grávidas. A rotina de
exercício é necessária para reduzir a prevalência de incontinência urinária. No entanto,
existem poucas evidências sobre estas práticas, por isso, deve ser recomendado ter
cuidado quando as mulheres planejam se envolver nessas atividades, principalmente,
68
quando começam apenas durante a gravidez, a indicação do obstetra e ginecologista é
essencial para isto (HAAKSTAD, et al., 2011).
Deve-se prestar bastante atenção também em evitar exercícios em posição supina
durante a segunda metade da gravidez, a fim de prevenir hipotensão e evita a manobra
de Valsalva durante a gravidez.

FIQUE ATENTO
Manobra de Vasalva é uma técnica de preensão de respiração (prender a respiração), que
foi difundida por Antônio Maria Vasalva e pode ser utilizada para alguns tipos de exames
como, por exemplo, na detecção de sopro cardíaco, porém no exercício essa manobra con-
siste na preensão do ar no momento da atividade, principalmente, quando o indivíduo
faz uma força, essa manobra no exercício não é uma prática interessante, pois devemos
trabalhar a respiração com a atividade, então se recomenda soltar o ar ao fazer força e
puxar quando não fizer força.

6.4 INTENSIDADE E FREQUÊNCIA DOS EXERCÍCIOS

Como vimos, anteriormente, o impacto do exercício e da AF no sistema


cardiovascular varia de acordo com o tipo, duração e nível de intensidade. A avaliação
da intensidade da pressão arterial pode ser realizada aferindo a variação da frequência
cardíaca (FC) e o aumento com o esforço em comparação com a FC em repouso ou
em FC máxima (ou taxa de pico). Como resultado de adaptações cardiorrespiratórias,
a reserva da FC máxima é reduzida, então as zonas-alvo para exercícios aeróbicos
são propostas para cada década de idade (<20¼140–155; 20–29¼135–150; 30–39¼130–
145; 40¼125-140 batidas/min) que corresponde para cerca de 60-80% da capacidade
aeróbia. Para mulheres grávidas com sobrepeso e obesas com 20-29 anos de idade, a
zona alvo é 110-131 batimentos/min, e para 30–39, a zona alvo é 108–127 batimentos/min,
respectivamente (WOLFE et al., 2003). Avaliações semelhantes de percepção de esforço
podem ser usadas para garantir uma intensidade ideal de exercício. Esta escala varia de
6 a 20, e uma zona alvo ideal para mulheres grávidas é 12-14 que representa o exercício
que é "um pouco difícil". Na ausência desses recursos, o ‘teste de conversar’ pode ser feito
(exercício em intensidade confortável que permite manter uma conversa) para confirmar
que a intensidade do exercício é adequada e as mulheres não se esforçam demais. O
correto é que mulheres sedentárias comecem com 15 min de exercício, três vezes por
semana e, gradualmente, aumentando para 30 minutos, quatro vezes por semana em
baixa e moderada intensidades (HAAKSTAD et al., 2011). Mulheres ativas podem manter
seus exercícios de rotina ou realizar pelo menos de modo moderado a vigoroso, quatro
vezes por semana, em sessões de 30 min ou mais. Atletas ou mulheres que têm o status
de aptidão superior (atletas) devem ser avaliados individualmente (WOLFE et al., 2003).
Algumas atividades ou esportes de alto impacto com queda ou riscos de trauma
devem ser evitados, e a intensidade de exercícios como corrida deve ser reduzida,
para mulheres gestantes que não são atletas profissionais, pois as atletas possuem já
condições fisiológicas para atividades de alta intensidade. Para todos, breves períodos
de aquecimento e relaxamento devem ser incorporados a cada sessão de exercício.
69

VAMOS PENSAR?
Qual o melhor tipo de exercício para a gestante? Lembrem-se que mulheres que já prati-
cavam atividade física antes da gestação possuem uma melhor adaptação aos exercícios;
uma avaliação visual de esforço é muito importante para dar uma alternativa de exercí-
cios para gestantes. Comece em um nível baixo para aquelas que nunca fizeram ativida-
des física e aumente, gradativamente, assim que a gestante se sentir confortável.

6.5 RESULTADOS DOS EXERCÍCIOS FÍSICOS NA GESTAÇÃO

Segundo a World Health Organization (1995), durante e após a gravidez ocorrem


algumas mudanças anatômicas e traumas devido ao nascimento e podem levar a uma
alta taxa de incontinência urinária de esforço focada. Os exercícios para os músculos do
assoalho pélvico são eficazes no tratamento da incontinência, no entanto, seja pré-natal,
o exercício dos músculos do assoalho pélvico pode prevenir a incontinência durante a
gravidez e o período pós-parto, mas permanece incerto se realmente ocorre uma melhora
significativa. Provavelmente, a melhor maneira de prevenir a incontinência relacionada
ao período gestacional é motivar a gestante a se exercitar e a exercitar os músculos
do assoalho pélvico a cada dia, após uma avaliação correta da contração vaginal pelo
obstetra (ARTRAL et al., 1999).
Sabemos também que a obesidade e as comorbidades associadas a essa obesidade
são grandes problemas de saúde em todo o mundo, incluindo mulheres em idade fértil.
O ganho de peso excessivo e retenção de peso após o nascimento, aumentam o risco de
obesidade, diabetes gestacional e hipertensão induzida pela gravidez e já é um consenso
que o exercício físico evita o ganho excessivo de peso. Existem três aspectos importantes
a serem observados. Primeiro, ter um programa de exercícios supervisionado é mais
eficaz do que fazer os exercícios em casa e sozinha. Mulheres que se exercitam com
frequência têm uma média inferior de ganho de peso e menor retenção pós-parto.
Segundo, mulheres com IMC alto antes da gravidez são resistentes para atingir a perda
de peso alvo. Terceiro, a combinação de exercícios e intervenção nutricional é a melhor
maneira de controlar o ganho de peso (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 1995).
Além disso, a prática de exercício físico é uma coadjuvante nas intervenções,
recomendada para controle de diabetes gestacional. Alguns estudos dizem que
os exercícios de resistência em mulheres com diabetes gestacional foram eficazes
reduzindo o número de mulheres que precisam de uso de insulina e na melhoria do
controle glicêmico.
O exercício físico pode prevenir também a pré-eclâmpsia, os efeitos positivos do
exercício no âmbito dos sintomas depressivos durante a gravidez e pós-parto, a melhora
da qualidade de vida, principalmente, no que se refere ao aspecto físico e no que diz
respeito às dores do parto. Mulheres que se exercitam durante a gravidez relatam que
esta prática beneficiou de alguma forma (KASAWARA et al., 2012).
70
6.6 E PARA O NEONATO QUAL O RESULTADO DE UMA
GESTANTE QUE PRATICA EXERCÍCIOS FÍSICOS?

Ficou bem claro que o período gestacional é um período de crescimento,


desenvolvimento e mudanças fisiológicas na mãe e no feto. Porém, já é um consenso
na literatura que exercícios físicos não prejudicam o feto e que crianças nascidas de
mães obesas ou aquelas que ganharam peso excessivo têm um aumento do risco
de obesidade em si, então a nutrição materna e/ou atividade física podem induzir
alternâncias fisiológicas benéficas no feto que são mediadas por adaptações favoráveis
para o ambiente intrauterino evitando manter a obesidade (KASAWARA et al., 2012).

BUSQUE POR MAIS


Assista ao vídeo com o ginecologista Dr. Igor Padovesi pelo no link: https://bit.
ly/3EcHXPR. Acesso em: 21 set.2020.
71
FIXANDO O CONTEÚDO

1. (UFES). Sobre a prática de atividades físicas durante a gestação, analise as afirmativas


a seguir:

I. O peso ao nascer não é impactado de maneira clinicamente significativa pelos


programas de exercícios pré-natais.
II. Embora o exercício pré-natal seja seguro para o feto, a evidência atual indica que o
exercício não é suficiente para proteger a criança contra doenças cardio-metabólicas.
III. A atividade física pré-gravidez ou nas primeiras semanas de gravidez reduz o risco de
desenvolvimento de diabetes mellitus gestacional.
IV. Exercícios físicos durante a gestação estão associados à prevenção de incontinência
urinária e à redução dos sintomas de depressão no pós-parto.

É CORRETO o que se afirma em

a) I, III e IV, apenas.


b) III e IV, apenas.
c) II, III e IV, apenas.
d) I e II, apenas.
e) I, II, III e IV.

2. (FAUEL - Adaptado). Atividade física regular durante a gestação ajuda a reduzir a


incidência de doenças como diabetes gestacional, pré-eclâmpsia, entre outras. O
Educador Físico deve ter conhecimento das indicações e contraindicações de atividades
físicas durante a gestação antes de prescrevê-las. Quais das situações a seguir é
considerada contraindicação absoluta para exercícios físicos aeróbicos na gestação?

a) Gestação múltipla após 30 semanas.


b) Bronquite.
c) Hipertensão arterial crônica.
d) Restrição de crescimento fetal.
e) Asma.

3. (FCC). Uma gestante sedentária, sem vivência de atividade física, deve iniciar a prática
de alongamento muscular na seguinte semana de gestação:

a) 12 semanas.
b) 11 semanas.
c) 13 semanas.
d) 15 semanas.
e) 14 semanas.

4. (CONCURSO CRATO/2021) A gestação é um período ideal para intervenção dos


profissionais da saúde, isso porque as mulheres estão muito próximas desses profissionais,
72
realizando pré-natal, e ambém porque durante a gestação estão mais sensibilizadas para
os benefícios de um estilo de vida mais saudável. O American College of Obstetricians
and Gynecologists (ACOG) desde a década de 1990, indica orientações para realização
de exercício físico para gestantes. Nesse sentido é apontado pela OMS (2020) quanto o
exercício físico para gestantes, que:

a) O exercício físico para gestantes deve apresentar um volume semanal de pelo menos
150 min para melhores efeitos para saúde;
b) A gestante não pode realizar exercícios de força, devem priorizar exercícios aeróbicos;
c) Mulheres previamente sedentárias, durante a gravidez não devem realizar exercício
físico visto apresentar risco para saúde fetal;
d) Não há nenhuma relação entre a prática de exercício físico durante a gestação e a
saúde fetal;
e) Não existe restrições para que a gestante realize exercício físico de intensidade
moderada/vigorosa

5. Uma gestante procura um personal para montar um programa de exercícios, pois o


seu médico recomendou atividades físicas para controle de peso e de algumas doenças,
e nesse caso ele prescreve:

I. Prancha abdominal para fortalecer o reto abdominal e ajudar na recuperação pós-


parto.
II. Exercícios aeróbio de baixa intensidade para um controle de peso e de possíveis
doenças.
III. Exercícios de apneia embaixo da água para ajudar na hora do parto quando ela fizer
força no parto normal.
IV. Exercício de cama elástica para facilitar a ajuda na contração uterina.

Quais destes realmente devem ser feitos pela gestante

a) Todos os exercícios condizem com o que ele prescreveu.


b) Somente o exercício II.
c) Os exercícios I e III.
d) Os exercícios IV e I.
e) Nenhum desses exercícios é para gestantes.

6. Ana após ter tido uma gestação tranquila e de parto normal, resolve logo após o
nascimento de seu filho fazer atividade para voltar a sua forma anterior, neste caso, o
que devemos prescrever para ela?

a) Nenhum tipo de atividade, pois ela ainda está de resguardo gestacional.


b) Atividade de caminhadas.
c) Atividades leves com pesos.
d) Atividades de piscina com intensidade baixa.
e) Atividades de corrida para acelerar o processo de perda de peso.

7. Uma gestante foi diagnosticada com pré-eclampsia, além do médico ter pedido todos
73
os exames, pediu para fazer atividade física com um personal trainer, porém o personal
não tinha conhecimento e passou um exercício de alta intensidade para ela.: Quais são
os malefícios que podem causar este tipo de exercício?

a) Desidratação severa podendo afetar o feto de uma forma grave.


b) Nada, pois ela aguentou firme a atividade.
c) Diabetes gestacional devido à intensidade.
d) Asma induzida pelo exercício.
e) Pela intensidade da atividade o aumento da pressão arterial.

8. Assinale a alternativa correta em relação à gestante hipertensa:

a) A orientação nutricional da gestante hipertensa começa pelo cálculo das calorias a


serem consumidas diariamente, que diferem da gestante com pressão arterial normal.
As necessidades calóricas variam de acordo com a idade, o peso pré-gestacional, o nível
de atividade física e o estado nutricional.
b) O sal deve ser liberado durante a gestação, pois sua restrição dificulta o controle da
hipertensão arterial.
c) A hipertensão arterial na gestação pode aparecer sem a menor evidência de doenças
prévias por volta da 20ª semana de gestação, com inchaço de mãos e face, associada à
perda de proteínas na urina e à possibilidade de complicações graves como a eclâmpsia.
d) As recomendações para a gestante hipertensa ficam em torno de 2 a 3 g de sal por dia
e isso não inclui o sal dos alimentos.
e) Segundo o Ministério da Saúde, considera-se hipertensão arterial sistêmica na gestação
a observação de níveis tensionais iguais ou maiores que 90 mmHg de pressão sistólica,
e iguais ou maiores que 140 mmHg de pressão diastólica.
74
RESPOSTAS DO FIXANDO O CONTEÚDO

UNIDADE 1 UNIDADE 2
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 C
QUESTÃO 2 A QUESTÃO 2 B
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 A QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 B QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 B QUESTÃO 7 E
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 E

UNIDADE 3 UNIDADE 4
QUESTÃO 1 D QUESTÃO 1 A
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 A
QUESTÃO 3 A QUESTÃO 3 B
QUESTÃO 4 E QUESTÃO 4 B
QUESTÃO 5 A QUESTÃO 5 A
QUESTÃO 6 D QUESTÃO 6 D
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 A QUESTÃO 8 C

UNIDADE 5 UNIDADE 6
QUESTÃO 1 A QUESTÃO 1 E
QUESTÃO 2 C QUESTÃO 2 D
QUESTÃO 3 B QUESTÃO 3 C
QUESTÃO 4 B QUESTÃO 4 A
QUESTÃO 5 E QUESTÃO 5 B
QUESTÃO 6 E QUESTÃO 6 A
QUESTÃO 7 E QUESTÃO 7 A
QUESTÃO 8 B QUESTÃO 8 C
75
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ALVES, W. S. et al. Ação antiinflamatória do laser de baixa potência sobre o enfisema


pulmonar experimental em rattus novergicus. In: I Encontro Estratégico em Ciências
Farmacêuticas e I Seminário Ibero-americano de P&D de Medicamento, 2013, Teresina
- PI. Anais do I Encontro Estratégico em Ciências Farmacêuticas e I Seminário Ibero-
americano de P&D de Medicamento, 2013.

ARTAL R; GARDIN S.K. Perspectiva histórica. In: Artal R, Wiswell AR, Drinkwater LR. O
exercício na gravidez. São Paulo: Manole; 1999. p.1-7.

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Manual do ACSM para teste de esforço e


prescrição de exercício. 5. ed. Rio de Janeiro: Revinter, 314p., 2000.

AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Position stand: progression models in


resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc, Hagerstown, v.41, n.3, p.687-
708, 2009.

AMERICAN DIABETES ASSOCIATION. Diagnosis and classification of diabetes mellitus.


Diabetes Care 30 (Suppl 1): S42-S47, 2007.

BARBOSA, A. P et al. . The deleterious effects of smoking in bone mineralization and


fibrillar matrix composition. Life Sciences, v. 241, p. 117132, 2020.

BALTIERI, L et al.. Influence of weight loss on pulmonary function and levels of


adipokines among asthmatic individuals with obesity: One-year follow-up. Respiratory
Medicine, v. 145, p. 48-56, 2018.

BARAKAT R. et al. Exercise during pregnancy improves maternal glucose screen at


24–28 weeks: a randomised controlled trial. Br J Sports Med 2012; 46:656–661.

BEZERRA A et al. Efeito do exercício físico aeróbico e de força no perfil lipídico de


seus praticantes: uma revisão sistemática. Ver Bras Ativ Fís e Saúde. 2013; 18(4): 399-
400

BLAIR S.N et al. Physical fitness and all-cause mortality. A prospective study of
healthy men and women. JAMA 1989;262:2395-401.

BURGEL P.R et al., ERS/ECFS Task Force on Provision of Care for Adults with Cystic
Fibrosis, 2015 Jul;46(1):133-41.

CAMBI M.P.C et al. Aspectos nutricionais e de qualidade de vida em pacientes


submetidos à cirurgia bariátrica. Ver Bras Nutr Clin. 2003; 18(8): 8-15.

CLAUSEN, J. P.; TRAP-JENSEN, J. E. N. S. Heart rate and arterial blood pressure during
exercise in patients with angina pectoris. Effects of training and of nitroglycerin.
76
American Heart Association, 1976, 53(3), 436-442.

COGGAN, A. et al. Regulation of glucose production during exercise at 80%VO2peak


in untrained humans. Am J Physiol 273: E348-E354, 1997.

COOPER D.M; RADOM-AIZIK S.; SCHWINDT C., ZALDIVAR F. A minireview: Dangerous


exercise-lessons learned from dysregulated inflammatory responses to physical activity.
J Appl Physiol Aug;103(2): 700-709, 2007.

COSTA, M.G.R.F. D. Atividade física adaptada: qualidade de vida para pessoas com
necessidades especiais 4a ed.. São Paulo: Editora Manole, 2019.

CRIMI E, Spanevello A, Neri M, Ind PW, Rossi GA, Brusasco V, Dissociation between
airway inflammation and airway hyperresponsiveness in allergic asthma. Am J Respir
Crit Care Med 157(1):4–9, 2018.

CHIOVATTO, J. E. D et al. Montelukast, leukotriene inhibitor, reduces LPS-induced acute


lung inflammation and human neutrophil activation. Archivos de Bronconeumologia,
v. 19, p. S0300-2896, 2019.

EVARISTO K.B et al. Comparison between breathing and aerobic exercise on clinical
control in patients with moderate-to-severe asthma: protocol of a randomized trial.
BMC Pulm Med 14:160. Exercise in patients with angina pectoris: effects of training and
of nitroglycerin. Circulation 1976;53:436-42.

SOUSA, E. C. Efeitos de diferentes protocolos de treinamento (Resistido e aeróbio) em


idosos portadores de síndrome metabólica. Doutorado em Ciências da Reabilitação.
Universidade Nove de Julho, São Paulo, 2015.

GARBER, C.E et al. American College of Sports Medicine position stand. Quantity and
quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory, musculoskeletal,
and neuromotor fitness in apparently healthy adults: guidance for prescribing exercise.
Med Sci Sports Exerc 43(7):1334–1359, 2011.

GUEDES, D.P.; GUEDES, J.E.R.P. Controle do Peso Corporal: Composição Corporal


Atividade Física e Nutrição. Londrina : Midiograf, 1998.

HAAKSTAD, L.A, Bø K. Effect of regular exercise on prevention of excessive weight


gain in pregnancy: a randomised controlled trial. Eur J Contracept Reprod Healthcare
2011; 16:116–125.

HOTTENROTT. K.; LUDYGA S.S. Effects of high intensity training and continuous
endurance training on aerobic capacity and body composition in recreationally
active runners. J Sports Sci Med 11(3):483–488, 2012.

IN EUROPE. Future trends in cystic fibrosis demography in 34 European countries.


Eur Respir J 46(1):133–141, 2015.
77
JAMES, C.A et al. Exercise increases age-related penetrance and arrhythmic risk in
arrhythmogenic right ventricular dysplasia/cardiomyopathy-associated desmosomal
mutation carriers. J Am Coll Cardiol 62(14):1290–1297, 2013.

JANNEY, C.A. The influence of exercise and BMI on injuries and illnesses in overweight
and obese individuals. Int J Behav Nutr Phys Act 2010;7:1.

KASAWARA K.T, et al. Exercise and physical activity in the prevention of preeclampsia:
systematic review. Acta Obstet Gynecol Scand 2012.

LEVINE, J.A et al. Non-exercise activity thermogenesis: the crouching tiger hidden
dragon of societal weight gain. Arterioscler Thromb Vasc Biol 2006;26:729–36.

Nagle E.F et al. Effects of aquatic exercise and walking in sedentary obese women
undergoing a behavioral weight-loss intervention. International Journal of Aquatic
Research and Education 2007;1:43–56.

NICOLAI¨ S.P et al. Supervised exercise versus non-supervised exercise for reducing
weight in obese adults. J Sports Med Phys Fitness. 2009;49:85–90.

PLOWMAN, S.A; SMITH, D.L. Exercise physiology for health, fitness, and performance.
2nd ed. San Francisco: Benjamin Cummings; 2007.

PONTES, L.M. de; AMORIM, R. J.M. de; LIRA, P.I.C. de. Componentes da síndrome
metabólica e fatores associados em adolescentes: estudo caso-controle. Rev. AMRIGS,
Porto Alegre, v. 60, n. 2, p. 121-128, abr. /jun. Porto Alegre, 2016.

SAEY, D. et al. (2005) Contractile fatigue, muscle morphometry, and blood lactate in
chronic obstructive pulmonary disease. Am J Respir Crit Care Med 171(10):1109–1115.

SENA, V; Paulo - Fitness e atividades de ginásio, 2021 | book-chapter, SOURCE-WORK-


ID: cv-prod-id-2294542, ISBN: 978-989-752-571-1.

STAFNE, S.N. et al. Regular exercise during pregnancy to prevent gestational diabetes:
a randomized controlled trial. Obstet Gynecol 2012; 119:29–36.

TUDOR-LOCKE, C., BASSETT, D.R. How many steps/day are enough? Preliminary
pedometer indices for public health. Sports Med 2004;34:1–8.

VARA, M. F. F.; PACHECO. T. Educação física e populações especiais. Curitiba:


InterSaberes, 2018, Série Corpo em Movimento.

WORD HEALTH ORGANIZATION. Addressing mobile health. 2020. Disponível em:


https://bit.ly/3vezZ4C. Acesso em: 25 agosto. 2021.

WORD HEALTH ORGANIZATION. Noncommunicable diseases. 2020. Disponível em:


78
https://bit.ly/3uyEAj3. Acesso em: 25 agosto. 2020.

WOLFE, L.A; DAVIES GAL. Canadian guidelines for exercise in pregnancy. Clin Obstet
Gynecol 2003; 46:488–495.

YAVARI, A. et al. Effect of aerobic exercise, resistance training or combined training


on glycaemic control and cardiovascular risk factors in patients with type 2 diabetes.
Biol Sport. 2012;29:135–43.

V Diretrizes Brasileiras sobre Dislipidemias e Diretriz de Prevenção da Aterosclerose do


Departamento de Aterosclerose da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arq Bras Cardiol.
2013; 77:1-48.

PRADO E.S; DANTAS, E.H.M. Efeitos dos exercícios físicos aeróbios e de força nas
lipoproteínas HDL, LDL e lipoproteína (a). Arq Bras Cardiol. 2002; 79(4): 429-433

POLITO, M.D et al. 12-week resistance training effect on muscular strength, body
composition and triglycerides in sedentary men. Rev Bras Med Esporte. 2010; 16(1): 29-
32.

WYATT, S.B et al. . Overweight and obesity: Prevalence, Consequences and Causes of a
Growing Public Health problem. Am J Med Sci 2006;331(4):166-174.

PAGANI, L. G.; Santos et al. Effect of particulate matter exposure on inflammatory


airway response of street runners and sedentary people. Atmosphere, v. 11, p. 1-12,
2020.

MONTEIRO, F. R et al. Combined Exercise Training and l-Glutamine Supplementation


Enhances Both Humoral and Cellular Immune Responses after Influenza Virus
Vaccination in Elderly Subjects. Vaccines, v. 8, p. 685, 2020.

RIGONATO-OLIVEIRA, N. C et al. Aerobic exercise inhibits acute lung injury: from


mouse to human evidence.. Exercise Immunology Review, v. 24, p. 36-44, 2018.

MACKENZIE, B.; Sousa, et al. Dendritic Cells Are Involved in the Effects of Exercise in
a Model of Asthma. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 10, p. 1-10, 2016.

EL-MAFARJEH, E. et al. Ação de treinamento físico aeróbio no desenvolvimento de


fibrose pulmonar em um modelo induzido por bleomicina. In: Congresso Brasileiro de
Pediatria, 2019, Porto Alegre. Anais do 39a Congresso Brasileiro de Pediatria, 2019.

PEREIRA, P. R et al. Treinamento físico aeróbio diminui a inflamação e a fibrose


pulmonar num modelo experimental de fibrose pulmonar induzida por bleomicina.
In: IX Congresso Médico Acadêmico (COMA), 2014, São Paulo. ConScientiae Saúde, 2014.
v. 13. p. 42-42

SIERRA, A. P. R. Impairment on Cardiopulmonary Function after Marathon: Role of


79
Exhaled Nitric Oxide. Oxidative Medicine and Cellular Longevity, v. 2019, p. 1-6, 2019.

RUSSI, C. M.M et al. Avaliação da Correlação de Força de Preensão Manual com Força
Muscular Respiratória, Função e Mecânica Pulmonar em Idosos com e sem DPOC
Grau 1. In: VI Encontro de Pós-graduação, 2018, São Paulo. VI EPG Universidade Brasil,
2018.

Furtado, G. E et al. Sustaining efficient immune functions with regular physical


exercise in the COVID¿19 era and beyond. European Journal of Clinical Investigation, v.
123, p. 1, 2021.

Bachi, A. L. L. et al. Anosmia and ageusia in COVID-19 patients: the cytokines profile in
upper airways. Rev Bras Saúde Global, v. 1, p. 6-11, 2021.

PAULIS, M.; Oliveira, D. B. L.; Durigon, E. L.; Bachi, A. L. L.; Vieira, R. P. Multisystem
Inflammatory Syndrome Associated With COVID-19 With Neurologic Manifestations
in a Child: A Brief Report. Pediatric Infectious Disease Journal, v. 39, p. e321-e324, 2020.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Maternal anthropometry and pregnancy outcomes: a
WHO collaborative study. Bull World Health Org. 1995; 73: 1-98.
80

graduacaoead.faculdadeunica.com.br

Você também pode gostar