Apostila Fundamentos de Pedagogia

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Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

UNIDADE I: A CIÊNCIA PEDAGÓGICA E SEU OBJECTO

1.1. Significado de Pedagogia como Reflexão sobre Educação

1.1.1. Conceitos, Objecto e Objectivo da Pedagogia


• Conceito de Pedagogia
A palavra Pedagogia vem do grego (pais, paidós=criança; agein=conduzir; logos=tratado,
ciência) que significava conduzir a criança ao saber.

Portanto, na Antiga Grécia, eram chamados de Pedagogos os escravos que


acompanhavam as crianças que iam a escola, fazendo valer sua autoridade quando
necessária, o que lhes conferiu o desenvolvimento de grande habilidade no tratamento
das crianças.

Segundo Piletti (2004), Pedagogo é o especialista em assuntos educacionais e Pedagogia


é o conjunto de conhecimentos sistemáticos relativos ao fenómeno educativo.

Daí que de acordo com Durkheim & Radice, citados por Piletti (2004), existem diversas
definições de Pedagogia, a destacar:
− Pedagogia é a ciência da Educação.
− Pedagogia é a ciência e arte de educar.
− Pedagogia é a arte de educar.
− Pedagogia é a reflexão metódica sobre a Educação para esclarecer e orientar a
prática educativa.

Nesta perspectiva, é de salientar que a Pedagogia não pode se limitar ao entendimento


de como se dão as relações educativas e ao estabelecimento de directrizes gerais para
a educação nos horizontes ampliados da emancipação humana e da maioridade dos
sujeitos, mas sim, presidir a organização e condução da instituição educativa, no
sentido de como se vão dar as relações internas de poder, mediadas pela infra-

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estrutura de recursos e controles, e de como se vão relacionar a gestão institucional, a


dinâmica das relações interpessoais e a produção ou circulação dos conhecimentos.

O Conceito moderno de Pedagogia, conforme Prof. C. Mattos citado por Piletti (2004),
refere que ela é a filosofia, a ciência e a técnica da educação. Esse conceito é completo
porque abrange todos os aspectos fundamentais da Pedagogia.

• Objecto da Pedagogia
O Pedagogo não possui quanto ao seu objecto de estudo um conteúdo intrinsecamente
próprio, mas um domínio próprio (a educação), e um enfoque próprio (o educacional),
que lhe assegurara seu carácter científico. O objecto de estudo do Pedagogo
compreende os processos formativos que actuam por meio da comunicação e
intercâmbio da experiência humana acumulada. Estuda a Educação como prática
humana e social naquilo que modifica os indivíduos e os grupos em seus estados
físicos, mentais, espirituais e culturais.

Nesta ordem de ideia, o Objecto da Pedagogia é a prática educativa, ou seja, o


fenómeno educativo.

• Objectivo da Pedagogia
A Pedagogia assenta-se no desenvolvimento de serviços científico-técnicos que
permitem a reflexão, ordenação, a sistematização e a crítica do próprio processo
pedagógico, do processo educacional e do processo educativo.

No entanto, sumariamente, o Objectivo da Pedagogia é a reflexão, a crítica, a


ordenação e a sistematização do processo educativo.

1.1.2. Aspectos Fundamentais da Pedagogia


Fundamentalmente, a Pedagogia apresenta-se sob 3 (três) aspectos: o Aspecto
Filosófico, Científico e Técnico.

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− Aspecto Filosófico – esse aspecto abrange os princípios fundamentais da


educação, tais como as relações da Educação com a vida, os valores, os ideais
e as finalidades da educação. Procurando responder às seguintes questões:
 O que deve ser a educação?
 Para onde a educação deve conduzir as novas gerações?

O Aspecto Filosófico procura estabelecer as directrizes da Educação de acordo com os


valores de cada povo e de cada época.

− Aspecto Científico – a Pedagogia moderna apoia-se nos dados apresentados


pelas ciências, procurando estabelecer o que é a Educação. Ela se apoia
principalmente nos dados das ciências que estudam o comportamento humano.
Portanto, desenvolvimento científico de áreas do conhecimento como a
Psicologia, a Biologia, a Sociologia, a Antropologia, as Ciências Políticas e a
Economia trouxe uma contribuição muito importante para o estudo do
comportamento.

A integração dos conhecimentos dessas áreas tem possibilitado a identificação de


factores que influenciam no comportamento. É impossível identificar o comportamento
através de uma única causa. O comportamento humano é resultado de factores
psicológicos, biológicos, antropológicos, sociológicos, económicos e políticos.

− Aspecto Técnico – refere-se à técnica educativa, ao como educar. Este aspecto


situa-se entre o filosófico e o científico, isto é, entre o que deve ser e o que é,
ligando o ideal ao real.

Sob o aspecto técnico estuda-se: os métodos e processos educativos; os sistemas


escolares; as normas e directrizes orientadoras da parte estática e da dinâmica de sala
de aula; os métodos e as práticas de ensino; as técnicas de trabalho escolar.

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1.1.3. Divisão da Pedagogia


Em consonância com o conceito último de Pedagogia, ela divide-se em Disciplinas
Filosóficas, Científicas e Técnicas.
− Disciplinas Filosóficas:
 História da Educação
 Filosofia da Educação
 Educação Comparada
 Política Educacional

− Disciplinas Científicas:
 Biologia Educacional
 Psicologia Educacional
 Sociologia Educacional

− Disciplinas Técnicas
 Administração Escolar
 Higiene Escolar
 Organização Escolar
 Orientação Educacional
 Didáctica Geral e Especial

1.2. Educação Objecto da Pedagogia – Significado e Tipos de Educação

1.2.1. Conceitos de Educação


“A Educação é um fenómeno social e universal, sendo uma actividade humana
necessária a existência e funcionamento de todas as sociedades. Ela pode ser
compreendida em dois sentidos: Amplo e Restrito”, (Libâneo, 1994).
• Em sentido amplo, a Educação compreende os processos formativos que
ocorrem no meio social, nos quais os indivíduos estão envolvidos de modo
necessário e inevitável pelo simples facto de existirem socialmente.

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• Em sentido restrito, a Educação ocorre em instituições específicas, escolares ou


não, com finalidades explícitas de instrução e ensino mediante uma acção
consciente, deliberada e planificada, embora sem separar-se daqueles
processos formativos gerais.

Ainda Libâneo (1994), advoga que “Educação é um processo de desenvolvimento


unilateral da personalidade envolvendo a formação de qualidades humanas – físicas,
morais, intelectuais e estéticas – tendo em vista a orientação da actividade humana na
sua relação com o meio social, num determinado contexto de relações sociais”.

De acordo com Cipiri (1996), “Educação é a transmissão de usos e tradições culturais


afins aos seus descendentes, para servirem de elo de ligação entre o passado e o
futuro”.

Em suma, poder-se-á dizer que a Educação é um conjunto de acções, processos,


estruturas, que intervêm no desenvolvimento de indivíduos e grupos na sua relação
activa com o meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos
e classes sociais.

1.2.2. Diferentes concepções sobre Educação


Como vimos, as definições de Educação são várias. No entanto apresentaremos
algumas concepções que retractam os diferentes posicionamentos sobre a natureza da
acção de educar e a sua finalidade, comungando que a Educação é um processo de
desenvolvimento. Eis as concepções:

− Concepções Naturalistas (inatistas) – dão primazia aos factores biológicos do


desenvolvimento. Para este os factores sociais regulam o ritmo e a manifestação
dos processos internos inatos. A finalidade de educação é tirar para fora o que
existe no interior do indivíduo.

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− Concepções Ambientalistas – para estes, o ambiente externo é a força motriz,


a sociedade propicia valores, ideias, regras às quais o espírito do educando deve
submeter-se. No entanto, a Educação é uma imposição ao educando da maneira
de ver, sentir, e de agir.

− Concepções interaccionistas – evitam a polarização. Advogam que no


processo educativo o homem desenvolve tanto biológico como psiquicamente na
interacção com o ambiente implicando interacção entre o sujeito e o meio. A
educação é um processo interactivo em que os sujeitos constroem seus
conhecimentos através da interacção com o meio.

1.2.3. Tipos de Educação


A Educação é vista de diferentes maneiras, daí que ela classifica-se em três principais
tipos: Educação Formal, não-Formal e Informal.
• Educação Formal: é aquela que está presente no ensino escolar
institucionalizado, cronologicamente gradual e hierarquicamente estruturado.

• Educação não-Formal: define-se como qualquer tentativa educacional


organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do
sistema formal de ensino.

• Educação Informal: é aquela na qual qualquer pessoa adquire e acumula


conhecimentos, através de experiência diária em casa, no trabalho e no lazer.

Portanto, a Educação Formal tem objectivos claros e específicos e é representada


principalmente pelas escolas e universidades. Ela depende de uma directriz
educacional centralizada como o currículo, com estruturas hierárquicas e burocráticas,
determinadas ao nível nacional, com órgãos fiscalizadores dos Ministérios da
Educação.

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A Educação não-Formal é mais difusa, menos hierárquica e menos burocrática. Os


programas de Educação não-Formal não precisam necessariamente seguir um sistema
sequencial e hierárquico de “progressão”. Podem ter duração variável, e podem, ou
não, conceder certificados de aprendizagem.

1.3. A Educação Científica como Resultado do Desenvolvimento do Património


Sociocultural, Científico da Humanidade
Como forma de melhor perceber a abordagem da Educação Científica face ao
Desenvolvimento do Património Sociocultural e Científico da Humanidade, é importante
fazer o acompanhamento das diferentes épocas do Desenvolvimento da Humanidade.

1.3.1. Educação na Era Primitiva


A Educação como um processo de transmissão do património sociocultural, técnico e
científico da Humanidade sempre ocorreu, mesmo antes da existência da escola bem
como dos métodos de Educação reconhecidos como tais.

Inicialmente, a Educação era a transmissão de formas de acção que ajudavam o


Homem a aproveitar-se da Natureza. Nesta ordem de ideia, Monroe citado por Piletti
(1993), pressupõe que a Educação Primitiva tinha por objectivo a promoção do
ajustamento da criança ao ambiente típico e social por meio da aquisição da
experiência de gerações passadas.

A estrutura da Educação era simples e entre os povos primitivos a criança adquiria


conhecimentos por meio da imitação e cerimónias de iniciação. Portanto, por meio da
imitação as crianças brincavam com pequenas reproduções de instrumentos utilizados
pelos adultos e numa fase posterior elas participavam das actividades dos adultos onde
aprendiam as diversas ocupações da tribo como a construção de utensílios, a pesca, a
caça e o trabalho agrícola.

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As cerimónias de iniciação possuíam um especial valor educativo e consistiu na


cerimónia de admissão do jovem adolescente à comunidade adulta da tribo. O valor
educativo das cerimónias de iniciação incidia nos seguintes aspectos:

− Valor Moral: as crianças aprendiam a suportar a dor, pela submissão à


mutilações, a tolerar as circunstâncias difíceis e a fome pela exposição ao tempo
e falta de alimentação;

− Valor Social e Político: a criança aprendia a obediência e a reverência aos mais


velhos, bem como a servir aos idosos e a suprir as necessidades da família;

− Valor Religioso: nestas cerimónias existiam os animais ou plantas que eram o


centro do culto. Este, geralmente, era considerado um antepassado mítico da
tribo, de que esperavam protecção;

− Valor Prático: os jovens aprendiam os métodos de captura de certos animais, a


arte de acender o fogo, de preparar os alimentos entre outros.

Por outro lado, existia uma característica comum nos povos primitivos o animismo, que
consistia na crença de que todas as coisas possuíam alma ou espírito. Portanto, a
aprendizagem das formas que permitiam a convivência pacífica com os espíritos que
habitavam os objectos de que se precisavam constituía a parte mais importante da
educação nestes povos.

As cerimónias de iniciação serviam para transmitir aos jovens a explicação do universo


para torná-los capazes de assegurar um satisfatório ajustamento às suas exigências.
Haviam determinadas pessoas que lhes cabia a direcção das cerimónias de iniciação
que variavam desde chefes de grupos familiares, feiticeiros, curandeiros, etc.
Nas sociedades primitivas destacavam-se a Educação chinesa e hindu. Nestas
primitivas civilizações orientais a necessidade de dominar línguas geralmente muito
difíceis fez com que a Educação girasse em torno do domínio da linguagem e literatura.

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A Educação centrava-se no conhecimento de uma linguagem tecnicamente complexa,


difícil de dominar, e na posse da sabedoria do passado contida na sua literatura. Esta
literatura expunha as formas de conduta, o cerimonial religioso e era exclusiva da
classe sacerdotal, isto é a classe dominante.

Entretanto, nos povos orientais, a Educação consistia em conduta e actividades


práticas dadas pelos sacerdotes, pela classe literária governante e pelos adultos das
famílias. Portanto, na sociedade oriental a Educação visava conservar, reproduzir o
passado mediante a supressão da individualidade.

1.3.2. Educação na Antiguidade Clássica


Na Educação grega a Educação era a oportunidade para o desenvolvimento individual.
Como resultado dessa característica surge um novo conceito de Educação, a Educação
Liberal, uma educação que habilitava o indivíduo a tirar proveito da sua liberdade ou
dela fazer uso.

Na Educação grega deu-se mais oportunidade para o desenvolvimento individual e os


ideais gregos eram: liberdade política e moral, desenvolvimento intelectual, e
racionalidade. Contudo, os privilégios do desenvolvimento intelectual eram limitados
aos homens livres que correspondia a 9/10 da população e negados aos restantes.

Segundo Piletti (1993), os ideais da Educação grega foram resultado de uma lenta
evolução podendo-se destacar os seguintes períodos:

− A Educação no Período Homérico (900-750 a.C.) – onde os ideais de


Educação apareciam nos poemas Ilíadas e Odisseia. A Educação teve um
carácter eminentemente poético;

− A Educação no Período Espartano (750-600 a.C.) – o objectivo da Educação


era dar a cada indivíduo um nível de perfeição física, coragem e hábito de

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obediência às leis que tornassem um soldado ideal. Esta era controlada pelo
Estado;

− A Educação no Período Ateniense (600-450 a.C.) – o ideal era a formação


completa do Homem (física e intelectual). O Estado assegurava a liberdade
pessoal, criando as condições vantajosas para a Educação;

− A Educação no Período Sofista (450-400 a.C.) – o termo sofista designa uma


nova classe de professores que surgiram devido a falta de meios para ministrar
uma Educação que proporcionasse ao indivíduo condições de êxito pessoal
impostas pela sociedade. Esta classe de professores recebia, em troca das aulas
que ministravam, elevados valores monetários. Portanto, nos seus ensinamentos,
os sofistas, acentuavam de forma exagerada o valor da individualidade. É destes
que surge o termo de Pitágoras, “o Homem é a medida de todas as coisas”.

− O Período dos Grandes Filósofos (400-300 a.C.) – as deficiências do sistema


ateniense de Educação fez com que se repensasse na Educação de modo a
resolver o problema que consistia em formular um ideal educativo que pudesse
satisfazer as necessidades institucionais e o bem do colectivo, para promover o
desenvolvimento completo da personalidade.

Neste período destacam-se filósofos como:


• Sócrates (470-399 a.C.) – com o slogan “conhece-te a ti mesmo” afirma que é
na consciência individual que se deve procurar os elementos determinantes da
finalidade da vida e da Educação. Este, desenvolveu o método socrático “a
ironia” – que consistia em perguntar fingindo ignorar –, e “maiêutica” – que
consistia em fazer outras perguntas para levar o interlocutor a descobrir a
verdade.

Contribuições de Sócrates para a Educação:


 O conhecimento possui um valor de natureza universal e não individualistas;

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 O processo objectivo para obter-se conhecimento é o de conversação.


 A Educação tem por objectivo imediato o desenvolvimento de capacidade de
pensar e não apenas de ministrar conhecimento.

• Platão (428-348 a.C.) – concordava com Sócrates sobre a necessidade de se


procurar uma nova base moral para a vida, a qual deveria se encontrar em ideias
e na verdade universal. Para ele, a Educação é um processo do próprio
educando mediante o qual são dadas à luz as ideias que fecundam a mente. Dai
que, o papel do educador consistia em promover no educando o processo de
interiorização através do qual o educando podia sentir a presença das ideias.
Eram conteúdos da Educação: os exercícios corporais, a cultura estética e moral,
a formação científica e filosofia.

• Aristóteles (384-322 a.C.) – ao contrário de Platão e Sócrates, afirmava que a


virtude está na conquista da felicidade e do bem, enquanto que para os primeiros
estava na posse do conhecimento pelo indivíduo. Aristóteles, desenvolveu seu
conceito de Educação partindo da ideia de imitação. Segundo ele, o Homem se
educa na medida em que copia a forma de viver dos adultos. É conhecido como
o maior sistematizador, visto que vem dele a ideia de que a Educação deve
compreender um plano metódico.

Os povos romanos também influenciaram em grande parte a Educação da Antiguidade


Clássica, pois, o seu ideal de Educação visava a concepção de direitos e deveres, daí
que esta tinha uma finalidade prática e procurava alcançar resultados concretos
adaptando os meios aos fins. A característica fundamental do método da Educação
romana era a imitação. Portanto, cabia a Educação desenvolver aptidões nos
indivíduos para cumprir os seus deveres como cidadãos romanos.

A Educação estava centralizada na formação do carácter moral das pessoas daí que a
família desempenhava um papel importante.

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Tal como a Educação grega, o desenvolvimento da Educação romana também foi


gradual. Numa primeira fase era dada praticamente no lar e mais tarde, com a
expansão do império romano, surgiram as escolas elementares que passaram a
ministrar a leitura, a escrita e a conta.

Por influência da cultura grega, houve alterações substanciais que alteraram a


Educação romana. Surgiram novas instituições de Educação que passaram a ministrar
novos conteúdos como gramática, retórica e mais tarde direito e filosofia. Foi a partir
destas instituições que se tornou possível o surgimento das universidades.

1.3.3. Educação na Idade Média


O desenvolvimento do Pensamento Pedagógico e da Educação desta época estava
estreitamente ligado a história da religião, o cristianismo, que substituiu a concepção
liberal e individualista dos gregos e um conceito de Educação prática e social dos
romanos. O cristianismo passou a dar maior importância ao aspecto moral que se
baseou na ideia de caridade cristã.

Nesta época surge um novo ideal educacional que se concentra no aspecto moral da
pessoa humana, baseava-se na ideia de caridade cristã ou amor. Conforme esta
premissa, a função principal da Educação consistia em dominar o corpo e pacificar o
espírito.

Os recém-convertidos, antes de serem admitidos como membros efectivos da igreja,


eram chamados de catecúmenos, e essas escolas, de catecumenatos. Mais tarde estas
escolas vieram a ser organizadas pelos bispos com o intuito de preparar o clero para as
igrejas que estavam sob sua direcção, e passaram a ser denominadas escolas das
catedrais.

A escolástica medieval exerceu forte influência na escola e pedagogia da Europa


Ocidental. O termo, escolástica, inicialmente, significou o conjunto do saber, mais tarde
se deu o mesmo nome aos que escolarmente se dedicavam à filosofia e à teologia. Foi

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um movimento intelectual que se preocupou em demonstrar e ensinar a relação entre a


razão e a fé pelo método da análise lógica.

Contudo, a escolástica teve limitações que se repercutiram na Educação:


− Consideravam-na como uma preparação para o cristianismo e exercício do culto;
− Nas escolas dava-se maior importância a memorização;
− Os castigos corporais eram estimulados como forma de purificar a alma.

Entre os seguidores da igreja naquele tempo, e que deram contribuição no campo


educacional, haviam indivíduos cultos, filósofos e escritores onde se destacaram Santo
Agostinho (354-430) e São Tomas de Aquino (1225-1274) que afirmavam que Deus é o
verdadeiro mestre que ensina dentro de nossa alma embora sublinhem a necessidade
de uma ajuda exterior.

O clero, na primeira metade da idade média, foi muito importante pois foi nos mosteiros
que se criaram bibliotecas e escolas.

1.3.4. Educação na Idade Moderna


Durante o fim da Idade Média a Educação foi controlada pela Igreja e tinha a finalidade
de educar o indivíduo segundo os ensinamentos das sagradas escrituras, interpretadas
pelas autoridades eclesiásticas.

Na Idade Moderna a religião não deixa de ter influência na Educação. Contudo, com o
surgimento de um movimento protestante aos católicos, o controle educacional exercido
pela Igreja de Roma também começa a ser contestado.

Os Estados que estavam sob orientação dos protestantes começaram a organizar


sistemas próprios de escolas transferindo para o seu controle as escolas paroquiais.

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Portanto, destacou-se no movimento protestante Martinho Lutero (1483-1546) segundo


o qual a Educação deveria se libertar das amarras que a prendiam à igreja e
subordinar-se ao Estado. Perante este movimento, a igreja católica reagiu criando
novas ordens religiosas que dessem especial atenção ao ensino, tendo-se destacado a
Companhia de Jesus. Esta criou um Sistema de Educação mais eficiente abrangendo a
Educação Secundária e Superior.

Com o tempo, as grandes transformações que ocorreram na passagem da Idade Média


para a Moderna, tais como as grandes navegações, o surgimento dos Estados
Nacionais, a reforma protestante, imprensa, o desenvolvimento da burguesia e do
capitalismo, fortaleceram o movimento no sentido de que a autoridade da igreja ficasse
restrita aos assuntos religiosos.

O Pensamento Pedagógico desta época foi influenciado pelas ideias de Francis Bacon
(1561-1626), Galileu Galileu (1564-1642), René Descartes, João Amós Coménius
(1592-1670), Jean Jaques Russeau (1712-1778), entre outros.

Embora tenha havido alterações substanciais na abordagem pedagógica, a Educação


elementar do povo permaneceu esquecida durante este período pois a Educação era
dirigida para a nobreza e o clero.

1.3.5. Educação na Idade Contemporânea


No desenvolvimento da humanidade, novas e importantes transformações ocorreram
entre os séculos XVII e XX que deram início ao que se convencionou Era
Contemporânea.

Foram factores motivadores a revolução industrial, o surgimento das ciências humanas,


o nascimento de uma nova classe social, o proletariado formado por trabalhadores
assalariados, o derrube do Estado Absolutista pela burguesia que passa a assumir o
poder político e a separação entre o Estado e a Igreja.

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Esta nova forma de estar teve influência no Pensamento Pedagógico. A passagem da


Idade Moderna para a Contemporânea na segunda metade do século XVIII é
assinalada pela Revolução Burguesa que teve repercussões na Educação como
consequência da separação entre a Igreja e o Estado que conduziram ao
desenvolvimento dos Sistemas Públicos de Educação.

Com o desenvolvimento industrial a escola passou a desenvolver um outro papel, isto


é, a dar mais importância aos conteúdos técnicos e científicos ao lado das antigas
matérias clássicas e literárias.

O ensino público e gratuito tornou-se obrigatório e foi visto como a melhor forma para o
alcance da verdadeira democracia. Johann Heinrich Pestalozzi (1746-1827), Johann
Friedrich Herbart (1776-1841) e Friedrich Froebel (1782-1852) foram os educadores
que se destacaram durante este período pelas inovações que propuseram a Educação.

1.4. As Categorias da Pedagogia – Alguns Requisitos do Carácter Científico da


Pedagogia

1.4.1. Educação, Instrução e Ensino


A Educação, Instrução e o Ensino são considerados como sendo as Categorias da
Pedagogia, onde:

• Educação: é o processo de formação da personalidade do Homem para a vida e


o trabalho na sociedade. É um conjunto de acções, processos, estruturas, que
intervêm no desenvolvimento de indivíduos e grupos na sua relação activa com o
meio natural e social, num determinado contexto de relações entre grupos e
classes sociais.

• Instrução: é o processo de conhecimento e a aquisição de capacidades e


habilidades que é propriamente o processo de exercício. É o processo e o
resultado da assimilação de conhecimentos, hábitos e habilidades. Caracteriza-

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se pelo nível de desenvolvimento intelectual e das capacidades criadoras do


homem. Pressupõe determinado nível de preparação do indivíduo para a
participação em qualquer esfera da actividade social.

• Ensino: é o processo de transmissão e aquisição de instruções e de educação


de modo planificado e sistematizado. É o processo de organização da actividade
cognitiva. É um processo bilateral que inclui a assimilação do material de estudo
que é a actividade do aluno e a direcção deste processo que é actividade do
mestre/professor. Portanto, é um processo bilateral que inclui actividade: ensino
– aprendizagem.

1.4.2. Educação Intencional e Não Intencional

Considera-se Educação Intencional ou Sistemática, quando há, propositadamente,


intenção de influenciar no comportamento do indivíduo e de maneira organizada, como
é o caso dos Lares Estudantis, Igrejas, Escolas.

Portanto, a Escola é tida como a instituição social destinada, especialmente, a realizar a


Educação Intencional e apresenta as seguintes características:
• Ambiente Social Simplificado;
• Ambiente Social Purificado;
• Ambiente de Vida Democrática;
• Ambiente Impregnado de Ideias.

A Educação Intencional surge no desenvolvimento histórico da sociedade, como


consequência da complexidade da vida social e cultural, da modernização e das
instituições, do processo técnico-científico, da necessidade de cada vez maior número
de pessoas participarem das decisões que envolvem a colectividade.

Nesta ordem de ideias, os processos educacionais intencionais implicam objectivos


sócio-políticos explícitos, conteúdos, métodos, lugares e condições específicas de

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educação, precisamente para possibilitar aos indivíduos a participação consciente,


activa e crítica na vida da sociedade.

A Educação Não Intencional, também designada por Educação Inintencional ou


Assistemática, ocorre quando a modificação do comportamento resulta da influência
de instituições que não têm esta intenção, de forma específica, tais como a Rádio, o
Cinema, o Teatro, o Jornal, o Clube, os Amigos, a Rua, etc.

Nesta perspectiva, grande parte das influências que operam e condicionam a prática
educativa ocorrem de modo não intencional, não sistemático, não planificado. Estas
actuam, embora de modo disperso e com carácter informal, na formação da
personalidade, daí que, não se deve negar os seus efeitos educativos.

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UNIDADE II: A PEDAGOGIA NO SISTEMA DAS CIÊNCIAS DA EDUCAÇÃO

2.1. O Carácter Sistemático da Ciência Pedagógica: Relação da Pedagogia com


Outras Ciências
A Pedagogia, enquanto ciência, estabelece relações íntimas com outras ciências,
visando o desenvolvimento da Humanidade.

2.1.1. Relação da Pedagogia com Psicologia


Partindo da ideia de que o objecto de estudo da Psicologia é o comportamento e as
actividades mentais de todos animais e o da Pedagogia que é o processo ou fenómeno
educativo (a educação, instrução e ensino do Homem), podemos dizer que a Psicologia
fornece fundamentos para alguns aspectos da aprendizagem do aluno. Tais
fundamentos podem ser os aspectos ligados a motivação para que o aluno se interesse
pela matéria.

Aos alunos com necessidades educativas especiais ou mesmo específicas, precisam


de uma educação “especial ou específica” e um acompanhamento psicológico
adequado, isto é, o professor deve estar munidos de ferramentas da psicologia para
lidar com os alunos com necessidades educativas especiais/específicas.

A selecção dos conteúdos e meios didácticos apropriados para a mediação da aula,


devem ter em conta o desenvolvimento psíquico da criança. Essa avaliação (do
desenvolvimento psíquico da criança) é fornecida pela psicologia.

A psicologia na educação não se limita na sala de aula, mas se estende para todos os
intervenientes do processo do ensino-aprendizagem, ajudando na elaboração dos
currículos e na resolução dos conflitos entre professores, entre professor e a direcção
da escola, entre o professor e ele mesmo e até entre o professor com a comunidade.
A psicologia contribui para o enriquecimento da teoria e o melhoramento da prática
educativa.

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A psicologia também estuda aspectos importantes do processo de ensino-


aprendizagem, tais como as implicações das fases do desenvolvimento dos alunos
conforme as idades e os mecanismos psíquicos presentes na assimilação da matéria e
no desenvolvimento das habilidades.

A relação da pedagogia com a psicologia não é de dependência, mas sim de


interdependência, porque a pedagogia oferece mecanismos para o desenvolvimento
das capacidades psíquicas pouco desenvolvidas nos alunos.

2.1.2. Ralação da Pedagogia com a Sociologia


A Sociologia estuda o meio em que as pessoas se encontram e Pedagogia nesse caso
estuda a educação como prática social, orienta-se pelos objectivos da sociedade onde
ela ocorre.

A sociedade tem sempre a necessidade de educar porque sempre precisa de passar os


conhecimentos das gerações mais velhas para as gerações “imaturas”. Sendo assim,
não há sociedade sem educação.

A Pedagogia tem em vista o desenvolvimento integral do ser Humano, para que este
possa integrar-se no sistema social de que faz parte. Ajuda aos professores a
reconhecer a relação existente entre e escola e a sociedade, permitindo que este
medeie a sua aula com a colaboração da sociedade e que também participe nas
actividades da sociedade onde se encontra.

Portanto, conforme os fundamentos de Durkheim (2001), a Educação é o meio pelo


qual a sociedade renova perpetuamente as condições da sua própria existência. A
sociedade só poderá viver se entre os membros da mesma se existir uma certa
homogeneidade na maneira de pensar e essa homogeneidade só pode ser fornecida
pela educação.

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2.1.3. Relação da Pedagogia com a Filosofia


A Filosofia, sendo o amor e a sabedoria, não tem um objecto de estudo definido, isto é,
estuda a globalidade das coisas e é considerada a mãe de todas as ciências, é
evidente que influencie no pensamento pedagógico. Portanto, ela abrange os princípios
fundamentais da educação como as relações entre a educação e a vida quotidiana.

A Filosofia esclarece o que deve ser a educação; para que sociedade educar?; para
onde deve se conduzir as novas gerações e com que valores educar as pessoas?

Daí que, a Pedagogia busca bases filosóficas para melhor esclarecer o papel da
educação no desenvolvimento das sociedades.

2.1.4. Relação da Pedagogia com as Ciências Politicas


As Ciências Políticas analisam o sistema governativo de uma sociedade e a maneira
de viver da mesma. Assim, a realização do processo educativo de um país ou de uma
sociedade depende do sistema governativo do mesmo e as mudanças que afectam o
sistema governativo dessa sociedade, também afectam o processo educativo. Por sua
vez, a Pedagogia fornece quadros para a manutenção do sistema governativo.

2.1.5. Relação da Pedagogia com a Ética


A Ética é uma ciência que se ocupa no comportamento humano, na sua relação com o
meio natural e social, visando assegurar a prática das boas normas culturais e sociais.

A Ética ajuda a Pedagogia a delinear as suas regras/princípios de acordo com as


normas de cada sociedade.

Não obstante, a Pedagogia ajuda na modificação de alguns hábitos e costumes das


sociedades que não sejam válidos para um determinado contexto, visto que as
sociedades se desenvolvem e algumas normas precisam de ser revistas para se
ajustarem às novas realidades.

Docente: dr. Nelson Patia 20


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

2.1.6. Relação da Pedagogia com a Economia Política


A Economia Política é a ciência dos interesses da sociedade e, como todas as
verdadeiras ciências, baseia-se na experiência, cujos resultados metodicamente
agrupados e alinhados, se tornaram princípios das verdades gerais.

Nesta perspectiva, a qualidade e a quantidade da educação depende das condições


financeiras que o Estado oferece e que as populações são capazes de investir neste
domínio.

2.1.7. Relação da Pedagogia com a História


Antes porém, dizer que a História é a ciência social que estuda o passado com o intuito
de melhor compreender o presente e perspectivar o futuro. Neste contexto, ajuda a
compreender a evolução do pensamento educativo e ajuda a pedagogia a perspectivar
o futuro da educação.

Por exemplo, segundo Ngoenha (2000), repensar na educação na sua dimensão


histórica, permitirá reconstruir a história da educação em Moçambique e buscar bases
teóricas para projectar nesta área um projecto de educação que supere os sistemas
educativos coloniais.

Assim, para que o educador possa educar uma certa pessoa, é necessário que
conheça o seu passado.

2.1.8. Relação da Pedagogia com a Antropologia Cultural


A Antropologia Cultural estuda o Homem como ser criador, portador e transmissor de
cultura. Portanto, os dados fornecidos pela antropologia cultural são importantes para o
desenvolvimento da educação, visto que os conhecimentos são transmitidos de
geração em geração.

Neste contexto, para melhor compreender o processo educativo é necessário conhecer


a história do povo em que este ocorre, seus hábitos e costumes.
Docente: dr. Nelson Patia 21
Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

2.1.9. Relação da Pedagogia com a Didáctica


Sabendo que o objecto de estudo da Didáctica é “a problemática do ensino”, enquanto
prática da educação, e o estudo da educação em tempos, ou seja, no qual a
aprendizagem é intencionalmente almejada, no qual os sujeitos envolvidos (professor e
aluno) e suas acções (o trabalho com o conhecimento) são estudados nas sua
dimensões histórico-culturais, ela fornece à Pedagogia as ferramentas necessárias para
a execução do processo de ensino-aprendizagem.

2.2. Os Fundamentos Científicos da Pedagogia: Ramos da Pedagogia


Ramos da Pedagogia
A Pedagogia enquanto Ciência, assenta-se nos seguintes Ramos: Pedagogia Geral,
Teoria ou Filosofia da Educação, Didáctica Geral, Pedagogia Especial ou Defectologia,
Administração e Gestão Escolar e Metodologia de Ensino.

i. Pedagogia Geral: ensina as conexões ou interligações da educação e do


ensino, inerentes a educação do Homem, independentemente da idade e
qualquer campo da educação; estabelece as bases gerais da educação, da
instrução e do ensino.

ii. Teoria ou Filosofia da Educação: estuda os processos parciais da educação


dentro e fora do ensino, nos quais se formam as qualidades do carácter (atitude,
convicções, hábitos e formas de comportamento do homem), e analisa a
essência desses processos, isto é, suas leis, elaboração de princípios da
educação nas diferentes esferas: intelectual, politica, ideológico, moral, estético,
laboral e físico; ensina o processo educativo, orienta o campo comportamental,
analisa as leis do desenvolvimento e da formação de comportamentos.

iii. Didáctica Geral: estuda as leis gerais da educação, da instrução, da auto-


instrução e do ensino propriamente dito, sob orientação do pedagogo. Elabora
objectivos, conteúdos, métodos, formas de organização e matérias de ensino,
elabora ou investiga as regularidades gerais, tendências e perspectivas de
Docente: dr. Nelson Patia 22
Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

ensino, elabora finalidades, conteúdos, princípios, métodos e formas de


organização da educação, da instrução e do ensino.

iv. Pedagogia Especial ou Defectologia: ocupa-se das pesquisas dos problemas


da educação e do ensino, da preparação laboral da criança com deficiência física
e mentais; agrupa as disciplinas e investiga as particularidades do ensino e da
educação das crianças com danificação física e mental. Essas disciplinas são:
• Sudopedagogia: trata de crianças com problemas de deficiência auditiva;
• Tiflopedagogia: trata de crianças com deficiência visual;
• Ougofrenopedagogia: trata de crianças com deficiência mental,
• Logopedagogia: trata de crianças com problemas de afasia (mudez) e sua
prevenção.

v. Administração e Gestão Escolar: investiga os problemas de planificação,


organização, administração dos sistemas de organização, analisa e elabora
conteúdos e métodos de direcção de uma instituição de ensino, orienta as
instituições da educação para obtenção de melhores rendimentos.

vi. Metodologia de Ensino: examina as leis e as regularidades do ensino nas


diferentes disciplinas.

Docente: dr. Nelson Patia 23


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

UNIDADE III: A NECESSIDADE DE REFLEXÃO SOBRE A EDUCAÇÃO E SUA


PRÁTICA NO CAMPO DA PEDAGOGIA

3.1. Função Social e Cultural da Educação


A Educação como sendo um conjunto de acções/práticas visando o desenvolvimento
integral da personalidade do indivíduo na sociedade, assenta-se na função socializadora e
cultural do mesmo.

Portanto, neste item pretende-se discutir a função social e cultural da Educação no


processo de formação dos Homens como sujeitos históricos.

3.1.1. A Educação como Meio Social


3.1.1.1. A Família
Tomando a Família como um conjunto de pessoas unidas por um laço de parentesco,
pelo sangue ou por aliança e que em geral, vivem na mesma casa ela, ocupa maior
relevância no que concerne à educação para toda a vida.

A Família assume a responsabilidade da educação primordial das crianças desde o


cuidado das crianças, sendo o assunto de suma importância universalmente
reconhecida. Para a educação das crianças na Família torna-se necessário que se faça
a combinação operativa do homem e da mulher.

A Família é a base da inserção do Homem na sociedade, sendo a partir dela que


aprendemos a nossa cultura, o respeito, o amor, coisas essenciais para no futuro
sermos pessoas responsáveis e bons cidadãos. É na Família que recebemos os
primeiros ensinamentos tais como:
• O respeito pelos mais velhos e pelo próximo;
• O amor pelos nossos irmãos e parentes;
• O espírito de entre ajuda ou de cooperação; entre outros.

Docente: dr. Nelson Patia 24


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

A Família constitui o primeiro lugar de toda e qualquer educação e assegura, por isso, a
ligação entre o afectivo e o cognitivo, assim como a transmissão dos valores e das
normas. As suas relações com o sistema educativo são, por vezes, tidas como relações
de antagonismo: em alguns países em desenvolvimento, os saberes transmitidos pela
escola podem opor-se aos valores tradicionais da família; acontece também que as
famílias mais desfavorecidas encaram, muitas vezes, a instituição escolar como um
mundo estranho de que não compreendem nem os códigos nem as práticas.

Um diálogo verdadeiro entre pais e professores é, pois, indispensável, porque o


desenvolvimento harmonioso das crianças implica uma complementaridade entre
educação escolar e educação familiar. Diga-se, a propósito, que as experiências de
educação pré-escolar dirigidas à populações desfavorecidas mostraram que a sua
eficácia deveu-se muito ao facto das famílias terem passado a conhecer melhor e a
respeitar mais o sistema escolar.

Por outro lado, cada um aprende ao longo de toda a sua vida no seio do espaço social
constituído pela comunidade a que pertence. Esta varia, por definição, não só de um
indivíduo para outro, mas também no decurso da vida de cada um.

A educação deriva da vontade de viver juntos e de basear a coesão do grupo num


conjunto de projectos comuns: a vida associativa, a participação numa comunidade
religiosa, os vínculos políticos, concorrem para esta forma de educação. A instituição
escolar não se confunde com a comunidade mas, guardando a sua especificidade,
deve evitar desligar-se do ambiente social.

3.1.1.2. A Escola como Meio de Socialização


De acordo com Pinto (1995), a “Escola é um determinado conjunto de acções levadas
a cabo por pessoas situadas num sistema de interacção caracterizado por
determinados estatutos, papéis e regras de funcionamento – formal e informal”.

Docente: dr. Nelson Patia 25


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

Cohen (1980), advoga que “Socialização é o processo através do qual o ser humano
começa a aprender o modo de vida de sua sociedade, adquire uma personalidade e
desenvolve a capacidade de funcionar como individuo e como membro. Já em idade
bem tenra, a criança aprende dos outros qual o comportamento que se espera dela e
qual o tipo de pessoa ela é.

Nesta perspectiva, define-se a Socialização como sendo o processo pelo qual as


crianças, ou outros novos membros da sociedade, aprendem o modo de vida da sua
sociedade.

Neste contexto, os objectivos básicos do processo de socialização podem ser


apontados como sendo os seguintes:
• Deve-se ensinar à pessoa as habilidades necessárias para viver em sua
sociedade;
• A pessoa deve ser capaz de comunicar-se de um modo eficiente e de
desenvolver a capacidade de ler, escrever e falar;
• Deve-se aprender a controlar as funções orgânicas através do uso adequado do
banheiro;
• O indivíduo deve internalizar os valores e as crenças básicas da sociedade.

Assim, em conformidade com Giddens (2005), a Socialização ocorre em duas fases


envolvendo um número de diferentes agentes de socialização, que são grupos ou
contextos sociais em que ocorrem processos significativos da mesma.
• Socialização Primária: ocorre na primeira infância e é o mais intenso período de
aprendizagem cultural. É o tempo que a criança aprende a língua e os padrões
básicos do comportamento que formam a base para o aprendizado posterior. A
família é o principal agente de socialização durante esta fase.

• Socialização Secundária: tem lugar mais tarde na infância e na maturidade.


Nesta fase, outros agentes de socialização assumem algumas das

Docente: dr. Nelson Patia 26


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

responsabilidades que antes eram da família. As escolas, organizações, a média


e finalmente o lugar de trabalho se tornam formas socializantes para os
indivíduos.

Portanto, as interacções sociais nesses contextos ajudam as pessoas a aprenderem os


valores, as normas e as crenças que constituem os padrões da sua cultura.

Os Grupos Sociais são as formas de vida em sociedade, que têm uma configuração
concreta, como na família, a tribo, a nação, o grupo de brinquedos, a vizinhança, a
sociedade recreativa, o clube desportivo, etc.

De acordo com Brandão (1963), a matéria-prima da Escola, como os demais grupos, é


o ser humano, Homem emoção, isto é, com continuidade temporal, desenvolvendo
padrões de comportamento e atingindo uma unidade psicológica.

• O agregado é constituído no mínimo por professor e alunos, no caso da escola


isolada em zonas rurais, em outros tipos de estabelecimentos, mestres e alunos,
autoridades, auxiliares, pais, ex-alunos antigos da escola e outras agências que
colaborem estreitamente com o grupo escolar.

• A continuidade temporal é estabelecida pela sociedade que ao fazer da escola


uma agência de transmissão de conhecimentos e preparação para a vida, ou
ambiente de desenvolvimento de um mundo especial da criança, determina um
“tempo” que considera necessário para atingir o objectivo.

• A Escola só pode ser considerada como grupo social, quando seus componentes
tiverem ajustado seus comportamentos individuais, quando os padrões de
comportamento, ajustados, regulados, controlados criarem um sistema – o
sistema social escolar. Antes disso não há escola como grupo social.

Docente: dr. Nelson Patia 27


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

• O sistema consolida-se na unidade psicológica da escola quando seus


componentes, alunos, professores e funcionários, fazem da escola uma
representação grupal, quando substituírem o “Eu” pelo “Nós”; o “Meu” pelo
“Nosso” e referirem-se aos outros componentes em termos de camaradagem ou
equipe.

A Escola em geral, considerada como um grupo social intermediário, já que o contacto


dos alunos com a cultura é por intermédio do professor, nos outros, atribuem à escola
uma posição especial entre os demais grupos.

Portanto, a Escola é uma instituição que se coloca entre os grupos primários,


principalmente a família e as restantes instituições dos grupos secundários.

Na realidade, a Escola e a Educação parecem ter ambas, as funções seguintes: elas


(re)produzem a sociedade numa dinâmica conservadora e, simultaneamente
renovadora. Porque há elementos da nossa cultura, da nossa história e tradição que é
importante preservar, a escola funciona como um instrumento privilegiado nessa acção
de conservação, nesse acto de transmissão da memória de uma civilização. É esta
função conservadora que permite viabilizar a inserção de cada indivíduo no meio social
em que nasceu.

Mas, porque, como em tudo o que é humano há falhas ou simplesmente elementos a


melhorar, a educação e as instituições a ela associadas possuem no seu seio a
condição de possibilidade para mudanças sociais.

De um modo ou de outro, a escola constitui-se como condição de possibilidade da


própria sociedade: muito longe de a educação ter por objectivo único ou principal o
indivíduo ou os seus interesses, a educação é antes de mais o meio pelo qual a
sociedade renova perpetuamente as condições da sua própria existência.

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Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

3.2. Contribuição para a Formação da Personalidade – Interacção com outros


Factores

3.2.1. Conceito de Personalidade


O conceito vem do Latin “persona” que significa máscara que os actores usavam para
indicar os personagens que representavam.

No entanto, a Personalidade de um indivíduo começa a se desenvolver logo após o


nascimento, continua ao longo da infância e pode estender-se por toda a vida.

Personalidade é um conceito abstracto de muitos aspectos que caracterizam o que a


pessoa é. Tais aspectos incluem: emoções, motivações, pensamentos, experiências,
percepções e acções.

Assim, a Personalidade é definida como o conjunto de características psicológicas que


determinam os padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a individualidade pessoal e
social de alguém.

A maioria dos estudiosos, no entanto, acredita que as experiências precoces são as


que influenciam mais fortemente o desenvolvimento da personalidade. A maneira como
cada pessoa vai reagir a algumas situações, vai lidar com as frustrações e vai
relacionar-se com seus semelhantes quando adulta é determinada nos primeiros anos
de vida.

A Formação da Personalidade, é processo gradual, complexo e único a cada indivíduo.


O termo é usado em linguagem comum com o sentido de “conjunto das características
marcantes de uma pessoa”, de forma que se pode dizer que “uma pessoa não tem
personalidade”; esse uso no entanto leva em conta um conceito do senso comum e não
o conceito científico aqui tratado.

Docente: dr. Nelson Patia 29


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

3.2.2. A Formação da Personalidade do Aluno


A Formação da Personalidade do Aluno é a forma como se pretende “moldar” o aluno
como ser em desenvolvimento.

Portanto, a Formação e Desenvolvimento da Personalidade ocorrem em condições sócio-


históricas, políticas, económicas e culturais concretas. Assim, isto mostra que a
Personalidade é uma pessoa concreta situada no tempo e no espaço. Isto é, um Ser
Social que se forma sob determinadas condições, influenciado por essas condições e,
exercendo a sua influência sobre essas condições.

Tendo em vista que a Educação procura responder as exigências sociais em cada época,
ela cumpre a tarefa de formar um Homem válido para cada época.

Alguns sinais ressaltam a ideia de que o Homem é um Ser Singular/Único,


respectivamente:
• Individualidade: agrega traços, qualidades que combinam de forma particular em
cada ser humano.
• Dignidade: reflecte-se na conduta moral de cada um na relação com o mundo e
com os outros.
• Liberdade: reflecte-se nas escolhas que cada um faz.
• Responsabilidade: é a capacidade de responder por aquilo que cada um faz, ou
seja, pelos seus actos.
• Razão: é como cada um pensa, raciocina, imagina, calcula, etc.

Assim, deve-se considerar as diferentes esferas constituintes da Personalidade,


respectivamente:
• Esfera Intelectual ou Cognitiva: centra-se no desenvolvimento da aquisição do
conhecimento científico. Consiste na transmissão dos conhecimentos, o que
implica a passividade do aluno.

Docente: dr. Nelson Patia 30


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

• Esfera Estética: centra-se na educação do Homem para a compreensão e


apreciação da beleza do mundo natural e social.

• Esfera Laboral: centra-se em fazer compreender ao aluno, o valor do trabalho


para a produção da riqueza, tanto material como espiritual.

• Esfera Moral ou Social e Afectiva: centra-se na consecução da felicidade e do


bem-estar através da integração do Homem na sociedade. Neste contexto, a
escola deve estar centrada na educação de valores tais como: solidariedade,
responsabilidade, vontade, convivência, boas maneiras.

• Esfera Física ou Psicomotora: centra-se no desenvolvimento do esquema


corporal, das capacidades motoras (movimentos) e de percepção, privilegiando,
também, a formação de hábitos de higiene, de protecção da saúde.

3.2.3. Personalidade do Professor


O Professor, enquanto indivíduo de grande destaque na formação da personalidade do
aluno, apresenta distintas peculiaridades.

3.2.3.1. Características da Personalidade do Professor ou Instrutor


a) Instrutor ou Professor de Autómatos
O professor do tipo ‘instrutor” procura ajudar o aluno a adquirir a capacidade de
responder imediatamente sem necessidade de pensar. Nessas aulas os
estudantes/alunos pouco fazem que recitar definições, explicações e generalizações;
memorizam a partir das exposições do professor ou de um texto ou manual dado pelo
professor. Portanto, o aluno converte-se numa máquina de dar respostas correctas, um
autómato, nada mais.

O instrutor é autoridade máxima e o aluno tem poucas alternativas oferecidas ou


exigidas. Os alunos são obrigados a conseguir uma proficiência que não depende do

Docente: dr. Nelson Patia 31


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

raciocínio e devem aprender um conjunto de informações de uma forma mais ou menos


mecânica.

Esse tipo de professor é comum nos cursos rápidos de preparação para iniciação à
educação secundária ou universitária, mas seus semelhantes não são raros em todas
universidades.

b) O Professor que se Concentra no Conteúdo


Este professor afirma que sua primeira tarefa consiste em cobrir sistematicamente as
matérias de sua disciplina para assim ajudar os alunos a dominá-las. Considera um
disparate a opinião de que o processo de ensinar e de aprendizagem deve consistir
numa pesquisa conjunta e faz desta apenas como um artificio didáctico, pelo qual o
aluno chega a uma solução já conhecida de um problema previamente estruturado.

Este professor dá menos importância a originalidade que ao facto do aluno aprender


toda matéria que já foi descoberta no passado, a ideia de que o professor possa
aprender algo discutindo com o aluno e para ele completamente estranha ao objectivo
de ensinar ou aprender. Sua imagem do estudante actual é o aluno que dominou
totalmente a matéria apresentada nas aulas ou nos textos recomendados.

c) O Professor que se Concentra no Processo de Instrução


Assim como o tipo anterior se concentra no domínio da matéria, este tipo se concentra
em conseguir que seus alunos tratem a matéria com os mesmos métodos e processos
com que ele se trata. Preocupa-se em impor um modelo de raciocínio e exige de seus
alunos que demonstrem nos exercícios, exames e discussões, que podem imitar seus
métodos, perspectivas, formulações bem como sua maneira de usar os dados
existentes ou pertinentes.

Este professor transmite impressão de autoridade e de independência que atrai os


estudantes, pois favorece o diálogo com eles, entretanto, se analisar-se bem seu papel,

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Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

observa-se que todas as conversas e suas ideias começam sempre com ele, sendo
mais cedo ou mais tarde, acabam sempre voltando a ele.

d) O Professor que se Concentra no Intelecto do Aluno


Para este tipo, o processo de ensino e de aprendizagem deve concentrar-se na própria
actividade racional para ele; deve-se dar muito mais importância ao como e ao porque
do saber e preocupa-se sobretudo em desenvolver as habilidades intelectuais do aluno.

Este tipo de professor utiliza a análise e a solução de problemas como o principal


artifício do ensino, porém dá mais importância ao intelecto que as atitudes e emoções
do estudante. O problema é para ele apenas um recurso para a tarefa didáctica, e não
um assunto com o qual se compromete como pessoa.

e) O Professor que se Concentra na Pessoa Total


Esse professor tem muito de comum com o tipo d), ambos concentram-se no estudante;
a diferença e que o professor não acredita que o desenvolvimento intelectual deva ou
possa ser desligado dos outros aspectos da personalidade humana, tais como os
factores afectivos e não racionais da identidade e da intimidade.

Este tipo de professor considera como desafio global, a pessoa do estudante, que o
obriga a buscar respostas ainda não aprendidas, e a experimentá-las.

Ele acha que o estudante deve ser tratado como pessoa integral, pois separando-se do
mundo intelectual do resto, o processo de crescimento do estudante na direcção de um
ser adulto torna-se seriamente comprometido.

f) O Professor que tem uma Visão Estrutural da Sociedade


Trata-se um tipo de professor mais frequente nos países sub-desenvolvidos. Este
professor considera o aluno, as matérias a ensinar e a si mesmo, como partes
inseparáveis de um contexto “social” isto é, de uma sociedade historicamente
estruturada em estratos dominantes e extractos dominados.
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Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

A sociedade que por sua vez, esta imersa num mundo onde certas sociedades
competem com outras, provocando as reacções de conflito ou de libertação que hoje sã
assuntos das notícias em jornais e revistas.

Ele considera possível que a educação esteja sendo usada pela classe dominante para
consolidar e perpetuar sua situação privilegiada.

A metodologia didáctica deste último tipo de professor, obviamente será radicalmente


diferente da utilizada pelos tipos anteriores, principalmente pelo carácter de
engajamento ou compromisso libertador.

3.2.3.2. Qualidades Profissionais do Professor


O Professor, no desenvolvimento da sua actividade profissional deve possuir inúmeras
qualidades que lhe conferem dignidade de formação de indivíduos que prosperam o
desenvolvimento da sociedade. Tais qualidades podem ser:
• Conhecer os alunos de modo a contribuir eficazmente para o desenvolvimento;
• Incentivar nos alunos o desenvolvimento de atitudes responsáveis para a
sociedade e a natureza;
• Ajudar os alunos a contribuir nos valores consagrados pela sociedade
moçambicana com vista a formação de cidadãos livres e responsáveis capazes
de intervir na consciencialização da comunidade;
• Utilizar as formas de comunicação mais adequadas e uma correcta relação com
os seus alunos;
• Desenvolver nos alunos capacidades, atitudes e hábitos de cooperação e de
trabalho em equipa;
• Assegurar um ambiente de respeito mútuo, disciplina, liberdade e cooperação na
escola;
• Adoptar o ensino ao nível do desenvolvimento dos alunos;
• Planificar as actividades de aprendizagem utilizando metodologias adequadas;

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Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

• Motivar e organizar as actividades de aprendizagem utilizando metodologias


adequadas;
• Seleccionar as matérias de ensino;
• Avaliar o processo de ensino-aprendizagem;
• Facilitar a cooperação dos pais e da comunidade em geral nas actividades
educativas;
• Difundir na comunidade o significado e acções e soluções dos problemas da
comunidade;
• Participar activamente na identificação e solução dos problemas da comunidade;
• Contribuir para a dignificação da profissão do docente;
• Manter-se actualizado nos domínios científicos e pedagógicos.

Não obstante, o Professor deve possuir as seguintes qualidades essenciais:


• Aspectos Humanos
 Empenha-se com uma atitude crítica, na concisão dos objectivos gerais no
ensino;
 Interessa os alunos na sua auto-avaliação;
 Incita a auto e hetero-crítica dos alunos.

• Na Concretização das Aulas


 Define os objectivos adequados ao nível dos alunos;
 Seleciona conteúdos do programa;
 Distingue num conteúdo o essencial do acessório;
 Define e selecciona os conteúdos de ensino atendendo as diferenças do meio
e individuais, estratégias variadas aos objectivos, estratégias e avaliação;
 Prepara material a utilizar nas aulas com cuidado e antecedência;
 Planifica trabalhos de casa numa perspectiva de criação, nos alunos de
hábitos de trabalho.

Docente: dr. Nelson Patia 35


Apostila de Fundamentos de Pedagogia 2013

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