7 - Aula para A Fatec Parte 1 Ajustada

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Fornos, elaboração do

metal e vazamento
Luiz Carvalho
Primeira parte
Índice
 Fornos Elétricos à Arco (FEA)
 Fornos de Indução
 Elaboração de aços
* Cálculo e montagem de carga fria
* Fusão
* Refino oxidante
* Refino redutor
 Vazamento
 Desoxidação
Forno elétrico
à arco (FEA)
Fornos Elétricos a Arco (FEA)
Na Aciaria se produz, refina e lingota o Aço. Existem vários processos para se
produzir o aço. Atualmente os FEA, conversores de oxigênio e fornos a indução
são os mais utilizados.
Aciarias elétricas = 33,4% de todo o aço produzido no mundo (21% no Brasil)

Possibilita:
-Fusão rápida de sucatas a partir de arcos voltaicos de alta energia aplicados
por 3 eletrodos de grafite;
-Refino das impurezas contidas (C, Si, Mn, P, N e H na etapa oxidante e S na
etapa redutora);
-Menor nível de inclusões no aço devido a possibilidade de sopros de gás
(argônio, oxigênio, gás carbono, etc);
Fornos Elétricos a Arco (FEA)
As origens do FEA remontam a 1878, quando W. Von Siemens patenteou um forno
com dois eletrodos dispostos horizontalmente que criavam um arco indireto
aquecendo a carga por irradiação. No entanto, esta invenção só começou a trilhar
uma trajetória ascendente na produção de aço no século XX, quando os custos com a
energia elétrica começaram a viabilizar o uso desta tecnologia.
Fornos Elétricos a Arco (FEA)

Tensão de saída 80-250 V


Tensão de entrada= 13,8 V Corrente de saída = 3000 – 12000 A
Corrente de entrada= 350A Potência dos fornos= 4,5 e 6,0 mVA
Fornos Elétricos a Arco (FEA)
Fornos Elétricos a Arco (FEA)
A composição química dos tijolos deve corresponder com o tipo de aço e escória
fabricados. Ex: Se a escória resultante for ácida, a composição química dos refratários
deve ser ácida também, afim de evitar desgaste excessivo.

Revestimento Refratário
Fornos Elétricos a Arco (FEA)
Fornos Elétricos a Arco (FEA)
Fornos Elétricos a Arco (FEA)
Forno de
Indução (FI)
Fornos a Indução (FI)

Proporciona:
-Fusão rápida de sucatas a partir de indução magnética aplicada pela bobina
com corrente de alta freqüência;
- Fusão em condição oxidante para refino dos gases N e H promovido por
“boilling” de CO;
Não Proporciona:
- A escória não fica na fase líquida, não permitindo o refino;
Fornos a Indução (FI)
O forno elétrico de indução utiliza correntes elétricas para derreter o metal. Estas
correntes são alternadas através de bobinas grandes de cobre, refrigerada à água,
em torno do cadinho que contém o metal, aquecendo-o e formando redemoinhos
que derretem.
O metal puro derretido afunda, enquanto os contaminantes sobem à superfície, de
onde eles são tirados.
O forno de indução é mais rápido e mais preciso em temperatura que um forno
tradicional.

Sistema elétrico Unidade de fusão


A carga se aquece e funde por efeito Joule de correntes de Foucault geradas em
seu interior.
Fornos a Indução (FI)

Sempre que um campo magnético atravessa uma espira, aparece nesse circuito uma
corrente elétrica. Esse fenômeno é chamado de indução eletromagnética.
O Forno de Indução é um transformador, com várias espiras na bobina primária e
apenas uma espira na bobina secundária. A redução na tensão de entrada faz com que,
em compensação, a corrente no anel seja muito alta, permitindo que uma grande
potência elétrica seja dissipada no anel. Essa potência é dissipada em forma de calor
(efeito Joule).
Fornos a Indução (FI)
Aplicação contínua de potência (sem “taps”) mesmo com carga baixa e
agitação típica resultante das correntes magnéticas
Fornos a Indução (FI)
Elaboração
dos Aços
em FEA
Cálculo e
montagem de
carga fria
Cálculo e montagem de carga fria
A confecção da carga fria é uma das etapas mais importantes do processo de aciaria.

Uma boa carga fria gera:


 custo baixo;
 velocidade de fusão alta;
 boa qualidade

A carga fria normalmente sólida, sendo constituída por sucata, gusa, ferro ligas,
retornos de fundição ou sobra de cortes de lingotes
Cálculo e montagem de carga fria
Características importantes:

 Composição química e níveis residuais (P, S, etc.);


 Densidade (número de carregamentos);
 Dimensão (Carga alta, danos aos refratários);
 Rendimento metálico (Custo);
 Teores de Carbono, Cálcio e Silício (controle da oxidação do metal e controle da
basicidade da escória);
Carburantes/gusa
Em estratificações no centro do cesto.
Objetivo: permitir a descida apropriada
dos eletrodos e impedir a formação de
cascões
camada seguinte : sucata pesada
até 15% do peso total.
Objetivo: evitar quebra de eletrodos por
queda de sucata durante a fusão

 fundo do cesto: camada de sucata leve


sucata leve sem óleo ou água, até 10% do
volume total da sucata.
Objetivo: proteger o revestimento do forno
Cálculo e montagem de carga fria

 Escorificantes
Em direção às paredes do cesto
Objetivo: fora do Círculo Primitivo
dos Eletrodos para prevenir eventual
quebra de eletrodos pelo contato
com material não-condutor
(isolamento)
Montagem de Carga Fria

O cargueiro carrega o cesto com 1000,0 Kg de sucata leve,para evitar


problemas com a abertura do cesto durante o carregamento do forno e
também atua como amortecedor absorvendo o impacto da queda do
material diretamente com o refratário do forno.
Carrega o cesto com o resíduo que está armazenado em caçamba.

Fundo do cesto
com sucata Cesto com resíduo Baia de sucata de C
Cálculo e montagem de carga fria

Modelo de Abastecimento

SUCATA
INDUSTRIAL SUCATEIRO PÁTIO
PÁTIO DE
AVANÇADO SUCATA
(USINA)

CATADOR FERRO
(SUCATA
OBSOLECENCIA) VELHOS

COOPERATIVAS
Cálculo e montagem de carga fria
Tipos de Sucatas

Pesada Oxicorte Obsolescência

Cavacos de aço Industrial Tesourada

 Verificar se existem botijões, cilindros e amortecedores fechados;

 Verificar se existem materiais bélicos e radioativos;

Verificar sucata preparada com terra, pedras, etc.:


Fusão
Fusão
Processo de Fusão - Fase de Ignição e Perfuração
duração: de 1 a 2 minutos
objetivo:
•mergulhar rapidamente o eletrodo na carga
•proteger a abóbada e carcaça superior da radiação do arco
perfil elétrico:
•uso de um ou dois taps de tensão
•comprimento de arco e fator de potência relativamente
baixos (cos  < 0,75)
•estabilizar o arco em uma fase inerentemente instável
energia alternativa: ligar queimador com “chama oxidante”
Fusão
Processo de Fusão - Fase de Fusão da Sucata

duração: de acordo com a potência total do forno


objetivo: fundir a sucata com a maior taxa possível

perfil de energia elétrica: aumentar a potência para obter


o arco de maior comprimento possível e mais estável (fator
de potência entre 0,80 e 0,85)

perfil da energia alternativa: utilização de queimadores e


lanças de oxigênio para reduzir o tempo de fusão da carga.
(Evitar peças densas frontais aos injetores)
Fusão
Processo de Fusão - Fase de Fusão da Sucata
Entrada de energia elétrica
arco estável e o mais longo possível fator de potência
entre 0,80 and 0,85 eletrodos produzem as maiores crateras
possíveis sucata inicia a fusão basicamente a partir do
fundo espaços vazios em torno do eletrodo aumentam a
sucata que cai preenche as crateras

as paredes do forno estão completamente protegidas pela


sucata a tensão no secundário permanece alta vida
satisfatória do revestimento do forno

corrente dos eletrodos permanece relativamente baixa


Fusão
Fusão

Processo de Fusão - Fase de Fusão da Sucata


Injeção de oxigênio

oxigênio = fonte adicional de energia para fusão de sucata

uso do calor de oxidação


corte rápido da sucata pesada

 o calor resulta da reação exotérmica do oxigênio com o


carbono, silício e manganês
 o oxigênio é soprado através de lanças, tão logo a sucata
fique rubra e haja formação de um poço de metal líquido
 oxigênio adicional pode ser injetado via queimadores e/ou
ventaneiras montadas na soleira do forno.
Fusão

Processo de Fusão - Superaquecimento do Banho


Duração: de acordo com a energia total e agitação do banho
objetivo: aumentar a temperatura do banho metálico até o
valor previsto para o vazamento
perfil de energia elétrica: altas correntes combinadas com
tensões significativamente reduzidas
perfil alternativo de energia: injeção de oxigênio e carbono
- controlar as reações metalúrgicas do refino (carbono,
fósforo, enxofre, etc)
- promover a espumação da escória para envolver o arco
elétrico
- agitação do banho e homogeneização.
Fornos Elétricos a Arco (FEA)

Principais reações que ocorrem


durante o processamento do aço.
Refino
oxidante
Refino oxidante
1. Formação de escória oxidante e espumante através do
sopro de oxigênio. As reações químicas básicas são:

As demais reações de oxidação durante o refino oxidante são:


2 Al + 3 O  Al2O3 (escória)
Si + 2 O  SiO2 (escória)
Mn + O  MnO (escória)
2 Cr + 3 O  Cr2O3 (escória)
2 P + 5 O  P2O5 (escória)
Refino oxidante
Seqüência de oxidação de elementos durante o refino oxidante
Refino oxidante
2. A geração de bolhas de CO (“boilling”)
agita o banho acelerando as reações entre banho e escória;
Permite a desgaseificação do aço quanto ao Nitrogênio e o Hidrogênio contido;
aumenta o volume da escória, protegendo a carcaça contra a irradiação dos arcos
vindos dos eletrodos;

OBS:como há consumo de C do banho, ou é utilizada a


adição de carburantes em pó por lança ou esta adição ocorre
previamente com a carga sólida.
Refino oxidante
Controle de Hidrogênio e Nitrogênio

Causas para absorção de N: Causas para absorção de H:

-dissociação das moléculas de N2 na região do arco -Humidade dos materiais


utilizados
- alta temperatura local, que aumenta a solubilidade do N
- Furos na refrigeração dos
- banho com menor proporção de C no FEA fornos

- intensidade de sopro de oxigênio menor no FEA que no LD

-pureza do O2 utilizado
Refino oxidante
Controle de Hidrogênio e Nitrogênio

Consequências da absorção de N: Consequências da absorção de H:

•Envelhecimento (má conformabilidade a • Redução do limite de escoamento


frio); • Redução da ductilidade (medida pelo
•Fragilização; alongamento total até a fratura ou redução de
•Favorecimento de corrosão sob tensão, na
área)
forma de trinca intercristalina;
• Aceleração do crescimento de trincas
•Formação de nitretos indesejáveis.
• Promoção da transição de fratura dúctil para
frágil
Refino oxidante
Redução de Nitrogênio e Hidrogênio

Durante a formação de boilling os teores


de oxigênio e nitrogênio são reduzidos. A
baixa pressão parcial de H e de N nas
bolhas de CO desloca o equilíbrio das
reações abaixo para direita, facilitando a
desgaseificação.

N  ½ N2 (gás)
H  ½ H2 (gás)

Quanto mais curto for o refino redutor e a etapa de vazamento, menor será a
possibilidade de reabsorção destes gases (“pick up”);
Refino oxidante

• O término da fase de refino oxidante é caracterizado pela retirda da escória do


forno:
FIM

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