6 - Fiabilidade II

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Curso de Técnico Superior de Segurança

no Trabalho – nível VI
Ação 14_0282016 BL

M 1 – Noções de Estatística e
Fiabilidade

6 – Fiabilidade II

João Conchinha
TSST (VI)
Eng. Física
[email protected]
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade

Probabilidade de Falha associada a


Equipamentos e Sistemas (Série e Paralelo)

João Conchinha, setembro


6 – Fiabilidade II 2
2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Objetivos

• Avarias / Falhas;
• Fiabilidade – Modelo de Weibull;
• Avaliação da Fiabilidade;
• Períodos característicos;
• Fiabilidade de Sistemas;
– Série;
– Paralelo.

João Conchinha, setembro


6 – Fiabilidade II 3
2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avarias
Avaria/Falha

…é considerada como a cessação da capacidade de um


bem/dispositivo (componente, órgão, sistema…) para realizar a sua
função, para a qual foi concebido.

…é a incapacidade de um bem atingir um determinado nível de


desempenho.

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6 – Fiabilidade II 4
2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avarias
…funções específicas

• capacidade de produção;
• qualidade do produto;
• nível de serviço ao cliente;
• impacto ambiental;
• economia de operação;
• segurança.

Para cada uma destas funções, devem ser especificados valores


limite aceitáveis. Ultrapassado este valor limite, ocorre uma falha
funcional.
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6 – Fiabilidade II 5
2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avarias
Classificação da avaria / falha:

As avarias podem ser classificadas quanto:

• à rapidez com que se manifestam;


• ao grau de importância;
• às causas;
• às consequências;

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6 – Fiabilidade II 6
2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avarias
Tipo de avarias (de acordo com a MCF)

Funcional:
Catastrófica:
• Avaria repentina e completa;

Degradação:
• Avaria progressiva e parcial;

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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avarias

As causas de falha de um bem / dispositivo são classificadas como


resultantes de:

• erros de projeto;
• deficiente seleção de materiais;
• defeitos de fabrico;
• sobrecarga em serviço;
• condições ambientais imprevistas
• (….)

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6 – Fiabilidade II 8
2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Fiabilidade
Etapas… na avaliação da fiabilidade, pelo fabricante:

Até que um bem / dispositivo funcione em condições tais que seja


proporcionado a maior eficácia, segurança e economia de recursos,
devem ser percorridas três etapas:

1) medir a fiabilidade;

2) melhorar a fiabilidade, respeitando compromissos de


custos e segurança;

3) otimizar, maximizando a fiabilidade do dispositivo para


dimensões, custo e disponibilidade prescrita.
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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avaliação da Fiabilidade
• Distribuição ou modelo de Weibull – (Ensaios de Fiabilidade,
proposto inicialmente por Ernst Hjalmar Waloddi Weibull, em 1954 – matemático sueco)

Os ensaios feitos pelos fabricantes, tem como principal objetivo a


determinação da função de risco ou taxa instantânea de falhas λ(t):

A representação gráfica da taxa instantânea de falhas, λ(t), conhecida


por curva da banheira, possui três fases características:

▪ Infantil – onde λ(t) decresce rapidamente;


▪ Vida útil – λ(t) é, praticamente, constante;
▪ Degradação – com crescimento acentuado de λ(t);

NOTA: Na literatura inglesa, a função de risco é designada função hazard, h(t);


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6 – Fiabilidade II 10
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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avaliação da Fiabilidade
.
λ(t)
Função
de risco Mortalidade
infantil Desgaste
Período de vida útil

β<1
β>1
β1

Falhas Falhas de maturidade Falhas por Tempo


imediatas (taxa de falhas  constante) desgaste

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6 – Fiabilidade II 11
2019
Se β  1: (ou  ou ): diz-se que ocorre uma taxa de falha elevada no
início – Fase infantil;
É um comportamento típico de processos industriais em que a grande
maioria das falhas ocorre ainda no processo de produção dos bens ou
ainda quando se elimina a população defeituosa de dispositivos;

Se β  1: taxa de falha λ(t) elevada no fim do ciclo de vida – Fase de


degradação ou desgaste;
Diz-se ainda que a probabilidade de falha é crescente com o tempo... casos
em que há um processo de envelhecimento (desgaste);

Se β  1: diz-se que a taxa de falha é independente do tempo


(aproximadamente constante) – Fase de vida útil;

Designam-se por processos “sem memória” uma vez que as falhas ocorrem
aleatoriamente;
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6 – Fiabilidade II 12
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Distribuição de Weibull
A função (distribuição ou método) de Weibull é frequentemente
utilizada pela flexibilidade da descrição dos três períodos de vida do
bem / dispositivo / sistema. A probabilidade de falha (e sucesso) de
um dispositivo, segundo o modelo de Weibull, são dadas por:
𝑡−𝑡0 𝛽 𝑡−𝑡0 𝛽
− −
𝐹 𝑡 =1− 𝑒 𝜂 𝑅 𝑡 = 𝑒 𝜂

para t > t0 e β > 0;


Onde:
t – tempo decorrido até à falha;
t0 – vida mínima (fiabilidade intrínseca) – intervalo de tempo que decorre até à
primeira falha;
β - parâmetro de forma, que traduz a forma da curva e a caraterística da falha;
 - parâmetro de escala ou vida característica, que traduz as condições de
funcionamento, de carga, ambientais, etc.;
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Avaliação da Fiabilidade
No período de vida útil em que a função de risco λ(t) é praticamente
constante, a função de risco - λ(t) designa-se apenas por taxa de
falha.

sendo a função de risco - λ(t) representada por:

𝛽−1
𝛽 𝑡 − 𝑡0
𝜆 𝑡 = ×
𝜂 𝜂

NOTA: As funções R(t) e F(t) são ambas funções exponenciais negativas. Em muitas situações
práticas, a função exponencial negativa é bastante precisa. Esta precisão melhora com a
independência das falhas (o tempo até à falha do item 1 não depende do tempo até à falha
do item 2).
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6 – Fiabilidade II 14
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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avaliação da Fiabilidade
Distribuição de Weibull :

Parâmetros de Weibull, que caraterizam a função de distribuição são:

t0, β e 

A partir destes valores, é possível estimar a probabilidade do sistema


falhar (ou ter sucesso).

Na prática:
▪ Observam-se os valores de “t” – tempo para a falha;
▪ Ao menor valor de “t”, considera-se “t0” (t0 < t);
▪ Graficamente, são obtidos os valores dos restantes parâmetros de Weibull;
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6 – Fiabilidade II 15
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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Avaliação da Fiabilidade
Distribuição de Weibull:

𝑡−𝑡0 𝛽

𝐹 𝑡 =1− 𝑒 𝜂

𝑙𝑛 −𝑙𝑛 1 − 𝐹 𝑡 = 𝛽 ∙ 𝑙𝑛 𝑡 − 𝑡0 − 𝛽 ∙ 𝑙𝑛 𝜂

𝑦 = 𝑎∙𝑥+𝑏

−𝑏
𝜂= 𝑒𝛽

Exercício – Modelo Weibull β  𝑎 – declive da reta


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2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Períodos característicos
Supondo que se dispõe da informação sobre os tempos que mediaram
entre as sucessivas falhas de um determinado dispositivo, designa-se
por:

TTF (Time to Failure) como sendo o tempo de bom funcionamento do


equipamento, ou seja, o intervalo de tempo que decorre entre duas
avarias consecutivas num determinado equipamento.

MTTF – (Mean time to failure)Tempo médio para a falha


O valor médio dos TTF’s do equipamento, designa-se por tempo médio
para a falha (MTTF): (N – nº de avarias)

σ 𝑇𝑇𝐹
𝑀𝑇𝑇𝐹 =
𝑁
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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Períodos característicos
No caso de um órgão reparável, no qual à medida que os seus
componentes falham, são desmontados e reparados ou substituídos, é
usado o conceito de MTBF (Mean time Between Failures) Tempo médio entre
falhas.

MTTR (Mean time to repair)Tempo médio de reparação de uma falha, isto


é, o tempo provável ao fim do qual a falha está reparada.

MDT (Maintenance Down Time) Tempo de inatividade de um sistema devido


a uma falha. É o intervalo de tempo entre a deteção da avaria e o
momento em que, depois de reparado, o bem retoma o seu
funcionamento.

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2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Períodos característicos

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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Fiabilidade de Sistemas

Sistema é, por definição, um conjunto de órgãos formando um


equipamento.

Um sistema é constituído por diversos componentes que podem


funcionar em série, em paralelo, ou de forma combinada série-
paralelo, por vezes também designado por sistema misto.

Enquanto que um sistema série falha quando qualquer um dos


seus componentes falhar, um sistema paralelo só falha se todos os
seus elementos falharem;

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2019
M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Fiabilidade de Sistemas

Sistema Série

Se num sistema, composto por “n” componentes independentes e


ligados em série, for substituído sempre que ocorra a falha de um
dos seus componentes, a fiabilidade deste sistema serie, RS, será
dada pelo produto das fiabilidades dos componentes.

𝑅𝑆 = ෑ 𝑅𝑖
𝑖=1

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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade
Fiabilidade de Sistemas
Sistema Série

Por outro lado, a probabilidade de falha do sistema é dada por FS.

𝐹𝑆 = 1 − ෑ 1 − 𝐹𝑖
𝑖=1

No caso dos sistemas compostos por “n” componentes iguais, é


boa prática substituir todos os componentes, sempre que um
deles falhar.

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6 – Fiabilidade II 22
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Fiabilidade de Sistemas
Sistema Série
𝑛

𝑅𝑆 = ෑ 𝑅𝑖
𝑖=1
𝑅𝑆 = 𝑅1 × 𝑅2

𝐹𝑆 = 1 − 𝑅𝑆 = 1 − 𝑅1 × 𝑅2

𝐹𝑆 = 1 − 1 − 𝐹1 × 1 − 𝐹2
𝑛

𝐹𝑆 = 1 − ෑ 1 − 𝐹𝑖
𝑖=1
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6 – Fiabilidade II 23
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Fiabilidade de Sistemas

Sistema Série

A fiabilidade de um sistema série pode ser aumentada por uma


destas ações:
• a redução do número de componentes do sistema;
• a seleção de componentes mais fiáveis;
• a introdução de elementos redundantes, deixando o
sistema de ser em série.

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Fiabilidade de Sistemas
Sistema Paralelo

A introdução de elementos redundantes, aumenta naturalmente a


fiabilidade de um sistema.

O sistema só falha quando todos os seus componentes falham.

O principal inconveniente de um sistema paralelo será um


aumento do “peso e do volume” do equipamento, logo um maior
consumo de energia!
João Conchinha, setembro
6 – Fiabilidade II 25
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Fiabilidade de Sistemas
Sistema Paralelo

A redundância é uma forma de aumentar a fiabilidade de um


sistema. Esta redundância pode ser classificada como:

1) Ativa, quando todos os componentes do sistema se encontram


normalmente em funcionamento;

2) Passiva, quando os componentes do sistema apenas


funcionam em caso da ocorrência de falha de outros; (Exemplo:
os geradores de energia de um hospital)
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6 – Fiabilidade II 26
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Fiabilidade de Sistemas
Sistema Paralelo

No caso de existir redundância de


equipamentos, a sua utilização
pode decorrer segundo um dos seguintes regimes:
(Redundância Passiva)

1) Os equipamentos são mudados de condição periodicamente: o que


está em serviço passa a redundante e vice-versa;
2) Cada equipamento funciona continuamente até falhar e, após a
reparação, passa para a condição de redundante;
3) O equipamento em serviço é sempre o mesmo e só durante a falha
e consequente reparação, o outro equipamento funciona;
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6 – Fiabilidade II 27
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Fiabilidade de Sistemas

Sistema Paralelo
A probabilidade de falha de um sistema em paralelo FP é dado pelo
produto das probabilidades de falha de cada um dos componentes
do sistema:

𝐹𝑃 = ෑ 𝐹𝑖
𝑖=1

𝐹𝑃 = 𝐹1 × 𝐹2

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6 – Fiabilidade II 28
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Fiabilidade de Sistemas

Sistema Paralelo
Como a probabilidade de falha é complementar da fiabilidade (de
um sistema em paralelo) RP é dada por:
𝑛

𝑅𝑃 = 1 − ෑ 1 − 𝑅𝑖
𝑖=1

𝑅𝑃 = 1 − 𝐹𝑃

𝑅𝑃 = 1 − 𝐹1 × 𝐹2 = 1 − 1 − 𝑅1 × 1 − 𝑅2

João Conchinha, setembro


6 – Fiabilidade II 29
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Fiabilidade de Sistemas

Exercício Prático

João Conchinha, setembro


6 – Fiabilidade II 30
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M1 – Noções de Estatística e Fiabilidade

Obrigado pela atenção!

[email protected]

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6 – Fiabilidade II 31
2019

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