Ficha de Leitura Sandra
Ficha de Leitura Sandra
Ficha de Leitura Sandra
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desenhamos o programa da nossa disciplina, estamos, de facto, nos situando
num espaço de tomada de decisões.
Planificação do processo de ensino-aprendizagem
Uma das tarefas dos professores no início de cada ano lectivo é planificar, o
que exige reflexão sobre aspectos indispensáveis à estruturação do processo
de ensino-aprendizagem.
Assim, de acordo com a maneira como o professor se posiciona e a sua
maneira de ser, este terá que optar por um núcleo orientador que poderá ser
segundo Proença (1989), o esquema conceptual, as capacidades a desenvolver
ou os problemas sociais em torno dos quais se irá desenvolver a
aprendizagem. A autora defende uma “ visão tridimensional do ensino que
tenha em conta estes aspectos ”. Terá ainda que ter em conta as condições da
escola e as características dos alunos. A planificação deve ser adaptada à
escola multicultural e às diferenças, tendo em conta alunos com Necessidades
Educativas Especiais.
A planificação é necessária e não pode ser deixada ao acaso, uma vez que é
uma espécie de “ fio condutor que vai delineando o caminho a percorrer”, o
professor sabe de onde parte e para onde vai. Na sua elaboração e concepção
podem-se correr alguns riscos, ser ousados, experimentar coisas novas. Se não
correr como esperávamos pode-se sempre recomeçar.
Ao planificar, o professor terá que ter em conta o currículo, o programa da
disciplina, saber as finalidades, as metas, objectivos, conteúdos, as
actividades, recursos, ter em atenção o tempo necessário à sua concretização e
o Projecto Educativo de Escola.
A Planificação, segundo Arends (2008, p.129), é determinante do que é
ensinado nas escolas e da forma como é ensinado. Ainda de acordo com o
mesmo autor, “ estudos mostraram que a planificação tem consequências
tanto para a aprendizagem como para o comportamento”. (Arends, 2008
p.129). Salienta ainda que pode melhorar a motivação e diminuir os
problemas de gestão na sala de aula.
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A planificação deve ser desenvolvida por unidades didácticas ou módulos, o
que confere uma certa unidade, dirigindo o ensino para o objectivo geral.
Tipos de planificação
A planificação a longo prazo
Planificar a longo prazo é elaborar um plano para todo o ano lectivo e faz-se
em reunião de grupo ou de departamento. No fundo não é mais que gerir os
conteúdos pelo tempo. Os temas são divididos em unidades, definindo-se para
cada unidade:
- A linha conceptual
- Os objectivos gerais
- Os tempos lectivos
- Aspectos que possam ter um tratamento interdisciplinar
- As estratégias referidas (em termos muito gerais).
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Planificar a Curto Prazo ou planos de aula
Cortesão (1994:71), enfatiza que ” durante o ano lectivo é focalizado a acção
que se desenrola num contexto muito particular, é necessário elaborar planos
correspondentes às acções que no dia-a-dia vão concretizar as diferentes
parcelas do anterior.”
Ainda, podemos acrescentar que consiste na planificação de cada aula onde se
definem todos os ingredientes essências do plano.
Arends, (1999:59), elucida - nos que estes planos são aqueles a que o
professor disponibiliza mais atenção. É também aqui que melhor se percebe a
forma como o professor encara a dinâmica do ensino/aprendizagem.
Geralmente, os planos diários contêm os conteúdos a serem ensinados, as
técnicas/estratégias motivacionais a serem exploradas, os passos e actividades
específicas preconizadas para os alunos, os materiais necessários e os
processos de avaliação.
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período (matutino, vespertino, nocturno) e a carga horária (quantos
minutos serão dedicados à aula).
Objectivos a serem alcançados com as aulas que serão ministradas.
Algumas palavras-chave ajudam a organizar os objectivos, como:
capacitar os alunos para instrumentalizar, ampliar o conhecimento
sobre, conhecer as relações do..., aprender a/sobre....
Conteúdos são os meios pelos quais se espera alcançar os objectivos.
Actividades propostas (jogos, brincadeiras, manifestações culturais)
explicitadas e explicadas em relação ao sentido de estarem sendo
utilizadas, sua adequação ao nível de escolarização dos alunos e nível
de desenvolvimentos motor e cognitivo, sem deixar de dar atenção às
relações culturais e afectivas que os alunos possuem com as práticas
que estão sendo compartilhadas nas aulas.
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Metodologias de avaliação são as técnicas que o professor utilizará para
avaliar o ensino-aprendizagem, que variam de acordo com a proposta
metodológica empregada para o ensino. Pode ser a participação dos alunos
nas actividades propostas, desenvolvendo competências sociais
(socialização), nos níveis que são alcançados na resolução de problemas
postos pelo professor, em uma concepção mais tradicional de ensino. No
desenvolvimento de capacidades para problematizar os conteúdos propostos,
sua transformação e produção de níveis de autonomia nos usos dos saberes,
em uma aula aberta ou progressista, em que há a participação ativa do aluno
na construção da aula. Ampliação das capacidades físicas e funcionais do
organismo, em uma metodologia voltada para a promoção da saúde. No
desenvolvimento motor, ampliação dos padrões e seu refinamento, em uma
proposta desenvolvimentista. A forma de avaliar dependerá de quais
objectivos foram estipulados pelo professor para serem alcançados no ensino-
aprendizagem, que deve fazer sentido dentro da proposta pedagógica em que
a aula foi projectada.
É fundamental que o professor tenha sempre presente uma visão de conjunto
e da inter-relação dos elementos constituintes do programa, de modo que cada
situação de ensino-aprendizagem constitua uma peça de um todo.
Os planos a longo prazo constituem o suporte organizador dos planos a
médio prazo. E estes constituem o suporte dos programas a curto prazo.
Qualidade de um Plano
Coerência
Adequação
Flexibilidade
Continuidade
Precisão
Riqueza
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Conteúdos de um Plano
Na planificação de unidades de ensino certas necessidades impõem-se de
imediato a selecção de conteúdos e a selecção e definição de objectivos.
Na selecção dos conteúdos é fundamental tomar em consideração algumas
regras básicas:
Não eliminar temas fundamentais para a coordenação vertical;
Considerar como primordiais os temas importantes para a
compreensão do conjunto;
Distribuir os conteúdos em função do tempo disponível e
proporcionalmente à sua importância;
Procurar o equilíbrio entre a transmissão de saberes e o
desenvolvimento de capacidades.
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Características de uma boa planificação
Uma boa planificação tem de ter sempre em conta os elementos como é o
caso da unidade, flexibilidade, continuidade e degradação, objectividade e
realismo, precisão e clareza.
Aspectos que devem ser tomados em conta numa planificação
Um plano para que seja feito de uma forma adequada e responda as
exigências desejadas, ele deve ter uma relevância na sua elaboração tais
como: o nível de desenvolvimento cognitivo dos alunos, objectivos visados,
definição dos conteúdos, número de aulas disponíveis, recursos necessários,
processo de avaliação e a bibliografia básica.
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que actividades teriam de ser organizadas, que distribuição do tempo,
etc.
3. Os que chamam planificação às estratégias de actuação durante o
processo de instrução: qual a melhor forma de organizar os alunos,
como começar as actividades, que marcos de referência para a
avaliação.
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horário pré-agendado, evitando assim a interrupção durante as actividades
regulares. Devem comunicar o progresso da criança de diversas formas. Os
professores devem estimular o diálogo familiar envolvendo os pais em
conversas sobre a matéria educativa dos educandos, dotá-los de estratégias
para poderem participar activamente na educação dos seus educandos, através
de reuniões, convívios e intercâmbios.
Utilizar novas tecnologias
Enfrentar os deveres e os dilemas éticos da profissão
Uma das competências esperadas pelo professor aqui, é a resolução de
conflitos dentro e fora da escola. Para que o professor se torne eficiente na
ligação que estabelece com o seu aluno, precisa de dominar competências de
comunicação que lhe permita dialogar com mais eficácia, dando também mais
significados a conceitos como: respeito pelos interesses dos alunos; educação
de afectos; liberdade de aprender; bom clima na sala de aula; construção de
conhecimentos e autonomia de aprendizagem.
Administrar a sua própria formação continua
Hoje a predominância das práticas de formação valoriza a construção de
saberes pelo aprendiz. Quer essa contextualização esteja centrada na dinâmica
colaborativa quer valorize as interacções entre colegas ou a relação mediada
por tutores, o conjunto dessas situações propõe-se a utilizar o espaço
tecnológico como alavanca do desenvolvimento da autoformação.
Nota reflexiva
Planificação é a primeira etapa obrigatória da actividade de docente. Constitui a previsão e o
programa dos trabalhos escolares para o curso ou para uma unidade ou para parte da unidade.
A planificação é um aspecto essencial do trabalho de qualquer professor. Ao elaborar uma
planificação que seja exequível, o professor deverá ter sempre em conta o público-alvo a que se
destina e os condicionalismos já referidos.
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