VENDA CASADA SEGURO VIDA - Financiamento Imobiliario - Ilegitimidade. Dmo. Repet Indeb em Dobro. Caixa Seguradora - TALITA de PAULA SOUZA
VENDA CASADA SEGURO VIDA - Financiamento Imobiliario - Ilegitimidade. Dmo. Repet Indeb em Dobro. Caixa Seguradora - TALITA de PAULA SOUZA
VENDA CASADA SEGURO VIDA - Financiamento Imobiliario - Ilegitimidade. Dmo. Repet Indeb em Dobro. Caixa Seguradora - TALITA de PAULA SOUZA
Processo: 5050394-87.2019.4.02.5101
Autor: TALITA DE PAULA SOUZA
Ré: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL
Ré: CAIXA SEGURADORA S.A
SIJUR: 19.000.21955/2019
CONTESTAÇÃO
DOS FATOS
1
PRELIMINARMENTE
DO MÉRITO
Repita-se, com toda força, que, durante todo o episódio, não houve
qualquer obrigação ou condição imposta à Autora, sendo todas as decisões
acerca da contratação do seguro tomadas por livre e espontânea vontade da
parte autora.
2
no ônus do Autor de provar que houve coação ou constrangimento tal a viciar a
vontade do demandante.
3
O contrato em espeque passou a ser, a partir de sua assinatura, fonte
formal de direito, devendo ser respeitado pelas partes contratantes - "Pacta sunt
servanda". Portanto, havendo previsão legal que autoriza os encargos, bem como
cláusula contratual expressa, há de prevalecer a vontade das partes, fiel ao princípio
“pacta sunt servanda”.
4
mensalidade de seguro, considerando que usufruiu o direito de recebê-lo. Se
naquela oportunidade tivesse ocorrido algum sinistro, receberia o valor
correspondente ao que foi pactuado no contrato de seguro.
Por outro lado, como é cediço, o caput do artigo 42 da Lei nº. 8.078/90
trata de cobranças de dívidas e não dá margens a dúvida sobre seu campo de
aplicação primária, estabelecendo que o consumidor não pode ser constrangido ou
ameaçado na cobrança de dívidas. O parágrafo primeiro, por sua vez, ao tratar da
regra sobre a repetição do indébito, é claro e específico ao condicionar a devolução
em dobro ao pagamento.
5
Em outras palavras, o consumidor somente fará jus à repetição do
indébito, em dobro, daquilo que pagou, comprovadamente, em excesso,
indevidamente e coagido a fazê-lo, o que não ocorreu no caso em tela.
6
Como a parte autora não prova a hipótese de conduta dolosa ou de
má-fé desta empresa pública. Sendo assim, tal pedido deve ser julgado
improcedente.
DANOS MORAIS
Quanto aos danos morais, não há o que indenizar. Isto porque, ainda
que fossem verdadeiras as afirmações da Autora, o que se admite apenas em tese,
ainda assim não se vislumbraria qualquer ação da Caixa que lhe tivesse causado
dor, angústia ou mágoa, ou que tivesse, de qualquer modo, atentado contra sua
moral ou dignidade.
"Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a dor,
vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade, interfira
intensamente no comportamento psicológico do indivíduo, causando-lhe
aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. Mero dissabor,
aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade exacerbada estão
fora da órbita do dano moral, porquanto, além de fazerem parte da
normalidade do nosso dia-a-dia, no trabalho, no trânsito, entre os amigos e
até no ambiente familiar, tais situações não são intensas e duradouras, a
ponto de romper o equilíbrio psicológico do indivíduo. Se assim não se
entender, acabaremos por banalizar o dano moral, ensejando ações
judiciais em busca de indenizações pelos mais triviais
aborrecimentos."
(Programa de Responsabilidade Civil, Malheiros, 2a edição, p. 78)
7
Na tormentosa questão de saber o que configura dano moral,
cumpre ao juiz seguir a trilha da lógica razoável, em busca da
sensibilidade ético-social normal. Deve tomar por paradigma o
cidadão que se coloca a igual distância do homem frio, insensível e
o homem de extrema sensibilidade. Nessa linha de princípio, só
devem ser reputados como dano moral a dor, vexame,
sofrimento ou humilhação que, fugindo a normalidade, interfira
intensamente no comportamento psicológico do indivíduo,
causando-lhe aflição, angustia e desequilíbrio em seu bem
estar, não bastando mero dissabor, aborrecimento, mágoa,
irritação ou sensibilidade exacerbada.
Destarte, estão fora de órbita do dano moral aquelas situações que,
não obstante desagradáveis, são necessárias ao regular exercício
de certas atividades, como a revista de passageiros nos aeroportos,
o exame de malas e bagagens na alfândega, ou a inspeção pessoal
de empregados que trabalham em setor de valores. Desprovimento
do recurso.” (2ª câm. Civ. Do Tribunal de Justiça do RJ, apel. N.º
8.21/95, Rel. Des. Sérgio Cavalleri Filho).(grifamos).
Do voto do relator extrai-se o seguinte:
“A matéria de mérito cinge-se em se saber o que configura e o que
não configura dano moral. Na falta de critérios objetivos, essa
questão vem se tornando tormentosa na doutrina e na
jurisprudência, levando o julgador a situação de perplexidade.
Ultrapassadas as fases da irreparabilidade do dano moral e da sua
inacumulabilidade como o dano material, corremos agora o risco
de ingressarmos na fase da sua
industrialização, onde o aborrecimento banal ou mera
sensibilidade são apresentados como dano moral, em busca de
indenizações milionárias.
Tenho entendido que, na solução da questão, cumpre ao juiz seguir
a trilha da lógica do razoável, em busca da sensibilidade ético-social
normal. Deve tomar por paradigma o cidadão que se coloca a igual
distância do homem frio, insensível, e o homem de extremada
sensibilidade.
Nessa linha de princípio, só deve ser reputado como dano moral a
dor , vexame, sofrimento ou humilhação que, fugindo à normalidade,
interfira intensamente no comportamento psicológico do indivíduo,
causando-lhe aflições, angustia e desequilíbrio em seu bem estar.
Mero dissabor, aborrecimento, mágoa, irritação ou sensibilidade
exacerbada estão fora da órbita do dano moral, porquanto, além de
fazerem parte da normalidade do nosso dia a dia, no trabalho, no
transito, entre os amigos e até no ambiente familiar, tais situações
não são intensas e duradouras, a ponto de romper o equilíbrio
psicológico do indivíduo. Se assim não se entender, acabaremos por
banalizar o dano moral, ensejando ações judiciais em busca de
indenizações pelos mais triviais aborrecimentos.”(grifamos)
8
Para viabilizar a procedência da ação de ressarcimento
de prejuízos, a prova da existência do dano efetivamente
configurado é pressuposto essencial e indispensável.
Ainda mesmo que se comprove a violação de um dever
jurídico, e que tenha existido culpa ou dolo por parte do
infrator, nenhuma indenização será devida, desde que,
dela, não tenha ocorrido prejuízo. A satisfação, pela via
judicial, de prejuízo inexistente, implicaria em relação
adversa, em enriquecimento sem causa. O pressuposto da
reparação civil está, não só na configuração de conduta
'contra jus', mas, também, na prova efetiva dos ônus, já que
não se repõe dano hipotético." (Recurso Especial, Acórdão
RIP 0006738, RESP 0020386, decisão de 23.05.1994).
CONCLUSÃO
Termos em que
Pede deferimento.