Plano Estadual RSU RO Subproduto 4.3 - Proposição de Medidas para Recuperação de Áreas Degradadas
Plano Estadual RSU RO Subproduto 4.3 - Proposição de Medidas para Recuperação de Áreas Degradadas
Plano Estadual RSU RO Subproduto 4.3 - Proposição de Medidas para Recuperação de Áreas Degradadas
SEDAM
RELATÓRIO FINAL
Produto 4: Elaboração das diretrizes e estratégias para a implementação do PERS/RO e
Documentos Consolidado.
Subproduto 4.3 : Proposição de medidas a serem aplicadas em áreas degradadas, objeto de
recuperação em razão da disposição inadequada de resíduos sólidos ou rejeitos.
EXECUÇÃO
EUNÁPOLIS – BA
JUNHO/2020
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE RONDÔNIA
PERS/RO
PRODUTO 4
SUBPRODUTO 4.3
EXECUÇÃO
iii
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Fiscais do Contrato
Paulo Sérgio Mendes dos Santos Júnior – Me. Geólogo (Titular)
Diego Enrique Gonçalves Monteiro – Esp. Engenheiro Florestal (Substituto)
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Reginalda Maia de Sá
SESAU/RO – Membro Suplente
Arnaldo Teixeira
FUNASA – Membro Titular
Amílcar Adamy
CPRM – Membro Titular
Katarina Rempel
CPRM – Membro Suplente
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Colaboradores SEDAM
Arquimedes Ernesto longo – Engenheiro Agrícola
Cleiton Silva de Amorim – Administrador
Douglas Silvério Gomes – Esp. Engenheiro Ambiental
Eliane Rocha Monteiro - Administradora
Ester dos Santos Dourado Silva – Gestora Ambiental
Guilherme Jordão Cardoso – Esp. Engenheiro Civil
Jussara Rojas e Silva Aizzo – Me.Bióloga
Ricardo Furlan – Esp. Engenheiro Ambiental
Valdir Hamartiuk – Esp. Engenheiro Agrícola
Colaboradores Externos
Cibelle Mendes Cabral – AGEVISA/RO
Paulo Sérgio Souza Marques – ANVISA
Raimundo Jonas de Sá – ANVISA
Danila Colucci Valeck – AROM
Euzilene do Nascimento Pereira – CES/RO
Glauco Rodrigo Kozerski – Consórcio CISAN CENTRAL/RO
Luiz Antônio da Costa Pereira – CPRM
Claudite Maria Ferreira Ribas – IBAMA
Émerson Luiz Nunes Aguiar – IBAMA
João Alberto Ribeiro – IBAMA
Reneide M. da Silva – IBAMA
José de Jesus Bezerra – SEAGRI/RO
Roberto Cláudio Santiago – SEAGRI/RO
Jorge Luís Rodrigues das Neves – SEAS/RO
Sandra Leite Coura – SEAS/RO
vi
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Colaboradores Externos
Arlindo Sérgio Cardoso – SEPOG/RO
Hermenegildo Henrique Soares – SEPOG/RO
Rosalina Sousa Oliveira Moreira – SEPOG/RO
Beatriz Perboni – SUEST/RO
Célia de Lima Gomes Pordeus – SUEST/RO
Vitor Matheus Francischini – SEPOG/RO
Marli Lustosa Nogueira – Ex Servidora da SEDAM/RO
Robison Borges da Silva – Ex Servidor da SEDAM/RO
Tathyana Rodrigues Leal Rocha – Ex Servidora da SEDAM/RO
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
REPRESENTANTE LEGAL
EQUIPE CHAVE
Eng. Civil, Dr Cícero Antunes Catapreta
Coordenador Geral
Biol., Me. Augusto Luciani Carvalho Braga
Coordenador Executivo
Biol., Dr. Bruno Senna Corrêa
Especialista em Resíduos Sólidos – Meio Ambiente
Eng. Civil, Dr. Eduardo Lucena Cavalcante de Amorim
Especialista em Resíduos Sólidos – Engenharia Sanitária
Sociol. Dr., Aldemir Inácio Azevedo
Especialista em Resíduos Sólidos – Socioeconomia
EQUIPE DE APOIO
Eng. Ambiental, Esp. Marconi Vieira
Eng. Ambiental, Esp. Pedro Alves Duarte
Economista Adelmo Mota
Biol. Esp. Andreia Lucas da Silva
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
SUMÁRIO
APRESENTAÇÃO.................................................................................................................................................13
1 ÁREAS DEGRADADAS PELA DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOS .........................................14
1.1 Aspectos socioeconômicos e ambientais .................................................................................................14
1.1.1 Aspectos socioeconômicos..............................................................................................................14
1.1.2 Aspectos ambientais ........................................................................................................................14
2 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RESÍDUOS .......17
2.1 Diretrizes Técnicas ...................................................................................................................................18
2.1.1 Avaliação das condições ambientais ...............................................................................................18
2.1.2 Definição da técnica de recuperação a ser aplicada .......................................................................22
2.2 Alternativas de recuperação da área degradada (lixões) ........................................................................22
2.2.1 Remoção dos resíduos ....................................................................................................................22
2.2.2 Recuperação simples (encerramento de lixão) ...............................................................................23
2.2.3 Recuperação parcial (remediação de lixão) ....................................................................................24
2.2.4 Recuperação como Aterro Controlado ............................................................................................24
2.2.5 Recuperação como Aterro Sanitário ................................................................................................25
2.2.6 Requalificação e uso futuro das áreas recuperadas .......................................................................28
2.3 Estimativa de custos para as medidas de encerramento e remediação de lixões ..................................29
2.3.1 Planilhas de cálculo e composição de custos .................................................................................29
3 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR DISPOSIÇÃO DE RSU EM ÁREAS URBANAS .....34
4 RECUPERAÇÃO DE ÁREAS DEGRADADAS POR DISPOSIÇÃO INADEQUADA DE RCC ..................35
4.1 O gerenciamento dos RCC nos municípios Rondonienses .....................................................................35
4.2 Diretrizes técnicas ....................................................................................................................................37
4.2.1 Remoção dos resíduos ....................................................................................................................37
4.2.2 Isolamento, sinalização e monitoramento .......................................................................................38
4.2.3 Legislação Ambiental e Fiscalização ...............................................................................................38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS .........................................................................................................................38
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ............................................................................................................40
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
LISTA DE QUADROS
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
LISTA DE SIGLAS
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
APRESENTAÇÃO
A Floram Engenharia e Meio Ambiente foi contratada pela Secretaria de Estado do Desenvolvimento
Ambiental (SEDAM) - por meio do Contrato 488/PGE - 2018, em conformidade ao resultado da
Concorrência Pública Nº 050/2016/CEL/SUPEL/RO – tendo como objeto a “Contratação de Empresa
Especializada para elaborar os estudos técnicos e documento consolidado do Plano Estadual de
Resíduos Sólidos – PERS para o Estado de Rondônia nos termos previstos nos artigos16 e 17 da Lei
Federal nº 12.305 de 02 de agosto de 2010 e seu Decreto Regulamentador nº 7.704 de 23 de dezembro
de 2010”.
O presente Relatório Parcial, se refere ao Subproduto 4.3 – “Proposição de medidas a serem aplicadas
em áreas degradadas, objeto de recuperação em razão da disposição inadequada de resíduos sólidos
ou rejeitos”, que, por sua vez, integra a PRODUTO 4 – Diretrizes e estratégias para a implementação
do PERS/RO e documento consolidado.
Este subproduto abrange as proposições e diretrizes técnicas para a realização do diagnóstico da área
impactada pelo lançamento irregular de resíduos, o que auxiliará na definição do método para a sua
recuperação.
Aqui são apresentadas as alternativas para a recuperação das áreas, associadas às medidas
necessárias para viabilizar a inclusão social dos catadores de recicláveis que atuam nos lixões que
serão encerrados e/ou remediados.
13
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
As diferentes formas de acondicionamento dos resíduos sólidos, além de gerar impactos ambientais,
oferecem também riscos à saúde humana. Sua disposição no solo, em lixões ou aterros, por exemplo,
constitui uma importante fonte de exposição humana a várias substâncias tóxicas (GOUVEIA, 2012).
As principais vias de exposição a esses contaminantes são a dispersão do solo e do ar contaminado,
a lixiviação e a percolação do chorume.
Ainda que alguns municípios Rondonienses já estejam destinando seus resíduos para os Aterros
Sanitários implantados através dos consórcios intermunicipais, muitos ainda não encerraram
completamente os seus lixões e outros ainda os utilizam como forma de destinação final.
Nesse contexto, serão apresentados a seguir, os principais impactos oriundos do gerenciamento
inadequado dos principais resíduos sólidos gerados nos municípios do estado de Rondônia.
Resíduos sólidos urbanos
Quando dispostos de forma inadequada, os resíduos sólidos urbanos podem comprometer a qualidade
do solo, da água e do ar, alterando as características físicas, químicas e biológicas, por serem fontes
de compostos orgânicos voláteis, pesticidas, solventes e metais pesados.
Como já informado no Produto 2 – Panorama dos Resíduos Sólidos do Estado de Rondônia, não só
neste estado, mas em boa parte do país, as unidades de disposição final de resíduos sólidos
predominantes ainda são os “lixões”. Essas instalações não apresentam equipamentos para
prevenção da poluição e degradação ambiental provenientes da disposição final dos resíduos.
Resíduos da Construção Civil
A construção civil no Brasil é tida com um indicativo do crescimento econômico e social. Contudo,
constitui-se também como uma atividade geradora de impactos ambientais e seus resíduos têm
representado um grande problema para ser administrado, uma vez que o gerenciamento adequado
dos resíduos ainda encontra obstáculos pelo desconhecimento da natureza dos resíduos e pela
ausência de cultura de separação.
Segundo PIOVEZAN (2007), todas as etapas do processo construtivo, tais como: extração da matéria-
prima, produção de materiais, construção e demolição geram resíduos que causam impactos
ambientais que afetam, direta ou indiretamente, os seguintes aspectos: a saúde, segurança e o bem-
estar da população; as atividades sociais e econômicas; a biota; as condições estéticas e sanitárias
do meio ambiente; a qualidade dos recursos ambientais.
Por outro lado, os resíduos da construção civil são vistos como resíduos de baixa periculosidade, sendo
o impacto causado pelo grande volume gerado. Entretanto, nesses resíduos podem ser encontrados
material orgânico, produtos químicos, tóxicos e embalagens que podem acumular água e proliferação
de insetos e de outros vetores de doenças.
Para minimizar os impactos gerados pela construção civil, a Resolução CONAMA nº 307/2002,
alterada pela Resolução nº 348/2004, determinou que o gerador deve ser responsável pelo
gerenciamento desses resíduos. Essa determinação representou um importante avanço, pois
determina as responsabilidades e estipula a segregação dos resíduos em diferentes classes e
direciona o encaminhamento para reciclagem e disposição final adequada. Além disso, as áreas
destinadas para essas finalidades deverão passar pelo processo de licenciamento ambiental e serão
fiscalizadas pelos órgãos ambientais competentes.
Resíduos dos Serviços de Saúde
Os Resíduos dos Serviços de Saúde (RSS) apresentam elevado potencial de risco e impacto
ambiental. De acordo com a ANVISA (RDC Nº 222/2018), dentre os componentes químicos presentes
nos RSS, destacam-se as substâncias ou preparados químicos (tóxicos, corrosivos, inflamáveis,
reativos, genotóxicos, mutagênicos; produtos mantidos sob pressão - gases, quimioterápicos,
pesticidas, solventes, ácido crômico; produtos usados na limpeza de vidros de laboratórios, mercúrio
de termômetros, substâncias para revelação de radiografias, baterias usadas, óleos, lubrificantes
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
usados) os componentes biológicos, com destaque para aqueles que apresentam agentes patogênicos
causadores de enfermidades e os componentes radioativos (utilizados em procedimentos de
diagnóstico e terapia) e materiais emissores de radiação ionizante.
Ainda de acordo com a ANVISA (2018) há grandes riscos de impactos negativos à saúde de quem
manipula estes resíduos e de alterações do meio ambiente em decorrência da destinação final
inadequada. Destes últimos, destacam-se os impactos de contaminação do solo e dos recursos
hídricos superficiais e subterrâneos e, ainda, a alteração da qualidade do ar em decorrência da
emissão de poluentes provenientes do processo de queima ou incineração dos RSS, a exemplo, dos
furanos e dioxinas, substâncias com alto potencial cancerígeno.
No estado de Rondônia, os impactos dos RSS estão relacionados justamente à destinação final
inadequada dos mesmos, sendo muitas vezes descartados juntamente com os resíduos sólidos
urbanos, nos lixões. Contudo, vale ressaltar que nos casos dos hospitais e outras unidades de saúde
de grande porte, os RSS geralmente são coletados por empresas prestadoras de serviços, em veículos
próprios, sendo que o estado já conta com pelo menos cinco unidades de tratamento térmico de RSS
(Porto Velho, Ariquemes, Vilhena, Cacoal e Rolim de Moura).
Contudo, no caso dos pequenos geradores (clínicas médicas, odontológicas, fisioterápicas e
veterinárias, laboratórios, entre outros) os resíduos podem ser descartados juntamente com os
resíduos sólidos urbanos. Trata-se de um cenário previsto principalmente para os municípios de
pequeno porte e que pode estar causando um passivo ambiental significativo.
Resíduos Sólidos Industriais
As atividades industriais geram diferentes tipos de resíduos, com diversas características, podendo
ser representados por resíduos de processo, resíduos de operações de controle de poluição ou
descontaminação, materiais adulterados, materiais e substâncias resultantes de atividades de
remediação de solo contaminado, resíduos da purificação de matérias-primas e produtos, cinzas,
lodos, óleos, resíduos alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias,
vidros e cerâmicas. Entre os resíduos industriais, inclui-se grande quantidade de material perigoso que
necessita de tratamento especial, devido ao seu alto potencial de impacto ambiental e à saúde
(TOCCHETTO, 2009).
No que se refere aos Resíduos Sólidos Industriais (RSI), não existem para o estado de Rondônia
informações suficientes sobre a quantidade de resíduos gerados, tampouco, quanto ao destino final
dos mesmos. Todavia, cabe salientar que estes empreendimentos são passíveis de licenciamento
ambiental e certamente, para obtenção das respectivas licenças, tiveram que apresentar em alguma
etapa do processo um Plano de Gerenciamento de Resíduos Industriais, informando qual a estimativa
de geração e destinação de seus resíduos.
Resíduos perigosos com Logística Reversa
Os resíduos com logística reversa destacam-se por apresentar resíduos perigosos, classificados de
acordo com a NBR 10.004/2004 como resíduos Classe I. São resíduos que apresentam risco para o
meio ambiente em decorrência de suas características químicas, físicas e biológicas: inflamabilidade,
corrosividade, reatividade, toxicidade e patogenicidade.
O potencial de impactos destes resíduos reside justamente naqueles que são gerados juntamente com
os resíduos sólidos urbanos e comerciais e acabam tendo o mesmo destino final destes resíduos; é o
caso, por exemplo, das pilhas e lâmpadas fluorescentes.
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Planos de recuperação de áreas degradadas (PRADs) têm como objetivo principal a adoção de
medidas corretivas nessas áreas que possibilitem recuperá-las para um uso compatível com as metas
estabelecidas a serem atingidas após a intervenção, adotando-se dessa forma o princípio da aptidão
para o uso (CETESB, 2001). Segundo da SILVA (2004), planos de recuperação são importantes
instrumentos da gestão ambiental para vários tipos de atividades antrópicas, sobretudo aquelas que
envolvem desmatamentos, terraplenagem, exploração de jazidas e áreas de empréstimo, bota-foras e
deposição de RSU diretamente no solo.
De acordo com TEIXEIRA (2008), os conceitos de encerramento e remediação de lixão são definidos
como:
Encerramento de lixão - o conjunto dos procedimentos, serviços e obras necessário para o
encerramento das atividades de operação do lixão. Estão incluídos a retirada e
encaminhamento dos catadores, cobertura dos resíduos com solo e cercamento da área.
Remediação de lixão - o conjunto dos procedimentos, serviços e obras necessário para a
redução ao mínimo considerado possível, do ponto de vista técnico, e viável, do ponto de vista
dos recursos (técnicos e financeiros) disponíveis, o potencial de comprometimento ambiental
associado aos referidos despejos de lixo, tendo em vista o volume aparente e a natureza
intrínseca dos resíduos neles predominantemente dispostos, bem como a maior ou menor
fragilidade dos contextos ambientais em que estejam inseridos. Estão incluídos todos os
procedimentos e programas sociais necessários para a remoção dos catadores do lixão.
De acordo com SARTORE (2007), a recuperação de uma área degradada por deposição inadequada
de lixo envolve a remoção total dos resíduos depositados, transportando-os para um aterro sanitário,
seguida da deposição de solo natural da região na área escavada. Contudo, ações deste porte
compreendem elevados custos, inviabilizando economicamente este processo e forçando a adoção de
soluções mais simples e econômicas de modo a minimizar o problema (IBAM, 2001).
ALBERTE (2003) afirma que essas soluções envolvem um conjunto de providências, através das quais
espera-se minimizar os efeitos impactantes gerados ao meio ambiente, e consistem em intervir em um
lixão com o intuito de encerrar a sua operação, requalificando-o ambientalmente ao espaço onde está
inserido, reduzindo os impactos ambientais negativos sofridos pela área e dando-lhe outra finalidade.
Para o encerramento ou remediação do lixão, além da minimização dos impactos e danos ambientais
já ocasionados, uma questão extremamente relevante a ser igualmente estudada é a organização e o
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Uma maneira bastante equivocada que muitos municípios utilizam como encerramento do lixão
consiste unicamente na interrupção da disposição de resíduos no local, cercamento e abandono da
área. Se por um lado, tem-se o encerramento das atividades de catadores, por outro, ainda persistem
a geração de gases, chorume e odores devido à continuidade dos processos biológicos de
decomposição da matéria orgânica no interior da massa de resíduos, podendo causar poluição do ar,
do solo e das águas superficiais e subterrâneas.
Por isso, em razão da continuidade e agravo dos problemas ambientais, o simples abandono e
fechamento das áreas utilizadas para disposição final de resíduos sólidos urbanos deve ser evitado,
sendo necessária a adoção de técnicas que minimizem os impactos ambientais.
Para tanto, a escolha da técnica a ser utilizada deverá ser pautada por um estudo prévio detalhado do
local, que avalie as condições físicas e o comprometimento ambiental da área. Esse estudo deve
contemplar, no mínimo, a realização de levantamento planialtimétrico do terreno, estudos de
sondagem e caracterização geotécnica, análises de águas superficiais e subterrâneas, entre outros
(LANZA, 2009).
Cabe ressaltar que os estudos para a definição da melhor técnica, bem como os projetos e as
operações de recuperação devem ser realizados sob a supervisão técnica de profissional(is)
habilitado(s), procedendo-se ao registro das Anotações de Responsabilidade Técnica no(s)
respectivo(s) Conselho(s) Profissional(is) (ALBERTE, 2005).
A recuperação de uma área degradada pela disposição inadequada de resíduos sólidos deve ser
precedida de dois momentos: I) avaliação das condições ambientais; II) definição da técnica de
recuperação a ser aplicada.
Ambas as medidas dependem da realização de um estudo de campo no qual devem ser avaliadas as
condições de comprometimento dos componentes ambientais e definida a melhor técnica a ser
utilizada. Esse estudo deve contemplar, no mínimo, a realização de levantamento planialtimétrico do
terreno, estudos de sondagem e caracterização geotécnica, análises de águas superficiais e
subterrâneas, entre outros (FEAM, 2010).
Caberá ao poder público municipal ou estadual promover a elaboração do Plano de Recuperação de
Área Degradada (PRAD) por lixão com base neste documento de referência, no qual deverá definir as
medidas técnicas de recuperação e controle ambiental necessárias, os custos e o cronograma de
implementação.
2.1.1 Avaliação das condições ambientais
A elaboração de um diagnóstico ambiental deve preceder as demais etapas de intervenção relativas à
recuperação ambiental dos lixões. Devem ser identificados e descritos os prováveis impactos
ambientais, diretos e indiretos, decorrentes da disposição irregular dos resíduos sólidos, levando-se
em consideração a relação das atividades modificadoras com os elementos de análise (fatores
ambientais, processos, problemas e potenciais).
2.1.1.1 Conteúdo mínimo sugerido para o diagnóstico do lixão
Como sugestão, foram pré-definidas três fases de diagnóstico, as quais subsidiarão a escolha da
melhor técnica a ser aplicada para a recuperação da área degradada/lixão.
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
O processo de recuperação ambiental de uma área de lixão deverá considerar as seguintes soluções
(FEAM,2010):
Remoção de resíduos;
Recuperação simples;
Recuperação parcial;
Recuperação como aterro sanitário.
2.2.1 Remoção dos resíduos
Uma das técnicas utilizadas para o encerramento de uma área degradada pela disposição inadequada
de resíduos envolve a remoção e o transporte desses resíduos para outro local, previamente preparado
e regularizado no órgão ambiental competente.
Entretanto, essa alternativa só é viável quando a quantidade de resíduos a ser removida e transportada
não é muito grande, pois essas atividades representam elevados custos e dificuldades operacionais,
que podem inviabilizar economicamente o processo.
Um aspecto a ser observado relacionado a esta técnica é que a quantidade de resíduos a ser removida
é uma questão de ampla relatividade, pois as prefeituras com maiores recursos orçamentários e com
equipamentos adequados poderão remover quantidades julgadas por elas pequenas e que seriam
grandes pelas administrações de menor capacidade. Além disso, o tempo decorrido desde o início da
disposição de resíduos no lixão interfere na quantidade de resíduos a ser removida (ALBERTE, 2005).
A avaliação da viabilidade da remoção dos resíduos deve considerar ainda que a substituição dos
locais seja vantajosa sob o ponto de vista ambiental, como nas seguintes circunstâncias (SARTORE,
2007):
Os resíduos saem de um local em que não foram utilizados critérios técnicos para sua
disposição final e vão para outra área previamente preparada, como um aterro sanitário;
Os resíduos saem de uma área urbana ou em vias de expansão urbana e vão para uma área
sem conflitos de ocupação, de preferência já degradada;
Os resíduos saem de uma área vulnerável à contaminação do meio ambiente e são
encaminhados para outra, com maior capacidade tampão e melhores características
geológicas e geotécnicas;
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Os resíduos saem de uma área com vocação para usos mais nobres e vão para outra, com
pequeno valor imobiliário e usos corriqueiros.
A remoção dos resíduos também é uma alternativa altamente recomendável quando o lixão estiver
localizado em área de risco geológico ou geotécnico que possa significar perigo para a população e o
meio ambiente, tais como:
Escorregamento do depósito sobre residências localizadas em encostas íngremes,
Assoreamento de nascentes,
Possibilidade de ruptura do maciço em razão do empilhamento concentrado dos resíduos em
pequenas áreas, com grande altura e inclinação.
Para as áreas de risco geológico ou geotécnico podem também ser aplicadas técnicas de engenharia,
como a reconformação da geometria do depósito, criando-se arranjos mais estáveis para as
plataformas de disposição de resíduos. A adoção desse tipo de projeto deve prever um uso futuro
apropriado para a área, evitando-se a ocupação por habitações ou outras instalações que possam
colocar em perigo a população.
No entanto, esses procedimentos poderão ter custos bem mais elevados que a remoção dos resíduos.
Adicionalmente, deve-se considerar que os custos resultam da soma dos valores remunerados para
as operações de escavação, deslocamento, lançamento, espalhamento e conformação na nova área,
com os gastos adicionais de conformação, drenagem e recomposição vegetal na antiga área.
Paralelamente à remoção dos resíduos, deverá ser realizada uma avaliação da contaminação do solo
e da água subterrânea na área degradada, de acordo com as diretrizes estabelecidas pela legislação
brasileira e pelos órgãos ambientais.
Caso a avaliação não tenha constatado a ocorrência de contaminação na área, esta deve ser
recuperada, com reposição de solo natural e revegetação com espécies da região, de acordo com um
Plano de Recuperação elaborado por profissional habilitado e avaliado pelo órgão ambiental
competente.
2.2.2 Recuperação simples (encerramento de lixão)
A recuperação simples deve ser aplicada nos casos em que o maciço de resíduos for baixo e com
taludes estáveis na condição em que se encontra. Neste caso, poderá ser capeado com solo, sem
manejo de resíduos, de modo seguro e economicamente viável.
Para tanto, recomenda-se a adoção dos seguintes procedimentos:
Avaliação da extensão da área ocupada pelos resíduos;
Delimitação da área com cerca de isolamento, placas de advertência e portão;
Arrumação dos resíduos em valas escavadas ou reconformação geométrica com a menor
movimentação, visando a configuração mais estável;
Conformação do platô superior com uma declividade mínima em direção das bordas ou, no
caso de valas, o nivelamento final deverá ser feito de forma abaulada para evitar o acúmulo de
águas de chuva sobre a vala e ficar em cota superior à do terreno, prevenindo prováveis
recalques;
Recobrimento do maciço de resíduos com uma camada mínima solo argiloso, inclusive nos
taludes laterais. Deve ser avaliada a necessidade da utilização de membrana sintética antes da
camada de argila, para se obter maior impermeabilidade.
Execução de canaletas de drenagem pluvial a montante do maciço para desvio das águas de
chuva;
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Lançamento de uma camada de terra vegetal ou composto orgânico para possibilitar o plantio
de espécies de raízes curtas, preferencialmente nativas;
Registro no cadastro da prefeitura da restrição de uso futuro da área.
Dentre as vantagens aventadas para esse tipo de intervenção, ressalta-se a simplicidade dos
equipamentos exigidos (trator de esteiras de qualquer porte é desejável), dispensando a aquisição de
novos equipamentos.
2.2.3 Recuperação parcial (remediação de lixão)
Cabe observar que a recuperação parcial de um depósito irregular de resíduos deve ser objeto de um
projeto conceitual e de um projeto executivo, que contemple, no mínimo, as seguintes medidas:
Rearranjo dos resíduos espalhados em um único ponto na área do lixão, formando-se um único
maciço;
Reconformação geométrica baseada em avaliação geotécnica para garantir a estabilidade dos
taludes e capeamento do depósito com selo impermeável de solo argiloso;
Conformação do platô superior com declividade mínima na direção das bordas;
Inclusão de sistema de drenagem de chorume e de gases;
Controle da emissão e tratamento de lixiviados, por meio de barreiras de contenção ou drenos
direcionados para sistemas de tratamento, de recirculação ou de acumulação para posterior
envio a uma estação de tratamento de esgotos;
Coleta e desvio das águas superficiais, de forma a minimizar o ingresso das águas de chuva
no maciço de resíduos;
Controle da emissão e queima de gases;
Isolamento da área;
Controle de recalques;
Controle da qualidade do ar;
Controle da qualidade das águas superficiais e subterrâneas da área, por meio de poços de
monitoramento;
Implantação de cobertura vegetal com gramíneas nos maciços de resíduos encerrados.
A alternativa geométrica para a recuperação parcial deve ser muito bem estudada e discutida,
observando-se sempre a sua exequibilidade. A alternativa geométrica mais simples é aquela em que
o lixão se encontra em uma área bem protegida (do ponto de vista geológico/hidrogeológico) e dispõe
de amplos espaços laterais para desmonte e aplainamento dos depósitos. A mais difícil é aquela em
que o lixão já é alto, tem um platô superior de área reduzida e não dispõe de muita área lateral para
desmobilização e rearranjo das novas pilhas.
2.2.4 Recuperação como Aterro Controlado
A recuperação de um lixão como aterro controlado pode ser uma alternativa interessante para os
municípios com populações inferiores a 20.000 habitantes, até que seja implantado, por meio de
respectivo processo de regularização ambiental, sistema adequado de disposição final de resíduos
(TEIXEIRA, 2008).
Para tanto, é muito importante a certeza de que o lixão não tenha recebido resíduos perigosos – Classe
I ao longo de sua vida operacional, conforme a NBR 10004/2004 da ABNT.
Além disso, a área deverá atender aos seguintes requisitos, preferencialmente:
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PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
O lixão não deve estar localizado em áreas de reconhecida formação cárstica, ou sobre
qualquer outra formação geológica propícia à formação de cavernas;
O lixão não deve estar localizado em áreas erodidas, em especial em voçorocas ou em Áreas
de Preservação Permanente (APP);
A área deve possuir solo de baixa permeabilidade e ter declividade média inferior a 30%;
O lixão não deve estar localizado em área sujeita a eventos de inundação;
O lixão deve estar situado a uma distância mínima de 300 metros de cursos d’água ou qualquer
coleção hídrica. Poderão ser admitidas distâncias entre 200 e 300 metros, desde que não exista
outra alternativa locacional;
O local deve estar a uma distância mínima de 500 metros de núcleos populacionais;
O local deve estar a uma distância mínima de 100 metros de rodovias federais, a partir da faixa
de domínio estabelecida pelos órgãos competentes.
Para transformação do lixão em aterro controlado, os municípios deverão realizar as seguintes ações:
Avaliação da extensão da área ocupada pelos resíduos;
Delimitação da área com cerca de isolamento e portão, complementada por espécies
arbustivas/arbóreas;
Identificação do local com placas de advertência;
Limpeza do local, remoção dos resíduos espalhados e disposição em valas escavadas ou
plataformas, conforme a seguir:
o Em rampa, método empregado em áreas de meia encosta, com boas condições de
escavação do solo natural, onde o lixo é disposto e compactado pelo trator e,
posteriormente, coberto com solo.
o Em valas, que podem ser de pequenas dimensões, com compactação e recobrimento
dos resíduos feitos manualmente, ou de grandes dimensões, permitindo a entrada de
equipamentos no seu interior para compactação e recobrimento dos resíduos.
Nos locais onde a disposição de resíduos estiver encerrada, deverá ser feita a conformação do
platô superior com declividade mínima de 2%, na direção das bordas ou, no caso de valas, o
nivelamento final deverá ser feito de forma abaulada para evitar o acúmulo de águas de chuva
sobre a vala e ficar em cota superior à cota do terreno, prevenindo prováveis recalques;
Recobrimento final do maciço de resíduos com uma camada mínima de 50 cm de argila de boa
qualidade, inclusive nos taludes laterais;
Execução de canaletas de drenagem pluvial a montante da área de disposição para desvio das
águas de chuva;
Execução de drenos verticais de gás;
Lançamento de uma camada de terra vegetal ou composto orgânico para possibilitar o plantio
de espécies nativas de raízes curtas, preferencialmente gramíneas.
2.2.5 Recuperação como Aterro Sanitário
De acordo com TEIXEIRA (2008), quando o lixão está localizado em uma área que atende aos
requisitos mínimos estabelecidos na NBR 13896 (ABNT, 1997) e demais restrições, como área de
segurança aeroportuária, unidades de conservação de proteção integral, afastamento mínimo de
recursos hídricos, dentre outras, e as dimensões e características do terreno possibilitam a sua
25
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
utilização adicional por um período superior a 15 anos, a recuperação como um aterro sanitário
construído em área adjacente pode ser uma alternativa viável. Destaca-se que os estudos a serem
elaborados devem incluir a avaliação do solo e da água subterrânea quanto à contaminação da área.
No caso de recuperação como aterro sanitário, a elaboração dos projetos e estudos ambientais deve
ser pautada na legislação ambiental e nas Normas Técnicas da ABNT, notadamente a NBR 13896
(ABNT, 1997) e a NBR 8419 (ABNT, 1992).
Propõe-se aqui duas alternativas de solução para os resíduos já depositados no lixão, a ser definida
no Plano de Recuperação de Área Degradada, a partir de análises, por exemplo, de impacto ambiental
e área ocupada no terreno por cada alternativa:
a) Remoção dos resíduos espalhados com lançamento dos resíduos dentro de uma vala
impermeabilizada nos moldes de um ASPP;
b) Conformação dos resíduos espalhados em um aterro compactado e coberto com gramíneas.
Para qualquer uma das alternativas, faz-se necessário a limpeza de toda a área com a disposição
irregular dos resíduos, objetivando a melhoria dos aspectos estéticos-sanitários da área bem como a
eliminação de fogo e fumaça, já que a presença de fogo e fumaça no lixão muitas vezes deriva da
combustão espontânea ou da ação de pessoas que ateiam fogo em alguns tipos de resíduos. A
eliminação de fogo e fumaça deve ser prevista e é de simples execução, dependendo apenas da
cobertura do material após a disposição.
Para os resíduos que serão destinados futuramente ao aterro sanitário, a reabilitação proposta deverá
considerar a disposição dos resíduos em uma vala/trincheira devidamente impermeabilizada, além de
toda a infraestrutura de um aterro sanitário. A definição da implantação como vala ou trincheira, ficará
a cargo do PRAD e influenciará na operação do aterro sanitário, que poderá ser mecanizada e/ou
simplificada.
Portanto, para fins da readequação do lixão como aterro sanitário deverão ser consideradas as
seguintes diretrizes gerais descritas adiante, típicas de AS:
Levantamento topográfico;
Isolamento da área;
Construção de guarita e implantação de vigilância;
Segurança da área;
Cortina vegetal;
Controle de resíduos (balança rodoviária);
Construção de um sistema viário (via de acesso/serviços);
Escavação e impermeabilização de vala/trincheira;
Instalação de sistema de drenagem pluvial periférico;
Construção do sistema de drenagem de líquidos lixiviados;
Instalação de drenos de biogás;
Acompanhamento e monitoramento constante.
a) Levantamento topográfico
O levantamento topográfico (planialtimétrico) deverá preceder a execução das demais etapas para
requalificação do lixão para ASPP. Para que todas as etapas descritas anteriormente sejam
executadas, é necessário que seja feito um levantamento topográfico fidedigno da área, demarcando
claramente as áreas em que há resíduos dispostos.
26
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Essa medida permitirá avaliar claramente a situação local e contribuirá para a elaboração de um projeto
adequado.
b) Isolamento da área
Na elaboração do projeto de recuperação deverá ser previsto o fechamento da área do lixão por meio
da implantação de uma cerca, de forma a isolar todo o perímetro da área. Com isso, espera-se
restringir o acesso de pessoas não autorizadas, bem como de animais.
c) Construção de guarita e implantação de vigilância
Em caráter complementar ao cercamento, deve ser prevista a construção de uma guarita/posto de
vigilância para abrigar o profissional que fará o controle de acesso à área. Além de restringir o acesso
de pessoas não autorizadas, permitirá o controle do acesso de veículos transportando resíduos
sólidos. A unidade deverá ser dotada de instalação sanitária, iluminação natural e artificial e ventilação.
d) Segurança da área
Deve ser prevista a presença de pelo menos dois vigilantes para vistoriar e garantir o controle de
acesso à área do aterro.
e) Cortina vegetal
A barreira vegetal tem como principal função complementar o isolamento da área. Contudo, deverá
também colaborar para a retenção de partículas e gases poluentes, por meio da superfície foliar. Para
atender este objetivo as espécies cultivadas devem ter folhas com as seguintes características
morfológicas: pequenas, miúdas, pilosas, cerosas ou espinhosas.
A cortina vegetal também contribuirá para impedir o contato visual dos que passam nas proximidades
da área, diminuindo o seu impacto visual assim, além disso, atuará como um quebra vento natural.
f) Controle de resíduos
Deverá ser adotada uma sistemática de controle do tipo de resíduos a serem dispostos na área. Assim,
deve-se prever a instalação de uma cancela, próxima à área onde for implantada a guarita, tornando
obrigatória a identificação do tipo de resíduo e do usuário antes de acessar a área.
g) Construção de um sistema viário (via de acesso/serviços)
Deverá ser implantada uma via perimetral em toda a área para possibilitar o acesso à mesma em todos
os seus pontos. Por esta via deverão circular todos os veículos, equipamentos e máquinas do aterro,
bem como os veículos de vigilância ou segurança privada.
h) Escavação e impermeabilização de vala/trincheira
Conforme já abordado, o projeto deverá definir se a disposição será por vala ou trincheira, de acordo
com a NBR 15849/2010.
No aterro de valas, estas têm dimensões prefixadas e reduzidas. Também não há rampas de acesso,
portanto, a disposição ocorre sem a entrada de veículos nas valas, devendo haver preocupação com
a integridade do sistema de impermeabilização no momento do descarte.
No sistema de trincheiras, as dimensões são maiores e existem rampas que permitem o acesso dos
caminhões coletores, tratores de esteiras e demais veículos para o descarte, compactação e cobertura
dos resíduos, dentro das trincheiras.
Os trabalhos de escavação e impermeabilização das valas/trincheiras pode ser executado por
empresas de terraplenagem enquanto a instalação de geomembranas de Polietileno de Alta
Densidade (PEAD) deverá ser realizada apenas por empresas credenciadas pelos fabricantes deste
tipo de material.
i) Instalação de sistema de drenagem pluvial periférico
27
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
28
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
As áreas encerradas podem também ser utilizadas para pastagens ou plantações (de grãos, lenhosas,
viveiros de mudas etc.), observando-se, em ambos os casos, a recomendação de que a camada
utilizada para o plantio (acima da camada selante argilosa) seja suficiente para garantir que as raízes
não entrem em contato com os resíduos dispostos, sugerindo-se que as raízes cheguem, no máximo,
até a camada de argila da cobertura final.
Em qualquer caso, a requalificação do local deve proporcionar uma integração à paisagem do entorno
e às necessidades da comunidade local, sendo recomendável a participação de seus representantes
nessa decisão.
As técnicas de reabilitação ou recuperação de áreas degradadas pelos lixões, no âmbito dos projetos
de engenharia são enquadradas em duas categorias: 1) Encerramento e 2) Remediação, segundo os
critérios adiante:
Encerramento de lixão: concepção adotada para municípios com população de até 30.000
habitantes, ou seja, é o caso da técnica de recuperação simples. Admite-se apenas a
conformação dos resíduos e cobertura destes com terra e plantio de grama, além do isolamento
da área e implantação de sistema de drenagem pluvial externa ao maciço de resíduos
conformado.
Remediação de lixão: concepção para municípios com população acima de 30.000 habitantes,
isto é, a técnica de recuperação parcial. Além do isolamento da área, implantação do sistema
de drenagem pluvial externa, conformação do maciço de resíduos, cobertura com solo e plantio
de grama, deve-se implantar sistemas de drenagem de gases e chorume, flares para a queima
de gases e um sistema para tratamento ou acumulação de chorume, que possibilite o transporte
para local de tratamento.
É importante esclarecer que a análise de custo do encerramento e remediação de lixão em função da
população atendida ainda implica em equívocos, uma vez que dados levantados no PRAD dos lixões,
tais como data de início da disposição, padrão de disposição de resíduos no terreno, área do terreno,
cubagem de resíduos dispostos, fornecerão um valor mais preciso da recuperação. Entretanto, os
valores apresentados acima servem como referências, no âmbito do planejamento, até que os PRADs
sejam elaborados. Também não estão inclusos os preços da elaboração destes planos de
recuperação, que em média representam 10% do valor da recuperação.
2.3.1 Planilhas de cálculo e composição de custos
É importante salientar que todo e qualquer projeto de engenharia para o encerramento, remediação,
recuperação ou requalificação de áreas de destinação irregular de resíduos, além dos estudos já
comentados anteriormente, deverá ser precedido de uma planilha detalhada de custos para a sua
implantação. A planilha apresentada a seguir (Quadro 3.1) é apenas um exemplo de composição
orçamentária, devendo ser adaptada e complementada, a depender de cada tipo de projeto e da
realidade local.
29
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Quadro 2.1 - Modelo sugestivo de planilha de custos para projetos de recuperação de áreas degradadas por disposição irregular de resíduos.
Serviços Fornecimento
Data: SINAPI -
OBRA TIPO DE PROJETO (encerramento/remediação/AS) BDI(%): BDI(%):
MÊS/ANO
30% 18%
SUB-
VALOR
VALOR TOTAL
ITENS COD. SINAPI SERVIÇOS UNID. QUANT. UNIT. + TOTAL
UNIT. COM
BDI
BDI
1 SERVIÇOS PRELIMINARES 0,00
1.1 COMPOSIÇÃO MOBILIZAÇÃO E DESMOBILIZAÇÃO gl
1.2 PLACA DE OBRA EM CHAPA DE AÇO GALVANIZADO m2
BARRACÃO DE OBRA EM TÁBUAS DE MADEIRA COM BANHEIRO, COBERTURA EM FIBROCIMENTO 4
1.3 m2
MM, INCLUINDO INSTALAÇÕES HIDRO-SANITÁRIAS E ELÉTRICAS
1.4 LIMPEZA DE TERRENO - RASPAGEM MECANIZADA (MOTONIVELADORA) DE CAMADA VEGETAL m2
30
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Quadro 2.1 - Modelo sugestivo de planilha de custos para projetos de recuperação de áreas degradadas por disposição irregular de resíduos.
Serviços Fornecimento
Data: SINAPI -
OBRA TIPO DE PROJETO (encerramento/remediação/AS) BDI(%): BDI(%):
MÊS/ANO
30% 18%
SUB-
VALOR
VALOR TOTAL
ITENS COD. SINAPI SERVIÇOS UNID. QUANT. UNIT. + TOTAL
UNIT. COM
BDI
BDI
4.1 DRENAGEM DE AG. PLUV. NA ÁREA DO MACIÇO DE REMEDIAÇÃO
4.1.1 73882/002 MEIA CANA DE CONCRETO, DIÂMETRO 300 MM m
4.1.2 CAIXA DE INSPEÇÃO 90X90X80 CM EM ALVENARIA - EXECUÇÃO un.
CAIXA DE INSPEÇÃO EM ALVENARIA DE TIJOLO MACIÇO 60X60X60CM, REVESTIDA INTERNAMENTE
4.1.3 COM BARRA LISA (CIMENTO E AREIA, TRAÇO 1:4) E=2,0CM, COM TAMPA PRÉ-MOLDADA DE un.
CONCRETO E FUNDO DE CONCRETO 15MPA TIPO C – ESCAVAÇÃO E CONFECÇÃO
4.2 ENROCAMENTO
4.2.1 REGULARIZAÇÃO E COMPACTAÇÃO MANUAL DE TERRENO COM SOQUETE m2
4.2.2 FORNECIMENTO E LANÇAMENTO DE BRITA N. 4 COMPACTAÇÃO OU APILOAMENTO m3
ALVENARIA EM TIJOLO CERÂMICO MACICO 5X10X20CM ESPELHO (ESPESSURA 5CM), ASSENTADO
4.2.3 m2
COM ARGAMASSA TRAÇO 1:2:8 (CIMENTO, CAL E AREIA)
4.3 BACIA DE CAPTAÇÃO DE ÁGUA PLUVIAL
ESCAVAÇÃO, CARGA E TRANSPORTE DE MATERIAL DE 1A CATEGORIA, CAMINHO DE SERVIÇO
4.3.1 LEITO NATURAL, COM ESCAVADEIRA HIDRÁULICA E CAMINHÃO BASCULANTE 6 M3, DMT 50 ATE 200 m3
M
31
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Quadro 2.1 - Modelo sugestivo de planilha de custos para projetos de recuperação de áreas degradadas por disposição irregular de resíduos.
Serviços Fornecimento
Data: SINAPI -
OBRA TIPO DE PROJETO (encerramento/remediação/AS) BDI(%): BDI(%):
MÊS/ANO
30% 18%
SUB-
VALOR
VALOR TOTAL
ITENS COD. SINAPI SERVIÇOS UNID. QUANT. UNIT. + TOTAL
UNIT. COM
BDI
BDI
7 SISTEMA DE ACUMULAÇÃO DO LÍQUIDO PERCOLADO 0,00
7.1 Tanque de Acumulação
LOCACAO CONVENCIONAL DE OBRA, ATRAVÉS DE GABARITO DE TÁBUAS CORRIDAS
7.1.1 m2
PONTALETADAS, COM REAPROVEITAMENTO DE 10 VEZES
ESCAVAÇÃO, CARGA E TRANSPORTE DE MATERIAL DE 1A CATEGORIA, CAMINHO DE SERVICO
7.1.2 LEITO NATURAL, COM ESCAVADEIRA HIDRÁULICA E CAMINHÃO BASCULANTE 6 M3, DMT 50 ATÉ 200 m3
M
7.1.3 ESPALHAMENTO MECANIZADO (C/ MOTONIVELADORA) MATERIAL DE 1A CATEGORIA m2
7.1.4 REGULARIZAÇÃO E COMPACTAÇÃO MANUAL DE TERRENO COM SOQUETE m2
7.1.5 GEOMEMBRANA LISA PEAD ESPESSURA 2MM - FORNECIMENTO m2
7.1.6 GEOMEMBRANA LISA PEAD ESPESSURA 2MM - INSTALAÇÃO m2
7.1.7 TUBO PVC ESGOTO PREDIAL DN 75MM, INCLUSIVE CONEXÕES - FORNECIMENTO E INSTALAÇÃO m
7.1.8 JOELHO PVC SERIE R P/ ESG PREDIAL 45G DN 150MM un
7.1.9 CAIXA DE INSPEÇÃO EM ALVENARIA DE TIJOLO MACIÇO 60X60X60CM un
7.1.11 CONCRETO 1:3:5 COM BETONEIRA PARA EXECUÇÃO DAS PLACAS DE FUNDO m3
FORMA PINHO 3A P/FUNDAÇÃO RADIER REAPROV 3 VEZES -
7.1.12 m2
CORTE/MONTAGEM/ESCORAMENTO/DESFORMA, NÃO INCLUÍDO DESMOLDANTE
7.1.13 BRAÇADEIRA C/ PARAFUSO D = 3" un
7.1.14 PISO BORRACHA 500X500X7 MM PASTILHADO P/ ARGAMASSA A.15 PLURIGOMA PRETO m2
32
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Quadro 2.1 - Modelo sugestivo de planilha de custos para projetos de recuperação de áreas degradadas por disposição irregular de resíduos.
Serviços Fornecimento
Data: SINAPI -
OBRA TIPO DE PROJETO (encerramento/remediação/AS) BDI(%): BDI(%):
MÊS/ANO
30% 18%
SUB-
VALOR
VALOR TOTAL
ITENS COD. SINAPI SERVIÇOS UNID. QUANT. UNIT. + TOTAL
UNIT. COM
BDI
BDI
PORTAO EM TELA RÍGIDA E MOLDURA EM AÇO COM DUAS FOLHAS DE ABRIR 2X3,50MX1,80M,
8.5 INCLUSO CADEADO, FUNDO ÓXIDO FERRO/ZARCÃO UMA DEMÃO E PINTURA ESMALTE DUAS un
DEMÃOS
CERCA COM MOURÕES DE CONCRETO, RETO, ESPAÇAMENTO DE 3M, CRAVADOS 0,5M, COM 4 FIOS
8.6 m
DE ARAME FARPADO Nº14 CLASSE 250 - FORNEC E COLOC.
8.7 CAPIM BRACHIARIA DECUMBENS (BRAQUIARINHA) - VALOR CULTURAL (VC) = 30 kg
33
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
A disposição irregular de resíduos em terrenos baldios dentro da malha urbana é uma realidade em
alguns municípios de Rondônia, são as chamadas áreas de bota-fora.
Os impactos negativos decorrentes da disposição inadequada de RSU nos bota-fora são equivalentes
aos que podem ocorrer nos lixões: poluição do solo e das águas subterrâneas pela infiltração e
percolação de lixiviado; poluição do ar pela emissão de gases do efeito estufa (CH 4, CO2, dentre
outros), atração de vetores de doenças, além dos fatores estéticos, tendo como efeito e desvalorização
da paisagem urbana local. Outro fator é que, por estarem mais próximos aos núcleos habitacionais, os
bota-fora apresentam maior potencial como fonte para disseminação de patógenos vinculados à
disposição inadequada de RSU, em especial para proliferação de vetores como mosquitos e moscas.
O nível e intensidade do impacto ambiental nestas áreas depende fundamentalmente do tipo e
quantidade e do tempo que os resíduos estão dispostos. Nas áreas avaliadas durante a etapa de
diagnóstico predominavam nos bota-fora os resíduos domiciliares, de construção civil e de poda e
coleta.
A recuperação e revitalização das áreas de bota-fora depende do dimensionamento adequado da área
passível de degradação. Para tanto, caberá ao poder público municipal providenciar os
cadastramentos e diagnósticos das mesmas. Devem ser levantadas as seguintes informações:
Identificação dos bota-fora;
Cadastramento da área;
Identificação do proprietário;
Delimitação da área ocupada pelos resíduos dispostos com uso de sistema GPS;
Estimativa de volume (cubagem) dos resíduos dispostos;
Realização de sondagem de solo e análise de contaminação de águas subsuperficiais;
Análise da característica dos resíduos verificando a fração percentual estimada de resíduos
orgânicos, se possível;
Medição ou estimativa da distância de moradias;
Verificação de cursos hídricos intermitentes ou temporários nas proximidades do local, inclusive
os mananciais para abastecimento humano, com realização de análise de qualidade de água
destes
Existência de queima de resíduos (natural ou intencional);
Atuação de catadores de materiais recicláveis;
Verificação se ainda há disposição ou se trata-se de disposição antiga;
Fonte dos resíduos, em especial quanto ao lançamento por carroceiros;
De posse destas informações é possível dimensionar as intervenções de recuperação da área
degradada. As duas intervenções recomendadas são:
1 - Remoção dos resíduos;
2 - Recuperação da área degradada sem remoção dos resíduos.
34
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
No contexto de bota-fora urbanos, a principal medida de recuperação é a remoção dos resíduos sólidos
e encaminhamento para local adequado. Contudo, a depender do volume depositado, a remoção pode
se mostrar inviável, cabendo neste caso a adoção de medidas de engenharia para revitalização da
área a partir do aterramento dos resíduos no local.
Em ambos os casos se faz necessária a concepção de um anteprojeto/projeto básico e executivo,
especialmente no caso da recuperação da área sem remoção de resíduos. Este projeto deverá definir
mediante a análise dos aspectos técnicos e econômicos, a melhor alternativa e concepção para a
acomodação e/ou destino dos resíduos.
Diferentemente dos lixões municipais que geralmente ficam afastados das áreas urbanas, os bota-
foras de Resíduos de Construção Civil – RCC, normalmente ficam dentro ou próximos à malha urbana
municipal, em terrenos baldios, impactando diretamente na qualidade ambiental da cidade. A forma e
o tamanho da disposição variam em função do porte do município, nível educacional da população,
poder aquisitivo e estruturas implantadas no município, sendo comum a presença de resíduos nas
calçadas e vias da cidade, interferindo no trânsito de pessoas e veículos, além de atrair de animais
sinantrópicos.
Em função destes impactos na qualidade de vida e segurança da população, além dos impactos
ambientais, torna-se imperativa a retirada dos RCCs destas áreas e o encaminhamento para áreas de
triagem e transbordo e aterros de resíduos de construção civil, sempre que possível.
Conforme informado no Panorama dos Resíduos Sólidos do Estado de Rondônia, Produto 2 do PERS,
os municípios Rondonienses menores têm, na geração de resíduos de construção civil, uma alternativa
para pequenas obras de aterramento, preenchimento de valas e outros serviços. Assim, os municípios
recolhem tais materiais que são dispostos diretamente nas vias e os utilizam em curto espaço de
tempo, sem necessidade de armazenamento ou disposição em local específico, fazendo a sua
reutilização direta.
Por outro lado, informa o referido estudo que, nos municípios maiores, a geração deste tipo de resíduo
supera em muito a demanda para aquelas pequenas obras de manutenção de vias. Assim, gerenciar
a deposição, transporte e disposição final de RCC torna-se tarefa imprescindível para se evitar a
criação de novas áreas de bota-fora, as chamadas áreas órfãs contaminadas. Entretanto, no
diagnóstico realizado foi constatado que mesmo estes municípios de maior porte não possuem
políticas específicas ou mesmo normas suficientes que racionalizem esta atividade.
O Quadro 4.1 mostra a situação quanto à geração, gerenciamento e disposição final dos resíduos da
construção civil nos municípios Rondonienses.
Quadro 4.1 – Situação dos RCC nos municípios de Rondônia.
A quantidade
Em relação à coleta Locais de Quais os locais de
média diária
Município de RCC, a deposição dos disposição final de
de RCC em
prefeitura: RCC RCC
ton/dia
Alta Floresta do
Recolhe 10 Irregulares Lixão
Oeste
Alto Alegre dos Recolhe
Sem dados Irregulares Lixão
Parecis parcialmente
Alto Paraíso Recolhe Sem dados Irregulares Reaproveitamento
Alvorada D’Oeste Recolhe Sem dados Irregulares Lixão
Caçambas,
Ariquemes Não recolhe Sem dados caçambeiras e Aterro sanitário
carroças
35
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
36
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
Além das informações apresentadas no Panorama dos Resíduos Sólidos – Produto 2 do PERS-RO,
identificou-se que alguns municípios já contam unidades de beneficiamento e gerenciamento dos RCC,
como é o caso de Ariquemes, que possui um Aterro Sanitário com local para aterramento de RCC e
beneficiamento desses resíduos; Vilhena, que também conta com um aterro sanitário nos mesmos
moldes de Ariquemes e do município de Cacoal, também com aterro sanitário com estrutura de
beneficiamento dos resíduos de construção. Além destes, a capital Porto Velho conta com empresas
de coleta e reciclagem desses resíduos, com destaque para a empresa PRS Recicladora de Resíduos
Sólidos Ltda.
A seguir são apresentadas as algumas ações que poderão ser executadas na reabilitação de áreas de
disposição irregular bem como os aspectos legais para cessar ou reduzir a formação de novas áreas
de bota-fora de RCC.
37
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
transporte desses resíduos para outro local, previamente preparado e regularizado no órgão ambiental
competente, como as áreas de triagem e transbordo e os aterros de resíduos de construção civil.
Essa alternativa só é viável quando a quantidade de resíduos a ser removida e transportada não é
muito grande, pois essas atividades representam elevados custos e dificuldades operacionais, que
podem inviabilizar economicamente o processo. Outros fatores que impedem ou dificultam a retirada
de resíduos são as condições de acesso de equipamentos, declividade e irregularidade do terreno, por
exemplo, quando a disposição ocorre em baixadas ou grotas urbanas e áreas de riscos geológico-
geotécnicos.
Reitera-se que a remoção de um local para disposição em um local sem preparo do terreno e sem
licenciamento ambiental simplesmente transfere o problema de gestão e pode contaminar uma nova
área.
4.2.2 Isolamento, sinalização e monitoramento
Após a retirada dos resíduos de construção civil da área e disposição em um aterro licenciado deverá
ser promovido o isolamento da área pelo cercamento de todo o perímetro do lote e a sinalização de
proibição de lançamento de resíduos.
Deverá também ser feito o monitoramento periódico e permanente para certificar que não está havendo
lançamento de resíduos. Sugere-se que no primeiro mês após o isolamento da área sejam feitas visitas
diárias (de manhã e à tarde), reduzindo a frequência de visitas de fiscalização, após esse período.
Entretanto, o monitoramento não pode ser interrompido uma vez que por serem terrenos baldios, em
sua maioria, há tendência de ocupação por irregular por terceiros e de retorno de lançamento de
resíduos após a fiscalização.
Sugere-se a realização de capina pela prefeitura, de forma a impedir o crescimento de mato e
consequente atração de vetores de doenças como baratas e ratos.
4.2.3 Legislação Ambiental e Fiscalização
Em função da prática recorrente e em larga escala de disposição final irregular de resíduos de
construção civil em alguns nos municípios, faz-se necessária, além da criação de estruturas para
disposição intermediária e final com a implantação de estações de transbordo e aterros de resíduos
de construção civil, a criação de legislação municipal prevendo sanções para aqueles que promoverem
a disposição inadequada em bota-fora. Estas medidas devem estar associadas a um sistema de
fiscalização e denúncias, a fim de disciplinar a disposição dos resíduos de construção civil.
A Resolução CONAMA nº 307/2002 estabelece que os RCCs não podem ser destinados em aterros
de resíduos domiciliares, áreas de “bota-fora”, encostas, corpos d’águas, lotes vazios ou em áreas
protegidas por legislação específica, entretanto, não prevê sanções para tais situações.
Assim, o poder público municipal atua, frequentemente, com medidas paliativas, realizando serviços
de coleta e arcando com os custos do transporte e disposição final, mesmo dos geradores privados.
Tal prática, contudo, não soluciona definitivamente o problema de limpeza urbana, por não alcançar a
remoção da totalidade dos resíduos; ao contrário, incentiva a continuidade da disposição irregular nos
locais atendidos pela limpeza pública da administração municipal (PINTO, 2005).
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em função da prática recorrente da disposição final irregular de resíduos nos municípios Rondonienses
faz-se necessária a regularização dos passivos ambientais vigentes nestas áreas, além da
regulamentação do uso do solo, do monitoramento e da fiscalização da disposição irregular de
resíduos sólidos.
Assim, além da implantação das estruturas para disposição intermediária e final adequadas devem ser
estabelecidos mecanismos para subsidiar a regularização da disposição final, tais como a criação de
38
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
legislação municipal prevendo sanções para àqueles que promoverem a disposição inadequada,
intensificação da fiscalização abrangendo canais de denúncia, regulamentação das atividades de
carroceiros e empresas que promovem a coleta e o descarte de RCC somadas a campanhas de
mobilização social e educação ambiental abordando temas relacionados à disposição adequada dos
resíduos sólidos.
Deve-se ressaltar que o prazo definido na Lei Federal 12.305/2010, que trata da Política Nacional de
Resíduos Sólidos, para que os municípios encerrassem definitivamente os seus lixões se encerrou em
oficialmente em 03 de agosto de 2014, assim como o novo prazo aprovado pelo Senado Federal que
prorrogou para julho de 2018. Desta forma torna-se urgente e necessário que os municípios, em
parceria com o estado, e seguindo as orientações deste e dos outros produtos do PERS, tomem as
devidas providências para a sua regularização e cumprimento legal sobre a disposição adequada dos
resíduos.
39
PLANO ESTADUAL DE RESÍDUOS
SÓLIDOS DE RONDÔNIA – PERS/RO
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SEDAM