O Tempo e o Espaço Das Manifestações Literárias - Anco Márcio
O Tempo e o Espaço Das Manifestações Literárias - Anco Márcio
O Tempo e o Espaço Das Manifestações Literárias - Anco Márcio
literárias”
Resumo: Este ensaio defende que no Brasil Colônia, o Estado, a política, a cultura, a
economia, a sociedade e a religião eram extensões de Portugal. Logo, por que a
literatura que se escrevia na Colônia também não seria? Considerando como
verdadeiro esses ponto de vista, essas “manifestações literárias” não perderiam a sua
condição de “manifestações literárias” e passariam a existir historicamente, no tempo
e no espaço?
Palavras-chave: Antonio Candido. Afrânio Coutinho. Sistema Literário.
Manifestações Literárias.
Abstract: This essay argues that in Brazil Cologne, the state, politics, culture,
economics, society and Religion were extensions of Portugal. So, why would the
literature that you write in the colony, too? Considering how true these point of view,
these "literary manifestations" would not lose their condition of "literary
manifestations" and would exist historically, in time and space?
Keywords: Antonio Candido. Afrânio Coutinho. Literary system. "Literary
manifestations".
1Doutor em Literatura Brasileira (2002) pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), é membro
do Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL), da Universidade Federal de Pernambuco
(UFPE).
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que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação
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19Segundo o padre Gonçalo Alves, exemplares dos Sermões de Vieira foram publicados em Roma
entre 1663 e 1699 e, em Veneza, saiu uma edição em 1673. Como o 1° volume dos Sermões só
saiu em Portugal 1679, Alves não explica como as traduções para o italiano saíram antes da edição
em português.
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Colônia não pode ser tomada como “comum” com a portuguesa. Afinal,
se a literatura portuguesa era, enquanto “fenômeno de civilização”,
“literatura propriamente dita”, o que a leva a ser “comum” com uma
literatura que inexiste enquanto “fenômeno de civilização”? Por outro
lado, se se admite a existência de uma literatura brasileira na Colônia,
então a sua formação tem início muito antes de 1750; se tem início antes
de 1750, como esquecer que o conceito de literatura nacional implica a
existência do Estado-Nação e, por desdobramento, dos conceitos de
Identidades Nacional e Cultural! Se essa Identidade inexistia numa
região que desconhecia a si mesma (o Brasil, sabemos, era formado de
ilhas populacionais isoladas, que mantinham relações antes com a
Metrópole do que entre si), como falar então de tal conceito?
Assim, parece-nos que a afirmativa de Guilherme Simões Gomes
Júnior (1998, p. 156), de que se há uma literatura comum, “[...] pressupõe-
se um mesmo e único ‘sistema’ letrado que, certamente, a despeito de
envolver Brasil e Portugal, não é brasileiro e nem mesmo português e
está baseado em princípios razoavelmente distintos do modelo
estabelecido por Antonio Candido logo no primeiro segmento do livro”,
não pode ser acatada em sua inteireza. Afinal, não há “literatura comum”
na colônia porque não há duas literaturas distintas, que se
complementam; o que há, sim, é única e somente uma só literatura que,
no caso, é, ao seu tempo, enquanto “fenômeno de civilização”, a
portuguesa. O que faz, desse modo, com que essas ditas “manifestações
literárias” não possam ser tomadas como “manifestações literárias”, mas
sim como obras literárias “propriamente ditas” (literatura “como
fenômeno de civilização”, inscritas na estética literária, nos valores
morais, políticos, religiosos e filosóficos do seu tempo) que pertenciam e
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Referências
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Recebido em 17/12/2017.
Aprovado em 18/12/2017.
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