Escola Virtual Exercício Avaliativo - Módulo 2 - Direitos Humanos e Saúde Mental - Curso
Escola Virtual Exercício Avaliativo - Módulo 2 - Direitos Humanos e Saúde Mental - Curso
Escola Virtual Exercício Avaliativo - Módulo 2 - Direitos Humanos e Saúde Mental - Curso
Correto
Os direitos humanos e a saúde se relacionam por diversos meios, dentre os quais podemos identificar três campos de interação.
b. O relacionamento entre a saúde e os direitos humanos é complexa, visto que alguns direitos humanos se relacionam à
saúde de forma indireta. Por exemplo, a violação ao direito de não ser torturado causa sérias consequências para a saúde
mental da pessoa que teve esse direito violado, como o estresse pós-traumático e a perda de identidade.
c. O direito à informação se relaciona ao direito à saúde, mas esse relacionamento é distante. Mesmo que o indivíduo tenha
pouco conhecimento sobre sua condição de saúde, ele não se encontrará em situação de vulnerabilidade, já que estará sendo
tratado por profissionais treinados, que têm conhecimento vasto sobre sua condição de saúde.
d. Em algumas hipóteses, alguns direitos humanos podem ser limitados. Muitas vezes, para proteger a saúde pública, os Estados
podem restringir alguns direitos por duração indeterminada, mesmo que haja meios menos intrusivos para atingir esse mesmo
objetivo.
e. Medidas de saúde como a quarentena ou isolamento por causa de doenças sérias e contagiosas não restringem o direito
humano à liberdade de movimento. Se tais medidas restringissem esse direito, não poderiam sob nenhuma hipótese ser
adotadas pelo Estado, já que esse é um direito absoluto.
Embora saibamos que alguns direitos humanos são violados por políticas e medidas de saúde, determinados direitos humanos não
podem ser restritos em nenhuma circunstância, como os direitos a não ser torturado e a não ser escravizado, e a liberdade de
pensamento, de consciência e de religião. As cláusulas de limitação e de derrogação nos instrumentos de direitos humanos reconhecem
a necessidade de limitar direitos humanos em algumas situações. A saúde pública é muitas vezes usada pelos Estados como base para
limitar o exercício de direitos humanos.
O cumprimento ou descumprimento dos direitos humanos influencia na saúde de diversas formas. Por meio do respeito ao direito à
informação, é possível reduzir a vulnerabilidade a problemas de saúde. Seu descumprimento, porém, tem efeitos maléficos para a saúde:
sem conhecimento sobre a sua condição de saúde, a pessoa sob cuidados em saúde fica profundamente subordinada ao profissional,
que tem poder para determinar condutas terapêuticas que podem comprometer a existência da pessoa sob cuidados em saúde e seus
projetos de vida.
Por outro lado, políticas e ações de saúde também podem influenciar o cumprimento dos direitos humanos. Por exemplo, o direito à
liberdade de movimento também pode ser afetado por políticas e ações de saúde. Quando instituída a quarentena ou isolamento por
causa de doenças sérias e contagiosas, como a causada pelo vírus da Covid-19, ebola, sífilis, tifóide e tuberculose não tratada, temos
um exemplo de política de saúde que restringe os direitos humanos. Essas medidas podem violar o direito humano à liberdade de
movimento, que é um direito passível de restrição por não ser absoluto.
Um fator chave para determinar se as proteções necessárias existem quando os direitos são restringidos é que cada um dos cinco
critérios dos Princípios de Siracusa deve ser atendido. Mesmo em circunstâncias em que as limitações por motivos de proteção da
saúde pública são basicamente permitidas, elas devem ser de duração limitada e sujeitas a revisão. Entre os critérios dos Princípios de
Siracusa, encontra-se a determinação de que os direitos humanos não podem ser limitados se houver meio menos intrusivo e restritivo
disponível para se alcançar o mesmo objetivo.
A resposta correta é: O relacionamento entre a saúde e os direitos humanos é complexa, visto que alguns direitos humanos se
relacionam à saúde de forma indireta. Por exemplo, a violação ao direito de não ser torturado causa sérias consequências para a saúde
mental da pessoa que teve esse direito violado, como o estresse pós-traumático e a perda de identidade.
Questão 2
Correto
Sabemos que, dentro do conjunto de direitos humanos, encontram-se o direito à saúde e o direito à saúde mental.
b. O direito à saúde pode ser definido, em poucas palavras, como o direito ao bem-estar físico e mental, ou seja, o direito de estar
saudável.
c. O direito à saúde consiste no direito a um conjunto de bens, serviços e instalações que podem estar disponíveis, acessíveis, ser
aceitáveis e de qualidade. Essas condições são facultativas ao Estado, já que este tem o poder de definir internamente a cesta
de serviços que oferecerá à população.
d. O elemento “acessibilidade” do direito à saúde confere a todos o direito de solicitar, receber e difundir informações e ideias
relativas a questões de saúde, inclusive dados pessoais confidenciais relacionados à saúde.
e. O direito à saúde e o direito à saúde mental são direitos humanos, sendo independentes um do outro, apesar de sua
nomenclatura. Afinal, a saúde física não pode ser atrelada à saúde mental.
O direito à saúde e o direito à saúde mental não consistem somente no alcance do bem-estar físico ou mental, mas também envolvem
os principais fatores determinantes da saúde, como discriminação, violência, acesso à água potável e condições sadias de trabalho e
meio ambiente. Assim, é importante compreender que o direito à saúde não consiste no direito de estar saudável. Ele consiste no
direito a um conjunto de bens, serviços e instalações que devem estar disponíveis, acessíveis, aceitáveis e de qualidade. Esses
elementos são essenciais e inter-relacionados, e sua aplicação dependerá das condições predominantes no Estado. O acesso à
informação, vertente do elemento “acessibilidade”, inclui o direito de solicitar, receber e difundir informações e ideias relativas a
questões de saúde. No entanto, o acesso à informação não deve comprometer o direito de que os dados pessoais relativos à saúde
sejam tratados com confidencialidade. Além disso, é importante destacar que o direito à saúde e o direito à saúde mental são direitos
humanos, sendo o segundo parte importante do primeiro. Afinal, aprendemos que não há saúde sem saúde mental.
A resposta correta é: Para monitorar o comportamento dos Estados com relação ao direito à saúde, a ONU usa o mecanismo de
Procedimentos Especiais do Comitê sobre os Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. Esse mecanismo se materializa na figura de uma
pessoa, a Relatora sobre o Direito de Todos à Fruição do Mais Alto Padrão de Saúde Física e Mental.
Questão 3
Correto
Sabemos que os direitos humanos possuem vasta aplicabilidade na esfera dos cuidados em saúde.
b. Restringir os movimentos de uma pessoa sob cuidados em saúde (contenção física) e administrar medicação e alimentação
por meio da força sempre serão medidas que violam o direito de não ser submetido a tratamento desumano ou degradante.
Tais medidas serão violadoras mesmo que haja a comprovada necessidade terapêutica e que as condições do procedimento
médico não sejam degradantes ou desumanas.
c. A detenção e retenção de pessoa sob cuidados em saúde em instituição psiquiátrica adequada não viola o seu direito à
liberdade, desde que essas medidas sigam os requisitos legais e sejam proporcionais e necessárias com relação ao seu
objetivo.
d. Quando um caso clínico é tornado público, é permitido e muitas vezes necessário identificar a pessoa sob cuidados em saúde
de cujo caso se trata, pois essa informação pode contribuir para a melhora da formação médica, que deve ser a prioridade.
e. Uma pessoa sob cuidados em saúde que dava à luz, com seu estado de saúde prejudicado por dores intensas, cansaço e
estresse, foi informada naquele momento de que seria adotado procedimento invasivo necessário do ponto de vista médico.
Pode-se dizer que houve o consentimento informado da parturiente, visto que esta foi informada do procedimento antes de
sua ocorrência.
Os direitos humanos absolutos não podem sofrer restrições e limitações de qualquer natureza. Entre os direitos absolutos encontra-se
o direito a não ser submetido à tortura ou a tratamento cruel, desumano ou degradante. Nesse sentido, a Corte Europeia entendeu que
pessoa com transtorno mental pode ser forçada a receber cuidados em saúde, incluindo o emprego de contenção física, desde que
presente a necessidade terapêutica, sem que se caracterize a violação do direito de não ser submetida a tratamento desumano ou
degradante. A necessidade terapêutica deve estar fartamente provada, as condições do procedimento médico não devem ser
degradantes ou desumanas e a intervenção médica não pode se fundamentar apenas em atitude paternalista do médico.
No que diz respeito ao direito à privacidade, os profissionais de saúde devem se preocupar em não identificar a pessoa sob cuidados em
saúde quando tornarem público o caso clínico, para evitar a ofensa à sua privacidade. Quando a discussão do caso clínico revelar a
identidade da pessoa sob cuidados em saúde em razão de sua particularidade, o consentimento daquela deve ser dado para que o
profissional de saúde possa divulgar o caso. Sobre o consentimento informado, a informação transmitida à pessoa sob cuidados em
saúde precisa abranger os benefícios associados ao procedimento, os riscos e as alternativas existentes, e deve ser acessível e
adequada às circunstâncias em que a pessoa sob cuidados em saúde se encontra. A pessoa sob cuidados em saúde mencionada na
alternativa “e”, devido ao prejuízo em seu estado de consciência, não estava apta a tomar uma decisão informada.
A resposta correta é: A detenção e retenção de pessoa sob cuidados em saúde em instituição psiquiátrica adequada não viola o seu
direito à liberdade, desde que essas medidas sigam os requisitos legais e sejam proporcionais e necessárias com relação ao seu
objetivo.