Agência e Concessão Comercial
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12/11/2020 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
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12/11/2020 Acórdão do Tribunal da Relação de Lisboa
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sua marca.
Com efeito, o franquiador obriga-se a suportar ou
tolerar a actuação do franquiado, ao qual permite que
actue na sua esfera comercial privativa. Por sua vez o
franquiado beneficia duma organização empresarial
já existente, e na maior parte das vezes gozando já de
imenso prestígio, sendo conhecida da generalidade do
consumidores (10). Beneficia, pois, da promoção
comercial já desenvolvida pelo franquiador, ao
contrário do que sucede na agência (ou na concessão)
onde a actividade promocional cabe ao agente. E daí
as contrapartidas de que goza o franquiador.
A este respeito poderá considerar-se provado o
seguinte:
a ré explorou, no prédio onde está instalado o posto de abastecimento,
uma boutique e um snack bar.
vendeu, aí, entre outros, os seguintes produtos: lubrificantes, café,
chocolates, bolos, cervejas, águas e refrigerantes.
encomendou os produtos vendidos quer no posto de abastecimento,
quer na boutique e no snack bar.
Pagou, à “E....”, e, posteriormente, à Ré, a taxa de exploração
mencionada na cláusula 4ª do anexo I do acordo celebrado em 24/09/91
(ou seja, 20% do valor das vendas na boutique e no snack bar.
O franquiador obtém lucros resultantes do exercício
da sua actividade, ao contrário do que acontece, por
exemplo, com o agente, que, como vimos, é
retribuído pelo volume dos negócios por ele
realizados.
No fundamental, o contrato de franquia é
caracterizado pela autorização dada pelo franquiador
ao franquiado para usar determinadas marcas ou
insígnias, utilizando determinados esquemas de
comercialização, mediante contrapartidas prestadas
por este.
Assim, no caso dos autos, em relação a estes produtos
ainda se poderá pensar na existência de um contrato
de franquia. Mas o mesmo já não se pode dizer em
relação à venda de combustíveis, tendo em
consideração os factos provados e o que foi referido
quanto à sua caracterização. E aquela actividade era
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indemnização.
A autora invoca que durante os 3 anos de vigência do
contrato recebeu comissões no total de
11.737.556$00. Este montante é a soma das parcelas
referidas nos números 15 a 18 dos “factos provados”,
ou seja, das quantias auferidas pela ré nos termos da
cláusula 5ª do Contrato: “80% das comissões de
revenda fixadas oficialmente”.
E é com base nestes dados, e tendo em consideração
a clientela que diz ter angariado, que formula o
pedido de condenação da ré a pagar-lhe a quantia de
3.900.000$00. A verdade é que apenas ficou provado
que angariou “meia centena” de clientes, ou seja,
pouco mais de 1/6 dos referidos.
Mas não conta apenas para a fixação da
indemnização o número de clientes angariados. Até
porque, em regra, este número não é facilmente
apurado. Há que ter em consideração todas as
circunstâncias referidas no anteriores números V e
VI.
Por todo o exposto, parece-nos mais adequada uma
indemnização de 5.000, 00 euros.
Por todo o exposto acorda-se em conceder parcial
provimento à apelação, alterando-se a sentença
recorrida e condenando-se a ré a pagar à autora a
quantia de sete mil e quinhentos euros (7.500,00)
acrescida de juros de mora, à taxa de juro
comercial, vencidos desde o dia 21 de Março de
2000, data da citação, até integral pagamento.
Custas em ambas as instâncias na proporção do
vencido.
Lisboa, 14.02.2006.
Pimentel Marcos
Abrantes Geraldes
Maria do Rosário
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(4).-E o contrato de cessão de exploração teria de ser feito por escritura pública, sob pena de
nulidade (artº 81, nº 2, m. do Código do Notariado)
(6).- (conf. "Anotações Ao Novo Regime do Contrato de Agência" de Carlos Lacerda Barata,
sobretudo as anotações ao artigo 1º).
(13).-Carlos Lacerda Barata, in “Anotações ao Novo regime do Contrato de Agência”., pag. 82.
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