Jornada de Trabalho

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Jornada de Trabalho

⌚ Tempo a disposição do empregador:


Art. 4º CLT - Considera-se como de serviço efetivo o período em que o empregado esteja à
disposição do empregador, aguardando ou executando ordens, salvo disposição especial
expressamente consignada.
§ 1º. Computar-se-ão, na contagem de tempo de serviço, para efeito de indenização e
estabilidade, os períodos em que o empregado estiver afastado do trabalho prestando serviço
militar e por motivo de acidente do trabalho.
§ 2o. Por não se considerar tempo à disposição do empregador, não será computado como
período extraordinário o que exceder a jornada normal, ainda que ultrapasse o limite de cinco
minutos previsto no § 1o do art. 58 desta Consolidação, quando o empregado, por escolha
própria, buscar proteção pessoal, em caso de insegurança nas vias públicas ou más condições
climáticas, bem como adentrar ou permanecer nas dependências da empresa para exercer
atividades particulares, entre outras:
I - práticas religiosas;
II - descanso;
III - lazer;
IV - estudo;
V - alimentação;
VI - atividades de relacionamento social;
VII - higiene pessoal;
VIII - troca de roupa ou uniforme, quando não houver obrigatoriedade de realizar a troca na
empresa.

Exemplos: ▹Empregado aguardando instruções


▹ Máquinas paradas
▹ intervalos não previstos em lei (vontade do empregador) – também é tempo a
disposição do empregador, então é computado na jornada de trabalho.
súmula 118 TST: Os intervalos concedidos pelo empregador na jornada de trabalho, não
previstos em lei, representam tempo à disposição da empresa, remunerados como
serviço extraordinário, se acrescidos ao final da jornada.
Se o empregador pede que o empregado fique a mais por ter fornecido um intervalo a
mais, terá que pagar hora extra pro tempo que o empregado ficar a mais.

Exceções do tempo a disposição do empregador:


▹ por escolha própria permanece na dependência da empresa (por proteção pessoal ou
atividades particulares).
Súmula 366 TST: o art. 4º veio para mudar esta súmula. Nada disso será tempo a
disposição do empregador. OBS: No caso de troca de uniforme, só é computado em
caso de obrigatoriedade de ser feita na empresa.

⌚ Tempo in itinere – tempo do trajeto para o trabalho não é computado como hora de
trabalho.
Art. 58 - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada,
não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
§ 2º O tempo despendido pelo empregado desde a sua residência até a efetiva ocupação do
posto de trabalho e para o seu retorno, caminhando ou por qualquer meio de transporte,
inclusive o fornecido pelo empregador, não será computado na jornada de trabalho, por não ser
tempo à disposição do empregador. (súmula 429 do tst que previa 10 minutos não é mais válida)

Sobreaviso e Prontidão
Art. 244. As estradas de ferro poderão ter empregados extranumerários, de sobreaviso e de
prontidão, para executarem serviços imprevistos ou para substituições de outros empregados
que faltem à escala organizada.
§ 1º Considera-se "extranumerário" o empregado não efetivo, candidato efetivação, que se
apresentar normalmente ao serviço, embora só trabalhe quando for necessário. O
extranumerário só receberá os dias de trabalho efetivo.
§ 2º Considera-se de "sobreaviso" o empregado efetivo, que permanecer em sua própria
casa, aguardando a qualquer momento o chamado para o serviço. Cada escala de
"sobreaviso" será, no máximo, de vinte e quatro horas, As horas de "sobreaviso", para todos os
efeitos, serão contadas à razão de 1/3 (um terço) do salário normal.
§ 3º Considera-se de "prontidão" o empregado que ficar nas dependências da estrada,
aguardando ordens. A escala de prontidão será, no máximo, de doze horas. As horas de
prontidão serão, para todos os efeitos, contadas à razão de 2/3 (dois terços) do salário-hora
normal.
§ 4º Quando, no estabelecimento ou dependência em que se achar o empregado, houver
facilidade de alimentação, as doze horas de prontidão, a que se refere o parágrafo anterior,
poderão ser contínuas. Quando não existir essa facilidade, depois de seis horas de prontidão,
haverá sempre um intervalo de uma hora para cada refeição, que não será, nesse caso,
computada como de serviço.
Questão: O regime de sobreaviso é aplicado exclusivamente aos empregados de
ferrovias e do setor elétrico. ↪ não, foi criado inicialmente para estes, porém hoje terão
diversas categorias que aderem ao regime de sobreaviso.
Encontra-se em regime de prontidão o trabalhador que, por determinação do empregador
aguarda em casa o chamado para serviço. ↪ não, prontidão é na estrada/na própria empresa.

⌚ Tempo residual a disposição do empregador

Art. 58 CLT - A duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade


privada, não excederá de 8 (oito) horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro
limite.
§ 1o Não serão descontadas, nem computadas como jornada extraordinária as variações
de horário no registro de ponto não excedentes de cinco minutos, observado o limite máximo de
dez minutos diários.

⌚ Jornada normal de trabalho

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de
sua condição social:
XIII - duração do trabalho normal não superior a oito horas diárias e quarenta e quatro
semanais, facultada a compensação de horários e a redução da jornada, mediante acordo ou
convenção coletiva de trabalho.

⌚ Jornada extraordinária
Art. 59. A duração diária do trabalho poderá ser acrescida de horas extras, em número não
excedente de duas, por acordo individual (pactuado entre empregado e empregador – verbal,
escrito ou tácito), convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho (mesmo que exceda 2
horas TEM que pagar).
Súmula 376 - HORAS EXTRAS. LIMITAÇÃO. ART. 59 DA CLT. REFLEXOS

I - A limitação legal da jornada suplementar a duas horas diárias não exime o empregador de
pagar todas as horas trabalhadas.
II - O valor das horas extras habitualmente prestadas integra o cálculo dos haveres trabalhistas,
independentemente da limitação prevista no "caput" do art. 59 da CLT.

§ 1o A remuneração da hora extra será, pelo menos, 50% (cinquenta por cento) superior à da
hora normal. c/c art. 7º CF
➭ Soma da jornada normal + hora extra (50% no mínimo).
Art. 7° XVI CF - remuneração do serviço extraordinário superior, no mínimo, em cinquenta
por cento à do normal.

➭ Compensação de jornada: Quando o empregado trabalha as


horas extras mas não recebe por elas (quando recebe folgas compensatórias). Podem ser
feitas:
◉ Acordo de prorrogação de jornada: Compensação mensal. ↦ Objeto de prévio
acordo.
§ 6o É lícito o regime de compensação de jornada estabelecido por acordo individual, tácito ou
escrito, para a compensação no mesmo mês. (é possível até acordo verbal)

◉ Banco de horas: compensação que ultrapassa o módulo mensal (semestral ou anual).


Prevalece o interesse do empregador. ↦ Aleatoriedade na escolha.
Anual – o negociado prevalecerá sobre o legislado. Acordos coletivos e negociações
coletivas prevalecendo sobre a lei.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre:
II - banco de horas anual;
§ 2o Poderá ser dispensado o acréscimo de salário se, por força de acordo ou convenção
coletiva de trabalho, o excesso de horas em um dia for compensado pela correspondente
diminuição em outro dia, de maneira que não exceda, no período máximo de um ano, à soma
das jornadas semanais de trabalho previstas, nem seja ultrapassado o limite máximo de dez
horas diárias.

▹ Máximo de 10 horas por dia.


▹ Negociação coletiva - Acordo coletivo de trabalho ou convenção coletiva de trabalho.
Ou seja, somente pode ser estabelecido quando tiver autorização do sindicato. “Anual
não é individual”
▹ Não é admitido acordo escrito ou verbal individual entre trabalhador e empregador.
Semestral – Restritas ao período de um semestre. Admitido o acordo individual, desde
que seja por escrito.
§ 5º O banco de horas de que trata o § 2o deste artigo poderá ser pactuado por acordo
individual escrito, desde que a compensação ocorra no período máximo de seis meses.

Invalidade da compensação de jornada


Art. 59-B. O não atendimento das exigências legais para compensação de jornada, inclusive
quando estabelecida mediante acordo tácito, não implica a repetição do pagamento das horas
excedentes à jornada normal diária se não ultrapassada a duração máxima semanal, sendo
devido apenas o respectivo adicional.

▹ Quando na prática não extrapola as horas semanais devido as folgas recebidas na


mesma semana. Neste sentido o salário já remunera as horas trabalhadas, o que quer
dizer que não há necessidade de outra remuneração. Não há de se falar em repetição dos
pagamentos excedentes quando não extrapolou as horas que se devia trabalhar.
▹ Em razão da invalidade na compensação não se terá o valor integral de horas extras,
mas apenas do adicional.
ex: Quando trabalha todos os dias a mais 48 minutos, mas não trabalha aos sábados. Em
sua contratação seriam 8 horas por dia e 4 horas aos sábados. Pagamento devido será
apenas o adicional de todos os dias de 48 minutos.
▹ O normal é hora extra = horas trabalhadas + adicional. Porém aqui será
computado apenas o adicional. “hora extra = adicional”. A hora normal será paga já no
salário do empregado.
Parágrafo único. A prestação de horas extras habituais não descaracteriza o acordo de
compensação de jornada e o banco de horas. (contraria a súmula 85 TST)
§ 3º Na hipótese de rescisão do contrato de trabalho sem que tenha havido a compensação
integral da jornada extraordinária, na forma dos § 2o e 5o deste artigo, o trabalhador terá direito
ao pagamento das horas extras não compensadas, calculadas sobre o valor da remuneração na
data da rescisão.

▹ Quando as horas extras trabalhadas não forem compensadas com folgas, deverá ser
pago o valor das mesmas. Este valor é calculado com base na data do fim do contrato,
ou seja, se a remuneração aumentar, vai ser com base nesse salário. Ex: Mariquinha
trabalhou em 2019 e não recebeu inteiramente seu banco de horas (10 horas a mais).
Esta recebia $3.300 de salário. Hoje em 2020, findo o contrato de trabalho, recebe
$4.400. O valor do banco de horas não recebido por Mariquinha será com base no seu
salário atual (quando acabou seu contrato de trabalho).
- Não precisa o pagamento ser só no prazo de 1 ano, afinal existe banco de horas
semestral.
- O pagamento vai ser apenas das horas extras não compensadas e não todas as horas
extras que a pessoa prestou.
- É possível o pagamento por acordo individual escrito ou tácito (banco de horas
semestral), por convenção ou acordo coletivo (banco de horas anual).
- Se pedir demissão, ainda assim terá direito ao valor integral devido que do que não foi
compensado.
- A compensação é feita de acordo com a remuneração do fim do contrato.
Art. 60 CLT- Nas atividades insalubres, assim consideradas as constantes dos quadros
mencionados no capítulo "Da Segurança e da Medicina do Trabalho", ou que neles venham a
ser incluídas por ato do Ministro do Trabalho, Industria e Comercio, quaisquer prorrogações só
poderão ser acordadas mediante licença prévia das autoridades competentes em matéria de
higiene do trabalho, as quais, para esse efeito, procederão aos necessários exames locais e à
verificação dos métodos e processos de trabalho, quer diretamente, quer por intermédio de
autoridades sanitárias federais, estaduais e municipais, com quem entrarão em entendimento
para tal fim.
Parágrafo único. Excetuam-se da exigência de licença prévia as jornadas de doze horas de
trabalho por trinta e seis horas ininterruptas de descanso.
▹ Regra Geral: A hora extra e compensação de jornada de locais com atividades
insalubres (ex: hospital) depende de licença prévia da secretaria do ministério do
trabalho e previdência.
Exceção: Licença prévia dispensada para prorrogar a jornada.

Art. 611-A. A convenção coletiva e o acordo coletivo de trabalho têm prevalência sobre a lei
quando, entre outros, dispuserem sobre:
XIII - prorrogação de jornada em ambientes insalubres, sem licença prévia das autoridades
competentes do Ministério do Trabalho;

Questão: A validade de acordo coletivo ou convenção coletiva de compensação de


jornada de trabalho em atividade insalubre não prescinde da inspeção prévia de
autoridade competente em matéria de higiene e segurança do trabalho.
Errado. Pois prescinde, é necessária, como regra geral a inspeção de autoridade competente.
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