Luanaw, 04 QUANDO EU LEIO, RESPIRO
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Luanaw, 04 QUANDO EU LEIO, RESPIRO
5965/2175234613312021024
Aline Dias1
QUANDO EU
LEIO, RESPIRO
WHEN I READ, I BREATHE
Resumo
Este artigo apresenta a produção da artista Roni Horn com foco nos percursos e contágios entre
arte contemporânea e práticas de leitura e escrita. Evitando uma abordagem hierárquica ou ca-
tegorizante, são tratados os seguintes aspectos: textos como margens e/ou travessias em seus
trabalhos; títulos e notas de rodapé que constituem o trabalho artístico em indissociável cone-
xão com imagens fotográficas (You are the weather, Still water e Another water); e trabalhos que
dão corpo escultórico e/ou gráfico a sua leitura das obras de Simone Weill, Franz Kafka, Clarice
Lispector e Emily Dickinson. A partir da relação entre desenho e respiração defendida pela artista,
enquanto prática vital, corporal, continuada e ancorada no presente, propõe-se estender esta
dimensão à escrita-leitura de Horn.
Abstract
This article presents the production of the artist Roni Horn, focusing on the routes and contagions
between contemporary art and practices of reading and writing. Avoiding a hierarchical or cat-
egorizing approach, the following subjects are treated: texts as margins and / or crossings in her
work; titles and footnotes that constitute artistic work inseparably connected with photographic
images (You are the weather, Still Water and Another water); and works that give sculptural and /
or graphic body to her reading of the oeuvres of Simone Weill, Franz Kafka, Clarice Lispector and
Emily Dickinson. Based on the relationship between drawing and breathing, defended by the art-
ist, as a vital, corporal, continuous and anchored in the present practice, it is proposed to extend
this conception to Horn’s writing-reading.
Key-words: Roni Horn. contemporary art. reading and writing practices. breathing.
Resumen
Este artículo presenta la producción de la artista Roni Horn con un enfoque en las rutas y contagios
entre arte contemporaneo y prácticas de lectura y escritura. Evitando un enfoque jerárquico o cate-
gorizador, se abordan los siguientes aspectos: textos como márgenes y / o cruzamientos en su traba-
jo; títulos y notas a pie de página que constituyen una obra artística en conexión inseparable con las
imágenes fotográficas (You are the weather, Still Water and Another water); y trabajos que dan cuerpo
escultórico y / o gráfico a su lectura de las obras de Simone Weill, Franz Kafka, Clarice Lispector y
Emily Dickinson. A partir de la relación entre el dibujo y la respiración, defendida por la artista, como
práctica vital, corporal, continuada y anclada en el presente, se propone extender esta concepción a
la escritura-lectura de Horn.
Palabras llave: Roni Horn. arte contemporaneo. prácticas de lectura y escritura. respiración.
1
Artista e pesquisadora. Doutora em Arte Contemporânea pela Universidade de Coimbra. Mestre em Poéticas Visuais UFRGS. Bacharel em Artes Plásticas
UDESC. Professora Adjunta no Departamento de Artes Visuais UFES. Lattes ID: http://lattes.cnpq.br/0273232480307407. ORCID: https://orcid.org/0000-0002-
0087-4934. Email: [email protected].
quero não o que está feito mas o que tortuosamente ainda se faz. 2
2 Lispector, 1998, p.12. Considerando que todas as epígrafes provém de Água viva de Clarice Lispector, e que as citações operam como subtítulos, pausas e
condensação das reflexões, atravessando como água o artigo, opta-se pela referência em itálico e em nota de rodapé para manter a fluidez da leitura.
linguagens. Como mônadas (NERI, 2003), as obras são unidades independentes com
um desenvolvimento conceitual comum, envolvendo relações, traduções ou migra-
ções. A totalidade fragmentária (ou completude aberta), mencionada por Horn sobre
a obra de Emily Dickinson, pode ser atribuída a artista, no acurado exame de coisas
e eventos, mapeando suas conexões – sem fixar ou definir uma essência, mas inte-
ressada na experiência singular, flexibilidade identitária e dialética entre view/viewer.
Roni Horn escreve. Escreve nas salas de exposição e em livros de artistas so-
bretudo, mas também em revistas, catálogos especializados e jornais diários. Em An
Uncountable Infinity (for Felix Gonzáles-Torres), dedica-se a pensar-escrever com o
artista Felix Gonzáles-Torres, por ocasião do memorial de sua morte em 1995. Horn
escreve uma longa lista dos brinquedos que Felix possuía, atravessada por depoi-
mentos sobre sua obra (“às vezes seus doces estão empoeirados, e eu não pego ne-
nhum”), sua relação com o artista (“seu conhecimento de frutas estrangeiras – papaya,
por exemplo – me encanta”) e seu próprio processo (“dúvidas são minha esperança)
(HORN, p. 2003, p.1227).
Diferenciando-se da escrita historiográfica, crítica ou teórica, a escrita da artista,
permeada por observações ´menores´, revela com generosidade modos de narrar
o estado de ser afetado – lugar e voz preciosa ao espectador. Na modesta escala
de uma primeira pessoa que escuta e observa, o sentido das experiências artísticas
se amplifica. “Sua vida é uma forma rara de transparência, através do qual eu tenho
observado o mundo se tornar mais presente e através do qual também eu tenho me
tornado mais presente para mim mesma” (HORN, 2003, p. 123). Por sua vez, Gonzá-
les-Torres comenta que depois de entrar em contato com Gold Field, de Roni Horn,
todo pôr do sol se tornou Gold Field. Para ele, Horn nomeou o que sempre esteve aí
e com isso, passa a ver através de seu olhar (GONZÁLES-TORRES Apud NERI, 2003,
p.35).
Fig.1 Roni Horn, Gold Mats, Paired (For Ross and Felix), 1995, detalhe da instalação. Arquivo da autora.
Prolongando esta escuta, Horn desenvolve Gold Mats, Paired (For Ross and Fe-
lix), 1995, trabalho com duas folhas de ouro, sobrepostas, dedicado ao artista e seu
companheiro. Na primeira versão, havia apenas uma folha de ouro. Duas folhas, en-
volvem uma relação, formam um par de folhas, que se encostam, se refletem. Há
toque, espaçamentos, suores, uma série de ínfimas respirações entre elas. Nas remis-
sões de escrever um sobre o trabalho do outro, uma fala-escuta-escrita respira, com
trocas contínuas.
Sobre a série de longa duração, To place, Horn (2003) comenta que pensa na Is-
lândia como um verbo, e não um substantivo e por isso, utiliza o título no infinitivo. O
sentido do verbo na linguagem explica a forma como a artista pensa a relação com o
lugar: mediante ações e agenciamentos. Ativo e ativador geográfica, histórica, mete-
orológica e artisticamente, Horn explora os sentidos que to place possibilita: localizar,
colocar, organizar, orientar, identificar, reconhecer.
Neste sentido, é possível abordar os textos de artistas fora de uma dimensão
igualmente substantiva, evitando atá-los ao passado, como etapa projetiva (escri-
tos para a produção das obras) ou posteriores e dela decorrentes (escritos sobre as
obras). Trabalhando com as obras, ativando fluxos e mútuas implicações, os escri-
tos podem embaçar (como quando respiramos próximo de um vidro ou espelho) o
processo de formulação, constituição e reflexão. Os textos imaginam, instauram e
inscrevem material, conceitual, processual e discursivamente as obras, colaborando
em suas versões e aparições.
A artista revela que Piece for two rooms, instalação que apresenta dois objetos
aparentemente idênticos em duas salas distintas, surge, incialmente:
quando estava lendo um livro e comecei a pensar sobre como seria pegar um
episódio e repeti-lo 100 páginas depois. Originalmente pensei nisso na forma
de uma publicação, mas depois se tornou a idéia da mesma coisa em dois
lugares diferentes. Depois, duas coisas diferentes. (HORN, 2003, p.23).
Fig.2 e 3 Roni Horn, You are the weather, 1994, instalação e livro de artista. Arquivo da autora.
.
Questionada sobre a diferença entre a forma de exposição na galeria e o forma-
to livro, a artista comenta que as imagens de uma mesma mulher olhando para o es-
pectador, a partir de cem pontos diferentes no espaço, é profundamente diferente da
experiência de folhear estas mesmas cem imagens em um livro, em que nunca mais
do que duas imagens são visíveis simultaneamente. As diferenças são maiores do que
aparenta a simples descrição do trabalho, pois, na instalação, as fotografias do rosto
de Margrét Haraldsdóttir Blöndal ocupam as quatro paredes da sala de exposição,
alinhadas no nível do olhar e distribuídas em 17 sequências fixas de imagens em uma
ordem flexível (HORN, 1997). Diferentemente do livro, não há um começo, meio ou
fim: o observador está cercado por todas as imagens.
Thierry de Duve (2003) desenvolve uma bela reflexão sobre a obra, sublinhando
a importância do título na construção do sentido e da posição cambiante do espec-
tador. Percebendo-se apaixonado, o autor reluta em definir se fora conquistado pela
mulher na fotografia ou pela imagem. Ao abordar esta hesitação, indica a tortuosa
relação da própria fotografia, na confusão de representação e referente. Quando o
tema é uma pessoa, repetida cem vezes, diz o autor, a sugestão é ainda mais forte.
Multiplicada, ele continua, talvez o efeito seja quantitativo, como afirma Matisse, para
quem um quadrado de 1m é mais azul do que outro de 1cm. (DUVE, 2003, p.78)
O autor interroga a quem o pronome se refere – quem é o clima? – questio-
nando o endereçamento do you na obra: Margrét é o tempo/clima? ou o artifício de
registro do tempo/clima? Embora Margrét pareça a resposta mais imediata, visto que
seu rosto é tão mutável como o clima, o título opera uma relação imprecisa entre as
posições do observador e da imagem, da artista e da modelo.
Este texto breve e não assinado na contracapa do livro insinua que o prono-
me se refere ao observador/leitor. Os designadores móveis, como são definidos os
pronomes na linguística permitem justamente trocas de posição: I/Eu designando
quem fala, she/ela ou he/ele, a quem se fala sobre e you/tu/você com quem se fala.
A segunda pessoa é a quem se dirige a fala e, por isso, muda conforme a mudança
do interlocutor. Refletindo sobre a implicação do título no trabalho, Thierry de Duve
formula a hipótese de que a obra se refere justamente à possibilidade de troca de po-
sição na relação, instável e ambígua da mulher fotografada para o espectador através
do pronome you.
Recusando situar a obra no gênero do retrato, que tradicionalmente ambiciona
revelar uma expressão verdadeira do sujeito, de Duve afirma que Margrét emerge
da água como uma figura desheroicizada, sujeito das contingências, comemorando
nada. O autor refuta interpretar o trabalho como simples ou irônica desconstrução
de um gênero estabelecido, argumentando que a modelo não assume inteiramente
a posição de I/eu, próprio do retrato (expressão de um sujeito, 1ª pessoa) e, tampou-
co, de she/ela, da representação (referente externo, 3ª pessoa). A imagem se dirige
ao espectador como alguém que é olhado: Margrét, para o autor, parece receptiva,
reconhecendo a procura da artista por ela. Mas, pergunta de Duve, a identidade pode
se apresentar na segunda pessoa?
Nestas trocas, o trabalho permite retomar a fluidez da respiração – vital, contí-
nua – com que começamos o texto e funda-se no desejo – compromisso ancorado
no presente – de uma relação. Há uma 2a pessoa, para 1a e 3a pessoas variáveis, que
se reposicionam a cada encontro: a artista que olha Margrét e produz cem imagens;
Margrét, cem vezes fotografada, nas variações infinitas de um rosto e de suas apreen-
sões em imagem, as cem imagens em um livro e/ou uma sala a interpelar o especta-
dor. Sem dissociar experiência e linguagem, o pronome no título integra o trabalho e
mobiliza estas relações. E a imagem, muitas vezes olhada na experiência temporal e
espacial de livro e instalação, como Margrét, insiste em manter a distância intervalar
de toda relação.
9 A biblioteca do Museu de Arte Contemporânea de Serralves possui uma expressiva coleção de livros de artistas, onde pesquisei as publicações de Roni Horn
10 Compõem a série To place, os seguintes livros de artista: Bluff life (I), 1990; Folds (II), 1991; Lava (III), 1992; Pooling Waters (IV), 1994; Verne´s Jorney (V),
1995; Haraldsdóttir (VI), 1996; Artic Circles (VII), 1998; Becoming a landscape (VIII), 2001; Doubt box (IX), 2006; Haraldsdóttir Part Two (X), 2011.
11 Vivendo em Nova York e Reykjavik, Horn tem visitado a Islândia, regularmente e por períodos prolongados desde a década de 70. O ambiente único da Islândia
têm se feito presente em seus trabalhos, incluindo a série To place e outros ciclos fotográficos.
Fig.4 Roni Horn, Verne’s Jorney, 1995, livro de artista. Arquivo da autora
Fig.5 e 6 Roni Horn, Still the water, 1999, detalhe e vista da instalação. Arquivo da autora
Instaladas na sala expositiva e/ou nas áreas de circulação e serviço das institui-
ções, as imagens são espaçadas. Ao privilegiar sua dispersão nos espaços, convoca-
-se o espectador à fluidez de percorrer a exposição e a atentar para o espaço mental
onde as fotografias passam a se relacionar, visto que não são vistas simultaneamente.
A presença do observador diante das imagens, tanto quanto as reverberações na sua
memória quando se afasta, integram a experiência perceptiva de Still water, segundo
a artista, aproximando-se do caráter inconstante e evasivo da água. Horn (2003, p.20)
argumenta que a imagem é uma parte do trabalho, o observador é a segunda e a voz
das notas de rodapé, a terceira.
Embora não pense em si mesma como escritora, relata conceber seus trabalhos
com uma parcela significativa de escrita e que nestes textos importa o que e como
está sendo escrito (HORN, 2003, p. 22).
Fig.7 Roni Horn, Still the water, 1999, detalhe. Arquivo da autora
Fig.8, 9 e 10 Roni Horn, Another water, 2000, livro de artista. Arquivo da autora
13 Ibidem, p.12.
Enquanto em You are the Weather e Another water escrita, fotografia, instalação
e espaço impresso colaboram, a narrativa em guache An old woman who has passed
her life..., 1984 (Uma velha mulher que passou sua vida em uma íngreme ilha esco-
cesa se sente desconfortável em terra firme porque não pode ver a margem), título,
texto e imagem coincidem como corpo do trabalho. A ilha íngreme e a presença da
margem marcam a narrativa pintada em letras vermelhas sobre fundo escuro, emble-
mática do que a artista chama de pictures of words.
Fig.11 Roni Horn, An old woman who has passed her life..., 1984, guache sobre papel. Arquivo da autora.
Kafka’s palindrome (also thicket n.3), 1991-94, evidencia esta ideia, com o texto
ocupando as quatro arestas do bloco e demandando que o observador caminhe em
volta da peça para leitura. A ação de circunscrever é própria do trabalho, visto que a
mudança de ponto de referência está presente na frase (IT WOULD BE ENOUGH TO
CONSIDERE THE SPOT WHERE I AM AS OTHER SPOT) e também no deslocamento
do espectador que possibilita que a frase seja lida – ressaltando a noção de presença
e experiência.
A frase também assumiu forma gráfica em For Thicket No. 3: Kafka’s Palindrome,
A Project for Artforum, explorando a mesma noção de circunscrição. Se na escultura
a frase foi fragmentada nas quatro faces do sólido geométrico, na revista, as palavras
ocupam as quatro arestas da figura geométrica, jogando com inversões, sentidos
e espelhamentos nas direções da leitura. Tanto na volumetria do bloco escultórico
quanto na planaridade de retângulo e letras impressas na página, vemos parcialmen-
te as letras e precisamos considerar nossa própria posição – o lugar onde estamos
e sua (in)suficiência: andando ao redor da peça, girando a página em nossas mãos,
inclinando a cabeça – para ler.
Fig.13 Roni Horn, For Thicket No. 3: Kafka’s Palindrome, A Project for Artforum, 1990, intervenção gráfica. Fonte: https://www.artforum.com/
print/199006/for-thicket-no-3-kafka-s-palindrome-a-project-for-artforum-34057
Horn produziu cinco séries a partir dos poemas e cartas de Emily Dickinson
utilizando uma notável economia material e formal (dois materiais com variações
cromáticas e sólidos geométricos, como cubos e colunas de comprimentos variados)
14
. As primeiras linhas dos poemas de Emily Dickinson apropriadas em Key and cues,
1994-96 são importantes pontos de referência e localização de sua obra, formada
por 1775 poemas não-intitulados, na organização póstuma do Index of first lines.
As primeiras linhas de Dickinson lidas-escolhidas por Horn, são corporificadas
em barras de alumínio, apoiadas diretamente no chão e encostadas na parede. Não
se trata de uma aplicação por pintura ou camada adesiva sobre o metal leve e reflexi-
vo, como supus vendo as imagens que documentam os trabalhos, mas de letras sóli-
das, com um volume próprio em plástico fundido (branco, azul ou preto, conforme a
série). Ambos os materiais (plástico para as letras e alumínio para os vazios das letras
e entre as letras) compõem a volumetria das peças. Diante delas, presencialmente,
percebe-se a materialidade do corpo das letras e de seus intervalos na composição
de cada sólido geométrico. Cada letra é, portanto, uma peça escultórica, montada e
encostada ao vazio, também escultórico, no inframince dos discretos encaixes entre
letra-vazio-letra. Na leitura, privilegiamos uma face do volume da peça, mas sem
deixar de ver o corpo sólido da frase, que não é plana nem adere a um suporte, mas
o constitui.
Deslocando cada frase da filiação original no poema e alterando a experiência
do livro, a operação artística de Horn chama atenção para a concretude das letras e
signos gráficos que costumamos ignorar. Dando espessura às palavras, a linguagem
de Dickinson passa a ter uma materialidade, como a parede e o chão, mas com uma
distinção singular, situada na contiguidade de realidade física e potência da leitura.
Fig.14 e 15 Roni Horn, Key and cues, 1994-96, instalação. Arquivo da autora
O devir-coisa das significações de que fala Rancière (2020, p.56) como o de-
vir-imagens das coisas, podem ser pensados em Key and cues e em Another water,
respectivamente, como trabalhos empenhados em desatar o que ligam, recusando
a noção da linguagem e da fotografia como reflexos do mundo. Na análise dos tra-
balhos de Marcel Broodthaers, o autor afirma que o devir-coisa das palavras envolve
14 How Dickinson Stayed Home, 1992–93, constitui-se por 25 cubos de alumínio (letras azuis) formando a frase: MY BUSINESS IS CIRCUMFERENCE; When
Dickinson Shut Her Eyes, 1993, conjuntos de barras de metal encostadas na parede formam poemas (cada verso materializado em uma barra, letras em preto);
Key and Cues, 1994–96; Untitled (Gun), 1994 e, posteriormente, White Dickinsons, 2006–09, com letras brancas e exclusivamente fragmentos da profusa corres-
pondência da poeta, como: THE MOST INTANGIBLE THING IS THE MOST ADHESIVE.
não sei como captar o que acontece já senão vivenciando cada coisa.15
Fig.16 Roni Horn, Rings of Lispector, 2004, detalhe da instalação. Arquivo da autora
Referências:
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Drawing Institute, 2019. Disponível em: http://artsandculturetx.com/review-roni-
-horn-when-i-breathe-i-draw-part-i-at-menil-drawing-institute/
COOKE, Lynne. “Interview”. In.: HORN, Roni et al. Roni Horn. Londres: Phaidon, 2003.
DE DUVE, Thierry. “Focus”. In.: HORN, Roni; et al. Roni Horn. Londres: Phaidon, 2003.
DIAS, Aline. “A drawing does not stop: 8 notas sobre desenho como ponte”. Revista-
-Valise, Porto Alegre, v.3, n.5, ano 3, jul. 2013.
DIAS, Aline. “texto de (fundo de) rio”. In.: STOLF, Raquel; MARTINOVISKY, Helder (org.).
Textos / interlocuções. exposição river film / pedra fantasma / mar paradoxo. Floria-
nópolis: Museu da Imagem e do som, 2017.
DIDI-HUBERMAN, Georges. O que vemos, o que nos olha. São Paulo: Editora 34,
1998.
HORN, Roni et al. Roni Horn. Barcelona: Fundació Juan Miró, 2014.
HORN, Roni. Another Wather (The River Thames, for Example). Göttingen: Steidel,
2011.
16 Ibidem, p.77.
HORN, Roni. Roni Horn aka Roni Horn. Vol. 2 Subject Index. Nova York, Göttingen:
Whitney Museum, Steidl Verlag, 2009.
NERI, Louise. “Survey”. IN.: HORN, Roni et al. Roni Horn. Londres: Phaidon, 2003.