Semana 5
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Semana 5
E: Um desafio que eu gosto de fazer com os meus alunos, é ver se eles conseguem
encontrar um domínio que o GRADE não cobre sobre a qualidade da evidência. Como
foi o processo de trabalho? Desde que vocês decidiram que era possível alcançar essa
ferramenta, como foi o processo de trabalho que nos trouxe uma ferramenta tão
completa para avaliar a certeza das evidências?
G: em, nosso objetivo era que todas as revisões sistemáticas já publicadas usem o
GRADE, e estamos muito longe disso. Mas é uma grande conquista que a Cochrane
solicite a todos os seus revisores que usem o GRADE. E uma grande conquista ter a
principal organização de revisões sistemáticas do mundo, dizer que você precisa usar o
GRADE. E agora temos mais de 110 organizações no mundo usando o
GRADE, incluindo organizações de muito prestígio, como a organização Mundial da
Saúde (OMS). Eu mencionei a Cochrane. Há o livro eletrônico que os médicos usam, é
o líder mundial, algo chamado UpToDate, tem mais de 10.000 recomendações
classificadas. Seu concorrente, DynaMed, também está usando o GRADE. Algumas
grandes organizações anteriores, como a Scottish Intercollegiate Guideline
Organization, ou SIGN, mudaram de seus sistemas anteriores para o
GRADE. organizações americanas líderes como o American College of Physicians, ou a
American Thoracic Society estão usando. Portanto, o objetivo principal é ter todas as
revisões sistemáticas do mundo. E todos os grupos de diretrizes que usam GRADE
estão realmente é vista e acho que agora há muito poucas pessoas que se quer
levantariam a questão. Se é ou não é a abordagem mais proeminente. Eu te disse o que o
cuidadosamente isso foi pensado em primeiro lugar e agora nós temos seis artigos na
BMJ para que os usuários do GRADE entendam isso e o GRADE no Journal of clinical
epidemiology, que tem até 22 artigos descrevendo os detalhes. Então, isso é muito além
do que qualquer um que analisa a qualidade das evidências e a força das
recomendações. nós temos um guideline muito detalhado. portanto, não há dúvida de
que é o sistema mais proeminente e acho que mais e mais pessoas já nos
consideram, mais de cento dez organizações, incluindo a Cochran. nós nãos
consideramos um bom sucesso. E eu acho que gradualmente todo mundo estará usando.
E: Sim, também acho. Eu posso ver, e com esses grandes jogadores interessados no
GRADE, eventualmente todo mundo vai estar. Na sua experiência, Quais são as
principais dificuldades que todos os pesquisadores têm usando o GRADE? Qual
domínio você acha que é mais difícil para nós?
G: Bem, o domínio mais difícil para todos, incluindo as pessoas mais especializadas, é o
viés de publicação, porque o viés de publicação lida com o que existe, mas você não
sabe que existe. Portanto, é meio difícil dizer para procurar o que não está lá ou o que
você não sabe que pode estar lá. Nossa maneira de expressão para os outros domínios é
"sem preocupação grave", "preocupação grave" e "preocupação muito grave". Mas para
viés de publicação, nós dizemos "não detectado". Sim, "não detectado" ou "altamente
suspeitos" Sim! Você está certa, então é uma maneira de classificação diferente,
e reconhece-se que o viés de publicação é o mais desafiador, você está absolutamente
certa! Cada um dos domínios tem os seus desafios, o risco de viés é o mais aparente, e
ainda tem o desafio de que o ruim tem que ser esse risco de viés, e quantos estudos
prévios tem que ser avaliados, a precisão.Então onde? Por que o intervalo de confiança
está antes de você classificar isso, e assim por diante, Então, existem desafios em todos
os domínios, mas o viés de publicação é o mais difícil.
E: OK! Nos métodos subjetivos, por exemplo, como estávamos falando, é possível que
um mesmo conjunto de evidências tenha diferentes classificações em diferentes revisões
sistemáticas. Quais são seus pontos de vista, e como avaliar criticamente o uso do
próprio GRADE?
G: Mas sempre que há julgamentos. Um dos ponto que eu ponho sobre o GRADE, é
que ele não significa que haverá uma resposta correta e o GRADE não significa que
todas as pessoas vão concordar. O que ele significa é que temos uma abordagem
explícita e transparente para fazer os julgamentos, para que todos estejam de acordo, e
falando o mesmo idioma, fazendo as decisões de acordo com os mesmo critérios, muito
razoáveis de que as pessoas discordem, mas estão tomando as decisões com os mesmo
critérios. Esse é o grande mérito da abordagem.
E: Sim! você está certo. você quer enfatizar algum desenvolvimento do GRADE que
você acha relevante na incorporação de políticas públicas baseadas em evidências
ou outros campos relevantes nas tomadas de decisão das políticas públicas?
E: Sim!
G: Como os seus princípios podem ser aplicados em estudos com animais. E em outra
área, que eu estamos trabalhando, onde, eu acho, que temos uma grande potencialidade
de desenvolvimento é a meta-análise em rede. As meta-análises só surgiram há cerca de
uma década. Nós publicamos nosso primeiro artigo sobre o GRADE para meta-análises
em 2014. E por se algo novo, estamos aprendendo o tempo todo. Nós já publicamos
atualizações do guia GRADE para meta-análises em rede, o que nós achamos que o
aprimora, e alguns outros artigos relacionados a questões específicas. E agora, nós
estamos trabalhando com algo que pode ser uma grande descoberta em como apresentar
uma meta-análise em rede, o resumo que sai dela, de um jeito que faz sentido para
médicos e que tem uma lógica coerente. Porque até o momento, nós não temos isso,
E: Sim.
G: Mas nós achamos que, talvez, nós tenhamos conseguido descobrir como fazer isso, e
esperamos poder publicar algo sobre isso nos próximos meses.
E: Com certeza, você está certo. Então, quais seriam as suas dicas para pesquisadores
que desenvolvem revisões sistemáticas, usam o GRADE, e estão interessados em atingir
uma qualidade de evidência com certas evidências?
G: Bem, se você quer fazer isso de maneira correta, você precisa ler a série do Journal
of Clinical Epidemiology com muito cuidado, os primeiros 13 artigos são para autores
de revisões sistemáticas. Então, se você quer fazer isso corretamente, você deve ler
esses artigos com atenção. Se você está no ramo de diretrizes, os dois últimos artigos, n
14 e 15 são iniciados, se você quer passar da certeza ou qualidade de evidências para
ações recomendadas. E agora temos 22 artigos, e serão mais assuntos específicos, como
diagnósticos e assim por diante. Então você pode até ler esses, mas o que são realmente
importantes para autores de revisões sistemáticas são os 13 primeiros e os 2 seguintes,
e mais uma coisa, é que qualquer pessoa pode se juntar ao grupo de trabalho do
GRADE. Acho que temos milhares de membros do grupo de trabalho do GRADE
agora, e muitos de nós estamos abertos a questões. Então, se você está trabalhando com
o GRADE pra revisões sitemáticas, ou diretrizes, e você está 'travado', você pode entrar
em contato com algum dos líderes dos grupos de trabalho GRADE, e dizer "Oi, eu
gostaria de receber e-mails, estou interessado em ajudar..." E se você tiver problemas
metodológicos, nós estamos interessados nesses problemas. Se você tem alguma
pergunta sobre o GRADE, Nós podemos ajudar a solucionar.
G: Tchau.
Sistema GRADE
O sistema Grading of Recommendations Assessment, Development, and Evaluation
(GRADE) é uma proposta sensível e transparente de classificação das evidências e da
força de recomendação desenvolvido por um grupo de metodologistas desde o ano
2000. A abordagem GRADE já é bastante difundida mundialmente, é endossada por
várias organizações internacionais especializadas em revisões sistemáticas e protocolos
clínicos, entre elas a Colaboração Cochrane e a Organização Mundial da Saúde. O
principal motivo da propagação desse método é a clareza em informar a qualidade da
evidência e a força da recomendação, aliada à abrangência dos aspectos além da
qualidade metodológica dos estudos incluídos.
Diferentemente dos sistemas anteriores, o sistema GRADE classifica as evidências em
Alta (⊕⊕⊕⊕), Moderada (⊕⊕⊕⊝), Baixa (⊕⊕⊝⊝) ou Muito Baixa
(⊕⊝⊝⊝). Como uma das interpretações práticas, esse nível de evidência possui uma
relação direta do quão confiantes ou certos, estamos de que os achados obtidos no
conjunto de evidências não seriam alterados significativamente por novos estudos.
Quanto à força de recomendação, o sistema GRADE também apresenta uma proposta
de classificação. Ao considerar o nível de evidência e outros fatores importantes para a
decisão, como os riscos e custos associados à intervenção, pode-se enquadrar uma
recomendação como Forte, onde a maioria dos indivíduos com indicação deve receber
a intervenção, ou Fraca (também chamada de condicional), onde o balanço de riscos e
benefícios da intervenção pode ser incerto para uma parcela dos indivíduos.
Protocolos clínicos, pareceres técnico-científicos e outros documentos que envolvam a
tomada de decisão em contextos definidos devem informar a força dessa recomendação
além de classificar a evidência. Revisões sistemáticas, contudo, não necessariamente
lidam com os contextos assistenciais ou formulam recomendações e, portanto, se
limitam a apresentar apenas o nível de evidências em suas conclusões.
Além dos fatores que podem reduzir a nossa confiança nas evidências, o
GRADE também propõe fatores que podem aumentar esse nível de confiança, ou
certeza. Mas tenha cuidado! Não faz sentido você rebaixar a qualidade das
evidências de acordo com as suas limitações metodológicas, ou outros fatores, e depois
aumentar a confiança de acordo com os fatores que vamos discutir. Assim, considere
aumentar a qualidade das evidências somente nas situações em que você tem corpo de
evidências sem grandes limitações, ou outros fatores que reduzem a confiança nas
evidências. Um fator a ser considerado nesse aumento da qualidade é a magnitude de
efeito. Pense na situação dos estudos observacionais, que por mais que
tenhamos controles e ajustes, estarão sempre propensos ao confundimento residual. Na
situação de uma grande magnitude de efeito, como, por exemplo, risco relativo de
5. Indicando que a frequência daquele evento é cinco vezes maior em quem foi
exposto. É pouco provável que todo esse efeito esteja relacionado à confusão. Assim,
estamos mais confiantes de que existe uma relação causal entre a exposição e o efeito
observado. E podemos considerar aumentar a qualidade, a confiança, nessas
evidências. Outro fator que podemos considerar para aumentar o nível de certeza dessas
evidências é a presença, ou não, de um gradiente dose-resposta. Ou seja, será que o
nível de efeito, o nível de resultados, é aumentado de acordo com o nível de exposição a
que é submetida aquela população? Se isso acontece, estamos mais confiantes de que
existe uma relação causal entre a exposição e o efeito. Tome como exemplo o caso do
anti-inflamatório rofecoxibe. Ao observarmos evidências de pacientes que faziam uso
de doses maiores, essa dose também era acompanhada com risco maior da incidência
de eventos cardiovasculares, como o infarto agudo do miocárdio. Ou seja, estávamos
mais confiantes de que existia uma relação causal entre estar exposto ao rofecoxibe e ter
evento cardiovascular. Nesta situação, podemos, também, considerar o aumento da
qualidade das evidências.
Apesar de contraditório, em algumas situações, a presença de fatores de confusão
também podem aumentar a nossa confiança nas estimativas de efeito. Como, por
exemplo, uma revisão sistemática de estudos observacionais que buscou avaliar a
efetividade do uso de preservativos na prevenção da infecção pelo HIV. A revisão
conseguiu constatar efeito importante do uso de preservativos na redução da infecção
pelo HIV. Contudo, ao observarmos os estudos incluídos, é possível, também, observar
um desbalanceamento no número de parceiros sexuais de acordo com o uso, ou não, de
preservativos. Ou seja, indivíduos que faziam uso de preservativos estariam
mais expostos ao risco de infecção pelo HIV, pelo maior número de parceiros. Assim,
esse fator, número de parceiros, estaria, artificialmente, reduzindo o efeito dessa
intervenção. Mesmo assim, observamos um efeito importante. Estamos, então, mais
confiantes de que o uso de preservativos reduz o risco de infecção pelo HIV. Da mesma
forma, na presença de fatores que aumentariam o efeito da intervenção, e não
observamos efeito ao final, estamos mais confiantes de que não existe uma relação
causal entre a exposição e o efeito observado. E podemos, assim, também, aumentar a
qualidade das evidências nessas situações. Ao final da sua avaliação, o GRADE
recomenda que você construa tabelas com o resumo dos resultados e perfis de
evidências. Trazendo os critérios que foram utilizados para rebaixar a qualidade das
evidências, assim como os motivos que fizeram você ter esse julgamento. Lembre-se, a
transparência é um critério essencial para você fazer o bom uso do sistema GRADE.
–1 se há risco de viés
Limitações do estudo Resultado da avaliação metodológica de cada estudo e seu
grave; –2 se há risco de
(risco de viés) impacto no desfecho em análise.
viés muito grave
–1 se há inconsistência
Inconsistência dos Avaliar a semelhança das estimativas, sobreposição dos
grave; –2 se há
resultados intervalos de confiança, resultados dos testes de heterogeneidade
inconsistência muito
(heterogeneidade) e da estimativa da inconsistência pelo I²
grave
–1 se há evidência
Avaliar se existem diferenças na população, intervenção,
indireta grave; –2 se há
Evidência indireta comparação ou desfechos entre os estudos incluídos e a pergunta
evidência indireta muito
de interesse
grave
Após a avaliação dos fatores que reduzem o nível das evidências, também é possível
considerar a elevação do nível das evidências disponíveis.
Por fim, também é possível avaliar se existe alguma influência positiva dos fatores de
confusão. Tal avaliação, de certa forma mais complexa e menos frequente que os
demais fatores, diz respeito à situação que a presença da fatores de confusão estaria
favorecendo nossa confiança na existência ou ausência de efeito de intervenção. Por
exemplo, na hipótese de se observar um efeito clinicamente relevante de uma
intervenção nas evidências disponíveis, o nível de evidência poderia ser elevado caso
estivesse presente algum fator de confundimento que estaria diminuindo o efeito da
intervenção. Da mesma forma, se um fator de confusão favorecesse o efeito de uma
intervenção e, mesmo assim, as evidências disponíveis não identificassem estimativas
clinicamente significantes, estaríamos mais confiantes de que não existe um efeito
daquela intervenção.
O Quadro abaixo apresenta uma síntese dos fatores e passos envolvidos na etapa de
elevação no nível das evidências:
Apresentando os resultados
Veja abaixo um exemplo de uma tabela SoF com a avaliação do GRADE em uma
revisão da Colaboração Cochrane sobre os efeitos da promoção de limpeza das mãos em
crianças²:
Uma sugestão para a formatação dessas tabelas é o uso da plataforma GRADE profile
Guideline Development Tool (GRADEpro GDT), que permite gerenciar todo o
processo de avaliação das evidências e exportar as tabelas SoF em variados formatos.
Referências
1. Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos. Departamento de Ciência e Tecnologia. Diretrizes metodológicas :
Sistema GRADE – Manual de graduação da qualidade da evidência e força de
recomendação para tomada de decisão em saúde. Brasília: Ministério da Saúde, 2014.
72 p. Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/diretrizes_metodologicas_sistema_grade.pdf
2. Ejemot‐Nwadiaro RI, Ehiri JE, Arikpo D, Meremikwu MM, Critchley JA. Hand
washing promotion for preventing diarrhoea. Cochrane Database of Systematic Reviews
2015, Issue 9. Art. No.: CD004265. doi: 10.1002/14651858.CD004265.pub3.
EVIDÊNCIAS PARA POLÍTICAS
Respostas rápidas
Diálogos deliberativos
E: Eu vou conversar agora com o Doutor Jorge Otávio Maia Barreto que é pesquisador
da Fundação Oswaldo Cruz, a Fiocruz, na diretoria de Brasília. Doutor Jorge foi
secretário municipal de saúde de Piripiri município do Piauí, de 2005 a 2012, e ele
implantou na gestão dele diversas políticas baseadas evidências, assim como promoveu
a elaboração de sínteses e Policy Briefs para política. E o Doutor Jorge faz parte do
Comitê Consultivo da Rede para Políticas Informadas por Evidências, a EVIPNet
Brasil, desenvolve pesquisas sobre o sistema de saúde com enfoque na atenção
básica, na atenção primária a saúde e processos de incorporação do
conhecimento científico a tomada de decisão nas políticas de saúde Muito obrigada
Jorge por dividir o seu conhecimento com a gente.
J: Obrigado Tais, é prazer contribuir com essa atividade, com o curso e eu estou sempre
à disposição.
E: Sim, a gente sabe. Jorge, geralmente quando a gente fala aplicar pesquisa pra
embasar políticas, falamos conciliar dois mundos diferentes. E eu não sei se nem se a
palavra é conciliar, se eles são irreconciliáveis, enfim né, teoria, mas brincadeiras a
parte qual é a sua visão sobre essa aproximação, tanto na sua experiência prévia como
gestor como hoje sendo pesquisador e preparando evidências científicas.
J: Bom Tais, acho que tem duas coisas ai que eu gostaria de abordar. O primeiro é o
cenário geral dessa aproximação que não é problema novo, essa questão do uso de
resultado de pesquisa pra favorecer o processo de formulação de política, ele é o marco
do início da área .de políticas públicas como área de conhecimento dentro das
universidades, principalmente nos Estados Unidos, começa na década de 40 O
reconhecimento de que o processo de formulação de política ele era muito acrítico e do
ponto de vista diria de sucesso da efetividade das políticas ele determinava o quanto
mais fundamentado intenções e vamos dizer valores ou apenas boa vontade, menor é a
certeza de que você vai produzir bons resultados. É claro que valores e intenções e boa
vontade são absolutamente importantes e tem que estar presente e são eu diria forte
indicativo de direcionamento de políticas, porque uma escala de prioridades alguns
valores podem prevalecer e outros podem ser esquecidos, então é muito importante
ter isso transparente, mas o fundamental é que o processo inteiro da tomada de decisão
ele é processo reconhecidamente complexo e que há uma série de insumos que vão
aportar geral relacionados com ideias, com valores e com análises de possibilidades que
são feitas pelos tomadores de decisão, esses insumos eles competem entre si de uma
maneira bastante, eu diria, ostensiva e eles vão ocupar na tomada de decisão lugar de
determinação, então eles vão ser usados de alguma maneira pelos tomadores de
decisão, a grande questão é o quanto o conhecimento científico participa desse
processo que como eu ja disse é processo complexo e competitivo mas é acima de tudo
pouco transparente, então a ideia de usar o conhecimento científico é além de fortalecer
o próprio processo na direção de políticas mais efetivas, existe esse potencial, não é uma
promessa é uma possibilidade, também aumenta a transparência da tomada de decisão
então esse é primeiro aspecto que eu acho muito importante dessa aproximação, entre o
mundo que produz conhecimento e o mundo que produz políticas, eu diria até que essa
relação não é nem entre produtores e usuários porque na verdade isso é meio confuso
quem que produz e quem que usa porque as instituições de políticas também produzem
conhecimento, elas não são apenas usuárias, não são aquelas que vão receber como
é alguém que visita oráculo e recebe aquela informação, então tem que ter processo
interativo, então essa é a chave pra essa aproximação, não é apenas a ideia de que são
mundos diferentes com dinâmicas, com tempos, com interesses, com repertórios e
caixas de ferramentas bem diferentes mas é preciso favorecer o intercâmbio e se
possível algum nível de integração, se não integração completa, porque isso seria
realmente muito difícil, e tem uma coisa muito interessante que eu gosto de dizer que
não se trata de transformar pesquisadores gestores e nem gestores pesquisadores isso
não daria muito certo porque o ambiente é diferenciado, então eu posso até lembrar que
Platão, que era filósofo, seria o equivalente aos pesquisadores da sua época, ele defendia
o governo dos filósofos, só que nas duas tentativas que ele fez ele não se saiu muito bem
não, nas duas vezes ele teve que fugir das cidades-estado aonde ele estava atuando pra
não ser morto, então são duas coisas que realmente tem estruturas dinâmicas,
ambiente completamente diferente, isso é a primeira coisa que a gente precisa ter
mente.
A segunda coisa que a gente pode ter mente é que a operacionalidade dessa
aproximação ela pode se dar todos os níveis ela não é uma coisa só pra Ministério da
Saúde, ou não é uma coisa só para o alto nível de formulação, porque os
implementadores também precisam muito de evidência, porque você tem evidências
sobre o que fazer larga escala, como por exemplo uma vacinação ou como por exemplo
uma adoção de modelo de pagamento, mas você tem o processo operacional de
transformar isso algo real, então as estratégias de implementação também podem
requerer suporte de evidência e pra isso é que o nível mais local, que é a minha
experiência que é mais essa segunda questão que eu quero abordar, você tem uma
grande possibilidade, existe uma grande área a ser explorada no que diz respeito à
estratégias de implementação formadas por evidências, bem fundamentadas, e como
isso ajuda que uma aproximação entre gestão e academia seja mediada pela necessidade
da informação para coisas reais, para coisas concretas então esse são os dois aspectos do
grande cenário das políticas informadas por evidências que a gente pode usar
pra dar pontapé inicial nessa conversa
E: Ótimo, eu acho que foi bem abrangente assim e realmente mostra o potencial como
você falou e a importância disso. E ai quais estratégias podem ser implementadas então
para facilitar esse processo de tomada de decisão baseada evidências, de evidências para
política.
J: Então considerando isso que eu falei de que você tem que ser introduzido e ao mesmo
tempo introduzir as evidências científicas como subsídios dentro de ambiente complexo
e competitivo, você tem que ter ferramentas, não é pelo convencimento, não é usando
argumento axiológico, vamos dizer assim, você precisa mostrar como fazer então
existem as plataforma de suporte as políticas informadas por evidências que geral elas
usam estratégias relacionadas com tradução do conhecimento esse conceito de
knowledge translation que é bastante disseminado e eu diria que bastante bem
aceito internacionalmente e eu diria também aqui dentro do Brasil. que é processo
interativo e dinâmico que envolve algumas etapas, que passa pela síntese pela
disseminação, pela aplicação ética e pelo intercâmbio de conhecimento então
esses elementos eles se transformam ferramentas ou estratégias, depende de como você
vê, e que se tornam ações bem concretas, então por exemplo, se você pretende melhorar
o acesso dos tomadores de decisão às melhores evidências disponíveis num tempo
oportuno para que eles usem isso na sua tomadas de decisão, você precisa estabelecer
métodos de síntese de evidências que sejam confiáveis e compreensíveis pra essas
pessoas As coisas importantes para quem vai acessar esses materiais é entender como
eles foram feitos. Então, muitas vezes, você tem...existem diferentes modalidades. Você
deve esses... as revisões temáticas são as mais, eu diria, conhecidas e mais
utilizadas todo mundo, mas é preciso reconhecer que existem dificuldades, por
exemplo, para gestor acessar uma revisão sistemática e a partir desse material tirar suas
próprias conclusões. É muito complicado hoje, você atribuir ao tomador de decisão essa
tarefa, não é? Então, as sínteses de evidência numa etapa mais, eu diria que elevada, não
no sentido de hierarquia, mas de olhar mais por cima a evidência global, ela vai
congregar resultados de diferentes revisões sistemáticas e aí, nascem os overviews de
revisões sistemáticas, as sínteses de evidências para políticas, que incluem, além de
evidência global, também, evidência local. Então, são exemplos de como as ferramentas
podem ser utilizadas para você estruturar uma plataforma sobre a qual a tradução do
conhecimento vai trabalhar a favor das políticas informadas por evidências. O mais
difícil nesse processo todo, diz respeito a etapas de adaptação e aplicação. Então, a
síntese e a disseminação não são processos tão pouco conhecidos, já se sabe bastante
qual é a estrutura que uma síntese de evidência deve ter, qual é a linguagem que você
deve adotar para diferentes públicos, mas quando se fala adaptação de evidência e
aplicação de evidência, principalmente, como estratégia de implementação efetiva, aí, a
área de desenvolvimento, eu diria, está pouco menos avançada. Então, você tem esse
campo todo para explorar e avançar. Mas fundamentalmente, esse é processo muito, eu
diria, participativo porque o processo de desenvolvimento dessas soluções
metodológicas é marcada por uma necessidade delas fazerem sentido para quem vai
utilizá-las. As revisões sistemáticas nascem assim, inclusive. Elas nascem para
favorecer o acesso a grande conjunto de artigos primários, estudos primários, a partir da
leitura mais confiável, num sentido de escrutinar o método, e isso, inicialmente, é para
facilitar o acesso de pessoas à tomada de decisão, sim. todo esse material, que seria essa
etapa de síntese. Então, esse é o cenário geral das plataformas. É claro que existem
diferentes soluções para cada uma dessas etapas, mas no geral, elas convergem
compreender que é preciso sintetizar evidência, é preciso estabelecer diálogo entre a
evidência global e o contexto, e aí, entra o intercâmbio, é preciso fazer conhecer a
evidência, porque a redução da assimetria de informação entre os atores de
processo político é fundamental para melhorar a participação e é preciso, acima de
tudo, na maior parte das vezes, adaptar essa evidência e não descartar uma evidência
sumariamente porque é contexto indiferente. Sempre, existe alguma lição a ser tomada,
algum dado a ser usado, e tudo isso, num processo muito transparente porque o nível da
incerteza é muito grande nesse processo todo, então, quanto mais transparência ele tem,
mais imunização nós temos aos efeitos que as incertezas provocam no processo inteiro.
E: Sim, e aí, você ganhar, acho que a síntese disso que você falou seria assim, ganhar a
confiança, ganhar a participação dos envolvidos, tendo consciência da limitação da
evidência, mas transformar o processo aprendizado realmente, que se torne cultura
institucional.
E: Sim, você já mencionou alguma coisa, mas, mesmo assim, vou te fazer a pergunta
aqui. Como você vê o papel, então, das revisões sistemáticas, das repostas
rápidas, revisões sistemáticas rápidas para ajudar esse processo?
J: Eu gostaria de acrescentar questões relacionadas com o que se faz depois que você
tem uma síntese. Então, tem uma coisa muito importante com relação a escolha, por
exemplo, de escopo, quando você vai decidir fazer uma revisão sistemática, quando
você está discutindo quais são as questões, as perguntas ainda não respondidas, o que
precisa ser respondido. É muito importante você buscar uma validação dessas questões
para que elas façam sentido para o potencial usuário daquela informação. Eu diria que,
mesmo revisões sistemáticas de aspecto clínico, elas fazem uma verificação se aquela
questão já não foi abordada, ou se não está sendo abordada atualmente por algum
grupo. Exatamente, por isso, que a gente protocola a revisão sistemática para poder dar
conhecimento prévio às pessoas que, potencialmente, teriam interesse naquilo. Mas
quando se trata de revisões sistemáticas de políticas, eu diria que, é mais significativo
ainda, que você tenha uma pergunta que possa fazer sentido para o contexto aonde ela
vai ser utilizada. Então, esse é ponto. A outra questão é que, muitas vezes, uma revisão
sistemática tem limitações de discussão sobre contexto, porque ela tem papel de
albergar evidência global. Evidentemente que, evidências locais, se estiverem
disponíveis, seriam incluídas. Mas, passo adiante na contextualização do potencial de
uso dessa evidência, pode ser dado quando nós estamos diante, por exemplo, de
documentos de política, como nas sínteses de evidências para políticas,
ou, eventualmente, outros tipos de síntese mais específicas para aplicação, como
acontece, por exemplo, com alguns overviews de revisões sistemáticas. Então, essas são
ferramentas absolutamente importantes para a síntese da evidência e, às vezes, com
passo adiante para a contextualização e até para o intercâmbio dos tipos de
conhecimento relacionados com determinado problema, mas, existe esforço muito
grande para disseminar essa síntese. Não adianta você ter uma publicação para a
academia, isso é importante, mas isso não é suficiente para que esse conhecimento
chegue ao público, potencialmente, interessado. Então, desde a adoção de estratégias de
disseminação pela adaptação da linguagem, você fazer resumos mais, vamos
dizer, direcionados para público que não tem familiaridade com aqueles termos, isso
pode ser importante, e, existem outras estratégias de disseminação estruturada que
incluem diálogos de políticas, também chamados de diálogos deliberativos, que são
amplamente utilizados ao redor do mundo, e outras estratégias que são mais
interativas, com o sentido de que não é uma disseminação passiva, ou uma difusão onde
você envia a informação e não sabe o que acontece a partir de então. Você tem que ter
processo mais interativo para poder que a comunicação, que exige dois polos, não tem
comunicação quando você só envia informação ou só quando recebe, e que uma
comunicação eficiente e efetiva possa ser estabelecida entre os diferentes setores
interessados, com problema e, consequentemente, nas evidências sobre aquele
problema. Então, esses documentos são documentos de síntese, que são altamente
relevantes, mas, também, é altamente relevante que nós consideremos as estratégias
para dissertá-los.
J: Bom, no planejamento, a única lei que eu conheço. A gente pode falar assim: Lei
natural do planejamento. É que o planejamento vai falhar. Ciência, a única lei natural
que eu conheço é que a ciência tem falhas. Então, o primeiro passo, no caso, é
reconhecer que existem vulnerabilidades. Geralmente, elas decorrem de limitações
metodológicas, mas nem só. Então, você tem, obviamente, a transparência como sendo
aspecto absolutamente... Eu não diria único, porque existem outros cenários, mas a
ciência favorece a transparência na medida que o método precisa estar explícito. Ele
precisa estar bem descrito e explícito. Se não estiver, só isso já motivo de você acender
alguns sinais de alerta. Mas como e que a gente lida com isso? Olha! O campo de
políticas, assim como outros campos, o campo clínico, talvez, compartilhe bastante
isso. É campo de incertezas. Você pode fazer afirmações categóricas sobre muitas
coisas. Quase sempre, você vai ter que descrever quais são as incertezas envolvidas.
E a metodologia inclui conjunto que deriva essas incertezas. Então, como você tem
pouco tempo, às vezes, para fazer uma síntese de evidências sobre tema emergente,
muitas vezes, você tem que abdicar de algumas etapas, ou simplificá-las. Isso representa
impacto importante para o resultado final. E esse impacto pode ser, mais ou
menos, transparente na medida que você deixa isso claro. Como, por exemplo, se você
resolve, ou precisa, reduzir, por exemplo, o número de bases que você vai
buscar. Então, são escolhas que são bem disseminadas no ambiente global de produção
de síntese de evidência, inclusive de respostas rápidas, mas que representam alguns
riscos. Claro. E reconhecer esses riscos e torná-los explícitos sempre é uma conduta
altamente recomendável, se não obrigatória. De uma maneira geral, quanto mais dentro
do campo, eu diria de, arranjos organizativos, que incluem arranjos de prestação de
serviços, de financiamento, arranjos de governança, arranjos de implementação. É mais
fácil de você ter grandes incertezas. Por vários motivos, porque você não tem uma
homogeneidade do tipo de estudo que você vai usar. Você é obrigado a utilizar, por
exemplo, desde estudos observacionais até, na maior parte das vezes é o que tem de
melhor disponível. São estudos observacionais. Às vezes, até estudos que apresentam
análises políticas. Então, existe uma variabilidade muito grande de designs e esses
delineamentos, obviamente, impactam na confiabilidade dessas evidências. Mas o
fundamental não é, exatamente, buscar apenas as evidências totalmente confiáveis,
porque, provavelmente, no campo de políticas, você não vai encontrar muito disso. É
você descortinar o nível de confiança que você pode atribuir a cada achado. Isso é
fundamental, porque na medida que você oferta certezas falsas aos tomadores de
decisão, você, na verdade, está produzindo uma chance de desconfiança futura.
É como... A melhor comparação que eu encontro. Se você falhar uma vez, você sobe
pouquinho no grau de desconfiança. Se você falhar muitas vezes, provavelmente, você
vai perder toda a confiança. E a confiança perdida é muito difícil de ser recuperada, em
todos os cenários. Então, para melhorar a relação entre pesquisadores e tomadores de
decisão, é muito importante que os problemas metodológicos sejam bem descritos. E,
para isso, você precisa desenvolver competências. Você mencionou prisma, grade e tal.
Várias coisas que precisam ser feitas. Primeiro, você precisa ter uma boa competência
para identificar falhas metodológicas, para identificar erros, para identificar enganos,
para identificar mentiras. Então, você precisa ter repositório de ferramentas. Agora, esse
é o pesquisador; você precisa ter, também, a capacidade de comunicar os resultados
dessa confiança avaliada ao leitor. Ao leitor, ao usuário, às vezes, até uma pessoa com
quem você vai conversar; você precisa dizer que 'AMSTAR', nove de dez, para essa
pessoa, não significa absolutamente nada. Então, você precisa traduzir isso assim como
você precisa traduzir, também, os achados. E para ser bem sincero com você, nós temos
avançado significativamente, porque nós temos praticado. Esse é o fundamento. Eu
acho que no cenário brasileiro, nós temos várias experiências de
desenvolvimento... Principalmente de síntese de evidência e de revisões rápidas. As
primeiras, obviamente, tem menos qualidade, mas quanto mais você faz, mais condições
de desenvolver você adquiri. Então, é processo de aprendizagem e acho que nós
estamos bom caminho para melhorar essa nossa dificuldade de lidar com tanta
informação, com tanta, com tanta diversidade metodológica, não para reduzí-la. Nunca
para reduzir a diversidade metodológica, porque existem processos de desenvolvimento
metodológico que são permanentes. Mas, principalmente, para saber utilizar
corretamente o método, saber utilizar corretamente a forma de avaliar a qualidade
dos estudos etc.
E: Eu acho que, si por lado, pode ter uma evidência frágil, enfim, mas teve aprendizado
do processo e a cultura vai se solidificando. E com a transparência, você
percebe. "Olha! Não é a melhor informação, mas é alguma informação." É melhor do
que a gente só se pautar intuição, ou o que eu gosto, enfim. E outro aspecto que a gente
também tratou aqui no nosso curso, que a gente trata nesse curso; são as revisões
sistemáticas de evidências qualitativas. Então, como você vê o papel das sínteses de
evidência qualitativa para embasar políticas?
E: Ótimo. Até porque é aquilo que você falou, não é só a questão da qualidade da
evidência, eu tenho certeza que funciona. Mas e aí, o contexto está pronto para
incorporar isso? As pessoas vão aceitar de bom grado e vão aderir? Porque é diferente,
aquela eficácia do que é o mundo real mesmo. E você já deu várias dicas, mas eu
gostaria que você deixasse como mensagem final, para os nossos alunos, que outras
ferramentas eles podem procurar; ou que outras indicações você pode dar para se
aprofundar sobre esse processo de utilização de evidências para política.
J: Existe uma rede global que lida com isso, não uma rede institucionalizada, mas uma
rede de cooperação global que envolve diversas instituições. Entre elas, a própria
OMS, com a rede de políticas informadas por evidências, que é VIPNET global, que
tem componente nacional gerenciado e gerido pelo Ministério da Saúde. Mas existem
várias outras iniciativas, como o '3ie', como o Hell Forum da McMaster, como o What
Works, que é uma colaboração que envolve várias instituições multinacionais. Você
tem, eu diria, já quase uma quantidade de iniciativas que, às vezes, até torna difícil a
gente navegar entre todas. Mas não faltam recursos, não faltam iniciativas super
interessantes. Os 'Evidence Gap Maps' dão uma amostra de que existem outras etapas a
serem perseguidas, outros níveis de sínteses a serem, eu diria, perseguidos, porque tem
interesse para isso. Mas de uma maneira geral, existe mundo a ser descoberto
e, obviamente, o nosso desafio aqui no Brasil é muito mais, eu diria, de trazer trazer isso
para o cotidiano; o cotidiano do pesquisador. Porque pode parecer estranho, mas ainda
soa alienígena, às vezes, quando você está contexto de pesquisa e menciona os
conceitos de política informada por evidência. Ao ponto de, às vezes, a gente achar que
você tem também pesquisa informada por evidência. Porque a própria definição de
prioridades é tão distanciada, a prioridade de pesquisa é tão distanciada da realidade
que, às vezes, a gente acha que talvez seja necessário que a gente estabeleça processo
de tradução do conhecimento para a academia; no sentido, eu diria, reverso. Mas é isso,
de uma maneira geral, é mundo a ser descortinado. Para a gente que está dentro desse
contexto, as coisas parecem muito naturais e óbvias, mas eu tenho certeza que as
pessoas vão se surpreender se explorarem pouco mais esse ambiente. Não apenas
acadêmico, mas de iniciativas institucionais. E descobrir que aqui no Brasil nós temos
uma grande rede de colaboração, de produção, inclusive, e que está se aprimorando a
cada dia. Eu acho que é bem importante.
E: Ótimo Jorge. Jorge, muito obrigada pelo seu tempo, pela sua experiência e simpatia,
também... Por quê não? Estar dividindo aqui com os nossos alunos.
J: Eu que agradeço e sempre é muito bom ter a oportunidade de apresentar... Nem sei se
seriam coisas novas, mas, fundamentalmente, uma visão sobre essas questões
relacionadas com política informada por evidências. Está ótimo.
E:Obrigadão Jorge! Tchau!