PRÉ Projecto de Investigação Científica
PRÉ Projecto de Investigação Científica
PRÉ Projecto de Investigação Científica
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
PRÉ-PROJECTO
LUANDA, 2024
UNIVERSIDADE DE BELAS
FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
PRÉ-PROJECTO
6
LUANDA, 2024
7
ÍNDICE
I. INTRODUÇÃO............................................................................................................5
1.3. Objectivos...............................................................................................................8
2.1 Conceito...................................................................................................................9
III. METODOLOGIA...................................................................................................18
IV. RESULTADOS........................................................................................................20
V. CRONOGRAMA......................................................................................................21
VI. RECURSOS.............................................................................................................22
BIBLIOGRAFIA...........................................................................................................23
8
I. INTRODUÇÃO
O presente trabalho versa sobre autoridade paternal e seu exercício no ordenamento jurídico
angolano, abordando seus principais institutos, princípios e temas adversos, perscrutando
apontar as mais importantes legislações pertinentes ao tema com uma visão abrangente no que
tange aos procedimentos e sua aplicabilidade e eficácia no judiciário angolano. Ademais vai
intentar nas minúcias de seu processo e levando a uma reflexão da sua evolução histórica em
todos os âmbitos da legislação angolana que são pertinentes .
Decidimos abordar o tema da autoridade do exercício do poder paternal para trazer à nossa
sociedade uma grande carga emotiva. Temas relacionados com a infância, crianças,
adolescentes, amor, carinho e a felicidade fragiliza-nos na hora de sermos imparciais e
acertivos na relação existente entre pais e filhos, O facto é que o amor e afectividade têm
muitas faces e aspectos e, nessa multifária complexidade, temos apenas a certeza de que se
trata de uma força elementar, propulsora de todas as nossas relações de vida.
9
Nesse contexto, fica fácil concluir que a sua presença, mais do que em qualquer outro ramo
do Direito, se faz especialmente forte nas relações de Família.
E neste sentido, este trabalho que agora iniciamos, acerca da autoridade do exercício do poder
paternal vale ressalvar que à própria função social desempenhada pela família, todos os
integrantes do núcleo familiar, especialmente os pais (pai e mãe), devem propiciar o acesso
aos adequados meios de promoção moral, material e espiritual das crianças e dos adolescentes
viventes em seu meio. Educação, saúde, lazer, alimentação, vestuário, enfim, todas as
diretrizes constantes na Política Nacional da Infância e Juventude devem ser observadas
rigorosamente. A inobservância de tais mandamentos, sem prejuízo de eventual
Responsabilização criminal e civil, pode, inclusive, resultar, no caso dos pais, na destituição
do poder familiar.
1.3. Objectivos
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II. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo o professor Júlio Cesar Sanchez , a “família é o núcleo existencial integrado por
pessoas unidas por vínculo sócio afectivo, teleologicamente vocacionada a permitir a
realização plena dos seus integrantes”, segundo o princípio constitucional da dignidade da
pessoa humana. Nessa linha, é possível sistematizar o nosso conceito da seguinte maneira:
a) Núcleo existencial composto por mais de uma pessoa: a ideia óbvia é que, para ser família,
é requisito fundamental a presença de, no mínimo, duas pessoas;
b) Vínculo sócio afectivo: é a afectividade que forma e justifica o vínculo entre os membros
da família, constituindo-a. A família é um facto social, que produz efeitos jurídicos;
11
c) Vocação para a realização pessoal de seus integrantes: seja qual for a intenção para a
constituição de uma família (dos mais puros sentimentos de amor e paixão, passando pela
emancipação e conveniência social, ou até mesmo ao extremo mesquinho dos interesses
puramente econômicos), formar uma família tem sempre a finalidade de concretizar as
aspirações dos indivíduos, na perspectiva da função social.
É preciso compreender que a família, hoje, não é um fim em si mesmo, mas o meio para a
busca da felicidade, ou seja, da realização pessoal de cada indivíduo, ainda que existam – e
infelizmente existem – arranjos familiares constituídos sem amor. O que não se pode
prescindir, nesse contexto, é o seu intrínseco elemento teleológico consistente na formação de
um núcleo existencial que tenha por finalidade proporcionar uma tessitura emocional (e
afetiva) que permita a realização da família como comunidade e dos seus membros como
indivíduos. E isso não seria possível sem uma ampla visão do instituto, seja na sua
compreensão conceitual, seja em um bosquejo histórico, o que será objeto do próximo tópico.
Face a esta realidade, compreende-se que não seja fácil definir um conceito estático
de família. Aliás, isso mesmo é demostrado pela redacção do artigo 35º da CRA, no qual a
família é um “núcleo fundamental da organização da sociedade”, cabendo ao estado e à
sociedade a sua protecção, garantindo-se, assim, a realização pessoal dos seus membros.
12
O Direto de Família ou, se quisermos dizer «os direitos de família» são em geral os direitos
que tutelam os interesses das pessoas que fazem parte da comunidade familiar. A Família
pode assim ser definida como um grupo social relacionado entrem si por obrigações e direitos
recíprocos.
O modelo de família angolana encontra sua origem na família romana que, por sua vez, se
estruturou e sofreu influencia no modelo grego.
Foi a Antiga Roma que sistematizou normas severas que fizeram da família uma sociedade
patriarcal.A família romana era organizada preponderantemente, no poder e na posição do
pai, chefe da comunidade. O pátrio poder tinha caráter unitário exercido pelo pai. Este era
1
MACHADO, José Jefferson Cunha. Curso de Direito de Família. Sergipe: UNIT, 2000, p.2.
13
uma pessoa sui júris, ou seja, chefiava todo o resto da família que vivia sobre seu comando, os
demais membros eram alini júris2.
Com a morte do “pater famílias” não era a matriarca que assumia a família como também as
filhas não assumiam o pátrio poder que era vedado a mulher.O poder era transferido ao
primogênito e/ou a outros homens pertencentes ao grupo familiar.
14
Na época do Império Romano passam os cognados a terem direitos sucessórios e alimentares,
além da possibilidade de um magistrado poder solucionar conflitos advindos de abusos do
pater. Nesta fase, a mulher romana já goza de alguma completa autonomia além de
corresponder ao início do feminismo. A figura do adultério e a do divórcio se multiplica pela
sociedade romana e com isso a dissolução da família romana.
Carcopino, no seu estudo sobre a vida cotidiana dos romanos, assinala que, à medida que o
pai deixava de ser a autoridade severa e arbitrária dos primeiros tempos para reconhecer a
autonomia e a independência dos filhos, multiplicava-se em Roma a figura leviana do filius
mimado e egoísta, gastando num dia fortunas acumuladas pelo trabalho de gerações,
caracterizando assim uma sociedade que adquiriu o hábito do luxo e perdeu a sobriedade.
Após o austero e rígido pater, veio à época da soberania incontestável das novas gerações5.
A doutrina jurídica reconhece que o direito romano forneceu ao Direito angolano elementos
básicos da estruturação da família como unidade jurídica, econômica e religiosa, fundada na
autoridade de um chefe, tendo essa estrutura perdurada até os tempos atuais6.
5
CAHALI, Yussef Said. Dos Alimentos. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1998, p.28, apud.Jérôme Carcopino, L avie quotidienne a Rome à l’apogée de l’ Empire, Paris, Libr. Hachette,
1939, p.97 e s.
6
PEREIRA, Tânia da Silva. Famílias possíveis: Novos paradigmas na convivência familiar. In: PEREIRA, Rodrigo da Cunha (coord.). Afeto, Ética, Família e o Novo Código Civil. Belo
15
Os canonistas eram totalmente contrários à dissolução do casamento por entenderem que não
podiam os homens dissolver a união realizada por Deus e, portanto um sacramento.
A evolução do Direito canônico ocorreu com a elaboração das teorias das nulidades e de
como ocorreria a separação de corpos e de patrimônios perante o ordenamento jurídico. Não
se pode negar, entretanto, a influência dos conceitos básicos elaborados pelo Direito
Canônico, que ainda hoje são encontrados no Direito angolano .
Com vista a prossecução dos fins para cujo a realização se atribui a autoridade paternal a lei
prevê, o dever de obediência dos filhos em relação aos seus pais. É estatuido no art. 137.º do
CF, o principio genérico de que os filhos devem obediência dos pais. A lei estabelece, porém,
as linhas orientadoras desse dever, pós no art.137.º, nº 1 menciona que: «os filhos menores
devem obediência à legítima autoridade paternal», o que quer enfatizar que essa autoridade
tem que ser exercida dentro da finalidade legal para qual é atribuída (o interesse do menor),
pós se não for torna-se ilegítima e como tal não há que pedir ao filho obediência.
16
Quis-se sublinhar aqui a necessidade de de aplicar um dos principios fundamentais do CF
(consignado nos seus art. 2.º, nº 2 e art. 6.º), e que se refere à contribuição que todos os
membros da família devem dar para que cada um possa realizar plenamente a sua
personalidade e as suas aptidões tendo em conta o respeito pela sua personalidade, a especial
proteção a criança e o espiíto de colaboração e entreajuda.
No art. 80º (Infância) da actual CRA, vem consagrado no nº 2 «As políticas públicas no
domínio da família da educação e da saúde devem salvaguardar o princípio do superior
interesse da criança como forma de garantir o seu pleno desenvolvimento fisíco psíquico e
cultural » .
Aliás, a Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança no seu art. 12.º, nº 1, já
refere à criança «(...) o direito de expressar as suas opiniões livremente sobre todos os
assuntos relacionados com a criança (...)» e no art. nº2, o de expressar livremente a sua
opinião em todos os assuntos que lhe digam respeito «(...)processo judicial ou administrativo
(...)» e «o direito a que as suas opiniões sejam tidas em conta, de acordo com a sua idade e
maturidade» .
Os pais devem respeitar a personalidade as aptidões e inclinações pessoais do filho, não lhe
impondo regras de conduta ou opcões na sua vida, como seja a escolha de fé religiosa, de
profissão, da celebração ou nãodd de casamento, etc., que contrariem a vontade do filho.
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2.1.1 Âmbito, titularidade e duração da autoridade paternal
No CC, a expressão legal era «poder paternal» significando que era um poder espescialmente
exercída pelos pais o qual era o elemento hierarquicamente superior da família, quer em
relação à mulher quer em relção aos filhos. À mãe era atribuída uma posição secundária de
mera conselheira nos assuntos que dissessem respeito aos filhos.
No Direito Europeu procura-se uma nova expressão – «autoridade paternal», para evitar que o
conceito contenha em si um conceito descriminatório à mãe.
Tem natureza funcional, pois é atribuída ao pai e à mãe, não no seu próprio interesse, mas
como diz o art. 127.° n.° 2, do CF: «Os deveres e direitos paternais devem ser exercidos no
interesse dos filhos e da sociedade». Os seu titulares estão vinculados à finalidade legal
prevista na lei e não detêm um direito subjetivo. É um poder, um officium, um munus que não
é exercido sobre o filho, mas para o filho11 .
10
. António H.L Farinha e Conceição Lavadinho. «Mediação familiar e responsabilidades Parentais», p, 48. Edições Almedina, 1997 .
11
. Alfredo Carlo Moro. Manual de Diritto Minorile, p. 134. Zainchelli, Bologna .
18
O exercício pelos pais, no seu próprio interesse, da autoridade paternal, prejudicando o
interesse do filho, constitui o abuso de direito e deve obrigar à intervenção dos órgãos de
educação e de assistência, da Procuradoria da República e dos tribunais, em defesa do menor.
Dado o superior interesse de defesa dos direitos dos menores a autoridade paternal é, na
generalidade dos sistemas jurídicos, exercida sob a vigilância e controlo da sociedade e dos
órgãos de estado .
Quando os pais não se mostram à altura de educar os seus filhos, poderá ser-lhes retirada a
função de educação, sendo tomadas medidas que podem alterar os poderes e deveres dos pais,
bem como as decisões por estes tomadas .
O art. 149.° , no n°2, do CF prevê que, a pedido do Ministério Público, o tribunal intervenha
para alterar as decisões que os pais tenham tomado relativamente à vida do filho e que sejam
lesivas do interesse do menor e da sociedade geral .
Quando ocorrem casos mais graves lesivos dos interesses do menor ou que ponham em risco a
sua integridade física, psíquica ou a sua formação moral, pode o tribunal aplicar uma medida
sancionatória que é a inibição total ou parcial da autoridade paternal. Em síntese: pode
afirmar-se que a autoridade paternal é um poder-dever atribuído aos pais mas deve ser
exercido em benefício dos filhos, estando sob o controlo do Estado através dos seus órgãos de
natureza administrativa e judicial.
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A Convenção das Nações Unidas sobre o Direitos das Crianças dispõe no seu art. 1.° que
«(...) considera-se criança todo o ser humano com menos de 18 anos de idade».
O art. 134.°, n.° 1, do CF explícita que a autoridade paternal é exercida durante a menoridade
do filho.
Ela perdura durante todo esse período da vida do filho e só pode extinguir-se por duas causas,
como dispõe o n°2 do citado art.134 .° :
- a morte do projenitor
A morte é um facto natural que põe fim às relações familiares de natureza pessoal.
A constituição do vínculo de adoção vai criar um novo vínculo de filiação entre adotante e
adotado e como vai fazer cessar o vínculo de filiação natural. Os pais são, porém, chamados a
dar o seu consentimento à adoção – art. 202.° do CF.
Por sua vez os deveres dos filhos para com os pais vêm expressos no art. 132.° : «os filhos
devem, respeito, cuidados e assistência aos pais». São deveres de carácter permanente
extensivos a toda relação paterno-filial quer durante a menoridade como depois da
maioridade.
O conteúdo de natureza pessoal da autoridade paternal vem expresso no art. 135.° do CF,
segundo o qual «incumbe aos pais a guarda, a vigilância e o sustento dos filhos menores e a
prestação de cuidados com a sua saúde e educação ».
a) Poder-dever de guarda
Este Poder-dever envolve, na sua materialidade, o encargo direto do filho pelos pais e está
ligado, portanto, à própria pessoa física do filho. O dever de guarda ou custódia é da maior
relevância e pode dizer-se que dele derivam os demais direitos e deveres paternais. Este
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direito vem hoje de novo consagrado no art.° 9.° da Lei sobre a Proteção Integral da Criança
( Lei n. ° 25/12 de 22 de agosto de 2012, D.R. n. ° 162). Os pais devem manter os filhos em
convivência direta consigo, protegendo-os na sua integridade física e moral e integrando-os
no seu agregado familiar em convivência comum.
Por via do poder-dever de guarda, os pais estão investidos no direito de fixar o domicílio do
filho menor. O domicílio do menor é, em regra, o do seu representante legal, como prevê o
art. 85.°, n. ° 1, do CC.
A retirada dos filhos menores da residência dos pais sem o seu consentimento constitui ilícito
penal que pode ser tipificado na forma de subtração de menores – art. 342.°, no
constrangimento do menor a abandonar a casa dos pais ou tutores – art. 343.°, ou na ocultação
troca ou descaminho de menores – art. 344. °, todos do CP.
b) Poder-dever de vigilância
O poder-dever de vigilância atribui aos pais o dever de velarem pela integridade física e moral
dos filhos, afastando-os dos perigos que possam atingir na sua própria pessoa ou na sua
formação moral. Os pais devem proteger o filho na sua integridade física, não permitindo que
ele seja exposto a perigos dos quais, em razão da sua menoridade, não esteja apto a defender-
se, impedindo que sofra lesões ou que sua vida corra algum risco.
13
Anteprojecto do Código Penal
ARTIGO 231.º
(Subtração ou recusa de entrega de menor)
1. Quem subtrair menor a pessoa que sobre ele exerça poder paternal ou tutelar ou a quem esteja legitimamente confiado é punido com pena de prisãode 1 a 4anos, se a pena mais grave lhe não
couber por força de outra disposição penal .
2. Quem: (...)
b) convencer o menor a fugir do domicílio familiar ou do lugar onde reside ou a abandonar esse domicílio ou lugar, por meio de violência, ameaça ou qualquer artifício fraudulento é punido com
a pena de prisão até 3 anos ou com a de multa até 360 dias .
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No aspecto moral, devem velar sobre as relações do filho, impedindo que ele conviva e
acompanhe pessoas moralmente mal formadas que possam incutir-lhe vícios ou
comportamentos censuráveis. Os pais têm o direito de fiscalizar as relações sociais dos filhos.
Este direito ter que ser exercido no interesse do filho e não deve estar submetido a caprichos
ou malquerenças dos pais. Se os pais impedirem a relacionamento com os avós ou outros
parentes próximos do menor, como irmãos, tios e primos o tribunal pode ser chamado a
intervir, se essa proibição tiver carácter abusivo e for injustificada.
Nele também está englobado o controlo sobre a vida privada do filho e a difusão da sua
imagem ou de relatos de índole pessoal.
Do dever de vigilância resulta ainda para os pais a obrigação de impedirem que o filho
pratique atos lesivos dos direitos de outrem, sendo no geral responsáveis pelos atos cometidos
pelo filho. O art. 491.° do CC , responsabiliza os pais relativamente aos danos causados a
terceiros por filho menor, naturalmente incapaz, quando não tenham exercido de forma
diligente o seu dever de vigilância.
É a própria lei que estabelece a presunção de culpa in vigilando, atribuindo aos pais ou à
quem os substitui, o dever de reparar os danos causados por condutas de natureza dolosa ou
meramente culposa dos filhos menores.
A Lei do Julgado de Menores, atrás citada, veio abranger na sua jurisdição art. 3.° «b) os pais,
tutores, ou quem tenha o menor a seu cargo, nos casos previstos na sua presente lei». Os pais
estão obrigados a coadjuvar a ação do Julgado de Menores e fazer cumprir as decisões que
forem tomadas relativamente à seus filhos.
De acordo com o art. 50.° do CPJM, aprovado pelo Decreto n.° 6/03 de 28 de janeiro, se
«Durante a execução das medidas decretadas ao menor se verificar o seu incumprimento por
parte dos pais, tutores ou da pessoa que tenha o menor a seu cargo, será mandado extrair
certidão dos autos para procedimento de contravenção por violação do dever de proteção
social, caso a conduta não interage a infração mais grave.»
22
O Código Aduaneiro aprovado pelo Decreto-Lei n. ° 5/06, de 4 de Outubro, no seu art. 175.°,
n.° 1, responsabiliza os pais pelas infrações fiscais e aduaneiras cometidas pelo filho 14.
O dever de sustento é prestação de cuidados de saúde faz parte, bem como o dever de
educação, do dever geral de prestação de alimentos que incumbe aos pais a favor do filho. É o
dever primordial dos pais com relação aos filhos, consignado não só no art. 135.° mas
também no art. 249.°, n.° 1, do CF.
Se for um único progenitor a prestá-la, ele terá direito de regresso contra outro.
O quantitativo desta obrigação consoante a situação económica e social dos pais, pois ao filho
deve ser assegurado um nível de vida idêntico aos dos seus progenitores e proporcional aos
rendimentos destes. Os alimentos não devem, pois restringir-se ao quantitativo necessário à
mera subsistência do alimentado.
Entendemos estar fora dos poderes dos pais autorizar o filho menor seja objeto de utilização
de esterilização ou que seja doador de um órgão a terceira pessoa dado o caráter de mutilação
física de tais intervenções.
14
(7) Código Aduaneiro
ARTIGO 175.º
1. Os pais ou representantes legais dos menores são responsáveis pelas infrações fiscais e aduaneiras .
23
III. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO
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IV. METÓDOLOGIA
Será realizado um estudo retrospectivo com abordagem qualitativa sobre Autoridade Paternal e seu
Exercício no Ordenamento Jurídico Angolano .
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Na elaboração deste trabalho serão utilizados os métodos dedutivos e indutivos, sob
suporte da aplicação zelosa, na abordagem do método histórico.
IV. RESULTADOS
Chegados a este ponto, e após percorrer um longo caminho, compreende-se que o Direito da
Família é uma área do direito muito suscetível à mudança, que tenta acompanhar a
transformação da sociedade ao longo dos tempos.
Infelizmente até hoje internamente não se produziu tanto na doutrina como na jurisprudência
grandes estudos sobre a matéria que poderiam decerto enriquecer as nossas posições aqui
assumidas.
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Mas vale ressalvar a importância da Lei 25/15, 22 de Agosto, que dê uma forma mais
aprofundada nos apresenta os princípios fundamentais da defesa da criança, visto que é dever
do Estado zelar pela proteção dos direitos de menores.
Notou-se que muitas das vezes as crianças são deixadas sobre responsabilidade de apenas um
dos seus progenitores, cujo este tem o dever de prestar alimentos de forma individual, e a
questão que muitas das vezes nos colocamos é a seguinte, De quem é realmente a função de
prestar alimentos ao menor? Claro que a resposta é simples e consisa (Pai e Mãe) ainda que
separados estes têm o direitos-deveres sobre os menores e estes direitos-deveres devem ser
respeitados na sua íntegra para que não haja a violação dos direitos do menor.
IV. CRONOGRAMA
Elaboração do pré-projecto X X X X
Análise de dados
Elaboração do relatório final
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VI. RECURSOS
28
Total geral
BIBLIOGRAFIA
CAMPOS, Diogo Leite de, – Lições de Direito da Família e das Sucessões, 2ª ed. Revista e
actualizada (5ª Reimpressão da edição de 1997) Almedina, 2010.
GOODE, William J., – A Família. Tradução: Antônio Augusto Arantes Neto, São Paulo:
Livraria Pioneira Editora, 1970.
LEGISLAÇÃO
Código Penal
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