Design Gráfico - Uma História Concisa - Richard Hollis
Design Gráfico - Uma História Concisa - Richard Hollis
Design Gráfico - Uma História Concisa - Richard Hollis
[ diretor de arte
eo]
11. OS ESTADOS UNIDOS
NOS ANOS 30
Chesterfield, outdoor,
c. 1935
VanityFair, pagina
dupla, 1936 1M. F. Agha]
Lucky Strike criado por Loewy e urn outro exemplo. Como era uma
recriacao de urn design ja existente, 0 poder de decisao estetica se limi-
tou it alteracao da cor; mas 0 resultado final dessa escolha foi tao cru-
cial quanta pratico, Como explicou Loewy: "Antes - 0 velho maco do
Lucky Strike era verde-escuro. Na parte da frente, ficava 0 famoso
alvo vermelho do Lucky Strike. A parte de tras continha urn texto que
pouca gente lia. A tinta verde era cara e exalava urn leve odor. Depois Lucky Strike. novo design
••
Cl G.AR ET.T E S
"Concentracao« ,
Essas observacoes simples e prosaicas refletem uma preocupacao anuncio da Container
com 0 processo de impressao, com a imagem do produto (ao coloca-la Corporation of America,
anuncio, 1938 IA. M.
em ambos os lados do maco, ele duplicou sua exposicao) e com a res- Cassandre]
posta do consumidor (0 maco branco, segundo 0 artista, sugere "fres-
cor de conteudo ~ureza na fabricacao"),
o envolvimento direto do diretor de uma companhia com a emba-
lagem ou design de umproduto deixou de existir com a crescente utili-
zacao de agencies de publicidade e 0 surgimento do gerenciamento es-
pecializado nas companhias. 0 primeiro design corporativo completo,
todavia, foi adotado pela Container Corporation ofAmerica (CCA). A
adocao do design foi iniciada pelo proprietario da companhia, Walter
Paepcke. Em 1936, ele designou urn ditetor de arte para a CCA, Egbert
Jacobson, e para cuidar da publicidade da empresa contratou a mais
~ltiga agencia de propaganda dos Estados Unidos, a firma N. W. Ayer,
da Filadelfia. Charles Coiner, 0 diretor de arte da Ayer, estava esperan-
do no cais quando Cassandre chegou de Paris em 1936, em uma via-
gem de trabalho a Nova York. Antes de deixarem 0 cais, Cassandre ja AMERICA HAS CLOSED ITS FIST
aceitara urn contrato para criar 0 primeiro de uma serie de anuncios
para a Container Corporation (que mais tarde veio a incluir 0 notoria-
mente pretensioso "Grandes Ideias do Homem Ocidental"). Esses anun-
cios tinhamcomo objetivo dar it companhia "uma personalidade dis-
tinta e identifica-la com 0 que havia de melhor nas artes graficas",
disse Paepcke. Na realidade, embora a associacao de designers e artis-
tas para a promocao das grandes empresas tenha conferido status aos
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' - ......... _ __ K .... _ _
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...
.......... - .
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do final da Segunda Guerra Mundial, que designers como Herbert YOUNG & RUSIC;"M, II'lCORPORATED • AOVUTlSING
cular importancia nessa area pelo uso que faziam de tabelas, mapas e
diagramas. Esses elementos graficos cumpriam urn papel fundamental
nas paginas da revista de neg6cios Fortune. A revista mensal, de for-
mato grande, fora lancada poucos meses antes do grande crack da bolsa
de 1929. Suas capas na decada de 30 apresentavam sofisticadas pintu-
ras e ilustracoes, muitas vezes realizadas por artistas esquerdistas co-
mo Leger, Diego Rivera eBen Shahn, Aos poucos esse tipo de ilustra-
<,;ao foi perdendo terreno para 0 trabalho de designers graficos locais e
irds passando",
137 estrangeiros, como Will Burtin, que foi diretor de arte da Fortune na de-
.andre] cada de 40.
o design grafico modemo europeu disseminou-se nos Estados
Unidos gracas a imigracao para 0 pais de muitos profissionais da area.
A contribuicao de seus trabalhos foi sentida instantaneamente. Aqueles
que lecionavam, como Brodovitch, puderam educar uma nova geracao.
Herbert Matter se fixou em Nova York e se estabeleceu como fot6gra-
fo, trabalhando para Agha na Vogue e para Brodovitch na Harper s
Bazaar. A tomada do poder pelos nazistas forcou a emigracao de Will
Burtin, que deixou para tras uma bem-sucedida firma de design em
Colonia em 1938. Poucos meses ap6s sua chegada aos Estados Unidos,
comecou a dar aula numa das escolas de arte comercial de Nova York,
o Pratt Institute. Juntou-se a ele nessa escola Ladislav Sutnar, 0 desig-
ner do pavilhao nao construido da Tchecoslovaquia na Feira Mundial de
Nova York de 1939, que se encontrava entao em dificuldades financei-
ras na~dade.
spa da revista,
oert Bayer]
.,'.
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'fHii.: ;:'~~-:~_s.-;t-~i§-~_/li-i:H'- UN. DI • • LOW Ii
to direito
~ Ghl'st in the
A linguagem grafica de Lustig em trabalhos posteriores e muitas
'derblows, folha de vezes dificil de ser distinguida da de Beall ou do trabalho do virtuo-
stodo livre, paqina so Paul Rand, Nessa epoca, Rand era diretor das revistas Esquire e
pia, 1940 [Alvin Lustig]
Apparel Arts, Em suas capas, e na capa da revista bimensal Direction,
,'rna Rand afirmava estar "tentando fazer 0 trabalho que faziam Van Does-
obinson Jeffers, folha
~ rosto do livro, 1938
IvinLustigl
J
12. GUERRA E PROPAGANDA:
DECADA DE 20 A 1945
,l""-'.
canto direito
"Vote no 'Sim'", poster do
referendo de Hitler, 1934
Propagande Graphique pour la Paix em 1932, ana em que tambem pro- "Pero desarmamento"
poster. 1932 [Jean CarlUI
cantoesquerdo
"De-lhe abrigo",
poster, 1937 [Padial]
Dernonstracao, Paris,
duziu urn de seus mais celebres posteres, Combinando a foto de uma 1936, fotografia
mae e urna crianca com ilustracoes desenhadas de avioes e bombas, a
imagem antecipou 0 bombardeamento das cidades espanholas e a mor-
-te de civis. A fotografia provou ser urn meiobem mais eficiente de pro-
testocontra as atrocidades da guerra do que as ilustracoes caricaturadas
da Primeira Guerra MundiaI.
t. A'fotografia, utilizadapor CarIu como ilustracao retorica, pas sou a
cantoesquerdo
Poster republicano,1937
[Pere Catala Pic]
j
GUERRA E PROPAGANDA: DECADA DE 20 A 1945 111
WAST€'lHE. FOOD
AND
lHE.HUN
"Desperdice comida e ajude
o huno", poster, c. 1942
[C. K. BirdI "Fougasse"]
112 DESIGN GRAFICO
lizados por Abram Games, urn artista notavel por suas ideias e tecnica,
Esses posteres sao geralmente compostos por uma serie de imagens
fundidas 9U vimMfladas umas as outras, selecionadas para serem com-
preendidas instantaneamente. As imagens sao ligadas entre si por meio
de slogans simples. As palavras nao sao utilizadas como legendas para
as imagens, nem as imagens funcionam como meras ilustracoes para os
slogans. "As palavras especialmente", afirmou Games, "precisam tra-
balhar juntamente com 0 design, e nao ser uma simples reflexao acres-
centada depois ... Os posteres nao devem contar uma hist6ria... mas
dar 0 seu recado."
A habilidade tecnica de Games na pintura era prodigiosa. Todos os
elementos de seus posteres eram produzidos sem 0 uso de fotos ou
"composicao tipografica, Ele desenhava os slogans com letras maiuscu-
las estreitas ou com tipos estreitos de serifas largas, perfeitamente es-
pacados e muitas vezes quebrados em diferentes partes, com parte da
mensagem em letras escuras sobre fundo claro e 0 resto em letras cla-
ras sobre fundo escuro. Filho de fot6grafo, Games conseguia reprodu-
6)~
o governo encomendara posteres a alguns designers modernistas,
~~
~~
incluindo Matter e Leo Lionni. Lionni usou fotos repetidas em seus
posteres Keep 'em Rolling (Nao os deixe parar) e ele e muitos outros
usaram 0 mesmo artificio de Lester Beall de fazer referencias a ban-
***
1942 [Bradbury Thompson]
*
***
**
*
**
Thompson estava ficando famoso com os designs que criava para 0
jornal publicitario de uma empresa de fabricacao de papel, chamado
ff'estvaco Inspirations (ver pp. 122-23). Durante a guerra, grande parte
do jornal era dedicado a propria guerra. Dentro do mesmo espirito de
publicidade, os amincios da Container Corporation mostravam a parti-
cipacao da companhia no esforco de guerra.
A publicidade nos regimes totalitarios era urn reflexo da ideologia
do estado, e na Alemanha nazista ela fornecia ao partido uma grande
renda. Seu recuo do estilo modernista, para a adocao de uma variedade
de estilos nacionalistas, foi tambem imitado na Uniao Sovietica, onde "Pacotes de presente para
os posteres adotaram elementos do realismo socialista. Hitler", anuncio da CCA, 1943
[Jean Carlul
GUERRA E PROPAGANDA: DECADA DE20 A 1945 115
Defesaaerea,poster
de exposicao. 1943
[Kumi Sugai]
J
GUERRA E PROPAGANDA: DECADA DE 20 A 1945 117
~ direita
·~conomia de guerra,
. ~gina dupla da revista
mme, 1942
ador Irving Geisl
r de arte Francis
er]
J
l 0 designer e 0
diretor de arte
Foram os diretores de arte, nos anos 30, que instituiram 0 design gra-
fico, especialmente na publicidade e no layout das revistas. Na decada
seguinte, os designers firmaram seu papel nas comunicacoes comerciais,
tanto entre as corporacoes e seus clientes como dentro das proprias com-
panhias. A industria e 0 cornercio empregavam cada vez mais designers.
Como esses profissionais designariam a si mesmos tomou-se urn assun-
to bastante discutido. Em 1958, os diretores de arte, segundo informou a
revista Print, chegaram it conclusao de que a palavra "arte" nao transmi-
tia a ideia adequada, discutindo-se "seriarnente a necessidade de mudar
o nome da profissao para 'engenharia visual' ou 'design grafico'''. 0
livro mais influente da epoca, todavia, Thoughts on Design (Reflexoes
sobre 0 design), de Paul Rand, publicado pela primeira vez em 1947, liga
a palavra "grafico" it arte e nao ao "design".
o Art Directors Annual (Anuario de diretores de arte) de 1951es-
pecificou as areas de atividade profissional dos designers antes de elas
serem estendidas ao cinema e it televisao. Sao seis categorias de design
impressa que permaneceram mais ou menos as mesmas por cinqiienta
anos: 1,2 e 3, revista,jomal e publicidade em periodicos; 4, mala dire-
ta e jornais de eJillresa (house organs); 5, posteres, anuncios, calenda-
rios, capas de disco e sobrecapas de livro; 6, design editorial (revistas).
Os designers atuavam individualmente em uma ou varias dessas areas
ao mesmo tempo. Podiam trabalhar sozinhos, com assistentes, em gru-
po (no departamento de design de uma grande organizacao) ou numa
agencia de publicidade.
As mudancas nas tecnicas de impressao afetaram a relacao do desig-
ner coni 0 processo industrial. Em todos os tipos de impressao, a tipogra-
fia estava cedendo lugar it litografia. Algumas poucas palavras ainda eram
impressas no papel por meio de tipos metalicos. 0 designer ainda dava ins-
'trucoes de composicao ao impressor, mas as provas eram geralmente re-
cortadas e paginadas no estudio, prontas para serem fotografadas e trans-
formadas em chapa de impressao, em vez de serem montadas na sala de
composicao do impressor. Isso deu maior controle ao designer. 0 surgi-
mento de novos materiais permitiu aos designers adicionar tons ao dese-
nho (por meio depontos), e 0 uso de fotostaticas, uma tecnica simples
para amp liar e reduzir imagens, permitiu-Ihes realizar experiencias gra-
ficas, como mudancas de tamanho, impressao negativa e positiva e in-
versao de tipos (Ietras brancas sobre fundo preto). Paul Rand, que se tor-
nara 0 mais influente dos principais designers norte-americanos, devotou
urn ensaio ao uso do preto, Uma das ilustracoes desse trabalho foi 0 de-
sign para a parte da frente de urn catalogo, "A tensao entre 0 preto e 0
branco na capa eintensificada atraves do contraste entre uma grande area
em preto com uma pequena area em branco."
Durante muito tempo Rand liderou a area de publicidade e, mais
"Arte do seculo XX: Colecao
tarde, 0 design de identidades corporativas. De 1941 a 1954, foi diretor Arensberg". capa do
de arte da agencia William H. Weintraub em Nova York. Em seu livro, catalog 0, 1948 [Paul Rand]
o DESIGNER E 0 DIRETOR DE ARTE 119
Manual de manutencao
de armas da torca aerea,
setas sobrepostas pelo
designerpara indicar 0
movimento dos olhos
sobre a paqina, c. 1944 e
1948 [Will Burtin]
o DESIGNER E 0 DIRETOR DEARTE 121
--
Scope, capa da revista, 1948
[Wili Burtin]
,I
t~
o DESIGNER E 0 DIRETOR DEARTE 125
CatalogDesign Progress,
paqina dupla, 1950
[Ladislav Sutnar]
•
informacao ja escritos em Ingles. 0 argurnento de Sutnar e apresentado
em pequenas secoes, raramente maiores do que urn paragrafo de texto,
Areas de cor uniforme em formato geometrico simples - especialmente
setas em forma de cunha, circulos e elipses - sao utilizadas para organi-
zar 0 fluxo de informacao. 0 livro contem inumeros exemplos de proble-
mas, suas solucoes e todo 0 tipo de informacao, incluindo ainda uma ca-
deira criada por Eames e urn anuncio de Rand. Sutnar mostrou como tabe-
las e diagramas ajudavam a reduzir a quanti dade de texto.
"Uma necessidade grafica", escreveu Sutnar, "precisa ser analitica
e radicalmente dicotomizada em funcao e forma, conteudo e formato,
utili dade e beleza, racional e irracional e assim por diante. A funcao do
design pode entao ser definida como a resolucao do conflito entre tais
dicotomias, criando-se uma nova entidade."
o trabalho de Sutnar na area de catalogos obrigava-o a lidar com 0
design de marcas e com a padronizacao de todos os designs de uma
companhia, como acontecia com a Container Corporation.
126 DESIGN GRAFICO
@ -~.
nem nao apenas 0 jeito de desenhar a marca ou 0 logotipo da empresa,
mas tambem a maneira de utiliza-los. Determinam que tamanho e cor
devem ter em determinadas situacoes e 0 jeito correto de desenhar
cada papel timbrado da companhia, cada pacote, embalagem, veiculo e
cartaz. Essa prolijllmac;ao visual tinha sempre como base a marca e as
letras da companhia, como no exemplo dos designs da Westinghouse,
tambem criados por Rand, que levou em consideracao a possibilidade
®o:..
de virem a ser usados em pecas de animacao no cinema e na televisao,
Para responder as perguntas: "Por que se preocupar tanto com a imagem?
Westinghouse
Antigo logotipo e marca da
Por que nao nos preocuparmos apenas em gerenciar nossas compa-
Westinghouse usados como
nhias?", a Harvard Business Review inspirou-se num livro de Kenneth ilustracao de anuncio. 1961
E. Boulding, The Image (A imagem -1958), assinalando que "nao e [Paul Rand]
apenas 0 conhecimento e a informacao que norteiam 0 comportamen-
to humano, mas as imagens que possuimos ... a imagem ... anula a
'Complexidade da corporacao diversificada modema. Mas isso nao faz
dela uma ferramenta operacional menos trabalhavel, Longe disso. Na
verdade, ea realidade que cria a necessidade da ilusao",
Os esquemas de identidade visual eram considerados por muitos
como maneiras de disfarcar a realidade. Em 1955, a companhia ferro-
viaria de Nova York, New Haven e Hartford pediu conselhos a Herbert
Matter quando os passageiros comecaram a reclamar da rna qualidade
de seus servicos, 0 presidente da companhia achava que um "design
moderno e melhorias tecnol6gicas nos motores, carros e sistemas de
sinalizacao, alern de uma imagem corporativa mais imponente, trariam
melhores resultados do que se eu usasse 0 velho logotipo e as insipidas
cores verde-oliva e vermelho-toscano", Matter escolheu 0 vermelho, 0
preto e 0 branco. A pintura do material rodante ainda estava em anda-
mento quando 0 presidente da companhia deixou 0 cargo. Na verdade,
a programacao visual de Matter - como a de Rand na IBM, quando foi
introduzida na empresa - dependia do logotipo. A regra a ser seguida
em relacao ao logotipo era que, quando ele fosse impresso numa so cor,
130 DESIGN GRAFICO
Expo 5
Design do pavilhiio
norte-arnencano, "A Rua";
Bruxelas, 1958 [Brownjohn'
Chermayeff & Geismar)"
ARE APPLES
PECULIARLY,
ESPECIALLY,
EXCLUSIVELY ~.
OR EVEN -..r'.
CHARACTERISTICALLY.¥;.
AMERICANP --- ... • --
- ---
"Amor as macas". da serie dura, com urn elegante layout improvisado, que lembrava urn conjunto
About US (Sobre os Estados de exercicios visuais. A revista durou pouco. 0 trabalho seguinte foi para
Unidos), Composing Room
mc.,livrete, 1960 a Fact, na qual Lubalin utilizou urn estilo economico: na capa, urn cabe-
[Gene Federico] calho arrojado, em Times Bold, e, na parte de dentro, 0 texto composto
em duas colunas simples, em Times, com titulos centralizados.
tasn
da revista, 1961 (ilustrador
Norman Rockwell)
[HerbLubalin]
municacaovcomo eles chamam), as revistas sao unicas, Elas sao 0 re- Harper'sBazaar. cap~ •
da revista, 1959.'
sultado de uma luta. Nao necessariamente uma luta contra a vida, mas [fot6grafo Richard Avedon]
certamente uma luta contra 0 tempo. Dois tipos de pessoa montam [Henry Wolf]
uma revista, e-seus pontos de vista sao geralmente opostos. Ha 0 pes-
soal da palavra - os editores ~ que estao preocupados com 0 texto da
revista, e 0 pessoal das imagens - que esta preocupado com 0 visual
da revista... Em nenhum outro tipo de comunicacao este tipo de tensao
mantem-se tao firme e inabalavel", Nas paginas criadas por Wolf ne-
nhum sinal dessa tensao e percebido.
Na epoca em que isso foi dito, todavia, Wolf estava na Harper S
Bazaar, onde produziu capas .surpreendentemente originais. Suas fotos
de estudio, cuidadosamente controladas, provocavam urn choque sur-
realista - tecnica que ele tomou a utilizar numa nova revista, Show, lan-
cada em 1962.
Essas capas de Wolf eram conceitosfotograficos, Elas nao se apoia-
yam em palavras; so as usavam como etiquetas ou como pretexto para
uma imagem. Em contrapartida, as capas para a Esquire produzidas pOI
Lois, como diretor de arte publicitario, dependiam da colaboracao entre
SHew
palavras e imagens e da cooperacao do leitor para resolver a tensao en-
tre as duas. A resolucao dessa tensao liberava a mensagem. "Urn traba-
Iho planejado", disse ele.vnao serve para a parte da frente de uma revis-
tao 0 design e uma harmonia de elementos. A capa e uma declaraciio"
Ii
11
1'1 Show, "Kennedys demais",
capa da revista, 1963
il
"
[Herny Wolfl
...
,
o DESIGNER E 0 DIRETOR DE ARTE 133
CBS
---- ,
vavelmente na hora em que voce esta comer;ando a ficar cansadodo
seu trabalho que 0 publico comeca a nota-lo,'
As letras escolhidas por Golden para a CBS eram de urn design
neoclassico frances, criado por volta de 1800 e semelhante ao Bodoni.
f
DODCERS~ Golden obrigou a equipe de designers (urn dos quais naquela epoca era
BlAHKS{l
Lois) a redesenhar 0 alfabeto, letra por letra, uma letra por semana.
Apesar disso nao havia rigidez naaplicacao desses elementos graficos,
Numa longa serie de anuncios na imprensa que se tornaram celebres
por sua engenhosidade grafica, Golden nem sempre utilizou esse tipo
M uncio da radio CBS, 1950 ou 0 simbolo da companhia.
[designer Irving Miller]
Golden morreu em 1959 e foi sucedido por Lou Dorfsman, que ja
[diretorde arte Wiiliam
Golden] fazia parte da equipe da CBS. Dorfsman deu inicio aos mais ambicio-
sos projetos visuais da companhia, usando de firmeza profissional para
TItulode programa da CBS,
implementa-los. 0 designer,disse ele, "alem de mostrar que 0 projeto
c. 1957 [Georg Olden]
vern ao encontro de uma necessidade, precisa ainda informar como ele
aM vai funcionar, quanta vai custar, para quem, e como sera distribuido".
Urn de seus mais memoraveis anuncios apareceu no sernanario da in-
Capa de livrete
da CBS, 1956
[Lou Dorfsman)
•'t
canto esquera
Monthly Graphi,
paqina dupla, 195
[Push Pin Studio
Marques de Sad,
capa de Iivroc
Grove Press, 195
[Roy Kuhlrnai
Fortun
capa da revista, 19~
[Walter AlinE
o DESIGNER E 0 DIRETOR DEARTE 135
riam chegar ate nos de maneira simples e clara, e somente com exigen-
cias essenciais a pressionar-nos a descobrir novas solucoes, acabam
chegando com volumosas recomendacoes e resultados de pesquisa que
muitas vezes tornam a apontar para 0 sagrado e segura caminho do
meio", 0 trabalho realizado por grandes firmas comerciais de design, ChaseManhattan Bank,
como a de Raymond Loewy, baseava-se em pesquisas com 0 consumi- simbolo, 1963
[Chermayeff & Geismar]
dor, "dando aos consumidores aquilo que eles querem, e em grande
quantidade!", di~ ele. Contudo, elas produziram trabalhos que nada
ficaram a dever aos realizados pelos novos grupos de design, como 0
Chermayeff & Geismar. Loewy, por exemplo, criou para urn de seus
clientes, a fabricante de maquinas agricolas International Harvester,
Green lighting Company,
uma marca que trazia as iniciais da companhia ao mesmo tempo que simbolo, c. 1955
.j.
sugeria a frente de urn trator. [Louis Danzigerj
~,~
Novas tecnicas foram desenvolvidas para descobrir mais a respeito
dos consumidores e daquilo que eles queriam. A CCA montara em
1940 urn Laboratorio de Design equipado com uma camara que era ~.~
.capaz de registrar os movimentos do olho sobre urn design. A Landor
Associates trabalhava junto com seu Instituto para Analise de Design,
observando e entrevistando compradores em seu supermercado de men- Better Vision Institute
tira. Em meados da decada de 60, a unica diferenca real entre os produ- (montagem de retrato de
tos era a maneira como eram percebidos pelos consumidores. Urn pro- Walter Gropius),capa
de Iivrete, 1950
"Grandes ldeias do Homem
Ocidental..
'0 que vai destruir os Estados
Unidos e... 0 amor pela vida
tacil e 0 desejo de enriquecer
rapido', de TheLetters of
TheodoreRoosevelt" (As cartas
de Theodore Roosevelt),
anundo da CCA, 1960
[Herbert Bayer]
o DESIGNER E 0 DIRETOR DE ARTE 137
.'-1
MODERNISMO NA EUROPA 141
I. Chamar a atencao,
2. Apresentacao clara e objetiva do produto, servico ou ideia.
3. Apelo aos instintos do consumidor.
4. Ficar na memoria do consumidor 0 item anunciado.
Neuenburger / La
Neuchateloise, anuncios
desegura, 1960
[Sie~ied Ddermatt]
mettez LaNeuchateloise
furd'esenFafl
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A influencia internacional da Suica baseava-se na revista Graphis, Fur dasAlter, p6ster, 1949
public ada mensalmente em Zurique desde os ultimos dias da guerra na [Carlo Vivarellij
Europa. A Graphis trazia, em doses equilibradas, reproducoes de tra- acima, ao centro
balhos intemacionais, discussoes sobre a arte comercial estrangeira e Bauen und Wahnen, capa
materias sobre reproducoes de obras de artes, livros de edicao limitada da revista, 1948
[RichardPaulLohse]
e assuntos historicos, Urn veiculo de influencia mais especificamente
suico era a revista Neue Grafik (Novo design grafico), lancada em 1958 acima, a esquerda
por quatro nomes da velha escola: Richard P. Lohse, urn pintor concre- "The International
Committee of the Red
tista; dois designers graficos, Josef Miiller-Brockmann e Hans Neu- Crassis helping - but it
burg, que fora cola.,Qorador de Stankowski; e Carlo Vivarelli, arquiteto needseveryone's help"(O
e artista que traba'TIiara para Boggeri em Milao (ver capitulo 15). Vi- Cornite Internacionalda
Cruz Vermelhaesta
varelli fora responsavel por uma importantissima obra da Neue Graphik ajudando, mas precisa
suica, 0 poster Fiir das Alter (Ajude os idosos), em 1949. da ajuda de todos),
Juntos os editores partiram para "criar uma plataforma internacio- poster, 1944
[Hans Neuburg]
nal para a discussao do desenho grafico moderno e da arte aplicada. Ao
contrario das publicacoes existentes, a Neue Grafik tern uma postura ca-
racterizada pela exclusividade, coerencia e irredutibilidade". Realmente,
a revista publicava pouquissimos trabalhos modernos estrangeiros, em-
bora tenha se tornado 0 principal meio de disseminacao das obras dos
artistas pioneiros dos anos 20 e 30, muitos dos quais escreviam a partir
de suas proprias experiencias, 0 principal deles foi Max Bill, cuja car-
reira se estendeupor muitas decadas, abrangendo arte, arquitetura e
design. Bill colaborou em muitos dos primeiros numeros da revista.
De todos os editores, Miiller-Brockmann era 0 mais ativo na area
comercial. A serie de posteres criados por ele, a partir do comeco da de- NeueGrafik
cada de 50, para 0 Tonhalle (salao de concertos) de Zurique mostra a NewGraphicDesign
emergencia eo desenvolvimento daquilo que ogrupo chamou de "Kons- Graphisme actue!
truktive Grafik". Miiller-Brockmann comecou criando ilustracoes ex-
travagantes e amaneiradas, totalmente incompativeis com urn designer
comprometido com 0 Neue Graphik, que rejeitava 0 uso do desenho li-
vre por nao ser nem objetivo nem "construtivo", Apos isso, passou a
adicionar tipos a imagens "concretas" (matematicas) de geometria pla-
na e, em 1958, integrou texto e imagem atraves da grade.
Alem dos desenhos tecnicos e geometricos, a Neue Graphik exigia
fotos para suas imagens. Miiller-Brockmann adaptou-se a esse princi- Neue Grafik, capa da
pio criando posteres sobre os perigosdo trafego, dramatizados por mu- revista, 1958
[Carlo VivarelliJ
MODERNISMO NA EUROPA 143
"Menos barulho",
p6ster, 1960
[Josef Muller-Brockmann]
"Cuidado com a
crian<;a", poster, 1953
[Josef Muller-Brockmann]
--
en
dos tornaram-se elementos graficos essenciais nos anos 50 e 60, tendo
sido explorados por todos os designers "construtivistas".
Quando os designers arranjavam as palavras verticalmente, enfati-
zavam suas qualidades abstratas e puramente graficas, Em 1959, para
CD o titulo de urn poster de espetaculo de bale ao ar livre, foi utilizada uma
144 DESIGN GRAFICO
Therma, equipamento
eletrico, logotipo antigo e
novo, 1958 [Carlo VivarelliJ
,.,
As letras unidas criadas por Carlo Vivarelli para a Therma, em 1958, Electrolux,
formavam urn verdadeiro logotipo: na forma de uma unica peca metali- simbolo,
1962 [Carlo
ca, esse simbolo podia ser facilmente anexado aos itens e equipamentos Vivarellij
de cozinha desenhados pela empresa, cujo programa de design corpora-
tivo abrangia toda uma gama de atividades prornocionais, semelhante
ao que acontecia na Olivetti (ver capitulo 15).
Tal como ologotipo da Therma, outros simbolos, como 0 da Elec- Exposicao Nacional Suir;a,
trolux (Vivarelli, 1962) e 0 da Exposicao Nacional Suica de 1964 simbolo, 1964
(Hofmann), foram escolhidos atraves de competicoes, 0 reconhecimen- [Armin Hofmann]
"Micorene" da Geigy,
anuncio, 1956
iEnzO Resli]
;1
:1
1
1
a
abaixo, esquerda
Tribune de Lausanne,
Em 1955, Leupin criou uma das mais economicas composicoes de poster, 1955
texto e imagem, combinando "manha" e "jornal" num bule de cafe bran- [Herbert Leupin]
co, animado por uma tampa semi-aberta, semelhante a uma boca. "Canetas esferograficas
Bic escrevem clara e
suavemente", anuncio,
1962 [Ruedi Kuelling]
il
[:~i1r:~.?~:;~:~~,~~3[:;;2!;i~~:~n! :1
r~¥~~~i~il~~i:j!;~!;'~:'i;i; I
,
JL.
MODERNISMO NA EUROPA 147
Schwaben Brau,
AAAA AA
••••••
descansos de capo e
verculo de entrega,
logotipo da cervejaria,
1961 [Nelly Rudin]
~ -,
15. A ITAuA E 0 ESTILO MILANES
Maquina de escr
'''l;6~'G. Olivetti M40, folheto, 1
Of:1~ • • ,.""", '; [Xanti Schawir
•
Studio Bog'
o Studio Boggeri apresentava urn visual mais europeu do que pro- slmbolo,l
[Deberny & Peig
priamente Italiano. Seu simbolo foi desenhado em Paris pela Debemy
& Peignot. Boggeri foi apresentado aos lideres do movimento vanguar-
dista, como Bayer e Moholy-Nagy, atraves de Xanti Schawinsky, que
montara urn escritorio de design em Milao em 1934. Schawinsky trou-
xera consigo tecnicas tipicas do ultimo periodo da Bauhaus ~ desenhos
realistas feitos com aerografos, montagens e layouts disciplinados em
grades simples e bern delineadas. Todas essas tecnicas foram desenvol-
vidas nos anos 30 por outros designers associados a Boggeri.
Por intermedio de Boggeri, Schawinsky passou a trabalhar para a
Olivetti, que fabricava maquinas de escrever e equipamento de escrito-
rio. Dirigida pelo engenheiro Adriano Olivetti, a companhia tinha urn
programa de design abrangente, que incluia 0 complexo habitacional,
os hospitais e as escolas construidas para seus funcionarios, Schawins-
ky selecionou e juntouelementos de imagem e texto que identificas-
sem a Olivetti e ligassem 0 nome da empresa ao seculo XX e aos benefi-
Phonola, capa da broch
cios trazidos pela tecnologia. 0 poster com fotomontagem que criou do radio, l'
em 1934 reproduz a mesma simetria direta encontrada no trabalho de [Luigi Veron
150 DESIGN GRAFICO
Flal•
fico (0 papel) e a profundidade espacial sugerida pelo tons da fotografia.
o apego de Carb9,ji a urn rigoroso modernismo evidenciou-se tambern
em seus trabalhos posteriores, ate mesmo naqueles feitos para urn mer-
cado popular - como por exemplo na promocao e embalagem dos pro- Radioitaliana,
simbolo, 1949
dutos da companhia de massas Barilla, nos anos 50 -, enos simbolos [Erberto Carboni]
estritamente geometricos criados para a radio e teve italianas.
Essa exposicao ostensiva e espontanea dos metodos graficos e da Ielevisaoitaliana,
manipulacao do espaco, renovada constantemente pelo emprego dos simbolo, 1953
[Erberto Carboni]
;1
mais recentes meios de desenvolvimento de novas formas de expressao,
era tipica da escola de Milao. 0 design fazia parte da vida economica e
cultural da cidade e era promovido nas exposicoes trienais. Seu cresci-
mento foi patrocinado pelos jornais da industria grafica, como 0 Linea
Grafica e Pagina, e reconhecido nas revistas de design e arquitetura, Linea Grafica, design
como a Stile Industria e Domus, que publicavam designs graficos es- da capa, 1954
[Bruno Munari]
trangeiros, especialmente aqueles feitos nos Estados Unidos, alem de
estudos no campo da teoria da comunicacao e pesquisas em diversas
areas, como na dos sinais de trafego,
A mais importante figura associada a Boggeri foi Max Huber, 0
primeiro de uma serie de designers suicos a chegar a Milao, Esses de-
signers foram cruciais para 0 desenvolvimento da linguagem grafica
de Boggeri. A supremacia dos suicos na area do design grafico ja havia
sido confirmada atraves de seu pavilhao na Trienal de Milao de 1936.
o pavilhao fora concebido por Max Bill, com quem Huber trabalhara
durante a guerra. Huber chegou em 1940, munido de uma extraordina-
ria habilidade tecnica, resultante de sua experiencia profissional numa
agencia de publicidade de Zurique e numa das mais avancadas empresas
graficas, Permaneceu em Milao por dezoito meses, ate que a Segunda
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II Politecnico, design
do sernanario, 1945
[Albe Steiner]
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1949 [Albe Steiner]
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Ol" r. .It:'-::X
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Urn dos mais celebres exemplos desse tipo de justaposicao, usando
a "guerra" e a "paz", foi obtido girando-se uma foto de armas de fogo,
com fumaca saindo de seus canos, ate noventa graus e transforman-
do-as assim em charnines de fabrica, Essa imagem apareceu nurn
folheto que anunciava 0 semanario cultural de esquerda milanes Il Po-
litecnico, em 1945. Seu criador foi Albe Steiner, que havia anterior-
mente trabalhado com Boggeri. 0 envolvimento de Steiner com a poli-
tica levou-o a escrever, ensinar e a participar do movimento de resis-
tencia durante a guerra, da reconstrucao do p6s-guerra e de urn progra-
rna de alfabetizacao no Mexico.
Steiner foi 0 diretor de arte de La Rinascente de 1950 a 1954. A
loja patrocinava urn premio anual de design. 0 premio, urn compasso
MODERNISMO NA EUROPA 153
que dividia uma reta na proporcao aurea, foi desenhado por Steiner,
que 0 converteu num simbolo grafico para ser utilizado em publicida-
de. Seus trabalhos graficos usavam tecnicas de vanguarda. Junto com
Lissitzki, ele foi urn dos poucos designers a produzir urn fotograma
para uso comercial. (Os componentes de uma maquina de escrever apa-
receram na capa de urn livrete da Olivetti em 1949.)
A publicidade da Olivetti eassociada em primeiro lugar a Giovanni
Pintori, que entrou para a companhia como designer em 1936 e hi tra-
balhou como diretor de arte de 1950 a 1968. Pintori utilizava diversas
tecnicas, Muitas vezes ele criava urn ambiente poetico e ambiguo, no
qual somente 0 nome fazia referencia ao produto. Os anuncios impres-
sos baseavam-se no isolamento de urn aspecto de uma maquina que
pudesse ser desenvolvido como elemento grafico principal. A mesma
familia de tipos Grotesque em negrito e italico era usada nos titulos e
no nome do produto Olivetti. Seguindo 0 exemplo das companhias far-
maceuticas, a Olivetti foi uma das primeiras empresas multinacionais a
Compasso o' oro, estabelecer urn estilo corporativo padronizado, utilizado em todos os
da La Rinascente, prernio
de design, 1954
seus escritorios espalhados pelo mundo. A IBM era sua maior concor-
[AIbe Steiner] rente nessa area.
A Pirelli, fabricante intemacional de pneus, visava nao apenas a
padronizacao de seus designs, mas tambern uma alta qualidade grafi-
Lettera 22 da Olivetti, Ii
p6ster, 19 so: .
(Giovanni Pintori]
19~ ~
Esses designers tinham sorte: a Pirelli tinha urn logotipo tao simples e
Olivetti, sim.bolo,
(Marcello Nizzoli]
IFiI reconhecivel que podia tornar-se 0 elemento central do design, Apesar
disso, porem, acabaram criando, nas representacoes graficas dos pneus
e suas qualidades, urn vocabulario mais extenso do que 0 utilizado em
olivetti qualquer outro produto.
Grande parte dos trabalhos mais originais dos designers milaneses
foi criada para a industria farmaceutica: nos anos 40, Huber, Bonini,
Walter Ballmer, Remo Muratore e Vivarelli, todos designers de Bogge-
156 DESIGN GRAFICO
sas do nome Campari sobre urn fundo vermelho, foi urn exemplo quase
unico do uso de colagem em publicidade. Nos anos 60, Munari tambem
trabalhou com Huber fazendo projetos graficos de livros para a editora
Einaudi. Ele enfatizava a tridimensionalidade dos volumes com podero-
sos elementos retangulares, que foram repetidos nas capas de livro cria-
das por Mari para a companhia Boringhieri. 0 trabalho dos designers
italianos, especialmente 0 de Grignani, era admirado no exterior, como
eta tambem a perfeicao tipografica dos anuncios para os rifles de caca
Luigi Franchi, criados por Calabresi na Boggeri. Esse trabalho reconci-
liava a tipografia disciplinada com a imagem objetiva e dramatica. Ca-
labresi era originario da Suica, e, embora seu design se escorasse no
rigor suico, possuia a alegria e 0 contraste inventivo tipicos dos italia-