História 1
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História 1
Habilidades: Estabelecer as relações entre guerra Fria e os golpes militares na América Latina.
Para os estudantes:
Nesse roteiro de estudo você irá aprender sobre as características, diferenças e semelhanças dos regimes
ditatoriais em países da América Latina.
Para tanto, assista a vídeo aula transmitida pelo CMSP do dia 30/10/20, disponível
https://www.youtube.com/watch?v=tJmoD4VDbfI&t=122s
ATIVIDADE:
ROTEIRO DE PESQUISA
País: Brasil
Período de vigência da ditadura.
Ditadores
Nú mero de mortos e desaparecidos.
Grupos de resistência e estratégias utilizadas para combater a ditadura.
Quando falamos em governos militares no Brasil, referimo-nos aos 21 anos de vigência de
um regime ditatorial que teve início com a destituição do então presidente João Goulart e que
teve fim em 1985, quando houve a reabertura política. Durante esse período, o chefe do Poder
Executivo era escolhido via eleição indireta.
Nesse contexto, vale ressaltar que o mundo estava vivendo a Guerra Fria, que influenciou
diretamente os rumos políticos da época. Cada governo imprimiu uma característica distinta ao
regime, que teve três fases principais: “O disfarce legalista para a ditadura (1964-1968), Anos de
Terror de Estado (1969-1978) e Reabertura Política (1979-1985).
A posse de João Goulart (Jango), em 1961, na Presidência da República, ocorreu em meio a
uma série de crises políticas envolvendo o Exército e o principal adversário político de Jango, a
União Democrática Nacional (UDN), o que já prenunciava que o exercício do seu cargo não seria
nada fácil.
Vivendo uma forte inflação no começo dos anos 1960, Jango anunciou um plano de recuperação
econômica chamado de Plano Trienal, proposto por seu Ministro do Planejamento (Celso
Furtado), mas que não obteve êxito. Anunciou também as chamadas Reformas de Base, que
pretendiam realizar uma reforma educacional, urbana, tributária, bancária, eleitoral e agrária.
Essas reformas, no entanto, sofreram ampla oposição dos setores mais conservadores. O governo
de Jango passou a ser acusado por setores da sociedade, pela UDN e parte considerável do
Exército de estar promovendo um golpe comunista no Brasil.
Vale ressaltar ainda que o mundo vivia um clima de animosidade política por causa da Guerra Fria.
Diante desse cenário e com apoio direto dos Estados Unidos da América contra João Goulart, teve
início a articulação que resultou em 21 anos de ditadura no Brasil após um curto período
democrático, de 1946 a 1964, sucedido pela ditadura do Estado Novo.
No final de março de 1964, o movimento golpista já estava em marcha dentro do Exército. Após
tentativas frustradas de contê-la, Jango refugiou-se no Rio Grande do Sul, sua terra natal,
enquanto o Congresso preparava-se para votar o impedimento do presidente.
Vale ressaltar, mais uma vez, que os Estados Unidos da América apoiaram o golpe em uma
operação que ficou conhecida como Brother Sam, na qual a frota americana deslocou-se do
Caribe para o litoral brasileiro, prestando apoio logístico aos golpistas e, se necessário fosse, uma
intervenção direta.
Com esse quadro já estabelecido, no dia 2 de abril de 1964, o senador Auro Soares de Moura
Andrade, naquela ocasião Presidente do Congresso Nacional, decretou a vacância do cargo de
Presidente da República, embora Jango estivesse em território nacional.
Consolidado o golpe, assumiu um governo provisório, e João Goulart refugiou-se no Uruguai. É
importante ressaltar também que o Golpe de 1964 foi uma espécie de laboratório que geraria
uma série de golpes, também apoiados pelos americanos, em diversos outros países latino-
americanos.
Na esfera política internacional, o mundo vivia o clima da Guerra Fria, em que as duas principais
potências aliadas na Segunda Guerra Mundial (EUA e União Soviética) passaram a disputar poder
de influência em diversos países. Isso serviu de pretexto para políticas mais centralizadores,
sobretudo no caso da ditadura brasileira.
Ao longo do processo de consolidação dos militares no poder, intensificam-se as perseguições
políticas, torturas, desaparecimento de corpos assassinados pelo Estado, censura, sobretudo após
dezembro de 1968, quando houve a promulgação do Ato Institucional nº 5.
Ao mesmo tempo, foi um período de intensa produção artística no Brasil. Surgiram movimentos
históricos importantes, como o Cinema Novo, Cinema Marginal, Tropicália, Concretismo, entre
outros.
Outra característica, própria de regimes autoritários, era a falta de transparência do governo, ao
tentar omitir os problemas do regime. Por essa razão, houve ampla censura à imprensa. Jornalista
eram demitidos por desferirem críticas ao governo e alguns até foram assassinados – como o caso
do Vladimir Herzog.
É importante destacar que a maior parte dos setores das mídias apoiou o movimento golpista de
1964. Contudo, ao longo do arrefecimento do regime, esse apoio foi diluindo-se.
Do ponto de vista institucional, em 1967, surgiu uma nova Constituição, que colocou o Ministério
Público, aparelho fundamental na defesa dos direitos coletivos e combate à corrupção,
subordinado ao Poder Executivo, ou seja, aos militares, muito diferente do que ocorre hoje em
dia. Atualmente, com a Constituição de 1988, o Ministério Público é uma instituição
independente, tendo, inclusive, capítulo próprio na Carta Magna.
Embora entre os anos de 1969 e 1973, o Brasil tenha vivido o chamado Milagre Econômico,
durante a ditadura, os índices sociais tiveram uma regressão importante, como a concentração de
renda e, consequentemente, o aumento da desigualdade social.
Limitados pela Constituição vigente de 1946, os militares precisavam de instrumentos legais para
aplicação de suas ações políticas. Assim, surgiram os Atos Institucionais (AI), que estavam acima,
até mesmo, da Constituição. Entre os anos de 1964 e 1969, foram decretados, ao todo, 17 atos
institucionais.
O AI-2, por exemplo, instituiu a eleição indireta para presidente. O AI-4 convocou o Congresso
para a construção de uma nova Constituição, afinada com os ideais dos militares no poder.
Merece destaque o AI-5, editado em dezembro de 1968, durante a presidência de Artur da Costa
e Silva. O ato empregava ao Presidente da República o poder de suspender direitos políticos,
cassar mandatos, suspender o Congresso, entre outros. Esse ato, em especial, deu margem para
o endurecimento do regime, sendo considerado também o “golpe dentro do golpe”, uma vez que
teria sido arquitetado por movimentos específicos dentro das Forças Armadas.
Sequência dos presidentes do Brasil durante a ditadura (nenhum foi eleito diretamente por meio
das urnas)
Disfarce legalista (1964-1968)
- Ranieri Mazzilli (1964)
- Humberto Castelo Branco (1964-1967)
Anos de Terror (1969-1978)
- Artur da Costa e Silva (1967-1969)
- Pedro Aleixo (1969) – Impedido de tomar posse
- Junta Governativa Provisória (1969)
- Emílio Garrastazu Médici (1969-1974)
- Ernesto Geisel (1974-1979)
Reabertura Política (1979-1978)
- João Figueiredo (1979-1985)