Historia Da Paraiba para Concurso
Historia Da Paraiba para Concurso
Historia Da Paraiba para Concurso
HISTÓRIA DA
CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
CONTEXTUALIZAÇÃO
A colonização foi um processo iniciado pelos portugueses a partir de 1530, o período inicial que
vai de 1500 até 1530, é caracterizado pela vinda dos portugueses ao território apenas para
reconhecimento territorial, extração do Pau-Brasil e algumas expedições guarda-costas, com a
intenção de proteger o território da invasão de outras nações, como Inglaterra, França e
Espanha. Esse período inicial é chamado de Período Pré-Colonial (1500 – 1530). Não havia,
por parte dos portugueses, interesse imediato no território pois os portugueses estavam
preocupados apenas com o comércio com as índias e por não conseguirem encontrar, no
novo território encontrado, metais preciosos que justificassem a colonização imediata.
Esse cenário vai mudar quando o comércio com as índias sofreu duros golpes devido aos
ataques de piratas e corsários, naufrágios constantes e concorrência de outras rotas comerciais.
Além disso, os portugueses perceberam que se não tivessem cuidado com o Brasil poderiam
perder para outras nações que estavam atacando, como os franceses e ingleses. Outro fator
importante foi a crença de que seria possível encontrar metais preciosos, como os espanhóis
conseguiram no território da América, próximos ao Brasil.
Para a efetivação da colonização os portugueses decidiram criar um sistema
administrativo – as Capitanias Hereditárias.
As Capitanias Hereditárias se baseavam na experiência portuguesa no território africano que
havia sido bem sucedida. No caso do Brasil, os portugueses dividiram o território de forma
horizontal em 15 linhas.
A Capitania de Itamaracá foi doada a Pero Lopes de Sousa em 1534. Pedro Lopes de Sousa
era um nobre fidalgo, navegador e militar que tinha grande conhecimento marítimo e era
bastante reconhecido em Portugal. Recebeu a Capitania de Itamaracá, Santo Amaro e Santana.
Originalmente, a Capitania, estava estabelecida entre o Rio Igarassu e a Baía da Traição, o que
somava 23 léguas de costa. Em 1585, no contexto de disputas com grupos indígenas,
financiada pelo esforço régio, parte da Capitania de Itamaracá foi apropriada pela Coroa,
restando aos donatários apenas 7 léguas de território.
Embora tenha recebido a capitania, Pero Lopes não veio ao Brasil para se apossar das terras,
passando a sua pocessão para Francisco Braga, todavia esse possuía uma rivalidade e intrigas
com Duarte Coelho que era uma das principais figuras políticas de Portugal no tocante a
organização das capitanias. Esse sentimento conflituoso entre os dois acabou gerando pouco
interesse por parte de Francisco Braga de voltar sua atenção para a capitania, fato que
culminou fazendo com que essa entrasse em decadência. Esse problema só foi resolvido
quando João Gonçalves se apossou da terra fazendo benfeitorias nessa como a fundação da
Vila da Conceição e a construção de engenhos.
Logo após a morte de João Gonçalves a capitania entrou em declínio o que gerou
desorganização e culminou com o ataque de malfeitores o que levou a continuidade do
contrabando de madeira e de outros itens na capitania.
Para além das dificuldades em organizar a Capitania de Itamaracá por falta de um capitão
donatário que ficasse no local e se incubisse de organiza-lo, outro fator que se mostrou
extremamente dificultoso no início foram às contantes disputas territoriais contra os
nativos. Um exemplo que pode ser extraído dessas disputas foi o episódio que fez a coroa
portuguesa redobrar sua atenção para a Capitania de Itamaracá: a tragédia do engenho de
Tracunhaém.
Em 1574, dentro da Capitania de Itamaracá, havia várias tribos nativas, um dos principais
povos que havitavam aquela capitania eram os potiguaras. Famosos por resistirem de forma
ativa a dominação portuguesa, tal povo detinha esse nome, pois seu principal alimento eram
camarões, dai surge a nomenclatura “comedores de camarões”, habitavam o litoral nordestino
e estavam presentes na costa paraibana, onde ficava a Capitania de Itamaracá, nos idos de
1574 um mameluco – nome designado para quem nascia da união entre portugueses e
indígenas – chegou até a aldeia de Cupaóba que pertencia aos potiguaras, essa tribo era
comandada por Iniguassu que recebeu muito bem o mameluco que inclusive propôs casamento
com a filha de Iniguassu, a bela jovem Iratembé, conhecida na tribo como Lábios de Mel. Para
que o casamento acontecesse foi feito um acordo, o mameluco depois de se casar deveria ficar
na tribo, mas aproveitando uma ausência de Iniguassu, ele fugiu levando a bela Iratembé.
Iniguassu imediatamente envia dois de seus filhos a Olinda, em Pernambuco, para recuperar
Iratembé, o que conseguiram, por conta da decisão do governador Antonio Salema. Retornando
para sua tribo, os índios pernoitaram na casa de Diogo Dias, no engenho Tracunhaém. Na
manhã seguinte descobriram que Diogo Dias escondera Iratembé e recusava-se a devolver a
nativa. Seus irmãos seguiram viagem e chegaram à aldeia Cupaóba sem ela. Algum tempo
depois, os potiguares formaram um exército de cerca de 2000 índios e dirigiram-se para
Tracunhaém, mas não se deixaram ver na totalidade de suas armas. Julgando serem poucos os
índios que os atacavam, os defensores do engenho saíram para a luta e viram-se envolvidos
por uma multidão.
Toda a família de Diogo Dias, com exceção de duas pessoas que estavam em Olinda, foi morta.
Os Potiguares ainda atacaram outros engenhos da capitania de Itamaracá, e se diz que
morreram 614 colonos.
Após o massacre, o rei de Portugal desmembrou Itamaracá e deu a ordem de punir os índios
responsáveis pelo massacre, expulsar os franceses e fundar uma cidade. Assim começaram as
cinco expedições para conquistar a Capitania Real da Paraíba, atual estado da Paraíba.
EXPEDIÇÕES DE CONQUISTA
O comandante desta expedição foi o Ouvidor Geral D. Fernão da Silva. Ao chegar ao Brasil,
Fernão tomou posse das terras em nome do rei sem que houvesse nenhuma resistência, mas
isso foi apenas uma armadilha. Sua tropa foi surpreendida por indígenas e teve que recuar para
Pernambuco. Essa expedição se mostrou um fracasso, além de que evidenciou o pouco
conhecimento que os portugueses tinham dos nativos e suas estratégias de batalha.
Quem comandou a segunda expedição foi o Governador Geral, D. Luís de Brito. Sua expedição
foi prejudicada por ventos desfavoráveis e eles nem chegaram sequer às terras paraibanas.
Três anos depois outro Governador Geral (Lourenço Veiga), tenta conquistar o Rio Paraíba, não
obtendo êxito.
Frutuoso Barbosa, um fidalgo português de grande riqueza, se colocou como chefe responsável
dessa expedição, esse impôs a condição de que se ele conquistasse a Paraíba, a governaria por
dez anos. Essa idéia só lhe trouxe prejuízos, uma vez que quando estava vindo à Paraíba, caiu
sobre sua frota uma forte tormenta e além de ter que recuar até Portugal, ele perdeu sua
esposa.
Com a mesma proposta imposta por ele na expedição anterior, Frutuoso Barbosa volta decidido
a conquistar a Paraíba, mas cai na armadilha dos índios e dos franceses. Essa armadilha
consistia em deixar a frota marítima de Barbosa se aproximar da encosta, assim que
desembarcassem, sem tempo de reação, os nativos e franceses os atacaram, gerando um
tumulto e fuga de muitos portugueses, nesse fatídico evento Barbosa acaba perdendo um filho
e por isso desistiu de continuar tentando conquistar o território.
Este teve a presença de Flores Valdez, Felipe de Moura e o insistente Frutuoso Barbosa, que
conseguiram finalmente expulsar os franceses e conquistar a Paraíba. Após a conquista, eles
construíram os fortes de São Tiago e São Felipe.
É importante ressaltar que conforme o território foi sendo conquistado, vai se formando
pequenos povoados e vilarejos que evidenciavam a expansão portuguesa no território
paraibano, assim as primeiras vilas/cidades que surgiram foram:
Pilar: O início de seu povoamento aconteceu no final do século XVI, quando fazendas de gado
foram encontradas pelos holandeses. Hoje uma cidade sem muito destaque na Paraíba, foi
elevada à vila em 5 de janeiro de 1765. Pilar originou-se a partir da Missão do Padre Martim
Nantes naquela região. Pilar foi elevada à município em 1985, quando o cultivo da cana-de-
açúcar se tornou na principal atividade da região.
Souza: Hoje a sexta cidade mais populosa do Estado e dona de um dos mais importantes sítios
arqueológicos do país (Vale dos Dinossauros), Sousa era um povoado conhecido por "Jardim do
Rio do Peixe". A terra da região era bastante fértil, o que acelerou rapidamente o processo de
povoamento e progresso do local. Em 1730, já viviam aproximadamente no vale 1468 pessoas.
Campina Grande: Sua colonização teve início em 1697. O capitão-mor Teodósio de Oliveira
Ledo instalou na região um povoado. Os indígenas formaram uma aldeia. Em volta dessa aldeia
surgiu uma feira nas ruas por onde passavam camponeses. Percebe-se então que as
características comerciais de Campina Grande nasceram desde sua origem. Campina foi elevada
à freguesia em 1769, sob a invocação de Nossa Senhora da Conceição. Sua elevação à vila com
o nome de Vila Nova da Rainha se deu em 20 de abril de 1790. Hoje, Campina Grande é a
maior cidade do interior do Nordeste.
São João do Cariri: Tendo sida povoada em meados do século XVII pela enorme família Cariri
que povoava o sítio São João, entre outros, esta cidade que atualmente não se destaca muito à
nível estadual foi elevada à vila em 22 de março de 1800. Sua emancipação política é datada de
15 de novembro de 1831.
Pombal: No final do século XVII, Teodósio de Oliveira Ledo realizou uma entrada através do
rio Piranhas. Nesta venceu o confronto com os índios Pegas e fundou ali uma aldeia que
inicialmente recebeu o nome do rio (Piranhas). Devido ao sucesso da entrada não demorou
muito até que passaram a chamar o local de Nossa Senhora do Bom Sucesso, em homenagem
a uma santa. Em 1721 foi construída no local a Igreja do Rosário, em homenagem à padroeira
da cidade considerada uma relíquia história nos dias atuais. Sob força de uma Carta Régia
datada de 22 de junho de 1766, o município passou a se chamar Pombal, em homenagem ao
famoso Marquês de Pombal. Foi elevada à vila em 3/4 de maio de 1772, data hoje considerada
como sendo também a da criação do município.
Areia: Conhecida antigamente pelo nome de Bruxaxá, Areia foi elevada à freguesia com o
nome de Nossa Senhora da Conceição pelo Alvará Régio de 18 de maio de 1815. Esta data é
considerada também como a de sua elevação à vila. Sua emancipação política se deu em 18 de
maio de 1846, pela lei de criação número 2. Hoje, Areia se destaca como uma das principais
cidades do interior da Paraíba, principalmente por possuir um passado histórico muito atraente.
Desde o período colonial que a presença europeia se deu ativamente, primeiro na Capitania de
Itamaracá e depois no então território da Paraíba. Os vários momentos de dominação europeia
evidenciam um interesse particular por esse território que possuía uma excelente localização:
no litoral e próxima a Capitania de Pernambuco, além de ser uma produtora de açúcar e com
fazendas para a criação do gado – importante mecanismo de renda para os portugueses e
europeus em geral.
João Tavares
João Tavares foi o primeiro capitão-mor, o qual governou de 1585 a 1588 a Capitania da
Paraíba. Tavares foi encarregado pelo Ouvidor-Geral, Martim Leitão, de construir uma nova
cidade. Para edificação dessa cidade, vieram 25 cavaleiros, além de pedreiros e carpinteiros,
entre outros trabalhadores do gênero. Chegaram também jesuítas e outras pessoas para residir
na cidade. Foi fundado por João Tavares o primeiro engenho, o d’El-Rei, em Tibiri, e o forte de
São Sebastião, construído por Martim Leitão para a proteção do engenho.
Os jesuítas ficaram responsáveis pela catequização dos índios. Eles ainda fundaram um Centro
de Catequese e em Passeio Geral edificaram a capela de São Gonçalo. O governo de João
Tavares foi demasiadamente auxiliado por Duarte Gomes da Silveira, natural de Olinda. Silveira
foi um senhor de engenho e uma grande figura da Capitania da Paraíba durante mais de 50
anos. Rico, ajudou financeiramente na ascensão da cidade. Em sua residência atualmente se
encontra o Colégio Nossa Senhora das Neves. Apesar de ter se esforçado muito para o
progresso da capitania, João Tavares foi posto para fora em 1588, devido à política do Rei.
Frutuoso Barbosa
Devido a grande insistência perante a corte e por defender alguns direitos, Frutuoso Barbosa
foi, em 1588, nomeado o novo capitão-mor da Capitania da Paraíba, auxiliado por D. Pedro
Cueva, ao qual foi encarregado de controlar a parte militar da capitania.
Neste mesmo período, chegaram alguns Frades Fransciscanos, que fundaram várias aldeias e
por não serem tão rigorosos no ensino religioso como os Jesuítas, entraram em
desentendimento com estes últimos. Esse desentendimento prejudicou o governo de Barbosa,
pois se aproveitando de alguns descuidos, os índios Potiguaras invadiram propriedades. Vieram
em auxílio de Barbosa o
capitão-mor de Itamaracá, com João Tavares, Piragibe e seus índios. No caminho, João Tavares
faleceu de um mal súbito. Quando o restante do grupo chegou à Paraíba, desalojou e prendeu
os Potiguaras. Com o objetivo de evitar a entrada dos franceses, Barbosa ordenou a construção
de uma fortaleza em Cabedelo. Piragibe iniciou a construção do forte com os Tabajaras, porém,
André de Albuquerque governou apenas por um ano. Nele, expulsou os Potiguaras e realizou
algumas fortificações. Entre elas, a construção do Forte de Inhobin para defender alguns
engenhos próximos a este rio. Ainda nesse governo os Potiguaras incendiaram o Forte de
Cabedelo. O governo de Albuquerque se finalizou em 1592.
Em seu governo realizou combates na Capaoba, houve paz com os índios, expandiu estradas e
expulsou os fransciscanos. Terminou seu governo em 1600.
FRANCESES: Os franceses, por sua vez, desde os primeiros anos em que os portugueses se
estabeleceram no Brasil que os franceses buscavam atacar e se apossar de partes do território.
Havia uma visão por parte dos franceses de que o território da América que tinha sido dividido
entre portugueses e espanhóis através do Tratado de Tordesilhas (1494), não era justo e estes
não reconheciam o território como sendo dos portugueses e espanhóis. Tal feito fez com que
ataques constantes dos franceses ocorressem ao longo de todo o período colonial e destes
ataques gerou a França Antártica, dominação francesa no território do Rio de Janeiro entre
1555 até 1560, e a França Equinocial, possessão no Maranhão entre 1612 até 1615.
Esses territórios demonstram o envolvimento da França na tentativa de estabelecer posses no
Novo Mundo e de se firmar como potência marítima ao lado das duas maiores da época –
Espanha e Portugal – todavia, em ambos os territórios, houve a expulsão dos franceses por
parte dos portugueses o que gerou o interesse sempre constante destes em voltar e atacar
novamente o território. A atenção da França se voltou, então, para a região produtora da mais
avultada iguaria portuguesa: o açúcar. A região que produzia, no período colonial, esse item
caríssimo era o Nordeste e mais especificamente a Capitania de Pernambuco. Portugal
guardava com muito cuidado essa capitania, mas o entorno não policiava tão bem o que fez os
franceses voltarem sua atenção para a então vizinha: Capitania da Paraíba.
É importante salientar que os franceses – chamados de huguenotes devido à religião ser
protestante – pouco influíam na religião nativa o que gerou para estes um contato menos
conflituoso com esses povos e possibilitou a formação de parcerias bastante proveitosas para
estes principalmente na região Sudeste onde no Rio de Janeiro fizeram aliança com os
Tupinambás e se firmaram por alguns anos no território.
No caso da Paraíba os franceses mantiverem laços de aliança com os potiguaras, inimigos dos
tabajaras que possuíam aliança com os portugueses, o que possibilitou a estes se manterem
escondidos e possuírem algumas poucas posses no território até serem de forma definitiva
POVOS NATIVOS: Na Paraíba haviam duas raças de índios, os Tupis e os Cariris (também
chamados de Tapuias). Os Tupis se dividiam em Tabajaras e Potiguaras, que eram inimigos. Na
época da fundação da Paraíba, os Tabajaras formavam um grupo de aproximadamente cinco
mil pessoas. Eles eram pacíficos e ocupavam o litoral, onde fundaram as aldeias de Alhanda e
Taquara. Já os Potiguaras eram mais numerosos que os Tabajaras e ocupavam uma pequena
região entre o rio Grande do Norte e a Paraíba.
Esses índios locomoviam-se constantemente, deixando aldeias para trás e formando outras.
Com esta constante locomoção os índios ocuparam áreas antes desabitadas. Os índios Cariris se
encontravam em maior número que os Tupis e ocupavam uma área que se estendia desde o
Planalto da Borborema até os limites do Ceará, Rio Grande do Norte e Pernambuco.
Os Cariris eram índios que se diziam ter vindo de um grande lago. Estudiosos acreditam que
eles tenham vindo do Amazonas ou da Lagoa Maracaibo, na Venezuela. Os Cariris velhos, que
teriam sido civilizados antes dos cariris novos, se dividiam em muitas tribos; sucuru, icós, ariu e
pegas, e paiacú. Destas, os tapuias pegas ficaram conhecidos nas lutas contra os bandeirantes.
O nível de civilização do índio paraibano era considerável. Muitos sabiam ler e conheciam ofícios
como a carpintaria. Esses índios tratavam bem os jesuítas e os missionários que lhes davam
atenção. A maioria dos índios estavam de passagem do período paleolítico para o neolítico. A
Homens e mulheres sofreram muitas punições dadas pela Inquisição do Santo Oficio, na
Paraíba. As áreas de maior concentração das penalidades sofridas foram as mais ricas e
prósperas; lugares onde havia presença de judaísmo; aldeias, pois os índios também sofreram
com as ações da Inquisição. Muitas pessoas sobreviviam com a economia de subsistência da
agricultura e algumas possuíam escravos.
Pode-se dizer que, a Inquisição atuou na Paraíba numa área política, social e de econômica
favorável. Na época em que a Igreja se encontrava unida ao Estado, através de proprietários de
terras e nobres ligados ao rei, fazendo parte: banqueiros, artesãos, mercadores, geralmente
protestantes e mouros. Eles se sentiam ameaçados, pois o Santo Ofício confiscava os bens das
vítimas, sendo os réus transferidos para a Metrópole, mas o Brasil enquanto colônia se
empobrecia.
Após a descoberta a rota do ouro nas áreas ricas, como o Rio de Janeiro e Minas Gerais, os
inquisidores orientaram buscas aos moradores de origens judaicas, na Paraíba, onde foram
presos aproximadamente 49 lavradores, ligados à produção de açúcar nos engenhos, onde seus
bens dos cristãos-novos foram confiscados, assim como condenados, através dessas ações a
coroa Portuguesa recebeu aproximadamente 2.646 gramas de ouro, em diversas regiões do
Brasil e Paraíba.
De acordo com Vieira a Inquisição instalou na capital o Ato de Publicação, através de uma
procissão pela cidade, missa na matriz de Nossa Senhora das Neves com a divulgação do
Monitório, ou seja, lista de crimes. E foi na mesma Matriz em 1595 que a Inquisição de Lisboa
ordenou que se publicasse um edital, chamando todos fiéis católicos a ir denunciar, os
pecadores sob pena de excomunhão aos que não comparecessem.
Em Assis, o Brasil ao mesmo tempo em que era palco da ausência de tribunais inquisitoriais
modernos, estabelecido e atuante, trazia à tona problemas diários maiores do que as questões
da fé, como a presença pouco efetiva do Estado, a carência econômica, o perigo de ataque por
animais selvagens, o risco de doenças tropicais, ou as ameaças de ataques de piratas, corsários
e dos gentis indômitos, fazendo aliados de primeira hora contra inimigos comuns e maiores do
A transição do período colonial para o Império brasileiro foi marcado por conflitos separatistas
nas províncias brasileiras que visavam abolir o poder de Portugal em algumas partes do Brasil.
De forma geral esse momento de transição é conhecido como Crise do Sistema Colonial e
ocorreu devido ao declínio da produção de açúcar, da escassez do ouro e das aspirações de
liberdade influenciadas pelas emancipações de outras colônias pelo mundo.
Na América portuguesa, as medidas adotadas no Período Pombalino aumentaram ainda mais a
crise econômica e política. O fracasso do Marquês de Pombal em articular o Absolutismo
Ilustrado com as bases mercantilistas acirrou ainda mais os ânimos coloniais na medida em que
crescia a arrecadação de impostos. Movimentos de caráter emancipacionista indicavam um
caminho sem volta para a independência. Apesar dos mártires deixados pelas trilhas sangrentas
das ciladas armadas pelo Estado Português, as resistências se tornaram uma constante,
passando a fortalecer os ideais de um Estado Independente. Juntaram-se a essas
instabilidades, o Terremoto de Lisboa (1755), a crise do comércio açucareiro e a queda na
produção aurífera, além de crises sociais decorrentes de políticas administrativas
implementadas no Estado do Grão-Pará e Maranhão, as quais resultaram na expulsão dos
jesuítas e na tentativa de criação de uma economia agrícola em larga escala com a utilização da
mão de obra indígena regulamentada pelo Diretório dos Índios. Apesar da disseminação das
ideias francesas e norte-americanas, as reformas sociais foram controladas pelas elites. Após a
queda de Pombal, conjurações de caráter emancipacionistas, mesmo em perspectivas locais,
passaram a ocorrer em diferentes regiões.
Nas Minas Gerais, em 1789, uma crise econômica, resultante da escassez de ouro, aumentava
as pressões da Coroa portuguesa pela cobrança do Quinto (100 arrobas anuais – valor
equivalente à 1.468,9kg de ouro) através da execução da Derrama (cobrança compulsória dos
Quintos em atraso – Invasão de cidades, vilas, fazendas e casas a procura de ouro para
alcançar o valor do Quinto). Como resposta, a elite local pretendeu tomar o poder e instituir
uma república através do fracassado evento denominado de Conjuração Mineira. A Conjuração
Baiana, iniciada com as elites, em 1798, tomou projeções de caráter social, a partir do ingresso
de mulatos, ex-escravos, homens brancos pobres, alfaiates, pedreiros, soldados e bordadores
que passaram a defender a proclamação de uma república na Bahia, o fim da escravidão e das
diferenças baseadas na cor da pele. Por estas razões, a conjuração acabou perdendo seu apoio
maçônico e sucumbindo naquele mesmo ano.
A PARAÍBA E A INDEPENDÊNCIA
Com a vinda da família real para o Brasil, em 1808, a Paraíba passou à condição de província.
D. João VI, que governava Portugal e suas colônias, como príncipe-regente, no lugar de sua
mãe D. Maria (que estava doente – problemas mentais), fugiu para o brasil com toda sua corte,
por causa de guerras na Europa entre França e Inglaterra. A Paraíba participou, então, dos
movimentos contra o domínio português. Esses movimentos tinham como objetivo separar o
Brasil de Portugal. Em 1817, quando se iniciou em Pernambuco uma revolta contra o domínio
Português, na Paraíba logo se aderiu ao movimento. Participando ativamente do movimento e
muitos paraíbanos ilustres perdeam sua vida lutando por esse ideal entre eles: José Peregrino
de Carvalho, Amaro Gomes Coutinho e padre Antônio de Albuquerque. A revolução foi
derrotada, mas a idéia de libertação continuou viva.
Aumentava a cada dia nos brasileiros o desejo de independêcia e este sentimento se espalhava
por todo o território nacional. D. João voltou a Portugal, para assumir o governo em Lisboa,
pois os franceses já tinham se retirado. Deixou no Brasil seu filho D. Pedro I, que proclamou
nossa independência; as margens do riacho do Ipiranga, em São Paulo, no dia 7 de setembro
de 1822. Ele se tornou imperador do Brasil. Assim a Paraíba foi uma das primeiras provincias a
declarar apoio a D.Pedro I e a reconhecer a sua autoridade para resolver todos os negócios do
Brasil, antes mesmo da proclamação da independência. Essa atitude fez com que José Bonifácio
de Andrada e Silva se dirigi-se ao povo paraibano, chamando de “povo bom e leal da paraíba”.
A Paraíba recebeu com festas a notícia da proclamação da independência e a da aclamação de
D.Pedro I como Imperador do Brasil.
O Nordeste atravessava um momento crítico nos primeiros anos do Brasil independente. Desde
a crise do açúcar, logo após a expulsão dos holandeses, no século XVII, que a economia da
20 HISTÓRIA DA PARAÍBA – ROBSON ALVES
região não conseguia se desenvolver plenamente como nos tempos coloniais. A crise econômica
se associou aos problemas sociais e disputas de poderes dentro das províncias. A alta carga
tributária também desagradou aos nordestinos.
Enquanto o Brasil se tornava uma monarquia, as antigas colônias espanholas se tornavam
republicanas, tal qual os Estados Unidos, que haviam se tornado referência no processo
emancipatório. Ao seguir o caminho oposto, alguns grupos das províncias decidiram organizar
movimentos armados para derrubar o monarca autoritário e implantar a república no Brasil.
Contudo, o governo central estava decidido a enviar suas tropas e usar todas as forças
disponíveis para abafar essas revoltas. Os motivos que levaram essa revolta foram: crise
econômica e social, altos impostos e o autoritarismo de D. Pedro I.
Durante a Confederação do Equador a Paraíba contribuiu com a continuidade da revolta, já que
essa foi deflagrada em Pernambuco. No caso da Paraíba é notório o desejo por emancipação ao
lado das demais províncias. Embora a Paraíba tenha recebido com alegria a Independência,
ficou claro que o desejo por autonomia política e maior dinamismo econômico não
iriam acontecer com D. Pedro I no poder, pelo contrário o autoritarismo estava se tornando a
tônica principal do governo imperial. Assim, a solução encontrada pela elite política paraibana
ao lado das demais do Nordeste era pensar uma revolta que tornasse as províncias livres, ou
seja, se desejava uma República que seria liderada por Pernambuco, mas que garantiria o
federalismo para as demais partes desse novo governo que estava sendo pensado.
Mesmo contando com a participação ativa da Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e
Pernambuco (na liderança), não conseguiu a desejada República, pois não havia entre as
províncias participantes nem entre as elites que gestaram a revolta uma visão unificada de
governo. O resultado final do confronto foi a execução e prisão da maioria de seus líderes,
posto que fora reprimido pelas forças imperiais comandadas pelo almirante britânico Thomas
Cochrane. Por fim, o jornalista Cipriano Barata foi preso, Padre Mororó foi executado e Frei
Caneca, mentor intelectual do movimento, foi fuzilado dia 13 de janeiro de 1825 no largo das
Cinco Pontas, no Recife, enfraquecendo, dessa maneira, a Confederação do Equador e pondo
final a essa revolta.
O Período Regencial é como conhecemos o período intermediário que existiu entre o Primeiro e
o Segundo Reinado. Estendeu-se de 1831 a 1840 e foi iniciado após o imperador D. Pedro I ter
abdicado do trono em favor de seu filho no ano de 1831. Foi encerrado em 1840 com o que
ficou conhecido como Golpe da Maioridade, que garantiu a coroação de D. Pedro II como
imperador do Brasil.
O Período Regencial resultou diretamente da maneira como terminou o Primeiro Reinado
(época em que o Brasil foi governado por D. Pedro I). O Primeiro Reinado ficou marcado pelo
autoritarismo do imperador e pelos crescentes confrontos entre brasileiros e portugueses. As
tensões e as pressões existentes fizeram o imperador abdicar do trono brasileiro em abril de
1831.
Quando D. Pedro I abdicou do trono, o sucessor naturalmente era seu filho, Pedro de
Alcântara. Todavia, o príncipe do Brasil possuía apenas cinco anos e, por lei, não poderia ser
21 HISTÓRIA DA PARAÍBA – ROBSON ALVES
coroado imperador do Brasil até que completasse a maioridade, que só seria alcançada quando
obtivesse 18 anos.
Assim, a saída legal existente e que constava na Constituição de 1824 era a de fazer um
período de transição em que o país seria governado por regentes. Esse período deveria ter
acontecido até 1844, quando Pedro de Alcântara completaria 18 anos, mas seu fim foi
antecipado para 1840 por meio de um golpe parlamentar.
O Período Regencial teve uma duração razoavelmente curta (apenas nove anos). De toda
forma, ao longo desse período, o Brasil possuiu quatro regências diferentes, as quais podem ser
utilizadas como marcos divisórios do Período Regencial. Os quatro períodos foram: Regência
Trina Provisória (1831); Regência Trina Permanente (1831-1834); Regência Una de Feijó
(1835-1837); Regência Una de Araújo Lima (1837-1840). Alguns eventos de importância devem
constar como cruciais nesse momento, como a criação da Guarda Nacional (1831) e a criação
do Ato Adicional (1834), o primeiro com a intenção de estabelecer dentro das províncias um
policiamento ligado ao Império e que pudessem evitar possíveis revoltas, já o segundo, era
uma política voltada para diminuir a tensão referente a petição das províncias por mais
liberdade e autonomia , assim, ambas as políticas visavam estabelecer a paz interna e manter o
controle imperial sobre as províncias que já davam sinais de revolta contra a centralização
política existente no período.
Essa insatisfação ficou clara quando estouraram de Norte a Sul do Brasil, inúmeras revoltas.
Como: Revolta dos Farrapos (1835 – 1845), no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, Revolta dos
Malês (1835), na Bahia, Revolta da Cabanagem (1835 – 1840), no Grão-Pará, Revolta da
Sabinada (1837), na Bahia e Revolta da Balaiada (1838 – 1841), no Maranhão. Essas revoltas
evidenciam o desejo por liberdade por parte das províncias que viam o governo regencial como
autoritário e centralizador, além disso, a intenção de parte dessas revoltas era trazer uma
melhoria de vida para a população.
A Província da Paraíba estava sob a administração do então presidente José Thomas Nabuco de
Araújo quando tomou conhecimento da abdicação da D. Pedro I, através de um Aviso da Corte
do Império, a correspondência informava também a nomeação da Regência Trina Provisória e
do respectivo Ministério. Ao tomar conhecimento do fato, a população e a elite local
demonstraram “grande satisfação”, essa “alegria” foi representada por comemorações que
duraram três dias de festas, com iluminuras, cantorias e vivas pelas ruas, inclusive foi celebrada
uma missa de ação de graças encomendada pela câmara municipal da Cidade da Paraíba. Uma
representação litúrgica que deixava transparecer os interesses da elite política paraibana
através dos atos dos seus representantes. Naquele momento a Câmara municipal da Cidade da
Paraíba era representada pelos senhores: Francisco José Meira, José Lucas de Souza Rangel,
Ignácio de Souza Gouveia, Joaquim Leitão. Entre os quais José Lucas de Souza Rangel era um
dos membros fundadores do partido conservador, juntamente com os Carneiro da Cunha
(Joaquim Manuel, Manuel Florentino, e Manuel Maria), entre outros políticos influentes da
época.
O ponto mais importante relacionado a Paraíba nesse período foi a mudança nos Códigos de
Posturas da Cidade da Paraíba. As Posturas referentes à província da Paraíba aprovadas, em
O Segundo Reinado foi um período que se estendeu de 1840 a 1889 e no qual o trono brasileiro
foi ocupado por D. Pedro II. Ele assumiu como imperador por meio do Golpe da Maioridade e,
durante seus 49 anos de reinado, diversos acontecimentos marcantes ocorreram, como a
Guerra do Paraguai e a abolição da escravidão. Foi destronado com a Proclamação da
República, em 1889. Esse momento é dividido em três períodos: Consolidação (1840-1850):
quando o imperador estava no poder e estabeleceu-o, a seu modo, sobre o país, colocando
políticos e províncias rebeldes sob seu controle; Auge (1850-1865): quando o poder do
imperador era amplo e sua posição estava consolidada; Declínio (1865-1889): quando surgem
contestações contra a posição de D. Pedro II, e a economia do país não ia bem.
A disputa pelo poder entre o Partido Liberal e o Conservador em Pernambuco, sempre foi
muito conturbada. De 1844 até 1848, esteve no poder o Partido Liberal. Em outubro de 1848,
assumiu a Presidência daquela Província, o Partido Conservador, na pessoa de Herculano
Ferreira Pena. Teve início, então, uma série de hostilidades por parte do Governo, contra seus
adversários políticos.
Dessa forma, começou a se criar um clima de revolta que resultaria no movimento sedicioso
que ficou conhecido por Revolução Praieira. Essa denominação se deu pelo fato do Partido
Liberal contar com o apoio do Jornal diário Novo, com sede na Rua da Praia, em Recife (PE). O
movimento chefiado pelo Deputado Geral Nunes Machado, se concentrou inicialmente em
Olinda (PE) e se destinava a depor o Presidente daquela Província, Herculano Ferreira Pena,
que foi substituído em dezembro de 1848, por Manuel Vieira Tosta, também conservador. O
novo Presidente intensificou a repressão aos revoltosos, o que fez aumentar a tensão e tornar a
luta ainda mais ardorosa.
A 2 de fevereiro de 1849, os Praieiros contando aproximadamente com 2 mil homens invadiram
o Recife, objetivando depor o Presidente Manuel Vieira Tosta, encontrando severa defesa da
Tropa de Linha. Nessa luta morreram mais de 200 revolucionários e o seu principal Chefe, o
Deputado Nunes Machado. Rechaçados no Recife, os revolucionários fugiram para o interior, se
reunindo em Igarassú (PE). Daí se dividiram em duas colunas de 500 homens cada, seguindo
uma em direção a Garanhuns (PE) e outra, sob o Comando de Manuel Pereira Morais, para
Goiana (PE).
23 HISTÓRIA DA PARAÍBA – ROBSON ALVES
O objetivo dessas colunas era fazer a propaganda revolucionária e adquirir adeptos para,
reorganizados, dar continuidade à luta. Em Goiana, os rebeldes aprisionaram a guarnição local
e se apropriaram de armas, munições e mantimentos.
Tropas de Linha sediadas em Pernambuco, sob o Comando do Tenente Coronel Feliciano
Antônio Falcão, saíram de Recife em perseguição aos revoltosos. No dia 13 de fevereiro de
1849, no sítio Pau Amarelo, nas proximidades de Goiana, verifica-se um encontro entre Tropas
do Tenente Coronel Falcão e a Coluna Revolucionária, saindo vitoriosa a Tropa Legalista. Com
esse resultado, a Coluna, em sua fuga, invadiu a cidade de Pedras de Fogo (PB), fato ocorrido
no dia 15 daquele mesmo mês. De Pedras de Fogo, os Revolucionários seguiram na direção de
Itabaiana (PB), Alagoa Grande (PB) e Areia (PB), onde foram finalmente derrotados.
Muito antes da deflagração violenta do movimento revolucionário em Recife, ocorrido em 2 de
fevereiro de 1849, seus efeitos já tinham atingido a paz na Paraíba. Em maio de 1848, o
Presidente da Paraíba, Dr. João Antônio de Vasconcelos, foi informado da possibilidade dos
Liberais de Pernambuco, invadirem a Cidade de Goiana e a Vila de Pedras de Fogo.
Em consequência, esse Governante, temeroso que tal movimento se alastrasse à sua Província
e os Revolucionários atacassem a Capital Paraibana, se dispôs a ajudar o Presidente da
Província de Pernambuco, remetendo tropas para a Vila de Pedras de Fogo e para as
proximidades de Goiana, deixando-as à disposição das autoridades daquela Cidade.
Seguiram para essa missão Tropas de Linha, parte da Guarda Nacional e o efetivo da Força
Pública disponível na Capital, ficando essa Cidade guarnecida por um contingente da Guarda
Nacional. Temendo ainda que essa providência não surtisse os efeitos desejados, o Dr. João
Antônio ordenou que para a defesa da cidade, fossem construídas trincheiras nas partes por
onde fosse possível a chegada de invasores. Completando esses cuidados, foi solicitado ao
Presidente da Província de Pernambuco, o envio por mar, de 100 homens da Tropa de Linha,
pedido esse que não foi atendido.
O contingente da Força Pública que se dirigiu para Goiana foi comandado pelo Capitão Genuíno
Antônio Atahyde de Albuquerque, e era composto de 40 Praças e mais um efetivo da Guarda
Nacional. Os ataques à Goiana e Pedras de Fogo, não se deu na época prevista, mas o clima de
tensão continuou. O Capitão Genuíno retornou a Capital para organizar novos efetivos, que
contavam até com índios.
No dia 13 de dezembro de 1848, a cidade de Goiana foi atacada pelos Revolucionários de
Olinda. A cidade achava-se defendida por um efetivo de 60 homens da Força Pública da
Paraíba, sob o Comando do Capitão Genuíno e mais componentes da Guarda Nacional. Iniciado
o ataque, grande parte da Guarda Nacional desertou, enfraquecendo a defesa. Dado o elevado
número de revoltosos, a Força Pública foi obrigada a ceder terreno, depois de uma luta que
resultou em 7 mortes e 7 feridos.
Depois da tomada de Goiana, os Revolucionários invadiram Pedras de Fogo, no dia 15 daquele
mês, de onde só saíram depois de derrotados em confronto com as Tropas de Linha, vindas do
Recife, seis dias depois.
Durante o período imperial no Brasil aconteceram várias revoltas populares contra as práticas
políticas adotadas pelo governo, sendo que as rebeliões provinciais foram as mais conhecidas
na sociedade brasileira do século XIX, que vitimou muitas pessoas. A revolta do ronco da
Abelha ou Revolta dos Marimbondos foi um movimento popular que lutou contra o governo
imperial por causa de medidas políticas que não agradavam a população. Essa revolta ficou
assim chamada pelos sons semelhantes ao de uma abelha que os revoltos faziam, e aconteceu
em diversas províncias do território brasileiro a partir de 1851.
O principal motivo dessa revolta foi a resistência popular na aceitação de ideias modernizantes
elaboradas por D. Pedro II. Dentre essas ideias estava a realização de um controle demográfico
no país, onde um cadastramento em relação ao número de nascimentos e mortes dos cidadãos
seria realizado. Contudo, essa medida era vista pelo imaginário popular como uma alternativa
do império para escravizar as pessoas pobres da região e, por isso, elas se revoltaram.
O governo brasileiro, a fim de atingir seu objetivo, criou o decreto 797 - Censo Geral do
Império, para realizar a contagem da população e o decreto 798 para o registro dos
nascimentos e dos óbitos. Contudo, os revoltos começaram a se articular contra esses decretos
e um exemplo de resistência aconteceu na Província de Pernambuco, no dia 1° de Janeiro de
1852, quando homens, mulheres e meninos armados invadiram a igreja Matriz Pau D`Alho, sob
a liderança de João dos Remédios, e arrancaram das paredes os avisos sobre os decretos.
Desse modo, o acontecimento em Pernambuco contribuiu para outros movimentos em
25 HISTÓRIA DA PARAÍBA – ROBSON ALVES
diferentes províncias, como Paraíba, Ceará, Alagoas e Minas Gerais, onde a parcela pobre
dessas regiões contestavam essas medidas criadas pelo imperador.
Na Paraíba a revolta ganhou proporções grandiosas, tendo em vista o medo da população do
censo que estava sendo realizado. Na Paraíba não tem relatos da Província de revoltosos
utilizando armas, parece ser de uma dimensão menor em termos de números de participantes,
porém em múltiplas comarcas aparecerão os motins, como Alagoa Grande, Ingá, Villa do Piancó
e outras comarcas. Centenas de pessoas invadiam os cartórios, queimavam todos os papéis,
quebravam os móveis e ameaçavam os moradores. A revolta se espalhou por várias outras
Vilas no brejo paraibano. Todo efetivo da Força Policial sediado na Capital foi deslocado para o
interior a fim de serenar os ânimos. Depois de cerca de três meses de intensa atividade, a
Força Policial pacificou o movimento.
A Guerra do Paraguai foi reflexo da consolidação das nações da Bacia Platina (Argentina,
Uruguai, Brasil e Paraguai) e resultou em enorme destruição e grande saldo de mortos. Conflito
de maior duração e proporção de toda a história da América do Sul, a Guerra do Paraguai foi
um grande divisor de águas para todos os países envolvidos. A Guerra do Paraguai foi resultado
direto do processo de formação das nações da bacia platina (Brasil, Argentina, Uruguai e
Paraguai) e dos choques de interesses em questões políticas e econômicas desses países
envolvidos. As tensões que levaram ao efetivo início desse conflito concentraram-se na Guerra
Civil Uruguaia.
Os primeiros atos de agressão relacionados ao início da Guerra do Paraguai foram o
aprisionamento de uma embarcação brasileira (Marquês de Olinda), que navegava pelo rio
Paraguai em direção a Cuiabá, e a invasão do Mato Grosso (atual Mato Grosso do Sul), ocorrida
em 26 de dezembro de 1864. O ataque paraguaio ao Brasil foi uma represália à invasão do
território uruguaio, conduzida pelo governo brasileiro em favor dos colorados e contra os
blancos (aliados de Solano López).
A ocupação paraguaia no Mato Grosso foi conduzida por 7.700 soldados, que derrotaram
facilmente as fracas forças de defesa dessa região (875 militares do Exército e 3 mil membros
da Guarda Nacional). Esse território continuou sob posse paraguaia até meados de 1868,
principalmente devido à dificuldade de acesso ao Mato Grosso. Naquela época, o único caminho
para essa província consistia na navegação dos rios da Bacia Platina.
Em seguida, as forças de Solano López foram encaminhadas em direção ao Rio Grande do Sul e
ao Uruguai. Solano enviou milhares de soldados para o Uruguai com o objetivo de socorrer os
blancos na guerra contra o Brasil e os colorados. Para isso, solicitou passagem por Corrientes
para Mitre, presidente argentino.
Mitre, que era aliado dos colorados na Guerra Civil Uruguaia, negou o direito de passagem às
tropas paraguaias. Como consequência, Solano López declarou guerra à Argentina e invadiu
Corrientes. Essa declaração de guerra ocasionou o surgimento da Tríplice Aliança, formada por
Brasil e Argentina, juntamente com colorados uruguaios, para lutar contra os paraguaios. Essa
aliança foi formalizada em 1º de maio de 1865.
Outro acontecimento histórico de grande repercussão nacional que a Força Policial da Paraíba
participou foi a Guerra do Paraguai. Depois de declarada a guerra, o Império convocou toda as
Tropas de Primeira Linha existentes nas Províncias. Da Paraíba seguiram também para o Rio de
Janeiro, onde se incorporaram às forças imperiais, contingentes da Guarda Nacional e Corpos
de Voluntários. Todo efetivo da Força Policial, totalizando 210 homens, sob o Comando do Maj
José Vicente Monteiro da Franca, embarcou para a Capital do Império, no dia 23 de junho de
1865, saindo de Cabedelo no Vapor Paraná. Enquanto aguardava o embarque, a Força Policial
ficou aquartelada na Fortaleza da Santa Catarina. Faziam parte do efetivo da Força Policial, os
Capitães José Francisco de Atayde Melo, Frederico do Carmo Cabral e José Silva Neves, além
dos Tenentes Francisco Gomes Monteiro, Pedro César Paes Barreto e Joaquim Ferreira Soares.
Depois das batalhas, o Capitão Frederico foi condecorado com medalha de honra, o que revela
que o contingente da Força Policial teve papel destacado na guerra, de onde só retornou após
sua conclusão.
A PARAÍBA NA REPÚBLICA
A PARAÍBA NO SÉCULO XX
O período republicano foi iniciado na Paraíba tendo como primeiro governador, chamado de
‘presidente de estado’ à época, Venâncio Neiva. Ele era juiz na cidade de Catolé do Rocha, no
Sertão da Paraíba, e chegou ao comando do estado após uma articulação política chefiada por
um militar republicano. O governo de Venâncio Neiva durou cerca de dois anos, entre 1889 e
1891. Para o historiador Jean Patrício, a gestão foi marcada pelas tentativas de estabilidade do
sistema republicano no estado.
Com a implantação da República, a Paraíba continuou com destacada participação nos
acontecimentos políticos do país. Foi o único estado do Nordeste, na Velha República, a eleger
um Presidente. Trata-se do paraibano Epitácio Pessoa que após ocupar o mais alto cargo da
magistratura, na esfera federal, elegeu-se Presidente da República, quebrando o acordo da
política do café com leite firmado entre os Estados de São Paulo e Minas Gerais.
O grande momento da História da Paraíba, no contexto sociopolítico nacional, é a Revolução de
30, movimento de natureza política que foi liderado pelo Estado da Paraíba, além de envolver
diretamente os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul. Esses estados criaram a Aliança
Liberal e lançaram Getúlio Vargas como candidato à Presidência da República, tendo como vice,
o então Presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque. O resultado
deu vitória a Júlio Prestes que, no entanto, não foi reconhecido como legítimo.
O assassinato do Presidente João Pessoa, embora não tenha sido considerado como crime
político, constituiu-se, mesmo assim, como estopim da Revolução de 30, levando ao poder o
representante das forças revolucionárias, o gaúcho Getúlio Vargas.
Não foi somente no Movimento Revolucionário de 30 que a Paraíba teve participação ativa no
cenário sociopolítico do país. Ao longo de toda a História do Brasil, é destacado o papel
exercido pela força política paraibana nos momentos de significativa importância, tais como: a
Redemocratização de 1945; na instalação da Nova República que aconteceu no ano de 1985,
com o fim do período da ditadura militar (1964-1985) e também no engajamento na luta pelas
Diretas Já, que culminou com eleições livres e democráticas no ano de 1989.
Atualmente a Paraíba é reconhecida no cenário nacional como sendo o estado que procura
desenvolver um processo de gestão moderna e competitiva. As forças populares e democráticas
têm de forma consciente ocupado espaços nos diversos setores da sociedade paraibana.
CANGAÇO NA PARAÍBA
A sociedade é constituída pelos homens e para os homens. Todos devem participar de seus
benefícios e de seus encargos: é o princípio da igualdade perante a lei. E é por desrespeito à
lei, ligado aos problemas sociais, que surgem os maiores conflitos. A história registra, em
OS CANGACEIROS DA PARAÍBA
Para destacar os principais, que entraram no cangaço, não por vocação, mas por obrigação,
que a própria época exigia, destacam-se Francisco Pereira e Osório Francisco Ferreira, ainda
jovem, de família conceituada, por força do destino entrou no cangaço, para vingar a morte do
pai, barbaramente assassinado. Seu pai era um homem pacato, fazendeiro honrado, que antes
de morrer pronunciou as seguintes palavras: “Vingança não”.
Disse diante desse pronunciamento, à família, especialmente os filhos, ficaram num dilema,
porque era determinação da própria sociedade, da época, a vingança. Mas resolveram atender
o pai. O filho, Chico Pereira, procurou a Polícia, registrou a queixa e insistiu com o delegado
para que fosse feita a prisão do assassino do pai, tendo a autoridade policial afirmado: “Chico,
a gente solta uma vaca e para achá-la, não é facil, imagine um criminoso perigoso, como este
que matou teu pai”. Chico Pereira, desejando dar satisfação à família, pediu uma autorização ao
delegado, por escrito. Logo depois encontrou o criminoso, dormindo. Com rara dignidade,
mandou que o sujeito acordasse e o levou preso, para a Polícia. Volta para casa e a família
ficou satisfeita com o episódio da prisão. Um dia depois o criminoso se encontrava em
liberdade. Chico compreendeu que não havia justiça. Chico compreendeu que não havia justiça
e se viu na contingência de fazê-la com as próprias mãos.
Na mesma região de Pombal, registrou-se outro caso, Osório um garoto de poucos meses de
nascido, encontrava-se numa rede quando o pai chegou baleado, quando afirmou: “Este
gatinho que está na rede vai vingar minha morte”. À medida que ia crescendo, Osório ouvia de
outro: a determinação do pai. Ao completar 18 anos, recorreu à justiça da época, o rifle, e
matou o assassino do pai e outros que cruzaram seu caminho. Osório Olímpio de Queiroga foi
Movimento rebelde liderado por José Pereira Lima, deflagrado no município de Princesa, atual
Princesa Isabel (PB), em fevereiro de 1930, em oposição ao governo estadual de João Pessoa
Cavalcanti de Albuquerque. João Pessoa era também o companheiro de Getúlio Vargas na
chapa da Aliança Liberal, concorrendo à vicepresidência da República nas eleições de 1º de
34 HISTÓRIA DA PARAÍBA – ROBSON ALVES
março daquele ano. Com o assassinato de João Pessoa no mês de julho, o movimento perdeu
substância, e seus líderes entraram em acordo com o governo federal para a pacificação da
Paraíba.
ANTESCEDENTES
O episódio de Princesa teve sua origem na posse de João Pessoa na presidência da Paraíba, em
22 de outubro de 1928. Pretendendo reformar a estrutura políticoadministrativa e reerguer as
finanças do estado, o novo presidente decidiu deslocar para o litoral a hegemonia do comércio
estadual. Até então, na ausência de qualquer barreira tributária, as cidades do interior
comerciavam diretamente com os estados vizinhos, especialmente Pernambuco.
Indiferente ao poder dos “coronéis” — chefes políticos do sertão — e de suas famílias, João
Pessoa deu sequência a seu projeto implantando um rigoroso sistema de arrecadação tributária
que distinguia entre as mercadorias importadas pelo litoral, através do porto de Cabedelo, e
aquelas que entravam na Paraíba pelas fronteiras terrestres. Essas medidas, consubstanciadas
na Lei nº 673, de 17 de novembro de 1928, tornaram praticamente impossível o comércio
sertanejo com os estados vizinhos.
Em Recife, cujo comércio foi atingido pela nova política do governo paraibano, os irmãos
Pessoa de Queirós, primos de João Pessoa, passaram a liderar uma ferrenha campanha contra
essa “guerra tributária” através de seu periódico, o Jornal do Comércio. Por sua vez, A União,
jornal oficial da Paraíba, defendia a administração e o presidente do estado dos ataques e
denúncias que lhes dirigia o jornal pernambucano.
A discussão travada através da imprensa aguçou o descontentamento dos chefes políticos do
interior, que vinham sendo sistematicamente desprestigiados pelo governo. De fato, João
Pessoa chegara a ordenar a apreensão de armas, “do caboclo ao coronel”, além de promulgar
leis que restringiam o domínio até então incontestável destes últimos. As atitudes inovadoras de
João Pessoa valeram-lhe também atritos com velhos correligionários do Partido Republicano da
Paraíba (PRP), ligados por laços de fidelidade partidária a seu tio Epitácio Pessoa, ex-presidente
da República (1919-1922) e líder supremo da política paraibana.
Entre os chefes políticos atingidos por João Pessoa destacava-se José Pereira, considerado um
dos maiores “coronéis” do Nordeste e o mais poderoso da Paraíba. Membro da comissão
executiva do PRP, seu prestígio transcendia os limites municipais, alcançando as esferas
estadual e federal. Seu reduto político era o município de Princesa, a 428 km da capital, perto
da fronteira com Pernambuco. Essas condições faziam com que a economia de Princesa fosse
totalmente voltada para o estado vizinho.
A ALIANÇA LIBERAL
A LUTA ARMADA
Alguns dias após o rompimento de José Pereira, os fatos se revestiram de uma feição
francamente guerreira. Para evitar que as eleições em Princesa viessem alterar seus planos,
João Pessoa ordenou o esvaziamento da máquina burocrático-administrativa do município,
deixando-o “fora da lei”. Enviou também para lá contingentes da polícia estadual, sob o
pretexto de garantir o pleito. Por outro lado, desde o rompimento, José Pereira vinha armando
Em 26 de julho de 1930, ocorreu o fato culminante de todo esse processo político: João Pessoa
foi assassinado em Recife por João Duarte Dantas. Aliado de José Pereira e de João Suassuna,
João Dantas alimentara durante muito tempo um intenso rancor contra João Pessoa, acusando
o de cometer arbitrariedades contra membros de sua família. Os dois haviam mesmo travado
um debate através da imprensa, dando vazão a seu ódio pessoal. A divulgação pelo jornal A
União de documentos íntimos apreendidos pela polícia paraibana no apartamento de João
Dantas precipitou os acontecimentos.
Com a morte de João Pessoa, o governo federal resolveu pôr termo à Revolta de Princesa. O
general Lavenère Wanderley, comandante da 7ª Região Militar, sediada em Recife, foi
A quebra da bolsa de Nova York, ocorrida em 1929, assinalou o início de uma grave crise no
Capitalismo de todo mundo. Enquanto isso, no decorrer da década de 1920, registrou-se a
consolidação do Comunismo, principalmente na Rússia.
Por conta da expansão Comunista no continente Europeu, pressionando o Capitalismo, surgiram
os movimentos Nazista e Fascista, respectivamente na Alemanha e na Itália. Ambos os
movimentos defendiam o enfraquecimento do Parlamentarismo e a implantação de Governos
Totalitários, como forma de manutenção do Capitalismo. Aos poucos o Comunismo e o Nazi-
Fascismo foram se disseminando em outros países.
No Brasil, as primeiras Organizações de um Partido Comunista, datam de 1922. Porém, só a
partir de 1931, com a adesão de Luiz Carlos Prestes ao Comunismo, e sua viagem para Moscou,
a fim de estudar tal doutrina, é que foi possível a obtenção de resultados mais concretos, por
essa organização.
O Fascismo chegou ao Brasil em 1932, através da criação do Movimento Integralista Brasileiro,
que, pelo fato de se insurgir contra o Comunismo e defender princípios como Deus, Pátria e
Família, valores próprios da Cultura Nacional, angariou a simpatia e adesão dos Militares.
A Internacional Comunista (IC) órgão destinado a expandir o Comunismo em todo mundo, foi
pressionada por Luiz Carlos Prestes, para investir em uma Revolução no Brasil, que se
destinasse a tomada do Poder. Prestes se encontrava na Rússia, onde tinha adquirido grande
prestígio junto ao Órgão máximo da organização comunista. Em 1934, diversos agentes da
Internacional Comunista, vieram ao Brasil, clandestinamente, para sob a direção de Prestes,
que retornava ao país, prepararem uma revolução.
Encontrando dificuldades de penetração nas massas populares e rejeição de ordem legal, o
Partido Comunista do Brasil criou, em 1934, um movimento denominado Aliança Nacional
Libertadora (ANL), destinada a consagrar o operariado e a classe camponesa, bases para os
propósitos revolucionários.
O clima político da época era favorável aos objetivos da ANL, uma vez que havia um grande
descontentamento da massa popular com o Governo Revolucionário, que não conseguia
resolver as grandes questões sociais.
44 HISTÓRIA DA PARAÍBA – ROBSON ALVES
Pelo fato do Partido Comunista e da Aliança Nacional Libertadora serem dirigidas por Prestes,
receberam muitas adesões de Militares insatisfeitos com o governo de Vargas. A estratégia para
o movimento era a preparação do povo, através da ANL e a infiltração nos meios militares.
A ANL passou a promover intrigas regionais, pregando o separatismo no Rio Grande do Sul e
São Paulo, além de expressar ideias contrárias no Rio de Janeiro. No Norte e Nordeste pregava-
se a luta contra os privilégios do sul. Era dividir para conquistar. Percebendo a manobra, e
pressionado pelo Movimento Integralista, que era anticomunista, o Governo fechou, em junho
de 1935, a ANL. Na clandestinidade geral, Prestes perdeu espaços.
A Internacional Comunista, que só a partir de então passou a se interessar pelo Brasil, exigiu de
Prestes a continuidade do movimento. Com bases formadas por civis e militares, no Rio Grande
do Norte, Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, Prestes planejou, para o mês de
novembro de 1935, um movimento que partindo dos Quartéis encontraria, na avaliação de
Prestes, fácil apoio do povo.
Tomando conhecimento dos planos, através de agentes infiltrados nos movimentos, o Governo
se preparou e conseguiu, com certo esforço, debelar o movimento, que ficou conhecido como
Intentona Comunista. Foram registradas muitas lutas em Natal, Recife, Rio de Janeiro e Porto
Alegre.
DEFLAGRAÇÃO DO MOVIMENTO
A PARTICIPAÇÃO DA PM DA PARAÍBA
01. (IBADE-CBM-2018)
Nos primórdios da colonização brasileira, o rei de Portugal, pelos idos de 1530, resolveu que
devia povoar a costa brasileira para conter os contrabandistas estrangeiros, e, para isso criou o
sistema de Capitanias Hereditárias. Foram 15 capitanias para 12 donatários.
I. Não foi criada a capitania da Paraiba num primeiro momento, pois na região foi criada a
capitania de Itamaracá.
II. Originalmente conhecida como capitania da Paraíba, foi fundada na região uma capitania
entre Pernambuco e Rio Grande.
III. A capitania que deu origem ao estado que é hoje a Paraíba no início se chamava capitania
do Ceará.
O primeiro Capitão Donatário da região que se tornaria a Paraíba foi Pero Lopes de Souza.
Entre as suas realizações pode-se registrar corretamente o (a):
05. (FCC-AL-PB-2013)
“Em verdade, os portugueses aproveitaram-se das diferenças étnicas entre as tribos indígenas
para jogar umas contra as outras e prevalecer. Assim, aliás, atuará sempre o colonialismo...
Sem a cisão do campo
dos naturais da terra, os representantes do Império não teriam dominado parte alguma do
mundo.”
06. (IBADE-CBM-PB-OFICIAL-2018)
Com relação aos povos indígenas que desde o tempo da colonização estiveram presentes em
territórios paraibanos, é correto afirmar que:
“Um dos fatores fundamentais para a conquista da Paraíba foi à divisão existente entre os
antigos habitantes das terras, os índios ______________ e os ______________, estes últimos
vieram das margens do rio São Francisco na Bahia e se tornaram aliados dos portugueses em
terras paraibanas.” Assinale a alternativa que completa correta e sequencialmente a afirmativa
anterior.
a) Caetés / Tupinambás
b) Tupinambás / Caetés
c) Potiguaras / Tabajaras
d) Tabajaras/Potiguaras
a) encontravam-se em minoria, acuados por tribos hostis, razão que os fez solicitar da
Coroa e do Papa a instalação de missões jesuíticas fortificadas, no interior das quais
pudessem habitar.
b) pretendiam fazer prevalecer o catolicismo e combater as religiões protestantes, como o
calvinismo trazido pelos conquistadores franceses, ao qual a população local havia
aderido massivamente.
c) acreditavam que a presença de religiosos contribuiria para a catequização e a
“pacificação” das aldeias indígenas nas proximidades, garantindo a segurança da
população branca.
d) ansiavam estabelecer trocas comerciais com os índios, como o escambo, prática que até
então não havia sido implementada, uma vez que somente os freis eram os únicos
autorizados a fazer esse tipo de transação.
No Brasil colônia, as origens do estado da Paraíba estão relacionadas a que capitania, dentre as
relacionadas a seguir?
a) Ceará.
b) Trindade.
c) Itamaracá.
d) Maranhão.
a) Luís de Brito.
b) Lourenço Veiga.
c) Felipe de Moura.
d) Frutuoso Barbosa.
a) expedições que, em geral, se valiam do curso natural dos rios e tinham por objetivo
aprisionar índios para vendê-los como escravos.
b) incursões oficiais da Coroa no interior do território brasileiro a fim de abrir caminhos e
construir vias férreas.
c) caravanas de colonos responsáveis pela instalação nas vilas, de uma grande cruz e a
bandeira portuguesa, como símbolos da colonização.
d) tropas militares bem armadas e chefiadas por um colonizador europeu, conhecedor da
região, a fim de eliminar tribos hostis.
a) o incentivo às entradas e a autorização para a livre mineração, uma vez que nesse período
foram descobertas dezenas de jazidas de ouro na região, em torno das quais se formavam os
primeiros arraiais.
b) a instalação de fazendas de criação de gado bovino em áreas bem servidas por rios, e a
fundação sistemática de povoações, freguesias e vilas que garantiam a posse portuguesa
daquele território.
c) a construção de quartéis e a transferência dos engenhos de cana-de-açúcar situados
próximos ao litoral para o sertão, a fim de promover o desenvolvimento de núcleos urbanos no
interior.
d) o estímulo e o patrocínio, por parte da Coroa Portuguesa, às famílias europeias pobres que,
ao emigrarem, recebiam sesmarias e volumosos recursos para se instalarem em lugares
isolados.
III. Tal movimento foi um grito de revolta isolado, tendo ficado restrito ao âmbito de Campina
Grande.
Assinale
a) Revoluções Liberais
b) Revolução Praieira
c) Ronco da Abelha
d) Confederação do Equador
a) Revolta do Quebra-Quilos.
b) Inquisição da Paraíba.
c) Revolta dos Farrapos.
d) Correrias.
Com a denominação de Força Pública, a Polícia Militar da Paraíba cumpriu, ao longo do Século
XIX, missões específicas com deslocamentos de tropas, combates, mortes, vitórias e derrotas,
a) Revolta do Quebra-Quilos.
b) Revolta de Princesa.
c) Inquisição na Paraíba.
d) Revolução Praieira.
“Desde o final do século XIX que o sonho da modernidade vinha sendo compartilhado pela elite
e os intelectuais da Parahyba. Acompanhar a modernidade era o mesmo que estar apto para
acompanhar o mundo, era preciso poder compartilhar com o mundo, como outras cidades
brasileiras, a modernidade e o progresso. Esse desejo de acompanhar o mundo moderno não
envolvia, portanto, apenas as grandes metrópoles, envolveu também as pequenas cidades. O
encantamento que a modernidade provocava alcançou a elite política e intelectual da Parahyba
do Norte.” (ARAÚJO, Edna Nóbrega. 2008, p.54)
a) A modernidade e seu projeto civilizador buscou educar a todos para combater o progresso.
b) O conceito de modernidade exaltava o novo e o antigo e não atingiu a cidade da Parahya, ao
tentar provocar mudanças de cunho conservador nas estruturas urbanas das grandes cidades.
c) O conceito de modernidade, ao exaltar o novo, foi mal recebido na tradicional cidade da
Parahyba, hoje João Pessoa, por se tratar de uma das cidades mais atrasadas do país.
d) A modernidade e seu projeto civilizatório objetivou confundir os indivíduos citadinos quando
não buscou excluir o passado e, sim, maquiar os cenários urbanos com o futuro que nunca
conseguiu chegar.
e) O conceito de modernidade, ao exaltar o novo, espalhou-se como um desejo para as cidades
brasileiras do final do século XIX e início do século XX, a exemplo da Cidade da Parahyba do
Norte, hoje chamada de João Pessoa.
Assinale a alternativa que apresenta apenas revoltas populares que ocorreram na Paraíba:
A Força Policial da Paraíba teve outra importante participação em acontecimento histórico. Foi a
pacificação do movimento que ficou conhecido como a Revolta de Quebra Quilo. Essa Revolta
se deu no ano de:
a) 1874.
b) 1849.
c) 1834.
d) 1865.
O movimento popular ocorrido entre dezembro de 1.851 e fevereiro de 1.852, que envolveu
vilas e cidades de cinco províncias do Nordeste, ficou conhecido como a Revolta do Ronco da
Abelha. Os incidentes foram provocados por dois decretos imperiais, de junho de 1.851, que
são:
a) Decretos 796 e 797.
b) Decretos 797 e 798.
c) Decretos 798 e 799.
d) Decretos 795 e 796.
Sob o ponto de vista político, na Primeira República, a Paraíba não era uma exceção no
conjunto do país, pois, em ambos os casos, prevalecia
Em todos os movimentos cívicos da História do Brasil, a Paraíba sempre esteve presente dando
a sua contribuição valiosa e precisa. Em um movimento revoltoso em especial ela lidera todo o
processo histórico a nível nacional. É a Paraíba o quartel general do Norte. A morte do seu
Presidente é o estopim desse movimento, que agitou o Brasil de norte a sul em uma luta
fratricida, em um movimento revolucionário.
O texto refere-se à:
a) Revolução de 1930.
b) Revolta do Quebra-Quilos.
c) Proclamação da República.
d) Revolução de 1917.
Imagem questão
O texto acima refere-se a um movimento popular ocorrido em todo o Brasil, no século XX, que
teve na Paraíba as consequências descritas. Tal movimento denomina-se:
GABARITO
1. D
2. D
3. C
4. A
5. D
6. A
7. C
8. A
9. C
10. C
11. D
12. A
13. D