Mayra Ferrari de Souza
Mayra Ferrari de Souza
Mayra Ferrari de Souza
SÃO PAULO
2014
MAYRA FERRARI DE SOUZA
São Paulo
2014
II
III
Dedicatória
IV
Agradecimentos
Agradeço aos meus pais, minhas irmãs e minha avó por acreditarem em mim e
sempre me apoiarem.
V
RESUMO
SOUZA, M.F.;. Tratamento de resíduos sólidos urbanos com recuperação energética por
meio da tecnologia de plasma – Estudo de caso para a região de Taubaté – SP. Monografia
de especialização – Curso de Especialização em Gestão Ambiental e Negócios no Setor
Energético do Instituto de Energia e Ambiente da Universidade de São Paulo. 2013.
VI
ABSTRACT
SOUZA, M. F.;. Treatment of municipal solid waste with energy recovery by means of
plasma technology - Case study for the region of Taubaté - SP. Specialization monograph
– Environmental Management and Energy Sector Business of the Instituto de Energia e
Ambiente, Universidade de São Paulo. 2013.
The increasing generation of municipal solid waste (MSW) has perturbed the public agencies
responsible for MSW treatment and disposal, especially after the Law No. 12,305 about the
Brazilian National Policy for Solid Waste had been enacted on August 2th, 2010, and regulated
by Decree nº. 7,404/2010. In Brazil, 28 % of the municipalities still use dumps to deposit their
MSW. Controlled landfills are used by 31 % of the cities and 39 % of them dispose such waste
in landfills. In this context, several technologies are being studied, among them, the Plasma
generating energy. This monograph aims to present the economic and environmental feasibility
study of installing a residue treatment plant that uses Plasma generating energy for Taubaté
(SP) and the region as an alternative for the treatment of municipal solid waste with the recovery
the energy content. For calculation of viability, it was adopted a treatment system in which the
waste is thermally decomposed into fuel gas and the power generation is by combined cycle. It
was shown to be advantageous when it has as a main objective the generation of renewable and
decentralized energy from MSW.
VII
LISTA DE FIGURAS
1
LISTA DE TABELAS
Tabela 1- Quantidade de Municípios por tipo de destinação adotada – 2012 ................ 8
2
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................... 4
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ....................................................................... 6
2.1. Classificação de Resíduos ................................................................................. 6
2.1.1. Quanto à origem: .............................................................................................. 6
2.1.2. Quanto à Periculosidade: .................................................................................. 7
2.2. Panorama Nacional de RSU ................................................................................ 7
2.3. Legislação específica ........................................................................................... 8
2.3.1. Política Nacional de Resíduos Sólidos ............................................................. 9
2.3.2. Lei Nacional de Saneamento Básico .............................................................. 10
2.3.3. Lei de apoio a geração de energia com biomassa ........................................... 11
2.4. Recuperação Energética de RSU ....................................................................... 11
2.5. Plasma ................................................................................................................ 12
2.6. Gaseificação a Plasma ....................................................................................... 14
2.7. Processo de Tratamento de Resíduo com Plasma.............................................. 15
2.8. Vantagens e Desvantagens do tratamento com Plasma ..................................... 17
2.8.1. Vantagem Ambiental ...................................................................................... 17
2.8.2. Vantagem Social do Projeto ........................................................................... 18
2.8.3. Desvantagem................................................................................................... 19
2.9. Sistemas de controle de poluição do ar (SCPA) ................................................ 19
2.10. Padrão para emissões atmosféricas .................................................................. 20
3. ESTUDO DE CASO .......................................................................................... 22
3.1. Caracterização dos municípios da região de Taubaté ..................................... 22
3.2. Estimativa da viabilidade ................................................................................ 24
4. RESULTADOS .................................................................................................. 26
5. CONCLUSÃO .................................................................................................... 28
6. REFERÊNCIAS ................................................................................................. 30
3
1. INTRODUÇÃO
No Brasil, 1.579 municípios (28% do total) ainda utilizam lixões para depositar seus
resíduos sólidos. Os aterros controlados são utilizados por 1.773 cidades (31%), e 2.213
municípios descartam tais resíduos em aterros sanitários, segundo dados da Associação
Brasileira de Limpeza Pública e Resíduos Especiais – ABRELPE (ABRELPE, 2012).
A PNRS estabelece que até 2014 os municípios terão que dar um tratamento adequado
ao resíduo sólido urbano (RSU), sendo descartado no aterro apenas o rejeito. Com isso as
prefeituras estão estudando tecnologias capazes de atender às suas necessidades e à legislação.
A região de Taubaté é carente de opções para tratamento de lixo. Possui apenas dois
aterros particulares que já estão próximos de atingir a capacidade máxima. Taubaté, Caçapava,
Pindamonhangaba, Tremembé, Aparecida, Guaratinguetá, Potim, São Luís do Paraitinga,
Campos do Jordão e Santo Antonio do Pinhal estão destinando os seus RSU para aterros
particulares em Tremembé e Cachoeira Paulista.
4
Este trabalho visa estudar as viabilidades econômica e ambiental da implantação de uma
Unidade de Tratamento Térmico de resíduo urbano por meio da tecnologia de Plasma para
adequar os municípios conforme exigência do PNRS.
5
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
6
k) Resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou
beneficiamento de minérios;
O mesmo relatório informa que há 1.579 municípios destinando os seus resíduos para
lixões. Para aterro sanitário, são 2.213. Ainda é um número muito elevado de lixões em
atividade, considerando que precisam ser extintos até agosto de 2014, conforme a PNRS. A
Tabela 1 apresenta os números da pesquisa da ABRELPE.
7
Tabela 1- Quantidade de Municípios por tipo de destinação adotada – 2012
Participação
Material
(%)
Metais 2,9
Papel, Papelão e Longa
13,1
Vida
Plástico 13,5
Vidro 2,4
Matéria Orgânica 51,4
Outros 16,7
TOTAL 100,0
Fonte: ABRELPE, 2011
8
2.3.1. Política Nacional de Resíduos Sólidos
9
No Decreto 7.404/2010 foram estabelecidas as diretrizes aplicáveis à gestão e
gerenciamento dos resíduos sólidos, que são:
10
horizonte dos próximos vinte anos, com vistas à universalização do acesso aos serviços de
saneamento básico como um direito social.
11
A energia obtida é um subproduto que poupa outras fontes e contribui para a redução
dos gastos com a destinação do RSU. A recuperação energética é uma atividade de destinação
de resíduo e não de geração de energia, conforme critérios estabelecidos na PNRS.
O Brasil possui grande potencial para gerar energia elétrica a partir de resíduos sólidos
urbanos e a alternativa é aumentar a atual oferta do país em 50 milhões de megawatt-hora por
ano, o que representa mais de 15% do total atualmente disponível ou cerca da metade da geração
da hidrelétrica de Itaipu (MMA, 2013).
2.5. Plasma
O plasma, conhecido como “o quarto estado da matéria”, é um gás ionizado, com boa
condutividade elétrica e alta viscosidade, gerado pela dissociação das moléculas de qualquer
gás devido à perda de parte dos elétrons quando a temperatura de aquecimento atinge 3.000°C.
O jato de plasma é gerado e controlado em um dispositivo denominado “tocha de plasma”, no
qual ocorre a formação de um arco elétrico, através da passagem de corrente entre o cátodo e
ânodo, provocando a ionização do gás injetado pelo seu aquecimento a temperaturas
extremamente elevadas, variando de 5.000 °C a 50.000 °C de acordo com as condições de
geração, mas tipicamente da ordem de 15.000 °C (ENGEBIO, 2010b).
12
A energia elétrica é gerada pela tocha de plasma que possui um dispositivo que
transforma energia elétrica em calor transportado por um gás. As tochas são classificadas em
arco não transferido e arco transferido.
A maior unidade é a que está sendo concluída na Inglaterra. Ela tratará 1000 t/dia de
resíduo urbano mais resíduo industrial. A geração de energia será através da ilha de ciclo
combinado, que é a combinação de uma turbina a gás, um gerador de vapor de recuperação de
calor e uma turbina de vapor. A emissão de gás deste ciclo será semelhante a de um ciclo
combinado simples, e já foi aprovado pelo órgão ambiental do governo do Reino Unido
(WESTINGHOUSE, 2013).
13
Tabela 3- Unidades de Usina de Plasma no mundo referentes a um fabricante.
Capacidade Matéria-
Unidade Localização Início Objetivo
(t/ dia) prima
Geração de
EUA + de 100 tipos
Alter NRG 1984 48 gás
(Pensilvânia) (demo unit)
Hitachi Japão Geração de
2002 250 RSU+ RSI
Metals (Utashinai) EE
Japão
Hitachi RSU + lodo de Geração de
(Mihama- 2003 24
Metals esgoto Vapor
Mikata)
Tratamento
SMS Índia Resíduos final/
2008 72
Infrastructure (Pune) perigosos vitrificação
Tratamento
SMS Índia Resíduos final/
2010 72
Infrastruture (Nagpur) perigosos vitrificação
Biomassa Produção de
EUA
Coskata 2009 - 40.000 galões/ etanol
(Pensilvânia)
ano
Fonte: Westinghouse, 2013
O tratamento a plasma não restringe nenhum tipo de resíduo. E como o resíduo orgânico
é muito úmido, o que diminui seu poder calorífico, é adicionado resíduo industrial; aumentando
assim, a quantidade de energia gerada e consequentemente, a receita adicional da usina.
Para cada tonelada por hora de biomassa, podem ser produzidos cerca de 700 kg/h de
gás de síntese (UERJ, 2011).
15
Os gases e os sólidos fluem contracorrentes através da fornalha. A escória fundida escoa
pela base enquanto o gás, inclusive hidrocarbonetos e outras substâncias orgânicas parcialmente
decompostas, sai pelo topo da fornalha.
O plasma pode tratar vários tipos de resíduos, como: cinzas tóxicas (cinza leve e cinza
pesada), pneus, solo contaminado, borra de tinta, papel contaminado, borra de óleo, lixo urbano,
lixo hospitalar, gases tóxicos, lixo tóxico industrial e lixo radioativo.
16
Figura 4 Fluxograma esquemático do ciclo combinado
Fonte: Engenharia e Arquitetura, 2013.
A geração de energia será continua, parando apenas para manutenção, pois o RSU é
gerado o ano todo, então sempre terá matéria prima para produção, e de forma crescente porque
17
a geração de RSU aumenta com o desenvolvimento econômico. O que não ocorre com algumas
fontes alternativas de energia, como por exemplo, a eólica e a solar.
A geração de energia solar e eólica é inconstante por causa das variações temporais em
várias ordens de grandeza: variações anuais (em função de alterações climáticas), variações
sazonais (em função das diferentes estações do ano), variações diárias (causadas pelo micro
clima local), variações horárias (brisa terrestre e marítima, por exemplo) e variações de curta
duração (rajadas). A variação espacial da energia eólica também é muito grande. A topografia
e a rugosidade do solo também têm grande influência na distribuição de frequência de
ocorrência dos ventos e de sua velocidade em um local (CENTRO DE ENERGIA EÓLICA,
2013).
Quantidade
Substância
(ppm)
Enxofre < 200
Metais Alcalinos <1
Metais Voláteis <1
Halogênios <1
Partículas < 20
A parceria com essa força de trabalho de baixa renda, que pode ser contratada pelos
municípios sem licitação pública, passa a ser critério de prioridade para acesso a recursos da
União. Atualmente as cooperativas processam uma pequena parte do total de materiais
encaminhados para reciclagem no Brasil. Com as diretrizes da legislação, a tendência é esse
quadro inverter (CEMPRE, 2013).
2.8.3. Desvantagem
19
níveis estabelecidos pelas normas pertinentes e aceitáveis do ponto de vista ambiental (GRIPP,
1998).
20
Tabela 5 - Limites de Emissão para Poluentes a serem Monitorados Continuamente, valores
expressos em mg/Nm³, base seca, corrigidos a 11% de O2.
Limite de emissão
Parâmetro Valores médios de 30min.
Valor médio diário
97% do tempo 100% do tempo
Material Particulado (MP) 10 10 30
21
3. ESTUDO DE CASO
No atual trabalho, a mesma autora apresenta um estudo para a mesma região, porém
com a aplicação de outra tecnologia, o Plasma.
Distância Quantidade
PIB¹ per
Área até de RSU
Município Habitantes¹ capita
(km²)¹ Taubaté gerado
(R$)
(km) (t/dia)²
Aparecida 121 40 35.007 12.357 14
Caçapava 369 20 84.844 23.936 30
Campos do Jordão 290 50 47.789 12794 19
Guaratinguetá 752 49 112.072 20.564 54
Pindamonhangaba 730 20 147.034 28.316 72
Potim 45 45 19.397 7.607 6
São Luís do 617 43 10.397 8.601 3
Paraitinga
Santo Antônio do 133 40 6.486 9.043 2
Pinhal
Taubaté 626 0 278.724 25.423 167
Tremembé 191 12 40.984 7.705 15
Fonte: ¹ IBGE, 2010 ² CETESB, 2012
23
Figura 6- Localização dos municípios do estudo
Fonte: Google Earth, 2013
24
Figura 7- Fluxograma de sistema de ciclo combinado
Fonte: Westinghouse Plasma Corp, 2013
25
4. RESULTADOS
26
embalagens longa vida, plástico e vidros) e serão enviados às cooperativas de catadores para a
correta triagem e segregação, para posterior reciclagem.
A energia pode ser vendida no mercado de energia para as indústrias vizinhas à área da
UTR, ou ser injetada na rede de distribuição. O vapor pode ser vendido às indústrias locais,
uma vez que a região tem uma grande variedade de indústrias como metalúrgicas, químicas,
etc. que utilizam vapor em seu processo produtivo. A venda desses subprodutos pode ser
acrescentada ao fluxo de caixa como receita acessória. Para este estudo, foi considerado o valor
de R$ 113,00 o MWh (EPE, 2010) para energia comercializável e R$ 23,65 o MJ (EPE, 2010)
de gás natural. Para um melhor retorno do investimento, o valor da taxa cobrado das prefeituras
para tratamento do RSU é de R$ 150,00/t. Contudo, a receita acessória da UTR será de R$ 23,3
milhões ao ano, tornando o valor do investimento recuperável em 17 anos.
Não foi considerada a taxa de transporte do resíduo, o que ficaria sob responsabilidade
dos municípios geradores.
27
5. CONCLUSÃO
Com este trabalho foi possível verificar que é viável a implantação de uma UTR com a
tecnologia de plasma para atender as cidades próximas de Taubaté. Apesar de o investimento
inicial ser alto e os equipamentos caros, o tempo de retorno é considerado médio. A
possibilidade de vender a energia e o vapor gerados além da fração do RSU foram considerados
como receita, assim como a tarifa paga pelas prefeituras para o tratamento do RSU. Não foram
considerados os gastos com transporte, ficando sob responsabilidade dos municípios geradores,
bem como a taxa de disposição final dos rejeitos que deverá ser paga pela prefeitura.
Outra receita acessória que pode ser aplicada, e não foi considerada na estimativa, é a
proveniente da comercialização de créditos de carbono, um mecanismo desenvolvido para
incentivar a redução de emissão do CO2 equivalente na atmosfera.
Impactos ambientais significativos não há, pois os gases produzidos passarão por um
rigoroso sistema de tratamento. A área necessária para a implantação é pequena, aumentando
as opções de instalação de uma UTR a plasma, sem necessitar de desmatamento ou
desapropriações, além de permitir a instalação próxima a centros urbanos, pelo baixo impacto
ambiental. O rejeito proveniente pode ser aplicado na construção civil ou destinado a aterros de
rejeito, porém não irá gerar chorume ou biogás por ser um resíduo já tratado.
Com o apoio da Agencia Nacional de Energia Elétrica (ANEEL), que oferece subsídios
para geração de energia através de biomassa (Resolução nº 247/06 e 271/07), a venda dessa
energia se torna mais viável, aumentando assim, o interesse dos consumidores.
28
Com isso pode-se concluir que a implantação de uma usina de tratamento de RSU a
plasma é vantajosa quando se tem como um dos principais objetivos a geração de energia
renovável e descentralizada a partir de RSU.
O tratamento de RSU não é uma opção, é uma necessidade. Por isso, este trabalho
certamente poderá colaborar com a elaboração dos planos municipais de gestão integrada de
resíduos sólidos, uma vez que apresenta uma tecnologia para a recuperação energética dos RSU,
ainda sem uso no Brasil.
Usar o lixo para gerar energia é uma solução não apenas econômica, mas também social
e ambiental. Atualmente, o destino mais comum do lixo brasileiro são os lixões e aterros, que
são um problema para a saúde e para o meio ambiente, pois contaminam o solo com um líquido
altamente tóxico, o chorume, que polui também as águas de lençóis freáticos, e produz metano
(CH4), um gás ainda mais prejudicial à atmosfera que o próprio dióxido de carbono (CO2),
considerado o grande vilão do efeito estufa.
29
6. REFERÊNCIAS
ABNT. Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 10.004:2004.
ANEEL. Agência Nacional de Energia Elétrica. Resolução Normativa nº 247 de 21 dez 2006.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 11.445 de 5 de janeiro de 2007. Diário
Oficial. Brasília, 8 de janeiro de 2007. Seção 1, p. 3.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 12.305 de 02 de agosto de 2010. Diário
Oficial. Brasília, 03 de agosto de 2010. Seção 1, p. 3.
E4TECH. Review of Technologies for gasefication of biomass and wastes. Jul 2009.
31
EPE. EMPRESA DE PESQUISA ENERGÉTICA. Plano Decenal de Expansão de Energia
2019. Ministério de Minas e Energia. Empresa de Pesquisa Energética. Brasília: MME/EPE,
2010.
ROCHAS, ANNA FLÁVIA. Consumo e Energia no Brasil sobe 3,9% no tri, impulsionado
por residências. Reuters Brasil. 30 out 2013. Disponível em
http://br.reuters.com/article/domesticNews/idBRSPE99T06U20131030 Acessado em
18.fev.14
32
UNIVERSIDADE DO PORTO. Plasma Pirólise. CCI -Centro Científico Independente.
Disponível em: http://paginas.fe.up.pt/~jotace/gtresiduos/plasmapirolise.htm Acesso em: 21
ago 2013.
33