Ana Agustinho - Tese
Ana Agustinho - Tese
Ana Agustinho - Tese
LISBOA
2014
RESUMO
II
ABSTRACT
The Corporate Sustainability has been a much studied lately, due to climate changes
that have occurred, leading companies to seek, increasingly adapting to the new
environmental context, both by being a strong necessity of the environment, as to be quite
relevant to their survival and competitiveness. This paper is a case study in an industry of
Soybean Processing in the State of Piauí - Industries Dureino S / A. Aims to address the
three pillars of SE (environmental, social and economic) and also the result of the
adoption of the same in the cost structure; determine if indeed there is any practical
application in business; well as to demonstrate its impact on industrial costs in 2013 and
the first half of 2014 this study, questionnaires were applied to the managers, employees,
customers and suppliers, as well as the community surrounding the company searched.
Yet interviews with the Technical Director and the Internal Auditor. The results indicate
that there is concern about the preservation of the environment and employees, not being
examined with the same tenacity to the social pillar (a neighboring community) and
economic (customers and suppliers). It was also found that there was an increase in costs
for environmental preservation, and this is a factor considered as a priority for the
company.
III
AGRADECIMENTOS
Aos meus filhos Giovanna e Benício por entenderem a razão da minha ausência.
E a meu orientador Dr. Álvaro Lopes Dias pelo incentivo e solicitude, sem os quais não
teria conseguido chegar até aqui.
IV
TABELA DE ABREVIATURAS
V
INDICE
Resumo ................................................................................................................... II
Abstract .................................................................................................................. III
Agradecimentos ..................................................................................................... IV
Tabela de abreviaturas ............................................................................................ V
Índice ..................................................................................................................... VI
Índice de gráficos e figuras ...................................................................................VII
Índice de tabelas .................................................................................................... IX
1. Introdução ........................................................................................................... 1
1.1. Temática ..................................................................................................... 1
1.2. Descrição do problema ............................................................................... 3
1.3. Objetivos..................................................................................................... 4
1.4. Estrutura da dissertação .............................................................................. 4
2. Revisão da literatura e modelo teórico ................................................................ 6
2.1. Conceitos das variáveis .............................................................................. 6
2.1.1. Definições de sustentabilidade empresarial ............................................. 6
2.1.2. Definições de meio ambiente ................................................................. 7
2.1.3. Definições de clientes e fornecedores ..................................................... 8
2.1.3.1. Definições de clientes ........................................................................... 8
2.1.3.2. Definições de fornecedores .................................................................. 9
2.1.4. Definições de colaboradores .................................................................. 10
2.1.5. Definições de sociedade ........................................................................ 11
2.2. Estado da arte............................................................................................ 11
2.3. Enquadramento teórico ............................................................................. 15
2.3.1. A crescente preocupação com o meio ambiente .................................... 15
2.3.2. Busca por uma melhor relação com clientes e fornecedores ................. 17
2.3.3. A pretensão em melhorar a relação com os colaboradores ................... 20
2.3.4. O aumento de atenção com a sociedade ................................................ 23
2.3.5. Definição do modelo de análise............................................................. 25
3. Método ............................................................................................................... 28
3.1. Desenho da investigação .......................................................................... 28
VI
3.2. Fontes ....................................................................................................... 29
3.3. Objeto de estudo ....................................................................................... 29
3.4. Procedimentos de análise de dados .......................................................... 30
4. Análise de dados obtidos e discussão ................................................................ 32
4.1. Estudo de caso .......................................................................................... 32
4.2. Análise das entrevistas.............................................................................. 33
4.2.1. Entrevista com o diretor técnico ............................................................ 33
4.2.2. Entrevista com o auditor interno ........................................................... 34
4.3. Estatística descritiva e correlações ........................................................... 41
4.3.1. Investigação junto aos gestores ............................................................. 41
4.3.2. Investigação junto aos clientes e fornecedores ...................................... 43
4.3.2.1. Clientes ............................................................................................... 43
4.3.2.2. Fornecedores ....................................................................................... 45
4.3.3. Investigação junto aos colaboradores .................................................... 47
4.3.4. Investigação junto à sociedade .............................................................. 50
4.4. Discussão e validação das hipóteses ......................................................... 52
5. Conclusões ......................................................................................................... 54
5.1. Discussão e implicações para a teoria ...................................................... 54
5.2. Implicações para a gestão ......................................................................... 55
5.3 Limitações e futuras investigações ............................................................ 56
6. Bibliografia ........................................................................................................ 58
7. Webgrafia .......................................................................................................... 59
8. Anexos ............................................................................................................... 66
VII
INDICE DE GRÁFICOS E FIGURAS
VIII
INDICE DE TABELAS
IX
1. INTRODUÇÃO
1.1. Temática
O termo Sustentabilidade Empresarial (SE) vem sendo bastante discutido nos debates sobre
desenvolvimento sustentável, tanto devido às crescentes agressões ambientais que causam
alterações climáticas, quanto pela necessidade de se tomarem medidas que sanem tais situações.
A aplicação da sustentabilidade na gestão, conhecida também como SE, tem sido
considerada de grande importância para o sucesso do negócio, tanto que uma série de estudos
empíricos tem identificado correlações positivas entre sustentabilidade e o sucesso do
negócio (Hansen, Grosse-Dunker & Reichwald, 2009).
A Organização das Nações Unidas (ONU) divulgou vastamente, na imprensa, relatórios
que demonstram o aumento da pressão da sociedade com relação às condições do planeta. Este
fato pode ser percebido através de uma análise mais abrangente sobre o consumismo que assola
o mundo inteiro e possivelmente seja o motivo de o tema sustentabilidade estar sendo tão
amplamente debatido quando se trata de crescimento econômico, inclusão social e meio
ambiente (Arruda & Quelhas, 2010).
Mediante o exposto, diversas empresas passaram a adotar práticas sustentáveis, prevendo
que:
Os impactos causados pelas empresas ao meio ambiente refletem no seu mercado de
atuação e na imagem da organização perante a opinião pública. Diante disso, as
companhias passaram a incorporar a questão ambiental nos seus relatórios, adotar
sistemas de gestão ambiental e investir em procedimentos que reduzam os impactos que
suas atividades causam ao meio ambiente (Rover, Borba & Borgert, 2008, p.3)
1
para a realização de objetivos sociais e ambientais mediante a integração da responsabilidade
social, enquanto investimento estratégico, no núcleo da sua estratégia empresarial, nos seus
instrumentos de gestão e nas suas operações.
Nesse mesmo contexto, insere-se a busca constante por melhor relação com clientes,
fornecedores e colaboradores, permitindo às empresas aumentar seus investimentos em práticas
sustentáveis, sendo este um fator que agrega valor aos seus produtos.
As exigências dos clientes são por produtos mais limpos, fabricados sem degradar o
meio ambiente e cuja concepção, fabricação, distribuição, uso e descarte sejam
inofensivos ao meio ambiente; a preferência dos bons empregados em trabalhar para
empresas responsáveis ecologicamente estimula a produtividade; ocorrência de
benefícios sociais, facilidade na venda de seus produtos e serviços, inovações e novas
oportunidades como consequência de bom desempenho ambiental; redução de custos; e
aumento de receitas são todos incentivos para o aumento na eficiência operacional e
ambiental das empresas (Vellani & Ribeiro, 2009, p. 194)
Com isto, pode-se afirmar que a SE possui três pilares que são necessários para sua
execução, são eles: Econômico, Social e Ambiental.
O Econômico determina que a empresa possua recursos para que torne viável a aplicação
prática da SE; o Social estabelece que toda a sociedade seja beneficiada com a adoção do
modelo sustentável e o Ambiental prescreve que o meio ambiente seja preservado.
Empresa sustentável deve ser ecoeficiente, ou seja, deve buscar acrescentar valor aos
produtos com menos uso de recursos não renováveis, consequentemente menor impacto
ambiental, devendo ser competitiva no mercado em que atua, produzindo sem agredir o meio
ambiente e, por conseguinte, colaborando com o desenvolvimento social. Tem, ainda, que
produzir mais com menos, ou seja, mais produtos com melhor qualidade e menos devastação
ambiental e responsabilidade social (Pimenta & Gouvinhas, 2012).
Investimentos em práticas sustentáveis permitem às empresas agregar valor aos seus
produtos e reduzir custos. Vellani e Ribeiro (2009) afirmam que os gastos em sustentabilidade
podem reduzir os custos e, consequentemente, gerar vantagem competitiva.
Vários são os conceitos e definições adotados por diversos autores. Mas o conceito mais
amplo e adotado neste trabalho será o da United Nations, de 1987, que afirma ser a
sustentabilidade “o desenvolvimento que atende as necessidades do presente sem comprometer
a habilidade das futuras gerações de encontrar suas próprias necessidades” (United Nations,
1987, apud Pimenta & Gouvinhas, 2012, p. 463)
2
Desta forma e de acordo com os autores mencionados, o estudo sobre o tema explanado é
bastante pertinente, pois busca possibilitar a sensibilização dos gestores das indústrias
piauienses sobre a adoção de práticas sustentáveis.
Cada dia mais a SE é um fator que demanda cuidado e atenção, por ser responsabilidade
de todos, não apenas devido às normas legais pertinentes, como também por permitir maior
competitividade e, principalmente, por evitar o aumento das degradações ambientais.
Este estudo foi elaborado por meio de análise qualitativa e quantitativa, sendo executado
através de pesquisas bibliográficas e estudo de caso, com aplicação de questionários e
entrevistas em uma indústria piauiense do setor agroindustrial e do ramo Beneficiamento da
Soja.
1.3. Objetivos
A elaboração desta investigação tem o objetivo de demonstrar o melhor caminho para a
redução dos agravos ao meio ambiente, através da conscientização dos gestores sobre a adoção
de práticas sustentáveis, no processo produtivo das indústrias piauienses.
Pretende, ainda, demonstrar os ganhos obtidos pelas entidades que adotam tais práticas,
tanto com redução de custos, como também com o aumento de receitas e ainda uma melhor
relação com clientes, fornecedores e colaboradores.
Objetivo geral:
Conscientizar os gestores das indústrias piauienses sobre a necessidade de se adotarem
práticas sustentáveis.
Objetivos específicos:
Demonstrar que a adoção de práticas sustentáveis, nas indústrias, pode ser vista como
investimento e não como custo, na medida em que proporciona uma maior longevidade às
empresas e melhor relacionamento com clientes, fornecedores, colaboradores e comunidade em
geral;
Verificar se, de fato, existe a adoção de práticas sustentáveis (SE) na indústria piauiense
pesquisada;
Constatar se há aumento nos custos, provocados pela adoção da SE.
5
2. REVISÃO DA LITERATURA E MODELO TEÓRICO
Desta forma, podemos afirmar que colaborador é o que coopera com as atividades
empresariais com vistas à consecução de um objetivo comum.
Neste mesmo contexto, Netto e Braz (2006, p. 217) afirmam que “o capital empenha-se em
quebrar a consciência de classe dos trabalhadores” e que “a empresa é a sua ‘casa’ e que eles
devem vincular o seu êxito pessoal ao êxito da empresa”. Assim, os capitalistas referem-se a
eles não como “operários” ou “empregados”, mas como “colaboradores, cooperadores,
associados”.
Mediante o exposto, verificamos que o termo colaborador é utilizado para designar pessoas
que trabalham na empresa, ou seja, empregados, sendo que a definição de Chiavenato é a mais
adequada para nortear este estudo.
Desta forma, faz-se necessário explanar a conceituação de empregado, de acordo com a
Lei 5.452 (Brasil, 1943, p.1), Consolidação das Leis Trabalhistas – CLT. No art.3º, caput, define
empregado como sendo “toda pessoa física que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário”.
10
2.1.5. Definições de Sociedade
De acordo com Durkheim (2004), sociedade é como um corpo vivo no qual cada órgão
possui uma função, sendo que as partes (os fatos sociais) existem em função do todo (a
sociedade).
Para Karl Marx (2004), o estudo das sociedades pressupõe, como ponto de partida, a
relação social estabelecida entre os homens, para utilizar os meios de produção e a exploração
da natureza. Afirma, ainda, que a sociedade está dividida em duas classes sociais, a dos
capitalistas que detém o poder sobre os meios de produção e a do proletariado que detém apenas
a força de trabalho, sendo que o acúmulo de bens materiais é mais valorizado que o bem-estar
coletivo.
De acordo com Durkheim (2004), sociedade é o conjunto de membros de uma coletividade
subordinados às mesmas leis ou preceitos, tendo, como sinônimo, comunidade.
Já Tönnies (1944) afirma que sociedade é o que é público, é o contexto geral, o mundo,
enquanto que comunidade é o local onde o homem se encontra, desde o nascimento, com os
seus, unido a eles no bem e no mal.
Para este estudo, sociedade é um termo utilizado para designar um sistema de pessoas que
convivem e partilham de culturas diferentes ou pré-estabelecidas. Desta forma, adotaremos a
definição exposta por Tönnies (1944), segundo a qual sociedade é o público, o mundo, pois é a
que mais se adequa ao que pretendemos estudar.
A sociedade, para ser sustentável, deve produzir apenas o suficiente para que os seres vivos
sobrevivam, retirando da natureza apenas o que ela pode repor. Isto demonstra solidariedade
para com as gerações futuras, pois preservará os recursos naturais de que elas precisarão. Desta
forma, a sociedade deve demonstrar capacidade em assumir novos hábitos e projetar outros
tipos de desenvolvimento que cultivem e cuidem do meio ambiente. Não se trata de não
consumir, mas de consumir com responsabilidade (Saber Cuidar Ética do Humano, 2013)
A sociedade espera que as empresas preservem o meio ambiente e façam da comunidade
um lugar melhor para viver e trabalhar, por meio de atividades beneficentes (Kanji & Chopra,
2010).
11
A sustentabilidade empresarial tem que ser vista como uma necessidade real e urgente, para
todos os portes de empresas, e como condição básica para qualquer empreendimento ter
sucesso.
Neste mesmo contexto insere-se que a SE vem ganhando maior importância nos últimos
anos, sendo que as organizações buscam cada vez mais vantagem competitiva (Dou & Sarkis,
2010). Este fato demonstra que há perspectiva de potencial aumento em inovações e
oportunidades nos negócios (Hansen et al., 2009). A sustentabilidade pode ser compreendida
como fonte propulsora de inovações (Nidumolu, Prahalad & Rangaswami, 2009).
Uma organização, para ser sustentável, não basta apenas inovar constantemente, mas
inovar considerando os três pilares da sustentabilidade empresarial (Barbieri, Vasconcelos,
Andreassi & Vasconcelos, 2010).
Figura nº 1 - As três dimensões do desenvolvimento sustentável – DS.
12
Para se adequar a essa dimensão, faz-se necessário que a empresa invista em
desenvolvimento da comunidade/sociedade; tenha responsabilidade social; invista em
segurança do trabalho e saúde ocupacional; que realize treinamento dos colaboradores; que
cumpra as práticas trabalhistas e que assegure os direitos humanos (Bueno & Salvador, 2013).
Dimensão Ambiental – Refere-se ao capital natural de uma empresa ou sociedade. Não
pode deixar de lembrar-se do curto, médio e longo prazo. Toda atividade econômica tem
impacto ambiental negativo e, desta forma, a empresa deve procurar amenizar esses impactos
e compensar o que não é possível amenizar (Silva et al., 2012).
Para se adequar a essa dimensão, a empresa deve estar em conformidade com a legislação
ambiental, quando utilizar água e energia, deve reduzir a emissão de efluentes líquidos e
resíduos sólidos, efetuar a reciclagem do lixo, investir em biodiversidade e preservar o meio
ambiente (Bueno & Salvador, 2013).
Dimensão Financeira – Refere-se ao lucro, ou seja, ao resultado econômico-financeiro
positivo de uma empresa. Quando se pensa em triple bottomline, é essencial que esse pilar do
tripé leve em conta os outros dois aspectos, ou seja, não adianta lucrar desmatando (Silva et al.,
2012).
Para estar condizente com essa dimensão, é necessário que a empresa tenha um aumento
no faturamento ou permaneça com este, estável, que pague seus tributos ao governo; que pague
sua folha de pagamento e tenha maior lucratividade (Bueno & Salvador, 2013).
O surgimento do conceito do TBL foi fundamental para a mudança do paradigma das
empresas, que tinham como único foco o lucro (Barbosa, 2007).
As leis sociais e ambientais aumentam a pressão para a inovação, como as novas ideias e
visões da sustentabilidade que conduzem a novas oportunidades nos negócios, redução nos
custos obtidos pelo aumento na eficiência, redução nos riscos, planejamento confiável, atração
de novos segmentos de clientes e desenvolvimento de novos produtos e segmentos de negócios
(Hansen et al., 2009).
A sustentabilidade nas organizações é bem mais complexa do que alguns autores
enfatizam, devido a suas dimensões sistêmicas e a seus vários critérios diversificados
associados à economia, à sociedade e ao meio ambiente (Nobre, Tobias & Walker, 2011).
Algumas empresas geridas por empresários oportunistas utilizam a sustentabilidade
empresarial apenas para fazer marketing; são empresas “de fachada sustentável”. Mas os
gestores não podem mais ignorar a sustentabilidade como um fator central na competitividade
da sua empresa, pois cria valor aos clientes, acionistas e outras partes interessadas (Lubin &
Esty, 2010).
13
Há uma tendência mundial de as empresas tornarem-se sustentáveis tanto pela
responsabilidade ambiental e social, como pelo fato de os investidores procurarem aplicações
socialmente responsáveis. Considera-se que as empresas sustentáveis geram maior valor ao
longo do tempo, por estarem mais preparadas para enfrentar riscos econômicos, sociais e
ambientais (Machado, Macedo, Machado & Siqueira, 2012).
Mas muitas empresas acreditam que, ao se tornarem sustentáveis, irão reduzir sua
competitividade, devido ao aumento nos custos e a nenhum retorno financeiro imediato
(Nidumolu, et al., 2009). Desta forma, é necessário educar e organizar os consumidores para
adquirirem produtos sustentáveis, a fim de obrigar as empresas a adotar práticas sustentáveis,
visto que o aumento na legislação não será capaz de resolver o problema de forma rápida e
completa (Nidumolu et al., 2009).
Já existem consumidores que buscam produtos sustentáveis, por estarem preocupados com
as mudanças climáticas, poluição industrial, segurança alimentar, recursos naturais, etc. (Lubin
& Esty, 2010); isto de fato demonstra que a sustentabilidade é uma mudança de costume que
tem que acontecer.
Mas alguns executivos acreditam que a sustentabilidade seja um fardo para o sucesso da
empresa, sendo que, na verdade, tornar-se sustentável pode reduzir custos e aumentar receitas,
por isso que a sustentabilidade deve tornar-se um marco para toda inovação (Nidumolu et al.,
2009).
Muitas empresas estão cada vez mais adotando ações socialmente responsáveis. A
responsabilidade social é benéfica tanto na linha de fundo de uma empresa, como também para
os colaboradores, acionistas, consumidores, para comunidades, o meio ambiente e a sociedade
em geral (Kanji & Chopra, 2010).
O desenvolvimento sustentável é um dos temas atuais mais importantes deste tempo e, sem
sombra de dúvidas, é um dos fatores institucionais presentes em praticamente todo o mundo;
desta forma, é notório que permanecerá propagando-se por muitas décadas (Barbieri et al.,
2010).
No futuro, somente as empresas que tratam a sustentabilidade empresarial como meta
obterão vantagem competitiva, por isso se faz necessário repensar modelos de negócios, bem
como de produtos e processos (Nidumolu et al., 2009). As empresas devem ser proativas e
buscar seguir as boas práticas da sustentabilidade empresarial, inovando e incluindo a
sustentabilidade na estratégia empresarial.
Grandes empresas estão modificando a sua abordagem com relação ao meio ambiente,
buscando gestão de qualidade, melhor custo-benefício, maior ecoeficiência e adequação à
legislação. Os ambientalistas exigem que as indústrias se adequem às práticas sustentáveis e
14
alguns autores concordam que existe a necessidade dessa "mudança de paradigma", pois teria
importantes implicações estratégicas para os negócios (Lewis & Harvey, 2001).
Scharf e Monzoni (2004) afirmam que as empresas, para serem consideradas sustentáveis,
devem possuir as seguintes características:
Perspectiva de rentabilidade econômica em médio e longo prazo;
Redução da dependência de recursos esgotáveis ou sujeitos à escassez;
Desenvolvimento de produtos que contribuam com o benefício social e ambiental;
Cultivo da eficiência no uso dos recursos renováveis e não renováveis, por meio de
investimento em tecnologia avançada e soluções de longo prazo;
Redução de resíduos e reciclagem dos materiais descartáveis;
Bom relacionamento com as demandas de ordem global (como aquecimento do planeta)
e local (a comunidade que sua atuação afeta), simultaneamente.
15
É notório que a efetividade e a evolução das teorias e práticas de gestão sustentável devem
incluir, necessariamente, a participação de toda a sociedade, inclusive as empresas. Além disso,
o poder público tem o dever de coibir o desmatamento desenfreado em todo o país, mas,
principalmente, em regiões que não podem ser desmatadas. Para isso, é necessária uma
fiscalização rigorosa e punições severas para aqueles que agridem o meio ambiente.
Sabe-se que, com o passar do tempo, esses desmatamentos ocasionam mudanças climáticas
e diversos desastres ambientais, por isso cada dia mais vem sendo o foco de discussão e
preocupação das empresas.
Cada vez mais as empresas buscam preservar o meio ambiente, reduzir o consumo de água,
diminuir a poluição ambiental, aumentar os investimentos em coleta seletiva de lixo e sua
devida reciclagem.
Labatt e White (2003) afirmam que a preocupação em torno da gestão ambiental tem
crescido consideravelmente em todos os segmentos do mercado; desta forma, as empresas estão
cada vez mais sendo obrigadas a contribuir com o desenvolvimento sustentável (Pinto &
Ribeiro, 2004).
Já existem formas de medir-se o desempenho das empresas que investem em
sustentabilidade empresarial, tendo em vista o fato de os investidores acreditarem que esse
investimento permite gerar valor aos acionistas (Machado et al., 2012). Isto permite um
aumento na sensibilização dos gestores para os benefícios gerados pela adoção de práticas
sustentáveis.
As empresas cada vez mais estão empenhadas em ações socioambientais dentro e fora de
suas instalações (Machado et al., 2012). Esse empenho por parte das empresas faz-se necessário
à medida que se intensifica o aumento da competividade, a perda de mercado pelas empresas
que não buscam ser ecoeficientes. Em termos ambientais, a empresa deve pautar-se na
ecoeficiência em seus processos produtivos.
Uma empresa é reconhecida como ecoeficiente quando fornece produtos e serviços a
preços competitivos, que satisfaçam as necessidades humanas, trazendo qualidade de vida,
enquanto reduz progressivamente os impactos ecológicos e a intensidade do uso de recursos
naturais (Amaral, 2004).
Atinge-se ecoeficiência através da oferta de bens e serviços a preços competitivos que, por
um lado, satisfaçam as necessidades humanas e contribuam para a qualidade de vida e, por
outro, reduzam progressivamente o impacto ecológico e a intensidade de utilização de recursos
ao longo do ciclo de vida até atingirem um nível que pelo menos respeite a capacidade de
sustentação estimada para o planeta Terra (WBCSD, 2000).
16
A empresa deve buscar oferecer condições para o desenvolvimento de uma cultura
ambiental organizacional, adotando uma postura de responsabilidade ambiental e procurando a
não contaminação de qualquer tipo do ambiente natural. A gestão sustentável pressupõe que as
empresas devem ser economicamente viáveis, pois são muito importantes para a sociedade.
Almeida (2002) salienta que cabe às empresas, de qualquer porte, mobilizar sua capacidade
de empreender e de criar para descobrir novas formas de produzir bens e serviços que gerem
mais qualidade de vida para mais gente, com menos recursos naturais, ou seja, menor desgaste
ao meio ambiente. As empresas sustentáveis devem também buscar participar de atividades
governamentais locais, regionais e federais no que concerne ao meio ambiente.
De acordo com Tinoco e Kraemer (2004), a implantação de um sistema de gestão ambiental
poderá ser solução para a empresa que pretende melhorar a sua posição em relação ao meio
ambiente. O comprometimento hoje exigido às empresas com a preservação ambiental obriga
mudanças profundas na sua filosofia, com implicações diretas nos valores empresariais,
estratégias, objetivos, produtos e programas.
A globalização permitiu que a gestão sustentável expandisse e se tornasse um tema cada
dia mais difundido e vigente na cultura das empresas, tanto no processo produtivo com a
redução de resíduos e a utilização de energias renováveis, como também com a reciclagem e
criação de produtos biológicos.
O crescimento da consciência ambiental é o ponto mais recente de uma conscientização
maior, que resultou na busca pela qualidade total. O mais concreto, entre as preocupações com
a proteção ao meio ambiente e das empresas com sua produção, é o fato de as mudanças
parecerem estar ocorrendo muito lentamente para os ambientalistas e muito rapidamente para
os gestores das empresas (Kinlaw, 1997).
O esgotamento dos recursos naturais e a avalanche de valores induzidos pela dinâmica da
civilização proporcionaram às empresas despertar para uma maior preocupação com a
preservação do meio ambiente, que hoje é um termo recorrente em todos os setores produtivos
de um país que se preza (Salsa, 2009).
A partir dessas considerações, levantamos a nossa primeira hipótese:
H1: A crescente preocupação com o meio ambiente conduz a uma maior atenção às práticas
sustentáveis.
17
consciente, para que assim as empresas passem a adotar com maior vigor as práticas
sustentáveis.
Os clientes exigem produtos mais limpos, produzidos sem desmatar o meio ambiente e cuja
fabricação, distribuição, uso e descarte não afetem o meio ambiente (Vellani et al., 2009).
Consumidores que buscam produtos sustentáveis formam uma parte significativa dos
compradores e estão exigindo produtos sustentáveis (Lewis & Harvey, 2001).
A busca pelo consumo consciente está aumentando cada dia mais e forçando as empresas
a terem o afloramento do seu papel social. Muitos clientes, ao perceberem o diferencial do valor
agregado ao produto pela questão sustentável, tornam-se consumidores conscientes (Instituto
Akatu, 2005).
Empresas que demonstram comprometimento com o meio ambiente buscam manter
relações sólidas de parceria e confiança com seus clientes e fornecedores (Araújo & Mendonça,
2009).
Não se pode aceitar que empresas continuem destruindo o meio ambiente e agregando valor
a seu patrimônio impunemente. Os gestores devem entender que chegou o fim do “lucro pelo
lucro” e que, agora, pensar com responsabilidade e cuidar do mundo é fundamental para nossa
própria sobrevivência (Atitude Sustentável, 2010).
Os gestores empresariais devem entender e aceitar que todos os recursos utilizados na
cadeia produtiva são finitos e, se não forem preservados, tanto a sobrevivência das empresas,
como de toda a humanidade estará comprometida.
As empresas possuem responsabilidade em toda cadeia de suprimentos e devem exigir que
os seus fornecedores participem das práticas de sustentabilidade (Gomes Jr. & Gomes, 2010).
A responsabilidade das empresas sustentáveis para com os seus clientes inclui, também, o
desenvolvimento de mecanismos que melhorem a confiabilidade, a eficiência e a segurança dos
produtos, reduzindo os possíveis riscos e danos à saúde que possivelmente estes produtos
venham a causar (Lourenço & Schroder, 2003).
A imagem da empresa é influenciada pelos programas sociais e ambientais desenvolvidos,
contribuindo para que os clientes vejam as atividades socioambientais como ponto forte da
empresa (Menezes, Dias & Gomes, 2011).
Estudos recentes da Universidade de Harvard mostram que, atualmente, 76% dos clientes
preferem marcas e produtos envolvidos em algum tipo de projeto social e ambiental (Amaral,
2004). Esse estudo leva-nos à convicção de que cada dia mais os clientes estão conscientes da
necessidade de exigência das empresas por produtos sustentáveis, sendo que elas deverão, além
de implementar, divulgar a adoção de práticas que não prejudiquem o meio ambiente.
18
As empresas possuem responsabilidades econômicas com seus clientes e fornecedores, na
medida em que devem garantir a sustentabilidade de suas operações, melhorando os processos,
desenvolvendo os negócios e buscando relações seguras e duradouras para com os mesmos
(Kanji & Chopra, 2010).
Uma empresa envolvida em práticas sustentáveis enfrenta desafios para convencer os
clientes de que o seu produto vai atender às suas necessidades. As empresas possuem uma
grande influência sobre os clientes através da comercialização de seus produtos, pois os clientes
buscam tornar-se melhores cidadãos ambientais (Lewis & Harvey, 2001).
Para ter sucesso, uma organização deve oferecer um produto com maior valor perceptível
pelo cliente ou produzir com custos menores ou, ainda, utilizar a combinação das duas
estratégias (Shibao, Moori & Santos, 2010).
Diversas empresas adotam as práticas de gestão sustentável, através da inovação ambiental,
para conseguir preços maiores por seus produtos e aumentar sua reputação com os clientes
(Gomes Jr. & Gomes, 2010).
A implantação da sustentabilidade empresarial direciona a empresa para maior vantagem
competitiva diante dos concorrentes, sendo necessário reduzir o consumo de recursos naturais,
como energia, água e solo, bem como reduzir o impacto ambiental, diminuindo a poluição do
ar e da água, com vistas a atender as necessidades dos clientes (Salgado, 2004).
Existe outra corrente doutrinária que vê a sustentabilidade como uma metodologia de
gestão que propicia o aumento nos custos, investimentos e gastos em geral, com os quais as
empresas não estão dispostas a arcar.
As empresas que possuem os melhores processos de tratamento de efluentes e resíduos e
utilizam tecnologias limpas podem aumentar os seus custos de produção, sendo que, quando
não percebido pelos clientes, acarreta queda da competitividade, podendo levar à incapacidade
de sobrevivência das mesmas (Coral, Rossetto & Selig, 2003).
Nidumolu et al. (2009) complementa que os fornecedores não podem prover insumos ou
transparência verdes; a produção sustentável exige novos equipamentos e processos, e os
clientes não irão querer pagar mais por produtos ecoeficientes. Já Coral (2002) afirma que os
clientes estão, sim, dispostos a pagar mais por produtos ambientalmente corretos, pois sabe-se
que as mudanças nos produtos e processos aumentam os custos. Outra parte dos estudiosos
sobre o assunto afirma que o relacionamento com clientes e fornecedores é algo valorizado de
maneira secundária.
O relacionamento com clientes e fornecedores deve ser valorizado posteriormente, junto
com a atenção ao meio ambiente, à comunidade próxima e à sociedade em geral. Em seguida,
19
estão as declarações de intenções e registro das políticas das empresas e, por fim, o
relacionamento das empresas com a política (Silva, et al., 2012).
A responsabilidade das empresas com seus clientes é destacada e bastante abordada, sendo
que é verídico que não há como prosperar diante de tanta concorrência, sem buscar alternativas
para fortalecer os laços com clientes e fornecedores.
Kanji & Chopra (2010) afirmam que as empresas possuem responsabilidades para com
seus stakeholders (clientes e fornecedores), tendo que garantir a sustentabilidade empresarial,
melhorando os processos e desenvolvendo relações duradouras com eles.
A busca por melhor relacionamento com clientes e fornecedores deve ser constante, e esta
busca não será enriquecedora para as empresas sem a adoção das práticas sustentáveis que são
primordiais para a sobrevivência de qualquer negócio.
As empresas que se adequam à SE devem buscar fornecedores que também se preocupem
com o meio ambiente, devendo analisar o código de conduta deles e sua relação com os seus
colaboradores (Lourenço & Schroder, 2003).
As organizações possuem grande influência sobre os clientes pela comercialização de
produtos (Lewis & Harvey, 2001). Por isso, ao adicionar às suas competências a conduta
sustentavelmente correta e responsável, buscam conquistar a preferência dos
consumidores/clientes (Machado et al., 2012).
Com isto apresentamos a nossa segunda hipótese:
H2: A busca por uma melhor relação com clientes e fornecedores conduz a uma melhoria
na adoção de práticas sustentáveis.
21
As organizações necessitam evidenciar investimentos na qualidade de vida de seus
colaboradores, capacitando-os a utilizar métodos que reduzam a emissão de gases poluentes e
oferecendo alternativas para o transporte dos mesmos.
Existem empresas que oferecem diversos benefícios a seus colaboradores, como assistência
médica, odontológica e farmacêutica, transporte gratuito, alimentação no local de trabalho,
seguro de vida, participação nos resultados, auxílio material escolar, além de gerar
oportunidades para ampliação da qualificação profissional por meio de bolsas de estudo para
conclusão de ensino fundamental, médio e superior e cursos profissionalizantes (Bueno &
Salvador, 2013).
Essas empresas estão no rol de organizações que investem em SE e que serão bem vistas
no mercardo, tanto pelos colaboradores, como também pelos consumidores e pela sociedade
em geral.
As organizações, ao investir estrategicamente em SE (nas dimensões ambiental, social e
econômica), conseguirão significativas vantagens competitivas, pois sabe-se que a SE é um
importante instrumento gerencial para capacitação e aumento da competitividade das
organizações de qualquer segmento (Mehler, 2013). Muitas pessoas, ao procurar emprego,
escolhem empresas que invistam em SE, ou seja, que tenham uma boa reputação no mercado.
Os profissionais procuram trabalhar em empresas respeitadas, pois sabem que serão
valorizados e terão seu trabalho reconhecido juntamente com a organização.
A grande diferença das empresas que adotam práticas sustentáveis para as que não
investem está no fato de que a missão das primeiras é voltada para a gestão e motivação dos
colaboradores, enquanto que as outras não (Bignetti, 2011).
Além do incentivo e capacitação dos colaboradores, as organizações devem demonstrar
que reconhecem os esforços dos mesmos, permitindo que se mantenham estimulados.
A sustentabilidade empresarial trabalha também o público interno da organização,
desenvolvendo uma gestão participativa e de reconhecimento de seus colaboradores,
motivando-os para um desempenho ótimo (Gonzaga & Kirschner, 2010).
O aumento da participação dos colaboradores em projetos sociais, dentro e fora da
organização, demonstra o compromisso que a empresa possui com a SE (Menezes et al., 2011).
Desenvolver ações voltadas ao bem-estar dos colaboradores, proporcionando-lhes um
ambiente favorável a seu crescimento, permite o desenvolvimento da empresa e sua adequação
às práticas sustentáveis (Marras, 2011).
Empresas que investem em SE proporcionam a seus colaboradores um ambiente de
trabalho saudável, permitindo que haja aumento na produtividade, compromentimento e
22
motivação, sendo ainda percebido um crescimento na capacidade de recrutar talentos, que é
primordial para o sucesso de uma organização (Lourenço & Schroder, 2003).
É responsabilidade das empresas sustentáveis promover e valorizar seus colaboradores,
sendo que a pressão excessiva que gera angústia, doença ocupacional e diminuição do tempo
de vida do trabalhador, enseja falta de adequação às práticas sustentáveis (Farfus & Rocha,
2007).
Desta forma e de acordo com o mencionado, lançamos a nossa terceira hipótese:
H3: A pretensão em melhorar a relação com os colaboradores proporciona maior
adequação às práticas sustentáveis.
24
As organizações estão cada dia mais sendo pressionadas pela sociedade a assumir um papel
socioambiental, sendo que o processo de incorporação da SE pelas empresas é, na maioria das
vezes, influenciado pelas pressões da sociedade (Bueno & Salvador, 2013).
Neste mesmo contexto, Ramalho & Sellitto (2013) afirmam a ocorrência de pressão pela
sociedade, para que as organizações reduzam a poluição, utilizem os recursos energéticos e
naturais com maior eficiência e gerenciem os seus processos, emitindo ao meio ambiente
produtos mais saudáveis.
Alperstedt, Quintella & Souza (2010) acreditam que, atualmente, um dos fatores
determinantes para a adoção de práticas sustentáveis de maior relevância para as organizações
de qualquer tamanho é, de fato, a pressão da sociedade.
Essas exigências pela sociedade permitem às empresas que sejam obrigadas a se envolver
e consigam ver os aspectos positivos da SE. Para Dias et al., (2013), o mundo moderno exige
que as empresas adotem padrões de conduta éticos, que valorizem o ser humano, a sociedade e
o meio ambiente. Para Ferreira (2013), uma empresa, ao se dedicar às práticas sustentáveis,
obterá resultados positivos, pois de fato há reconhecimento pela sociedade.
O aumento da consciência global, com relação ao meio ambiente, proporciona um novo
posicionamento por parte das organizações (Mehler, 2013), o que desencadeia uma melhor
qualidade de vida das populações (Ramalho & Sellito, 2013) e maior adequação às práticas
sustentáveis.
As organizações que se adequam à SE estão mais bem preparadas para assegurar a
sustentabilidade dos seus negócios, por estarem sintonizadas com as novas dinâmicas que
afetam a sociedade e o mundo empresarial (Dias et al., 2013).
Desta forma, é imprescindível adotar práticas sustentáveis, no sentido de preservar o
negócio de riscos ambientais, publicar seu compromisso apresentando os resultados ambientais
de suas ações corretivas e preventivas (reputando e enaltecendo seu diferencial) e pensar (e
fazer pensar!) nos benefícios que advêm de atitudes e comportamento organizacional
ambientalmente proativo com a visão tridimensional que contemple os negócios, a natureza e
a sociedade de modo integrado (Hrdlicka, 2009).
Deste modo e de acordo com o exposto, colocamos a nossa quarta hipótese:
H4: O aumento de atenção com a sociedade possibilita ampliar a implantação de práticas
sustentáveis.
Indústrias Sustentabilidade
(3) Relação com H2 Empresarial
Piauienses
Colaboradores
H3
27
3. MÉTODOS
28
3.2. Fontes
O questionário é uma técnica de investigação contendo muitas ou poucas questões, com o
objetivo de propiciar determinado conhecimento ao pesquisador. Foi utilizado para averiguar e
mensurar se, de fato, a empresa citada está-se adequando à SE na visão dos gestores/diretores,
colaboradores, clientes, fornecedores e comunidade vizinha. Para isso, foram escolhidos 40
indicadores de sustentabilidade com o intuito de realizar essa medição.
Os indicadores são guias que permitem medir não somente a eficácia das ações tomadas,
mas também os vieses entre o programado e o executado, sendo que, sem indicadores, é
praticamente impossível avaliar o desempenho de uma organização e identificar seus pontos
fracos (Kardec, Flores & Seixas, 2002).
A definição do questionário baseou-se na análise de indicadores de desempenho da
sustentabilidade empresarial, medida pelas guias abaixo:
Tabela nº 2 – Autor e Data
Autor; Data
Mamede (2013)
Ussui (2013)
Camargo; Ugaya e Agudelo (2011)
Callado e Fensterseifer (2010)
Dias (2009)
Fonte: Elaboração própria
O questionário foi medido através de uma escala que vai de 1(um) a 5 (cinco), sendo que
o número 1 é a menor frequência medida pela empresa analisada e o número 5 é a maior.
Tabela nº 3 - Características dos Indicadores de Frequência (IF)
1 Nunca emitiu, ocorreu ou existiu.
2 Raramente emitiu, ocorreu ou existiu.
3 Ocasionalmente, emitiu, ocorreu ou existiu.
4 Frequentemente emitiu, ocorreu ou existiu.
5 Sempre emite, ocorre ou existe.
Fonte: Elaboração própria
29
Essa empresa foi escolhida por atuar há mais de 50 anos no mercado piauiense, tendo,
entretanto, diversos ramos de atividade, como armazenamento, secagem, pré-limpeza,
preparação de massa, extração, refinaria e enlatamento de soja, como também no ramo de
limpeza (produção de sabão em barra, produção de lava louças, alumínio e inox e produção de
desinfetantes), lavanderia (produção de detergente em pó e produção de amaciante) e
combustível (envasamento de querosene), mas, atualmente, atua basicamente na fabricação de
óleo de soja. (Dureino, 2004).
O processo inclui desde a aquisição do grão de soja até a produção de farelo de soja e óleo
refinado de soja, para o consumidor final, podendo ser pessoa física ou jurídica.
É a única indústria genuinamente piauiense beneficiadora de soja no Estado, encontrando-
se em situação muito favorável no mercado.
A Dureino investe em algumas práticas sustentáveis, promovendo comemoração de datas
especiais dentro da empresa, eventos esportivos com os colaboradores, palestras sobre saúde,
educação, alimentação, higiene e primeiros socorros para os colaboradores. (Dureino, 2004).
Investe no meio ambiente, com implantação de projetos, como o Efluente Zero, evitando o
desperdício de água; utiliza matriz energética à base de coco da praia, de castanha de caju e
derivados; utiliza coleta diferenciada de lixo. (Dureino, 2004).
O intuito deste estudo é verificar se, de fato, a empresa mencionada enquadra-se nos pré-
requisitos para ser SE.
31
4. ANÁLISE DOS DADOS OBTIDOS E DISCUSSÃO
32
4.2. Análise das Entrevistas
34
faturamento foi desembolsado pela empresa na adoção de práticas sustentáveis, no ano de 2013
(01 de janeiro a 31 de dezembro), e ainda no ano de 2014 (01 de janeiro a 31 de julho).
De acordo com a contabilidade da empresa, seguem os dados no ano de 2013, conforme
exposto abaixo:
Tabela nº 4 - Custos Variáveis 2013
CUSTOS VARIAVEIS ANO 2013 -
FABRICA -
Refinaria -
MATERIAIS AUXILIARES 151.508,55
Produtos Quimicos Consumidos 151.508,55
UTILIDADES INDUSTRIAIS 84.617,71
Matriz Energética Renovável 84.617,71
PRODUTOS INTERMEDIARIOS 11.231.315,07
Oléo Degomado de Soja 11.231.315,07
SUBPRODUTOS GERADOS - 1.384,00
Oléo Hidrolizado/Lecitina/Borra do Filtro - 1.384,00
SERVIÇOS DE TERCEIROS DIRETOS 44.047,01
Energia Elétrica Fabrica 44.047,01
Extração -
MATERIA PRIMA 77.291.682,65
Soja em Grãos 77.291.682,65
MATERIAIS AUXILIARES 1.199.044,03
Produtos Quimicos Consumidos 1.097.712,73
Material de Embalagem 101.331,30
UTILIDADES INDUSTRIAIS 218.232,60
Matriz Energética Renovável 218.232,60
SUBPRODUTOS GERADOS - 120.507,05
Oléo Hidrolizado/Lecitina/Borra do Filtro - 26.400,80
Casca de Soja/Farelo Setup - 94.106,25
SERVIÇOS DE TERCEIROS DIRETOS 628.448,41
Energia Elétrica Fabrica 628.448,41
35
Tabela nº 5 - Custos Fixos 2013
CUSTOS FIXOS ANO 2013 -
FABRICA -
Tratamento de Efluentes 39.626,44
CUSTOS COM MÃO DE OBRA DIRETA 16.344,78
REMUNERAÇÃO 10.145,87
Salarios e Ordenados 7.134,82
Insalubridade e Periculosidade 1.297,24
Férias 979,31
13o Sálario 734,50
ENCARGOS SOCIAS 3.597,45
INSS 2.315,23
FGTS 674,54
INSS s/Ferias 268,90
FGTS s/Ferias 78,34
INSS s/13 Salario 201,68
FGTS s/13 Salario 58,76
BENEFICIOS A EMPREGADOS 2.601,46
Fardamentos e Materias de Segurança 168,85
Assistência Alimentar 1.337,56
Assistência Medica e Social 1.095,05
GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO 23.281,66
Peças e Serviços de Manutenção 378,72
Manut. Conser. de Inst./Imobiliza 444,36
Outros Gastos E.T.E 22.458,58
Treinamentos e Cursos 38.652,45
Treinamentos e Cursos
100%
Sendo que:
Desta forma e de acordo com o Gráfico nº 1 e Tabela nº 7, pode-se avaliar que os custos
despendidos em relação à preocupação com o meio ambiente e com colaboradores, no ano de
2013, são pequenos em relação à receita bruta da empresa.
Entretanto, para que se tenha uma visão mais minuciosa da situação atual da empresa,
demonstramos os custos variáveis e fixos no ano-calendário atual, ou seja, de janeiro a julho de
2014.
37
Tabela nº 8 – Custos Variáveis 2014
CUSTOS VARIAVEIS JAN A JUL/2014 -
FABRICA -
Refinaria -
MATERIAIS AUXILIARES 254.251,11
Produtos Quimicos Consumidos 254.251,11
UTILIDADES INDUSTRIAIS 116.910,97
Matriz Energética Renovável 116.910,97
PRODUTOS INTERMEDIARIOS 17.797.229,59
Oléo Degomado de Soja 17.797.229,59
SUBPRODUTOS GERADOS - 5.992,00
Oléo Hidrolizado/Lecitina/Borra do Filtro - 5.992,00
SERVIÇOS DE TERCEIROS DIRETOS 80.702,11
Energia Elétrica Fabrica 80.702,11
Extração -
MATERIA PRIMA 120.071.985,94
Soja em Grãos 120.071.985,94
MATERIAIS AUXILIARES 1.964.070,84
Produtos Quimicos Consumidos 1.690.387,49
Material de Embalagem 273.683,35
UTILIDADES INDUSTRIAIS 296.916,92
Matriz Energética Renovável 296.916,92
SUBPRODUTOS GERADOS - 162.662,45
Oléo Hidrolizado/Lecitina/Borra do Filtro - 43.366,20
Casca de Soja/Farelo Setup - 119.296,25
SERVIÇOS DE TERCEIROS DIRETOS 942.489,49
Energia Elétrica Fabrica 942.489,49
Fonte: Elaboração própria
Em 2014, o Custo Variável com Matriz Energética Renovável foi de R$ 116.910,97 (cento
e dezesseis mil, novecentos e dez reais e noventa e sete centavos), na Refinaria e R$ 296.916,92
(duzentos e noventa e seis mil, novecentos e dezesseis reais e noventa e dois centavos) na
Extração.
38
Tabela nº 9 – Custos Fixos 2014
CUSTOS FIXOS JAN A JUL/2014
FABRICA
Tratamento de Efluentes 61.617,37
CUSTOS COM MÃO DE OBRA DIRETA 27.373,31
REMUNERAÇÃO 16.016,36
Salarios e Ordenados 11.116,82
Insalubridade e Periculosidade 2.021,24
Férias 1.673,20
13o Sálario 1.205,10
ENCARGOS SOCIAS 5.897,64
INSS 3.603,29
FGTS 1.151,38
INSS s/Ferias 512,26
FGTS s/Ferias 133,85
INSS s/13 Salario 400,46
FGTS s/13 Salario 96,40
BENEFICIOS A EMPREGADOS 5.459,31
Fardamentos e Materias de Segurança 247,70
Assistência Alimentar 3.607,72
Assistência Medica e Social 1.654,60
Medicamentos - 50,71
GASTOS GERAIS DE FABRICAÇÃO 34.244,06
Peças e Serviços de Manutenção 486,85
Manut. Conser. de Inst./Imobiliza 549,79
Outros Gastos E.T.E 33.207,42
Treinamentos e Cursos 79.678,60
Fonte: Elaboração própria
Treinamentos e Cursos
Verificamos que o valor do impacto dos custos na receita foi de 1%. Tendo em vista que
este percentual abrange o período de 6 meses do ano de 2014, é considerado relevante.
Se analisarmos os valores expressos em percentagem, verificaremos que, de fato, houve
um aumento significativo dos custos com a adequação à SE, conforme demonstrado abaixo:
Tabela nº 12 – Aumento dos Custos de 2013 para 2014
43
Tabela nº 14 – Questionário Relação com Clientes
Questionário Relação com os Clientes Média Pontuação Atingida (%) Ocorrência Frequência %
1ª Existe avaliação de risco dos produtos para os clientes 2,2 44 5 10,00
2ª Não conformidades são detectadas após a venda 3 60 4 10,00
3ª Nível de satisfação dos clientes é bom 3 60 3 6,00
4ª A empresa adota políticas de saúde e segurança dos clientes durante a utilização de bens e serviços 3,6 72 2 8,00
5ª No rótulo dos produtos há distinção relativas a responsabilidade social e/ou ambiental 2,2 44 1 16,00
Média das médias 2,8 56
Fonte: Elaboração própria
44
De acordo com a 2ª questão, com média 3 que equivale a 60%, ocasionalmente a empresa
investigada detecta não conformidades após a venda.
A 3ª questão que obteve média 3, equivalente a 60%, indica que ocasionalmente o nível de
satisfação dos clientes é bom.
Já na 4ª questão, com média 3,6 que, neste caso, se arredonda para 4 e equivale a 72%,
frequentemente a empresa adota políticas de saúde e segurança dos clientes durante a utilização
de bens e serviços.
E, na 5ª questão, a média 2,2, que se arredonda para 2 e o percentual é 44%, indica que a
empresa investigada raramente coloca no rótulo dos produtos distinção relativa à
responsabilidade social e/ou ambiental.
Na análise da média das médias, verificamos que se obteve um valor de 2,8 e percentual
de 56%. Isso indica que, na média geral, a empresa raramente se preocupa com o fator
econômico “relação com os clientes”.
O que nos faz concretizar esta afirmação é a análise da coluna frequência, a qual indica que
a ocorrência maior foi do indicador de frequência 1 com 16%. Isso significa que a empresa
pouco se preocupa com esses itens mencionados nas questões. E, desta forma, pode-se afirmar
que os fatores citados não são adotados com veemência na empresa.
O ideal para vislumbrar uma perfeita adequação às práticas da SE, em relação aos clientes,
seria se obtivéssemos a média das médias igual a 5, o que equivale a 100%, e indicaria que os
clientes/consumidores enxergam as práticas adotadas pela empresa e sua eficácia em relação à
SE.
4.3.2.2 Fornecedores
Dos 20 fornecedores investigados, 15 responderam ao questionário Relação com os
Fornecedores, sendo que 10 respostas foram validadas, obtendo-se um percentual de 66% de
respostas válidas para a caracterização da amostra.
O questionário com as afirmações abaixo (ver tabela nº 15), às quais os fornecedores
responderam com a numeração de 1 a 5, indica a relação da empresa com os fornecedores, na
visão dos mesmos, conforme demonstrado na tabela nº 15.1.
45
Tabela nº 15 – Questionário Relação com Fornecedores
Questionário Relação com os Fornecedores Média Pontuação Atingida (%) Ocorrência Frequência %
1ª Os fornecedores da Indústrias Dureino são certificados pelo ISO (Organização Internacional de Normalização) 2 40 5 50,00
2ª Os fornecedores possuem bom desempenho em relação aos direitos humanos 4,5 90 4 30,00
3ª Os fornecedores das proximidades vendem em grande volume para a Indústrias Dureino 4,5 90 3 10,00
4ª Os fornecedores estão satisfeitos em relação a Indústrias Dureino 5 100 1 10,00
5ª Os fornecedores cumprem a Legislação Ambiental aplicável 4,5 90
Média das médias 4,1 82
Fonte: Elaboração própria
O questionário respondido pelos fornecedores trata da relação da empresa com eles, como
também de sua própria relação com o meio ambiente, buscando verificar se a empresa se adequa
à SE, conforme o fator econômico.
Neste tópico, adotamos a técnica de arredondamento numérico para facilitar a análise, pelo
fato de algumas das médias serem números não inteiros e não existirem na tabela de indicador
de frequência. Sendo assim, a média em que a primeira casa decimal após a vírgula é maior que
5 foi arredondada para cima, e o número inteiro seguinte, quando menor ou igual a 5, foi
arredondado para baixo
A média mostra as respostas a cada questão na visão dos fornecedores, demonstrando o
indicador de frequência médio obtido pela resposta dos fornecedores, o qual, conforme as
tabelas nº 15 e 15.1, indica o que vem discriminado abaixo:
Conforme a 1ª questão, com média 2 e percentual de 40%, os fornecedores da empresa
investigada são raramente certificados pelo ISO (Organização Internacional de Normalização),
46
sendo que não se pode ser em parte certificado por esta organização; ou se é certificado ou não
se é.
A 2ª questão, que obteve média 4,5, arredondada para 4 e com percentual de 90%, indica
que os fornecedores possuem, com frequência, um bom desempenho em relação aos direitos
humanos.
De acordo com a 3ª questão, com média 4,5, que também fica com média 4 no indicador
de frequência e percentual 90%, os fornecedores das proximidades frequentemente vendem em
grande volume para a empresa pesquisada.
Conforme a 4ª questão, com média 5 e percentual de 100%, os fornecedores sempre estão
satisfeitos em relação à empresa investigada.
E a 5ª questão, que obteve média 4,5 e percentual de 90%, demonstra que os fornecedores
frequentemente cumprem a Legislação Ambiental aplicável.
Obteve-se, na média das médias, o valor de 4,1 que equivale a 82% e indica que os
fornecedores da empresa pesquisada estão frequentemente preocupados em relação ao fator
social e, consequentemente, com a SE.
Para confirmar a afirmação acima, basta analisar a coluna da ocorrência de frequência, a
qual demonstra que o indicador de frequência mais utilizado foi o 5 com 50% do total.
47
Tabela nº 16 – Questionário Relação com os Colaboradores
Questionário Relação com os Colaboradores Média Pontuação Atingida (%) Ocorrência Frequencia %
1ª Os colaboradores estão envolvidos na prevenção de acidentes e doenças profissionais 3,95 79 5 38,18
2ª A empresa fornece aos colaboradores tempo para conciliação da vida profissional com a familiar 3,86 77 4 19,09
3ª A empresa concede aos colaboradores além de salários outros benefícios 4,09 82 3 12,27
4ª Existe acordo com os sindicatos ao nível de segurança e saúde dos colaboradores 3,68 74 2 12,27
5ª Existe investimento em educação e formação externa dos colaboradores 4,27 85 1 18,18
6ª Existe acidentes e/ou doenças profissionais na empresa 3,50 70
7ª Há ocorrência de trabalho infantil nas operações 2,00 40
8ª Existe avaliação de desempenho dos colaboradores 3,00 60
9ª Existe prêmios de seguros para benefícios de colaboradores 3,77 75
10ª Há ocorrência de reclamações trabalhistas 2,55 51
Média das médi
médiasas 3,47 69
Fonte: Elaboração própria
48
A média demonstra as respostas a cada questão, na visão dos colaboradores, mensurando
o indicador de frequência médio obtido pela resposta dos gestores, o qual, conforme as tabelas
expostas acima, indica o que vai discriminado abaixo.
Conforme a 1ª questão, com média 3,95, por não existir um indicador de frequência com
essa numeração, conforme mencionado acima, arredondamos para 4. A coluna percentual,
equivalente a 79%, representa que os colaboradores são envolvidos com frequência na
prevenção de acidentes e doenças profissionais.
A 2ª questão, com média 3,86 que, em nossa análise, ficará 4, o que corresponde a 77%,
indica que a empresa fornece com frequência aos colaboradores tempo para conciliação da vida
profissional com a familiar.
De acordo com a 3ª questão, cuja média é 4,09, a qual ficará 4, equivalente a 82%, a
empresa concede com frequência aos colaboradores, além de salários, outros benefícios.
Na 4ª questão, com média 3,68, que nesta análise fica 4,0 e corresponde a 74%, verifica-se
que, na empresa, existe, com frequência, acordo com os sindicatos em relação à segurança e
saúde dos colaboradores.
Na 5ª questão, a média é 4,27, que fica 4 em virtude do arredondamento, equivale a 85% e
indica que a empresa investe com frequência em educação e formação externa dos
colaboradores.
De acordo com a 6ª questão, que obteve média 3,50, que fica 3 e equivale a 70%,
demonstra-se que, ocasionalmente, ocorrem acidentes e/ou doenças profissionais na empresa.
A 7ª questão, com média 2 e percentual de 40%, indica que, raramente, há ocorrência de
trabalho infantil nas operações da empresa.
Já a 8ª questão, com a média 3, correspondente a 60%, representa que ocasionalmente
ocorre avaliação de desempenho dos colaboradores na empresa.
Na 9ª questão, a média 3,77, que passa a 4 e equivale a 75%, representa que,
frequentemente, na empresa, existem prêmios de seguros para benefícios de colaboradores.
Já na 10ª questão, a média 2,55, que fica 2 e possui um percentual de 51%, indica que
raramente há ocorrência de reclamações trabalhistas na empresa.
Analisando os itens individualmente, é possível verificarmos que a empresa busca adequar-
se à SE, por estar investindo em seus colaboradores e por haver pouca incidência de fatores
indesejados pela SE.
Mas, quando se analisa a média das médias, que é 3,47, o que equivale a 69%, e possui um
indicador de frequência 3, nota-se que a empresa precisa expandir mais seus investimentos em
relação aos colaboradores, possibilitando que os mesmos enxerguem a empresa como uma
instituição que se preocupa com os colaboradores e, dessa forma, adequa-se aos padrões da SE.
49
Para enfatizarmos esta afirmação, basta verificar o percentual de frequência do indicador
número 5, que é de 38,18%, e, apesar de ser o IF com mais freqüência, não é suficiente para
garantir a adequação da empresa às práticas da SE, ou seja, não obtém nem ao menos o
percentual de 50%.
Se a média das médias fosse mais próxima a 5, indicaria que a empresa sempre investe em
seus colaboradores, que os mesmos a veem com bons olhos e, assim, estaria mais preocupada
com a SE.
Por outro lado, a frequência maior no número 5 também teria um percentual maior, o que
indicaria que a empresa investe em seus colaboradores e em SE.
50
Tabela nº 17.1 – Indicador de Frequência
51
Conforme a 6ª questão, de média 1,95, que fica 2, equivalendo a 39%, a empresa
ocasionalmente é tratada de forma distinta pela comunidade na atuação social e ambiental.
Na 7ª questão, com média 2,55, que fica 2, correspondente a 51%, observa-se que
ocasionalmente existem mulheres da comunidade que trabalham na empresa.
De acordo com a 8ª questão, com média 1,55, que fica 1, correspondendo a 31%, nunca
ocorreram contribuições por parte da empresa para a comunidade (saúde, esporte, lazer,
alimentação, creches e outros).
Já na 9ª questão, com média 1,50, que também fica 1, o que equivale a 30%, tem-se que a
empresa nunca investiu em projetos sociais (culturais) na comunidade.
E, na 10ª questão, com média 1,36, também arredondada para 1, que equivale a 27%,
percebe-se que a empresa nunca investiu em educação para a comunidade.
A média das médias é igual a 1,81 que corresponde a 36%, número que indica que a
comunidade vizinha acredita que a empresa se preocupa raramente com seus membros.
De acordo com a tabela nº 17, verifica-se, ainda, que a frequência maior de resposta é o
indicador número 1, com 52,73% de frequência. Tendo em vista que esse indicador é um fator
muito negativo para a empresa em relação à SE, constata-se que a ela investe muito pouco na
sociedade local, sendo esta a visão da comunidade em relação à empresa.
52
Hipótese nº 2: A busca por uma melhor relação com clientes e fornecedores conduz a uma
melhor adoção de práticas sustentáveis.
Em relação à hipótese nº 2, foi possivel verificar que, pelo fato de não haver grande
preocupação da empresa em relação a este item, o mesmo deixou a desejar.
Constatou-se que, se houvesse, na realidade, grande empenho da empresa em relação aos
clientes, os mesmos demonstrariam satisfação, mas, através da análise dos questionários
propostos isso não se confirmou, tendo em vista que não se obteve um IF desejável.
Já em relação aos fornecedores, eles demostram boa relação com a empresa pesquisada.
Tendo em vista a ambiguidade neste aspecto, torna-se impossível a comprovação e
validação da hipótese nº 2, pelo fato de que, para tal comprovação, é necessária a busca por
uma melhor relação com ambos, ou seja, tanto com clientes, como com fornecedores.
Hipótese nº 3: A pretensão em melhorar a relação com os colaboradores proporciona
adequação às práticas sustentáveis.
De acordo com o visto tanto na análise dos questionários, como nos custos, ficou claro que
a empresa pretende melhorar a relação com o colaboradores, investindo em cursos e
treinamento. Desta forma, pode-se afirmar que isto permite a maior adequação às práticas
sustentáveis.
É, portanto, pertinente mencionar que a empresa investigada adequa-se à hipótese nº 3.
Hipótese nº 4: O aumento de atenção com a sociedade possibilita ampliar a implantação de
práticas sustentáveis.
Como foi visto tanto nas entrevistas, como nos questionários aplicados junto à sociedade
vizinha, na empresa investigada não existe a política de projetos sociais.
Desta forma, é possivel comprovar que não há como averiguar a existência da hipótese nº
4 na empresa.
Tendo em vista o exposto, pode-se inferir que o modelo proposto através das hipóteses
lançadas é passivelmente comprovável, sendo que, à medida que a empresa se empenhar em
tornar possível o exposto nas citadas hipóteses, poderá precisamente alcançar a SE, pela adoção
de práticas sustentáveis.
53
5. CONCLUSÕES
56
pode ter ficado aquém da representatividade do setor; certamente, uma amostra maior poderia
aumentar a confiança nos dados.
A listagem fornecida pela empresa continha poucos clientes e fornecedores e houve ainda
dificuldades em pesquisá-los, pelo fato de residirem em outros estados e municípios, tendo-se
reduzido a obtenção de respostas aos questionários enviados por e-mail.
Para futuras investigações, propõe-se uma amostra maior, como também buscar testar o
modelo em empresas de outros ramos de atividades, como comércio e serviços. Pode ser, por
exemplo, realizado em empresas de serviços hospitalares, em virtude de seu grande impacto na
geração de resíduos ambientais.
57
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65
8. ANEXOS
Questionário Gestores
67
Questionário Colaboradores
69
Questionário Clientes e Forncedores
71
Questionário Comunidade
72
1.( )
2.( )
3.( )
4.( )
5.( )
5. Existe a adoção de políticas para gerir impactos sobre as comunidades afetadas
pelas atividades da empresa:
1.( )
2.( )
3.( )
4.( )
5.( )
6. A empresa é tratada de forma distinta pela comunidade na atuação social,
ambiental e social:
1.( )
2.( )
3.( )
4.( )
5.( )
7. Há mulheres da comunidade que trabalhem na empresa:
1.( )
2.( )
3.( )
4.( )
5.( )
8. Há Contribuições para a comunidade (saúde, esporte, lazer, alimentação,
creches e outros):
1.( )
2.( )
3.( )
4.( )
5.( )
9. Há investimento em projetos sociais (culturais) na comunidade:
1.( )
2.( )
3.( )
4.( )
5.( )
10. Há investimento em educação para a comunidade:
1.( )
2.( )
3.( )
4.( )
5.( )
73
Figura nº 3 - Imagem Indútrias Dureino Julho - 2014.
74