Caderno Mapeado - CNU - Diversidade e Inclusão Na Sociedade
Caderno Mapeado - CNU - Diversidade e Inclusão Na Sociedade
Caderno Mapeado - CNU - Diversidade e Inclusão Na Sociedade
Nele foi inserido toda a teoria sobre a matéria cobrada no certame, para facilitar a sua
compreensão, e marcações das partes mais importantes.
Assim, trabalharemos os assuntos mais importantes para a sua prova com foco na
banca Cesgranrio.
Caso tenha qualquer dúvida, você pode entrar em contato conosco enviando seus
questionamentos para o suporte: [email protected] e WhatsApp.
Bons Estudos!
Rumo à Aprovação!!
Pessoal!
CONTEÚDO
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
Antes de mergulharmos na análise dos grupos vulneráveis na sociedade brasileira, é crucial ampliar
nosso entendimento sobre alguns conceitos essenciais. A diversidade de sexo, gênero e sexualidade
constitui um espectro complexo que espelha a variedade de identidades e expressões presentes em
nossa sociedade. Para o sucesso em sua prova, é fundamental ter uma compreensão precisa dos
conceitos relacionados à identidade sexual e de gênero.
Sexo: É o que as pessoas geralmente associam ao nascimento, como ser designado como
homem ou mulher com base em características biológicas. Pode ser pensado como "menino" ou
"menina" ao nascer.
Gênero: Isso vai além do sexo biológico. É como a sociedade define o que significa ser homem
ou mulher, incluindo comportamentos, papéis sociais e expectativas culturais. Por exemplo, os
meninos devem gostar de esportes e as meninas devem ser delicadas.
Fluidez de Gênero: Isso significa que as pessoas podem não se identificar rigidamente como
homem ou mulher. Alguém pode se sentir mais masculino em alguns dias e mais feminino em outros,
ou até mesmo não se identificar com nenhum dos dois gêneros.
Sexualidade: Refere-se aos tipos de atração que alguém pode sentir por outras pessoas. Há uma
variedade de orientações sexuais, como heterossexualidade (atração por pessoas do sexo oposto),
homossexualidade (atração por pessoas do mesmo sexo), bissexualidade (atração por pessoas de
ambos os sexos), entre outras.
3) Diversidade Étnico-racial
A diversidade étnico-racial é como um grande mosaico que compõe a sociedade, formado por
diferentes origens, culturas, tradições e histórias. Ela inclui uma variedade de grupos, como
indígenas, afrodescendentes, asiáticos, europeus, entre outros, cada um com sua própria identidade
e contribuição para a sociedade. No entanto, essa diversidade enfrenta desafios, como a
discriminação racial, que se manifesta de várias maneiras e afeta negativamente esses grupos em
aspectos como oportunidades socioeconômicas e representatividade.
Momento da Questão
a) Exclusão linguística.
b) Uniformidade cultural.
Gabarito: Letra C.
4) Diversidade Cultural
A diversidade cultural é importante porque nos permite aprender com diferentes perspectivas e
compreender melhor o mundo ao nosso redor. Quando diferentes grupos compartilham suas
tradições e conhecimentos, isso fortalece os laços entre as pessoas e promove um ambiente de
respeito e compreensão mútua.
Tome nota!
5) Minorias Sociais
Indígenas
Negros
LGBTQIAP+
Minorias Sociais
Pessoas em situação de Pobreza
Pessoas Idosas
Esses grupos muitas vezes têm menos acesso a recursos, oportunidades e direitos, e enfrentam
obstáculos adicionais em suas vidas cotidianas devido à discriminação e estigma social.
A diversidade cultural do Brasil tem diversos impactos no país, abrangendo não apenas aspectos
culturais, mas também políticos e econômicos. A população brasileira é profundamente influenciada
pelas diversas expressões culturais presentes no país, o que contribui significativamente para a
preservação das tradições locais e para a continuidade da cultura nacional ao longo do tempo. Além
disso, essa diversidade cultural enriquece a experiência da população, que tem acesso a uma ampla
gama de práticas culturais presentes em todo o território nacional.
Mistura Étnica O Brasil é conhecido por sua diversidade étnica, com uma população formada por
uma mistura de povos indígenas, europeus, africanos, asiáticos e outras origens. Essa
mistura étnica resultou em uma ampla variedade de traços culturais, costumes,
tradições e práticas religiosas que enriquecem a identidade nacional.
Manifestações O Brasil é conhecido por sua rica cena cultural, que inclui música, dança, arte,
Culturais literatura, folclore e festividades populares. Gêneros musicais como samba, bossa
nova, forró, frevo e música caipira são apenas alguns exemplos da diversidade
musical do país. Além disso, festivais como o Carnaval, festas juninas e celebrações
religiosas como o Círio de Nazaré e a Festa do Divino são importantes expressões da
diversidade cultural brasileira.
Língua O português é a língua oficial do Brasil, mas o país é também lar de uma grande
diversidade de línguas indígenas, assim como de dialetos e sotaques regionais que
refletem as influências culturais de cada região.
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Os movimentos sociais são um dos pilares na luta pela garantia dos direitos das minorias,
promovendo a conscientização, mobilização e advocacy em prol da igualdade e da justiça social. Os
movimentos sociais muitas vezes atuam como porta-vozes das comunidades minoritárias,
defendendo suas necessidades, demandas e direitos perante as autoridades governamentais,
instituições e a sociedade em geral. Eles pressionam por mudanças legislativas, políticas e sociais
que visam garantir a igualdade de tratamento e oportunidades para as minorias.
Tome nota!
Possivelmente o mais antigo movimento de massas que podemos reconhecer como um precursor
dos movimentos sociais foi a Queda da Bastilha, um evento emblemático que marcou o início da
Revolução Francesa em 1789, resultando na queda da monarquia absolutista francesa. Outro notável
movimento de massas que evoluiu para um movimento social organizado foi o movimento
sufragista, destacado como parte da primeira onda do feminismo. Este movimento, liderado por
mulheres, reivindicava o direito ao voto e à participação cidadã na política.
Os movimentos sociais podem ser compostos por uma variedade de grupos que compartilham
uma mesma causa, como o movimento feminista, que apresenta diversas vertentes, o movimento
negro, composto por uma ampla gama de coletivos, e o movimento LGBTQ+. No entanto, cada
grupo ou célula desses movimentos possui suas próprias estratégias de organização para promover
a militância social.
Ex.: MST – Movimento Sem Terra / APAE – Associação de Pais e Amigos de Excepcionais / MAB –
Movimento Atingidos por Barragens / Movimento Marcha das Vadias / Movimento do Passe Livre /
SOS Mata Atlântica, entre outros.
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Os direitos das minorias referem-se aos direitos fundamentais garantidos às pessoas pertencentes
a grupos minoritários em uma sociedade. Esses direitos visam proteger esses grupos da
discriminação, promover a igualdade de oportunidades e assegurar sua participação plena e
igualitária na vida social, econômica, política e cultural.
No Brasil, existem algumas normas que visam proteger os direitos das minorias, abordando aspectos
de discriminação e desigualdade. Os direitos das minorias são fundamentados no princípio da
igualdade e não discriminação, não se limitando a um conjunto mínimo de direitos. É evidente que,
além dos direitos universais garantidos a todos os indivíduos, como o direito à vida, liberdade de
expressão e proteção contra tortura, as minorias possuem certos direitos essenciais, tais como o
direito à existência, identidade e medidas afirmativas.
Por outro lado, as medidas afirmativas são cruciais para promover a identidade das minorias e
proporcionar condições para o pleno exercício de seus direitos. Os Estados devem oferecer apoio
às minorias de maneira equitativa em relação à maioria da população, ou até mesmo adotar
medidas diferenciadas para garantir a igualdade de oportunidades na prática dos direitos. Os direitos
das minorias, incluindo os direitos sociais e culturais, demandam uma participação efetiva do Estado
em sua implementação.
É importante ressaltar que o Pacto dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, em seu artigo 11,
reconhece o direito de todos à moradia adequada. O Comitê de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais elaborou um Comentário Geral enfatizando a necessidade de adaptação cultural da
moradia e a implementação de políticas públicas que levem em consideração a expressão da
identidade cultural dos diversos grupos.
Momento da Questão
Questão inédita – No Brasil, assim como em muitos outros países, as minorias étnicas, raciais,
de gênero e outras enfrentam desafios significativos relacionados à discriminação, exclusão e
falta de oportunidades. Nesse contexto, as medidas afirmativas têm sido amplamente
discutidas e implementadas como uma maneira de abordar essas desigualdades e promover a
inclusão social. Qual é o principal objetivo das medidas afirmativas em relação aos direitos das
minorias?
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Gabarito: Letra E.
1) Introdução
Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Aspectos Gerais
A inclusão de grupos vulnerabilizados enfrenta uma série de desafios sociopolíticos que variam de
acordo com a natureza especifica de cada grupo.
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Falta de Acesso a A ausência de acesso a serviços de saúde, moradia e outros serviços básicos cria
Serviços Básicos barreiras substanciais. Políticas que garantam esses serviços são essenciais para
a inclusão.
Além disso, precisamos identificar que a discriminação é um fator significativo que contribui para a
exclusão social, prejudicando indivíduos ou grupos com base em características específicas, como
raça, gênero, orientação sexual, religião, origem étnica, idade, deficiência, entre outras. A
discriminação pode manifestar-se de diversas formas e em diferentes contextos, contribuindo para
a marginalização e a negação de oportunidades iguais.
Importante!
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CRIANÇAS E ADOLESCENTES
1) Introdução
Seguiremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Aspectos Iniciais
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Além dessa proteção específica das crianças e adolescentes, a abrangência das normas
constitucionais atingem ainda a proteção à maternidade e à infância. Os direitos garantidos para
as gestantes no Brasil são amplos e abrangem diversas áreas da vida das mulheres gravidas, desde
o acesso prioritário em repartições públicas até a proteção no ambiente de trabalho e o acesso à
saúde. Vamos esquematizar alguns desses direitos:
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Esses direitos são garantidos por diversas leis e dispositivos legais, incluindo a Constituição Federal,
a Lei de Execução Penal, o Estatuto da Criança e do Adolescente, entre outros, visando proteger a
saúde, o bem-estar e os direitos das gestantes em diversas situações da vida.
Para concluir os preceitos iniciais constitucionais sobre as proteções e garantias da gravidez até a
idade adulta, vamos sintetizar no resumo abaixo:
Vamos exemplificar algumas autorizações importantes que a CLT traz no tocante ao contrato de
trabalho especial voltada à formação técnico-profissional dos jovens.
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Além disso, a CLT determina que os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a
empregar um certo número de aprendizes. Essa proporção varia entre 5% e 15% do total de
funcionários, dependendo do tamanho da empresa. Essa medida visa garantir oportunidades de
aprendizagem e inserção no mercado de trabalho para os jovens.
A legislação estabelece que a jornada de trabalho do aprendiz não pode exceder 6 horas diárias.
No entanto, para os aprendizes que já completaram o ensino fundamental, essa jornada pode ser
estendida para até 8 horas diárias, desde que nelas sejam incluídas horas destinadas à aprendizagem
teórica.
Aqui precisamos lembrar do dispositivo constitucional que estabelece a proibição de que menores
de dezoito anos exerçam atividades de trabalho noturno, perigoso ou insalubre. Trabalho noturno
geralmente refere-se ao período entre 22h e 5h. Atividades perigosas e insalubres são aquelas que
oferecem riscos à saúde e segurança do trabalhador.
Adolescentes e o Trabalho
Entre 16 e 18 anos Autorizado o trabalho, entretanto vedado atividades noturnas, perigosas e/ou
insalubres.
Por fim, o contrato de aprendizagem pode ser encerrado por diversos motivos. Além do término do
prazo determinado, ele pode ser encerrado em casos de desempenho insuficiente do aprendiz, falta
disciplinar grave ou a pedido do próprio aprendiz. Essa flexibilidade permite ajustar a relação de
trabalho de acordo com as necessidades e circunstâncias de ambas as partes.
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O art. 2º do ECA estabelece uma diferença técnica e objetiva entre as categorias jurídicas criança e
adolescente, com base na idade. Infere-se, portanto, que o ECA adotou o critério cronológico
absoluto, ou seja, a proteção integral da criança/adolescente se dá pelo simples fato de estarem
dentro da faixa etária.
Para o ECA, criança é considerada o ser humano entre 0 e 12 anos e adolescente, a pessoa entre
12 e 18 anos.
Tome nota!
Tratados e convenções internacionais sobre crianças e adolescentes são acordos estabelecidos entre
países para garantir a proteção e promoção dos direitos desses grupos populacionais em todo o
mundo. Esses tratados são fundamentais para assegurar que crianças e adolescentes tenham acesso
a condições adequadas para seu desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social.
Um dos tratados mais importantes nesse contexto é a Convenção sobre os Direitos da Criança,
adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas em 1989. Essa convenção é um marco importante
na proteção e promoção dos direitos das crianças em todo o mundo. Para entender completamente
o contexto histórico da CDC, é importante considerar alguns eventos e desenvolvimentos
significativos que ocorreram antes de sua adoção:
1. Pós-Segunda Guerra Mundial: Após a Segunda Guerra Mundial, houve uma crescente
consciência global sobre a necessidade de proteger os direitos humanos e garantir que atrocidades
como as ocorridas durante a guerra não se repetissem. Isso levou à criação das Nações Unidas em
1945, com a Carta das Nações Unidas incluindo princípios de respeito pelos direitos humanos.
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3. Década das Nações Unidas para as Crianças (1979-1989): A ONU declarou a década de 1980
como a "Década das Nações Unidas para as Crianças", destacando a importância de garantir o bem-
estar e os direitos das crianças em todo o mundo. Isso criou um contexto propício para a adoção da
CDC.
A CDC representou um avanço significativo na proteção dos direitos das crianças, enfatizando
que as crianças têm direitos próprios e merecem ser tratadas com dignidade e respeito. Ela
influenciou a legislação nacional em muitos países e incentivou a adoção de medidas para melhorar
a vida das crianças em áreas como educação, saúde, proteção contra abuso e exploração, e
participação ativa na sociedade. A CDC também promoveu a conscientização sobre a importância
de se considerar os interesses das crianças em todas as decisões que as afetam
Legislação Nacional
Mudança Cultural
Efeitos da Convenção
Monitoramento Internacional
Outros tratados importantes incluem a Convenção sobre o Trabalho Infantil, que busca eliminar o
trabalho infantil em todas as suas formas, e a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher, que aborda questões específicas relacionadas às meninas e
adolescentes do sexo feminino.
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Os países que ratificam esses tratados são obrigados a implementar suas disposições em suas
legislações nacionais e a relatar regularmente sobre seu progresso na proteção dos direitos da
criança perante órgãos de monitoramento internacionais.
Momento da Questão
Gabarito: Letra D.
IDOSOS
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
1 – Idosos: considerações iniciais; diplomas de proteção à pessoa idosa; plano de ação para o
enfrentamento da violência contra pessoa idosa.
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Os idosos, também conhecidos como terceira idade, são indivíduos que alcançaram uma fase
avançada da vida, geralmente caracterizada pela aposentadoria e pela redução da capacidade física
e/ou mental. Essa fase da vida é marcada por uma série de desafios e necessidades específicas,
incluindo cuidados mais direcionados de saúde, proteção social, participação na sociedade e
prevenção da violência e do abuso.
De acordo com a legislação brasileira, considera-se idosa aquela pessoa que atingiu 60 anos ou
mais de idade.
Importante!
Os direitos garantidos aos idosos não estão todos disponíveis a partir dos 60 anos. Em muitos
casos, é necessário alcançar a idade de 65 anos para poder usufruí-los.
Antes de adentrar especificamente às normas de proteção aos idosos, precisamos ter em mente que,
assim como o sistema de proteção às crianças e aos adolescentes, é o dever tripartido de amparar
os idosos:
Família
Dever de
amparar os
idosos
Estado Sociedade
Os diplomas de proteção à pessoa idosa são embasados em diversas normas e legislações que
abordam os direitos, deverem e garantias desse segmento da população. As principais normas
estão descritas no resumo abaixo:
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O Estatuto do Idoso, uma legislação brasileira, estabelece direitos fundamentais que conferem uma
posição privilegiada às pessoas idosas, enquadrados como direitos de terceira dimensão. Estes
direitos abrangem, em essência, o direito ao envelhecimento digno, garantindo a liberdade, respeito,
e dignidade, além de acesso a serviços de saúde adequados e medidas específicas de proteção social.
O Estatuto assegura direitos personalíssimos e sociais voltados à proteção das pessoas idosas,
permitindo-lhes viver com dignidade, respeitando sua autonomia e integridade física, psíquica e
moral. Além disso, inclui a capacidade de ir e vir, expressar opiniões, crenças religiosas, participar de
atividades esportivas e culturais, integrar-se à vida familiar e comunitária, além do direito de buscar
auxílio e orientação.
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Importante!
A lei no Brasil dá uma atenção extra aos idosos acima de 80 anos, estabelecendo uma prioridade
especial para eles. Em situações que já oferecem prioridade aos idosos, como em atendimentos de
saúde, filas e serviços, os maiores de 80 anos têm preferência sobre os outros idosos.
O plano de ação para o enfrentamento da violência contra a pessoa idosa tem como o objetivo
principal garantir que as normas estabelecidas no Estatuto da Pessoa Idosa sejam efetivamente
cumpridas. Isso se torna necessário devido a processos de não reconhecimento das pessoas idosas
como detentoras de direitos, muitas vezes devido à exclusão social e à violência social que
enfrentam.
As diretrizes de ação do plano são fundamentais para orientar as atividades que serão realizadas:
Diretrizes do plano
de ação As ações do plano devem ser
descentralizadas e envolver diferentes
Descentralização e
setores da sociedade, promovendo a
Intersetorialidade
colaboração entre diferentes órgãos e
instituições.
Espaço Público: Busca-se garantir a acessibilidade e condições adequadas para que os idosos
possam se locomover livremente.
Espaço Familiar: Visa tornar o ambiente familiar um local seguro e acolhedor para os idosos,
livre de qualquer forma de violência.
Momento da Questão
CESGRANRIO 2009 – De acordo com o IBGE, a expectativa de vida dos brasileiros aumentou
nos últimos anos. Isso implica uma atenção maior com o funcionamento da previdência social
e com a expansão de uma faixa etária específica da população, exigindo-se uma legislação
adequada. Na área da legislação brasileira, a faixa etária em questão foi especificamente
contemplada com o Estatuto do(da)
a) Desarmamento.
b) Idoso.
c) Adolescente.
d) Criança.
e) Cidade.
Gabarito: Letra B.
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1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Considerações Iniciais
3) Conceitos Importantes
Para abordar as questões relacionadas ao grupo vulnerável LGBTQIA+, é essencial entender alguns
conceitos chave que fundamentam as discussões, as políticas e as práticas voltadas para a
promoção da igualdade e da inclusão.
Como vimos, a diversidade sexual e de gênero refere-se ao amplo espectro de orientações sexuais
e identidades de gênero que existem. A diversidade sexual inclui, mas não se limita a,
heterossexualidade, homossexualidade, bissexualidade, pansexualidade, entre outras. A diversidade
de gênero inclui identidades cisgênero, transgênero, não-binárias, genderqueer, entre outras.
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L - Lésbicas Mulheres que sentem atração emocional, romântica ou sexual por outras mulheres.
G - Gays Geralmente se refere a homens que sentem atração emocional, romântica ou sexual
por outros homens, mas também pode ser usado como um termo genérico para
pessoas homossexuais de qualquer gênero.
B - Bissexuais Pessoas que sentem atração emocional, romântica ou sexual por mais de um gênero.
A bissexualidade não implica necessariamente atração igual por todos os gêneros, mas
reconhece a capacidade de sentir atração por pessoas de gêneros diferentes.
T - Transgênero Um termo guarda-chuva para pessoas cuja identidade de gênero difere do sexo que
lhes foi atribuído ao nascer. Transgênero não é uma orientação sexual; refere-se à
identidade de gênero de uma pessoa.
Q - Queer Originalmente um termo pejorativo, "queer" foi reivindicado pela comunidade como
uma identidade orgulhosa. É usado por algumas pessoas para descrever uma
orientação sexual, identidade de gênero ou expressão de gênero que não se conforma
com normas heteronormativas e cisnormativas. Pode ser usado como um termo
guarda-chuva para incluir uma gama de identidades.
I - Intersexo Descreve pessoas que nascem com características sexuais (como genitais, padrões de
cromossomos e hormonais) que não se encaixam nas noções convencionais de
categorias masculinas ou femininas. A intersexualidade é uma condição natural que
abrange uma ampla variedade de variações biológicas.
A - Assexual Pessoas que não sentem atração sexual ou têm pouco ou nenhum interesse em
atividade sexual. A assexualidade é um espectro, e pessoas dentro dessa categoria
podem ter diferentes níveis de desejo romântico.
+ (Símbolo de Representa a inclusão de todas as outras identidades e orientações que não são
adição) especificamente cobertas pelas letras anteriores. Isso inclui, mas não se limita a,
pansexuais (atração por pessoas independentemente de seu gênero ou sexo), agênero
(pessoas que não se identificam com nenhum gênero), entre outras identidades.
A Constituição Federal, em seu art. 1º estabelece o Princípio da Dignidade da Pessoa Humana como
um dos fundamentos da República Federativa do Brasil. Esse princípio implica que todas as pessoas
têm igual dignidade, o que significa que devem ser tratadas com respeito e consideração, sem fazer
distinções entre elas.
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Infelizmente, até o presente momento, não há uma norma infraconstitucional específica que protege
os direitos da comunidade LGBTQIA+, de forma que, alguns Estados e Municípios tentam suprir essa
falta.
Importante!
Anteriormente, o Supremo Tribunal Federal já havia decidido que o direito à igualdade inclui a
identidade de gênero e expressão de gênero. A Corte também reconheceu que a discriminação
por identidade de gênero e orientação sexual é uma forma de racismo, punível pela Lei nº 7.716/96.
Portanto, a prática da homotransfobia pode ser considerada um crime de injúria racial, conforme
o entendimento do STF.
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A união homoafetiva refere-se à relação contínua e duradoura entre pessoas do mesmo sexo.
Apesar de a Constituição Federal e a legislação civil não abordarem esse tipo de união de forma
expressa, parte da doutrina a considera como uma espécie de família, com base no princípio da
dignidade da pessoa humana e no direito à autodeterminação, especialmente no que diz respeito
à orientação sexual.
Após uma evolução na jurisprudência, o Supremo Tribunal Federal (STF) interpretou o artigo 1.723
do Código Civil de forma a reconhecer a união homoafetiva como uma entidade familiar,
equiparando-a à união estável heteroafetiva. Essa decisão foi fundamentada em diversos princípios
constitucionais, como igualdade, liberdade, dignidade, segurança jurídica e busca da felicidade. O
reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar também implica em garantias e
direitos semelhantes aos da união estável heteroafetiva, abrangendo aspectos previdenciários,
sociais e familiares.
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Além disso, o STF destacou que a proibição de discriminação com base no sexo, incluindo a
orientação sexual, é um princípio constitucional. O uso do sexo das pessoas como critério de
desigualdade jurídica vai contra o objetivo constitucional de promover o bem de todos. Assim, o
direito à preferência sexual é uma expressão da dignidade da pessoa humana, garantindo a
autonomia da vontade e o direito à busca da felicidade. A interpretação conforme à Constituição foi
utilizada para garantir que o reconhecimento da união homoafetiva como entidade familiar seja feito
de acordo com as mesmas regras e consequências da união estável heteroafetiva.
Agora, vamos nos aprofundar no reconhecimento do nome social para pessoas travestis e
transexuais, levando em consideração sua identidade de gênero. Para tanto, precisamos entender os
conceitos de nome e nome social.
Nome: refere-se ao nome civil ou legalmente registrado de uma pessoa, que consta em
documentos oficiais como identidade, certidão de nascimento, entre outros.
Nome social: é o nome pelo qual uma pessoa é socialmente conhecida e reconhecida, que pode
ser diferente do seu nome civil.
O nome social é utilizado por pessoas que não se identificam com o nome que consta em sua
documentação legal devido à sua identidade de gênero, orientação sexual ou outras razões
pessoais. O reconhecimento e o uso do nome social visam respeitar e validar a identidade de gênero
da pessoa. O Decreto 8.727/2016, aprovado no âmbito do Poder Executivo Federal, reconhece o
31
Não existe uma norma primária em nosso sistema jurídico que regule essa questão. No entanto,
mesmo com essa lacuna legal, há decisões de juízes em todo o país que permitem a mudança de
nome com base nos princípios da intimidade e da privacidade. Nesse contexto, o Superior Tribunal
de Justiça (STJ) tem jurisprudência consolidada sobre o assunto, sendo uma referência nas decisões
judiciais relacionadas a esse tema atualmente.
No caso da ADPF 457, o STF considerou inconstitucional uma lei municipal que proibia a divulgação
de material relacionado à "ideologia de gênero" em escolas municipais, por usurpação de
competência legislativa da União e violação aos princípios constitucionais da liberdade de aprender,
ensinar, pesquisar e divulgar o pensamento, bem como ao pluralismo de ideias.
Já na ADI 4275, o STF reconheceu o direito das pessoas trans à alteração do prenome e do gênero
(sexo) diretamente no registro civil, sem a necessidade de cirurgia de transgenitalização ou de
autorização judicial.
Na ADPF 787, o ministro Gilmar Mendes determinou que o Ministério da Saúde adotasse medidas
para garantir o respeito à identidade de gênero, como a realização de marcações de consultas e
exames independentemente do registro do sexo biológico.
Na ADI 5.543, o STF declarou a inconstitucionalidade de uma norma da ANVISA que vedava a
doação de sangue por homossexuais que tivessem tido relação sexual nos últimos doze meses,
considerando que tal restrição violava princípios constitucionais como a igualdade e a não
discriminação.
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De acordo com essa resolução, pessoas LGBTQIA+ em situação de privação de liberdade têm o
direito de serem chamadas pelo seu nome social, de acordo com sua identidade de gênero. Além
disso, devem ser garantidos locais específicos de vivência, com tratamento igualitário e sem o uso
de violência.
É importante ressaltar que o Supremo Tribunal Federal (STF), no julgamento da ADPF 527/DF,
estabeleceu que transexuais e travestis têm o direito de escolher entre cumprir suas penas em
unidades prisionais femininas ou masculinas, ou em alas específicas que garantam sua segurança,
assegurando assim seus direitos e proteção enquanto estão sob custódia do Estado, seguindo as
diretrizes da Resolução 348/20, conforme transcrevemos o artigo:
§ 2º Para os fins do caput, a autodeclaração da pessoa como parte da população LGBTI poderá
ensejar a retificação e emissão dos seus documentos quando solicitado ao magistrado, nos
termos do art. 6º da Resolução CNJ nº 306/2019.
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Momento da Questão
Gabarito: Letra C.
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
1 – Pessoas com Deficiência – PCD: conceitos iniciais, proteção legal às pessoas com
deficiência.
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Antes de abordar especificamente o conceito de pessoa com deficiência, é importante ressaltar que
a terminologia "portador de deficiência" não é adequada para se referir a essas pessoas. Esse termo
sugere que a deficiência é uma carga ou um fardo, implicando que requer tratamento ou cura.
Portanto, eliminar esse termo é um dos primeiros passos para garantir que as pessoas com
deficiência desfrutem de seus direitos sem discriminação.
Dessa forma, o termo pessoa com deficiência descreve aqueles que têm limitações físicas, mentais,
intelectuais ou sensoriais de longa duração, as quais, quando combinadas com diversas barreiras,
podem dificultar sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com
os demais indivíduos.
A proteção legal às pessoas com deficiência é fundamental para garantir seus direitos e promover
sua inclusão na sociedade. No Brasil, diversas leis e regulamentações foram estabelecidas para
assegurar essa proteção, incluindo a Constituição Federal de 1988 e a Lei Brasileira de Inclusão da
Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), também conhecida como Estatuto da Pessoa com
Deficiência.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência é um marco legislativo de extrema importância para os direitos
das pessoas com deficiência no Brasil. Sua implementação tem contribuído significativamente na
busca por uma sociedade mais inclusiva, onde todos possam desfrutar igualmente dos recursos e
serviços econômicos, políticos e sociais disponíveis.
O Estatuto da Pessoa com Deficiência tem o objetivo de promover o exercício dos direitos e das
liberdades fundamentais por pessoa com deficiência, visando à sua inclusão social e cidadania.
De acordo com Estatuto, é considerada pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de
longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou
mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de
condições com as demais pessoas.
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Ao considerar todos esses aspectos, a avaliação biopsicossocial busca fornecer uma compreensão
abrangente da deficiência, permitindo a adoção de medidas adequadas de suporte, inclusão e
acessibilidade para garantir os direitos e a qualidade de vida das pessoas com deficiência.
Toda pessoa com deficiência tem o direito fundamental à igualdade de oportunidades em relação
às demais pessoas, e é garantido a ela o não sofrimento de qualquer forma de discriminação.
36
Importante!
A pessoa com deficiência não é obrigada a usufruir dos benefícios advindos de ações afirmativas.
A deficiência não afeta a plena capacidade civil da pessoa, incluindo o direito de:
Tome nota!
37
A pessoa com deficiência tem o direito de receber atendimento prioritário, especialmente com o
objetivo de:
Utilizar pontos de parada, estações e terminais de transporte coletivo acessíveis, com garantia de
segurança no embarque e desembarque;
Importante!
O reconhecimento igual perante a lei das pessoas com deficiência é um princípio fundamental
abordado no Estatuto da Pessoa com Deficiência. Esse princípio está alinhado com o conceito de
igualdade perante a lei, consagrado em diversos instrumentos internacionais de direitos humanos.
O Estatuto reconhece que as pessoas com deficiência são sujeitos de direitos e devem ser tratadas
em igualdade de condições com as demais pessoas perante a lei. Isso significa que as pessoas com
deficiência têm os mesmos direitos, liberdades fundamentais e oportunidades que são
garantidos a todos os cidadãos, sem discriminação em razão da deficiência.
Além disso, o reconhecimento igual perante a lei implica que as pessoas com deficiência têm o
direito de expressar suas opiniões, participar ativamente na tomada de decisões que afetem suas
vidas e serem ouvidas em processos que as envolvam. Isso fortalece sua autonomia e dignidade,
permitindo que sejam agentes de mudança e contribuam para a construção de uma sociedade
inclusiva e respeitosa.
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No entanto, quando necessário, a pessoa com deficiência será submetida à curatela. A curatela é
um instituto jurídico que envolve a nomeação de um curador para representar e/ou assistir uma
pessoa que seja considerada incapaz de exercer plenamente seus direitos e tomar decisões por si
mesma.
Importante!
A curatela afetará tão somente os atos relacionados aos direitos de natureza patrimonial e negocial.
A definição da curatela não alcança o direito ao próprio corpo, à sexualidade, ao matrimônio, à
privacidade, à educação, à saúde, ao trabalho e ao voto.
Tome nota!
39
A Lei nº 10.098 estabelece diretrizes e normas gerais para a promoção da acessibilidade em espaços
públicos e privados de uso coletivo, abrangendo locais como edifícios públicos, calçadas, parques,
rodoviárias, terminais de transporte, escolas, universidades, hospitais, hotéis, restaurantes, entre
outros.
Acessibilidade A lei determina que os espaços e edificações de uso público ou privado devem ser
arquitetônica projetados e construídos de forma a garantir o acesso, circulação e utilização por
pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida. Isso inclui rampas, corrimãos,
elevadores, sanitários adaptados, sinalização tátil, entre outras medidas.
Acessibilidade A lei aborda a necessidade de adaptação dos meios de transporte coletivo para garantir
nos transportes a acessibilidade, como a disponibilidade de ônibus com plataformas elevatórias, espaços
para cadeiras de rodas em trens e metrôs, entre outras medidas.
Comunicação A lei trata da importância da comunicação acessível para pessoas com deficiência,
acessível determinando a disponibilização de informações em formatos adequados, como o uso
de braile, Libras (Língua Brasileira de Sinais), legendas em vídeos, entre outros recursos.
Fiscalização e A Lei nº 10.098 estabelece que os órgãos e entidades responsáveis pelas edificações,
normatização vias públicas e transportes devem promover a fiscalização e a normatização para garantir
a efetiva acessibilidade.
40
Gestantes;
Doadores de sangue.
1
Embora o termo "portador" não seja a forma correta de referir-se a uma pessoa com deficiência, é crucial ressaltar que, para assegurar
a correta identificação e aplicação das leis, o nome estabelecido pela norma deve ser mantido. Assim, mesmo diante de discussões sobre
a atualização ou aprimoramento dos termos utilizados, a nomenclatura oficial das leis permanece como a principal referência para sua
aplicação adequada.
41
Importante!
Vale ressaltar que a Lei nº 10.048/2000 complementa a Lei nº 10.098/2000, a Lei da Acessibilidade,
e ambas buscam promover a inclusão e a participação social de pessoas com deficiência, idosos,
gestantes e outros grupos vulneráveis.
42
A Política Nacional para a Integração da Pessoa com Deficiência, também conhecida como PNDI, foi
instituída pelo Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999. Esse decreto é um marco importante
na legislação brasileira relacionada aos direitos das pessoas com deficiência, pois estabelece
diretrizes e medidas para garantir sua inclusão e participação efetiva na sociedade em igualdade
de condições com as demais pessoas.
43
O Estatuto da Pessoa com Deficiência, no Brasil, estabelece tanto crimes quanto infrações
administrativas relacionadas à proteção dos direitos das pessoas com deficiência. Essas medidas
visam garantir a inclusão, a igualdade de oportunidades e a proteção dessas pessoas, coibindo
práticas discriminatórias e violações de direitos.
Neste tópico, iremos estudar apenas as condutas descritas no próprio Estatuto, entretanto, tenha
em mente que existem diversos crimes e infrações administrativas espalhadas na legislação penal!
Tome nota!
Este título do Estatuto da Pessoa com Deficiência é de extrema importância para as provas de
concursos públicos, uma vez que apresenta situações específicas com vistas à proteção às pessoas
com deficiência.
Por isso, anote esse mnemônico: C – A – D – A (Isso vai te salvar na hora da prova).
44
•Abandonar
A
•Discriminar
D
•Apropriar-se
A
Para faciliar os estudos, transcrevemos o Título II do Estatuto da Pessoa com Deficiência, com a
finalidade de te auxiliar na fixação do tema:
45
Art. 90. Abandonar pessoa com deficiência em hospitais, casas de saúde, entidades
de abrigamento ou congêneres:
Parágrafo único. Na mesma pena incorre quem não prover as necessidades básicas
de pessoa com deficiência quando obrigado por lei ou mandado.
Art. 91. Reter ou utilizar cartão magnético, qualquer meio eletrônico ou documento
de pessoa com deficiência destinados ao recebimento de benefícios, proventos,
pensões ou remuneração ou à realização de operações financeiras, com o fim de
obter vantagem indevida para si ou para outrem:
Parágrafo único. Aumenta-se a pena em 1/3 (um terço) se o crime é cometido por
tutor ou curador.
a) assistência laboral.
b) incentivos trabalhistas.
c) tecnologia assistiva.
e) organização indicada.
Gabarito: Letra C.
Comentário: A tecnologia assistiva, também conhecida como ajuda técnica, engloba uma
variedade de produtos, equipamentos, dispositivos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e
serviços. Seu propósito fundamental é promover a funcionalidade relacionada às atividades e à
46
CESGRANRIO 2017 – A Lei n° 13.146/2015, que dispõe sobre a Inclusão da Pessoa com
Deficiência, determina que as pessoas jurídicas de direito público, privado ou de qualquer
natureza são obrigadas a garantir ambientes de trabalho acessíveis e inclusivos. Essa lei define
que a possibilidade e a condição de alcançar para utilização, com segurança e autonomia, de
espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e
comunicação se denomina
a) acessibilidade.
b) tecnologia assistiva.
c) residências inclusivas.
d) adaptações razoáveis.
e) desenho universal.
Gabarito: Letra A.
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Considerações Iniciais
As pessoas em situação de rua referem-se a indivíduos que não possuem residência fixa e habitam
espaços públicos, como ruas, praças e calçadas, geralmente de forma temporária ou
47
Em outras palavras, pessoas em situação de rua pode ser definida como grupo populacional
heterogêneo, que possui em comum a pobreza extrema, os vínculos familiares interrompidos ou
fragilizados e a inexistência de moradia
convencional regular, a população em situação
de rua (PSR) tem aumentado significativamente
no país.
O diagnóstico ainda revela que, dentre mais de 236 mil pessoas vivendo em situação de rua nas
cidades brasileiras, 62% estão na região Sudeste, destacando-se o Distrito Federal como a unidade
federativa com o maior percentual, com 3 entre mil pessoas nessa condição. O perfil predominante
dessa população é composto majoritariamente por homens (87%), adultos (55%) e negros (68%).
No que diz respeito às violações de direitos humanos, o estudo aponta que homens negros e jovens
são as principais vítimas desse tipo de violência. Pessoas pardas (55%) e pretas (14%) totalizam 69%
das vítimas, e a faixa etária mais afetada é de 20 a 29 anos (26%), seguida dos 30 a 39 anos (25%).
Quanto ao tipo de violência, 88% das notificações em 2022 envolviam violência física, sendo a
violência psicológica a segunda mais frequente (14%).
O Decreto nº 7.053/09, instituiu a Política Nacional para a População em Situação de Rua e seu
Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento. Esse decreto é basicamente um
conjunto de regras e diretrizes criadas pelo governo para lidar com uma questão social importante:
a situação de rua. Ele é composto por apenas 16 artigos, o que o torna relativamente simples de
entender.
Para começar, é essencial compreender o que significa população em situação de rua, conforme
definido pelo próprio decreto. Essa população é formada por pessoas diversas que compartilham
48
população heterogênea
pobreza extrema
Juntamente com o plano, a Resolução 40/20 produzida pelo Conselho Nacional dos Direitos
Humanos, objetiva reforçar a obrigação do Estado em assegurar e fomentar o direito à moradia,
incluindo também a garantia dos direitos de:
Acessar equipamentos e
Ir e vir Permanecer em espaço publico
serviços públicos
49
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Contexto Histórico
No início do século XIX, a administração na Amazônia tornou-se mais presente e organizada. Nas
cidades maiores, uma classe social distinta de proprietários e comerciantes emergiu, estabelecendo
vínculos diretos com Lisboa. Laços familiares, interesses comerciais e as vantagens da navegação
estreitaram essa conexão.
Naquela época, viajar de Belém para Lisboa era mais rápido do que para o Rio de Janeiro devido aos
ventos mais favoráveis. A partir de 1850, as embarcações a vela na Amazônia começaram a ser
substituídas por barcos a vapor.
No entanto, a economia da região ainda estava centrada na exploração das "drogas do sertão" e
permanecia pouco desenvolvida. Como mencionado anteriormente, os negócios na região eram
fortemente dependentes da mão de obra indígena, que diminuiu drasticamente nos primeiros
séculos de colonização. Nesse período, coincidindo com o início da industrialização global, os
preços dos produtos da região caíram, e os novos desafios da Amazônia colonial foram enfrentados
por meio de pesadas taxações sobre os produtos naturais e cultivados. Essas medidas levaram à
decadência econômica da província. Entre 1806 e 1819, as capitanias do Grão-Pará e Rio Negro
enfrentaram uma crise, o que contribuiu para o surgimento de ideias de independência em relação
a Portugal.
No final de 1820, surgiu na Amazônia um grupo político insatisfeito com o sistema colonial. Seu
objetivo principal era proporcionar mais oportunidades econômicas para os habitantes locais,
especialmente aqueles que se haviam mudado para as cidades e não tinham acesso à educação. Esse
grupo buscava um governo que verdadeiramente assegurasse os direitos desses cidadãos. Enquanto
a classe dominante acusava essas pessoas de serem improdutivas, na realidade, elas eram as
principais forças de trabalho e, frequentemente, não recebiam remuneração adequada pelo seu
labor. Os contestadores foram influenciados pelas ideias do Iluminismo francês, que começaram a
circular no Grão-Pará por volta de 1809, em parte devido ao conflito entre Portugal e França em
Caiena, na Guiana Francesa.
A Proclamação da Independência do Brasil ocorreu em 1822, mas somente por volta de 1823 as
capitanias do Grão-Pará e Rio Negro se uniram à causa da independência. Isso se deveu às ordens
50
Importante!
Inicialmente, o Grão-Pará e o Rio Negro resistiram à independência devido à relação mais estreita
e intensa que mantinham com Portugal em comparação com as demais províncias do Brasil. O Rio
Negro só se submeteu ao Império do Brasil em 9 de novembro de 1823, mas permaneceu sob
administração da província do Grão-Pará até 1850, quando se tornou a província do Amazonas em
5 de setembro.
Na Amazônia Brasileira, mesmo diante da remoção de moradores em Barcarena-PA para dar lugar
às fábricas de produção de alumínio da Albrás e Alunorte; dos impactos sociais e ambientais
decorrentes da mineração de bauxita promovida pela Mineração Rio do Norte - MRN em Oriximiná-
PA; dos conflitos nas proximidades do Programa Grande Carajás, onde a Companhia Vale do Rio
Doce estabeleceu o maior polo minero-metalúrgico da região; e dos efeitos prejudiciais do projeto
da Caulim Amazônia (CADAM) no vale do Jari em Almerim-PA nas décadas de 1970 e 1980, até o
final da última década, não surgiram movimentos significativos de questionamento às mineradoras,
nem de grupos identificados como "atingidos pela mineração".
O que se observou, até o início do século XXI, foi o surgimento ou fortalecimento de movimentos
sociais populares nas áreas influenciadas pelas grandes corporações mineradoras. Contudo, esses
movimentos não abordavam diretamente a exploração dos recursos minerais ou os impactos
socioespaciais resultantes da mineração. Em vez disso, focavam na luta pelo direito à terra, ao
território e por outros direitos fundamentais dos cidadãos.
51
Dentre as principais pautas do Movimento das Comunidades Rurais Negras de Oriximiná, podem
estar inclusas a defesa dos direitos territoriais, a promoção da igualdade racial, o enfrentamento
de práticas discriminatórias e a busca por políticas públicas que atendam às necessidades
específicas dessas comunidades.
Tome nota!
É importante ressaltar que a atuação de movimentos como o MCRNO contribui para a visibilidade e
o reconhecimento das comunidades rurais negras, além de promover a conscientização sobre as
questões raciais e sociais que permeiam a realidade dessas populações.
Na última década, uma das principais batalhas do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Oriximiná
foi pleitear uma porção de cerca de 10% da Floresta Nacional, acrescida da área correspondente à
zona de amortecimento, para a titulação coletiva das comunidades caboclas ribeirinhas
localizadas às margens do rio Trombetas e do lago Sapucuá. Conforme argumentado na moção
apresentada pelo STRO, ARQMO, ACPLASA e outras organizações de Oriximiná, a criação da FLONA
em 1985, nos últimos quatro dias do mandato do presidente da república José Sarney, foi
considerada "um ato antidemocrático repleto de autoritarismo e arbitrariedade, ainda sob a
mentalidade militar do regime ditatorial. Além disso, afastado da realidade, politicamente incorreto,
socialmente excludente e economicamente favorecendo a Mineração Rio do Norte". A FLONA
continua a ser alvo de críticas contundentes, especialmente em relação à sua função
preservacionista, ao abrigar atividades mineradoras que, segundo as organizações, impactarão mais
de 30% da área de preservação até a conclusão do empreendimento. Além disso, é acusada de privar
os povos tradicionais centenários de seus direitos à terra e aos recursos naturais.
Os ribeirinhos do Lago Juruti Velho referem-se às comunidades que habitam as áreas ribeirinhas
desse lago, localizado na região amazônica. O termo "ribeirinho" é frequentemente usado para
descrever populações tradicionais que vivem nas proximidades de rios, lagos e outros corpos d'água
na Amazônia.
53
A Igreja Católica, especialmente através da figura da irmã Brunilde, desempenhou um papel central
na organização do movimento, estabelecendo redes de alianças em níveis local e global. A
resistência, inicialmente conduzida pacificamente por meio de negociações e denúncias,
eventualmente envolveu a ocupação da área de lavra e canteiros de obra em 2009. O movimento
adotou uma abordagem não violenta, buscando a via legal e a pressão política para enfrentar a
ALCOA.
A luta pela terra tornou-se uma prioridade para as comunidades, pressionando o INCRA para a
demarcação coletiva do Assentamento Agroextrativista de Juruti Velho. Essa demarcação permitiu à
ACORJUVE obter compensações financeiras da ALCOA, fortalecendo o movimento e conduzindo a
novos acordos compensatórios. A resistência em Juruti evoluiu ao longo do tempo, assumindo uma
postura mais próxima ao movimento antimineração a partir de 2012, unindo-se a outras
organizações para denunciar os impactos da ALCOA e exigir o cumprimento de promessas e acordos.
A demarcação de terras indígenas é um processo essencial para garantir os direitos territoriais dos
povos indígenas, estabelecendo os limites de suas terras como meio de preservar suas identidades.
Esse procedimento, previsto por lei, é respaldado pela Constituição Federal de 1988 e pelo Estatuto
do Índio, uma legislação específica. A responsabilidade pela demarcação recai sobre a Fundação
Nacional do Índio (Funai).
A relevância da demarcação reside na proteção contra invasões e ocupações por não indígenas,
salvaguardando assim a identidade, modo de vida, tradições e cultura desses povos. A Funai destaca
que esse processo contribui para reduzir conflitos pela posse de terras, permitindo que estados e
municípios atendam às especificidades dos povos indígenas com políticas adequadas, fortalecendo
o controle estatal em áreas vulneráveis e de difícil acesso.
54
Apesar das leis existentes, a realidade é marcada por desrespeito aos direitos indígenas, com
invasões frequentes e exploração ilegal de recursos naturais em suas terras. Os conflitos por
demarcação persistem, evidenciando a complexidade da situação.
O processo de demarcação é conduzido pela Funai, com etapas que incluem estudos de
identificação, delimitação física, levantamento fundiário, homologação e, quando necessário, a
retirada de ocupantes não indígenas. No Brasil, atualmente, existem 462 terras indígenas
regularizadas, correspondendo a aproximadamente 12,2% do território nacional. Essas terras são
distribuídas principalmente nas regiões Norte e Centro-Oeste do país, representando um patrimônio
coletivo essencial para a preservação das culturas indígenas e para o equilíbrio ambiental.
A Terra Indígena Raposa Serra do Sol é uma área localizada no estado de Roraima, na Região
Norte do Brasil. Ela é habitada por diversos grupos indígenas, incluindo os Macuxi, Wapichana,
Taurepang, Ingarikó e Patamona. A demarcação dessa terra tornou-se um ponto focal de discussões
e conflitos, destacando desafios e questões relacionadas aos direitos indígenas, território e
desenvolvimento.
Apesar de ter sido oficialmente concluída administrativamente em 2005, por meio da emissão do
decreto presidencial correspondente, uma iniciativa policial para remover arrozeiros que ocupavam
parte da área resultou em uma reação violenta. Essa ação foi interrompida devido a uma decisão
liminar do Supremo Tribunal Federal (STF) em abril de 2008. Essa situação provocou uma resposta
enfática por parte do comandante militar da Amazônia, que se posicionou contra a política
indigenista. Subsequentemente, ocorreram manifestações tanto a favor quanto contra a
demarcação, com ampla cobertura da imprensa.
A demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol é vista como uma vitória para os direitos
indígenas e a preservação ambiental. Ao garantir a posse permanente dos povos indígenas sobre
a área, a decisão reconhece a importância da preservação cultural e ambiental desses povos. Além
55
Importante!
A questão Yanomami refere-se a uma série de desafios e conflitos enfrentados pelo povo indígena
Yanomami, que habita uma área de aproximadamente 192 mil km2 na região da Amazônia (RR e
AM), entre o Brasil e a Venezuela.
56
O Linhão de Tucuruí se refere a uma linha de transmissão de energia elétrica que se estende da
Usina Hidrelétrica de Tucuruí, localizada no estado do Pará, até o Sistema Interligado Nacional (SIN).
A Usina de Tucuruí é uma das maiores hidrelétricas do Brasil, situada no Rio Tocantins, e
desempenha um papel significativo na geração de energia para a região Norte do país.
O Linhão de Tucuruí é uma infraestrutura crucial para transportar a eletricidade gerada por essa
usina para outras regiões do Brasil, contribuindo para a integração do sistema elétrico nacional. Essa
integração é fundamental para garantir o abastecimento de energia em diferentes partes do país,
permitindo o compartilhamento de recursos e a otimização da matriz energética.
Roraima é o único estado que não faz parte do Sistema Nacional de Energia (SNE). O Linhão de
Tucuruí, com extensão de 715 km, é considerado o fim do isolamento elétrico e das interrupções
frequentes no fornecimento de energia. O início da construção enfrentou um impasse ao longo de
11 anos, devido aos 122 km de torres que atravessarão a reserva Waimiri Atroari. Os indígenas
concordaram com a proposta de compensação apresentada pelo governo federal.
57
A extensão total da obra será de 721,4 km, conectando Manaus a Boa Vista. Desse percurso, 122
km atravessarão a reserva Waimiri Atroari, onde estão previstas a instalação de 250 torres de
transmissão de energia. A maior parte do linhão, aproximadamente 425 km, será construída em
Roraima.
Momento da Questão
A Região Norte do Brasil sempre teve sua economia marcada pelo extrativismo vegetal e, pelas
próprias condições socioespaciais, pela utilização da mão-de-obra indígena. Contudo, no
início do século XX, duas mudanças são sentidas: o aparecimento de uma mão-de-obra não
indígena e a queda da borracha no mercado internacional.
b) grande seca no sertão do Nordeste no final do século XIX, provocando a migração de nordestinos
para a região.
c) escravização dos negros africanos comprados pelos regatões para o trabalho nos seringais.
e) libertação dos escravos africanos e seu consequente emprego no extrativismo amazônico, como
mão-de-obra livre.
Gabarito: Letra B.
58
Antes de aprofundar os conhecimentos sobre os desafios atuais que a população indígena enfrenta
no Brasil, iremos estudar sobre a extensão da população indígena na Amazonia atual.
Mundialmente, a Amazônia é notável pela vasta floresta que a caracteriza e pela presença
significativa de comunidades indígenas em seu território. Com o total de 266 povos indígenas
habitantes no Brasil e diversos grupos isolados, a maioria dessas comunidades ocupam uma
extensão de cerca de 110 milhões de hectares na Amazônia. Para ilustrar a grandiosidade desse
cenário, a Terra Yanomami, situada em Roraima e no Amazonas, abriga uma população superior a
25 mil indígenas. As terras indígenas desempenham um papel crucial na proteção dos direitos e da
identidade desses povos, cujos modos de vida são fundamentais para a preservação da floresta e
de seus recursos ao longo de várias gerações.
Levando em consideração o Censo de 2022, a população indígena atual brasileira totaliza 1.693.535
cidadãos ou 0,83% da população brasileira. De acordo com o mesmo censo, cerca de 51,25% da
população indígena reside na região da Amazônia Legal.
Os municípios da região norte que possui a maior proporção de população indígena em relação aos
residentes são: Uiramutã (RR) com 96,60% de habitantes indígenas; Santa Isabel do Rio Negro (AM)
com 96,12% de habitantes declarados indígenas.
O recenseamento nas regiões indígenas foi possível em razão de alguns fatores determinantes para
o aumento da população indígena brasileira.
maior autodeclaração
políticas afirmativas
Tome nota!
59
As terras indígenas no Brasil são áreas demarcadas e destinadas à posse permanente e à reprodução
física, cultural, social e econômica dos povos indígenas. Elas são protegidas pela Constituição Federal
de 1988 e representam uma importante ferramenta para a preservação da diversidade cultural e
ambiental no país.
O levantamento aponta ainda que há 573 Terras Indígenas no Brasil, conforme dados da Funai. Os
estados com maior número de população indígena morando em terras indígenas são Amazonas
(149.047), Roraima (71.412) e Mato Grosso do Sul (68.534).
A Terra Indígena Yanomami (AM/RR) tem a maior população: 27.152 pessoas vivem nela. Depois,
vem Raposa Serra do Sol (RR), com 26.176, e Évare I (AM), com 20.177.
Importante!
Cuidado com a pegadinha na prova! O estado de Roraima possui a maior proporção de população
indígena em relação a sua população total, com 15,29% de sua população, enquanto o Amazonas
possui a proporção de 12,45% da população.
60
Ainda há muito a ser feito para mitigar as lutas enfrentadas pelos povos indígenas no Brasil. Seus
direitos continuam sendo desrespeitados e ignorados pelas instituições estatais, abrindo espaço
para grandes indústrias de hidrelétricas, mineração e agronegócio explorarem terras que não lhes
pertencem, ampliando ainda mais as dificuldades de habitação e alimentação para milhares de
indígenas.
Além das questões territoriais, os povos indígenas continuam a enfrentar problemas como racismo,
preconceito, violações dos direitos das mulheres indígenas, falta de acesso a serviços de saúde
e públicos, bem como uma alimentação escassa e carente em nutrientes.
Esses desafios foram agravados durante a pandemia de coronavírus, que ceifou a vida de milhares
de indígenas e colocou em risco muitos outros, especialmente em áreas remotas onde o acesso à
saúde é limitado e o apoio do Estado tem sido insuficiente, com medidas ineficazes para conter a
propagação do vírus nos territórios indígenas.
Esses são apenas alguns dos desafios enfrentados pela população indígena no Brasil, e abordá-los
requer uma abordagem multifacetada que inclua políticas eficazes de proteção territorial,
promoção de direitos humanos, investimentos em infraestrutura e serviços básicos, além do respeito
e valorização da diversidade cultural e étnica do país.
COMUNIDADES QUILOMBOLAS
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Considerações Iniciais
A história dos negros no Brasil é uma narrativa marcada por uma jornada de luta, resistência e
enfrentamento de desafios persistentes. Desde os tempos sombrios da escravidão, os negros
foram subjugados a condições desumanas, privados de liberdade e tratados como mercadoria.
Apesar dessa brutal opressão, eles desenvolveram estratégias de resistência, preservando suas
culturas e tradições, e buscando incessantemente sua liberdade.
O racismo, por sua vez, é uma ideologia que fundamenta a crença na superioridade de certos
grupos étnico-raciais sobre outros, resultando em discriminação, preconceito e sistemática opressão
contra pessoas pertencentes a grupos racialmente minoritários. Essa forma de discriminação pode
se manifestar de diversas maneiras, desde sutis exclusões e estereótipos até formas explícitas de
violência e marginalização.
61
3) Luta Antirracista
A luta antirracista teve suas raízes desde o momento em que o primeiro indivíduo negro chegou
às terras brasileiras. Em cada fase histórica, os desafios e estratégias foram distintos, moldados pelas
condições do sistema escravocrata que ainda reverberam na contemporaneidade. Durante a época
colonial, destacaram-se formas de resistência como fugas, suicídios, ataques contra os senhores
de escravos e suas famílias, além do banzo (uma tristeza profunda que muitas vezes levava à morte),
a recusa em trabalhar, o sacrifício de crianças por mães que não desejavam vê-las sujeitas ao mesmo
destino, e as tentativas constantes de fuga para regiões de difícil acesso.
Nesse contexto, também surgiram as Irmandades do Rosário, instituições religiosas permitidas pela
igreja católica e pela Coroa portuguesa. Além de cumprir preceitos religiosos, essas irmandades se
dedicavam à defesa das viúvas e órfãos, bem como à formação de pecúlio para o enterro e assistência
aos associados. Durante o movimento abolicionista, contribuíram significativamente para a compra
da liberdade de muitos escravizados.
No período do Império, essas formas de resistência persistiram, uma vez que as mudanças políticas
não alteraram as relações de trabalho, permanecendo a escravidão como pilar do sistema. Contudo,
a resistência à opressão violenta assumiu novas formas. Com o surgimento de novas cidades e
estratos sociais, novos pensamentos se disseminaram na sociedade. O movimento abolicionista
começou a ganhar força, reunindo grupos opositores ao sistema de trabalho compulsório.
Diversas ações individuais e coletivas convergiram para a libertação dos escravizados, destacando-
se a atuação de Luiz Gama, conhecido como o Tigre da Abolição, que utilizou seus conhecimentos
jurídicos para libertar muitas pessoas escravizadas ilegalmente.
62
A partir dos anos 1990, observamos um aumento significativo das políticas voltadas para a promoção
da população negra. O reconhecimento pelo governo brasileiro da existência do racismo na
sociedade, a criação de grupos de estudos para analisar a realidade dos negros, o estabelecimento
de ministérios, fundações e secretarias dedicadas à formulação de políticas para os negros, bem
como a instituição de leis para o reconhecimento das comunidades quilombolas, são alguns
exemplos desse movimento.
4) Conquistas Legais
Como vimos anteriormente, a abolição da escravatura foi um marco importante para a luta
antirracista, com o início das conquistas legais que dão maior proteção e visibilidade ao direito dos
negros. O Movimento Negro Unificado (MNU) é uma importante organização que surgiu no Brasil
durante a Ditadura Militar, com o propósito de unificar as
lutas e reivindicações dos negros no Brasil. Ele desempenha
um papel fundamental na luta contra o racismo, a
discriminação racial e a busca por igualdade de direitos para
a população negra.
63
Decreto 4.887/03 -
Lei 10.639/03 - torna
Demarcação de terras
obrigatório o ensino de
Lei 12.288/10 - instituição quilombolas para a
história e cultura afro-
do Estatuto da Igualdade preservação e
brasileira nas escolas de
Racial reconhecimento da
ensino fundamental e
herança cultura
médio
afrodescente
5) Desafios na Atualidade
Na atualidade, apesar dos avanços legais e conquistados pela luta antirracista, o Brasil ainda enfrenta
diversos desafios no combate ao racismo e na promoção da igualdade racial. Diante desse cenário,
a luta antirracista segue sendo uma pauta urgente e necessária, com a mobilização da sociedade
civil, a conscientização sobre os impactos do racismo e a promoção de políticas públicas efetivas
para combater a desigualdade racial e garantir a igualdade de oportunidades para todos os
brasileiros, independentemente de sua cor ou origem étnica.
64
Por fim, o negacionismo em relação à existência do racismo e a sua minimização como um problema
social relevante representam obstáculos para conscientização e ação efetiva na luta contra o
preconceito racial.
Momento da Questão
Questão inédita – Como vimos, o Brasil enfrenta dificuldades importantes na luta antirracista.
Qual é o principal desafio enfrentado pela administração pública federal brasileira na
implementação de políticas de equidade racial?
a) Falta de legislação específica que obrigue a implementação de cotas raciais em todos os órgãos
públicos.
2
Fonte: https://www.poder360.com.br/poderdata/76-veem-racismo-no-brasil-mas-so-36-admitem-preconceito-contra-
negros/#:~:text=Pesquisa%20PoderData%20realizada%20de%2024,n%C3%A3o%20responder%20sobre%20o%20tema.
(acesso em 06.02.2024).
65
e) Inexistência de indicadores e métricas claras para avaliar o impacto das políticas de equidade
racial implementadas.
Gabarito: Letra B.
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
2) Conceitos Iniciais
As pessoas refugiadas e migrantes desfrutam dos mesmos direitos e garantias estabelecidos para
a população brasileira. Tanto migrantes quanto refugiados que se encontram no Brasil têm direito
ao exercício dos direitos sociais fundamentais, como educação, saúde, alimentação, moradia,
transporte, trabalho, lazer, segurança, assistência e previdência social, além do respeito às suas
especificidades culturais, sem sofrer discriminação com base na nacionalidade ou status migratório.
Os direitos humanos dessas pessoas, acolhidas no Brasil, são protegidos, incluindo aqueles
pertencentes a grupos com necessidades específicas de proteção, como mulheres, crianças,
adolescentes, indígenas, pessoas LGBTQIA+, pessoas com deficiência, pessoas idosas, grupos étnicos
e religiosos, entre outros. Essa proteção é guiada pelo princípio da não discriminação entre
brasileiros, imigrantes e refugiados no acesso a direitos e serviços públicos.
Antes de nos aprofundar quanto a proteção legal, precisamos entender a diferença entre migrantes,
refugiados e apátridas:
Migrantes: são pessoas que mudam de um lugar para outro, seja dentro de seu próprio país
(migração interna) ou para outro país (migração internacional), por várias razões, como busca de
melhores oportunidades econômicas, reunificação familiar, estudos ou outras motivações pessoais.
66
Refugiados: são pessoas que fogem de seus países de origem devido a fundado temor de
perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, opinião política ou participação em
determinado grupo social, ou por causa de conflitos armados, violência generalizada, violações
de direitos humanos ou desastres naturais. Eles buscam proteção em outros países e têm direito
ao estatuto de refugiado e à assistência humanitária de acordo com o direito internacional.
Apátridas: são pessoas que não são consideradas cidadãs de nenhum país de acordo com sua
legislação nacional ou de nenhum país do mundo. Isso pode acontecer por várias razões, como
discriminação, falhas burocráticas, conflitos de nacionalidade entre os Estados ou mudanças na
fronteira que deixam pessoas sem nacionalidade. Os apátridas enfrentam uma série de desafios,
como dificuldades de acesso a direitos básicos, como educação, saúde, emprego e liberdade de
movimento.
Atualmente, o Governo Brasileiro está empenhado em promover os direitos das pessoas migrantes,
refugiadas e apátridas. Por meio do Ministério dos Direitos Humanos, e especialmente da Secretaria
Nacional de Promoção dos Direitos Humanos (SNDH) e da Coordenação-Geral de Promoção
dos Direitos das Pessoas Migrantes, Refugiadas e Apátridas (CGMRA), são desenvolvidas e
coordenadas ações estratégicas para garantir a proteção integral e prioritária desses grupos.
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Um dos focos dessas ações é a promoção dos direitos humanos na política nacional de migrações
e apatridia, bem como a produção e disseminação de informações relevantes sobre essas
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Importante!
Os refugiados, de acordo com o Estatuto específico, terão direito a receber uma cédula de
identidade, uma carteira de trabalho e um documento de viagem.
Momento da Questão
a) Apenas dos refugiados, pois são os mais vulneráveis entre os migrantes e apátridas.
b) Exclusivamente das pessoas em situação de refúgio, pois são as que necessitam de proteção
internacional.
d) Principalmente das pessoas apátridas, pois enfrentam maiores desafios legais e sociais no Brasil.
Gabarito: Letra C.
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MULHERES
1) Introdução
Iniciaremos os estudos do Concurso Nacional Unificado sobre os conhecimentos gerais para todos
os blocos de nível superior:
Essa herança patriarcal é resultado direto da colonização e foi documentada por intelectuais
brasileiros como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda. A cultura patriarcal branca tende a
subestimar e inferiorizar as mulheres, perpetuando um ambiente propício à violência de gênero.
É crucial destacar, no entanto, que a violência não deve ser tolerada ou justificada sob a alegação de
ser uma parte intrínseca da cultura. Mesmo que enraizada historicamente, a violência contra as
mulheres é injusta e inaceitável. A compreensão de que tradições violentas estão equivocadas é
fundamental para mudar essa realidade.
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A CF estabelece diversas normas para proteger os direitos das mulheres. Uma das mais importantes
foi a inclusão do princípio da igualdade entre homens e mulheres, que trouxe um avanço
significativo, embora nem sempre seja aplicado completamente. Além disso, o artigo 226, § 5º,
garante igualdade de direitos e deveres na sociedade conjugal:
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Recentemente, emendas constitucionais introduziram regras para tornar o ambiente eleitoral mais
inclusivo para as mulheres. O §7º do artigo 17 prevê que os partidos políticos devem destinar pelo
menos 5% dos recursos do fundo partidário para programas que promovam a participação política
das mulheres. Já o §8º estabelece que pelo menos 30% do fundo especial de financiamento de
campanha e do tempo de propaganda gratuita devem ser destinados às candidatas:
Além disso, a Constituição determina a criação de mecanismos para coibir a violência contra a mulher
no âmbito das relações interpessoais, o que serviu de base para a criação da Lei Maria da Penha.
A Lei Maria da Penha é um dos principais e mais importante norma legal de proteção e coibição da
violência domiciliar e familiar contra a mulher no Brasil, ela está fundamentada no art. 226, §8º da
CF:
Art. 226. § 8º O Estado assegurará a assistência à família na pessoa de cada um dos que a
integram, criando mecanismos para coibir a violência no âmbito de suas relações.
Fizemos o quadro resumo das leis infraconstitucionais voltadas para a proteção da mulher:
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Questão inédita – Qual das seguintes afirmações sobre a proteção constitucional da mulher no
Brasil está correta?
a) A Constituição Federal não estabelece nenhum princípio de igualdade entre homens e mulheres.
c) As mulheres não têm direito à redução da idade mínima para aposentadoria em comparação aos
homens.
d) Os partidos políticos não são obrigados a destinar recursos para programas que promovam a
participação política das mulheres.
e) A criação de mecanismos para coibir a violência contra a mulher no âmbito das relações
interpessoais é garantida pela Constituição.
Gabarito: Letra E.
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